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Aula 01 A 05

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DIREITOS HUMANOS

Conceitos e Fundamentos
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CONCEITOS E FUNDAMENTOS
CONCEITO DE DIREITOS HUMANOS:
Organização das Nações Unidas – ONU: “Direitos Humanos são garantias jurídicas
universais que protegem indivíduos e grupos contra ações ou omissões dos governos
que atentem contra a dignidade humana.
A proteção citada no conceito das Nações Unidas reforça a perspectiva vertical do
estudo dos direitos humanos. Há indivíduos ou grupos que devem ser protegidos contra
omissões dos governos que atinjam a dignidade humana. Se visa proteger os indivíduos
do poder concentrado na mão do Estado.

Antônio Peres Luño: “Conjunto de faculdades e instituições que, em cada momento


histórico, concretizam as exigências de dignidade, liberdade e igualdade humanas, as
quais devem ser reconhecidas positivamente pelos ordenamentos jurídicos em nível
nacional e internacional.”
É levantada uma característica importante dos direitos humanos, que é a sua his-
toricidade. A evolução social leva à evolução dos direitos humanos. O reconhecimento
positivado está relacionado à normatização dos direitos, ao direito escrito, tanto a nível
nacional quanto a nível internacional.
A nível nacional, há a positivação nas constituições e nas leis internas. A positivação
internacional se refere aos tratados internacionais e as declarações internacionais de
direitos humanos.
5m
Alexandre de Moraes: “Conjunto institucionalizado de direitos e garantias do ser
humano que tem por finalidade básica o respeito à sua dignidade por meio de sua prote-
ção contra o arbítrio do poder estatal e o estabelecimento de condições mínimas de vida
e desenvolvimento da personalidade humana.”
Nesse conceito há dois momentos. No 1º momento há a proteção contra o arbítrio
do poder estatal (direitos civis e políticos). No 2º momento há o estabelecimento de
condições mínimas de vida e desenvolvimento da personalidade humana (direitos de
igualdade).

André de Carvalho Ramos: “Conjunto de direitos indispensáveis para uma vida humana
pautada na liberdade, igualdade e dignidade. São indispensáveis à vida digna. Não existe
um rol predeterminado desses direitos, que passam a existir de acordo com as necessi-
dades humanas ao longo da História.”
Há a característica da historicidade e o princípio da não taxatividade dos direitos
humanos. Ao longo do tempo, a evolução social leva a evolução jurídica.
10m
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Conceitos e Fundamentos
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ASPECTOS TERMINOLÓGICOS:
DIREITOS DO HOMEM: Expressão de cunho jusnaturalista que conota a série de direi-
tos naturais (ou seja, ainda não positivados) aptos à proteção global do homem e váli-
dos em todos os tempos. São direitos que, em tese, ainda não se encontram nos textos
constitucionais ou nos tratados internacionais de proteção.
Direitos ainda não positivados são aqueles que ainda não foram normatizados, legis-
lados. Foi a primeira terminologia utilizada, conota direitos não positivados, direitos que
decorrem da consciência humana.

DIREITOS FUNDAMENTAIS: Expressão afeta à proteção interna dos direitos dos cida-
dãos, ligada aos aspectos ou matizes constitucionais de proteção, no sentido de já se
encontrarem positivados nas Cartas Constitucionais contemporâneas. São direitos
garantidos e limitados no tempo e no espaço, objetivamente vigentes numa ordem jurí-
dica concreta.
15m
São direitos positivados na ordem jurídica interna, ou seja, o que está dentro das
Constituições e leis. A Constituição Federal tutela, por exemplo, o direito à vida, o direito
à liberdade, o direito à igualdade, o direito à segurança e o direito à propriedade.

DIREITOS HUMANOS: Referem-se aos direitos inscritos em tratados e declarações ou


previstos em costumes internacionais.
Materialmente, não há distinção entre direitos fundamentais e direitos humanos,
pois tutelam os mesmos direitos. As diferenças são em relação a aspectos formais e
aspectos de alcance de proteção.
Direitos humanos estão relacionados à positivação dos direitos na seara internacio-
nal, na ordem internacional, ou seja, nos tratados e declarações. Portanto, protegem
a mesma coisa, mas estão formalmente positivados com alcance distinto. Por isso, os
direitos humanos podem ser compreendidos com alcance maior do que os direitos fun-
damentais. A restrição de espaço dos direitos fundamentais está relacionada à matriz
constitucional do Estado o qual positivou.
20m

CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS:

RELATIVIDADE: Os direitos humanos não são absolutos, ou seja, podem sofrer restri-
ções, podem ser limitados.
A vivência em sociedade pode ocasionar conflitos, pois há pessoas diferentes. Não se
pode criar uma hierarquia presumida e absoluta no sentido de que sempre determina-
dos direitos irão preponderar em relação aos outros.

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Conceitos e Fundamentos
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É preciso verificar sempre o caso em concreto e fazer uma ponderação de valores


para ver qual direito vai preponderar no caso concreto. Essa é a ideia da relatividade dos
direitos humanos e da harmonização de direitos humanos.
Podem ser limitados para adequar a outros valores, direitos ou garantias coexisten-
tes na mesma ordem jurídica.
Exemplo: liberdade de expressão x intimidade. Qual o limite? O limite deve ser verifi-
cado em caso concreto.
25m
IMPRESCRITIBILIDADE: Em regra, os direitos humanos não desaparecem com o sim-
ples decurso do tempo. Não se estabelece um prazo para fruição do direito fundamental.

HISTORICIDADE: Os direitos humanos encontram-se em constante modificação, pois


são frutos da evolução histórica da sociedade.
A evolução social leva a evolução jurídica. É nessa característica que se embasa todo o
estudo dos aspectos históricos dos direitos humanos e o estudo das gerações dos direi-
tos humanos.

VEDAÇÃO AO RETROCESSO: Em razão da historicidade dos Direitos Humanos, enten-


de-se que a proteção aos direitos da dignidade da pessoa é expansiva, ou seja, está
sempre em progresso. Portanto, a proteção estatal deve ser sempre evolutiva. A essa
característica chama-se, ainda, proibição de regresso, não retorno ou efeito cliquet.
A vedação ao retrocesso está tão conectada a historicidade que pode ser chamada
de historicidade expansiva.
A linha do tempo significa que ao longo da humanidade, com o passar do tempo, a
evolução social e jurídica leva a uma tutela de uma maior quantidade de direitos.
O efeito cliquet é uma analogia feita com o escalar de uma montanha. O alpinista
representa a humanidade lutando contra a montanha, que representa o Estado. Não se
pode aceitar menos do que o já alcançado.
30m

��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Thiago Silva Medeiros.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela
leitura exclusiva deste material.

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DIREITOS HUMANOS
Características e Eficácia
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CARACTERÍSTICAS E EFICÁCIA
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS

UNIVERSALIDADE
• Os direitos humanos devem ser garantidos a todas as pessoas, independentemente
de grupo, sexo, cor, raça, idade etc.
• Sem qualquer tipo de distinção ou discriminação.

INERÊNCIA
• Os direitos humanos pertencem a todos os indivíduos pela simples circunstância
de serem pessoas humanas. Em suma, basta a condição de ser pessoa humana.
• Característica conectada à própria universalidade dos direitos humanos.

INDIVISIBILIDADE
• A indivisibilidade dos diversos direitos fundamentais indica a necessidade de res-
peito e desenvolvimento de todas suas categorias, invocando a interdependência e
a inter-relação desses direitos.
• Lembre-se da perspectiva histórica dos direitos humanos. Sendo que, em cada
momento da história, a luta pelos direitos humanos era específica (em um primeiro
momento, o foco estava na vida, liberdade e propriedade. Depois, vieram os direitos
sociais, por exemplo).
• A questão é que, apesar de estudarmos tais direitos de forma separada, eles devem
ser entendidos como blocos indivisíveis de direitos.

INTERDEPENDÊNCIA
• Todos os direitos humanos são situados em um mesmo nível, sejam eles civis,
políticos, econômicos, sociais ou culturais, tendo em vista sua interdependência
recíproca, uma vez que suas finalidades devem ser as mesmas.
• Direitos civis e políticos – direitos de liberdade – direitos de 1ª geração.
• Direitos econômicos, sociais ou culturais – direitos de igualdade – direitos de 2ª geração.
• “uma vez que suas finalidades devem ser as mesmas” – isto é, levar dignidade à
pessoa humana.

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Características e Eficácia
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IRRENUNCIABILIDADE
• Não se admite renúncia genérica a um direito humano.
• Atenção: o que pode ocorrer é não exercer temporariamente determinados direi-
tos. Porém, isso não significa que tal direito foi renunciado.
• Exemplo: o direito de imagem é um direito humano/fundamental. Ele não pode, em
regra, ser renunciado ou alienado. Mas veja: note que o professor está cedendo,
temporariamente, a sua imagem para o Gran Concursos.
5m

INALIENABILIDADE
• Os direitos humanos não podem ser negociados. Essa característica exclui atos de
disposição dos direitos fundamentais, tais como venda ou doação.

PRIMAZIA DA NORMA MAIS FAVORÁVEL


• Os direitos humanos não podem ser empregados para eliminar direitos ou para jus-
tificar a inobservância de um direito. Diante de um conflito entre duas normas de
direitos humanos, deve ser aplicada aquela que melhor proteja a dignidade humana.
• Relação com a ideia de relatividade – o que prepondera é aquilo que for mais digno.
Em outras palavras, aquilo que prevalecer baseado em uma harmonização de direi-
tos coexistentes.
• Ponderação de valores dentro de um caso concreto.

FUNDAMENTOS DOS DIREITOS HUMANOS


• Ao estudar os fundamentos, estuda-se as “tentativas” de explicação sobre os ali-
cerces/bases de desenvolvimento dos direitos humanos.
• Aqui, veremos as 3 correntes clássicas que procuraram entender os fundamentos
dos direitos humanos. São elas: Jusnaturalismo, Positivismo e Moralismo.

Teoria Jusnaturalista

• “Fundamenta os direitos humanos em uma ordem superior, universal, imutável e


inderrogável. Por essa teoria, os direitos humanos fundamentais não são criação
dos legisladores, tribunais ou juristas, e, consequentemente, não podem desapare-
cer da consciência dos homens.
• Mais força nos séculos XVII e XVIII, com os contratualistas.

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Características e Eficácia
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• “ordem superior” – considerando a doutrina clássica, tal ordem superior faz refe-
rência a uma ordem divina.
• Ou seja, os direitos humanos decorrem de uma criação de Deus, conforme o enten-
dimento dos jusnaturalistas clássicos.
10m
• E, adotando essa perspectiva, as demais características são constatações dessa
“ordem divina”.
– A universalidade decorre do fato de Deus ser uno.
– A imutabilidade também decorre do fato de Deus ser imutável (o tempo é irrele-
vante para Deus).
– E inderrogável, pois não tem como revogar algo que Deus criou.

• São direitos inatos.


• Século XVIII → expressão “direitos do homem”.
• A doutrina contemporânea entende que o jusnaturalismo, por si só, não consegue
explicar/fundamentar os direitos humanos. De forma que outras teorias tentaram
superá-la.
• Especialmente, se critica a questão da imutabilidade dos direitos humanos dentro
da perspectiva jusnaturalista. Porque isso se contrapõe à ideia de historicidade e
evolução dos direitos humanos.

Teoria Positivista

• “Fundamenta a existência dos direitos humanos na ordem normativa, enquanto legítima


manifestação da soberania popular. Desta forma, somente seriam direitos humanos
fundamentais aqueles expressamente previstos no ordenamento jurídico positivado.
• Ou seja, saímos da ordem superior para uma ordem normativa – só se considera
direito humano aquilo que estiver positivado/legislado.
• Sendo assim, deixa de ser uma criação divina e passa a ser uma criação do homem.
• Note que essa teoria, por si só, também não é capaz de fundamentar os direitos humanos.
15m
• Inúmeras gerações podem ficar desprotegidas de determinados direitos se depen-
der do legislador para normatizar um direito.
• Além disso, o positivismo exagerado pode gerar a possibilidade de tiranias serem criadas.

Teoria Moralista

• “Fundamenta os direitos humanos na “experiência e consciência moral de um


determinado povo”, ou seja, na convicção social acerca da necessidade da proteção
de determinado valor.”
• Também pode aparecer como Teoria de Perelman.

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Características e Eficácia
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• Em outras palavras, a fundamentação dos direitos humanos naquilo que um deter-


minado povo acredita como certo ou errado, ou seja, a sua moral.
• Porém, ao aprofundar o estudo da ética e da moral, entende-se que a “moral” está
muito associada ao tempo e espaço. Ou seja, a moral de hoje é bem diferente da
moral de séculos atrás. Além disso, a moral que se desenvolveu no Ocidente é bem
diferente da moral que se desenvolveu no Oriente.
• Sendo assim, considerando que a moral pode ser muito diferente de acordo com o
tempo e o espaço de cada povo, isso levaria a diferentes fundamentações dos direi-
tos humanos.
• E isso é um problema diante da internacionalização dos direitos humanos na con-
temporaneidade. Lembre-se que a ideia, atualmente, é levar os direitos humanos
para todos, sem qualquer tipo de distinção.
• Logo, essa ideia de “moral” quebra a característica da universalidade dos direi-
tos humanos.
• Então, mais uma vez, a teoria moralista, por si só, não consegue fundamentar os
direitos humanos.
20m

Para Alexandre de Moraes: “essas teorias se completam, devendo coexistirem, pois


somente a partir de uma consciência social (Teoria de Perelman), baseada principal-
mente em valores fixados na crença de uma ordem universal, superior e imutável (Teoria
Jusnaturalista), é que o legislador ou tribunais encontram substrato político e social
para reconhecerem a existência de determinados direitos fundamentais como integran-
tes do ordenamento jurídico (Teoria Positivista).”

• Perspectiva muito associada ao pós-positivismo.

Referência para entender a teoria contemporânea de direitos humanos:

• Professora Flávia Piovesan.


• Dignidade da pessoa humana como fundamento dos direitos humanos.
• E isso vale tanto para os direitos humanos quanto para a própria República Federa-
tiva do Brasil (art. 1º, III, CF).

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Características e Eficácia
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EFICÁCIA DOS DIREITOS HUMANOS

EFICÁCIA VERTICAL
• Consiste na aplicação dos direitos humanos às relações entre Estado e particulares.
Relação de subordinação que o particular tem com o Estado.

25m

EFICÁCIA HORIZONTAL
• Consiste na aplicação dos direitos fundamentais às relações entre particulares.

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Características e Eficácia
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EFICÁCIA DIAGONAL
• Consiste na aplicação dos direitos humanos à relação entre particulares, nas quais
existe um desequilíbrio fático.
• Busca reequilibrar juridicamente a relação nas situações em que a realidade fática
revela que um dos envolvidos está em posição de desvantagem em relação ao outro.
• Especialmente, nas relações de trabalho (patrão-empregado) e nas relações de con-
sumo (empresa-consumidor).

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Thiago Silva Medeiros.
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DIREITOS HUMANOS
Gerações
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GERAÇÕES
GERAÇÕES DOS DIREITOS HUMANOS:
Karel Vasak, em 1979, utilizou o termo ‘gerações’. Contudo, esse termo é criticado
por outros autores. Alguns autores utilizam os termos ‘dimensões dos direitos humanos’,
‘eras dos direitos humanos’ e ‘ondas dos direitos humanos’.
Trata-se de um estudo histórico sobre os direitos humanos, que faz uma analogia à
tríade da Revolução Francesa (Liberdade, Igualdade e Fraternidade).
1ª GERAÇÃO DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS LIBERDADE
Efetivação: liberdade negativa (não
fazer); Vida, liberdade (liberdade de expres-
Direitos individuais, direitos de Postura estatal: absenteísta. são, liberdade de locomoção e liber-
resistência, direitos de oposição e Contexto histórico: Independência dade religiosa), igualdade formal,
direitos de defesa. dos Estados Unidos (1976) e Revo- propriedade, participação política
lução Francesa (manifestada pelo voto).
(1789).

Os direitos de 1ª geração devem ser vistos na relação vertical, que é a relação entre
Estado e indivíduo. A ideia principal dos direitos de 1ª geração é criar cortinas de prote-
ção do indivíduo perante o poder estatal.
Os direitos de 1ª geração também podem ser chamados de direitos individuais, direi-
tos de resistência, direitos de oposição e direitos de defesa.
5m
Para esses direitos serem efetivados depende de uma atuação específica do Estado.
O ente competente no sentido de efetivar esses direitos é o Estado.
Viver com dignidade é ter o mínimo necessário de direitos sociais, de saúde, de edu-
cação, de lazer, de transporte e de moradia. Porém, pela perspectiva histórica, quando
se fala em direito à vida, se trata a vida pela perspectiva biológica, ou seja, a vida é o
direito de estar vivo, de não ser morto pelo Estado.
Quando se analisa pelo aspecto da efetivação, da implementação dos direitos, che-
ga-se à conclusão que esses direitos são negativos, dependem de um não fazer.
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DIREITOS HUMANOS
Gerações
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DIREITOS SOCIAIS, ECONÔMICOS


2ª GERAÇÃO IGUALDADE MATERIAL
E CULTURAIS
Efetivação: liberdade positiva
(ação do Estado);
Postura estatal: prestacionista;
Direitos prestacionais, positivos Contexto histórico: Constituição Trabalho, educação, saúde, mora-
(ação do Estado). Mexicana (1917), Organização dia digna, reforma agrária.
Internacional do Trabalho - OIT
(1919) e Constituição Weimar
(1919).

Existem dois tipos de igualdade: pode ser vista na perspectiva formal e material.
A igualdade formal é a igualdade perante a lei, que não considera as diferenças entre
os indivíduos. Esse tipo nem sempre leva a justiça social, pois os indivíduos, em sua
essência, são diferentes e estão em situações diferentes.
A igualdade material é a igualdade real, substancial, aristotélica, igualdade da jus-
tiça social, que compreende a diferença entre os indivíduos e, partindo das diferenças,
impõe um tratamento diferente a cada um deles.
15m
O trabalho representa uma relação horizontal entre indivíduo e indivíduo que no seu
nascedouro já é desigual. De um lado há o patrão e do outro lado o empregado. O empre-
gado é o vulnerável e, portanto, normas devem ser criadas para proteger o trabalhador
do empregador.
A ideia dos direitos sociais é estabelecer o equilíbrio da balança da justiça social. A
ideia dos direitos sociais é encontrar vulnerabilidades e equilibrar a balança através de
ações prestativas do Estado no trabalho, na educação, na saúde, no transporte, no lazer
e na moradia.
20m
FRATERNIDADE/SOLIDARIE-
3ª GERAÇÃO DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS
DADE
Meio ambiente, paz, progresso,
Direitos transindividuais, transge- autodeterminação dos povos,
racionais. acesso aos meios de comunicação
(internet).

25m
O termo transindividual significa que transcende o indivíduo e passa a ser de toda
a coletividade.
Não há um contexto histórico bem definido para a 3ª geração.
Os direitos de 3ª geração estão em constante evolução, podendo ser chamados de
transgeracionais. Por exemplo, a luta por um meio ambiente saudável, equilibrado, é
também para as gerações futuras.

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DIREITOS HUMANOS
Gerações
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A POLÊMICA SOBRE AS DEMAIS GERAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS:


Não bastasse o próprio critério geracional ser bastante criticado, há autores que
ampliam o número de gerações, defendendo até direitos de sexta geração.
30m
4ª GERAÇÃO: Norberto Bobbio - bioética, situações que envolvam tecnologia asso-
ciada ao desenvolvimento da engenharia genética.
Paulo Bonavides - direitos de informação, transparência, imprensa livre. Para chegar
à democracia, é preciso que o cidadão tenha informação com transparência estatal.
5ª GERAÇÃO: Paulo Bonavides - direito à paz.
Antônio Wolkmer e José Alcebíades de Oliveira - tecnologia relacionada às inovações
tecnológicas, ciberespaço (realidade virtual).
35m
6ª GERAÇÃO: Zulmar Fachin e Deise Marcelino da Silva - água potável.

Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre-
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A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura
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CONCURSO NACIONAL UNIFICADO (CNU)
Status de Jellinek e Estrutura
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STATUS DE JELLINEK E ESTRUTURA


CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

Os status PASSIVO e ATIVO devem ser vistos sob a perspectiva do INDIVÍDUO (é o


indivíduo que se encontra em situação de passividade e é o indivíduo que se encontra em
situação ativa), enquanto os status NEGATIVO e POSITIVO devem ser vistos sob a pers-
pectiva do ESTADO.
No status PASSIVO, podemos citar como exemplos: normas que trazem restrições de
circulação (como ocorreu na pandemia), de manifestação, de reuniões. A relação jurídica
vem de uma imposição estatal ao indivíduo, que fica em uma situação de passividade, de
subordinação à vontade do Estado. Qualquer norma jurídica que trouxer uma restrição
de direitos ao indivíduo será classificada como STATUS PASIVO DE JELLINEK.

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CONCURSO NACIONAL UNIFICADO (CNU)
Status de Jellinek e Estrutura
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No status ATIVO, podemos citar como exemplos: o exercício de direitos políticos,


que não se restringe ao direito de voto. Qualquer manifestação política é uma forma
5m
de exercitar direitos políticos. Quando se manifesta politicamente, tem-se o poder de
influenciar a vontade do Estado.
No status NEGATIVO, percebe-se que a postura de “não fazer” remete à postura
absenteísta (direitos negativos, para efeitos de efetivação dos direitos de liberdade),
que é a postura do Estado de não intervir na esfera dos direitos individuais (1ª geração),
nos direitos civis e políticos, nos direitos de liberdade.
No status POSITIVO, percebe-se a postura prestacionista do Estado, no sentido de
fazer algo (direitos positivos, associados aos direitos sociais; 2ª geração).
A banca, provavelmente, tentará confundir o candidato entre os status PASSIVO e
NEGATIVO, assim como entre os status ATIVO e NEGATIVO. Por isso a importância de
lembrar quando se está sob a perspectiva do INDIVÍDUO e quando se está sob a perspec-
tiva do ESTADO.
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ESTRUTURA NORMATIVA DOS DIREITOS HUMANOS

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CONCURSO NACIONAL UNIFICADO (CNU)
Status de Jellinek e Estrutura
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O estudo da estrutura normativa dos direitos humanos pode ser feito de duas formas.
Na primeira, olha-se para as normas e faz-se uma constatação se aquelas normas
possuem estrutura FECHADA ou ABERTA. Na estrutura FECHADA de normas, temos as
normas que não admitem muita interpretação, aplicação de princípios (são mais obje-
tivas). Na estrutura ABERTA, as normas admitem uma maior interpretação no caso con-
creto, uma extensão de significados, uma aplicação principiológica. Normas de direitos
humanos necessariamente possuem uma estrutura ABERTA, por admitirem princí-
pios, interpretações, harmonizações de direitos no caso concreto. A própria CF, em seu
artigo 5º, §§2º, afirma que o rol de direitos fundamentais previstos nesse artigo não é
exaustivo, é meramente exemplificativo (não exclui aqueles que derivam dos regimes
e princípios adotados pela CF nem aqueles derivados de tratados internacionais de
direitos humanos).
Na segunda forma (preferida pelas bancas examinadoras), adota-se a Teoria do
Professor André de Carvalho Ramos, que prevê quatro grupos de direitos: direito–pre-
tensão, direito–liberdade, direito–poder e direito–imunidade, tal como retratado na
figura acima.
No direito–pretensão, pode-se verifica–lo tanto nas relações verticais (eficácia ver-
tical, entre indivíduo e Estado) quanto nas relações horizontais (entre particulares, entre
indivíduos). Na perspectiva do indivíduo em relação com o Estado, é preciso notar que
ele busca algo. Essa busca do indivíduo gera para o Estado o dever de prestar, tal como
nos direitos de 2ª geração (direitos sociais, como o de educação básica, por exemplo.
15m
No direito–liberdade, olhando-se para a relação indivíduo–Estado, o indivíduo
possui a faculdade, a escolha, a discricionariedade de agir. Para que esse indivíduo exerça
essa faculdade de agir, é necessário que o Estado não intervenha (postura absenteísta,
ausência do Estado). Nesse sentido, pode-se fazer uma associação com os direitos de
1ª geração, como o de liberdade religiosa, por exemplo.
No direito–poder, olhando-se novamente para a relação indivíduo–Estado, o indiví-
duo possui a faculdade de exigir algo do Estado. São situações em que o Estado terá que
20m
se sujeitar àquela exigência (sujeição do Estado). A título de exemplo, podemos citar
a prisão em flagrante, em que o preso pode exigir o contato com sua família (imediata
comunicação da prisão, assistência familiar para o preso em flagrante). Neste caso, a
função do Delegado é a de se sujeitar à exigência do indivíduo preso.
No direito–imunidade, imaginemos que existe uma autorização ou inviolabilidade
(inviolabilidade de correspondência e inviolabilidade domiciliar, por exemplo) dada por
uma norma. Essa imunidade ou inviolabilidade acaba gerando para o Estado um impe-
dimento de agir.
25m

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CONCURSO NACIONAL UNIFICADO (CNU)
Status de Jellinek e Estrutura
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Compreendido o assunto abordado, é importante alertar que, nas questões de concurso


sobre esse tema, as bancas são muito fieis ao texto do Professor André e aos exemplos por
ele trazidos (apresentados também ao logo da presente aula). Nesse sentido, ao responder
as questões, é preciso olhar para as palavras e frases–chave que compõem o assunto.

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DIREITOS HUMANOS
Questões
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QUESTÕES

1. Sobre a eficácia dos direitos fundamentais, analise as afirmativas a seguir.

I – A eficácia vertical dos direitos fundamentais foi desenvolvida para proteger os


particulares contra o arbítrio do Estado, de modo a dedicar direitos em favor das
pessoas privadas, limitando os poderes estatais.
II – A eficácia horizontal trata da aplicação dos direitos fundamentais entre os particu-
lares, tendo na constitucionalização do direito privado a sua gênese.
III – A eficácia diagonal trata da aplicação dos direitos fundamentais entre os particu-
lares nas hipóteses em que se configuram desigualdades fáticas.

Está correto o que se afirma em:


a. III, apenas.
b. I e III, apenas.
c. II e III, apenas.
d. I e II, apenas.
e. I, II e III.

Na assertiva I, é abordada corretamente a eficácia vertical dos direitos humanos, em que a


finalidade é proteger o indivíduo limitando os poderes do Estado. Na assertiva II, a eficácia
horizontal foi apresentada de forma correta, já que se a relação é entre particulares, fala-
se de direito privado. Na assertiva III, também correta, é apresentada a eficácia diagonal,
que tem como exemplos as relações consumeristas, trabalhistas, que já nascem em uma
desigualdade fática, onde um indivíduo está em situação de subordinação, de vulnerabilidade
fática em relação ao outro.

2. No que se refere aos direitos e às garantias fundamentais, julgue o item.

�(  ) O status positivo dos direitos fundamentais descreve a capacidade do indivíduo


de influir na vontade estatal.

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DIREITOS HUMANOS
Questões
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Nessa temática, a tendência é a banca tentar nos confundir entre os status ativo e o status
positivo. Para que isso não ocorra, basta lembrar que se estou olhando para o indivíduo,
tenho o indivíduo ativo/passivo, enquanto se olho para o Estado, classifico entre negativo
e positivo. Nesse sentido, a assertiva está incorreta, pois se o indivíduo está em posição de
influenciar a vontade estatal, não se trata de status positivo, e sim de status ativo de Jellinek.

3. Com relação a noções de direitos humanos, julgue o item a seguir.

�(  ) Os direitos humanos podem ser renunciados em situações extremas, como


calamidades públicas, por exemplo.

Sobre este assunto, deve-se pautar pela regra: os direitos humanos são irrenunciáveis. É
justamente em momentos de calamidade pública que nossos direitos humanos devem ser
preservados (direito à integridade física, à vida, à propriedade). Não se admitem renúncias
genéricas aos direitos humanos, aos direitos fundamentais.
5m

4. A respeito de ética, cidadania e direitos e humanos, julgue o item a seguir.

�(  ) Para a teoria moralista, os direitos humanos são aqueles expressamente previstos
na norma positiva.

A assertiva foi apresentada de forma incorreta, pois possuímos três teorias que tentam
fundamentar os direitos humanos: a jusnaturalista, a positivista e a moralista. A primeira
está associada a uma ideia de ordem superior, universal, inderrogável e imutável, ligada
aos direitos naturais, inatos ao ser humano. A segunda decorre de uma ordem normativa
positivada, em que o homem é o criador dos direitos humanos, só podendo ser considerado
como tal aquilo que está devidamente positivado, normatizado dentro das leis, dentro das
constituições. Por fim, para a terceira teoria, os direitos humanos estão fundamentados em
uma consciência social, moral de determinado povo, havendo uma associação da moral com
o fundamento de direitos humanos, sendo criticada por não existir um conceito universal
de moral. Nesse sentido, a assertiva se refere à teoria positivista, e não à teoria moralista,
como afirmado.

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5. Acerca do conceito, da abrangência e da evolução dos direitos humanos, julgue o


seguinte item.

�(  ) Embora seja objeto de tratados e convenções internacionais, a proteção aos


direitos humanos limita–se ao âmbito de cada nação, em atenção ao princípio da
soberania.

A assertiva está incorreta, pois contraria o aspecto da universalidade dos direitos humanos,
contraria o processo de internacionalização dos direitos humanos, contraria a concepção
de soberania estatal. O princípio da soberania (principalmente no pós 2ª Guerra Mundial),
passou a ser relativizado, devendo ser compreendido de forma diferente após a criação
das Nações Unidas, da Declaração Universal dos Direitos Humanos, após o término da 2ª
Guerra Mundial. Para que o processo de internacionalização ocorra, é preciso entender que
a soberania não é absoluta, ela é relativa, pois s um indivíduo estiver sofrendo violações a
direitos humanos em território nacional, ele pode ser tutelado por normas internacionais.
Nesse sentido, o alcance, a proteção dos direitos humanos não ocorre somente no âmbito
de cada nação, sendo de âmbito universal.

6. Com relação aos direitos humanos, julgue o próximo item.

�(  ) Os direitos humanos, que consistem em um conjunto de direitos indispensáveis


à vida digna, fundamentam-se nas Constituições e em tratados internacionais
e sustentam-se no reconhecimento de que todo indivíduo tem direito a ter
direitos.
10m

Considerando o termo “direitos humanos” em lato sensu, a assertiva está correta. Se a


questão estivesse abordando terminologia, poderíamos contrariar a assertiva, já que quando
há previsão nas “Constituições”, o termo mais adequado é “direitos fundamentais”, mas não
foi o caso da questão.

7. Os direitos humanos constituem matéria cuja tutela não se reserva unicamente


ao âmbito doméstico dos Estados nacionais, mas também ocupa lugar na agenda da
comunidade internacional. Sobre a teoria contemporânea dos direitos humanos, assinale
a alternativa correta.
a. Os Direitos Humanos de defesa relacionam-se com a prerrogativa de a pessoa solicitar
uma conduta ativa do Estado a fim de promover seus direitos fundamentais.

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b. Pode-se afirmar que a concepção contemporânea de Direitos Humanos é marcada pela


universalidade e pela divisibilidade desses direitos.
c. Pode ser conferida interpretação aos artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos
(1948) de forma que o exercício de um direito ali previsto anule ou restrinja o exercício de
outro, destruindo esse último direito.
d. Positivistas como Hans Kelsen e Alf Ross afirmam que os direitos humanos são direitos
inatos à pessoa, que decorrem da sua própria condição de ser humano.
e. A partir de um resgate da visão kantiana, a única condição exigida para que alguém seja
titular de Direitos Humanos é sua condição de ser humano.

Na alternativa “a”, quando se fala em “direitos de defesa”, lembra-se da relação vertical


entre Estado e indivíduo, dos direitos de 1ª geração (de liberdade, civis e políticos), buscando
uma conduta negativa (absenteísta), e não ativa do Estado para efetivar esses direitos.
Na alternativa “b”, a assertiva peca ai afirmar que a concepção contemporânea de direitos
humanos é marcada pela divisibilidade, já que os direitos humanos devem ser vistos como
um bloco indivisível, interdependente e inter-relacionado (o fato de estudarmos as gerações
de direitos humanos não significa que são blocos divisíveis, devendo ser efetivada sua
totalidade). Na alternativa “c”, assertiva está incorreta, pois deve-se lembrar que os direitos
humanos são indivisíveis, interdependentes, havendo relatividade entre eles durante sua
coexistência e, nos casos práticos, havendo uma ponderação de valores em que se prioriza
um direito, mas sem anular, restringir ou destruir o outro (aplicação conjunta, integrada
de direitos). Na alternativa “d”, a assertiva erra no conceito do positivismo jurídico, que, na
verdade, entende que as normas decorrem da ordem normativa (são criação do legislador),
não sendo direitos inatos (decorrentes dos jusnaturalistas), são direitos criados pelo homem.
15m
Por fim, a alternativa “e” apresenta corretamente uma das características dos direitos
humanos, que é a inerência, que decorre da sua universalidade, pregando que basta ser
humano para ser titular de direitos humanos.

8. A respeito dos marcos históricos, fundamentos e princípios dos direitos humanos,


assinale a opção correta.
a. Segundo a doutrina contemporânea, direitos humanos e direitos fundamentais são
indistinguíveis; por isso, ambas as terminologias são intercambiáveis no ordenamento jurídico.
b. Os direitos humanos estão dispostos em um rol taxativo, que foi internalizado pelo
ordenamento jurídico brasileiro com a promulgação da Constituição Federal de 1988.
c. No Brasil, os direitos políticos são considerados direitos humanos e seu exercício pelos
cidadãos se esgota no direito de votar e de ser votado.

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d. A dignidade da pessoa humana, princípio basilar da Constituição Federal de 1988, é


fundamento dos direitos humanos.
e. Em razão do princípio da imutabilidade, os direitos humanos reconhecidos na Revolução
Francesa permanecem os mesmos ainda na atualidade.

Na alternativa “a”, a assertiva está errada, pois a doutrina contemporânea entende que
existe diferença entre esses termos. Os direitos humanos se referem à ordem normativa
internacional, enquanto os direitos fundamentais se referem à ordem normativa interna.
Na alternativa “b”, a assertiva peca ao afirmar que os direitos humanos estão dispostos
em um rol taxativo, já que a estrutura normativa dos direitos humanos é aberta, o rol é
exemplificativo, não podendo ser excluídos aqueles direitos decorrentes do regime e dos
princípios adotados pela CF, nem aqueles derivados dos tratados internacionais de direitos
humanos (fala-se inclusive em direitos humanos implícitos, como, por exemplo, o direito à
felicidade, à internet). Na alternativa “c”, a assertiva está incorreta, pois afirma que o exercício
dos direitos políticos se esgota no direito de votar e ser votado, pois qualquer manifestação
política é uma forma de exercício dos direitos políticos. Na alternativa “d”, a assertiva associa
corretamente um “princípio basilar” da CF a um princípio fundamental (art. 1º ao 4º da CF),
onde se encontra o princípio da dignidade da pessoa humana no inciso III do art. 1º como
fundamento da República Federativa do Brasil , que também é um fundamento dos direitos
20m
humanos segundo uma das visões contemporâneas de seus fundamentos (como leciona
a Professora Flávia Piovesan). Já na alternativa “e”, a assertiva está incorreta, pois não se
pode afirmar que os direitos previstos na Revolução Francesa são os mesmos da atualidade,
onde tratava-se apenas de direitos civis, de direitos de liberdade, direitos de 1ª geração (de
lá para cá, desenvolveram-se, em grande evolução, direitos sociais, econômicos, culturais,
direitos difusos e coletivos, configurando sua historicidade, baseada em sua mutabilidade).

9. Em relação aos direitos humanos, é correto afirmar:


a. São aqueles previstos no plano interno dos Estados pelas Cartas Constitucionais.
b. São aqueles que ainda não estão expressamente previstos no direito interno ou no direito
internacional.
c. São menos amplos que os direitos fundamentais quanto à proteção dos direitos individuais.
d. São aqueles protegidos pela ordem internacional.
e. Podem sofrer limitações em razão de interesse dos Estados.

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Na alternativa “a”, a assertiva está incorreta, pois não se trata de direitos humanos, e sim
de direitos fundamentais. Na alternativa “b”, a assertiva está incorreta, pois não se trata
de direitos humanos, e sim de direitos do homem (não estão positivados). Na alternativa
“c”, a assertiva está incorreta, pois os direitos humanos, por serem tutelados por tratados
internacionais, em perspectiva universal, acabam sendo mais amplos do que os direitos
fundamentais, que possuem tutela nacional. Na alternativa “d”, a assertiva apresenta uma
afirmação correta ao apresentar a tutela internacional dos direitos humanos. Por fim, na
alternativa “e”, a assertiva erra ao afirmar que podem sofrer limitação por interesse dos
Estados, já que a limitação pode vir pelo interesse do outro, de um terceiro (em um eventual
conflito de interesses em que pode haver uma limitação, uma relativização desses direitos),
e não por parte do Estado, que é garantidor do direito e não pode limitá-lo em prol de seus
interesses.
25m

10. Com base no Direito Internacional dos Direitos Humanos, os direitos humanos são:
a. regidos pela proibição do retrocesso (“efeito cliquet”) porque é vedado que se diminua
ou amesquinhe a proteção que já alcançaram.
b. irrenunciáveis porque não se perdem com a passagem do tempo.
c. universais porque são atribuídos a todos os seres humanos, com exceção dos apátridas.
d. exauríveis, o que significa que o rol de direitos positivados é taxativo, podendo ser ampliado
somente por meio de novos tratados internacionais.
e. imprescritíveis porque não é possível atribuir-lhes uma dimensão pecuniária para fins
comerciais.

Na alternativa “a”, é apresentado corretamente o princípio da proibição do retrocesso, “efeito


cliquet” (também chamado de historicidade expansiva, já que, com o passar da história,
vamos evoluindo e aumentando a tutela dos direitos humanos, não aceitando retrocessos).
Na alternativa “b”, a assertiva está incorreta, pois “não se perder com a passagem do tempo”
está relacionado a outra característica, que é a imprescritibilidade, e não à irrenunciabilidade,
como afirmado. Na alternativa “c”, a assertiva erra ao restringir excluindo os apátridas
(não–distinção, não–restrição). Na alternativa “d”, a assertiva está incorreta pois os direitos
humanos são não–exauríveis, sendo o seu rol apenas exemplificativo. Por fim, na alternativa
“e”, a assertiva está incorreta, pois a justificativa apresentada não possui qualquer relação
com a imprescritibilidade, e sim com a inalienabilidade dos direitos humanos.
30m

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GABARITO
1. e
2. e
3. e
4. e
5. e
6. c
7. e
8. d
9. d
10. a

��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Thiago Silva Medeiros.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela
leitura exclusiva deste material.

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