Fique Ligado!! A Base Dos Direitos Humanos É A Dignidade Da Pessoa Humana
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DIREITOS HUMANOS
Teoria Geral dos Direitos Humanos e sua Relação com a Constituição Federal brasileira
1. Direitos Humanos (DH) - Conceito e terminologia
Segundo o professor Antônio Peres Luño: os direitos humanos constituem um conjunto de faculdades e instituições
que, em cada momento histórico, concretizam as exigências de dignidade, liberdade e igualdade humanas, as quais
devem ser reconhecidas positivamente pelos ordenamentos jurídicos em nível nacional e internacional.
Fique ligado!! A Base dos Direitos Humanos é a dignidade da pessoa humana.
PERGUNTA: O que vem a ser a dignidade?
São utilizadas as seguintes terminologias que também podem significar Direitos Humanos: “direitos fundamentais”,
“liberdades públicas”, “direitos da pessoa humana”, “direitos do homem”, “direitos da pessoa”, “direitos
individuais”, “direitos fundamentais da pessoa humana”, “direitos públicos subjetivos”
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Como ensina o professor Alexandre de Moraes, as tradições das diversas civilizações fundidas e suplantadas por
pensamentos filosóficos jurídicos, ideias surgidas com o cristianismo e com o direito natural, resultam no chamado
de direitos humanos fundamentais.
Os direitos humanos fundamentais surgem no seio social dada a necessidade de controle do poder Estatal. Este
direito ainda não materializado, porém entendido como direito do homem, é anterior à positivação. O ato de
escrever o direito e transforma-lo em Carta Constitucional é o movimento denominado Constitucionalismo –
momento em que se resume em documento escrito tudo aquilo que o povo entende como regra fundamental.
Efetivamente, aprende-se nos bancos acadêmicos que o direito é anterior à positivação da norma. Neste contexto,
os Direitos Humanos surgem no mundo com a finalidade de assegurar o respeito à pessoa humana, referindo-se aos
valores consagrados em tratados internacionais, objetivando impor limitação ao arbítrio estatal e assegurar a
igualdade entre os indivíduos. É o respeito ao princípio basilar da dignidade da pessoa humana.
A expressão Direitos Humanos é utilizada, comumente, para externar valores e direitos consagrados em tratados
internacionais. No Brasil a terminologia direitos fundamentais, por sua vez, passa a ser utilizada no momento em que
aquele conjunto de Direitos Humanos são geradores de um movimento de constitucionalismo, assim positivado na
nossa Constituição Federal.
Neste sentido, segundo o conceito melhor empregado e comum a diversos doutrinadores de direito explica que por
Direitos Fundamentais entende-se o conjunto de situações jurídicas positivadas em mandamento fundamental
visando liberdade, igualdade e dignidade da pessoa humana.
Fique ligado! Apesar de muitos autores entenderem como sinônimas as expressões (e assim o são no que tange sua
essência em conteúdo), os direitos fundamentais devem ser conceituados como decorrentes dos direitos humanos e
expressos em nosso texto constitucional.
Os DGF se originam na Magna Carta Inglesa (1215) para satisfazer os interesses políticos da burguesia. Anos mais
tarde, na Revolução francesa (1789) ocorre a Declaração dos Direitos do Homem buscando priorizar interesses mais
sociais. Já nos Séculos XVIII e XIX passam a surgir as Constituições Liberais. Toda essa evolução traz algumas gerações
de direitos, cada qual contendo características peculiares do momento histórico. Vejamos:
Direitos e Garantias Fundamentais de Primeira Dimensão
Esta primeira leva de direitos buscavam garantir limites à arbitrariedade do Estado, garantir a propriedade, a
liberdade, a vida. Exige-se uma abstração do Estado (um não fazer). São também chamados de Direitos ou liberdades
negativas, direitos de defesa (defender-se do próprio Estado). Estado Liberal - primeiros direitos e garantias
fundamentais com o intuito de proteger o indivíduo contra as atrocidades do Estado e garantindo-lhe liberdades
mínimas: liberdade de reunião, associação, consciência, inviolabilidade de domicílio. Surgimento: sec. XVIII e XIX.
Direitos e Garantias Fundamentais de Segunda Dimensão
A segunda leva de Direitos e Garantias Fundamentais, após as primeiras Constituições Liberais. Notou-se a
necessidade de prestações positivas por parte do Estado. Estado Social – somando-se às liberdades até então
admitidas uma nova dimensão de direitos começa a ser admitida visando a igualdade entre os indivíduos. O Estado
passa a incentivar direitos sociais, culturais e outros relacionados à economia: saúde, moradia, direito de greve,
assistência social, dentre outros. Surgimento: séc. XIX e XX.
Direitos e Garantias Fundamentais de Terceira Dimensão
Trata-se do Estado Democrático de Direito – é o surgimento de direitos relacionados à coletividade: fraternidade e
solidariedade. Dentre eles: meio ambiente ecologicamente equilibrado, progresso. O homem passa a ser visto como
integrante e parte essencial de uma coletividade. Surgimento: séc. XX e XXI.
Direitos e Garantias Fundamentais de Quarta Dimensão
Sem momento certo para seu surgimento, doutrina moderna vem falando da quarta dimensão destes direitos. Seria
a ideia dos direitos relacionados à tecnologia, conhecimentos relacionados à era pós modernidade (manipulação
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genética, mudança de sexo etc). Segundo André Ramos Tavares, a quarta dimensão trata-se da tutela diferenciada
quanto a determinados grupos sociais (crianças, adolescentes, idosos, afrodescendentes), direitos estes
implementados na Constituição Federal mediante reforma.
Direitos e Garantias Fundamentais de Quinta Dimensão
Ainda não consolidada e sem orientações da Suprema Corte neste sentido, a 5ª dimensão seria, segundo Paulo
Bonavides, o direito a paz em razão das adversidades que vive o mundo moderno (terrorismo).
Dentro deste tópico ainda, devemos destacar as Garantias Fundamentais. São normas assecuratórias destes direitos.
Garantias, portanto, podem ser conceituadas como um conjunto de medidas destinadas à proteção, segurança e
efetivação dos direitos fundamentais. Neste sentido, o habeas corpus surge como garantia ao direito de locomoção
amparado pelo inciso LXVIII, do art. 5º, da Constituição Federal.
Outro exemplo é o inciso X, do art. 5º, que determina a inviolabilidade do direito a intimidade, vida privada, honra e
imagem das pessoas, assegurando, no mesmo texto, o direito a indenização em caso de dano material ou moral
provocado pela sua violação. Portanto, a garantia vem para assegurar o cumprimento do direito fundamental.
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proclamar – por maioria – o status da supra legalidade dos tratados internacionais incorporados no ordenamento
jurídico brasileiro antes da EC nº 45/04.”
A supra legalidade acarreta na revogação de normas infraconstitucionais que estejam em desacordo com tratados
internacionais de que o Brasil faça parte. Evidentemente que caso não aprovadas pelo quórum qualificado, exigido
para sua identidade tal qual emenda constitucional, não poderá haver derrogação de norma expressa no texto
constitucional. Entretanto, normas infraconstitucionais poderão ser inaplicáveis (revogadas) quando afrontar
direitos decorrentes de tratados internacionais de que o Brasil faça parte.
Neste sentido foi o entendimento do STF ao analisar a subscrição brasileira ao Pacto São Jose da Costa Rica que
entendeu restarem “derrogadas as normas estritamente legais definidoras da custódia do depositário infiel”,
mantendo, entretanto, a supremacia da norma constitucional que trata deste assunto (art. 5º, LXVII, da CF). Ou seja,
ficou afastada a sua eficácia através de normas infraconstitucionais – esse é o chamado efeito paralisante do direito
supralegal sobre a norma infraconstitucional. Daí a natureza supralegal destas normas, incluindo-se entre tais as de
direitos fundamentais.
Para entender, a tabela abaixo resume a posição que os tratados de direitos humanos podem assumir no direito
brasileiro:
Força de norma constitucional Tratados e Convenções Internacionais sobre direitos humanos
(igual à EC). aprovados com procedimento de EC.
Força de supralegalidade Tratados e convenções Internacionais sobre Direitos Humanos
(acima de Lei, abaixo da CF). do qual o Brasil é signatário firmado antes da EC 45/04.
Força infraconstitucional Tratados Internacionais comuns.
(igualdade diante das demais
Leis).
CAIU EM CONCURSO! CESPE - “Com relação ao estatuto jurídico dos tratados internacionais no direito brasileiro,
julgue o próximo item: Os tratados internacionais se incorporam ao ordenamento jurídico brasileiro com o status de
emenda constitucional.” Gabarito: errado. Nem todos os tratados internacionais se incorporam ao ordenamento
jurídico brasileiro com o status de EC, podendo ter força de supralegalidade ou ainda de norma infraconstitucional.
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