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EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

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Direitos Humanos
A CF/88 para se referir aos direitos previstos
Conceito de Direitos Humanos: nos Tratados Internacionais utiliza a expressão
“direitos humanos” (CF, Art. 5ª §3ª). Já, para
Podermos definir Direitos Humanos como o conjunto tratar sobre os direitos nela positivados utiliza a
expressão”direitos e garantias fundamentais”
de regras e direitos que materializam a dignidade (Título II).
humana. Em outras palavras, são os direitos
imprescindíveis para a dignidade humana. Características dos Direitos Humanos:
Para Bruna Pinotti Garcia Oliveira e Rafael de Lazari:
Vamos falar um pouco sobre as características dos
“Direitos Humanos são aqueles inerentes ao homem direitos humanos! O rol de características dos
enquanto condição para sua dignidade, e que direitos humanos variam na doutrina. Pra você eu
usualmente são descritos em documentos trouxe as características mais importantes e as mais
internacionais para que sejam mais seguramente cobradas em prova de concurso. São elas:
garantidos. Ainda não se pode perder de vista a
essência da finalidade dos direitos humanos, que é a • Historicidade;
proteção da dignidade da pessoa humana, • Universalidade;
resguardando seus atributos mais fundamentais. A • Relatividade;
conquista de direitos da pessoa humana é, na verdade, • Irrenunciabilidade;
• Inalienabilidade
uma busca da dignidade da pessoa humana.”
• Imprescritibilidade;
Percebeu como falamos em dignidade da pessoa • Unidade (indivisibilidade ou interdependência)
humana para conceituar Direitos Humanos!? Então
muita atenção. A dignidade humana é o princípio Inalienabilidade e irrenunciabilidade. Aprenda quais
norteador dos direitos humanos. são as características dos direitos humanos, pois elas
despencam nas provas. Falarei um pouco sobre cada
uma dessas características!

Historicidade: Os direitos humanos são frutos de um


processo evolutivo histórico (temporal). Eles
resultaram de lutas e reconhecimento ao longo do
tempo. Os direitos humanos não surgiram, todos, de
um dia para o outro, mas foi fruto de um processo
gradativo ao longo do tempo.

Universalidade: Os direitos humanos alcançam


Direitos Humanos X Direitos Fundamentais: todos, independente de cor, religião, opção sexual,
ideologia, etc. Aqui surge uma questão importante: A
Agora vamos trabalhar um ponto interessante: prioridade de proteção a alguns grupos, como idosos
Direitos humanos e direitos fundamentais significam a e mulheres, fere a característica da universalidade
mesma coisa? Vamos lá! A doutrina aponta que dos direitos humanos? Não! Não caia nessa
ontologicamente não há diferença entre direitos pegadinha! Bruna Pinotti Garcia Oliveira e Rafael de
humanos e direitos fundamentais. Porém, é possível Lazari respondem ao questionamento da seguinte
diferenciar-lhes no que se refere a positivação forma:

Em uma primeira questão importante a ser


trabalhada, a característica da universalidade não
apenas defende a proteção equivalente a todos,
como também importa dizer que determinados

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grupos são mais necessitados e, portanto, devem mais fácil, te darei um exemplo: Você tem direito a
receber maiores doses de proteção por parte do liberdade expressão, certo? Isso te dá o direito de
Estado. Afinal, dentro da concepção de democracia, ofender a honra das pessoas? Não! É exatamente
está a discussão entre minorias e maiorias, sendo nesse ponto que surge a relatividade dos direitos
sabido que as minorias, historicamente desprotegidas, humanos. O direito de se expressar não é
necessitam de maior carga protetiva exatamente para absoluto, podendo ser relativizado para impedir a
fornecer um ideal de igualdade material (ou ofensa a outras pessoas. Portanto, os direitos,
substancial). Deste modo, quando se acena para um quando se chocam, devem se harmonizar e
sempre se adequarem a outros valores também
Estatuto do Idoso (Lei nª 10.741/2003), para um
protegidos.
Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nª
8.069/90), para a Lei Maria da Penha (Lei nª Irrenunciabilidade: Os direitos humanos não podem
11.340/2006), para o Estatuto da Igualdade Racial (Lei
nª 12.888/2010), para o Estatuto do Torcedor (Lei nª ser renunciados. As pessoas não possuem a
faculdade de renunciar a sua dignidade.
10.671/2003), para o Código de Proteção e Defesa do
Consumidor (Lei nª 8.078/1990), dentre outros, tais Inalienabilidade: Os direitos humanos não podem
diplomas normativos não apenas não contrariam a
ser vendidos. Eles são intransferíveis e inegociáveis.
retórica da universalidade dos direitos humanos
Por exemplo, ninguém pode vender o direito a
(pode-se, equivocadamente, pensar que isto
liberdade de expressão.
demonstra apenas uma proteção setorial e puramente
privilegiadora), como servem para colocar em posição Imprescritibilidade: Os direitos humanos são
de equivalência e de proteção suficiente, grupos que exigíveis a qualquer tempo, não se perdendo com o
nem sempre gozaram desta ótica protecionista. É passar do tempo. Usando ou não usando esses
dizer: tais diplomas não trazem privilégios a direitos, ele sempre existirá, não havendo a
determinados setores, mas, sim, atribuem possibilidade de prescrição.
equivalência de direitos entre maiorias e minorias. O
A pretensão da reparação econômica decorrente de
mesmo se pode afirmar quanto aos inúmeros
tratados internacionais que voltam atenção á uma violação aos direitos humanos pode prescrever.
proteção de grupos vulneráveis. Por exemplo, há um prazo para se ajuizar uma ação
de dano moral oriunda de uma violação à imagem. O
que não prescreve é o direito em si, sempre havendo
Outra questão importante:
possibilidade destes serem gozados, respeitados e
protegidos.
Os direitos humanos são extensíveis aos animais?
Não! É notório que cada vez mais os animais vêm Unidade (indivisibilidade ou interdependência): Os
ganhando espaço nas discussões jurídicas. Pra mim direitos humanos não são divisíveis. Eles formam um
esse é um ponto extremamente positivo. Porém, conjunto de direitos interdependentes. Em suma, os
prevalece na doutrina que os direitos humanos não direitos humanos formam um bloco único de
são extensíveis aos animais. Atualmente, outros ramos direitos.
do direito fazem essa proteção, por exemplo, o Direito
Ambiental. Não há hierarquia entre os direitos humanos. Todos
são importantes para proteção da dignidade
Relatividade: Os direitos humanos não são absolutos.
humana. Havendo colisão entre esses direitos deve
Eles podem sofrer limitações. Diz o professor Rafael
Barreto: haver uma harmonização dos bens jurídicos no caso
A ideia de relativização dos direitos humanos surge da concreto. Foi isso que vimos quando estudamos a
necessidade de adequá-los a outros valores característica da relatividade, lembra?
coexistentes na ordem jurídica, mormente quando se
entrechocam, surgindo a necessidade de relativizar e
harmonizar os bens jurídicos em colisão. Para ficar

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• Antiguidade (período compreendido entre os


séculos VIII e II a.C.): Primeiro passo rumo à
afirmação dos direitos humanos. Temos filósofos
dessa época com influência até os dias de hoje
(Zaratustra, Buda, Confúcio), cujo ponto em comum
foi a adoção de códigos de comportamento
baseados no amore respeito ao próximo.

• Antigo Egito: Temos o reconhecimento de direitos


de indivíduos na codificação de Menes (3100-2850
a.C.).

• Suméria antiga: Edição do Código de Hammurabi,


na Babilônia (1792-1750 a.C.) primeiro código de
normas de condutas, preceituando esboços de
direitos dos indivíduos, consolidando os costumes e
estendendo a lei a todos os súditos do Império.

• Suméria e Pérsia: Edição, por Ciro II, no século VI


a.C., de uma declaração de boa governança.

Evolução Histórica dos Direitos Humanos:

Como já afirmamos, uma das características dos • China: Nos séculos VI e V a.C., Confúcio lançou
direitos humanos é a historicidade (evolução dos as bases para sua filosofia, com ênfase na defesa
direitos humanos com o passar do tempo). Portanto, do amor aos indivíduos.
ao logo do tempo e em diferentes períodos da história
do homem, os direitos humanos foram se • Budismo: Introduziu um código de conduta pelo
desenvolvendo. Diz Noberto Bobbio: qual se prega o bem comum e uma sociedade
pacífica, sem prejuízo a qualquer ser humano.
Os direitos do homem, por mais fundamentais que
sejam, são direitos históricos, ou seja, nascidos em • Islamismo: Prescrição da fraternidade e
certas circunstâncias, caracterizados por lutas em solidariedade aos vulneráveis.
defesa de novas liberdades contra velhos poderes, e
nascidos de modo gradual, não todos de uma vez e b) Herança grega na consolidação dos direitos
nem de uma vez por todas. humanos:

Falaremos um pouco como essa história evoluiu! • Consolidação dos direitos políticos, com a
Talvez essa seja a parte mais cansativa da aula de participação política dos cidadãos (com diversas
hoje, mas temos que estudá-la, certo!? Trabalharei exclusões).
com a doutrina de André Carvalho Ramos que é uma
das melhores nesse tema e a mais cobrada em prova. • Platão, em sua obra A República (400 a.C.),
Então vamos aprender! defendeu a igualdade e a noção do bem comum.

Fase Pré-Estado Constitucional: • Aristóteles, na Ética a Nicômaco, salientou a


importância do agir com justiça, para o bem de todos
a) A Antiguidade Oriental e o esboço da construção de da polis (cidade), mesmo em face de leis injustas.
direitos:
• Reflexão sobre a superioridade de determinadas
normas, mesmo em face da vontade do poder.

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c) Roma: A Crise da Idade Média, Início da Idade Moderna e


os Primeiros Diplomas de Direitos Humanos:
• Contribuição na sedimentação do princípio da
legalidade. • Idade Média: O poder dos governantes era
ilimitado, pois era fundado na vontade divina.
• Consagração de vários direitos, por exemplo,
propriedade, liberdade, personalidade jurídica, etc. • Surgimento dos primeiros movimentos de
reivindicação de liberdades a determinados
• Reconhecimento da igualdade entre todos os seres estamentos, como a Declaração das Cortes de Leão
humanos, em especial pela aceitação do jus gentium, adotada na Península Ibérica em 1188 e a Magna
o direito aplicado a todos, romanos ou não. Carta inglesa de 1215. Sobre a Magna Carta, ressalta-
se que ela surge com a reação dos barões feudais
• Marco Túlio Cícero retoma a defesa da razão reta ingleses, reagindo a alta cobrança de taxas pelo Rei
(recta ratio), salientando, na República, que a João Sem-Terra. Nesse momento, foram
verdadeira lei é a lei da razão, inviolável mesmo em reconhecidos os direitos da nobreza e dos cidadãos
face da vontade do poder. ingleses e ficou estabelecido que ninguém, inclusive
o próprio Rei, estaria acima do Direito. A Magna
d) O Antigo e o Novo Testamento e as influências do Carta tem como foco a limitação do poder do Estado.
cristianismo e da Idade Média:
• Renascimento e Reforma Protestante: A crise da
• Cinco livros de Moisés (Torah): apregoam Idade Média deu lugar ao surgimento dos Estados
solidariedade e preocupação com o bem-estar de Nacionais absolutistas e a sociedade estamental
todos (1800-1500a.C.) medieval foi substituída pela forte centralização do
• Antigo Testamento: faz menção à necessidade de poder na figura do rei.
respeito a todos, em especial aos vulneráveis.
• Com a erosão da importância dos estamentos
• Contribuição do Cristianismo para os Direitos (Igreja e senhores feudais), surge a ideia de
Humanos: há vários trechos da Bíblia (Novo igualdade de todos submetidos ao poder absoluto do
Testamento) que pregam a igualdade e a rei, o que não excluiu a opressão e a violência, como
solidariedade. o extermínio perpetrado contra os indígenas na
América.
• Filósofos católicos também merecem ser citados, em
especial São Tomás de Aquino. São Tomás de Aquino • Século XVII: O Estado Absolutista foi questionado,
afirmava que a lei era um dos modos pelos quais Deus em especial na Inglaterra. A busca pela limitação do
instruía os homens a alcançar o bem. poder é consagrada na Petition of Rights de 1628. A
edição do Habeas Corpus Act (1679) formaliza o
O professor Dalmo de Abreu Dallari afirma que: mandado de proteção judicial aos que haviam sido
injustamente presos, existente tão somente no
No final da Idade Média, no século XIII, aparece a direito consuetudinário inglês (common law).
grande figura de Santo Tomás de Aquino, que,
tomando a vontade de Deus como fundamento dos • 1689 (após a Revolução Gloriosa): Edição da
direitos humanos, condenou as violências e “Declaração Inglesa de Direitos”, a Bill of Rights
discriminações, dizendo que o ser humano tem (1689), pela qual o poder autocrático dos reis
direitos naturais que devem ser sempre respeitados, ingleses é reduzido de forma definitiva.
chegando a afirmar o direito de rebelião dos que
forem submetidos a condições indignas. • 1701: Aprovação do Act of Settlement, que enfim
fixou a linha de sucessão da coroa inglesa, reafirmou
o poder do Parlamento e da vontade da lei,

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resguardando-se os direitos dos súditos contra a volta • Cesare Beccaria (Dos delitos e das penas – 1766):
da tirania dos monarcas. Sustentou a existência de limites para a ação do
Estado na repressão penal, balizando os limites do
O debate das Ideias: Hobbes, Grócio, Locke, jus puniendi que reverberam até hoje.
Rousseau e os iluministas:
• Kant (Fundamentação da metafísica dos costumes
• Thomas Hobbes (Leviatã – 1651): É um dos primeiros – 1785): Defendeu a existência da dignidade
textos que versa claramente sobre o direito do ser intrínseca a todo ser racional, que não tem preço ou
humano. Mas Hobbes conclui que o ser humano equivalente. Justamente em virtude dessa dignidade,
abdica de sua liberdade inicial e se submete ao poder não se pode tratar o ser humano como um meio,
do Estado (o Leviatã), cuja existência justifica-se pela mas sim como um fim em si mesmo.
necessidade de se dar segurança ao indivíduo, diante
das ameaças de seus semelhantes. Entretanto, os A Fase do Constitucionalismo Liberal e das
indivíduos não possuiriam qualquer proteção contra o Declarações de Direitos:
poder do Estado.
• As revoluções liberais, inglesa, americana e
• Hugo Grócio (Da guerra e da paz – 1625): Defendeu francesa, e suas respectivas Declarações de Direitos
a existência do direito natural, de cunho racionalista, marcaram a primeira afirmação histórica dos direitos
reconhecendo, assim, que suas normas decorrem de humanos.
“princípios inerentes ao ser humano”.
• “Revolução Inglesa”: Teve como marcos a Petition
• John Locke (Tratado sobre o governo civil – 1689): of Rights, de 1628, que buscou garantir
Defendeu o direito dos indivíduos mesmo contra o determinadas liberdades individuais e o Bill of Rights,
Estado, um dos pilares do contemporâneo regime dos de 1689, que consagrou a supremacia do Parlamento
direitos humanos. O grande e principal objetivo das e o império da lei.
sociedades políticas sob a tutela de um determinado
governo é a preservação dos direitos à vida, à • “Revolução Americana”: Retrata o processo de
liberdade e à propriedade. Logo, o governo não pode independência das colônias britânicas na América do
ser arbitrário e deve seu poder ser limitado pela Norte, culminado em 1776, e ainda a criação da
supremacia do bem público. Constituição norte-americana de 1787. Somente em
1791 foram aprovadas 10 Emendas que, finalmente,
• Abbé Charles de Saint-Pierre (Projeto de paz introduziram um rol de direitos na Constituição
perpétua – 1713): defendeu o fim das guerras norte-americana.
européias e o estabelecimento de mecanismos
pacíficos para superar as controvérsias entre os • “Revolução Francesa”: Adoção da Declaração
Estados em uma precursora ideia de federação Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão pela
mundial. Assembleia Nacional Constituinte francesa, em 27 de
agosto de 1789, que consagra a igualdade e
• Jean-Jacques Rousseau (Do contrato social – 1762): liberdade, que levou à abolição de privilégios,
Prega que a vida em sociedade é baseada em um direitos feudais e imunidades de várias castas, em
contrato (o pacto social) entre homens livres e iguais especial da aristocracia de terras. Lema dos
(qualidades inerentes aos seres humanos), que revolucionários: “liberdade, igualdade e
estruturam o Estado para zelar pelo bem-estar da fraternidade”.
maioria. Um governo arbitrário e liberticida não
poderia sequer alegar que teria sido aceito pela • Projeto de Declaração dos Direitos da Mulher e da
população, pois a renúncia à liberdade seria o mesmo Cidadã: de 1791, proposto por Olympe de Gouges,
que renunciar à natureza humana, sendo inadmissível. reivindicou a igualdade de direitos de gênero.

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• 1791: Edição da primeira Constituição da A Fase da Internacionalização dos Direitos


França revolucionária, que consagrou a perda dos Humanos:
direitos absolutos do monarca francês,
implantando-se uma monarquia constitucional, • Nova organização da sociedade internacional no
mas, ao mesmo tempo, reconheceu o voto pós- Segunda Guerra Mundial; fatos anteriores
censitário. levaram ao reconhecimento da vinculação entre a
defesa da democracia e dos direitos humanos com
• Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do os interesses dos Estados em manter um
Cidadão consagrada como sendo a primeira com relacionamento pacífico na comunidade
vocação universal. Esse universalismo será o grande internacional.
alicerce da futura afirmação dos direitos humanos no
século XX, com a edição da Declaração Universal dos • Conferência de São Francisco (abril a junho de
Direitos Humanos. 1945): Carta de São Francisco.

A Fase do Constitucionalismo Social: • Declaração Universal de Direitos Humanos


(também chamada de “Declaração de Paris”),
• Final do século XVIII: Os próprios jacobinos franceses aprovada sob a forma de Resolução da Assembleia
defendiam a ampliação do rol de direitos da Geral da ONU, em 10 de dezembro de 1948 em Paris.
Declaração Francesa para abarcar também os direitos
sociais, como o direito à educação e assistência social. Gerações de Direitos Humanos:

• 1793: Revolucionários franceses editaram uma nova Aqui vamos estudar as gerações dos direitos
“Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do humanos. Esse tema também é abordado em
Cidadão”, redigida com forte apelo à igualdade, com Direitos Constitucional (gerações dos direitos
reconhecimento de direitos sociais como o direito à fundamentais). Contudo, como vem sendo bastante
educação. cobrado em Direitos Humanos, abordarei para você
fixar bem esse conteúdo. Essa é uma parte
• Europa do século XIX: Movimentos socialistas importante da aula, por isso, bastante atenção! O
ganham apoio popular nos seus ataques ao modo de jurista tcheco, Karel Vazak, que criou a ideia de
produção capitalista. Expoentes: Proudhon, Karl Marx, gerações de direitos, associando-os aos três lemas da
Engels, August Bebel. Revolução Francesa: liberdade igualdade e
fraternidade. Essa associação foi bastante trabalhada
• Revolução Russa (1917): Estimulou novos avanços na na obra de Norberto Bobbio. No Brasil, o tema
defesa da igualdade e justiça social. tornou-se popular com os estudos do grande Paulo
Bonavides que inclusive ampliou essas gerações.
• Introdução dos chamados direitos sociais – que
pretendiam assegurar condições materiais mínimas de Alguns doutrinadores afirmam que é um equívoco
existência – em várias Constituições, tendo sido falar em gerações de direitos, pois estes coexistem e
pioneiras a Constituição do México (1917), da não se excluem com o passar das gerações. Por isso,
República da Alemanha (também chamada de alguns utilizam a expressão “dimensão”. De todo
República de Weimar, 1919) e, no Brasil, a modo, vindo em sua prova a expressão “geração” ou
Constituição de 1934. “dimensão”, pode associar ao conteúdo que será
• Plano do Direito Internacional: Consagrou-se pela abordado nesse tópico.
primeira vez, uma organização internacional
voltada à melhoria das condições dos Primeira Geração de Direitos Humanos:
trabalhadores – a Organização Internacional do
Trabalho (OIT), criada em 1919 pelo próprio Os direitos humanos de primeira geração resultam,
Tratado de Versailles que pôs fim à Primeira principalmente, da Constituição dos Estados Unidos
Guerra Mundial.

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da América de 1787 e da Declaração Francesa dos humanos de 3ª geração: direito a proteção do meio
direitos do Homem e do Cidadão. ambiente, ao desenvolvimento, a
autodeterminação dos povos, ao patrimônio
As bancas normalmente associam a Constituição dos comum da humanidade e de comunicação. Em
Estados Unidos da América e a Declaração Francesa suma, de forma geral, na 3ª geração de direitos
dos Direitos do Homem e do Cidadão a outras humanos, temos a proteção de direitos difusos.
gerações de direitos humanos, por exemplo: 2ª, 3ª,
etc. Muita atenção para não cair nessa pegadinha e Há autores que citam outros exemplos de direitos
perder um precioso ponto. Todo ponto faz diferença. humanos de 3ª geração, como: direito do
Lembre-se disso! Os direitos humanos de 1ª geração consumidor, das crianças e dos idosos.
tinham como valor a liberdade. As revoluções liberais
lutaram contra o arbítrio do Estado. Os primeiros Quarta Geração de Direitos Humanos:
direitos humanos consagrados foram, entre outros: os
direitos civis, a liberdade de locomoção, a liberdade Conforme lição de Paulo Bonavides, os direitos
religiosa, a livre manifestação do pensamento, a humanos de 4ª geração são: democracia, informação
propriedade, a vida, a igualdade formal e os direitos e pluralismo.
políticos. Aqui temos uma abstenção do Estado, ou
seja, uma liberdade negativa. O direito à comunicação é um direito de 3ª geração,
enquanto o direito à informação é um direito de 4ª
Segunda Geração de Direitos Humanos geração. Segundo o professor Marcelo Novelino: O
direito à informação abrange o direito de informar
Os direitos humanos de 2ª geração tinham como valor (dar a informação), de se informar (buscar a
a igualdade material. informação) e de ser informado (receber a
informação).
A igualdade formal é um direito de 1ª geração e a
igualdade material um direito de 2ª geração. A Alguns autores citam como direitos de 4ª geração:
igualdade em sentido formal é a igualdade na lei direitos relacionados à biotecnologia, à
(igualdade jurídica), ou seja, é a lei conferindo bioengenharia e a identificação genética do
igualdade aos cidadãos, independente de cor, sexo, indivíduo.
opção sexual, etc. Já a igualdade material exige do
Estado, não um tratamento isonômico, mas Quinta Geração de Direitos Humanos:
diferenciado para que indivíduos em situação de
inferioridade possam obter igualdade de condições Os direitos de quinta geração estão relacionados a
com aqueles mais favorecidos. cibernética.

Os direitos de 2ª geração são os direitos sociais, Paulo Bonavides menciona a paz como um direito de
econômicos e culturais. São exemplos de direitos de 5ª geração. Na classificação feita por Karel Vazak, a
2ª geração: igualdade material, saúde, habitação, paz é um direito de 3ª geração.
alimentação, educação, direitos trabalhistas e
previdenciários. Aqui exige-se uma atuação positiva do Considerações Finais:
Estado. A Constituição Mexicana de 1917 foi a
primeira a reconhecer os direitos de segunda geração. Conforme visto, a partir da 3ª geração não há
A segunda, foi a Constituição de Weimar de (1919) consenso na doutrina. Contudo, trago uma boa
notícia: as bancas examinadoras, sabendo disso, não
Terceira Geração de Direitos Humanos colocam entendimentos divergentes na mesma
questão, evitando dessa forma eventuais anulações
Os Direitos humanos de 3ª geração estão ligados aos de itens. Abaixo segue uma tabela de memorização
valores da fraternidade ou solidariedade. Conforme das 1ª, 2ª e 3ª gerações de direitos humanos.
lição de Paulo Bonavides, são exemplos de direitos Bastante atenção pra essa tabela, beleza!? Coloquei

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algumas informações adicionais que podem ser tornou, em 1910, a União Pan-Americana, foi o
cobradas em prova. precursor da OEA.

Os 21 participantes da IX Conferência Internacional


Americana assinaram a Carta de criação da OEA em
30 de abril de 1948, em Bogotá (Colômbia),
transformando a então União Pan-Americana em
uma nova organização regional. Incluída na Carta
está a afirmação das nações no comprometimento
aos objetivos comuns e ao respeito mútuo de suas
soberanias. Os participantes da Conferência também
assinaram a Declaração Americana dos Direitos e
Deveres do Homem, que aconteceu apenas alguns
Os direitos humanos na Organização dos Estados
meses antes da Declaração Universal dos Direitos
Americanos.
Humanos, da Organização das Nações Unidas (ONU),
O Sistema Interamericano de Direitos Humanos
tornando-se, assim, o primeiro documento
internacional proclamando os princípios dos direitos
Introdução
humanos. O Diretor-Geral da União Pan-Americana,
Alberto Lleras Camargo, tornou-se o primeiro
Países do Continente Americano criaram a
Secretário Geral da OEA.
Organização dos Estados Americanos (OEA), uma
instituição regional que congrega várias estruturas de
proteção aos direitos humanos. A Carta Constitutiva
da Organização dos Estados Americanos Carta
Constitutiva da Organização dos Estados Americanos A Organização dos Estados Americanos
tem muitos focos de atuação para a promoção dos
direitos humanos, tais como a democracia, os direitos A Organização dos Estados Americanos direciona seu
econômicos, o direito à educação e o direito à foco de atenção para cinco áreas gerais de atenção.
igualdade. A Carta também estabelece duas Primeiro, ela procura expandir a democracia,
importantes instituições especialmente designadas principalmente fortalecendo a liberdade de
para a promoção e a proteção dos direitos humanos: a expressão, encorajando o aumento da participação
Comissão Interamericana de Direitos Humanos e a da sociedade civil nos assuntos governamentais e
Corte Interamericana de Direitos Humanos. A erradicando a corrupção. Segundo, a OEA procura
Organização protege os direitos a partir da criação de promover os direitos Humanos especialmente nas
normas substanciais e as mantém por meio dos áreas dos direitos das mulheres, dos direitos das
processos de petição. crianças e dos direitos culturais. Terceiro, a OEA
objetiva o aumento regional da paz e segurança no
History hemisfério, eliminando o terrorismo e desarmando a
A integração regional não é um fenômeno inédito nas área. Quarto, a OEA concentra esforços na melhoria
Américas. No início do século XIX, o paladino da da aplicação das leis, fortalecendo o
liberdade na América do Sul, Simão Bolívar, tentou desenvolvimento legal interamericano
criar uma associação de Estados do hemisfério especialmente dirigido às regiões de tráfico e
durante o Congresso do Panamá em 1826. Mais consumo de drogas ilícitas, diminuindo, assim, o
tarde, nesse mesmo século, em 1890, durante a nível de criminalidade local. Por último, a
Primeira Conferência Internacional dos Estados Organização dos Estados Americanos tenta
Americanos, realizada em Washington, EUA, foram fortalecer a economia regional. A OEA sustenta a
estabelecidas, pela primeira vez, a União criação da Área de Livre Comércio das Américas,
Internacional das Repúblicas Americanas e o porque antevê avanços nos campos da ciência e
Escritório Comercial das Repúblicas Americanas. O tecnologia, telecomunicação, turismo,
Escritório Comercial que se desenvolvimento sustentável e meio ambiente. A

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OEA também procura reduzir a pobreza e promover a


educação, tratando, inclusive de questões de Comitês e Comissões Interamericanos
trabalho.
Existem sete principais Comitês e Comissões dentro
Todos os 35 países das Américas já retificaram a Carta da OEA. Os caminhos mais significativos para a
da OEA e pertencem à organização. Os 21 Estados proteção e promoção dos direitos humanos na OEA
Membros originais que assinaram em 30 de abril de passam por dentro dessas instituições. Esses sete
1948 a Carta da OEA foram: Argentina, Bolívia, Brasil, corpos são: o Comitê Interamericano de Combate ao
Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, República Terrorismo (CICTE);a Comissão Jurídica
Dominicana, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Interamericana; a Comissão Interamericana de
Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Direitos Humanos; a Corte Interamericana de
Peru, Estados Unidos, Uruguai e Venezuela. Desde Direitos Humanos; a Comissão Interamericana para o
então, os seguintes países se juntaram à OEA: Controle de Abuso de Drogas; a Comissão
Barbados (1967); Trinidad e Tobago (1967); Jamaica Interamericana de Telecomunicações; e o Comitê
(1969); Granada (1975); Suriname (1977); Dominica Interamericano de Portos.
(1979); Santa Lúcia (1979); Antígua e Barbuda (1981);
São Vicente e Granadinas (1981); Bahamas (1982); São Secretaria Geral
Cristóvão e Nevis (1984); Canadá (1990); Belize (1991);
e Guiana (1991). A Secretaria Geral se encarrega dos programas e
políticas estabelecidos pela Assembléia-Geral e pelos
Estrutura Principal Conselhos. Existem 21 subgrupos para assistir a
Secretaria Geral nesta tarefa.
A Carta da OEA sofreu duas emendas, a primeira em Organizações Especializadas
1967 Protocolo de Buenos Aires e novamente em
1985 Protocolo de Cartagena das Índias. A Carta Estes incluem: a Organização Pan-Americana de
delineia a estrutura institucional da Organização dos Saúde; o Instituto Interamericano da Criança; a
Estados Americanos. Existem seis tipos de instituições Comissão Interamericana da Mulher; o Instituto Pan-
associadas à OEA: os Corpos de Governo; Comitês e Americano de Geografia e História; O Instituto
Comissões; a Secretaria Geral; o Fundo Interamericano do Índio; e o Instituto
Interamericano de Assistência para Situações de Interamericano para Cooperação para a Agricultura.
Emergência; Organismos especializados; e outras
agências. Esses seis ramos da OEA desempenham
diferentes papéis e funções para a organização.

Corpos de Governo Outras Agências e Entidades

Existem três diferentes corpos de governo dentro da A OEA também possui um Tribunal Administrativo,
OEA. A General Assembly que é o seu principal corpo uma Junta Interamericana de Defesa e uma
de decisão. Esta se reúne uma vez por ano e é Fundação Pan-Americana de Desenvolvimento.
formada por ministros estrangeiros de cada Estado-
membro. Corpos de Direitos Humanos da Organização dos
Estados Americanos
O Conselho Permanente que trata principalmente de
assuntos políticos e administrativos levantados dentro As duas principais instituições de proteção e
da OEA. Sediada em Washington, EUA, reuni-se promoção dos direitos humanos por todo o
regularmente; seus membros são embaixadores hemisfério Americano são a Comissão
indicados por cada um de seus Estados-membros. Interamericana de Direitos Humanos e a Corte
Interamericana de Direitos Humanos.
O Conselho Interamericano de Desenvolvimento
Integral tem como objetivo a promoção do
desenvolvimento econômico e o combate à pobreza.

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Comissão Interamericana de Direitos Humanos petição deve incluir informações sobre o


indivíduo ou indivíduos que entram com a
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos foi petição, o objeto da petição e "postura
uma das principais instituições criadas pela Carta da processual" da petição.
OEA para a proteção e promoção dos direitos
humanos. A Comissão está sediada em Washington, Existem dois tipos de petição que podem ser
EUA, e é assistida pela secretaria do Secretariado submetidas: tanto uma petição geral como uma
Executivo. É composta por sete expertos petição coletiva. Uma petição geral é apresentada
independentes, que são leitos para um mandato de quando violações dos direitos humanos são
quatro anos pela Assembléia-Geral. Durante as generalizadas e não limitadas a apenas um grupo de
sessões, a Comissão ouve as denúncias de indivíduos e pessoas ou a apenas um único incidente ocorrido.
representantes de organizações de abusos contra os Uma petição coletiva é apresentada quando existem
direitos humanos. inúmeras vítimas de um incidente específico ou da
prática de violação dos direitos humanos. Em ambos
A principal tarefa da Comissão de Direitos Humanos é tipos de petição, as vítimas específicas devem ser
ouvir e supervisionar as petições que são conhecidas. Todas as petições devem incluir o nome,
apresentadas contra algum Estado-membro da OEA a nacionalidade, profissão ou ocupação, o endereço
denunciando abusos contra os direitos humanos. Os postal e a assinatura da pessoa que está submetendo
direitos humanos universalmente protegidos pela a petição. Uma ONG deve incluir seu endereço
Comissão e, portanto, elegíveis à petição para sua jurídico e a assinatura de seu representante legal.
proteção, são aqueles encontrados na Declaração
Americana dos Direitos e Deveres do Homem. Os Todas as petições apresentadas devem incluir certos
Estados que ratificaram a Convenção Americana de dados para serem admitidas. As petições devem
Direitos Humanos estão circunscritos pelos direitos especificar o lugar onde ocorreu a violação, a data
humanos garantidos na Convenção, os quais são em que ocorreu, os nomes das vítimas e os nomes
monitorados pela Comissão. dos servidores públicos envolvidos na violação.
Qualquer informação deve ser o mais específica
Os procedimentos da Comissão estão descritos no possível, desde que a Comissão não dispõe de
Estatuto e Regulamentos da Comissão. Na maioria dos recursos econômicos ou de pessoal para conduzir
casos, os procedimentos são as mesmas para petições investigações rigorosas e deve contar com a ajuda
contra países que assinaram e aqueles que não dos próprios proponentes da petição. É
assinaram a Convenção. A condição de especialmente crucial para o sucesso da petição a
admissibilidade, os estágios processuais, o processo de inclusão de informações o mais detalhada e rigorosa
investigação e a tomada de decisão são todos possível quanto ao envolvimento do governo no
similares, senão os mesmos, nas duas instâncias. Para abuso contra os direitos humanos, uma vez que a
os países que ratificaram a Convenção Americana, Comissão somente está autorizada para investigar as
uma diferença permanece no resultado da petição: a queixas contra um governo de um Estado-membro
Comissão é inquirida a encontrar uma "solução da OEA. Um governo pode estar direta ou
amigável", nenhuma especificação como essa é feita indiretamente envolvido, tanto por falhar em coibir,
para Estados que não ratificaram a Convenção. prevenir ou deter abusos pessoais dos direitos
Qualquer indivíduo, grupo ou ONG legalmente humanos. Ao dar essa informação, relevantes
reconhecida em pelo menos um Estado-membro da interrogatórios podem ser feitos, mantendo-os
OEA pode apresentar uma petição; a petição pode ser confidenciais se necessário for.
submetida pela vítima ou uma terceira parte poderá
fazê-lo, com ou sem o conhecimento da vítima. O Outra inclusão útil à petição é uma lista dos direitos
critério para a admissibilidade da petição está violados. Essas petições que tanto podem ser
regulamentado nos artigos 44 a 47 da Convenção baseadas nos direitos civis ou políticos como nos
Americana, assim como nos artigos 26 e 32 a 41 nos direitos sociais, econômicos e culturais, podem se
Regulamentos da Comissão. Em casa situação, uma reportar tanto aos documentos da OEA sobre os
direitos humanos quanto aos documentos de
direitos

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humanos da Organização das Nações Unidas ou Uma petição não deve ser apresentada se, em
qualquer outro organismo regional. Os documentos essência, repetir alguma outra petição prévia ou
também podem fazer referência às resoluções corrente. Tal petição somente se aplica se a anterior
precedentes da Comissão Interamericana de Direitos for uma petição geral ou se não tratar
Humanos ou da Corte Interamericana de Direitos especificamente do caso da nova petição, ou se não
Humanos. se refere às mesmas vítimas para determinados
propósitos ou se a primeira petição foi submetida
Ambas Declaração Americana e Convenção Americana por uma terceira parte sem o conhecimento das
estipulam situações em que a suspensão de vítimas que podem submeter uma nova petição.
determinados direitos podem ser legitimada. Mesmo
se os direitos violados qualificam como derrogáveis Se em determinado ponto a petição parecer
em circunstâncias distintas, não invalidam a petição se inadmissível, a Comissão informa o peticionário e
o governo falhou em provar a necessidade da arquiva o processo. Caso contrário, a Comissão irá
suspensão dos direitos ou quando a suspensão foi examinar o caso. A Comissão abre um processo, dá
feita desnecessariamente, ou se a suspensão foi ao caso um número e apresenta ao ministro das
desnecessariamente discriminatória, ou se suspensão Relações Exteriores do governo em questão todas as
fere outro estado em acordos internacionais. Já outros informações pertinentes. A Comissão solicita que o
direitos, mesmo com cláusulas na Declaração e ministro disponha informações sobre os fatos e
Convenção, são tidos como não derrocáveis e, sobre os recursos domésticos utilizados, enquanto
portanto, nenhuma situação pode justificar sua avisa o peticionário que a petição está sendo
suspensão. Esses direitos, se infringidos, sempre examinada. Normalmente, a Comissão permitirá 90
podem ser peticionados. dias para o governo responder, mas pode estender o
prazo para até 180 dias se o governo solicitar e
A elegibilidade de uma petição depende de mais uns provar ser necessário. Algumas vezes, em casos
poucos critérios. A Comissão somente irá aceitar a especiais, a Comissão pode demandar que as
petição quando todas as medidas judiciais domésticas informações sejam fornecidas antes dos 90 dias
foram inutilmente tomadas; a petição deve provar ser estipulados; a falta de resposta por parte do governo
esse o caso. Se o peticionário não puder provar isso, o pode indicar culpa.
governo do Estado pode ser inquirido a fazê-lo, e se o
Estado puder provar a existência de algumas A resposta do governo, se houver alguma, é
oportunidades judiciais domésticas ainda disponíveis encaminhada ao peticionário que terá, então, trinta
ao peticionário, então o peticionário deve demonstrar dias para comentar a resposta, bem como para
que uma das quatro situações se aplica: o acesso aos apresentar novos documentos, se desejar. O
recursos foram negados ou impedidos, houve demora peticionário pode solicitar evidências sobre certas
desnecessária no julgamento, houve veto à assistência declarações do governo ou pode requerer audiência
legal adequada, ou a legislação doméstica não dispõe com apresentação de testemunhas. A Comissão,
medidas jurídicas para a proteção dos direitos então, decidirá se apoiará ou não a audiência; ela é
violados. autorizada para tanto, mas não é obrigada a realizá-
la. O peticionário pode também requerer à Comissão
Depois que todas as ações legais domésticas forem uma investigação in loco no país em questão. A
tomadas, a petição deve ser apresentada dentro de Comissão somente irá investigar sob a alegação de
seis meses após a última decisão. Uma prorrogação violações generalizadas dos direitos humanos dentro
pode ser atribuída quando o Estado interfere no de um país ou cuidar de casos individuais se estes
andamento do processo, ai, então, a petição deve ser forem demonstrativos de um quadro mais extenso.
apresentada dentro de um prazo de tempo razoável. Raramente, esse método é empregado em um único
Se a petição for apresentada por uma terceira parte, caso individual.
deve ser feita da mesma forma dentro de um razoável
prazo de tempo. A Comissão após tomar decisões sobre a petição,
realiza julgamento sobre o que deverá ser feito por
meio da deliberação de recomendações para o

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Estado envolvido. No caso do Estado fazer parte da direitos humanos em diversos Estados e discussões
Convenção Americana, a Comissão, se possível, sobre áreas que necessitam ações eficazes para a
deve tentar formular uma solução amigável. A promoção e proteção dos direitos humanos.
Comissão, seguindo esse resultado, prepara um
relatório para cada parte e para a Secretaria Geral Corte Interamericana de Direitos Humanos
da OEA para a publicação.
CAPÍTULO I
Se uma solução amigável não é vislumbrada ou DISPOSIÇÕES GERAIS
alcançada, a Comissão escreve um relatório com os
fatos do caso, as conclusões, recomendações e Artigo 1. Natureza e regime jurídico
propostas da Comissão. O Estado envolvido e a
Comissão têm, então, 3 meses para decidir se irão A Corte Interamericana de Direitos humanos é uma
submeter ou não o caso à Corte de Direitos Humanos instituição judiciária autônoma cujo objetivo é a
ou encerrar a matéria. Em seguida, a Comissão adota aplicação e a interpretação da Convenção Americana
formalmente uma opinião e uma conclusão com sobre Direitos Humanos. A Corte exerce suas funções
limites de tempo para o governo tomar as medidas em conformidade com as disposições da citada
propostas. Convenção e deste Estatuto.

Se o Estado faz parte da Convenção Americana e Artigo 2. Competência e funções


aceita a jurisdição facultativa da Corte, a Comissão ou
o Estado pode encaminhar a petição para a Corte de A Corte exerce função jurisdicional e consultiva.
Direitos Humanos para uma nova avaliação que
culminará em um foro judicial com possíveis gastos 1. Sua função jurisdicional se rege pelas disposições
financeiros. dos artigos 61, 62 e 63 da Convenção.

Estados que não fazem parte da Convenção não estão 2. Sua função consultiva se rege pelas disposições do
sujeitos à cláusula das soluções amigáveis. Nessa artigo 64 da Convenção.
situação, a Comissão analisará os fatos apresentados e
determinará, então, os méritos da petição, adotando Artigo 3. Sede
uma decisão final (usualmente uma resolução
extensa) com recomendações e prazos. O 1. A Corte terá sua sede em San José, Costa Rica;
Regulamento determina que a decisão pode ser poderá, entretanto, realizar reuniões em qualquer
publicada " se o Estado não adotar as medidas Estado membro da Organização dos Estados
recomendadas pela Comissão dentro do prazo Americanos (OEA), quando a maioria dos seus
estipulado", mesmo assim a Comissão tem, na membros considerar conveniente, e mediante
verdade, publicado as decisões com maior freqüência aquiescência prévia do Estado respectivo.
do que a esperada. A Comissão pode recomendar
indenizações para as vítimas, mas não tem o poder 2. A sede da corte pode ser mudada pelo voto de
para adjudicar qualquer indenização. As decisões da dois terços dos Estados Partes da Convenção na
Comissão não possuem foro legal. Assembléia Geral da OEA.

Além dos casos investigados, a Comissão pode, por CAPÍTULO II


sua própria iniciativa, investigar e encaminhar COMPOSIÇÃO DA CORTE
relatório sobre a situação dos direitos humanos em
qualquer dos Estados-membros da OEA. A Comissão Artigo 4. Composição
toma como base para suas pesquisas independentes
os relatórios que recebe de indivíduos ou ONGs. A 1. A Corte é composta de sete juízes, nacionais dos
Comissão também apresenta relatório anual para a Estados membros da OEA, eleitos a título pessoal
Assembléia- Geral da OEA com informações sobre as dentre juristas da mais alta autoridade moral, de
resoluções de casos particulares, relatórios sobre a
situação dos

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reconhecida competência em matéria de direitos Artigo 7. Candidatos


humanos, que reúnam as condições requeridas para o
exercício das mais elevadas funções judiciais, de 1. Os juízes são eleitos pelos Estados Partes da
acordo com a lei do Estado do qual sejam nacionais, Convenção, na Assembléia Geral da OEA, de uma
ou do Estado que os propuser como candidatos. lista de candidatos propostos pelos mesmos Estados.

2. Não deve haver mais de um juiz da mesma 2. Cada Estado Parte pode propor até três
nacionalidade. candidatos, nacionais do Estado que os propõe ou de
qualquer outro Estado membro da OEA.
Artigo 5. Mandato dos juízes
3. Quando for proposta uma lista tríplice, pelo
1. Os juízes da Corte serão eleitos para um mandato menos um dos candidatos deve ser nacional de um
de seis anos e só poderão ser reeleitos uma vez. O juiz Estado diferente do proponente.
eleito para substituir outro cujo mandato não haja
expirado, completará o mandato deste. Artigo 8. Eleição: Procedimento prévio

2. Os mandatos dos juízes serão contados a partir de 1. Seis meses antes da realização do período
1º de janeiro do ano seguinte ao de sua eleição e ordinário de sessões da Assembléia Geral da OEA,
estender-se-ão até 31 de dezembro do ano de sua antes da expiração do mandato para o qual
conclusão. houverem sido eleitos os juízes da Corte, o
Secretário-Geral da OEA solicitará, por escrito, a cada
3. Os juízes permanecerão em exercício até a Estado Parte da Convenção, que apresente seus
conclusão de seu mandato. Não obstante, continuarão candidatos dentro do prazo de noventa dias.
conhecendo dos casos a que se tiverem dedicado e
que se encontrarem em fase de sentença, para cujo 2. O Secretário-Geral da OEA preparará uma lista em
efeito não serão substituídos pelos novos juízes ordem alfabética dos candidatos apresentados e a
eleitos. levará ao conhecimento dos Estados Partes, se for
possível, pelo menos trinta dias antes do próximo
Artigo 6. Data de eleição dos juízes período de sessões da Assembléia Geral da OEA.

1. A eleição dos juízes far-se-á, se possível, no 3. Quando se tratar de vagas da Corte, bem como
decorrer do período de sessões da Assembléia Geral nos casos de morte ou de incapacidade permanente
da OEA, imediatamente anterior à expiração do de um candidato, os prazos anteriores serão
mandato dos juízes cessantes. reduzidos de maneira razoável a juízo do Secretário-
Geral da OEA.
2. As vagas da Corte decorrentes de morte,
incapacidade permanente, renúncia ou remoção dos Artigo 9. Votação
juízes serão preenchidas, se possível, no próximo
período de sessões da Assembléia Geral da OEA. 1. A eleição dos juízes é feita por votação secreta e
Entretanto, a eleição não será necessária quando a pela maioria absoluta dos Estados Partes da
vaga ocorrer nos últimos seis meses do mandato do Convenção, dentre os candidatos a que se refere o
juiz que lhe der origem. artigo 7 deste Estatuto.

3. Se for necessário, para preservar o quorum da 2. Entre os candidatos que obtiverem a citada
Corte, os Estados Partes da Convenção, em sessão do maioria absoluta, serão considerados eleitos os que
Conselho Permanente da OEA, por solicitação do receberem o maior número de votos. Se forem
Presidente da Corte, nomearão um ou mais juízes necessárias várias votações, serão eliminados
interinos, que servirão até que sejam substituídos sucessivamente os candidatos que receberem menor
pelos juízes eleitos.

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número de votos, segundo o determinem os Estados CAPÍTULO III


Partes. ESTRUTURA DA CORTE

Artigo 10. Juízes ad hoc Artigo 12. Presidência

1. O juiz que for nacional de um dos Estados Partes 1. A Corte elege, dentre seus membros, o Presidente
num caso submetido à Corte, conservará seu direito e Vice-Presidente, por dois anos, os quais poderão
de conhecer do caso. ser reeleitos.

2. Se um dos juízes chamados a conhecer de um caso 2. O Presidente dirige o trabalho da Corte, a


for da nacionalidade de um dos Estados Partes no representa, ordena a tramitação dos assuntos que
caso, outro Estado Parte no mesmo caso poderá forem submetidos à Corte e preside suas sessões.
designar uma pessoa para fazer parte da Corte na
qualidade de juiz ad hoc. 3. O Vice-Presidente substitui o Presidente em suas
ausências temporárias e ocupa seu lugar em caso de
3. Se dentre os juízes chamados a conhecer do caso, vaga. Nesse último caso, a Corte elegerá um Vice
nenhum for da nacionalidade dos Estados Partes no Presidente para substituir o anterior pelo resto do
mesmo, cada um destes poderá designar um juiz ad seu mandato.
hoc. Se vários Estados tiverem o mesmo interesse no
caso, serão considerados como uma única parte para 4. No caso de ausência do Presidente e do Vice-
os fins das disposições precedentes. Presidente, suas funções serão desempenhadas por
outros juízes, na ordem de precedência estabelecida
Em caso de dúvida, a Corte decidirá. no artigo 13 deste Estatuto.

4. Se o Estado com direito a designar um juiz ad hoc Artigo 13. Precedência


não o fizer dentro dos trinta dias seguintes ao convite
escrito do Presidente da Corte, considerar-se-á que tal 1. Os juízes titulares terão precedência, depois do
Estado renuncia ao exercício desse direito. Presidente e do Vice-Presidente, de acordo com sua
antigüidade no cargo.
5. As disposições dos artigos 4, 11, 15, 16, 18, 19 e 20
deste Estatuto serão aplicáveis aos juízes ad hoc. 2. Quando houver dois ou mais juízes com a mesma
antigüidade, a precedência será determinada pela
Artigo 11. Juramento maior idade.

1. Ao tomar posse de seus cargos, os juízes prestarão 3. Os juízes ad hoc e interinos terão precedência
o seguinte juramento ou declaração solene: “Juro” — depois dos titulares, por ordem de idade. Entretanto,
ou - “declaro solenemente que exercerei minhas se um juiz ad hoc ou interino houver servido
funções de juiz com honradez, independência e previamente como juiz titular, terá precedência
imparcialidade, e que guardarei segredo de todas as sobre os outros juízes ad hoc ou interinos.
deliberações”.
Artigo 14. Secretaria
2. O juramento será feito perante o Presidente da
Corte, se possível na presença de outros juízes. 1. A Secretaria da Corte funcionará sob a imediata
autoridade do Secretário, de acordo com as normas
administrativas da Secretaria-Geral da OEA no que
não for incompatível com a independência da Corte.

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2. O Secretário será nomeado pela Corte. Será Artigo 16. Disponibilidade


funcionário de confiança da Corte, com dedicação
exclusiva, terá seu escritório na sede e deverá assistir 1. Os juízes estarão à disposição da Corte e deverão
às reuniões que a Corte realizar fora dela. trasladar-se à sede desta ou ao lugar em que realizar
suas sessões, quantas vezes e pelo tempo que for
3. Haverá um Secretário Adjunto que auxiliará o necessário, conforme o Regulamento.
Secretário em seus trabalhos e o substituirá em suas 2. O Presidente deverá prestar
ausências temporárias. permanentemente seus serviços.

4. O pessoal da Secretaria será nomeado pelo Artigo 17. Honorários


Secretário-Geral da OEA em consulta com o Secretário
da Corte. 1. Os honorários do Presidente e dos juízes da Corte
serão fixados de acordo com as obrigações e
CAPÍTULO IV incompatibilidades que lhes impõem os artigos 16 e
DIREITOS, DEVERES E RESPONSABILIDADES 18, respectivamente, e levando em conta a
importância e independência de suas funções.
Artigo 15. Imunidades e privilégios
2. Os juízes ad hoc perceberão os honorários que
1. Os juízes gozam, desde o momento de sua eleição e forem estabelecidos regulamentarmente, de acordo
enquanto durarem os seus mandatos, das com as disponibilidades orçamentárias da Corte.
imunidadesreconhecidas aos agentes diplomáticos
pelo direito internacional. No exercício de suas 3. Os juízes perceberão, além disso, diárias e
funções gozam também dos privilégios diplomáticos despesas de viagem, quando for cabível.
necessários ao desempenho de seus cargos.
Artigo 18. Incompatibilidades
2. Não se poderá exigir aos juízes responsabilidades
em tempo algum por votos e opiniões emitidos ou por 1. O exercício do cargo de Juiz da Corte
atos desempenhados no exercício de suas funções. Interamericana de Direitos Humanos é incompatível
com o exercício dos seguintes cargos e atividades:
3. A Corte em si e seu pessoal gozam das imunidades
e privilégios previstos no Acordo sobre Privilégios e a. membros ou altos funcionários do Poder
Imunidades da Organização dos Estados Americanos, Executivo, com exceção dos cargos que não
de 15 de maio de 1949, com as equivalências impliquem subordinação hierárquica ordinária, bem
respectivas, tendo em conta a importância e como agentes diplomáticos que não sejam Chefes de
independência da Corte. Missão junto à OEA ou junto a qualquer dos seus
Estados membros;
4. As disposições dos parágrafos 1, 2 e 3 deste artigo
serão aplicadas aos Estados Partes da Convenção. b. funcionários de organismos internacionais;
Serão também aplicadas aos outros Estados membros
da OEA que as aceitarem expressamente, em geral ou c. quaisquer outros cargos ou atividades que
para cada caso. impeçam os juízes de cumprir suas obrigações ou
que afetem sua independência ou imparcialidade, ou
5. O regime de imunidades e privilégios dos juízes da a dignidade ou o prestígio do seu cargo.
Corte e do seu pessoal poderá ser regulamentado ou
complementado mediante convênios multilaterais ou 2. A Corte decidirá os casos de dúvida sobre
bilaterais entre a Corte, a OEA e seus Estados incompatibilidade. Se a incompatibilidade não for
membros. eliminada serão aplicáveis as disposições do artigo
73 da Convenção e 20.2 deste Estatuto.

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3. As incompatibilidades unicamente causarão a solicitação justificada da Corte, constituída para


cessação do cargo e das responsabilidades esse efeito pelos demais juízes.
correspondentes, mas não invalidarão os atos e as
resoluções em que o juiz em questão houver 3. A competência disciplinar com respeito ao
interferido. Secretário cabe à Corte, e com respeito ao resto do
pessoal, ao Secretário, com a aprovação do
Artigo 19. Impedimentos, escusas e inabilitação Presidente.

1. Os juízes estarão impedidos de participar em 4. O regime disciplinar será regulamentado pela


assuntos nos quais eles ou seus parentes tiverem Corte, sem prejuízo das normas administrativas da
interesse direto ou em que houverem intervido Secretaria-Geral da OEA, na medida em que forem
anteriormente como agentes, conselheiros ou aplicáveis à Corte em conformidade com o artigo 59
advogados, ou como membros de um tribunal da Convenção.
nacional ou internacional ou de uma comissão
investigadora, ou em qualquer outra qualidade, a juízo Artigo 21. Renúncia e incapacidade
da Corte.
1. A renúncia de um juiz deverá ser apresentada por
2. Se algum dos juízes estiver impedido de conhecer, escrito ao Presidente da Corte. A renúncia não se
ou por qualquer outro motivo justificado, considerar tornará efetiva senão após sua aceitação pela Corte.
que não deve participar em determinado assunto,
apresentará sua escusa ao Presidente. Se este não a 2. A incapacidade de um juiz de exercer suas funções
acolher, a Corte decidirá. será determinada pela Corte.

3. Se o Presidente considerar que qualquer dos juízes 3. O Presidente da Corte notificará a aceitação da
tem motivo de impedimento ou por algum outro renúncia ou a declaração de incapacidade ao
motivo justificado não deva participar em Secretário-Geral da OEA, para os devidos efeitos.
determinado assunto, assim o fará saber. Se o juiz em
questão estiver em desacordo, a Corte decidirá. CAPÍTULO V
FUNCIONAMENTO DA CORTE
4. Quando um ou mais juízes estiverem inabilitados,
em conformidade com este artigo, o Presidente Artigo 22. Sessões
poderá solicitar aos Estados Partes da Convenção que
em sessão do Conselho Permanente da OEA designem 1. A Corte realizará sessões ordinárias e
juízes interinos para substituí-los. extraordinárias.

Artigo 20. Responsabilidades e competência 2. Os períodos ordinários de sessões serão


disciplinar determinados regulamentarmente pela Corte.

1. Os juízes e o pessoal da Corte deverão manter, no 3. Os períodos extraordinários de sessões serão


exercício de suas funções e fora delas, uma conduta convocados pelo Presidente ou por solicitação da
acorde com a investidura dos que participam da maioria dos juízes.
função jurisdicional internacional da Corte.
Responderão perante a Corte por essa conduta, bem Artigo 23. Quorum
como por qualquer falta de cumprimento, negligência
ou omissão no exercício de suas funções. 1. O quorum para as deliberações da Corte é
constituído por cinco juízes.
2. A competência disciplinar com respeito aos juízes
caberá à Assembléia Geral da OEA, somente por 2. As decisões da Corte serão tomadas pela maioria
dos juízes presentes.

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1. As relações da Corte com o país sede serão


3. Em caso de empate, o Presidente terá o voto de regulamentadas mediante um convênio de sede. A
qualidade. sede da Corte terá caráter internacional.

Artigo 24. Audiências, deliberações e decisões 2. As relações da Corte com os Estados, com a OEA e
seus organismos, e com outros organismos
1. As audiências serão públicas, a menos que a Corte, internacionais de caráter governamental
em casos excepcionais, decidir de outra forma. relacionados com a promoção e defesa dos direitos
2. A Corte deliberará em privado. Suas deliberações humanos serão regulamentadas mediante convênios
permanecerão secretas, a menos que a Corte decida especiais.
de outra forma.
Artigo 28. Relações com a Comissão Interamericana
3. As decisões, juízos e opiniões da Corte serão de Direitos Humanos
comunicados em sessões públicas e serão notificados
por escrito às partes. Além disso, serão publicados, A Comissão Interamericana de Direitos Humanos
juntamente com os votos e opiniões separados dos comparecerá e será tida como parte perante a Corte,
juízes e com quaisquer outros dados ou antecedentes em todos os casos relativos à função jurisdicional
que a Corte considerar conveniente. desta, em conformidade com o artigo 2, parágrafo 1
deste Estatuto.
Artigo 25. Regulamentos e normas de procedimento
Artigo 29. Convênios de cooperação
1. A Corte elaborará suas normas de procedimento.
1. A Corte poderá celebrar convênios de cooperação
2. As normas de procedimento poderão delegar ao com instituições que não tenham fins lucrativos, tais
Presidente ou a comissões da própria Corte como faculdades de direito, associações e
determinadas partes da tramitação processual, com corporações de advogados, tribunais, academias e
exceção das sentenças definitivas e dos pareceres instituições educacionais ou de pesquisa em
consultivos. Os despachos ou resoluções que não disciplinas conexas, a fim de obter sua colaboração e
forem de simples tramitação, exarados pelo de fortalecer e promover os princípios jurídicos e
Presidente ou por comissões da Corte, poderão institucionais da Convenção em geral, e da Corte em
sempre ser apelados ao plenário da Corte. especial.

3. A Corte elaborará também seu Regulamento. 2. A Corte incluirá em seu relatório anual à
Assembléia Geral da OEA uma relação dos referidos
Artigo 26. Orçamento e regime financeiro convênios, bem como de seus resultados.

1. A Corte elaborará seu próprio projeto de orçamento Artigo 30. Relatório à Assembléia Geral da OEA
e submetê-lo-á à aprovação da Assembléia Geral da
OEA, por intermédio da Secretaria-Geral. Esta última A Corte submeterá à Assembléia Geral da OEA, em
não lhe poderá introduzir modificações. cada período ordinário de sessões, um relatório
sobre suas atividades no ano anterior. Indicará os
2. A Corte administrará seu orçamento. casos em que um Estado não houver dado
cumprimento a suas sentenças. Poderá submeter à
CAPÍTULO VI Assembléia Geral da OEA proposições ou
RELAÇÕES COM ESTADOS E ORGANISMOS recomendações para o melhoramento do sistema
interamericano de direitos humanos, no que diz
Artigo 27. Relações com o país sede, Estados e respeito ao trabalho da Corte.
Organismos

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CAPÍTULO VII progresso social e melhores condições de vida em


DISPOSIÇÕES FINAIS uma liberdade mais ampla,

Artigo 31. Reforma do Estatuto Considerando que os Países-Membros se


comprometeram a promover, em cooperação com
Este Estatuto poderá ser modificado pela Assembléia as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e
Geral da OEA por iniciativa de qualquer Estado liberdades fundamentais do ser humano e a
membro ou da própria Corte. observância desses direitos e liberdades,
Artigo 32. Vigência Considerando que uma compreensão comum desses
direitos e liberdades é da mais alta importância para
Este Estatuto entrará em vigor em 1º de janeiro de o pleno cumprimento desse compromisso,
1980.
Agora portanto a Assembleia Geral proclama a
presente Declaração Universal dos Direitos Humanos
como o ideal comum a ser atingido por todos os
Declaração Universal dos Direitos Humanos povos e todas as nações, com o objetivo de que cada
indivíduo e cada órgão da sociedade tendo sempre
Adotada e proclamada pela Assembleia Geral das em mente esta Declaração, esforce-se, por meio do
Nações Unidas (resolução 217 A III) em 10 de ensino e da educação, por promover o respeito a
dezembro 1948. esses direitos e liberdades, e, pela adoção de
medidas progressivas de caráter nacional e
Preâmbulo internacional, por assegurar o seu reconhecimento e
a sua observância universais e efetivos, tanto entre
Considerando que o reconhecimento da dignidade os povos dos próprios Países-Membros quanto entre
inerente a todos os membros da família humana e de os povos dos territórios sob sua jurisdição.
seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da
liberdade, da justiça e da paz no mundo, Artigo 1
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em
Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos dignidade e direitos. São dotados de razão e
direitos humanos resultaram em atos bárbaros que consciência e devem agir em relação uns aos
ultrajaram a consciência da humanidade e que o outros com espírito de fraternidade.
advento de um mundo em que mulheres e homens
gozem de liberdade de palavra, de crença e da Artigo 2
liberdade de viverem a salvo do temor e da 1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os
necessidade foi proclamado como a mais alta direitos e as liberdades estabelecidos nesta
aspiração do ser humano comum, Declaração, sem distinção de qualquer espécie,
seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião
Considerando ser essencial que os direitos humanos política ou de outra natureza, origem nacional ou
sejam protegidos pelo império da lei, para que o ser social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra
humano não seja compelido, como último recurso, à condição.
rebelião contra a tirania e a opressão,
2. Não será também feita nenhuma distinção
Considerando ser essencial promover o fundada na condição política, jurídica ou
desenvolvimento de relações amistosas entre as internacional do país ou território a que pertença
nações, uma pessoa, quer se trate de um território
Considerando que os povos das Nações Unidas independente, sob tutela, sem governo próprio, quer
reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos sujeito a qualquer outra limitação de soberania.
fundamentais do ser humano, na dignidade e no valor
da pessoa humana e na igualdade de direitos do
homem e da mulher e que decidiram promover o

18
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Artigo 3 2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou


Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à omissão que, no momento, não constituíam delito
segurança pessoal. perante o direito nacional ou internacional. Também
não será imposta pena mais forte de que aquela que,
Artigo 4 no momento da prática, era aplicável ao ato
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; delituoso.
a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos
em todas as suas formas. Artigo 12
Ninguém será sujeito à interferência na sua
vida privada, na sua família, no seu lar ou na
sua correspondência, nem a ataque à sua honra
Artigo 5
e reputação. Todo ser humano tem direito à
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento
proteção da lei contra tais interferências ou
ou castigo cruel, desumano ou degradante.
ataques.
Artigo 6
Artigo 13
Todo ser humano tem o direito de ser, em todos
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de
os lugares, reconhecido como pessoa perante a lei.
locomoção e residência dentro das fronteiras de
Artigo 7
cada Estado.
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem
qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm
2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer
direito a igual proteção contra qualquer discriminação
país, inclusive o próprio e a esse regressar.
que viole a presente Declaração e contra qualquer
incitamento a tal discriminação.
Artigo 14
1. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem
Artigo 8
o direito de procurar e de gozar asilo em outros
Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais
países. 2. Esse direito não pode ser invocado em
nacionais competentes remédio efetivo para os atos
caso de perseguição legitimamente motivada por
que violem os direitos fundamentais que lhe sejam
crimes de direito comum ou por atos contrários
reconhecidos pela constituição ou pela lei.
aos objetivos e princípios das Nações Unidas.
Artigo 9
Artigo 15
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou
1. Todo ser humano tem direito a uma
exilado.
nacionalidade. 2. Ninguém será arbitrariamente
privado de sua nacionalidade, nem do direito de
Artigo 10
mudar de nacionalidade.
Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a
uma justa e pública audiência por parte de um
Artigo 16
tribunal independente e imparcial, para decidir seus
1. Os homens e mulheres de maior idade,
direitos e deveres ou fundamento de qualquer
sem qualquer restrição de raça,
acusação criminal contra ele.
nacionalidade ou religião, têm o direito de
contrair matrimônio e fundar uma família.
Artigo 11
Gozam de iguais direitos em relação ao
1.Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem
casamento, sua duração e sua dissolução.
o direito de ser presumido inocente até que a sua
culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei,
2. O casamento não será válido senão com o livre e
em julgamento público no qual lhe tenham sido
pleno consentimento dos nubentes.
asseguradas todas as garantias necessárias à sua
defesa.
3. A família é o núcleo natural e fundamental da
sociedade e tem direito à proteção da sociedade e
do Estado.

19
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direitos econômicos, sociais e culturais


Artigo 17 indispensáveis à sua dignidade e ao livre
1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só desenvolvimento da sua personalidade.
ou em sociedade com outros.
Artigo 23
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua 1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre
propriedade. escolha de emprego, a condições justas e
favoráveis de trabalho e à proteção contra o
Artigo 18 desemprego.
Todo ser humano tem direito à liberdade de 2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem
pensamento, consciência e religião; esse direito inclui direito a igual remuneração por igual trabalho.
a liberdade de mudar de religião ou crença e a
liberdade de manifestar essa religião ou crença pelo 3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma
ensino, pela prática, pelo culto em público ou em remuneração justa e satisfatória que lhe assegure,
particular. assim como à sua família, uma existência compatível
com a dignidade humana e a que se acrescentarão,
Artigo 19 se necessário, outros meios de proteção social.
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e
expressão; esse direito inclui a liberdade de, sem 4. Todo ser humano tem direito a organizar
interferência, ter opiniões e de procurar, receber e sindicatos e a neles ingressar para proteção de seus
transmitir informações e idéias por quaisquer meios e interesses.
independentemente de fronteiras. Artigo 24
Todo ser humano tem direito a repouso e lazer,
Artigo 20 inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de a férias remuneradas periódicas.
reunião e associação pacífica.
Artigo 25
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma 1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida
associação. capaz de assegurar a si e à sua família saúde, bem-
estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação,
Artigo 21 cuidados médicos e os serviços sociais
1. Todo ser humano tem o direito de tomar parte indispensáveis e direito à segurança em caso de
no governo de seu país diretamente ou por desemprego, doença invalidez, viuvez, velhice ou
intermédio de representantes livremente outros casos de perda dos meios de subsistência em
escolhidos. circunstâncias fora de seu controle.

2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao 2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados
serviço público do seu país. e assistência especiais. Todas as crianças, nascidas
dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma
3. A vontade do povo será a base da autoridade do proteção social.
governo; essa vontade será expressa em eleições
periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto Artigo 26
secreto ou processo equivalente que assegure a 1. Todo ser humano tem direito à instrução. A
liberdade de voto. instrução será gratuita, pelo menos nos graus
elementares e fundamentais. A instrução elementar
Artigo 22 será obrigatória. A instrução técnico-profissional será
Todo ser humano, como membro da sociedade, tem acessível a todos, bem como a instrução superior,
direito à segurança social, à realização pelo esforço esta baseada no mérito.
nacional, pela cooperação internacional e de
acordo com a organização e recursos de cada
Estado, dos

20
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2. A instrução será orientada no sentido do qualquer atividade ou praticar qualquer ato


pleno desenvolvimento da personalidade destinado à destruição de quaisquer dos direitos e
humana e do fortalecimento do respeito pelos liberdades aqui estabelecidos.
direitos do ser humano e pelas liberdades
fundamentais. A instrução promoverá a REGRAS MÍNIMAS DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A
compreensão, a tolerância e a amizade entre PROTEÇÃO DOS JOVENS PRIVADOS DE LIBERDADE
todas as nações e grupos raciais ou religiosos e
coadjuvará as atividades das Nações Unidas em O oitavo Congresso das Nações Unidas sobre
prol da manutenção da paz. prevenção do delito e do tratamento do delinquente.
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do
gênero de instrução que será ministrada a seus Tendo presentes a Declaração Universal dos Direitos
filhos. Humanos (Resolução 217 A (III) da Assembléia Geral,
de 10 de dezembro de 1948); o Pacto Internacional
Artigo 27 de Direitos Civis e Políticos (Resolução 2200 A (XXI)
1. Todo ser humano tem o direito de participar da Assembléia Geral, anexo, de 16 de dezembro de
livremente da vida cultural da comunidade, de fruir as 1966); a Convenção contra a Tortura e Outros
artes e de participar do progresso científico e de seus Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanas ou
benefícios. Degradantes (Resolução 39/46 da Assembléia Geral,
de 10 de dezembro de 1984); a Convenção sobre os
2. Todo ser humano tem direito à proteção dos Direitos da Criança (Resolução 44/25 da Assembléia
interesses morais e materiais decorrentes de qualquer Geral, de 20 de novembro de 1989); como também
produção científica literária ou artística da qual seja outros instrumentos internacionais relativos à
autor. proteção dos direitos e ao bem-estar dos
jovens,.Tendo, também, presentes as Regras
Artigo 28 mínimas para o tratamento dos reclusos aprovadas
Todo ser humano tem direito a uma ordem social e pelo Primeiro Congresso das Nações Unidas sobre
internacional em que os direitos e liberdades Prevenção do Delito e Tratamento do Delinquente,
estabelecidos na presente Declaração possam ser
plenamente realizados. Tendo presente, também, o Conjunto de princípios
para a proteção de todas as pessoas submetidas a
Artigo 29 qualquer forma de detenção ou prisão, aprovado
1. Todo ser humano tem deveres para com a pela Assembléia Geral na sua Resolução 43/173, de 9
comunidade, na qual o livre e pleno desenvolvimento de dezembro de 1988, Recordando a Resolução
de sua personalidade é possível. 40/33 da Assembléia Geral, de 29 de novembro de
1985 e as Regras Mínimas das Nações Unidas para a
2. No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser Administração da Justiça da Infância e da Juventude,
humano estará sujeito apenas às limitações
determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de Recordando, também, a Resolução 21 do Sétimo
assegurar o devido reconhecimento e respeito dos Congresso das Nações Unidas sobre a Prevenção do
direitos e liberdades de outrem e de satisfazer as Delito e Tratamento do Delinquente, na qual se
justas exigências da moral, da ordem pública e do pediu a preparação de regras mínimas das Unidas
bem-estar de uma sociedade democrática. para a proteção dos jovens privados de liberdade,

3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese Recordando, além disso, a seção 11 da Re. 1986/ 10
alguma, ser exercidos contrariamente aos objetivos e do Conselho Econômico e Social, maio de 1986, na
princípios das Nações Unidas. qual, entre outras coisas, foi pedido ao Secretário
Geral que apresentasse Comitê de Prevenção do
Artigo 30 Delito e Luta contra a Delinquência, no seu décimo
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser período de sessões, um relatório sobre os progressos
interpretada como o reconhecimento a qualquer
Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer

21
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realizados a das Regras, e também foi pedido nacionais, particularmente a capacitação de todas as
ao Oitavo Congresso das Nações Unidas sobre categorias do pessoal da justiça da infância e da
Prevenção do Delito e Tratamento do juventude, ao espírito das Regras e a chamar para
Delinquente que as Regras propostas, com elas a atenção das autoridades competentes e do
vistas a sua aprovação, Alarmada pelas público em geral;
condições e circunstâncias pelas quais os jovens
estão privados de sua liberdade em todo o 7. Convida, também, os Estados Membros a
mundo, Conscientes de que os jovens, quando informarem ao Secretário Geral os seus esforços
se encontram privados de liberdade, são para aplicar as Regras na legislação, na política e na
extremamente vulneráveis aos maus-tratos, à prática, e a apresentarem relatórios periódicos ao
vitimização e à violência de seus direitos, Comitê de Prevenção de Delito e Luta contra a
Preocupada pelo fato de que muitos sistemas Delinquência das Nações Unidas, sobre os resultados
não estabelecem diferença entre adultos e alcançados na sua aplicação;
jovens nas distintas fases da administração da 8. Pede ao Secretário geral que procure dar a maior
justiça e consequência disso, muitos jovens difusão possível ao texto das Regras em todos os
estão detidos em prisões e centros penais junto idiomas oficiais das Nações Unidas e convida os
com os adultos, Estados Membros a realizarem o mesmo esforço;

1. Afirma que a reclusão de um jovem em um 9. Pede ao Secretário Geral e solicita aos Estados
estabelecimento deve ser feita apenas em último caso Membros a consignação dos recursos necessários
e pelo menor espaço de tempo necessário; para garantir o bom êxito na aplicação e na execução
das Regras, em particular no que se refere à
2. Reconhece que, devido a sua grande contratação, à capacitação e ao intercâmbio de
vulnerabilidade, os jovens privados de liberdade pessoal da justiça da infância e da juventude de
requerem e proteção especiais e que deverão ser todas as categorias;
garantidos seus direitos e bem-estar durante o
período em que estejam privados de sua liberdade e 10. Insta todos os órgãos competentes do sistema
também após este; das Nações Unidas, em particular o Fundo das
Nações Unidas para a Infância, as comissões
3. Observa, com satisfação, o valioso trabalho da regionais e os organismos especializadas, os
Secretaria e a colaboração estabelecida na preparação institutos das Nações Unidas, para a prevenção do
das Regras entre a Secretaria e os especialistas, os delito e o tratamento do delinquente, e todas as
profissionais, as organizações intergovernamentais, os organizações intergovernamentais e não
meios não oficiais, sobretudo a Anistia Internacional, a governamentais interessadas, a colaborarem com a
Defesa das Crianças Internacional-Movimento Secretaria e adotarem as medidas necessárias para
Internacional e Rãdda Barnen (Save the Children da garantir um esforço concentrado, dentro de suas
Suécia), e as instituições científicas que se ocupam dos respectivas esferas de competência técnica no
direitos das crianças e da Justiça da Infância e da fomento da aplicação das Regras;
Juventude;
11. Convida a Subcomissão de Prevenção de
4. Aprova o projeto de Regras mínimas das ações Discriminações e Proteção às Minorias, da Comissão
Unidas para os jovens privados de liberdade, que de Direitos Humanos, a examinar o novo
figura como anexo à presente resolução; instrumento internacional, com vistas a fomentar a
aplicação de suas disposições.
5. Exorta o Comitê de Prevenção do Delito e a
Delinquência a formular medidas para aplicação eficaz
das Regras, com a assistência dos institutos das
Nações Unidas para a prevenção e o tratamento do
delinquente;

6. Convida os Estados Membros a adaptarem, que


necessário, sua legislação,suas políticas e suas práticas

22
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ANEXO
I. PERSPECTIVAS FUNDAMENTAIS 6. As Regras deverão estar à disposição do pessoal
de justiça da infância e da juventude nos seus
1. O sistema de justiça da infância e da juventude idiomas nacionais. Os jovens que não conheçam
deverá respeitar os direitos e a segurança dos jovens e suficientemente bem o idioma falado pelo pessoal
fomentar seu bem-estar físico e mental. Não deveria do estabelecimento de detenção deverão ter direito
ser economizado esforço para abolir, na medida do aos serviços de um intérprete, sempre que seja
possível, a prisão de jovens. necessário, particularmente durante os
reconhecimentos médicos e as autuações
2. Só se poderá privar de liberdade os jovens de disciplinares.
acordo com os princípios e procedimentos
estabelecidos nas presentes Regras, assim como nas 7. Quando necessário, os Estados deverão incorporar
Regras Mínimas das Nações Unidas para a as presentes Regras a sua legislação ou modificá-las
Administração da Justiça da Infância e da Juventude em consequência, e estabelecer eficazes no caso de
(Regras de Beijing). A privação de liberdade de um falta de observância, incluída a indenização nos
jovem deverá ser decidida apenas em último caso e casos em que haja prejuízo aos jovens. Além disso,
pelo menor espaço de tempo possível. Deverá ser os Estados deverão vigiar a aplicação das Regras.
limitada a casos excepcionais, por exemplo, como
efeito de cumprimento de uma sentença depois da 8. As autoridades competentes procurarão, a todo
condenação, para os tipos mais graves de delitos, e momento, que o público compreenda, cada vez
tendo presente, devidamente, todas as circunstâncias mais, que o cuidado dos jovens detidos e sua
e condições do caso. A duração máxima da punição preparação para a reintegração à sociedade
deve ser determinada pela autoridade judicial antes constituem um serviço social de grande importância
que o jovem seja privado de sua liberdade. Não se e, deverão ser adotadas medidas eficazes para
deve deter ou prender os jovens sem que nenhuma fomentar os contatos abertos entre os jovens e a
acusação tenha sido formulada contra eles. comunidade local.

3. O objetivo das seguintes regras é estabelecer 9. Nenhuma das disposições contidas nas presentes
normas mínimas aceitas pelas Nações Unidas para a regras deverá ser interpretada no sentido de se
proteção dos jovens privados de liberdade em todas excluir a aplicação dos instrumentos e normas
as suas formas, de maneira compatível com os direitos pertinentes das Nações Unidas, nem dos referentes
humanos e liberdades fundamentais, e com vistas a se aos direitos humanos, reconhecidos pela
opor aos efeitos prejudiciais de todo tipo de detenção comunidade internacional e relativos à atenção e à
e a fomentar a integração na sociedade. proteção de crianças e adolescentes.

4. Estas Regras deverão ser aplicadas, imparcialmente, 10. No caso da aplicação prática das regras
a todos os jovens, sem discriminação de nenhum tipo específicas contidas nos capítulos II a V, inclusive,
por razão de raça, cor, sexo, idioma, religião, das presentes regras, ser incompatível com as regras
nacionalidade, opinião política ou de outro tipo, que na primeira parte, as últimas prevalecerão sobre
práticas ou crenças culturais, fortuna, nascimento, as primeiras.
situação de família, origem étnica ou social ou
incapacidade. Deverão ser respeitadas as crenças II. EFEITOS E APLICAÇÃO DAS REGRAS
religiosas e culturais, assim como as práticas e
preceitos morais dos jovens. 11. Devem ser aplicadas, aos efeitos das presentes
Regras, as seguintes definições:
5. As Regras estão concebidas para ter padrões
práticos de referência e dar orientação aos a) Entende-se por jovem uma pessoa de idade
profissionais que participam da administração do inferior a 18 anos. A lei deve estabelecer a idade-
sistema de justiça da e da juventude.

23
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limite antes da qual a criança não poderá ser privada 16. As Regras serão aplicadas no contexto das
de sua liberdade; condições econômicas, sociais e culturais
predominantes em cada Estado Membro.
b) Por privação de liberdade, entende-se toda forma
de detenção ou prisão, assim como a internação em
outro estabelecimento público ou privado, de onde III. JOVENS DETIDOS OU EM PRISÃO PREVENTIVA
não se permita a saída livre do jovem, ordenado por
qualquer autoridade judicial, administrativa ou outra 17. Supõem-se inocentes os jovens detidos sob
autoridade pública. detenção provisória ou em espera de julgamento
("prisão preventiva") e deverão ser tratados como
12. A privação da liberdade deverá ser efetuada em tais. Na medida do possível, deverá ser evitada, e
condições e circunstâncias que garantam o respeito limitada a circunstâncias excepcionais, a detenção
aos direitos humanos dos jovens. Deverá ser antes da celebração do julgamento. Como
garantido, aos jovens reclusos em centros, o direito a consequência, deverá ser feito todo o possível para
desfrutar de atividades e programas úteis que sirvam aplicar medidas substitutivas. Quando, apesar disso,
para fomentar e garantir seu são desenvolvimento e recorrer-se à detenção preventiva, os tribunais de
sua dignidade, promover seu sentido de jovens e os órgãos de investigação deverão dar
responsabilidade e fomentar, neles, atitudes e máxima prioridade ao mais rápido andamento
conhecimentos que ajudem a desenvolver suas possível do trâmite desses casos, para que a
possibilidades como membros da sociedade. detenção seja a menor possível. De todas as
maneiras, os jovens detidos ou em espera de
13. Por razão de sua situação, não se deverá negar aos julgamento deverão estar separados dos declarados
jovens privados de liberdade seus direitos civis, culpados.
econômicos, políticos, sociais ou culturais
correspondentes, de acordo com a legislação nacional 18. As condições de detenção de um jovem que não
ou internacional e que sejam compatíveis com a tenha sido julgado deverão ser ajustadas às
privação da liberdade, como, por exemplo, os direitos seguintes Regras e a outras disposições concretas
e prestações da previdência social, a liberdade de que sejam necessárias e apropriadas, dadas as
associação e, ao alcançar a idade mínima exigida exigências da presunção de inocência, da duração da
associação pela lei, o direito de contrair matrimônio. detenção e da condição e circunstâncias jurídicas dos
jovens. Entre essas disposições, figurarão as
14. A proteção dos direitos individuais dos jovens no seguintes, sem que esta enumeração tenha caráter
que diz respeito, especialmente, à legalidade da limitativo:
execução das medidas de detenção, será garantida a) Os jovens terão direito à assessoria jurídica
pela autoridade judicial competente, enquanto que os e poderão solicitar assistência jurídica gratuita,
objetivos de integração social deverão ser garantidos quando existente, e se comunicar com seus
por um órgão devidamente constituído que esteja assessores jurídicos. Nessa comunicação,
autorizado a visitar os jovens e que não pertença à deverá ser respeitada a intimidade e seu
administração do centro de detenção, através de caráter confidencial.
inspeções regulares e outras formas de controle.
b) Deverá ter dada aos jovens a oportunidade de
15. As Regras presentes são aplicadas a todos os efetuar um trabalho remunerado e de continuar
centros e estabelecimentos onde haja jovens privados estudos ou capacitação, mas não serão obrigados a
de liberdade. As Partes I, II, IV e V das Regras se isso. Em nenhum caso será mantida a detenção por
aplicam a todos os centros de estabelecimentos onde razões de trabalho, estudos ou capacitação.
haja jovens detidos, enquanto que a Parte III se aplica
a jovens sob detenção provisória ou em espera de c) Os jovens estarão autorizados a receber e
julgamento. conservar materiais de entretenimento e recreio que
sejam compatíveis com os interesses da
administração da justiça.

24
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IV. ADMINISTRAÇÃO DOS CENTROS DE DETENÇÃO DE e) detalhes sobre os problemas de saúde física
JOVENS e mental conhecidos, incluído o uso indevido de
drogas e álcool.
A. Antecedentes
22. A informação, acima mencionada, relativa ao
19. todos os relatórios, incluídos os registros jurídicos ingresso, lugar de internação, mudança e liberação,
e médicos, as atas das autuações disciplinares, assim deverá ser notificada, sem demora, aos pais e
como os demais documentos relacionados forma, o tutores ou ao parente mais próximo do jovem.
conteúdo e os dados do tratamento, deverão formar
um expediente pessoal e que deverá ser atualizado, 23. Após o ingresso, e o mais rápido possível, serão
acessível somente a pessoas autorizadas e classificado preparados e apresentados à direção relatórios
de maneira que se torne facilmente compreensível. completos e demais informações pertinentes sobre a
Sempre que possível, todo jovem terá direito a expor situação pessoal e circunstâncias de cada jovem.
objeções a qualquer fato ou opinião que figure no seu
de modo que se possa retificar as afirmações inexatas, 24. No momento do ingresso, todos os jovens
infundadas ou injustas. Para o exercício deste direito, deverão receber uma cópia do regulamento que rege
seria necessário estabelecer procedimentos que o centro de detenção e uma descrição completa de
permitissem ao jovem, ou a um terceiro apropriado e seus direitos e obrigações num idioma que possam
independente, ter acesso ao expediente e consultá-lo, compreender, junto à direção das autoridades
se assim o solicitar. À raiz de sua liberação, todo jovem competentes perante as quais podem formular
terá o direito de ter seu expediente extinto. queixas, assim como dos organismos e organizações
públicos ou privados que prestem assistência
20. Nenhum jovem poderá ser admitido num centro jurídica. Para os jovens analfabetos ou que não
de detenção sem uma ordem de internamento válida possam compreender o idioma de forma escrita, a
de uma autoridade judicial, administrativa de caráter informação deve ser comunicada de maneira que
público. Os detalhes desta ordem deverão ser possa ser completamente compreendida.
consignados, imediatamente, no registro. Nenhum
jovem será detido em nenhum centro onde não exista 25. Todos os jovens deverão ser ajudados a
esse registro. compreender os regulamentos que regem a
organização interna do centro, os objetivos e
B. Ingresso, registro, deslocamento a mudança metodologia do tratamento utilizado, as exigências e
procedimentos disciplinares, outros métodos
21. Em todos os lugares onde haja jovens detidos, utilizados para se obter informação e formular
deverá ser mantido um registro completo e confiável queixas, e qualquer outra questão que facilite a
da seguinte informação relativa a cada um dos jovens compreensão total de seus direitos e obrigações
admitidos: durante o internamente.
a) dados relativos à identidade do jovem;
26. O transporte de jovens deverá ser efetuado às
b) a causa da reclusão, assim como seus motivos e custas da administração, em veículos ventilados e
autoridade que ordenou; iluminados, e em condições que não tragam nenhum
sofrimento físico ou moral. Os jovens não serão
c) o dia e a hora do ingresso, da mudança e da enviados de um centro a outro, arbitrariamente.
liberação;
C. Classificação • destinação
d) detalhes da notificação de cada ingresso, mudança
ou liberação do jovem aos pais e tutores que 27. Depois do ingresso, o jovem será entrevistado o
estivessem responsáveis no momento de ser mais rápido possível e será preparado um relatório
internado; psicológico e social, onde existam os dados
pertinentes ao tipo e nível concretos de tratamento
e

25
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programa que o jovem requer. Este relatório, junto


com outro preparado pelo funcionário médico que 32. O desenho dos centros de detenção para jovens
recebeu o jovem no momento do ingresso, deverá ser e o ambiente físico deverão corresponder a sua
apresentado ao diretor para se decidir o lugar mais finalidade, ou seja, a reabilitação dos jovens
adequado para a instalação do jovem no centro e internados, em tratamento, levando devidamente
determinar o tipo e o nível necessários de tratamento em conta a sua necessidade de intimidade, de
e de programa que deverão ser aplicados. estímulos sensoriais, de possibilidades de associação
com seus companheiros e de participação em
28. A detenção de jovens só será feita em condições atividades esportivas, exercícios físicos e atividades
que levem em conta, plenamente, suas necessidades e de entretenimento. O desenho e a estrutura dos
situações concretas, assim como os requisitos centros de detenção para jovens deverão ser tais
especiais que exijam sua idade, personalidade, sexo e que reduzam ao mínimo o perigo de incêndio e
tipo de delito, e sua saúde física e mental, e que garantam uma evacuação segura dos locais. Deverá
garantam sua proteção contra influências nocivas e ser feito um sistema eficaz de alarme para caso de
situações de risco. O critério principal para separar os incêndio, assim como procedimentos estabelecidos e
diversos grupos de jovens privados de liberdade devidamente ensaiados que garantam a segurança
deverá ser o tipo de assistência que melhor se adapte dos jovens. Os centros de detenção não estarão
às necessidades concretas dos interessados e a localizados em zonas de conhecidos riscos para a
proteção de seu bem-estar e integridade física, mental saúde ou onde existam outros perigos.
e moral.
33. Os dormitórios deverão ser, normalmente, para
29. Em todos os centros, os jovens deverão estar pequenos grupos ou individuais, tendo presentes os
separados dos adultos, a não ser que sejam da mesma costumes locais. O isolamento em celas individuais
família. Em condições de supervisão, será possível durante a noite, só poderá ser imposto em casos
reunir os jovens com adultos cuidadosamente excepcionais e unicamente pelo menor espaço de
selecionados, no marco de um programa especial, cuja tempo possível. Durante a noite, todas as zonas
utilidade para os jovens interessados tenha sido destinadas a dormitórios, inclusive as habitações
demonstrada de forma incontestável. individuais e os dormitórios coletivos, deverão ter
uma vigilância regular e discreta para assegurar a
30. Devem ser organizados centros de detenção proteção de cada jovem. Cada jovem terá, segundo
abertos para jovens. entende-se por centros de os costumes locais ou nacionais, roupa de cama
detenção abertos aqueles onde as medidas de individual suficiente, que deverá ser entregue limpa,
segurança são escassas ou nulas. A população desses mantida em bom estado e trocada regulamentar por
centros de detenção deverá ser a mais pequena motivo de asseio.
possível. O número de jovens internados em centros
fechados deverá ser também suficientemente 34. As instalações sanitárias deverão ser de um nível
pequeno para que o tratamento possa ter caráter adequado e estar localizadas de maneira que o
individual. Os centros de detenção para jovens jovem possa satisfazer suas necessidades físicas na
deverão estar descentralizados e ter um tamanho que intimidade e de forma asseada e decente.
facilite o acesso das famílias dos jovens e seu contato
com elas. Será conveniente estabelecer pequenos 35. A posse de objetos pessoais é um elemento
centros de detenção e integrá-los ao contexto social, fundamental do direito à intimidade e é
econômico e cultural da comunidade. indispensável para o bem-estar psicológico do
jovem. O direito de todo jovem possuir objetos
D. Ambiente físico • alojamento pessoais e dispor lugares seguros para guardá-los
deverá ser reconhecido e respeitado plenamente. Os
31. Os jovens privados de liberdade terão direito a objetos pessoais que o jovem decida não conservar
contar com locais e serviços que satisfaçam a todas as ou que sejam confiscados deverão ser depositados
exigências da higiene e da dignidade humana. em lugar seguro, e se fará um inventário dos
mesmos,

26
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assinado pelo jovem. Serão tomadas medidas sentido, e deverá ser feito todo o possível para
necessárias para que tais objetos sejam conservados que tenham acesso a programas de ensino
em bom estado. Todos os artigos, assim como adequados.
também o dinheiro, deverão ser restituídos ao jovem
em liberdade, salvo o dinheiro autorizado ou os 40. Os diplomas ou certificados de estudos
objetos que tenha enviado ao exterior. Se o jovem outorgados aos jovens durante sua detenção não
recebe remédios ou se é descoberto que ele os tem, o deverão indicar, de modo algum, que os jovens
médico deverá decidir sobre seu uso. tenham estado detidos.

36. Na medida do possível, os jovens terão direito a 41. Todo centro de detenção deverá facilitar o
usar sua próprias roupas. Os centros de detenção acesso dos jovens a uma biblioteca bem provida de
cuidarão para que todos os jovens tenham roupas livros e jornais instrutivos e recreativos que sejam
pessoais apropriadas ao clima e suficientes para adequados, e deverá ser estimulada e permitida a
mantê-los em boa saúde. Tais roupas não deverão ser, utilização, ao máximo, dos serviços da biblioteca.
de modo algum, degradantes ou humilhantes. Os
jovens que saiam do centro, ou aqueles abandoná-lo 42. Todo jovem terá direito a receber formação para
por qualquer motivo, poderão usar suas próprias exercer uma profissão que o prepare para um futuro
roupas. emprego.

37. Todos os centros de detenção devem garantir que 43. Os jovens poderão optar pela classe de trabalho
todo o jovem terá uma alimentação adequadamente que desejem realizar, levando devidamente em
preparada e servida nas horas habituais, em qualidade conta uma seleção profissional racional e as
e quantidade que satisfaçam as normas da dietética, exigências da administração do estabelecimento.
da higiene e da saúde e, na medida do possível, as
exigências religiosas e culturais. Todo jovem deverá 44. Todas as normas racionais e internacionais de
ter, a todo momento, água limpa e potável. proteção aplicadas ao trabalho da criança e aos
trabalhadores jovens deverão ser aplicadas aos
E. Educação, formação profissional • trabalho jovens privados de liberdade.

38. Todo jovem em idade de escolaridade obrigatória 45. sempre que possível, deverá ser dada aos jovens
terá o direito de receber um ensino adaptado as suas a oportunidade de realizar um trabalho remunerado
idades e capacidades e destinado a prepará-lo para e, se for factível, no âmbito da comunidade local,
sua reintegração na sociedade. Sempre que possível, que complemente a formação profissional realizada,
este ensino deverá ser feito fora do estabelecimento, com o objetivo de aumentar a possibilidade de que
em escolas da comunidade e, em qualquer caso, a encontrem um trabalho conveniente quando se
cargo de professores competentes, através de reintegrarem às suas comunidades. O tipo de
programas integrados ao sistema de ensino público trabalho deverá ser tal que proporcione uma
para que, quando sejam postos em liberdade, os formação adequada, produtiva para os jovens depois
jovens possam continuar seus estudos sem de sua liberação. A organização e os métodos de
dificuldade. A administração dos estabelecimentos trabalho regentes nos centros de detenção deverão
deverá prestar atenção especial ao ensino dos jovens ser semelhantes, o mais possível, aos que são
de origem estrangeira ou com necessidades culturais aplicados em um trabalho similar na comunidade,
ou étnicas particulares. Os jovens analfabetos ou que para que os jovens fiquem preparados para as
apresentem problemas cognitivos ou de condições de trabalho normais.
aprendizagem terão direito a receber um ensino
especial. 46. Todo jovem que efetue um trabalho terá direito
a uma remuneração justa. interesse dos jovens e de
39. Os jovens que já tenham ultrapassado a idade de sua formação profissional não deve ser subordinado
escolaridade obrigatória que desejem continuar seus ao propósito de realizar benefícios para o centro de
estudos deverão ser autorizados e incentivados nesse detenção ou para um terceiro. Uma parte da

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remuneração do jovem deverá ser reservada para H. Detenção médica


constituir um fundo, que lhe será entregue quando
posto em liberdade. O jovem deverá ter o direito de 49. Todo jovem deverá receber atenção médica
utilizar o restante dessa remuneração para adquirir adequada, tanto preventiva como corretiva, incluída
objetos de uso pessoal, indenizar a vítima prejudicada a atenção odontológica, oftalmológica e de saúde
pelo seu delito, ou enviar à família ou a outras pessoas mental, assim como os produtos farmacêuticos e
fora do centro. dietas especiais que tenham sido receitados pelo
médico. Normalmente, toda esta atenção médica
F. Atividades recreativas deverá ser prestada aos jovens reclusos através dos
serviços e instalações sanitários apropriados da
47. Todo jovem deverá dispor, diariamente, de tempo comunidade onde esteja localizado o centro de
disponível para praticar exercícios físicos ao ar livre, se detenção, com o objetivo de evitar que se
o tempo permitir, durante o qual se proporcionará estigmatize o jovem e de promover sua dignidade
normalmente uma educação recreativa e física pessoal e sua integração à comunidade.
adequada. Para tais atividades, serão colocados à sua
disposição terreno suficiente, instalações e 50. Todo jovem terá o direito a ser examinado por
equipamentos necessários. Todo jovem deverá dispor, um médico, imediatamente depois de seu ingresso
diariamente, de tempo adicional para atividades de em um centro de jovens, com o objetivo de se
entretenimento, parte das quais deverão ser constatar qualquer prova de maus-tratos anteriores
dedicadas, se o jovem assim o desejar, a desenvolver e verificar qualquer estado físico ou mental que
aptidões nas artes. O centro de detenção deverá requeira atenção médica.
verificar se todo jovem é fisicamente apto para
participar dos programas de educação física 51. Os serviços médicos à disposição dos jovens
disponíveis. Deverá ser oferecida educação física deverão tratar de detectar e cuidar de toda doença
corretiva e terapêutica, sob supervisão médica, aos física ou mental, todo uso indevido de substância e
jovens necessitados. qualquer outro estado que possa constituir um
obstáculo para a integração do jovem na sociedade.
G. Religião Todo centro de detenção de jovens deverá ter
acesso imediato a instalações e equipamento
48. Todo jovem terá o direito de cumprir os preceitos médicos adequados que tenham relação com o
de sua religião, participar dos cultos ou reuniões número e as necessidades de seus residentes, assim
organizados no estabelecimento ou celebrar seus como a pessoal capacitado em saúde preventiva em
próprios cultos e ter em seu poder livros ou objetos de tratamento de urgências médicas. Todo jovem que
culto e de instrução religiosa de seu credo. Se no esteja doente, apresente sintomas de dificuldades
centro de detenção houver um número suficiente de físicas ou mentais ou se queixe de doença, deverá
jovens que professam uma determinada religião, ser examinado rapidamente por um funcionário
deverá ser nomeado ou admitir-se-á um ou mais médico.
representantes autorizados desse culto que poderão
organizar, periodicamente, cultos religiosos e efetuar 52. Todo funcionário médico que tenha razões para
visitas pastorais particulares aos jovens de sua estimar que a saúde física ou mental de tenha sido
religião. Todo jovem terá o direito de receber visitas afetada, ou possa vir a ser, pela prolongada reclusão,
de um representante qualificado de qualquer religião greve de fome ou qualquer circunstância da
legalmente reconhecida como de sua escolha, de não reclusão, deverá comunicar este imediatamente ao
participar de cultos religiosos e de recusar livremente diretor do estabelecimento e a autoridade
o ensino, a assessoria e a doutrinação religiosa. independente responsável pelo bem-estar do jovem.

53. todo jovem que sofra de uma doença deverá


receber tratamento numa instituição especializada,
sob supervisão médica independente. Serão
adotadas medidas, de acordo com organismos

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competentes, para que, caso seja necessário, possa


continuar o tratamento sanitário mental depois da 58. O jovem deverá ser informado, imediatamente,
liberação. da morte ou da doença ou de um acidente grave
com um familiar e poderá ir ao enterro ou, em
54. Os centros de detenção deverão organizar caso de doença grave de um parente, ir visitar o
programas de prevenção do uso indevido de drogas e enfermo.
de reabilitação, administrados por pessoal qualificado.
Estes programas deverão ser adaptados à idade, sexo J. Contatos com a comunidade em geral
e a outras circunstâncias dos jovens interessados, e
deverão ser oferecidos serviços de desintoxicação, 59. Deverão ser utilizados todos os meios para
dotados de pessoal qualificado, aos jovens garantir uma comunicação adequada dos jovens com
toxicômanos ou alcoólatras. o mundo exterior, comunicação esta que é parte
integrante do direito a um tratamento justo e
55. Somente serão receitados remédios para um humanitário e é indispensável para a reintegração
necessário ou por razões médicas e, possível, depois dos jovens à sociedade. Deverá ser permitida aos
do consentimento do jovem. Em particular, nunca jovens a comunicação com seus familiares, seus
serão receitados para se obter informação ou amigos e outras pessoas ou representantes de
confissão, nem como castigo reprimir o jovem. Os organizações prestigiosas do exterior; sair dos
jovens nunca serão objeto para experimentar o centros de detenção para visitar seu lar e sua família
emprego de tratamentos. O uso de qualquer remédio e obter permissão especial para sair do
sempre ser autorizado e efetuado pelo médico estabelecimento por motivos educativos,
qualificado. profissionais ou outras razões importantes. Em caso
de o jovem estar cumprindo uma pena, o tempo
I. Verificação da doença, de acidente e morte passado fora do estabelecimento deverá ser contado
como parte do período de cumprimento da
56. A família ou o tutor de um jovem, ou qualquer sentença.
outra pessoa designada pelo mesmo, têm o direito de
serem informados, caso solicitem, sobre o estado do 60. Todo jovem deverá ter o direito de receber
jovem e qualquer mudança que aconteça nesse visitas regulares e frequentes, a princípio uma vez
sentido. Em caso de falecimento, requeira o envio do por semana e, pelo menos, uma vez por mês, em
jovem a um centro médico fora do centro ou um condições que respeitem a necessidade de
estado que exija tratamento por mais de 48 horas no intimidade do jovem, o contato e a comunicação,
serviço clínico do centro de detenção, o diretor do sem restrições, com a família e com o advogado de
centro deverá avisar, imediatamente, à família, ao defesa.
tutor ou a qualquer outra pessoa designada pelo
jovem. 61. Todo jovem terá o direito de se comunicar por
escrito ou por telefone, pelo menos duas vezes por
57. em caso de falecimento de um jovem durante o semana, com a pessoa de sua escolha, salvo se,
período de privação de liberdade, o parente mais legalmente, não puder fazer uso desse direito, e
próximo terá o direito de examinar a certidão de deverá receber a assistência necessária para que
óbito, de ver o cadáver e de decidir seu destino. Em possa exercer eficazmente esse direito. Todo jovem
caso de falecimento de um jovem durante sua terá o direito a receber toda a correspondência a ele
detenção, deverá ser feita uma pesquisa dirigida.
independente sobre as causas da morte, cujas
conclusões deverão ficar à disposição do parente mais 62. Os jovens deverão ter a oportunidade de se
próximo. Tal pesquisa deverá ser feita quando a morte informar, periodicamente, os acontecimentos
do jovem ocorrer dentro dos seis meses seguintes à através de jornais, revistas ou outras publicações,
data de sua liberação, e quando houver suspeita de programas de rádio, televisão e cinema, como
que a morte tem relação com o período de reclusão. também através de visitas dos representantes de
qualquer clube ou

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organização de caráter legal que o jovem esteja como preparação para sua reintegração à
interessado. comunidade, e nunca deverá ser imposto como
K. Limitações da coerção física • uso da força castigo disciplinar. Nenhum jovem poderá ser
castigado mais de uma vez pela mesma infração. Os
63. uso de instrumentos de coerção e a força, com castigos coletivos devem ser proibidos.
qualquer fim, deverá ser proibido, salvo nos casos
estabelecidos no Artigo 63. 68. As leis ou regulamentos aprovados pela
autoridade administrativa competente deverão
64. Somente em casos excepcionais se poderá usar a estabelecer normas relativas aos seguintes pontos,
força ou instrumentos de coerção, quando todos os levando-se em conta as características, necessidades
demais meios de controle tenham esgotado e e direitos fundamentais do jovem:
fracassado, e apenas pela forma expressamente a) a conduta que seja uma infração disciplinar;
autorizada e descrita por uma lei ou regulamento. b) o caráter e a depuração dos castigos disciplinares
Esses instrumentos não deverão causar lesão, dor, que podem ser aplicados;
humilhação, nem degradação, e deverão ser usados c) a autoridade competente para impor estes
de forma restrita e pelo menor período de tempo castigos;
possível. Por ordem do diretor da administração, estes d) a autoridade competente no grau de apelação.
instrumentos poderão ser utilizados para impedir que
o menor prejudique a outros ou a si mesmo ou cause 69. Um relatório de má conduta deverá ser
sérios danos materiais. Nesse caso, o diretor deverá apresentado, imediatamente, à autoridade com que
consultar, imediatamente, o pessoal médico e outro deverá decidir a respeito, sem delongas
pessoal competente e informar à autoridade injustificadas. A autoridade competente deverá
administrativa superior. examinar o caso com cuidado.
65. Em todo centro onde haja jovens detidos,
deverá ser proibido o porte e o uso de armas por 70. Um castigo disciplinar só será imposto a um
parte dos funcionários. jovem se estiver estritamente de acordo com o
disposto nas leis ou regulamentos em vigor. Nenhum
L. Procedimentos disciplinares jovem será castigado sem que tenha sido
devidamente informado da infração que o acusam,
66. Todas as medidas e procedimentos disciplinares de maneira que possa entender, e sem que tenha a
Deverão contribuir para a segurança e para uma vida oportunidade de se defender, incluído o direito
comunitária ordenada e ser compatíveis com o apelar a uma autoridade competente imparcial.
respeito à dignidade inerente do jovem e com o Deverá ser feita uma ata completa com todas as
objetivo fundamental do tratamento institucional, ou autuações disciplinares.
seja, infundir um sentimento de justiça e de respeito
por si mesmo e pelos direitos fundamentais de toda 71. nenhum jovem deverá ter, a seu encargo,
pessoa. funções disciplinares, salvo no que se refere à
supervisão de certas atividades sociais, educativas ou
67. Todas as medidas disciplinares que sejam cruéis, esportivas de autogestão.
desumanas ou degradantes, estarão estritamente
proibidas, incluídos os castigos corporais, o M. Inspeção a reclamações
recolhimento em cela escura e as penalidades de
isolamento ou de solitária, assim como qualquer outro 72. Os inspetores qualificados ou uma entidade
castigo que possa pôr em perigo a saúde física ou devidamente constituída, de nível equivalente, que
mental do menor. A redução de alimentos e a não pertençam à administração do centro deverão
restrição ou proibição de contato com familiares ter a faculdade de efetuar visitas periódicas, sem
estarão proibidas, seja qual for a finalidade. O prévio aviso, por iniciativa própria e gozar de plenas
trabalho será considerado, sempre, um instrumento garantias de independência no exercício desta
de educação e um meio de promover o respeito função. Os inspetores deverão ter acesso, sem
próprio do jovem,

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restrição, a todas as pessoas empregadas ou que 78. Para a formulação de uma queixa, todo jovem
trabalhem nos estabelecimentos ou instalações onde terá o direito de solicitar assistência aos
haja, ou possa haver, jovens privados de liberdade, e a membros de sua família, a assessores jurídicos, a
todos os jovens e a toda a documentação dos grupos humanitários ou outros, quando possível.
estabelecimentos. Será prestada assistência aos jovens analfabetos,
quando estes necessitem recorrer aos serviços de
73. Nas inspeções, deverão participar funcionários organismos ou organizações públicas ou
médicos especializados, adscritos à entidade inspetora privadas, que oferecem assessoria jurídica ou
ou a serviço da saúde pública, os quais deverão avaliar que sejam competentes para receber
o cumprimento das regras relativas ao ambiente físico, reclamações.
à higiene, ao alojamento, à comida, ao exercício e aos
serviços médicos, assim como a quaisquer outros N. Reintegração na sociedade
aspectos ou condições da vida do centro que afetem a
saúde física e mental dos jovens. Todos os jovens 79. Todos os jovens deverão ser beneficiados com
terão direito a falar confidencialmente com os medidas concebidas para ajudar sua reintegração na
inspetores. sociedade, na vida familiar, na educação ou no
trabalho depois de postos em liberdade. Para tal fim,
74. Terminada a inspeção, o inspetor deverá deverão ser estabelecidos certos procedimentos,
apresentar um relatório com suas conclusões. Este inclusive a liberdade antecipada, e cursos especiais.
relatório incluirá uma avaliação da forma como o
centro de detenção observa as presentes Regras e 80. As autoridades competentes deverão criar ou
disposições pertinentes da legislação nacional, assim recorrer a serviços que ajudem a reintegração dos
como recomendações sobre as medidas consideradas jovens na sociedade, e contribuam para diminuir os
necessárias para garantir seu cumprimento. Todo ato preconceitos existentes contra eles. Estes serviços,
descoberto por um inspetor, que indique uma violação na medida do possível, deverão proporcionar
das disposições legais relativas aos direitos dos jovens alojamento, trabalho e roupas convenientes ao
ou ao funcionamento do centro de detenção, deverá jovem, assim como os meios necessários para sua
ser comunicado às autoridades competentes para subsistência depois de sua liberação. Os
investigação e para que se exija as responsabilidades representantes de organismos que prestam estes
correspondentes. serviços deverão ser consultados, e terão acesso aos
jovens durante sua reclusão, com vistas à assistência
75. Todo jovem deverá ter a oportunidade de que possam prestar para sua reintegração na
apresentar, a todo momento, petições ou queixas ao comunidade.
diretor do estabelecimento ou a seu representante
autorizado. O. Funcionários

76. Todo jovem terá direito de enviar, pela via 81. O pessoal deverá ser competente e contar com
prescrita e sem censura quanto ao conteúdo, uma um número suficiente de especialistas, como
petição ou queixa à administração central dos educadores, instrutores profissionais, assessores,
estabelecimentos para jovens, à autoridade judicial ou assistentes sociais, psiquiatras e psicólogos.
a qualquer outra autoridade competente, e a ser Normalmente, estes funcionários e outros
informado, sem demora, da resposta. especialistas deverão formar parte do pessoal
permanente, mas isso não excluirá os auxiliares de
77. Deverá se tentar criar um escritório independente tempo parcial ou voluntários, quando for apropriado,
(ombudsman) encarregado de receber e pesquisar as e trouxer benefícios ao estabelecimento. Os centros
queixas formuladas pelos jovens privados de sua de detenção deverão aproveitar todas as
liberdade e de ajudar na obtenção de soluções possibilidades e modalidades de assistência
equitativas. corretiva, educativa, moral, espiritual e de outra
índole que estejam disponíveis na comunidade e que

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sejam idôneas, em função das necessidades e experiência na matéria, e deverá dispor de todo o
dos problemas particulares dos jovens reclusos. seu tempo para a sua função oficial.

82. A administração deverá selecionar e contratar, 87. No desempenho de suas funções, o pessoal dos
cuidadosamente, pessoal de todas as classes e centros de detenção Deverá respeitar e proteger a
categorias, já que o bom andamento dos centros de dignidade e os direitos humanos fundamentais de
detenção depende da integridade, atitude todos os jovens, especialmente:
humanitária, capacidade e competência dos
funcionários para tratar os jovens, assim como os seus a) nenhum membro do pessoal do centro de
dotes pessoais para o trabalho. detenção ou da instituição deverá infligir, instigar ou
tolerar nenhum ato de tortura, nem forma alguma
83. Para alcançar tais objetivos, deverão ser de tratamento, castigo ou medida corretiva ou
designados funcionários profissionais, com disciplinar severa, cruel, desumana ou degradante,
remuneração suficiente para atrair e reter homens e sob nenhum pretexto ou circunstância de qualquer
mulheres capazes. Deverá ser dado, a todo momento, tipo;
estímulo aos funcionários dos centros de detenção de
jovens para que desempenhem suas funções e b) todo o pessoal deverá impedir e combater,
obrigações profissionais de forma humanitária, severamente, todo ato de corrupção, comunicando-
dedicada, profissional, justa e eficaz, comportem-se, a o, sem demora, às autoridades competentes;
todo momento, de tal maneira que mereçam e
obtenham o respeito dos jovens, e sejam, para estes, c) todo o pessoal deverá respeitar estas Regras.
um modelo e uma perspectiva positivos. Quando tiverem motivos para suspeitar que estas
Regras foram gravemente violadas, ou possam vir a
84. A administração deverá adotar formas de ser, deverão comunicar as suas autoridades
organização e de gestão que facilitem a comunicação superiores ou órgãos competentes com
entre as diferentes categorias de funcionários de cada responsabilidade para supervisionar ou remediar a
centro de detenção, para que seja intensificada a situação;
cooperação entre os diversos serviços dedicados à
atenção de jovens, também entre o pessoal e a d) todo o pessoal deverá velar pela total proteção da
administração, com vistas a conseguir que o pessoal saúde física e mental dos jovens, incluída a proteção
em contato direto com os jovens possa atuar em contra a exploração e maus tratos físicos, sexuais e
condições que favoreçam o desempenho eficaz de efetivos e deverá adotar, com urgência, medidas
suas tarefas. para que recebam atenção médica, sempre que
necessário;
85. O pessoal deverá receber uma formação que
permita o desempenho eficaz de suas funções, e) todo o pessoal deverá respeitar o direito dos
particularmente a capacitação em psicologia infantil, jovens à intimidade e deverá respeitar, em
proteção da infância e critérios e normas particular, todas as questões confidenciais relativas
internacionais de direitos humanos e direitos da aos jovens ou às suas famílias que cheguem a
criança, incluídas as presentes Regras. O pessoal conhecer no exercício de sua atividade profissional;
deverá manter e aperfeiçoar seus conhecimentos e
capacidade profissional, comparecendo a cursos de f) todo o pessoal deverá reduzir, ao mínimo, as
formação no serviço, que serão organizados, diferenças entre a vida dentro e fora do centro de
periodicamente. detenção que tendam a diminuir o devido respeito à
dignidade dos jovens como seres humanos.
86. O diretor do centro deverá estar devidamente
Qualificado para sua função, por sua capacidade
administrativa, por uma formação adequada e por sua

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REGRAS MÍNIMAS DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A funcionários, os métodos, enfoques e atitudes
ADMINISTRAÇÃO adotadas.
DA JUSTIÇA , DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE
(REGRAS DE BEIJING) 2. Alcance das regras e definições utilizadas

PRIMEIRA PARTE - PRINCÍPlOS GERAIS 2.1 As regras mínimas uniformes que se enunciam a
seguir se aplicarão aos jovens infratores com
1. Orientações fundamentais imparcialidade, sem distinção alguma, por exemplo,
de raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião política
1.1 Os Estados Membros procurarão, em consonância ou de qualquer outra natureza, origem nacional ou
com seus respectivos interesses gerais, promover o social, posição econômica, nascimento ou qualquer
bem-estar da criança e do adolescente e de sua outra condição.
família.
2.2 Para os fins das presentes regras, os Estados
1.2 Os Estados Membros se esforçarão para criar Membros aplicarão as definições seguintes, de forma
condições que garantam à criança e ao adolescente compatível com seus respectivos sistemas e
uma vida significativa na comunidade, fomentando, conceitos jurídicos:
durante o período de idade em que ele é mais
vulnerável a um comportamento desviado, um a) jovem é toda a criança ou adolescente que, de
processo de desenvolvimento pessoal e de educação o acordo com o sistema jurídico respectivo, pode
mais isento possível do crime e da delinqüência. responder por uma infração de forma diferente do
adulto;
1.3 Conceder-se-á a devida atenção à adoção de
medidas concretas que permitam a mobilização de b) infração é todo comportamento (ação ou
todos os recursos disponíveis, com a inclusão da omissão) penalizado com a lei, de acordo com o
família, de voluntários e outros grupos da respectivo sistema jurídico;
comunidade, bem como da escola e de demais
instituições comunitárias, com o fim de promover o c) jovem infrator é aquele a quem se tenha imputado
bem-estar da criança e do adolescente, reduzir a o cometimento de uma infração ou que seja
necessidade da intervenção legal e tratar de modo considerado culpado do cometimento de uma
efetivo, eqüitativo e humano a situação de conflito infração.
com a lei.
2.3 Em cada jurisdição nacional procurar-se-á
1.4 A Justiça da Infância e da Juventude será promulgar um conjunto de leis, normas e disposições
concebida como parte integrante do processo de aplicáveis especificamente aos jovens infratores,
desenvolvimento nacional de cada país e deverá ser assim como aos órgãos e instituições encarregados
administrada no marco geral de justiça social para das funções de administração da Justiça da Infância e
todos os jovens, de maneira que contribua ao mesmo da Juventude, com a finalidade de:
tempo para a sua proteção e para a manutenção da
paz e da ordem na sociedade. a) satisfazer as diversas necessidades dos jovens
infratores, e ao mesmo tempo proteger seus direitos
1.5 As presentes regras se aplicarão segundo o básicos;
contexto das condições econômicas, sociais e culturais
que predominem em cada um dos Estados Membros. b) satisfazer as necessidades da sociedade;

1.6 Os serviços da Justiça da Infância e da Juventude c) aplicar cabalmente e com justiça as regras que se
se aperfeiçoarão e se coordenarão sistematicamente enunciam a seguir.
com vistas a elevar e manter a competência de seus
3. Ampliação do âmbito de aplicação das regras

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6.3 Quem exercer tais faculdades deverá estar


3.1 As disposições pertinentes das regras não só especialmente preparado ou capacitado para fazê-lo
se aplicarão aos jovens infratores, mas também judiciosamente e em consonância com suas
àqueles que possam ser processados por realizar respectivas funções e mandatos.
qualquer ato concreto que não seria punível se
fosse praticado por adultos. 7. Direitos dos jovens

3.2 Procurar-se-á estender o alcance dos princípios 7.1 Respeitar-se-ão as garantias processuais básicas
contidos nas regras a todos os jovens compreendidos em todas as etapas do processo, como a presunção
nos procedimentos relativos à atenção à criança e ao de inocência, o direito de ser informado das
adolescente e a seu bem-estar. acusações, o direito de não responder, o direito à
assistência judiciária, o direito à presença dos pais ou
3.3 Procurar-se-á também estender o alcance dos tutores, o direito à confrontação com testemunhas e
princípios contidos nas regras aos infratores adultos a interrogá-las e o direito de apelação ante uma
jovens. autoridade superior.

4. Responsabilidade penal 8. Proteção da intimidade

4.1 Nos sistemas jurídicos que reconheçam o conceito 8.1 Para evitar que a publicidade indevida ou o
de responsabilidade penal para jovens, seu começo processo de difamação prejudiquem os jovens,
não deverá fixar-se numa idade demasiado precoce, respeitar-se-á, em todas as etapas, seu direito à
levando-se em conta as circunstâncias que intimidade.
acompanham a maturidade emocional, mental e
intelectual. 8.2 Em princípio, não se publicará nenhuma
informação que possa dar lugar à identificação de
5. Objetivos da Justiça da Infância e da Juventude um jovem infrator.

5.1 O sistema de Justiça da Infância e da Juventude 9. Cláusula de salvaguarda


enfatizará o bem-estar do jovem e garantirá que
qualquer decisão em relação aos jovens infratores 9.1 Nenhuma disposição das presentes regras
será sempre proporcional às circunstâncias do infrator poderá ser interpretada no sentido de excluir os
e da infração. jovens do âmbito da aplicação das Regras Mínimas
Uniformes para o Tratamento dos Prisioneiros,
6. Alcance das faculdades discricionárias aprovadas pelas Nações Unidas, e de outros
instrumentos e normas relativos ao cuidado e à
6.1 Tendo-se em conta as diversas necessidades proteção dos jovens reconhecidos pela comunidade
especiais dos jovens, assim como a diversidade de internacional.
medidas disponíveis, facultar-se-á uma margem
suficiente para o exercício de faculdades
discricionárias nas diferentes etapas dos processos e
nos distintos níveis da administração da Justiça da SEGUNDA PARTE - lNVESTIGAÇÃO E
Infância e da Juventude, incluídos os de investigação, PROCESSAMENTO
processamento, sentença e das medidas
complementares das decisões. 10. Primeiro contato

6.2 Procurar-se-á, não obstante, garantir a devida 1O.1 Sempre que um jovem for apreendido, a
competência em todas as fases e níveis no exercício de apreensão será notificada imediatamente a seus pais
quaisquer dessas faculdades discricionárias. ou tutor e, quando não for possível tal notificação
imediata, será notificada aos pais ou tutor no mais
breve prazo possível.

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1O.2 O juiz, funcionário ou organismo 13. Prisão preventiva


competentes examinarão sem demora a
possibilidade de pôr o jovem em liberdade. 13.1 Só se aplicará a prisão preventiva como último
recurso e pelo menor prazo possível.
1O.3 Os contatos entre os órgãos encarregados de
fazer cumprir a lei e o jovem infrator serão 13.2 Sempre que possível, a prisão preventiva será
estabelecidos de modo a que seja respeitada a sua substituída por medidas alternativas, como a estrita
condição jurídica, promova-se o seu bem-estar e evite- supervisão, custódia intensiva ou colocação junto a
se que sofra dano, resguardando-se devidamente as uma família ou em lar ou instituição educacional.
circunstâncias do caso.
13.3 Os jovens que se encontrem em prisão
11. Remissão dos casos preventiva gozarão de todos os direitos e garantias
previstos nas Regras Mínimas para o Tratamento de
11.1 Examinar-se-á a possibilidade, quando Prisioneiros, aprovadas pelas Nações Unidas.
apropriada, de atender os jovens infratores sem
recorrer às autoridades competentes, mencionadas na 13.4 Os jovens que se encontrem em prisão
regra 14.1 adiante, para que os julguem oficialmente. preventiva estarão separados dos adultos e
recolhidos a estabelecimentos distintos ou em
11. 2 A polícia, o ministério público e outros recintos separados nos estabelecimentos onde haja
organismos Que se ocupem de jovens infratores terão detentos adultos.
a faculdade de arrolar tais casos sob sua jurisdição,
sem necessidade de procedimentos formais, de 13.5 Enquanto se encontrem sob custódia, os jovens
acordo com critérios estabelecidos com esse propósito receberão cuidados, proteção e toda assistência -
nos respectivos sistemas jurídicos e também em social, educacional, profissional, psicológica, médica
harmonia com os princípios contidos nas presentes e física que requeiram, tendo em conta sua idade,
regras. sexo e características individuais.

11.3 Toda remissão que signifique encaminhar o TERCEIRA PARTE - DECISÃO JUDICIAL E MEDIDAS
jovem a instituições da comunidade ou de outro tipo
dependerá do consentimento dele, de seus pais ou 14. Autoridade competente para decidir
tutores; entretanto, a decisão relativa à remissão do
caso será submetida ao exame de uma autoridade 14.1 Todo jovem infrator, cujo caso não tenha sido
competente, se assim for solicitado. objeto de remissão (de acordo com a regra será
apresentado à autoridade competente Juizado,
11.4 Para facilitar a tramitação jurisdicional dos casos tribunal, junta, conselho etc.), que decidirá de
de jovens, procurar-se-á proporcionar à comunidade acordo com os princípios de um processo imparcial e
programas tais como orientação e supervisão justo.
temporária, restituição e compensação das vítimas.
14.2 Os procedimentos favorecerão os interesses do
12. Especialização policial jovem e serão conduzidos numa atmosfera de
compreensão, que lhe permita participar e se
12.1 Para melhor desempenho de suas funções, os expressar livremente.
policiais que tratem freqüentemente ou de maneira
exclusiva com jovens ou que se dediquem 15. Assistência judiciária e direitos dos pois o tutores
fundamentalmente à prevenção da delinqüência de
jovens receberão instrução e capacitação especial. Nas 15.1 O jovem terá direito a se fazer representar por
grandes cidades, haverá contingentes especiais de um advogado durante todo o processo ou a solicitar
polícia com essa finalidade. assistência judiciária gratuita, quando prevista nas
leis do país.

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15.2 Os pais ou tutores terão direito de participar


dos procedimentos e a autoridade competente 18. Pluralidade das medidas aplicáveis
poderá requerer a sua presença no interesse do
jovem. Não obstante, a autoridade competente 18.1 Uma ampla variedade de medidas deve estar à
poderá negar a participação se existirem motivos disposição da autoridade competente, permitindo a
para presumir que a exclusão é necessária aos flexibilidade e evitando ao máximo a
interesses do jovem. institucionalização.

16. Relatórios de investigação social Tais medidas, que podem algumas vezes ser
aplicadas simultaneamente, incluem:
16.1 Para facilitar a adoção de uma decisão justa por
parte da autoridade competente, a menos que se a) determinações de assistência, orientação e
tratem de infrações leves, antes da decisão definitiva supervisão;
será efetuada uma investigação completa sobre o
meio social e as circunstâncias de vida do jovem e as b) liberdade assistida;
condições em que se deu a prática da infração.
c) prestação de serviços à comunidade;
17. Princípios norteadores da decisão judicial o das
medidas d) multas, indenizações e restituições;

17.1 A decisão da autoridade competente pautar-se-á e) determinação de tratamento institucional ou


pelos seguintes princípios: outras formas de tratamento;

a) a resposta à infração será sempre proporcional não f)determinação de participar em sessões de grupo e
só às circunstâncias e à gravidade da infração, mas atividades similares;
também às circunstâncias e às necessidades do jovem,
assim como às necessidades da sociedade; g) determinação de colocação em lar substituto,
centro de convivência ou outros estabelecimentos
b) as restrições à liberdade pessoal do jovem serão educativos;
impostas somente após estudo cuidadoso e se
reduzirão ao mínimo possível; h) outras determinações pertinentes.

c) não será imposta a privação de liberdade pessoal a 18.2 Nenhum jovem será excluído, total ou
não ser que o jovem tenha praticado ato grave, parcialmente, da supervisão paterna, a não ser que
envolvendo violência contra outra pessoa ou por as circunstâncias do caso o tornem necessário.
reincidência no cometimento de outras infrações
sérias, e a menos que não haja outra medida 19. Caráter excepcional da institucionalização
apropriada;
19.1 A internação de um jovem em uma instituição
d) o bem-estar do jovem será o fator preponderante será sempre uma medida de último recurso e pelo
no exame dos casos. mais breve período possível.

17.2 A pena capital não será imposta por qualquer 20. Prevenção de demoras desnecessárias
crime cometido por jovens.
20.1 Todos os casos tramitarão, desde o começo, de
17.3 Os jovens não serão submetidos a penas maneira expedita e sem demoras desnecessárias.
corporais.
21. Registros
17.4 A autoridade competente poderá suspender o
processo em qualquer tempo.

36
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21.1 Os registros de jovens infratores serão de caráter


estritamente confidencial e não poderão ser 25. Mobilização de voluntários e outros serviços
consultados por terceiros. Só terão acesso aos comunitários
arquivos as pessoas que participam diretamente da
tramitação do caso ou outras pessoas devidamente 25.1 Os voluntários, as organizações voluntárias, as
autorizadas. instituições locais e outros recursos da comunidade
serão chamados a contribuir eficazmente para a
21.2 Os registros dos jovens infratores não serão reabilitação do jovem num ambiente comunitário e,
utilizados em processos de adultos em casos tanto quanto possível, na unidade familiar.
subseqüentes que envolvam o mesmo infrator.
QUINTA PARTE - TRATAMENTO INSTITUCIONAL
22. Necessidade de profissionalismo e capacitação
26. Objetivos do tratamento institucional
22.1 Serão utilizados a educação profissional, o
treinamento em serviço, a reciclagem e outros meios 26.1 A capacitação e o tratamento dos jovens
apropriados de instrução para estabelecer e manter a colocados em instituições têm por objetivo assegurar
necessária competência profissional de todo o pessoal seu cuidado, proteção, educação e formação
que se ocupa dos casos de jovens. profissional para permitir-lhes que desempenhem
um papel construtivo e produtivo na sociedade.
22.2 O quadro de servidores da Justiça da Infância e da
Juventude deverá refletir as diversas características 26.2 Os jovens institucionalizados receberão os
dos jovens que entram em contato com o sistema. cuidados, a proteção e toda a assistência necessária
Procurar-se-á garantir uma representação eqüitativa social, educacional, profissional, psicológica, médica
de mulheres e minorias nos órgãos da Justiça da e física que requeiram devido à sua idade, sexo e
Infância e da Juventude. personalidade e no interesse do desenvolvimento
sadio.
QUARTA PARTE - TRATAMENTO EM MEIO ABERTO
26.3 Os jovens institucionalizados serão mantidos
23. Execução efetivadas medidas separados dos adultos e serão detidos em
estabelecimentos separados ou em partes separadas
23.1 Serão adotadas disposições adequadas para o de um estabelecimento em que estejam detidos
cumprimento das determinações ditadas pela adultos.
autoridade competente, mencionadas na regra 14.1,
por essa mesma autoridade ou por outra diferente, se 26.4 A jovem infratora institucionalizada merece
as circunstâncias assim o exigirem. especial atenção no que diz respeito às suas
necessidades e problemas pessoais. Em nenhum
23.2 Tais dispositivos incluirão a faculdade da caso receberá menos cuidado, proteção, assistência,
autoridade competente para modificar tratamento e capacitação que o jovem do sexo
periodicamente as determinações segundo considere masculino. Será garantido seu tratamento eqüitativo.
adequado, desde que a modificação se paute pelos
princípios enunciados nestas regras. 26.5 No interesse e para o bem-estar do jovem
institucionalizado, os pais e tutores terão direito de
24. Prestação da assistência necessária acesso às instituições.

24.1 Procurar-se-á proporcionar aos jovens, em todas 26.6 Será estimulada a cooperação interministerial e
as etapas dos procedimentos, assistência em termos interdepartamental para proporcionar adequada
de alojamento, ensino e capacitação profissional, formação educacional ou, se for o caso, profissional
emprego ou qualquer outra forma de assistência útil e ao jovem institucionalizado, para garantir que, ao
prática para facilitar o processo de reabilitação.

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sair, não esteja em desvantagem no plano da 30.2 Procurar-se-á revisar e avaliar periodicamente
educação. as tendências, os problemas e as causas da
delinqüência e da criminalidade de jovens, assim
27. Aplicação das Regras Mínimas para o Tratamento como as diversas necessidades particulares do
dos Prisioneiros, aprovadas pelas Nações Unidas jovem sob custódia.

27.1 Em princípio, as Regras Mínimas para o 30.3 Procurar-se-á estabelecer regularmente um


Tratamento dos Prisioneiros e as recomendações mecanismo de avaliação e pesquisa no sistema de
conexas serão aplicáveis, sempre que for pertinente, administração da Justiça da Infância e da Juventude,
ao tratamento dos jovens infratores e coletar e analisar os dados e a informação
institucionalizados, inclusive os que estiverem em pertinentes com vistas à devida avaliação e ao
prisão preventiva. aperfeiçoamento do sistema.

27.2 Deverão ser feitos esforços para implementar os 30.4 A prestação de serviços na administração da
princípios relevantes das mencionadas Regras Justiça da Infância e da Juventude será
Mínimas na maior medida possível, para satisfazer as sistematicamente planejada e executada como parte
necessidades específicas do jovem quanto à sua idade, integrante dos esforços de desenvolvimento
sexo e personalidade. nacional. Tradução em português de Maria Josefina
Becker. Estas Regras foram publicadas pela primeira
28. Uso freqüente e imediato da liberdade condicional vez, em português, pela FUNABEM em 1988.

28.1 A liberdade condicional da instituição será Convenção sobre os Direitos da Criança


utilizada pela autoridade pertinente na maior medida
possível e será concedida o mais cedo possível. Instrumento de direitos humanos mais aceito na
história universal. Foi ratificado por 196 países.
28.2 O jovem liberado condicionalmente de uma A Convenção sobre os Direitos da Criança foi
instituição será assistido e supervisionado por adotada pela Assembleia Geral da ONU em 20 de
funcionário designado e receberá total apoio da novembro de 1989. Entrou em vigor em 2 de
comunidade. setembro de 1990.

29. Sistemas semi-institucionais É o instrumento de direitos humanos mais aceito na


história universal. Foi ratificado por 196 países.
29.1 Procurar-se-á estabelecer sistemas semi- Somente os Estados Unidos não ratificaram a
institucionais, como casas de semiliberdade, lares Convenção. O Brasil ratificou a Convenção sobre os
educativos, centros de capacitação diurnos e outros Direitos da Criança em 24 de setembro de 1990.
sistemas apropriados que possam facilitar a adequada
reintegração dos jovens na sociedade. Íntegra da Convenção sobre os Direitos da Criança e
dos protocolos facultativos sobre a Venda de
SEXTA PARTE - PESQUISA, PLANEJAMENTO E Crianças, a Prostituição Infantil e a Pornografia
FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS E AVALIAÇÃO Infantil; sobre o Envolvimento de Crianças em
Conflitos Armados; e sobre um Procedimento de
30. A Pesquisa mo base do planejamento e da Comunicações
formulação e a avaliação de políticas
Preâmbulo
30.1 Procurar-se-á organizar e fomentar as pesquisas Os Estados Partes da presente Convenção,
necessárias como base do efetivo planejamento e Considerando que, de acordo com os princípios
formulação de políticas. proclamados na Carta das Nações Unidas, a
liberdade, a justiça e a paz no mundo fundamentam-
se no reconhecimento da dignidade inerente e dos

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direitos iguais e inalienáveis de todos os membros da Humanos, no Pacto Internacional de Direitos Civis
família humana; e Políticos (em particular, nos artigos 23 e 24), no
Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais
Conscientes de que os povos das Nações Unidas e Culturais (em particular, no artigo 10) e nos
reafirmaram na Carta sua fé nos direitos fundamentais estatutos e instrumentos pertinentes das Agências
do homem e na dignidade e no valor da pessoa Especializadas e das organizações internacionais
humana, e que decidiram promover o progresso social que se interessam pelo bem-estar da criança;
e a elevação do nível de vida com mais liberdade;
Conscientes de que, conforme assinalado na
Reconhecendo que as Nações Unidas proclamaram e Declaração dos Direitos da Criança, "a criança, em
concordaram, na Declaração Universal dos Direitos virtude de sua falta de maturidade física e mental,
Humanos e nos pactos internacionais de direitos necessita de proteção e cuidados especiais, incluindo
humanos, que todas as pessoas possuem todos os a devida proteção legal, tanto antes quanto após seu
direitos e liberdades neles enunciados, sem distinção nascimento";
de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, idioma,
crença, opinião política ou de outra natureza, seja de Lembrando o disposto na Declaração sobre os
origem nacional ou social, posição econômica, Princípios Sociais e Jurídicos Relativos à Proteção e
nascimento ou qualquer outra condição; ao Bem-Estar da Criança, com Referência Especial à
Adoção e à Colocação em Lares de Adoção, em nível
Lembrando que na Declaração Universal dos Direitos Nacional e Internacional; as Regras Mínimas das
Humanos as Nações Unidas proclamaram que a Nações Unidas para a Administração da Justiça
infância tem direito a cuidados e assistência especiais; Juvenil (Regras de Pequim); e a Declaração sobre a
Proteção da Mulher e da Criança em Situações de
Convencidos de que a família, como grupo Emergência e de Conflito Armado;
fundamental da sociedade e ambiente natural para o
crescimento e o bem-estar de todos os seus membros Reconhecendo que, em todos os países do mundo,
e, em particular, das crianças, deve receber a proteção existem crianças vivendo em condições
e a assistência necessárias para poder assumir excepcionalmente difíceis, e que essas crianças
plenamente suas responsabilidades dentro da precisam de consideração especial;
comunidade;
Dando a devida importância às tradições e aos
Reconhecendo que a criança, para o pleno e valores culturais de cada povo para a proteção e o
harmonioso desenvolvimento de sua personalidade, desenvolvimento harmonioso da criança;
deve crescer no seio da família, em um ambiente de
felicidade, amor e compreensão; Reconhecendo a importância da cooperação
internacional para a melhoria das condições de vida
Considerando que a criança deve estar plenamente da criança em todos os países em desenvolvimento,
preparada para uma vida independente na sociedade
e deve ser educada de acordo com os ideais estabeleceram, de comum acordo, o que segue:
proclamados na Carta das Nações Unidas,
especialmente com espírito de paz, dignidade, PARTE I
tolerância, liberdade, igualdade e solidariedade;
Artigo 1
Conscientes de que a necessidade de proporcionar à Para efeito da presente Convenção, considera-se
criança uma proteção especial foi enunciada na como criança todo ser humano com menos de 18
Declaração de Genebra dos Direitos da Criança, de anos de idade, salvo quando, em conformidade com
1924, e na Declaração dos Direitos da Criança adotada a lei aplicável à criança, a maioridade seja alcançada
pela Assembleia Geral em 20 de novembro de 1959, e antes.
reconhecida na Declaração Universal dos Direitos

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Artigo 2 Artigo 5
Os Estados Partes devem respeitar os direitos Os Estados Partes devem respeitar as
enunciados na presente Convenção e assegurarão sua responsabilidades, os direitos e os deveres dos pais
aplicação a cada criança em sua jurisdição, sem ou, quando aplicável, dos membros da família
nenhum tipo de discriminação, independentemente ampliada ou da comunidade, conforme determinem
de raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou os costumes locais, dos tutores legais ou de outras
de outra natureza, origem nacional, étnica ou social, pessoas legalmente responsáveis pela criança, para
posição econômica, deficiência física, nascimento ou proporcionar-lhe instrução e orientação adequadas,
qualquer outra condição da criança, de seus pais ou de de acordo com sua capacidade em evolução, no
seus representantes legais. exercício dos direitos que lhe cabem pela presente
Os Estados Partes devem adotar todas as Convenção.
medidas apropriadas para assegurar que a
criança seja protegida contra todas as formas de Artigo 6
discriminação ou punição em função da condição, Os Estados Partes reconhecem que toda criança tem
das atividades, das opiniões manifestadas ou das o direito inerente à vida.
crenças de seus pais, representantes legais ou Os Estados Partes devem assegurar ao máximo a
familiares. sobrevivência e o desenvolvimento da criança.

Artigo 3 Artigo 7
Todas as ações relativas à criança, sejam elas levadas a A criança deve ser registrada imediatamente após
efeito por instituições públicas ou privadas de seu nascimento e, desde o momento do
assistência social, tribunais, autoridades nascimento, terá direito a um nome, a uma
administrativas ou órgãos legislativos, devem nacionalidade e, na medida do possível, a
considerar primordialmente o melhor interesse da conhecer seus pais e ser cuidada por eles.
criança. Os Estados Partes devem garantir o
Os Estados Partes comprometem-se a assegurar cumprimento desses direitos, de acordo com a
à criança a proteção e o cuidado que sejam legislação nacional e com as obrigações que
necessários ao seu bem-estar, levando em tenham assumido em virtude dos instrumentos
consideração os direitos e deveres de seus pais, internacionais pertinentes, especialmente no
tutores legais ou outras pessoas legalmente caso de crianças apátridas.
responsáveis por ela e, com essa finalidade,
tomarão todas as medidas legislativas e Artigo 8
administrativas adequadas. Os Estados Partes comprometem-se a respeitar o
Os Estados Partes devem garantir que as direito da criança de preservar sua identidade,
instituições, as instalações e os serviços destinados inclusive a nacionalidade, o nome e as relações
aos cuidados ou à proteção da criança estejam em familiares, de acordo com a lei, sem
conformidade com os padrões estabelecidos pelas interferência ilícitas.
autoridades competentes, especialmente no que diz Quando uma criança for privada ilegalmente de
respeito à segurança e à saúde da criança, ao algum ou de todos os elementos que configuram sua
número e à adequação das equipes e à existência de identidade, os Estados Partes deverão prestar a
supervisão adequada. assistência e a proteção adequadas, visando
Artigo 4 restabelecer rapidamente sua identidade.
Os Estados Partes devem adotar todas as
medidas administrativas, legislativas e de outra Artigo 9
natureza necessárias para a implementação dos Os Estados Partes devem garantir que a criança não
direitos reconhecidos na presente Convenção. seja separada dos pais contra a vontade dos
Com relação a direitos econômicos, sociais e mesmos, salvo quando tal separação seja
culturais, os Estados Partes devem adotar tais necessária tendo em vista o melhor interesse da
medidas utilizando ao máximo os recursos criança, e mediante determinação das autoridades
disponíveis e, quando necessário, dentro de um competentes, sujeita a revisão judicial, e em
quadro de cooperação internacional. conformidade com a lei e os

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procedimentos legais cabíveis. Tal determinação inclusive do próprio, e de ingressar em seu próprio
pode ser necessária em casos específicos – por país. O direito de sair de qualquer país estará
exemplo, quando a criança sofre maus-tratos ou sujeito exclusivamente às restrições determinadas
negligência por parte dos pais, ou, no caso de por lei que sejam necessárias para proteger a
separação dos pais, quando uma decisão deve ser segurança nacional, a ordem pública, a saúde
tomada com relação ao local de residência da criança. pública ou os costumes, ou os direitos e as
Em qualquer procedimento em cumprimento ao liberdades de outras pessoas, e que estejam de
estipulado no parágrafo 1 deste artigo, todas as partes acordo com os demais direitos reconhecidos pela
interessadas devem ter a oportunidade de participar e presente Convenção.
de manifestar suas opiniões.
Os Estados Partes devem respeitar o direito da criança Artigo 11
que foi separada de um ou de ambos os pais a manter Os Estados Partes devem adotar medidas para
regularmente relações pessoais e contato direto com combater a transferência ilegal de crianças para o
ambos, salvo nos casos em que isso for contrário ao exterior e a retenção ilícita das mesmas fora de seu
melhor interesse da criança. país.
Quando essa separação ocorrer em virtude de Para tanto, os Estados Partes devem promover
uma medida adotada por um Estado Parte – por a conclusão de acordos bilaterais ou
exemplo, detenção, prisão, exílio, deportação ou multilaterais ou a adesão a acordos já
morte (inclusive falecimento decorrente de existentes.
qualquer causa enquanto a pessoa estiver sob
custódia do Estado) de um dos pais da criança, ou Artigo 12
de ambos, ou da própria criança, o Estado Parte Os Estados Partes devem assegurar à criança que é
deverá apresentar, mediante solicitação, aos pais, capaz de formular seus próprios pontos de vista o
à criança ou, se for o caso, a outro familiar as direito de expressar suas opiniões livremente
informações necessárias a respeito do paradeiro sobre todos os assuntos relacionados a ela, e tais
do familiar ou dos familiares ausentes, salvo opiniões devem ser consideradas, em função da
quando tal informação for prejudicial ao bem- idade e da maturidade da criança.
estar da criança. Os Estados Partes devem Para tanto, a criança deve ter a oportunidade de ser
assegurar também que tal solicitação não ouvida em todos os processos judiciais ou
acarrete, por si só, consequências adversas para a administrativos que a afetem, seja diretamente,
pessoa ou as pessoas interessadas. seja por intermédio de um representante ou de um
órgão apropriado, em conformidade com as regras
Artigo 10 processuais da legislação nacional.
De acordo com obrigação dos Estados Partes
estipulada no parágrafo 1 do artigo 9, toda solicitação Artigo 13
apresentada por uma criança ou por seus pais para A criança deve ter o direito de expressar-se
ingressar em um Estado Parte ou sair dele, visando à livremente. Esse direito deve incluir a liberdade de
reintegração da família, deverá ser atendida pelos procurar, receber e divulgar informações e ideias de
Estados Partes de forma positiva, humanitária e ágil. todo tipo, independentemente de fronteiras, seja
Os Estados Partes devem assegurar também que a verbalmente, por escrito ou por meio impresso, por
apresentação de tal solicitação não acarrete meio das artes ou por qualquer outro meio escolhido
consequências adversas para os requerentes ou seus pela criança.
familiares. O exercício de tal direito poderá estar sujeito a
A criança cujos pais residem em Estados diferentes certas restrições, que serão unicamente aquelas
deverá ter o direito de manter periodicamente previstas em lei e consideradas necessárias:
relações pessoais e contato direto com ambos,
salvo em circunstâncias especiais. Para tanto, e de para o respeito dos direitos ou da reputação
acordo com a obrigação assumida em virtude do de outras pessoas; ou
parágrafo 1 do artigo 9, os Estados Partes devem para a proteção da segurança nacional ou da
respeitar o direito da criança e de seus pais de sair ordem pública, ou para proteger a saúde pública e
do país, os costumes.

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Artigo 14 promover a cooperação internacional na


Os Estados Partes devem reconhecer os direitos produção, no intercâmbio e na divulgação dessas
da criança à liberdade de pensamento, de informações procedentes de diversas fontes
consciência e de crença religiosa. culturais, nacionais e internacionais;
Os Estados Partes devem respeitar o direito e incentivar a produção e a difusão de livros
os deveres dos pais e, quando aplicável, dos para crianças;
tutores legais de orientar a criança com relação incentivar os meios de comunicação no sentido
ao exercício de seus direitos, de maneira de dar especial atenção às necessidades
compatível com sua capacidade em linguísticas da criança que pertença a um grupo
desenvolvimento. minoritário ou indígena;
A liberdade de professar a própria religião ou as incentivar a elaboração de diretrizes apropriadas
próprias crenças pode esta sujeita unicamente às à proteção da criança contra informações e
limitações prescritas em lei e necessárias para materiais prejudiciais ao seu bem-estar, tendo em
proteger o interesse público em relação à segurança, à vista o disposto nos artigos 13 e 18.
ordem, aos costumes ou à saúde, ou ainda aos direitos
e liberdades fundamentais de outras pessoas. Artigo 18
Os Estados Partes devem envidar seus melhores
Artigo 15 esforços para assegurar o reconhecimento do
Os Estados Partes reconhecem os direitos da criança à princípio de que ambos os pais têm obrigações
liberdade de associação e à liberdade de realizar comuns com relação à educação e ao
reuniões pacíficas. desenvolvimento da criança. Os pais ou, quando for
Não serão impostas restrições ao exercício desses o caso, os tutores legais serão os responsáveis
direitos, a não ser aquelas estabelecidas em primordiais pela educação e pelo desenvolvimento
conformidade com a lei e que sejam necessárias em da criança. Sua preocupação básica será a garantia
uma sociedade democrática, no interesse da do melhor interesse da criança.
segurança nacional ou pública, da ordem pública, da Para garantir e promover os direitos enunciados
proteção à saúde pública e dos costumes, ou da na presente Convenção, os Estados Partes devem
proteção dos direitos e liberdades de outras pessoas. prestar assistência adequada aos pais e aos
tutores legais no desempenho de suas funções na
Artigo 16 educação da criança e devem assegurar a criação
Nenhuma criança deve ser submetida a de instituições, instalações e serviços para o
interferências arbitrárias ou ilegais em sua vida cuidado da criança.
particular, sua família, seu domicílio ou sua Os Estados Partes devem adotar todas as
correspondência, nem a ataques ilegais à sua honra e medidas apropriadas para garantir aos filhos de
à sua reputação. pais que trabalham acesso aos serviços e às
A criança tem direito à proteção da lei contra instalações de atendimento a que têm direito.
essas interferências ou ataques.
Artigo 17 Artigo 19
Os Estados Partes reconhecem a função importante Os Estados Partes devem adotar todas as
desempenhada pelos meios de comunicação, e medidas legislativas, administrativas, sociais e
devem garantir o acesso da criança a informações e educacionais apropriadas para proteger a criança
materiais procedentes de diversas fontes nacionais contra todas as formas de violência física ou
e internacionais, especialmente aqueles que visam mental, ofensas ou abusos, negligência ou
à promoção de seu bem-estar social, espiritual e tratamento displicente, maus- tratos ou
moral e de sua saúde física e mental. Para tanto, os exploração, inclusive abuso sexual, enquanto a
Estados Partes devem: criança estiver sob a custódia dos pais, do tutor
legal ou de qualquer outra pessoa responsável
incentivar os meios de comunicação a difundir por ela.
informações e materiais de interesse social e cultural Essas medidas de proteção devem incluir, quando
para a criança, de acordo com o disposto no artigo 29; cabível, procedimentos eficazes para a elaboração de

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programas sociais visando ao provimento do apoio garantir que a criança adotada em outro país goze de
necessário para a criança e as pessoas salvaguardas e normas equivalentes àquelas
responsáveis por ela, bem como para outras existentes em seu país de origem com relação à
formas de prevenção, e para identificação, adoção;
notificação, transferência para uma instituição, adotar todas as medidas apropriadas para
investigação, tratamento e acompanhamento garantir que, em caso de adoção em outro país, a
posterior dos casos de maus-tratos mencionados colocação não resulte em benefícios financeiros
acima e, quando cabível, para intervenção indevidos para as pessoas envolvidas;
judiciária. promover os objetivos deste artigo, quando
necessário, mediante arranjos ou acordos bilaterais
Artigo 20 ou multilaterais, e envidar esforços, nesse contexto,
Crianças temporária ou permanentemente privadas para assegurar que a colocação da criança em outro
do convívio familiar ou que, em seu próprio interesse, país seja realizada por intermédio das autoridades
não devem permanecer no ambiente familiar terão ou dos organismos competentes.
direito a proteção e assistência especiais do Estado.
Os Estados Partes devem garantir cuidados Artigo 22
alternativos para essas crianças, de acordo com suas Os Estados Partes devem adotar medidas adequadas
leis nacionais. para assegurar que a criança que tenta obter a
Esses cuidados podem incluir, inter alia, a colocação condição de refugiada, ou que seja considerada
em orfanatos, a kafalah do direito islâmico, a refugiada, de acordo com o direito e os
adoção ou, caso necessário, a colocação em procedimentos internacionais ou internos aplicáveis,
instituições adequadas de proteção da criança. Ao receba, estando sozinha ou acompanhada por seus
serem consideradas as soluções, especial atenção pais ou por qualquer outra pessoa, a proteção e a
deve ser dada à origem étnica, religiosa, cultural e assistência humanitária adequadas para que possa
linguística da criança, bem como à conveniência da usufruir dos direitos enunciados na presente
continuidade de sua educação. Convenção e em outros instrumentos internacionais
de direitos humanos ou de caráter humanitário com
Artigo 21 os quais os citados Estados estejam comprometidos.
Os Estados Partes que reconhecem e/ou admitem o Para tanto, os Estados Partes devem cooperar, da
sistema de adoção devem garantir que o melhor maneira como julgarem apropriada, com todos os
interesse da criança seja a consideração primordial esforços das Nações Unidas e demais organizações
e devem: intergovernamentais competentes, ou organizações
não governamentais que cooperam com as Nações
assegurar que a adoção da criança seja autorizada Unidas, para proteger e ajudar a criança refugiada; e
exclusivamente pelas autoridades competentes, que para localizar seus pais ou outros membros de sua
determinarão, de acordo com as leis e os família, buscando informações necessárias para que
procedimentos cabíveis, e com base em todas as seja reintegrada à sua família. Caso não seja possível
informações pertinentes e fidedignas, que a adoção é localizar nenhum dos pais ou dos membros da
admissível em vista do status da criança com relação a família, deverá ser concedida à criança a mesma
seus pais, parentes e tutores legais; e que as pessoas proteção outorgada a qualquer outra criança que
interessadas tenham consentido com a adoção, com esteja permanente ou temporariamente privada de
conhecimento de causa, com base em informações seu ambiente familiar, seja qual for o motivo,
solicitadas, quando necessário; conforme estabelecido na presente Convenção.
reconhecer que a adoção efetuada em outro país
pode ser considerada como um meio alternativo para Artigo 23
os cuidados da criança, quando a mesma não puder Os Estados Partes reconhecem que a criança
ser colocada em um orfanato ou em uma família com deficiência física ou mental deverá
adotiva, ou não conte com atendimento adequado em desfrutar de uma vida plena e decente, em
seu país de origem; condições que garantam

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sua dignidade, favoreçam sua autoconfiança e Os Estados Partes devem garantir a plena
facilitem sua participação ativa na comunidade. aplicação desse direito e, em especial, devem
adotar as medidas apropriadas para:
Os Estados Partes reconhecem que a criança com
deficiência tem direito a receber cuidados especiais, e Reduzir a mortalidade infantil; assegurar a prestação
devem estimular e garantir a extensão da prestação de assistência médica e cuidados de saúde
da assistência solicitada e que seja adequada às necessários para todas as crianças, dando ênfase
condições da criança e às circunstâncias de seus pais aos cuidados primários de saúde;
ou das pessoas responsáveis por ela, de acordo com
os recursos disponíveis e sempre que a criança ou seus Combater as doenças e a desnutrição, inclusive no
responsáveis reúnam as condições exigidas. contexto dos cuidados primários de saúde mediante,
inter alia, a aplicação de tecnologia prontamente
Reconhecendo as necessidades especiais da criança disponível e o fornecimento de alimentos nutritivos
com deficiência, a assistência ampliada, conforme e de água limpa de boa qualidade, tendo em vista os
disposto no parágrafo 2 deste artigo, deve ser gratuita perigos e riscos da poluição ambiental;
sempre que possível, levando em consideração a
situação econômica dos pais ou das pessoas Assegurar que as mulheres tenham acesso a
responsáveis pela criança; e deve assegurar à criança atendimento pré-natal e pós-natal adequado;
deficiente o acesso efetivo à educação, à capacitação,
aos serviços de saúde e de reabilitação, à preparação Assegurar que todos os setores da sociedade,
para o emprego e às oportunidades de lazer, de especialmente os pais e as crianças, conheçam os
maneira que a criança atinja a integração social e o princípios básicos de saúde e nutrição da criança, as
desenvolvimento individual mais completos possíveis, vantagens do aleitamento materno, da higiene e do
incluindo seu desenvolvimento cultural e espiritual. saneamento ambiental, e as medidas de prevenção
de acidentes; e que tenham acesso a educação
Os Estados Partes devem promover, com espírito de pertinente e recebam apoio para a aplicação desses
cooperação internacional, a troca de informações conhecimentos;
adequadas nos campos da assistência médica
preventiva e do tratamento médico, psicológico e Desenvolver assistência médica preventiva,
funcional das crianças com deficiência, incluindo a orientação aos pais e educação e serviços de
divulgação de informações a respeito dos métodos de planejamento familiar.
reabilitação e dos serviços de ensino e formação
profissional, bem como o acesso a essas informações. Os Estados Partes devem adotar todas as medidas
eficazes e adequadas para eliminar práticas
Dessa forma, os Estados Partes poderão aprimorar sua tradicionais que sejam prejudiciais à saúde da
capacidade e seus conhecimentos e ampliar sua criança.
experiência nesses campos. Nesse sentido, devem ser
consideradas de maneira especial as necessidades dos Os Estados Partes comprometem-se a promover e
países em desenvolvimento. incentivar a cooperação internacional para buscar,
progressivamente, a plena realização do direito
Artigo 24 reconhecido no presente artigo. Nesse sentido,
Os Estados Partes reconhecem o direito da criança de devem ser consideradas de maneira especial as
gozar do melhor padrão possível de saúde e dos necessidades dos países em desenvolvimento.
serviços destinados ao tratamento das doenças e à
recuperação da saúde. Os Estados Partes devem Artigo 25
envidar esforços para assegurar que nenhuma Os Estados Partes reconhecem que uma criança
criança seja privada de seu direito de usufruir desses internada em uma instituição pelas autoridades
serviços de cuidados de saúde. competentes, para fins de atendimento, proteção ou
tratamento de saúde física ou mental, tem direito a

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um exame periódico para avaliação do tratamento ao Artigo 28


qual está sendo submetida e de todos os demais Os Estados Partes reconhecem o direito da criança à
aspectos relativos à sua internação. educação e, para que ela possa exercer esse direito
progressivamente e em igualdade de condições,
Artigo 26 devem:
Os Estados Partes devem reconhecer que todas as
crianças têm o direito de usufruir da previdência tornar o ensino primário obrigatório e
social, inclusive do seguro social, e devem adotar disponível gratuitamente para todos;
as medidas necessárias para garantir a plena estimular o desenvolvimento dos vários tipos
realização desse direito, em conformidade com de ensino secundário, inclusive o geral e o
sua legislação nacional. profissional, tornando-os disponíveis e
Quando pertinentes, os benefícios devem ser acessíveis a todas as crianças; e adotar medidas
concedidos levando em consideração os recursos e a apropriadas, como a oferta de ensino gratuito e
situação da criança e das pessoas responsáveis pelo assistência financeira se necessário;
seu sustento, bem como qualquer outro aspecto tornar o ensino superior acessível a todos, com base
relevante para a concessão do benefício solicitado em capacidade, e por todos os meios adequados;
pela criança ou em seu nome. tornar informações e orientação educacionais e
profissionais disponíveis e acessíveis a todas as
Artigo 27 crianças;
Os Estados Partes reconhecem o direito de todas as adotar medidas para estimular a frequência regular à
crianças a um nível de vida adequado ao seu escola e a redução do índice de evasão escolar.
desenvolvimento físico, mental, espiritual, moral e Os Estados Partes devem adotar todas as
social. medidas necessárias para assegurar que a
Cabe aos pais ou a outras pessoas responsáveis disciplina escolar seja ministrada de maneira
pela criança a responsabilidade primordial de compatível com a dignidade humana da criança e
propiciar, de acordo com as possibilidades e os em conformidade com a presente Convenção.
recursos financeiros, as condições de vida Os Estados Partes devem promover e estimular
necessárias ao desenvolvimento da criança. a cooperação internacional em questões
De acordo com as condições nacionais e dentro relativas à educação, visando especialmente
de suas possibilidades, os Estados Partes devem contribuir para a eliminação da ignorância e do
adotar as medidas apropriadas para ajudar os pais analfabetismo no mundo e facilitar o acesso aos
e outras pessoas responsáveis pela criança a conhecimentos científicos e técnicos e aos
tornar efetivo esse direito; e caso necessário, métodos modernos de ensino. Nesse sentido,
devem proporcionar assistência material e devem ser consideradas de maneira especial as
programas de apoio, especialmente no que diz necessidades dos países em desenvolvimento.
respeito à nutrição, ao vestuário e à habitação.
Os Estados Partes devem adotar todas as Artigo 29
medidas adequadas para garantir que os pais ou Os Estados Partes reconhecem que a educação
outras pessoas financeiramente responsáveis da criança deve estar orientada no sentido de:
pela criança respondam por seu sustento, sejam
eles residentes no Estado Parte ou no exterior. desenvolver a personalidade, as aptidões e a
Em especial, quando a pessoa financeiramente capacidade mental e física da criança em todo seu
responsável pela criança mora em outro país que potencial;
não o país de residência da criança, o Estado imbuir na criança o respeito aos direitos humanos e
Parte em questão deve promover a adesão a às liberdades fundamentais, bem como aos
acordos internacionais ou a conclusão de tais princípios consagrados na Carta das Nações Unidas;
acordos, bem como outras medidas apropriadas. imbuir na criança o respeito por seus pais, sua
própria identidade cultural, seu idioma e seus
valores, pelos valores nacionais do país em que

45
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

reside, do país de origem, quando for o caso, e das internacionais, os Estados Partes devem, em
civilizações diferentes da sua; particular:
preparar a criança para assumir uma vida responsável
em uma sociedade livre, com espírito de estabelecer uma idade mínima ou idades mínimas
entendimento, paz, tolerância, igualdade de gênero e para a admissão no trabalho;
amizade entre todos os povos, grupos étnicos, estabelecer regulamentação apropriada relativa a
nacionais e religiosos, e populações autóctones; horários e condições de trabalho;
imbuir na criança o respeito pelo meio ambiente. estabelecer penalidades ou outras sanções
Nenhum inciso deste artigo ou do artigo 28 deverá ser apropriadas para assegurar o cumprimento efetivo
interpretado de modo a restringir a liberdade que deste artigo.
cabe aos indivíduos ou às entidades de criar e dirigir
instituições de ensino, desde que sejam respeitados os Artigo 33
princípios enunciados no parágrafo 1 deste artigo, e Os Estados Partes devem adotar todas as
desde que a educação ministrada em tais instituições medidas apropriadas, inclusive medidas
esteja em consonância com os padrões mínimos legislativas, administrativas, sociais e
estabelecidos pelo Estado. educacionais, para proteger a criança contra o
uso ilícito de drogas e substâncias psicotrópicas
Artigo 30 tal como são definidas nos tratados
Nos Estados Partes que abrigam minorias étnicas, internacionais pertinentes, e para impedir que as
religiosas ou linguísticas, ou populações autóctones, crianças sejam utilizadas na produção e no tráfico
não será negado a uma criança que pertença a tais ilícito dessas substâncias.
minorias ou a um grupo autóctone o direito de ter sua
própria cultura, professar ou praticar sua própria Artigo 34
religião ou utilizar seu próprio idioma em comunidade Os Estados Partes comprometem-se a proteger
com os demais membros de seu grupo. a criança contra todas as formas de exploração
e abuso sexual. Para tanto, os Estados Partes
Artigo 31 devem adotar, em especial, todas as medidas
Os Estados Partes reconhecem o direito da criança ao em âmbito nacional, bilateral e multilateral que
descanso e ao lazer, ao divertimento e às atividades sejam necessárias para impedir:
recreativas próprias da idade, bem como à livre
participação na vida cultural e artística. o incentivo ou a coação para que uma criança
Os Estados Partes devem respeitar e promover o dedique-se a qualquer atividade sexual ilegal;
direito da criança de participar plenamente da vida a exploração da criança na prostituição ou em outras
cultural e artística e devem estimular a oferta de práticas sexuais ilegais;
oportunidades adequadas de atividades culturais, a exploração da criança em espetáculos ou materiais
artísticas, recreativa e de lazer, em condições de pornográficos.
igualdade.
Artigo 32 Artigo 35
Os Estados Partes reconhecem o direito da criança de Os Estados Partes devem adotar todas as
ser protegida contra a exploração econômica e medidas em âmbito nacional, bilateral e
contra a realização de qualquer trabalho que possa multilateral que sejam necessárias para impedir o
ser perigoso ou interferir em sua educação, ou que sequestro, a venda ou o tráfico de crianças, para
seja prejudicial para sua saúde ou para seu qualquer fim ou sob qualquer forma.
desenvolvimento físico, mental, espiritual, moral ou
social. Artigo 36
Os Estados Partes devem adotar medidas Os Estados Partes devem proteger a criança contra
legislativas, sociais e educacionais para assegurar a todas as formas de exploração que sejam
aplicação deste artigo. Para tanto, e levando em prejudiciais para qualquer aspecto de seu bem-
consideração os dispositivos pertinentes de outros estar.
instrumentos

46
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

Artigo 37 assegurar a proteção e o cuidado das crianças


Os Estados Partes devem garantir: que nenhuma afetadas por um conflito armado.
criança seja submetida a tortura ou a outros
tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou Artigo 39
degradantes. Não serão impostas a pena de morte e a Os Estados Partes devem adotar todas as
prisão perpétua, sem possibilidade de livramento, por medidas apropriadas para promover a
delitos cometidos por menores de 18 anos de idade; recuperação física e psicológica e a reintegração
que nenhuma criança seja privada de sua liberdade de social de todas as crianças vítimas de: qualquer
forma ilegal ou arbitrária. A detenção, a reclusão ou a forma de negligência, exploração ou abuso;
prisão de uma criança devem ser efetuadas em tortura ou outros tratamentos ou penas cruéis,
conformidade com a lei e apenas como último desumanos ou degradantes; ou conflitos
recurso, e pelo período de tempo mais breve possível; armados. A recuperação e a reintegração devem
que todas as crianças privadas de sua liberdade sejam ocorrer em ambiente que estimule a saúde, o
tratadas com a humanidade e o respeito que merece respeito próprio e a dignidade da criança.
a dignidade inerente à pessoa humana, e levando em
consideração as necessidades de uma pessoa de sua Artigo 40
idade. Em especial, todas as crianças privadas de sua Os Estados Partes reconhecem que todas as crianças
liberdade devem permanecer em ambiente separado que, alegadamente, teriam infringido a legislação
dos adultos, a não ser que tal fato seja considerado penal ou que são acusadas ou declaradas culpadas
contrário ao seu melhor interesse; e devem ter o de ter infringido a legislação penal têm o direito de
direito de manter contato com suas famílias por meio ser tratadas de forma a promover e estimular seu
de correspondência ou visitas, salvo em sentido de dignidade e de valor, fortalecendo seu
circunstâncias excepcionais; que todas as crianças respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades
privadas de sua liberdade tenham direito a acesso fundamentais de terceiros, levando em
imediato a assistência jurídica e a qualquer outra consideração sua idade e a importância de
assistência adequada, bem como o direito de promover sua reintegração e seu papel construtivo
contestar a legalidade da privação de sua liberdade na sociedade. Para tanto, e de acordo com os
perante um tribunal ou outra autoridade dispositivos relevantes dos instrumentos
competente, independente e imparcial, e de ter uma internacionais, os Estados Partes devem assegurar,
decisão rápida para tal ação. em especial:

Artigo 38 que não se alegue que uma criança tenha infringido


Os Estados Partes comprometem-se a respeitar e a legislação penal, nem se acuse ou declare uma
a fazer com que sejam respeitadas as normas do criança culpada de ter infringido a legislação penal
direito humanitário internacional aplicáveis à por atos ou omissões que não eram proibidos pela
criança em casos de conflito armado. legislação nacional ou internacional no momento
Os Estados Partes devem adotar todas as em que tais atos ou omissões foram cometidos;
medidas possíveis para impedir que menores de que todas as crianças que, alegadamente, teriam
15 anos de idade participem diretamente de infringido a legislação penal ou que são
hostilidades. acusadas ou declaradas culpadas de ter
Os Estados Partes devem abster-se de recrutar infringido a legislação penal gozem, no mínimo,
menores de 15 anos de idade para servir em suas das seguintes garantias:
forças armadas. Caso recrutem indivíduos que tenham
completado 15 anos de idade, mas que tenham menos ser consideradas inocentes enquanto não for
de 18 anos, os Estados Partes devem dar prioridade comprovada sua culpa, de acordo com a legislação;
aos mais velhos. ser informadas das acusações que pesam contra elas
Em conformidade com as obrigações determinadas prontamente e diretamente e, quando for o caso,
pelo direito humanitário internacional para por intermédio de seus pais ou de seus de tutores
proteger a população civil durante conflitos legais, e dispor de assistência jurídica ou outro tipo
armados, os Estados Partes devem adotar todas as de assistência apropriada para a preparação e a
medidas possíveis para apresentação de sua defesa;

47
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

ter a causa decidida sem demora por autoridade ou e que podem constar: da legislação de um Estado
órgão judicial competente, independente e Parte;
imparcial, em audiência justa, de acordo com a lei, das normas de legislações internacionais
contando com assistência jurídica ou de outro tipo vigentes para esse Estado.
e na presença de seus pais ou de seus tutores
legais, salvo quando essa situação for considerada PARTE II
contrária ao seu melhor interesse, tendo em vista
especialmente sua idade ou sua situação; Artigo 42
não ser obrigada a testemunhar ou declarar-se Os Estados Partes assumem o compromisso de
culpada, e poder interrogar as testemunhas de divulgar amplamente os princípios e dispositivos da
acusação, bem como obter a participação e o Convenção para adultos e crianças, mediante a
interrogatório de testemunhas em sua defesa, em utilização de meios apropriados e eficazes.
igualdade de condições;
caso seja decidido que infringiu a legislação penal, ter Artigo 43
essa decisão e qualquer medida imposta em Com o objetivo de analisar os progressos
decorrência da mesma submetida a revisão por realizados no cumprimento das obrigações
autoridade ou órgão judicial superior competente, assumidas pelos Estados Partes sob a presente
independente e imparcial, de acordo com a lei; Convenção, deve ser constituído um Comitê sobre
contar com a assistência gratuita de um os Direitos da Criança, que desempenhará as
intérprete caso não compreenda ou não fale o funções determinadas a seguir.
idioma utilizado; ter plenamente respeitada sua O Comitê será composto por dez especialistas
vida privada durante todas as fases do processo. de reconhecida integridade moral e
Os Estados Partes devem buscar promover o competência nas áreas cobertas pela presente
estabelecimento de leis, procedimentos, autoridades Convenção. Os membros do Comitê devem ser
e instituições especificamente aplicáveis a crianças, eleitos pelos Estados Partes entre seus próprios
que alegadamente, teriam infringido a legislação penal cidadãos, e exercerão suas funções de acordo
ou que sejam acusadas ou declaradas culpadas de ter com sua qualificação pessoal, levando em
infringido a legislação penal, e em especial: consideração uma distribuição geográfica
equitativa e os principais sistemas jurídicos.
o estabelecimento de uma idade mínima antes da qual Os membros do Comitê serão escolhidos em votação
se presumirá que a criança não tem capacidade para secreta, a partir de uma lista de pessoas indicadas
infringir a legislação penal; pelos Estados Partes. Cada Estado Parte poderá
sempre que conveniente e desejável, a adoção indicar uma pessoa entre seus próprios cidadãos.
de medidas para lidar com essas crianças sem A eleição inicial para o Comitê deve ocorrer
recorrer a procedimentos judiciais, desde que no máximo seis meses após a data em que a
sejam plenamente respeitados os direitos presente Convenção entrar em vigor e,
humanos e as garantias legais. Diversas medidas, posteriormente, a cada dois anos. No mínimo
tais como ordens de guarda, orientação e quatro meses antes da data marcada para
supervisão, aconselhamento, liberdade vigiada, cada eleição, o Secretário-Geral das Nações
colocação em orfanatos, programas de educação Unidas deve enviar uma carta aos Estados
e formação profissional, bem como alternativas à Partes convidando-os a apresentar suas
internação em instituições devem estar candidaturas no prazo de dois meses. Na
disponíveis para garantir que as crianças sejam sequência, o Secretário- Geral deve elaborar
tratadas de modo apropriado ao seu bem-estar e uma lista da qual farão parte, em ordem
de forma proporcional às circunstâncias e ao tipo alfabética, todos os candidatos indicados e os
de delito. Estados Partes que os designaram, e deve
Artigo 41 submetê- la aos Estados Partes da presente
Nenhuma determinação da presente Convenção Convenção.
deve sobrepor-se a dispositivos que sejam mais As eleições serão realizadas na sede das
convenientes para a realização dos direitos da Nações Unidas, em reuniões dos Estados Partes
criança convocadas pelo Secretário-Geral. Nessas
reuniões, para as quais o quorum será de dois
terços dos Estados Partes, os
48
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candidatos eleitos para o Comitê serão aqueles


que obtiverem o maior número de votos e a no prazo de dois anos a partir da data em que
maioria absoluta de votos dos representantes dos a presente Convenção entrou em vigor para
Estados Partes presentes e votantes. cada Estado Parte;
Os membros do Comitê serão eleitos para um a partir de então, a cada cinco anos.
mandato de quatro anos. Poderão ser reeleitos caso Os relatórios elaborados em função deste artigo
suas candidaturas sejam apresentadas novamente. O devem indicar as circunstâncias e as dificuldades,
mandato de cinco dos membros eleitos na primeira caso existam, que afetam o grau de cumprimento
eleição expirará ao término de dois anos; das obrigações decorrentes da presente Convenção.
imediatamente após ter sido realizada a primeira Devem conter também informações suficientes para
eleição, o presidente da reunião escolherá por sorteio que o Comitê tenha um amplo entendimento da
os nomes desses cinco membros. implementação da Convenção no país.
Caso um membro do comitê venha a falecer, ou Um Estado Parte que tenha submetido um relatório
renuncie ou declare que por qualquer outro motivo inicial abrangente ao Comitê não precisará repetir
não poderá continuar desempenhando suas funções, em relatórios posteriores informações básicas já
o Estado Parte que indicou esse membro designará fornecidas, conforme estipula o subitem (b) do
outro especialista, entre seus cidadãos, para que parágrafo 1 deste artigo.
exerça o mandato até o final, sujeito à aprovação do O Comitê poderá solicitar aos Estados Partes mais
Comitê. informações sobre a implementação da
Convenção.
O Comitê deve estabelecer as regras para seus A cada dois anos, o Comitê deve submeter relatórios
procedimentos. sobre suas atividades à Assembleia Geral das
O Comitê deve eleger os membros da mesa para Nações Unidas, por intermédio do Conselho
um período de dois anos. Econômico e Social.
As reuniões do Comitê devem ocorrer normalmente Os Estados Partes devem tornar seus relatórios
na sede das Nações Unidas ou em qualquer outro amplamente disponíveis ao público em seus
local que o Comitê julgue conveniente. O Comitê respectivos países.
deve reunir-se normalmente todos os anos. A
duração das reuniões do Comitê será determinada Artigo 45
e revista, se for o caso, em uma reunião dos A fim de incentivar a efetiva implementação da
Estados Partes da presente Convenção, sujeita à Convenção e estimular a cooperação internacional
aprovação da Assembleia Geral. nas esferas regulamentadas pela Convenção:
O Secretário-Geral das Nações Unidas deve fornecer
as equipe e as instalações necessárias para o as agências especializadas, o Fundo das Nações
desempenho eficaz das funções do Comitê, de acordo Unidas para a Infância e outros órgãos das Nações
com a presente Convenção. Unidas poderão estar representados quando for
Com a aprovação da Assembleia Geral, a remuneração analisada a implementação de dispositivos da
dos membros do Comitê constituído sob a presente presente Convenção que estejam compreendidos no
Convenção será proveniente dos recursos das Nações escopo de seus mandatos. O Comitê poderá convidar
Unidas, de acordo com as condições e os termos as agências especializadas, o Fundo das Nações
determinados pela Assembleia. Unidas para a Infância e outros órgãos competentes
que considere apropriados para que forneçam
Artigo 44 assessoria especializada sobre a implementação de
Os Estados Partes assumem o compromisso de dispositivos da presente Convenção que estejam
apresentar ao Comitê, por intermédio do Secretário- compreendidos no escopo de seus respectivos
Geral das Nações Unidas, relatórios sobre as medidas mandatos. O Comitê poderá convidar as agências
que tenham adotado com vistas a tornar efetivos os especializadas, o Fundo das Nações Unidas para a
direitos reconhecidos na Convenção e sobre os Infância e outros órgãos das Nações Unidas para que
progressos alcançados no exercício desses direitos: submetam relatórios sobre a implementação da

49
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Convenção em áreas compreendidas no escopo instrumento de ratificação ou de adesão, a


de suas atividades; Convenção entrará em vigor no trigésimo dia após o
conforme julgar conveniente, o Comitê deve depósito, por parte do Estado, de seu instrumento
transmitir às agências especializadas, ao Fundo das de ratificação ou de adesão.
Nações Unidas para a Infância e a outros órgãos
competentes quaisquer relatórios dos Estados Partes Artigo 50
que contenham uma solicitação de assessoria ou que Qualquer Estado Parte poderá propor uma emenda e
indiquem a necessidade de orientação ou de registrá-la com o Secretário-Geral das Nações
assistência técnica, acompanhados por observações e Unidas. Na sequência, o Secretário-Geral comunicará
sugestões do Comitê, se houver, sobre tais pedidos ou a emenda proposta aos Estados Partes, solicitando
indicações; que estes o notifiquem caso apoiem a convocação de
o Comitê poderá recomendar à Assembleia Geral que uma Conferência de Estados Partes com o objetivo
solicite ao Secretário-Geral que realize, em seu de analisar as propostas e submetê-las à votação. Se
nome, estudos sobre questões específicas relativas no prazo de quatro meses a partir da data dessa
aos direitos da criança; notificação pelo menos um terço dos Estados Partes
o Comitê poderá formular sugestões e recomendações declarar-se favorável a tal Conferência, o Secretário-
gerais com base nas informações recebidas de acordo Geral convocará a Conferência, sob os auspícios das
com os termos dos artigos 44 e 45 da presente Nações Unidas.
Convenção. Essas sugestões e recomendações gerais
devem ser transmitidas aos Estados Partes em Qualquer emenda adotada pela maioria dos Estados
questão e encaminhadas à Assembleia Geral, Partes presentes e votantes na Conferência deverá
acompanhadas por comentários eventualmente ser submetida pelo Secretário-Geral à Assembleia
apresentados pelos Estados Partes. Geral, para sua aprovação.

PARTE III Uma emenda adotada em conformidade com o


parágrafo 1 deste artigo entrará em vigor quando
Artigo 46 aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas e
A presente Convenção está aberta à assinatura de aceita por dois terços dos Estados Partes.
todos os Estados.
Quando entrar em vigor, a emenda será vinculante
Artigo 47 para os Estados Partes que as tenham aceitado, e os
A presente Convenção está sujeita a ratificação. demais Estados Partes continuarão regidos pelos
Os instrumentos de ratificação serão depositados dispositivos da presente Convenção e pelas emendas
em poder do Secretário-Geral das Nações Unidas. anteriormente aceitas por eles.

Artigo 51
O Secretário-Geral das Nações Unidas deve recebe e
comunicar a todos os Estados Partes o texto das
Artigo 48 ressalvas feitas no momento da ratificação ou da
A presente Convenção permanecerá aberta à adesão adesão.
por qualquer Estado. Os instrumentos de adesão Não será permitida nenhuma ressalva
serão depositados em poder do Secretário-Geral das incompatível com o objetivo e o propósito da
Nações Unidas. presente Convenção. Quaisquer ressalvas poderão
ser retiradas a qualquer momento mediante
Artigo 49 notificação dirigida ao Secretário-Geral das Nações
A presente Convenção entrará em vigor no trigésimo Unidas, que deve transmitir essa informação a
dia após a data em que tenha sido depositado o todos os Estados. Tal notificação entrará em vigor
vigésimo instrumento de ratificação ou adesão em na data de seu recebimento pelo Secretário-Geral.
poder do Secretário-Geral das Nações Unidas.
Para cada Estado que venha a ratificar a Convenção ou
aderir a ela após ter sido depositado o vigésimo

50
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Artigo 52
Um Estado Parte pode requerer a denunciação
da presente Convenção mediante notificação por
escrito ao Secretário-Geral das Nações Unidas. A
denunciação entrará em vigor um ano após a
data em que a notificação for recebida pelo
Secretário-Geral.

Artigo 53
O Secretário-Geral das Nações Unidas é
designado depositário da presente Convenção.

Artigo 54
O texto original da presente Convenção, cujas versões
em árabe, chinês, espanhol, francês, inglês e russo
são igualmente autênticas, deve ser depositado em
poder do Secretário-Geral das Nações Unidas. Em
testemunho do quê os plenipotenciários abaixo
assinados, devidamente autorizados por seus
respectivos governos, assinaram a presente
Convenção.

51
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SINASE

LEI Nº 12.594, DE 18 DE JANEIRO DE 2012.

Institui o Sistema Nacional de Atendimento


Socioeducativo (Sinase), regulamenta a execução das
medidas socioeducativas destinadas a adolescente
que pratique ato infracional; e altera as Leis nºs
8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e
do Adolescente); 7.560, de 19 de dezembro de 1986,
7.998, de 11 de janeiro de 1990, 5.537, de 21 de
novembro de 1968, 8.315, de 23 de dezembro de
1991, 8.706, de 14 de setembro de 1993, os
Decretos-Leis nºs 4.048, de 22 de janeiro de 1942,
8.621, de 10 de janeiro de 1946, e a Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei
nº 5.452, de 1º de maio de 1943.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o


Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Lei:

TÍTULO I
DO SISTEMA NACIONAL DE ATENDIMENTO
SOCIOEDUCATIVO (Sinase)
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

§ 1º Entende-se por Sinase o conjunto ordenado de


princípios, regras e critérios que envolvem a
execução de medidas socioeducativas, incluindo-se
nele, por adesão, os sistemas estaduais, distrital e
municipais, bem como todos os planos, políticas e
programas específicos de atendimento a adolescente
em conflito com a lei.

§ 2º Entendem-se por medidas socioeducativas as


previstas no art. 112 da Lei nº 8.069, de 13 de julho
de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), as
quais têm por objetivos:
I - a responsabilização do adolescente quanto às
consequências lesivas do ato infracional, sempre que
possível incentivando a sua reparação;

II - a integração social do adolescente e a garantia de


seus direitos individuais e sociais, por meio do

115
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

cumprimento de seu plano individual de atendimento; funcionamento, entidades, programas, incluindo


e dados relativos a financiamento e população
atendida;
III - a desaprovação da conduta infracional, efetivando
as disposições da sentença como parâmetro máximo V - contribuir para a qualificação e ação em rede dos
de privação de liberdade ou restrição de direitos, Sistemas de Atendimento Socioeducativo;
observados os limites previstos em lei.
VI - estabelecer diretrizes sobre a organização e
§ 3º Entendem-se por programa de atendimento a funcionamento das unidades e programas de
organização e o funcionamento, por unidade, das atendimento e as normas de referência destinadas
condições necessárias para o cumprimento das ao cumprimento das medidas socioeducativas de
medidas socioeducativas. internação e semiliberdade;

§ 4º Entende-se por unidade a base física necessária VII - instituir e manter processo de avaliação dos
para a organização e o funcionamento de programa de Sistemas de Atendimento Socioeducativo, seus
atendimento. planos, entidades e programas;

§ 5º Entendem-se por entidade de atendimento a VIII - financiar, com os demais entes federados, a
pessoa jurídica de direito público ou privado que execução de programas e serviços do Sinase; e
instala e mantém a unidade e os recursos humanos e
materiais necessários ao desenvolvimento de IX - garantir a publicidade de informações sobre
programas de atendimento. repasses de recursos aos gestores estaduais, distrital
e municipais, para financiamento de programas de
Art. 2º O Sinase será coordenado pela União e atendimento socioeducativo.
integrado pelos sistemas estaduais, distrital e
municipais responsáveis pela implementação dos seus § 1º São vedados à União o desenvolvimento e a
respectivos programas de atendimento a adolescente oferta de programas próprios de atendimento.
ao qual seja aplicada medida socioeducativa, com
liberdade de organização e funcionamento, § 2º Ao Conselho Nacional dos Direitos da Criança e
respeitados os termos desta Lei. do Adolescente (Conanda) competem as funções
normativa, deliberativa, de avaliação e de
CAPÍTULO II fiscalização do Sinase, nos termos previstos na Lei nº
DAS COMPETÊNCIAS 8.242, de 12 de outubro de 1991, que cria o referido
Conselho.
Art. 3º Compete à União:
§ 3º O Plano de que trata o inciso II do caput deste
I - formular e coordenar a execução da política artigo será submetido à deliberação do Conanda.
nacional de atendimento socioeducativo;
§ 4º À Secretaria de Direitos Humanos da Presidência
II - elaborar o Plano Nacional de Atendimento da República (SDH/PR) competem as funções
Socioeducativo, em parceria com os Estados, o Distrito executiva e de gestão do Sinase.
Federal e os Municípios;
Art. 4º Compete aos Estados:
III - prestar assistência técnica e suplementação
financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos I - formular, instituir, coordenar e manter Sistema
Municípios para o desenvolvimento de seus sistemas; Estadual de Atendimento Socioeducativo,
respeitadas as diretrizes fixadas pela União;
IV - instituir e manter o Sistema Nacional de
Informações sobre o Atendimento Socioeducativo, seu

116
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

II - elaborar o Plano Estadual de Atendimento § 2º O Plano de que trata o inciso II do caput deste
Socioeducativo em conformidade com o Plano artigo será submetido à deliberação do Conselho
Nacional; Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente.

III - criar, desenvolver e manter programas para a § 3º Competem ao órgão a ser designado no Plano
execução das medidas socioeducativas de de que trata o inciso II do caput deste artigo as
semiliberdade e internação; funções executiva e de gestão do Sistema Estadual
IV - editar normas complementares para a organização de Atendimento Socioeducativo.
e funcionamento do seu sistema de atendimento e
dos sistemas municipais; Art. 5º Compete aos Municípios:

V - estabelecer com os Municípios formas de I - formular, instituir, coordenar e manter o Sistema


colaboração para o atendimento socioeducativo em Municipal de Atendimento Socioeducativo,
meio aberto; respeitadas as diretrizes fixadas pela União e pelo
respectivo Estado;
VI - prestar assessoria técnica e suplementação
financeira aos Municípios para a oferta regular de II - elaborar o Plano Municipal de Atendimento
programas de meio aberto; Socioeducativo, em conformidade com o Plano
Nacional e o respectivo Plano Estadual;
VII - garantir o pleno funcionamento do plantão
interinstitucional, nos termos previstos no inciso V do III - criar e manter programas de atendimento para a
art. 88 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 execução das medidas socioeducativas em meio
(Estatuto da Criança e do Adolescente) ; aberto;

VIII - garantir defesa técnica do adolescente a quem se IV - editar normas complementares para a
atribua prática de ato infracional; organização e funcionamento dos programas do seu
Sistema de Atendimento Socioeducativo;
IX - cadastrar-se no Sistema Nacional de Informações
sobre o Atendimento Socioeducativo e fornecer V - cadastrar-se no Sistema Nacional de Informações
regularmente os dados necessários ao povoamento e sobre o Atendimento Socioeducativo e fornecer
à atualização do Sistema; e regularmente os dados necessários ao povoamento e
à atualização do Sistema; e
X - cofinanciar, com os demais entes federados, a
execução de programas e ações destinados ao VI - cofinanciar, conjuntamente com os demais entes
atendimento inicial de adolescente apreendido para federados, a execução de programas e ações
apuração de ato infracional, bem como aqueles destinados ao atendimento inicial de adolescente
destinados a adolescente a quem foi aplicada medida apreendido para apuração de ato infracional, bem
socioeducativa privativa de liberdade. como aqueles destinados a adolescente a quem foi
aplicada medida socioeducativa em meio aberto.
§ 1º Ao Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do
Adolescente competem as funções deliberativas e de § 1º Para garantir a oferta de programa de
controle do Sistema Estadual de Atendimento atendimento socioeducativo de meio aberto, os
Socioeducativo, nos termos previstos no inciso II do Municípios podem instituir os consórcios dos quais
art. 88 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 trata a Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005, que
(Estatuto da Criança e do Adolescente), bem como dispõe sobre normas gerais de contratação de
outras definidas na legislação estadual ou distrital. consórcios públicos e dá outras providências, ou
qualquer outro instrumento jurídico adequado,
como forma de compartilhar responsabilidades.

117
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

§ 2º Ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Parágrafo único. Os Poderes Legislativos federal,
do Adolescente competem as funções deliberativas estaduais, distrital e municipais, por meio de suas
e de controle do Sistema Municipal de Atendimento comissões temáticas pertinentes, acompanharão a
Socioeducativo, nos termos previstos no inciso II do execução dos Planos de Atendimento Socioeducativo
art. 88 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 dos respectivos entes federados.
(Estatuto da Criança e do Adolescente), bem como
outras definidas na legislação municipal. CAPÍTULO IV
DOS PROGRAMAS DE ATENDIMENTO
§ 3º O Plano de que trata o inciso II do caput deste Seção I
artigo será submetido à deliberação do Conselho Disposições Gerais
Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.
§ 4º Competem ao órgão a ser designado no Plano Art. 9º Os Estados e o Distrito Federal inscreverão
de que trata o inciso II do caput deste artigo as seus programas de atendimento e alterações no
funções executiva e de gestão do Sistema Municipal Conselho Estadual ou Distrital dos Direitos da Criança
de Atendimento Socioeducativo. e do Adolescente, conforme o caso.

Art. 6º Ao Distrito Federal cabem, cumulativamente, Art. 10. Os Municípios inscreverão seus programas e
as competências dos Estados e dos Municípios. alterações, bem como as entidades de atendimento
executoras, no Conselho Municipal dos Direitos da
CAPÍTULO III Criança e do Adolescente.
DOS PLANOS DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO
Art. 11. Além da especificação do regime, são
Art. 7º O Plano de que trata o inciso II do art. 3º desta requisitos obrigatórios para a inscrição de programa
Lei deverá incluir um diagnóstico da situação do de atendimento:
Sinase, as diretrizes, os objetivos, as metas, as
prioridades e as formas de financiamento e gestão das I - a exposição das linhas gerais dos métodos e
ações de atendimento para os 10 (dez) anos seguintes, técnicas pedagógicas, com a especificação das
em sintonia com os princípios elencados na Lei nº atividades de natureza coletiva;
8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e
do Adolescente). II - a indicação da estrutura material, dos recursos
humanos e das estratégias de segurança compatíveis
§ 1º As normas nacionais de referência para o com as necessidades da respectiva unidade;
atendimento socioeducativo devem constituir anexo
ao Plano de que trata o inciso II do art. 3º desta Lei. III - regimento interno que regule o funcionamento
da entidade, no qual deverá constar, no mínimo:
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
deverão, com base no Plano Nacional de Atendimento a) o detalhamento das atribuições e
Socioeducativo, elaborar seus planos decenais responsabilidades do dirigente, de seus prepostos,
correspondentes, em até 360 (trezentos e sessenta) dos membros da equipe técnica e dos demais
dias a partir da aprovação do Plano Nacional. educadores;

Art. 8º Os Planos de Atendimento Socioeducativo b) a previsão das condições do exercício da disciplina


deverão, obrigatoriamente, prever ações articuladas e concessão de benefícios e o respectivo
nas áreas de educação, saúde, assistência social, procedimento de aplicação; e
cultura, capacitação para o trabalho e esporte, para os
adolescentes atendidos, em conformidade com os c) a previsão da concessão de benefícios
princípios elencados na Lei nº 8.069, de 13 de julho de extraordinários e enaltecimento, tendo em vista
1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). tornar público o reconhecimento ao adolescente

118
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

pelo esforço realizado na consecução dos objetivos do Seção II


plano individual; Dos Programas de Meio Aberto

IV - a política de formação dos recursos humanos; Art. 13. Compete à direção do programa de
prestação de serviços à comunidade ou de liberdade
V - a previsão das ações de acompanhamento do assistida:
adolescente após o cumprimento de medida
socioeducativa; I - selecionar e credenciar orientadores, designando-
os, caso a caso, para acompanhar e avaliar o
VI - a indicação da equipe técnica, cuja quantidade e cumprimento da medida;
formação devem estar em conformidade com as
normas de referência do sistema e dos conselhos II - receber o adolescente e seus pais ou responsável
profissionais e com o atendimento socioeducativo a e orientá-los sobre a finalidade da medida e a
ser realizado; e organização e funcionamento do programa;

VII - a adesão ao Sistema de Informações sobre o III - encaminhar o adolescente para o orientador
Atendimento Socioeducativo, bem como sua operação credenciado;
efetiva.
IV - supervisionar o desenvolvimento da medida; e
Parágrafo único. O não cumprimento do previsto
neste artigo sujeita as entidades de atendimento, os V - avaliar, com o orientador, a evolução do
órgãos gestores, seus dirigentes ou prepostos à cumprimento da medida e, se necessário, propor à
aplicação das medidas previstas no art. 97 da Lei nº autoridade judiciária sua substituição, suspensão ou
8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e extinção.
do Adolescente).
Parágrafo único. O rol de orientadores credenciados
Art. 12. A composição da equipe técnica do programa deverá ser comunicado, semestralmente, à
de atendimento deverá ser interdisciplinar, autoridade judiciária e ao Ministério Público.
compreendendo, no mínimo, profissionais das áreas
de saúde, educação e assistência social, de acordo Art. 14. Incumbe ainda à direção do programa de
com as normas de referência. medida de prestação de serviços à comunidade
selecionar e credenciar entidades assistenciais,
§ 1º Outros profissionais podem ser acrescentados às hospitais, escolas ou outros estabelecimentos
equipes para atender necessidades específicas do congêneres, bem como os programas comunitários
programa. ou governamentais, de acordo com o perfil do
socioeducando e o ambiente no qual a medida será
§ 2º Regimento interno deve discriminar as cumprida.
atribuições de cada profissional, sendo proibida a
sobreposição dessas atribuições na entidade de Parágrafo único. Se o Ministério Público impugnar o
atendimento. credenciamento, ou a autoridade judiciária
considerá-lo inadequado, instaurará incidente de
§ 3º O não cumprimento do previsto neste artigo impugnação, com a aplicação subsidiária do
sujeita as entidades de atendimento, seus dirigentes procedimento de apuração de irregularidade em
ou prepostos à aplicação das medidas previstas no art. entidade de atendimento regulamentado na Lei nº
97 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e
Criança e do Adolescente). do Adolescente), devendo citar o dirigente do
programa e a direção da entidade ou órgão
credenciado.

119
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

Seção III III - reputação ilibada.


Dos Programas de Privação da Liberdade
CAPÍTULO V
Art. 15. São requisitos específicos para a inscrição de DA AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DA GESTÃO
programas de regime de semiliberdade ou internação: DO ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO

I - a comprovação da existência de estabelecimento Art. 18. A União, em articulação com os Estados, o


educacional com instalações adequadas e em Distrito Federal e os Municípios, realizará avaliações
conformidade com as normas de referência; periódicas da implementação dos Planos de
Atendimento Socioeducativo em intervalos não
II - a previsão do processo e dos requisitos para a superiores a 3 (três) anos.
escolha do dirigente;
§ 1º O objetivo da avaliação é verificar o
III - a apresentação das atividades de natureza cumprimento das metas estabelecidas e elaborar
coletiva; recomendações aos gestores e operadores dos
Sistemas.
IV - a definição das estratégias para a gestão de
conflitos, vedada a previsão de isolamento cautelar, § 2º O processo de avaliação deverá contar com a
exceto nos casos previstos no § 2º do art. 49 desta Lei; participação de representantes do Poder Judiciário,
e do Ministério Público, da Defensoria Pública e dos
Conselhos Tutelares, na forma a ser definida em
V - a previsão de regime disciplinar nos termos do art. regulamento.
72 desta Lei.
Art. 16. A estrutura física da unidade deverá ser § 3º A primeira avaliação do Plano Nacional de
compatível com as normas de referência do Sinase. Atendimento Socioeducativo realizar-se-á no terceiro
ano de vigência desta Lei, cabendo ao Poder
§ 1º É vedada a edificação de unidades Legislativo federal acompanhar o trabalho por meio
socioeducacionais em espaços contíguos, anexos, ou de suas comissões temáticas pertinentes.
de qualquer outra forma integrados a
estabelecimentos penais. Art. 19. É instituído o Sistema Nacional de Avaliação
e Acompanhamento do Atendimento
§ 2º A direção da unidade adotará, em caráter Socioeducativo, com os seguintes objetivos:
excepcional, medidas para proteção do interno em
casos de risco à sua integridade física, à sua vida, ou à I - contribuir para a organização da rede de
de outrem, comunicando, de imediato, seu defensor e atendimento socioeducativo;
o Ministério Público.
II - assegurar conhecimento rigoroso sobre as ações
Art. 17. Para o exercício da função de dirigente de do atendimento socioeducativo e seus resultados;
programa de atendimento em regime de
semiliberdade ou de internação, além dos requisitos III - promover a melhora da qualidade da gestão e do
específicos previstos no respectivo programa de atendimento socioeducativo; e
atendimento, é necessário:
IV - disponibilizar informações sobre o atendimento
I - formação de nível superior compatível com a socioeducativo.
natureza da função;
§ 1º A avaliação abrangerá, no mínimo, a gestão, as
II - comprovada experiência no trabalho com entidades de atendimento, os programas e os
adolescentes de, no mínimo, 2 (dois) anos; e resultados da execução das medidas
socioeducativas.

120
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

§ 2º Ao final da avaliação, será elaborado Parágrafo único. É vedado à comissão


relatório contendo histórico e diagnóstico da permanente designar avaliadores:
situação, as recomendações e os prazos para que
essas sejam cumpridas, além de outros elementos I - que sejam titulares ou servidores dos órgãos
a serem definidos em regulamento. gestores avaliados ou funcionários das entidades
avaliadas;
§ 3º O relatório da avaliação deverá ser encaminhado
aos respectivos Conselhos de Direitos, Conselhos II - que tenham relação de parentesco até o 3º grau
Tutelares e ao Ministério Público. com titulares ou servidores dos órgãos gestores
avaliados e/ou funcionários das entidades avaliadas;
§ 4º Os gestores e entidades têm o dever de colaborar e
com o processo de avaliação, facilitando o acesso às
suas instalações, à documentação e a todos os III - que estejam respondendo a processos criminais.
elementos necessários ao seu efetivo cumprimento.
Art. 22. A avaliação da gestão terá por objetivo:
§ 5º O acompanhamento tem por objetivo verificar o
cumprimento das metas dos Planos de Atendimento I - verificar se o planejamento orçamentário e sua
Socioeducativo. execução se processam de forma compatível com as
necessidades do respectivo Sistema de Atendimento
Art. 20. O Sistema Nacional de Avaliação e Socioeducativo;
Acompanhamento da Gestão do Atendimento
Socioeducativo assegurará, na metodologia a ser II - verificar a manutenção do fluxo financeiro,
empregada: considerando as necessidades operacionais do
atendimento socioeducativo, as normas de
I - a realização da autoavaliação dos gestores e das referência e as condições previstas nos instrumentos
instituições de atendimento; jurídicos celebrados entre os órgãos gestores e as
entidades de atendimento;
II - a avaliação institucional externa, contemplando a
análise global e integrada das instalações físicas, III - verificar a implementação de todos os demais
relações institucionais, compromisso social, atividades compromissos assumidos por ocasião da celebração
e finalidades das instituições de atendimento e seus dos instrumentos jurídicos relativos ao atendimento
programas; socioeducativo; e

III - o respeito à identidade e à diversidade de IV - a articulação interinstitucional e intersetorial das


entidades e programas; políticas.

IV - a participação do corpo de funcionários das Art. 23. A avaliação das entidades terá por objetivo
entidades de atendimento e dos Conselhos Tutelares identificar o perfil e o impacto de sua atuação, por
da área de atuação da entidade avaliada; e meio de suas atividades, programas e projetos,
considerando as diferentes dimensões institucionais
V - o caráter público de todos os procedimentos, e, entre elas, obrigatoriamente, as seguintes:
dados e resultados dos processos avaliativos.
I - o plano de desenvolvimento institucional;
Art. 21. A avaliação será coordenada por uma
comissão permanente e realizada por comissões II - a responsabilidade social, considerada
temporárias, essas compostas, no mínimo, por 3 (três) especialmente sua contribuição para a inclusão
especialistas com reconhecida atuação na área social e o desenvolvimento socioeconômico do
temática e definidas na forma do regulamento. adolescente e de sua família;

121
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

III - adequação dos objetivos e da natureza do


III - a comunicação e o intercâmbio com a sociedade; atendimento socioeducativo prestado pelas
entidades avaliadas;
IV - as políticas de pessoal quanto à qualificação,
aperfeiçoamento, desenvolvimento profissional e IV - celebração de instrumentos de cooperação com
condições de trabalho; vistas à correção de problemas diagnosticados na
avaliação;
V - a adequação da infraestrutura física às normas de
referência; V - reforço de financiamento para fortalecer a rede
de atendimento socioeducativo;
VI - o planejamento e a autoavaliação quanto aos
processos, resultados, eficiência e eficácia do projeto VI - melhorar e ampliar a capacitação dos operadores
pedagógico e da proposta socioeducativa; do Sistema de Atendimento Socioeducativo; e

VII - as políticas de atendimento para os adolescentes VII - os efeitos do art. 95 da Lei nº 8.069, de 13 de
e suas famílias; julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente).
VIII - a atenção integral à saúde dos adolescentes em
conformidade com as diretrizes do art. 60 desta Lei; e Parágrafo único. As recomendações originadas da
avaliação deverão indicar prazo para seu
IX - a sustentabilidade financeira. cumprimento por parte das entidades de
atendimento e dos gestores avaliados, ao fim do qual
Art. 24. A avaliação dos programas terá por objetivo estarão sujeitos às medidas previstas no art. 28 desta
verificar, no mínimo, o atendimento ao que Lei.
determinam os arts. 94, 100, 117, 119, 120, 123 e 124
da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Art. 27. As informações produzidas a partir do
Criança e do Adolescente). Sistema Nacional de Informações sobre Atendimento
Socioeducativo serão utilizadas para subsidiar a
Art. 25. A avaliação dos resultados da execução de avaliação, o acompanhamento, a gestão e o
medida socioeducativa terá por objetivo, no mínimo: financiamento dos Sistemas Nacional, Distrital,
Estaduais e Municipais de Atendimento
I - verificar a situação do adolescente após Socioeducativo.
cumprimento da medida socioeducativa, tomando por
base suas perspectivas educacionais, sociais, CAPÍTULO VI
profissionais e familiares; e DA RESPONSABILIZAÇÃO DOS GESTORES,
OPERADORES E ENTIDADES DE ATENDIMENTO
II - verificar reincidência de prática de ato infracional.
Art. 28. No caso do desrespeito, mesmo que parcial,
Art. 26. Os resultados da avaliação serão utilizados ou do não cumprimento integral às diretrizes e
para: determinações desta Lei, em todas as esferas, são
sujeitos:
I - planejamento de metas e eleição de prioridades do
Sistema de Atendimento Socioeducativo e seu I - gestores, operadores e seus prepostos e entidades
financiamento; governamentais às medidas previstas no inciso I e no
§ 1º do art. 97 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de
II - reestruturação e/ou ampliação da rede de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente) ; e
atendimento socioeducativo, de acordo com as
necessidades diagnosticadas; II - entidades não governamentais, seus gestores,
operadores e prepostos às medidas previstas no

122
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

inciso II e no § 1º do art. 97 da Lei nº 8.069, de 13 de ações previstas nesta Lei, em especial para
julho de 1990 (Estatuto da Criança e do capacitação, sistemas de informação e de avaliação.
Adolescente).
Parágrafo único. Os entes federados beneficiados
Parágrafo único. A aplicação das medidas previstas com recursos do Fundo dos Direitos da Criança e do
neste artigo dar-se-á a partir da análise de relatório Adolescente para ações de atendimento
circunstanciado elaborado após as avaliações, sem socioeducativo prestarão informações sobre o
prejuízo do que determinam os arts. 191 a 197, 225 a desempenho dessas ações por meio do Sistema de
227, 230 a 236, 243 e 245 a 247 da Lei nº 8.069, de 13 Informações sobre Atendimento Socioeducativo.
de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente). Art. 32. A Lei nº 7.560, de 19 de dezembro de 1986,
passa a vigorar com as seguintes alterações:
Art. 29. Àqueles que, mesmo não sendo agentes
públicos, induzam ou concorram, sob qualquer forma, “ Art. 5º Os recursos do Funad serão destinados:
direta ou indireta, para o não cumprimento desta Lei,
aplicam-se, no que couber, as penalidades dispostas .....................................................................................
na Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, que dispõe ........
sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos
casos de enriquecimento ilícito no exercício de X - às entidades governamentais e não
mandato, cargo, emprego ou função na administração governamentais integrantes do Sistema Nacional de
pública direta, indireta ou fundacional e dá outras Atendimento Socioeducativo (Sinase).
providências (Lei de Improbidade Administrativa).
...................................................................................”
CAPÍTULO VII (NR)
DO FINANCIAMENTO E DAS PRIORIDADES
“ Art. 5º-A. A Secretaria Nacional de Políticas sobre
Art. 30. O Sinase será cofinanciado com recursos dos Drogas (Senad), órgão gestor do Fundo Nacional
orçamentos fiscal e da seguridade social, além de Antidrogas (Funad), poderá financiar projetos das
outras fontes. entidades do Sinase desde que:

§ 1º (VETADO). I - o ente federado de vinculação da entidade que


solicita o recurso possua o respectivo Plano de
§ 2º Os entes federados que tenham instituído seus Atendimento Socioeducativo aprovado;
sistemas de atendimento socioeducativo terão acesso
aos recursos na forma de transferência adotada pelos II - as entidades governamentais e não
órgãos integrantes do Sinase. governamentais integrantes do Sinase que solicitem
recursos tenham participado da avaliação nacional
§ 3º Os entes federados beneficiados com recursos do atendimento socioeducativo;
dos orçamentos dos órgãos responsáveis pelas
políticas integrantes do Sinase, ou de outras fontes, III - o projeto apresentado esteja de acordo com os
estão sujeitos às normas e procedimentos de pressupostos da Política Nacional sobre Drogas e
monitoramento estabelecidos pelas instâncias dos legislação específica.”
órgãos das políticas setoriais envolvidas, sem prejuízo
do disposto nos incisos IX e X do art. 4º , nos incisos V Art. 33. A Lei nº 7.998, de 11 de janeiro de 1990,
e VI do art. 5º e no art. 6º desta Lei. passa a vigorar acrescida do seguinte art. 19-A:

Art. 31. Os Conselhos de Direitos, nas 3 (três) esferas “ Art. 19-A. O Codefat poderá priorizar projetos das
de governo, definirão, anualmente, o percentual de entidades integrantes do Sistema Nacional de
recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do Atendimento Socioeducativo (Sinase) desde que:
Adolescente a serem aplicados no financiamento das

123
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

II - excepcionalidade da intervenção judicial e da


I - o ente federado de vinculação da entidade imposição de medidas, favorecendo-se meios de
que solicita o recurso possua o respectivo Plano autocomposição de conflitos;
de Atendimento Socioeducativo aprovado;
III - prioridade a práticas ou medidas que sejam
II - as entidades governamentais e não restaurativas e, sempre que possível, atendam às
governamentais integrantes do Sinase que solicitem necessidades das vítimas;
recursos tenham se submetido à avaliação nacional do
atendimento socioeducativo.” IV - proporcionalidade em relação à ofensa
cometida;
Art. 34. O art. 2º da Lei nº 5.537, de 21 de novembro
de 1968, passa a vigorar acrescido do seguinte § 3º : V - brevidade da medida em resposta ao ato
cometido, em especial o respeito ao que dispõe o
“Art. 2º ....................................................................... art. 122 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
(Estatuto da Criança e do Adolescente) ;
........................................................................................
..... VI - individualização, considerando-se a idade,
capacidades e circunstâncias pessoais do
§ 3º O fundo de que trata o art. 1º poderá financiar, adolescente;
na forma das resoluções de seu conselho deliberativo,
programas e projetos de educação básica relativos ao VII - mínima intervenção, restrita ao necessário para
Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo a realização dos objetivos da medida;
(Sinase) desde que:
VIII - não discriminação do adolescente,
I - o ente federado que solicitar o recurso possua o notadamente em razão de etnia, gênero,
respectivo Plano de Atendimento Socioeducativo nacionalidade, classe social, orientação religiosa,
aprovado; política ou sexual, ou associação ou pertencimento a
qualquer minoria ou status ; e
II - as entidades de atendimento vinculadas ao ente
federado que solicitar o recurso tenham se submetido IX - fortalecimento dos vínculos familiares e
à avaliação nacional do atendimento socioeducativo; e comunitários no processo socioeducativo.

III - o ente federado tenha assinado o Plano de Metas CAPÍTULO II


Compromisso Todos pela Educação e elaborado o DOS PROCEDIMENTOS
respectivo Plano de Ações Articuladas (PAR).” (NR)
Art. 36. A competência para jurisdicionar a execução
TÍTULO II das medidas socioeducativas segue o determinado
DA EXECUÇÃO DAS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS pelo art. 146 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
CAPÍTULO I (Estatuto da Criança e do Adolescente).
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 37. A defesa e o Ministério Público intervirão,
Art. 35. A execução das medidas socioeducativas sob pena de nulidade, no procedimento judicial de
reger-se-á pelos seguintes princípios: execução de medida socioeducativa, asseguradas aos
seus membros as prerrogativas previstas na Lei nº
I - legalidade, não podendo o adolescente receber 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e
tratamento mais gravoso do que o conferido ao do Adolescente), podendo requerer as providências
adulto; necessárias para adequar a execução aos ditames
legais e regulamentares.

124
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

Art. 38. As medidas de proteção, de advertência e de § 1º O defensor e o Ministério Público


reparação do dano, quando aplicadas de forma poderão requerer, e o Juiz da Execução poderá
isolada, serão executadas nos próprios autos do determinar, de ofício, a realização de qualquer
processo de conhecimento, respeitado o disposto avaliação ou perícia que entenderem
nos arts. 143 e 144 da Lei nº 8.069, de 13 de julho necessárias para complementação do plano
de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). individual.

Art. 39. Para aplicação das medidas socioeducativas de § 2º A impugnação ou complementação do plano
prestação de serviços à comunidade, liberdade individual, requerida pelo defensor ou pelo
assistida, semiliberdade ou internação, será Ministério Público, deverá ser fundamentada,
constituído processo de execução para cada podendo a autoridade judiciária indeferi-la, se
adolescente, respeitado o disposto nos arts. 143 e 144 entender insuficiente a motivação.
da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da
Criança e do Adolescente), e com autuação das § 3º Admitida a impugnação, ou se entender que o
seguintes peças: plano é inadequado, a autoridade judiciária
designará, se necessário, audiência da qual
I - documentos de caráter pessoal do adolescente cientificará o defensor, o Ministério Público, a
existentes no processo de conhecimento, direção do programa de atendimento, o adolescente
especialmente os que comprovem sua idade; e e seus pais ou responsável.

II - as indicadas pela autoridade judiciária, sempre que § 4º A impugnação não suspenderá a execução do
houver necessidade e, obrigatoriamente: plano individual, salvo determinação judicial em
contrário.
a) cópia da representação;
§ 5º Findo o prazo sem impugnação, considerar-se-á
b) cópia da certidão de antecedentes; o plano individual homologado.

c) cópia da sentença ou acórdão; e Art. 42. As medidas socioeducativas de liberdade


assistida, de semiliberdade e de internação deverão
d) cópia de estudos técnicos realizados durante a fase ser reavaliadas no máximo a cada 6 (seis) meses,
de conhecimento. podendo a autoridade judiciária, se necessário,
designar audiência, no prazo máximo de 10 (dez)
Parágrafo único. Procedimento idêntico será dias, cientificando o defensor, o Ministério Público, a
observado na hipótese de medida aplicada em sede de direção do programa de atendimento, o adolescente
remissão, como forma de suspensão do processo. e seus pais ou responsável.

Art. 40. Autuadas as peças, a autoridade judiciária § 1º A audiência será instruída com o relatório da
encaminhará, imediatamente, cópia integral do equipe técnica do programa de atendimento sobre a
expediente ao órgão gestor do atendimento evolução do plano de que trata o art. 52 desta Lei e
socioeducativo, solicitando designação do programa com qualquer outro parecer técnico requerido pelas
ou da unidade de cumprimento da medida. partes e deferido pela autoridade judiciária.

Art. 41. A autoridade judiciária dará vistas da proposta § 2º A gravidade do ato infracional, os antecedentes
de plano individual de que trata o art. 53 desta Lei ao e o tempo de duração da medida não são fatores
defensor e ao Ministério Público pelo prazo sucessivo que, por si, justifiquem a não substituição da medida
de 3 (três) dias, contados do recebimento da proposta por outra menos grave.
encaminhada pela direção do programa de
atendimento.

125
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

§ 3º Considera-se mais grave a internação, em relação decisão à direção do programa de atendimento,


a todas as demais medidas, e mais grave a assim como as peças que entender relevantes à nova
semiliberdade, em relação às medidas de meio situação jurídica do adolescente.
aberto.
Parágrafo único. No caso de a substituição da
Art. 43. A reavaliação da manutenção, da substituição medida importar em vinculação do adolescente a
ou da suspensão das medidas de meio aberto ou de outro programa de atendimento, o plano individual e
privação da liberdade e do respectivo plano individual o histórico do cumprimento da medida deverão
pode ser solicitada a qualquer tempo, a pedido da acompanhar a transferência.
direção do programa de atendimento, do defensor, do
Ministério Público, do adolescente, de seus pais ou Art. 45. Se, no transcurso da execução, sobrevier
responsável. sentença de aplicação de nova medida, a autoridade
judiciária procederá à unificação, ouvidos,
§ 1º Justifica o pedido de reavaliação, entre outros previamente, o Ministério Público e o defensor, no
motivos: prazo de 3 (três) dias sucessivos, decidindo-se em
igual prazo.
I - o desempenho adequado do adolescente com base
no seu plano de atendimento individual, antes do § 1º É vedado à autoridade judiciária determinar
prazo da reavaliação obrigatória; reinício de cumprimento de medida socioeducativa,
ou deixar de considerar os prazos máximos, e de
II - a inadaptação do adolescente ao programa e o liberação compulsória previstos na Lei nº 8.069, de
reiterado descumprimento das atividades do plano 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
individual; e Adolescente), excetuada a hipótese de medida
aplicada por ato infracional praticado durante a
III - a necessidade de modificação das atividades do execução.
plano individual que importem em maior restrição da
liberdade do adolescente. § 2º É vedado à autoridade judiciária aplicar nova
medida de internação, por atos infracionais
§ 2º A autoridade judiciária poderá indeferir o pedido, praticados anteriormente, a adolescente que já
de pronto, se entender insuficiente a motivação. tenha concluído cumprimento de medida
socioeducativa dessa natureza, ou que tenha sido
§ 3º Admitido o processamento do pedido, a transferido para cumprimento de medida menos
autoridade judiciária, se necessário, designará rigorosa, sendo tais atos absorvidos por aqueles aos
audiência, observando o princípio do § 1º do art. 42 quais se impôs a medida socioeducativa extrema.
desta Lei.
Art. 46. A medida socioeducativa será declarada
§ 4º A substituição por medida mais gravosa somente extinta:
ocorrerá em situações excepcionais, após o devido
processo legal, inclusive na hipótese do inciso III do I - pela morte do adolescente;
art. 122 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
(Estatuto da Criança e do Adolescente), e deve ser: II - pela realização de sua finalidade;

I - fundamentada em parecer técnico; III - pela aplicação de pena privativa de liberdade, a


ser cumprida em regime fechado ou semiaberto, em
II - precedida de prévia audiência, e nos termos do § execução provisória ou definitiva;
1º do art. 42 desta Lei.
IV - pela condição de doença grave, que torne o
Art. 44. Na hipótese de substituição da medida ou adolescente incapaz de submeter-se ao
modificação das atividades do plano individual, a cumprimento da medida; e
autoridade judiciária remeterá o inteiro teor da

126
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

V - nas demais hipóteses previstas em lei. II - ser incluído em programa de meio aberto quando
inexistir vaga para o cumprimento de medida de
§ 1º No caso de o maior de 18 (dezoito) anos, em privação da liberdade, exceto nos casos de ato
cumprimento de medida socioeducativa, responder a infracional cometido mediante grave ameaça ou
processo-crime, caberá à autoridade judiciária decidir violência à pessoa, quando o adolescente deverá ser
sobre eventual extinção da execução, cientificando da internado em Unidade mais próxima de seu local de
decisão o juízo criminal competente. residência;

§ 2º Em qualquer caso, o tempo de prisão cautelar não III - ser respeitado em sua personalidade, intimidade,
convertida em pena privativa de liberdade deve ser liberdade de pensamento e religião e em todos os
descontado do prazo de cumprimento da medida direitos não expressamente limitados na sentença;
socioeducativa.
IV - peticionar, por escrito ou verbalmente,
Art. 47. O mandado de busca e apreensão do diretamente a qualquer autoridade ou órgão público,
adolescente terá vigência máxima de 6 (seis) meses, a devendo, obrigatoriamente, ser respondido em até
contar da data da expedição, podendo, se necessário, 15 (quinze) dias;
ser renovado, fundamentadamente.
V - ser informado, inclusive por escrito, das normas
Art. 48. O defensor, o Ministério Público, o de organização e funcionamento do programa de
adolescente e seus pais ou responsável poderão atendimento e também das previsões de natureza
postular revisão judicial de qualquer sanção disciplinar disciplinar;
aplicada, podendo a autoridade judiciária suspender a
execução da sanção até decisão final do incidente. VI - receber, sempre que solicitar, informações sobre
a evolução de seu plano individual, participando,
§ 1º Postulada a revisão após ouvida a autoridade obrigatoriamente, de sua elaboração e, se for o caso,
colegiada que aplicou a sanção e havendo provas a reavaliação;
produzir em audiência, procederá o magistrado na
forma do § 1º do art. 42 desta Lei. VII - receber assistência integral à sua saúde,
conforme o disposto no art. 60 desta Lei; e
§ 2º É vedada a aplicação de sanção disciplinar de
isolamento a adolescente interno, exceto seja essa VIII - ter atendimento garantido em creche e pré-
imprescindível para garantia da segurança de outros escola aos filhos de 0 (zero) a 5 (cinco) anos.
internos ou do próprio adolescente a quem seja
imposta a sanção, sendo necessária ainda § 1º As garantias processuais destinadas a
comunicação ao defensor, ao Ministério Público e à adolescente autor de ato infracional previstas na Lei
autoridade judiciária em até 24 (vinte e quatro) horas. nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança
e do Adolescente), aplicam-se integralmente na
CAPÍTULO III execução das medidas socioeducativas, inclusive no
DOS DIREITOS INDIVIDUAIS âmbito administrativo.

Art. 49. São direitos do adolescente submetido ao § 2º A oferta irregular de programas de atendimento
cumprimento de medida socioeducativa, sem prejuízo socioeducativo em meio aberto não poderá ser
de outros previstos em lei: invocada como motivo para aplicação ou
manutenção de medida de privação da liberdade.
I - ser acompanhado por seus pais ou responsável e
por seu defensor, em qualquer fase do procedimento Art. 50. Sem prejuízo do disposto no § 1º do art. 121
administrativo ou judicial; da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da
Criança e do Adolescente), a direção do programa de
execução de medida de privação da liberdade
poderá

127
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

autorizar a saída, monitorada, do adolescente


nos casos de tratamento médico, doença grave Art. 55. Para o cumprimento das medidas de
ou falecimento, devidamente comprovados, de semiliberdade ou de internação, o plano individual
pai, mãe, filho, cônjuge, companheiro ou irmão, conterá, ainda:
com imediata comunicação ao juízo competente.
I - a designação do programa de atendimento mais
Art. 51. A decisão judicial relativa à execução de adequado para o cumprimento da medida;
medida socioeducativa será proferida após
manifestação do defensor e do Ministério Público. II - a definição das atividades internas e externas,
individuais ou coletivas, das quais o adolescente
CAPÍTULO IV poderá participar; e
DO PLANO INDIVIDUAL DE ATENDIMENTO (PIA)
III - a fixação das metas para o alcance de
Art. 52. O cumprimento das medidas socioeducativas, desenvolvimento de atividades externas.
em regime de prestação de serviços à comunidade,
liberdade assistida, semiliberdade ou internação, Parágrafo único. O PIA será elaborado no prazo de
dependerá de Plano Individual de Atendimento (PIA), até 45 (quarenta e cinco) dias da data do ingresso do
instrumento de previsão, registro e gestão das adolescente no programa de atendimento.
atividades a serem desenvolvidas com o adolescente.
Art. 56. Para o cumprimento das medidas de
Parágrafo único. O PIA deverá contemplar a prestação de serviços à comunidade e de liberdade
participação dos pais ou responsáveis, os quais têm o assistida, o PIA será elaborado no prazo de até 15
dever de contribuir com o processo ressocializador do (quinze) dias do ingresso do adolescente no
adolescente, sendo esses passíveis de programa de atendimento.
responsabilização administrativa, nos termos do art.
249 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto Art. 57. Para a elaboração do PIA, a direção do
da Criança e do Adolescente), civil e criminal. respectivo programa de atendimento, pessoalmente
ou por meio de membro da equipe técnica, terá
Art. 53. O PIA será elaborado sob a responsabilidade acesso aos autos do procedimento de apuração do
da equipe técnica do respectivo programa de ato infracional e aos dos procedimentos de apuração
atendimento, com a participação efetiva do de outros atos infracionais atribuídos ao mesmo
adolescente e de sua família, representada por seus adolescente.
pais ou responsável.
§ 1º O acesso aos documentos de que trata o caput
Art. 54. Constarão do plano individual, no mínimo: deverá ser realizado por funcionário da entidade de
atendimento, devidamente credenciado para tal
I - os resultados da avaliação interdisciplinar; atividade, ou por membro da direção, em
conformidade com as normas a serem definidas pelo
II - os objetivos declarados pelo adolescente; Poder Judiciário, de forma a preservar o que
determinam os arts. 143 e 144 da Lei nº 8.069, de 13
III - a previsão de suas atividades de integração social de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
e/ou capacitação profissional; Adolescente).

IV - atividades de integração e apoio à família; § 2º A direção poderá requisitar, ainda:

V - formas de participação da família para efetivo I - ao estabelecimento de ensino, o histórico escolar


cumprimento do plano individual; e do adolescente e as anotações sobre o seu
aproveitamento;
VI - as medidas específicas de atenção à sua saúde.

128
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

II - os dados sobre o resultado de medida V - garantia de acesso a todos os níveis de atenção à


anteriormente aplicada e cumprida em outro saúde, por meio de referência e contrarreferência,
programa de atendimento; e de acordo com as normas do Sistema Único de
Saúde (SUS);
III - os resultados de acompanhamento especializado
anterior. VI - capacitação das equipes de saúde e dos
profissionais das entidades de atendimento, bem
Art. 58. Por ocasião da reavaliação da medida, é como daqueles que atuam nas unidades de saúde de
obrigatória a apresentação pela direção do programa referência voltadas às especificidades de saúde
de atendimento de relatório da equipe técnica sobre a dessa população e de suas famílias;
evolução do adolescente no cumprimento do plano
individual. VII - inclusão, nos Sistemas de Informação de Saúde
do SUS, bem como no Sistema de Informações sobre
Art. 59. O acesso ao plano individual será restrito aos Atendimento Socioeducativo, de dados e indicadores
servidores do respectivo programa de atendimento, de saúde da população de adolescentes em
ao adolescente e a seus pais ou responsável, ao atendimento socioeducativo; e
Ministério Público e ao defensor, exceto expressa
autorização judicial. VIII - estruturação das unidades de internação
conforme as normas de referência do SUS e do
CAPÍTULO V Sinase, visando ao atendimento das necessidades de
DA ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DE ADOLESCENTE Atenção Básica.
EM CUMPRIMENTO DE MEDIDA SOCIOEDUCATIVA
Seção I Art. 61. As entidades que ofereçam programas de
Disposições Gerais atendimento socioeducativo em meio aberto e de
semiliberdade deverão prestar orientações aos
Art. 60. A atenção integral à saúde do adolescente no socioeducandos sobre o acesso aos serviços e às
Sistema de Atendimento Socioeducativo seguirá as unidades do SUS.
seguintes diretrizes:
Art. 62. As entidades que ofereçam programas de
I - previsão, nos planos de atendimento privação de liberdade deverão contar com uma
socioeducativo, em todas as esferas, da implantação equipe mínima de profissionais de saúde cuja
de ações de promoção da saúde, com o objetivo de composição esteja em conformidade com as normas
integrar as ações socioeducativas, estimulando a de referência do SUS.
autonomia, a melhoria das relações interpessoais e o
fortalecimento de redes de apoio aos adolescentes e Art. 63. (VETADO).
suas famílias;
§ 1º O filho de adolescente nascido nos
II - inclusão de ações e serviços para a promoção, estabelecimentos referidos no caput deste artigo
proteção, prevenção de agravos e doenças e não terá tal informação lançada em seu registro de
recuperação da saúde; nascimento.

III - cuidados especiais em saúde mental, incluindo os § 2º Serão asseguradas as condições necessárias
relacionados ao uso de álcool e outras substâncias para que a adolescente submetida à execução de
psicoativas, e atenção aos adolescentes com medida socioeducativa de privação de liberdade
deficiências; permaneça com o seu filho durante o período de
amamentação.
IV - disponibilização de ações de atenção à saúde
sexual e reprodutiva e à prevenção de doenças
sexualmente transmissíveis;

129
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

Seção II Art. 65. Enquanto não cessada a jurisdição da


Do Atendimento a Adolescente com Transtorno Infância e Juventude, a autoridade judiciária, nas
Mental e com Dependência de Álcool e de Substância hipóteses tratadas no art. 64, poderá remeter cópia
Psicoativa dos autos ao Ministério Público para eventual
propositura de interdição e outras providências
Art 64. O adolescente em cumprimento de medida pertinentes.
socioeducativa que apresente indícios de transtorno
mental, de deficiência mental, ou associadas, deverá Art. 66. (VETADO).
ser avaliado por equipe técnica multidisciplinar e
multissetorial. CAPÍTULO VI
DAS VISITAS A ADOLESCENTE EM CUMPRIMENTO
§ 1º As competências, a composição e a atuação da DE MEDIDA DE
equipe técnica de que trata o caput deverão seguir, INTERNAÇÃO
conjuntamente, as normas de referência do SUS e do
Sinase, na forma do regulamento. Art. 67. A visita do cônjuge, companheiro, pais ou
responsáveis, parentes e amigos a adolescente a
§ 2º A avaliação de que trata o caput subsidiará a quem foi aplicada medida socioeducativa de
elaboração e execução da terapêutica a ser adotada, a internação observará dias e horários próprios
qual será incluída no PIA do adolescente, prevendo, se definidos pela direção do programa de atendimento.
necessário, ações voltadas para a família.
Art. 68. É assegurado ao adolescente casado ou que
§ 3º As informações produzidas na avaliação de que viva, comprovadamente, em união estável o direito à
trata o caput são consideradas sigilosas. visita íntima.

§ 4º Excepcionalmente, o juiz poderá suspender a Parágrafo único. O visitante será identificado e


execução da medida socioeducativa, ouvidos o registrado pela direção do programa de
defensor e o Ministério Público, com vistas a incluir o atendimento, que emitirá documento de
adolescente em programa de atenção integral à saúde identificação, pessoal e intransferível, específico para
mental que melhor atenda aos objetivos terapêuticos a realização da visita íntima.
estabelecidos para o seu caso específico.
Art. 69. É garantido aos adolescentes em
§ 5º Suspensa a execução da medida socioeducativa, o cumprimento de medida socioeducativa de
juiz designará o responsável por acompanhar e internação o direito de receber visita dos filhos,
informar sobre a evolução do atendimento ao independentemente da idade desses.
adolescente.
Art. 70. O regulamento interno estabelecerá as
§ 6º A suspensão da execução da medida hipóteses de proibição da entrada de objetos na
socioeducativa será avaliada, no mínimo, a cada 6 unidade de internação, vedando o acesso aos seus
(seis) meses. portadores.

§ 7º O tratamento a que se submeterá o adolescente CAPÍTULO VII


deverá observar o previsto na Lei nº 10.216, de 6 de DOS REGIMES DISCIPLINARES
abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os
direitos das pessoas portadoras de transtornos Art. 71. Todas as entidades de atendimento
mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde socioeducativo deverão, em seus respectivos
mental. regimentos, realizar a previsão de regime disciplinar
que obedeça aos seguintes princípios:
§ 8º (VETADO).

130
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

I - tipificação explícita das infrações como leves, CAPÍTULO VIII


médias e graves e determinação das correspondentes DA CAPACITAÇÃO PARA O TRABALHO
sanções;
Art. 76. O art. 2º do Decreto-Lei nº 4.048, de 22 de
II - exigência da instauração formal de processo janeiro de 1942, passa a vigorar acrescido do
disciplinar para a aplicação de qualquer sanção, seguinte § 1º , renumerando-se o atual parágrafo
garantidos a ampla defesa e o contraditório; único para § 2º :

III - obrigatoriedade de audiência do socioeducando “Art. 2º


nos casos em que seja necessária a instauração de .........................................................................
processo disciplinar;
§ 1º As escolas do Senai poderão ofertar vagas aos
IV - sanção de duração determinada; usuários do Sistema Nacional de Atendimento
Socioeducativo (Sinase) nas condições a serem
V - enumeração das causas ou circunstâncias que dispostas em instrumentos de cooperação
eximam, atenuem ou agravem a sanção a ser imposta celebrados entre os operadores do Senai e os
ao socioeducando, bem como os requisitos para a gestores dos Sistemas de Atendimento
extinção dessa; Socioeducativo locais.

VI - enumeração explícita das garantias de defesa; § 2º ...................................................................... ”


(NR)
VII - garantia de solicitação e rito de apreciação dos
recursos cabíveis; e Art. 77. O art. 3º do Decreto-Lei nº 8.621, de 10 de
janeiro de 1946, passa a vigorar acrescido do
VIII - apuração da falta disciplinar por comissão seguinte § 1º , renumerando-se o atual parágrafo
composta por, no mínimo, 3 (três) integrantes, sendo único para § 2º :
1 (um), obrigatoriamente, oriundo da equipe técnica.
“Art. 3º
Art. 72. O regime disciplinar é independente da .........................................................................
responsabilidade civil ou penal que advenha do ato
cometido. § 1º As escolas do Senac poderão ofertar vagas aos
usuários do Sistema Nacional de Atendimento
Art. 73. Nenhum socioeducando poderá desempenhar Socioeducativo (Sinase) nas condições a serem
função ou tarefa de apuração disciplinar ou aplicação dispostas em instrumentos de cooperação
de sanção nas entidades de atendimento celebrados entre os operadores do Senac e os
socioeducativo. gestores dos Sistemas de Atendimento
Socioeducativo locais.
Art. 74. Não será aplicada sanção disciplinar sem
expressa e anterior previsão legal ou regulamentar e o § 2º . ..................................................................... ”
devido processo administrativo. (NR)

Art. 75. Não será aplicada sanção disciplinar ao Art. 78. O art. 1º da Lei nº 8.315, de 23 de dezembro
socioeducando que tenha praticado a falta: de 1991, passa a vigorar acrescido do seguinte
parágrafo único:
I - por coação irresistível ou por motivo de força
maior; “Art. 1º
.........................................................................
II - em legítima defesa, própria ou de outrem.
Parágrafo único. Os programas de formação
profissional rural do Senar poderão ofertar vagas aos
usuários do Sistema Nacional de Atendimento
Socioeducativo (Sinase) nas condições a serem

131
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

dispostas em instrumentos de cooperação celebrados (um) ano a partir da publicação desta Lei, garantir
entre os operadores do Senar e os gestores dos a inserção de adolescentes em cumprimento de
Sistemas de Atendimento Socioeducativo locais.” medida socioeducativa na rede pública de
(NR) educação, em qualquer fase do período letivo,
contemplando as diversas faixas etárias e níveis de
Art. 79. O art. 3º da Lei nº 8.706, de 14 de setembro instrução.
de 1993, passa a vigorar acrescido do seguinte
parágrafo único: Art. 83. Os programas de atendimento
socioeducativo sob a responsabilidade do Poder
“Art. 3º ......................................................................... Judiciário serão, obrigatoriamente, transferidos ao
Poder Executivo no prazo máximo de 1 (um) ano a
Parágrafo único. Os programas de formação partir da publicação desta Lei e de acordo com a
profissional do Senat poderão ofertar vagas aos política de oferta dos programas aqui definidos.
usuários do Sistema Nacional de Atendimento
Socioeducativo (Sinase) nas condições a serem Art. 84. Os programas de internação e semiliberdade
dispostas em instrumentos de cooperação celebrados sob a responsabilidade dos Municípios serão,
entre os operadores do Senat e os gestores dos obrigatoriamente, transferidos para o Poder
Sistemas de Atendimento Socioeducativo locais.” (NR) Executivo do respectivo Estado no prazo máximo de
1 (um) ano a partir da publicação desta Lei e de
Art. 80. O art. 429 do Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de acordo com a política de oferta dos programas aqui
maio de 1943, passa a vigorar acrescido do seguinte § definidos.
2º :
Art. 85. A não transferência de programas de
“Art. 429. ..................................................................... atendimento para os devidos entes responsáveis, no
prazo determinado nesta Lei, importará na
........................................................................................ interdição do programa e caracterizará ato de
..... improbidade administrativa do agente responsável,
vedada, ademais, ao Poder Judiciário e ao Poder
§ 2º Os estabelecimentos de que trata o caput Executivo municipal, ao final do referido prazo, a
ofertarão vagas de aprendizes a adolescentes usuários realização de despesas para a sua manutenção.
do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo
(Sinase) nas condições a serem dispostas em Art. 86. Os arts. 90, 97, 121, 122, 198 e 208 da Lei nº
instrumentos de cooperação celebrados entre os 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e
estabelecimentos e os gestores dos Sistemas de do Adolescente), passam a vigorar com a seguinte
Atendimento Socioeducativo locais.” (NR) redação:

TÍTULO III “Art. 90. ......................................................................


DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
.....................................................................................
Art. 81. As entidades que mantenham programas de ........
atendimento têm o prazo de até 6 (seis) meses após a
publicação desta Lei para encaminhar ao respectivo V - prestação de serviços à comunidade;
Conselho Estadual ou Municipal dos Direitos da
Criança e do Adolescente proposta de adequação da VI - liberdade assistida;
sua inscrição, sob pena de interdição.
VII - semiliberdade; e
Art. 82. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do
Adolescente, em todos os níveis federados, com os VIII - internação.
órgãos responsáveis pelo sistema de educação pública
e as entidades de atendimento, deverão, no prazo de
1

132
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

. ...................................................................................” X - de programas de atendimento para a execução


(NR) das medidas socioeducativas e aplicação de
medidas de proteção.
“Art. 97. (VETADO)”
...................................................................................”
“Art. 121. ................................. ............ (NR)

........................................................................................ Art. 87. A Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990


..... (Estatuto da Criança e do Adolescente), passa a
vigorar com as seguintes alterações:
§ 7º A determinação judicial mencionada no § 1º
poderá ser revista a qualquer tempo pela autoridade “ Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar doações
judiciária.” (NR) aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente
nacional, distrital, estaduais ou municipais,
“Art. 122. ..................................................................... devidamente comprovadas, sendo essas
integralmente deduzidas do imposto de renda,
........................................................................................ obedecidos os seguintes limites:
.....
I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda
§ 1º O prazo de internação na hipótese do inciso III devido apurado pelas pessoas jurídicas tributadas
deste artigo não poderá ser superior a 3 (três) meses, com base no lucro real; e
devendo ser decretada judicialmente após o devido
processo legal. II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda
apurado pelas pessoas físicas na Declaração de
...................................................................................” Ajuste Anual, observado o disposto no art. 22 da Lei
(NR) nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997.

“ Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da .....................................................................................


Infância e da Juventude, inclusive os relativos à ........
execução das medidas socioeducativas, adotar-se-á o
sistema recursal da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de § 5º Observado o disposto no § 4º do art. 3º da Lei
1973 (Código de Processo Civil), com as seguintes nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, a dedução de
adaptações: que trata o inciso I do caput :

........................................................................................ I - será considerada isoladamente, não se


..... submetendo a limite em conjunto com outras
deduções do imposto; e
II - em todos os recursos, salvo nos embargos de
declaração, o prazo para o Ministério Público e para a II - não poderá ser computada como despesa
defesa será sempre de 10 (dez) dias; operacional na apuração do lucro real.” (NR)

...................................................................................” “ Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-


(NR) calendário de 2009, a pessoa física poderá optar pela
doação de que trata o inciso II do caput do art. 260
“Art. 208. ..................................................................... diretamente em sua Declaração de Ajuste Anual.

........................................................................................ § 1º A doação de que trata o caput poderá ser


..... deduzida até os seguintes percentuais aplicados
sobre o imposto apurado na declaração:

133
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

I - (VETADO); I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas


jurídicas que apuram o imposto trimestralmente; e
II - (VETADO);
II - do imposto devido mensalmente e no ajuste
III - 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012. anual, para as pessoas jurídicas que apuram o
imposto anualmente.
§ 2º A dedução de que trata o caput :
Parágrafo único. A doação deverá ser efetuada
I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do dentro do período a que se refere a apuração do
imposto sobre a renda apurado na declaração de que imposto.”
trata o inciso II do caput do art. 260;
“ Art. 260-C. As doações de que trata o art. 260 desta
II - não se aplica à pessoa física que: Lei podem ser efetuadas em espécie ou em bens.

a) utilizar o desconto simplificado; Parágrafo único. As doações efetuadas em espécie


devem ser depositadas em conta específica, em
b) apresentar declaração em formulário; ou instituição financeira pública, vinculadas aos
respectivos fundos de que trata o art. 260.”
c) entregar a declaração fora do prazo;
“ Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela
III - só se aplica às doações em espécie; e administração das contas dos Fundos dos Direitos da
Criança e do Adolescente nacional, estaduais,
IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou deduções distrital e municipais devem emitir recibo em favor
em vigor. do doador, assinado por pessoa competente e pelo
presidente do Conselho correspondente,
§ 3º O pagamento da doação deve ser efetuado até a especificando:
data de vencimento da primeira quota ou quota única
do imposto, observadas instruções específicas da I - número de ordem;
Secretaria da Receita Federal do Brasil.
II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
§ 4º O não pagamento da doação no prazo (CNPJ) e endereço do emitente;
estabelecido no § 3º implica a glosa definitiva desta
parcela de dedução, ficando a pessoa física obrigada III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF)
ao recolhimento da diferença de imposto devido do doador;
apurado na Declaração de Ajuste Anual com os
acréscimos legais previstos na legislação. IV - data da doação e valor efetivamente recebido; e

§ 5º A pessoa física poderá deduzir do imposto V - ano-calendário a que se refere a doação.


apurado na Declaração de Ajuste Anual as doações
feitas, no respectivo ano-calendário, aos fundos § 1º O comprovante de que trata o caput deste
controlados pelos Conselhos dos Direitos da Criança e artigo pode ser emitido anualmente, desde que
do Adolescente municipais, distrital, estaduais e discrimine os valores doados mês a mês.
nacional concomitantemente com a opção de que
trata o caput, respeitado o limite previsto no inciso II § 2º No caso de doação em bens, o comprovante
do art. 260.” deve conter a identificação dos bens, mediante
descrição em campo próprio ou em relação anexa ao
“ Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art. comprovante, informando também se houve
260 poderá ser deduzida:

134
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avaliação, o nome, CPF ou CNPJ e endereço dos b) valor doado, especificando se a doação foi
avaliadores.” em espécie ou em bens.”

“ Art. 260-E. Na hipótese da doação em bens, o “ Art. 260-H. Em caso de descumprimento das
doador deverá: obrigações previstas no art. 260-G, a Secretaria da
Receita Federal do Brasil dará conhecimento do fato
I - comprovar a propriedade dos bens, mediante ao Ministério Público.”
documentação hábil;
“ Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e
II - baixar os bens doados na declaração de bens e do Adolescente nacional, estaduais, distrital e
direitos, quando se tratar de pessoa física, e na municipais divulgarão amplamente à comunidade:
escrituração, no caso de pessoa jurídica; e
I - o calendário de suas reuniões;
III - considerar como valor dos bens doados:
II - as ações prioritárias para aplicação das políticas
a) para as pessoas físicas, o valor constante da última de atendimento à criança e ao adolescente;
declaração do imposto de renda, desde que não
exceda o valor de mercado; III - os requisitos para a apresentação de projetos a
serem beneficiados com recursos dos Fundos dos
b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens. Direitos da Criança e do Adolescente nacional,
estaduais, distrital ou municipais;
Parágrafo único. O preço obtido em caso de leilão não
será considerado na determinação do valor dos bens IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano-
doados, exceto se o leilão for determinado por calendário e o valor dos recursos previstos para
autoridade judiciária.” implementação das ações, por projeto;

“ Art. 260-F. Os documentos a que se referem os arts. V - o total dos recursos recebidos e a respectiva
260-D e 260-E devem ser mantidos pelo contribuinte destinação, por projeto atendido, inclusive com
por um prazo de 5 (cinco) anos para fins de cadastramento na base de dados do Sistema de
comprovação da dedução perante a Receita Federal Informações sobre a Infância e a Adolescência; e
do Brasil.”
VI - a avaliação dos resultados dos projetos
“ Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela beneficiados com recursos dos Fundos dos Direitos
administração das contas dos Fundos dos Direitos da da Criança e do Adolescente nacional, estaduais,
Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital distrital e municipais.”
e municipais devem:
“ Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em
I - manter conta bancária específica destinada cada Comarca, a forma de fiscalização da aplicação
exclusivamente a gerir os recursos do Fundo; dos incentivos fiscais referidos no art. 260 desta Lei.

II - manter controle das doações recebidas; e Parágrafo único. O descumprimento do disposto nos
arts. 260-G e 260-I sujeitará os infratores a
III - informar anualmente à Secretaria da Receita responder por ação judicial proposta pelo Ministério
Federal do Brasil as doações recebidas mês a mês, Público, que poderá atuar de ofício, a requerimento
identificando os seguintes dados por doador: ou representação de qualquer cidadão.”

a) nome, CNPJ ou CPF; “ Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos da


Presidência da República (SDH/PR) encaminhará à
Secretaria da Receita Federal do Brasil, até 31 de

135
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outubro de cada ano, arquivo eletrônico contendo


a relação atualizada dos Fundos dos Direitos da
Criança e do Adolescente nacional, distrital,
estaduais e municipais, com a indicação dos
respectivos números de inscrição no CNPJ e das
contas bancárias específicas mantidas em
instituições financeiras públicas, destinadas
exclusivamente a gerir os recursos dos Fundos.”

“ Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasil


expedirá as instruções necessárias à aplicação do
disposto nos arts. 260 a 260-K.”

Art. 88. O parágrafo único do art. 3º da Lei nº 12.213,


de 20 de janeiro de 2010, passa a vigorar com a
seguinte redação:

“Art. 3º ..........................................................................

Parágrafo único. A dedução a que se refere o caput Lei da Tortura


deste artigo não poderá ultrapassar 1% (um por cento)
do imposto devido.” (NR) LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997.

Art. 89. (VETADO).

Art. 90. Esta Lei entra em vigor após decorridos 90 Define os crimes de tortura e dá outras providências.
(noventa) dias de sua publicação oficial.

Brasília, 18 de janeiro de 2012; 191º da Independência


e 124º da República. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
DILMA ROUSSEFF seguinte Lei:
José Eduardo Cardozo
Guido Mantega Art. 1º Constitui crime de tortura:
Alexandre Rocha Santos Padilha
I - constranger alguém com emprego de violência
Miriam Belchior
Maria do Rosário Nunes ou
grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou
mental:
a) com o fim de obter informação, declaração

ou
confissão da vítima ou de terceira pessoa;
TORTURA-PROVA / TORTURA PERSECUTÓRIA
b) para provocar ação ou omissão de natureza
criminosa;
TORTURA PARA A PRÁTICA DE CRIME /TORTURA-
CRIME

136
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c) em razão de discriminação racial ou religiosa; III - se o crime é cometido mediante seqüestro.

TORTURA DISCRIMINATÓRIA / TORTURA-RACISMO § 5º A condenação acarretará a perda do cargo,


função ou emprego público e a interdição para seu
exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou
autoridade, com emprego de violência ou grave Esse é um efeito extrapenal administrativo da
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como condenação, que, segundo o STF e o STJ, decore
forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter automaticamente da condenação.
preventivo.
TORTURA-CASTIGO § 6º O crime de tortura é inafiançável e
insuscetível de graça ou anistia.
O crime de tortura não é imprescritível, e, para o
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
STF, o condenado também não poderá ser
beneficiado com indulto.
Trata-se de crime material, sendo possível a tentativa
e a desistência voluntária. Não se admite
arrependimento eficaz e arrependimento posterior. A
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo
ação penal é pública incondicionada.
a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena
em regime fechado.
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa
Cumpre salientar que o STJ, em julgado recente,
presa ou sujeita a medida de segurança a
afirmou não ser obrigatório que o condenado por
sofrimento físico ou mental, por intermédio da
crime de tortura inicie o cumprimento da pena em
prática de ato não previsto em lei ou não regime fechado.
resultante de medida legal. R
§ 2º Aquele que se omite em face dessas Esp 1.299.787-PR, Quinta Turma, DJe 3/2/2014. HC 286.925-
RR, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 13/5/2014.
condutas,
quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o
na pena de detenção de um a quatro anos. crime não tenha sido cometido em território
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-
se o agente em local sob jurisdição brasileira.
ou
gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; Vide: Nos crimes de tortura incide exceção ao
se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos. princípio-regra da territorialidade, pois a Lei Federal
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
n.º 9.455/97 expressamente determinou a
TORTURA QUALIFICADA
I - se o crime é cometido por agente público; aplicação de suas disposições mesmo quando o
crime não tenha sido cometido em território
II - se o crime é cometido contra criança, gestante, nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-
deficiente e adolescente; se o agente em local sob jurisdição brasileira.
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de
portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 sua
(sessenta) anos; publicação.
Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de
julho de 1990 - Estatuto da Criança e do
Adolescente.
137
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

Brasília, 7 de abril de 1997; 176º da Independência e contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada
109º da República. através de um conjunto integrado de ações de
iniciativa pública e da sociedade, para garantir o
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
atendimento às necessidades básicas.
Nelson A. Jobim
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. Art. 2º A assistência social tem por objetivos:

de I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à


8.4.1997 adolescência e à velhice;

II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;

III - a promoção da integração ao mercado de


trabalho;

IV - a habilitação e reabilitação das pessoas


portadoras de deficiência e a promoção de sua
integração à vida comunitária;

V - a garantia de 1 (um) salário mínimo de benefício


mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso
que comprovem não possuir meios de prover a
própria manutenção ou de tê-la provida por sua
família.

Parágrafo único. A assistência social realiza-se de


SUAS forma integrada às políticas setoriais, visando ao
enfrentamento da pobreza, à garantia dos mínimos
sociais, ao provimento de condições para atender
LEI Nº 8.742, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1993 contingências sociais e à universalização dos direitos
Dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá sociais.
outras providências.
Art. 2o A assistência social tem por objetivos:
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte I - a proteção social, que visa à garantia da vida, à
lei: redução de danos e à prevenção da incidência de
riscos, especialmente:
LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
CAPÍTULO I a) a proteção à família, à maternidade, à infância, à
Das Definições e dos Objetivos adolescência e à velhice;

Art. 1º A assistência social, direito do cidadão e dever b) o amparo às crianças e aos adolescentes carentes;
do Estado, é Política de Seguridade Social não

138
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

c) a promoção da integração ao mercado de trabalho; dirigidos às famílias e indivíduos em situações


de vulnerabilidade ou risco social e pessoal, nos
d) a habilitação e reabilitação das pessoas com termos desta Lei, e respeitadas as deliberações
deficiência e a promoção de sua integração à vida do Conselho Nacional de Assistência Social
comunitária; e (CNAS), de que tratam os incisos I e II do art. 18.

e) a garantia de 1 (um) salário-mínimo de benefício § 2o São de assessoramento aquelas que, de forma


mensal à pessoa com deficiência e ao idoso que continuada, permanente e planejada, prestam
comprovem não possuir meios de prover a própria serviços e executam programas ou projetos voltados
manutenção ou de tê-la provida por sua família; prioritariamente para o fortalecimento dos
movimentos sociais e das organizações de usuários,
II - a vigilância socioassistencial, que visa a analisar formação e capacitação de lideranças, dirigidos ao
territorialmente a capacidade protetiva das famílias e público da política de assistência social, nos termos
nela a ocorrência de vulnerabilidades, de ameaças, de desta Lei, e respeitadas as deliberações do CNAS, de
vitimizações e danos; que tratam os incisos I e II do art. 18.
III - a defesa de direitos, que visa a garantir o
pleno acesso aos direitos no conjunto das § 3o São de defesa e garantia de direitos aquelas
provisões socioassistenciais. que, de forma continuada, permanente e planejada,
prestam serviços e executam programas e projetos
Parágrafo único. Para o enfrentamento da pobreza, a voltados prioritariamente para a defesa e efetivação
assistência social realiza-se de forma integrada às dos direitos socioassistenciais, construção de novos
políticas setoriais, garantindo mínimos sociais e direitos, promoção da cidadania, enfrentamento das
provimento de condições para atender contingências desigualdades sociais, articulação com órgãos
sociais e promovendo a universalização dos direitos públicos de defesa de direitos, dirigidos ao público
sociais. da política de assistência social, nos termos desta Lei,
e respeitadas as deliberações do CNAS, de que
Art. 3º Consideram-se entidades e organizações de tratam os incisos I e II do art. 18.
assistência social aquelas que prestam, sem fins
lucrativos, atendimento e assessoramento aos CAPÍTULO II
beneficiários abrangidos por esta lei, bem como as Dos Princípios e das Diretrizes
que atuam na defesa e garantia de seus direitos. SEÇÃO I
Dos Princípios
Art. 3o Consideram-se entidades e organizações de
assistência social aquelas sem fins lucrativos que, Art. 4º A assistência social rege-se pelos seguintes
isolada ou cumulativamente, prestam atendimento e princípios:
assessoramento aos beneficiários abrangidos por esta
Lei, bem como as que atuam na defesa e garantia de I - supremacia do atendimento às necessidades
direitos. sociais sobre as exigências de rentabilidade
econômica;
§ 1o São de atendimento aquelas entidades que, de
forma continuada, permanente e planejada, prestam II - universalização dos direitos sociais, a fim de
serviços, executam programas ou projetos e tornar o destinatário da ação assistencial alcançável
concedem benefícios de prestação social básica ou pelas demais políticas públicas;
especial,

139
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

III - respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia federativos que, de modo articulado, operam a
e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, proteção social não contributiva;
bem como à convivência familiar e comunitária,
vedando-se qualquer comprovação vexatória de II - integrar a rede pública e privada de serviços,
necessidade; programas, projetos e benefícios de assistência
social, na forma do art. 6o-C;
IV - igualdade de direitos no acesso ao atendimento,
sem discriminação de qualquer natureza, garantindo- III - estabelecer as responsabilidades dos entes
se equivalência às populações urbanas e rurais; federativos na organização, regulação, manutenção
e expansão das ações de assistência social;
V - divulgação ampla dos benefícios, serviços,
programas e projetos assistenciais, bem como dos IV - definir os níveis de gestão, respeitadas as
recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios diversidades regionais e municipais;
para sua concessão.
V - implementar a gestão do trabalho e a educação
SEÇÃO II permanente na assistência social;
Das Diretrizes VI - estabelecer a gestão integrada de serviços e
benefícios; e
Art. 5º A organização da assistência social tem como
base as seguintes diretrizes: VII - afiançar a vigilância socioassistencial e a
garantia de direitos.
I - descentralização político-administrativa para os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e comando § 1o As ações ofertadas no âmbito do Suas têm por
único das ações em cada esfera de governo; objetivo a proteção à família, à maternidade, à
infância, à adolescência e à velhice e, como base de
II - participação da população, por meio de organização, o território.
organizações representativas, na formulação das
políticas e no controle das ações em todos os níveis; § 2o O Suas é integrado pelos entes federativos,
pelos respectivos conselhos de assistência social e
III - primazia da responsabilidade do Estado na pelas entidades e organizações de assistência social
condução da política de assistência social em cada abrangidas por esta Lei.
esfera de governo.
§ 3o A instância coordenadora da Política Nacional
CAPÍTULO III de Assistência Social é o Ministério do
Da Organização e da Gestão Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Art. 6º A gestão das ações na área de assistência social § 4º Cabe à instância coordenadora da Política
fica organizada sob a forma de sistema Nacional de Assistência Social normatizar e
descentralizado e participativo, denominado Sistema padronizar o emprego e a divulgação da identidade
Único de Assistência Social (Suas), com os seguintes visual do Suas.
objetivos:
§ 5º A identidade visual do Suas deverá prevalecer
I - consolidar a gestão compartilhada, o na identificação de unidades públicas estatais,
cofinanciamento e a cooperação técnica entre os
entes
140
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

entidades e organizações de assistência social, I - constituir-se em conformidade com o disposto no


serviços, programas, projetos e benefícios vinculados art. 3o;
ao Suas.
II - inscrever-se em Conselho Municipal ou do
Art. 6o-A. A assistência social organiza-se pelos Distrito Federal, na forma do art. 9o;
seguintes tipos de proteção:
III - integrar o sistema de cadastro de entidades de
I - proteção social básica: conjunto de serviços, que trata o inciso XI do art. 19.
programas, projetos e benefícios da assistência social
que visa a prevenir situações de vulnerabilidade e § 3o As entidades e organizações de assistência
risco social por meio do desenvolvimento de social vinculadas ao Suas celebrarão convênios,
potencialidades e aquisições e do fortalecimento de contratos, acordos ou ajustes com o poder público
vínculos familiares e comunitários; para a execução, garantido financiamento integral,
pelo Estado, de serviços, programas, projetos e
II - proteção social especial: conjunto de serviços, ações de assistência social, nos limites da capacidade
programas e projetos que tem por objetivo contribuir instalada, aos beneficiários abrangidos por esta Lei,
para a reconstrução de vínculos familiares e observando-se as disponibilidades orçamentárias.
comunitários, a defesa de direito, o fortalecimento das
potencialidades e aquisições e a proteção de famílias e § 4o O cumprimento do disposto no § 3o será
indivíduos para o enfrentamento das situações de informado ao Ministério do Desenvolvimento Social
violação de direitos. e Combate à Fome pelo órgão gestor local da
assistência social.
Parágrafo único. A vigilância socioassistencial é um dos
instrumentos das proteções da assistência social que Art. 6o-C. As proteções sociais, básica e especial,
identifica e previne as situações de risco e serão ofertadas precipuamente no Centro de
vulnerabilidade social e seus agravos no território. Referência de Assistência Social (Cras) e no Centro de
Referência Especializado de Assistência Social
Art. 6o-B. As proteções sociais básica e especial serão (Creas), respectivamente, e pelas entidades sem fins
ofertadas pela rede socioassistencial, de forma lucrativos de assistência social de que trata o art. 3o
integrada, diretamente pelos entes públicos e/ou desta Lei.
pelas entidades e organizações de assistência social
vinculadas ao Suas, respeitadas as especificidades de § 1o O Cras é a unidade pública municipal, de base
cada ação. territorial, localizada em áreas com maiores índices
de vulnerabilidade e risco social, destinada à
§ 1o A vinculação ao Suas é o reconhecimento pelo articulação dos serviços socioassistenciais no seu
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à território de abrangência e à prestação de serviços,
Fome de que a entidade de assistência social integra a programas e projetos socioassistenciais de proteção
rede socioassistencial. social básica às famílias.

§ 2o Para o reconhecimento referido no § 1o, a § 2o O Creas é a unidade pública de abrangência e


entidade deverá cumprir os seguintes requisitos: gestão municipal, estadual ou regional, destinada à
prestação de serviços a indivíduos e famílias que se
encontram em situação de risco pessoal ou social,

141
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

por violação de direitos ou contingência, que § 2º A inscrição no CadÚnico poderá ser


demandam intervenções especializadas da proteção obrigatória para acesso a programas sociais do
social especial. governo federal, na forma estabelecida em
regulamento.
§ 3o Os Cras e os Creas são unidades públicas estatais
instituídas no âmbito do Suas, que possuem interface § 3º Para fins de cumprimento do disposto no art. 12
com as demais políticas públicas e articulam, da Emenda Constitucional nº 103, de 12 de
coordenam e ofertam os serviços, programas, projetos novembro de 2019, e de ampliação da fidedignidade
e benefícios da assistência social. das informações cadastrais, será garantida a
interoperabilidade de dados do CadÚnico com os
Art. 6o-D. As instalações dos Cras e dos Creas devem dados constantes do Cadastro Nacional de
ser compatíveis com os serviços neles ofertados, com Informações Sociais (CNIS), de que trata a Lei nº
espaços para trabalhos em grupo e ambientes 8.213, de 24 de julho de 1991.
específicos para recepção e atendimento reservado
das famílias e indivíduos, assegurada a acessibilidade § 4º Os dados do CNIS incluídos no CadÚnico
às pessoas idosas e com deficiência. poderão ser acessados pelos órgãos gestores do
CadÚnico, nas 3 (três) esferas da Federação,
Art. 6o-E. Os recursos do cofinanciamento do Suas, conforme termo de adesão do ente federativo ao
destinados à execução das ações continuadas de CadÚnico, do qual constará cláusula de compromisso
assistência social, poderão ser aplicados no com o sigilo de dados.
pagamento dos profissionais que integrarem as § 5º A sociedade civil poderá cooperar com a
equipes de referência, responsáveis pela organização identificação de pessoas que precisem ser inscritas
e oferta daquelas ações, conforme percentual no CadÚnico, nos termos do regulamento.
apresentado pelo Ministério do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome e aprovado pelo CNAS. § 6º O CadÚnico coletará informações que
caracterizem a condição socioeconômica e territorial
Parágrafo único. A formação das equipes de referência das famílias, de forma a reduzir sua invisibilidade
deverá considerar o número de famílias e indivíduos social e com vistas a identificar suas demandas por
referenciados, os tipos e modalidades de atendimento políticas públicas, na forma do regulamento.
e as aquisições que devem ser garantidas aos usuários,
conforme deliberações do CNAS. Art. 7º As ações de assistência social, no âmbito das
entidades e organizações de assistência social,
Art. 6º-F Fica instituído o Cadastro Único para observarão as normas expedidas pelo Conselho
Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), Nacional de Assistência Social (CNAS), de que trata o
registro público eletrônico com a finalidade de coletar, art. 17 desta lei.
processar, sistematizar e disseminar informações para
a identificação e a caracterização socioeconômica das Art. 8º A União, os Estados, o Distrito Federal e os
famílias de baixa renda, nos termos do regulamento. Municípios, observados os princípios e diretrizes
estabelecidos nesta lei, fixarão suas respectivas
§ 1º As famílias de baixa renda poderão inscrever-se Políticas de Assistência Social.
no CadÚnico nas unidades públicas de que tratam os
§§ 1º e 2º do art. 6º-C desta Lei ou, nos termos do Art. 9º O funcionamento das entidades e
regulamento, por meio eletrônico. organizações de assistência social depende de prévia
inscrição no respectivo Conselho Municipal de

142
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Assistência Social, ou no Conselho de Assistência III - atender, em conjunto com os Estados, o Distrito
Social do Distrito Federal, conforme o caso. Federal e os Municípios, às ações assistenciais de
caráter de emergência.
§ 1º A regulamentação desta lei definirá os critérios de
inscrição e funcionamento das entidades com atuação IV - realizar o monitoramento e a avaliação da
em mais de um município no mesmo Estado, ou em política de assistência social e assessorar Estados,
mais de um Estado ou Distrito Federal. Distrito Federal e Municípios para seu
desenvolvimento.
§ 2º Cabe ao Conselho Municipal de Assistência Social
e ao Conselho de Assistência Social do Distrito Federal Art. 12-A. A União apoiará financeiramente o
a fiscalização das entidades referidas no caput na aprimoramento à gestão descentralizada dos
forma prevista em lei ou regulamento. serviços, programas, projetos e benefícios de
assistência social, por meio do Índice de Gestão
§ 3º (Revogado ) Descentralizada (IGD) do Sistema Único de
Assistência Social (Suas), para a utilização no âmbito
§ 4º As entidades e organizações de assistência social dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal,
podem, para defesa de seus direitos referentes à destinado, sem prejuízo de outras ações a serem
inscrição e ao funcionamento, recorrer aos Conselhos definidas em regulamento, a:
Nacional, Estaduais, Municipais e do Distrito Federal.
I - medir os resultados da gestão descentralizada do
Art. 10. A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Suas, com base na atuação do gestor estadual,
Federal podem celebrar convênios com entidades e municipal e do Distrito Federal na implementação,
organizações de assistência social, em conformidade execução e monitoramento dos serviços, programas,
com os Planos aprovados pelos respectivos Conselhos. projetos e benefícios de assistência social, bem como
na articulação intersetorial;
Art. 11. As ações das três esferas de governo na área
de assistência social realizam-se de forma articulada, II - incentivar a obtenção de resultados qualitativos
cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera na gestão estadual, municipal e do Distrito Federal
federal e a coordenação e execução dos programas, do Suas; e
em suas respectivas esferas, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios. III - calcular o montante de recursos a serem
repassados aos entes federados a título de apoio
Art. 12. Compete à União: financeiro à gestão do Suas.

I - responder pela concessão e manutenção dos § 1o Os resultados alcançados pelo ente federado na
benefícios de prestação continuada definidos no art. gestão do Suas, aferidos na forma de regulamento,
203 da Constituição Federal; serão considerados como prestação de contas dos
recursos a serem transferidos a título de apoio
II - cofinanciar, por meio de transferência automática, financeiro.
o aprimoramento da gestão, os serviços, os programas
e os projetos de assistência social em âmbito nacional; § 2o As transferências para apoio à gestão
descentralizada do Suas adotarão a sistemática do
Índice de Gestão Descentralizada do Programa Bolsa

143
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

Família, previsto no art. 8o da Lei no 10.836, de 9 de VI - realizar o monitoramento e a avaliação da


janeiro de 2004, e serão efetivadas por meio de política de assistência social e assessorar os
procedimento integrado àquele índice. Municípios para seu desenvolvimento.

§ 3o (VETADO). Art. 14. Compete ao Distrito Federal:

§ 4o Para fins de fortalecimento dos Conselhos de I - destinar recursos financeiros para custeio do
Assistência Social dos Estados, Municípios e Distrito pagamento dos benefícios eventuais de que trata o
Federal, percentual dos recursos transferidos deverá art. 22, mediante critérios estabelecidos pelos
ser gasto com atividades de apoio técnico e Conselhos de Assistência Social do Distrito Federal;
operacional àqueles colegiados, na forma fixada pelo
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à II - efetuar o pagamento dos auxílios natalidade e
Fome, sendo vedada a utilização dos recursos para funeral;
pagamento de pessoal efetivo e de gratificações de
qualquer natureza a servidor público estadual, III - executar os projetos de enfrentamento da
municipal ou do Distrito Federal. pobreza, incluindo a parceria com organizações da
sociedade civil;
Art. 13. Compete aos Estados:
IV - atender às ações assistenciais de caráter de
I - destinar recursos financeiros aos Municípios, a emergência;
título de participação no custeio do pagamento dos
benefícios eventuais de que trata o art. 22, mediante V - prestar os serviços assistenciais de que trata o
critérios estabelecidos pelos Conselhos Estaduais de art. 23 desta lei.
Assistência Social;
II - cofinanciar, por meio de transferência VI - cofinanciar o aprimoramento da gestão, os
automática, o aprimoramento da gestão, os serviços, serviços, os programas e os projetos de assistência
os programas e os projetos de assistência social em social em âmbito local;
âmbito regional ou local; VII - realizar o monitoramento e a avaliação da
política de assistência social em seu âmbito.
III - atender, em conjunto com os Municípios, às ações
assistenciais de caráter de emergência; Art. 15. Compete aos Municípios:

IV - estimular e apoiar técnica e financeiramente as I - destinar recursos financeiros para custeio do


associações e consórcios municipais na prestação de pagamento dos benefícios eventuais de que trata o
serviços de assistência social; art. 22, mediante critérios estabelecidos pelos
Conselhos Municipais de Assistência Social;
V - prestar os serviços assistenciais cujos custos ou
ausência de demanda municipal justifiquem uma rede II - efetuar o pagamento dos auxílios natalidade e
regional de serviços, desconcentrada, no âmbito do funeral;
respectivo Estado.
III - executar os projetos de enfrentamento da
pobreza, incluindo a parceria com organizações da
sociedade civil;

144
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

República, têm mandato de 2 (dois) anos, permitida


IV - atender às ações assistenciais de caráter de uma única recondução por igual período.
emergência;
§ 1º O Conselho Nacional de Assistência Social
V - prestar os serviços assistenciais de que trata o art. (CNAS) é composto por 18 (dezoito) membros e
23 desta lei. respectivos suplentes, cujos nomes são indicados ao
órgão da Administração Pública Federal responsável
VI - cofinanciar o aprimoramento da gestão, os pela coordenação da Política Nacional de Assistência
serviços, os programas e os projetos de assistência Social, de acordo com os critérios seguintes:
social em âmbito local;
I - 9 (nove) representantes governamentais,
VII - realizar o monitoramento e a avaliação da política incluindo 1 (um) representante dos Estados e 1 (um)
de assistência social em seu âmbito. dos Municípios;

Art. 16. As instâncias deliberativas do Suas, de caráter II - 9 (nove) representantes da sociedade civil, dentre
permanente e composição paritária entre governo e representantes dos usuários ou de organizações de
sociedade civil, são: usuários, das entidades e organizações de assistência
social e dos trabalhadores do setor, escolhidos em
I - o Conselho Nacional de Assistência Social; foro próprio sob fiscalização do Ministério Público
Federal.
II - os Conselhos Estaduais de Assistência Social;
§ 2º O Conselho Nacional de Assistência Social
III - o Conselho de Assistência Social do Distrito (CNAS) é presidido por um de seus integrantes, eleito
Federal; dentre seus membros, para mandato de 1 (um) ano,
permitida uma única recondução por igual período.
IV - os Conselhos Municipais de Assistência Social.
§ 3º O Conselho Nacional de Assistência Social
Parágrafo único. Os Conselhos de Assistência Social (CNAS) contará com uma Secretaria Executiva, a qual
estão vinculados ao órgão gestor de assistência social, terá sua estrutura disciplinada em ato do Poder
que deve prover a infraestrutura necessária ao seu Executivo.
funcionamento, garantindo recursos materiais,
humanos e financeiros, inclusive com despesas § 4º Os Conselhos de que tratam os incisos II, III e IV
referentes a passagens e diárias de conselheiros do art. 16, com competência para acompanhar a
representantes do governo ou da sociedade civil, execução da política de assistência social, apreciar e
quando estiverem no exercício de suas atribuições. aprovar a proposta orçamentária, em consonância
com as diretrizes das conferências nacionais,
Art. 17. Fica instituído o Conselho Nacional de estaduais, distrital e municipais, de acordo com seu
Assistência Social (CNAS), órgão superior de âmbito de atuação, deverão ser instituídos,
deliberação colegiada, vinculado à estrutura do órgão respectivamente, pelos Estados, pelo Distrito Federal
da Administração Pública Federal responsável pela e pelos Municípios, mediante lei específica.
coordenação da Política Nacional de Assistência Social,
cujos membros, nomeados pelo Presidente da Art. 18. Compete ao Conselho Nacional de
Assistência Social:

145
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

prejuízo das disposições da Lei de Diretrizes


I - aprovar a Política Nacional de Assistência Social; Orçamentárias;

II - normatizar as ações e regular a prestação de X - acompanhar e avaliar a gestão dos recursos, bem
serviços de natureza pública e privada no campo da como os ganhos sociais e o desempenho dos
assistência social; programas e projetos aprovados;

III - acompanhar e fiscalizar o processo de certificação XI - estabelecer diretrizes, apreciar e aprovar os


das entidades e organizações de assistência social no programas anuais e plurianuais do Fundo Nacional
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à de Assistência Social (FNAS);
Fome;
XII - indicar o representante do Conselho Nacional de
IV - apreciar relatório anual que conterá a relação de Assistência Social (CNAS) junto ao Conselho Nacional
entidades e organizações de assistência social da Seguridade Social;
certificadas como beneficentes e encaminhá-lo para
conhecimento dos Conselhos de Assistência Social dos XIII - elaborar e aprovar seu regimento interno;
Estados, Municípios e do Distrito Federal;
XIV - divulgar, no Diário Oficial da União, todas as
V - zelar pela efetivação do sistema descentralizado e suas decisões, bem como as contas do Fundo
participativo de assistência social; Nacional de Assistência Social (FNAS) e os
respectivos pareceres emitidos.
VI - a partir da realização da II Conferência Nacional
de Assistência Social em 1997, convocar Parágrafo único. (Revogado )
ordinariamente a cada quatro anos a Conferência
Nacional de Assistência Social, que terá a atribuição de Art. 19. Compete ao órgão da Administração Pública
avaliar a situação da assistência social e propor Federal responsável pela coordenação da Política
diretrizes para o aperfeiçoamento do sistema; Nacional de Assistência Social:

VII - (Vetado.) I - coordenar e articular as ações no campo da


assistência social;
VIII - apreciar e aprovar a proposta orçamentária da
Assistência Social a ser encaminhada pelo órgão da II - propor ao Conselho Nacional de Assistência
Administração Pública Federal responsável pela Social (CNAS) a Política Nacional de Assistência
coordenação da Política Nacional de Assistência Social; Social, suas normas gerais, bem como os critérios de
prioridade e de elegibilidade, além de padrões de
IX - aprovar critérios de transferência de recursos para qualidade na prestação de benefícios, serviços,
os Estados, Municípios e Distrito Federal, programas e projetos;
considerando, para tanto, indicadores que informem
sua regionalização mais eqüitativa, tais como: III - prover recursos para o pagamento dos benefícios
população, renda per capita, mortalidade infantil e de prestação continuada definidos nesta lei;
concentração de renda, além de disciplinar os
procedimentos de repasse de recursos para as
entidades e organizações de assistência social, sem

146
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

IV - elaborar e encaminhar a proposta orçamentária XIV - elaborar e submeter ao Conselho Nacional de


da assistência social, em conjunto com as demais da Assistência Social (CNAS) os programas anuais e
Seguridade Social; plurianuais de aplicação dos recursos do Fundo
Nacional de Assistência Social (FNAS).
V - propor os critérios de transferência dos recursos de
que trata esta lei; Parágrafo único. A atenção integral à saúde, inclusive
a dispensação de medicamentos e produtos de
VI - proceder à transferência dos recursos destinados interesse para a saúde, às famílias e indivíduos em
à assistência social, na forma prevista nesta lei; situações de vulnerabilidade ou risco social e
pessoal, nos termos desta Lei, dar-se-á
VII - encaminhar à apreciação do Conselho Nacional de independentemente da apresentação de
Assistência Social (CNAS) relatórios trimestrais e documentos que comprovem domicílio ou inscrição
anuais de atividades e de realização financeira dos no cadastro no Sistema Único de Saúde (SUS), em
recursos; consonância com a diretriz de articulação das ações
de assistência social e de saúde a que se refere o
VIII - prestar assessoramento técnico aos Estados, ao inciso XII deste artigo.
Distrito Federal, aos Municípios e às entidades e
organizações de assistência social; CAPÍTULO IV
Dos Benefícios, dos Serviços, dos Programas e dos
IX - formular política para a qualificação sistemática e Projetos de Assistência Social
continuada de recursos humanos no campo da SEÇÃO I
assistência social; Do Benefício de Prestação Continuada

X - desenvolver estudos e pesquisas para fundamentar Art. 20. O benefício de prestação continuada é a
as análises de necessidades e formulação de garantia de 1 (um) salário mínimo mensal à pessoa
proposições para a área; portadora de deficiência e ao idoso com 70 (setenta)
anos ou mais e que comprovem não possuir meios
XI - coordenar e manter atualizado o sistema de de prover a própria manutenção e nem de tê-la
cadastro de entidades e organizações de assistência provida por sua família.
social, em articulação com os Estados, os Municípios e
o Distrito Federal; § 1º Para os efeitos do disposto no caput, entende-se
como família o conjunto de pessoas elencadas no
XII - articular-se com os órgãos responsáveis pelas art. 16 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991,
políticas de saúde e previdência social, bem como com desde que vivam sob o mesmo teto.
os demais responsáveis pelas políticas sócio
econômicas setoriais, visando à elevação do patamar § 2º Para efeito de concessão deste benefício, a
mínimo de atendimento às necessidades básicas; pessoa portadora de deficiência é aquela
incapacitada para a vida independente e para o
XIII - expedir os atos normativos necessários à gestão trabalho.
do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS), de
acordo com as diretrizes estabelecidas pelo Conselho § 3º Considera-se incapaz de prover a manutenção
Nacional de Assistência Social (CNAS); da pessoa portadora de deficiência ou idosa a família

147
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cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 (um mensal per capita igual ou inferior a 1/4 (um quarto)
quarto) do salário mínimo. do salário-mínimo.

§ 4º O benefício de que trata este artigo não pode ser I – (revogado)


acumulado pelo beneficiário com qualquer outro no
âmbito da seguridade social ou de outro regime, salvo II - (VETADO).
o da assistência médica.
§ 4º O benefício de que trata este artigo não pode
§ 5º A situação de internado não prejudica o direito do ser acumulado pelo beneficiário com qualquer outro
idoso ou do portador de deficiência ao benefício. no âmbito da seguridade social ou de outro regime,
salvo os da assistência médica e da pensão especial
§ 6º A concessão do benefício ficará sujeita a exame de natureza indenizatória, bem como as
médico pericial e laudo realizados pelos serviços de transferências de renda de que tratam o parágrafo
perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social - único do art. 6º e o inciso VI do caput do art. 203 da
INSS. Constituição Federal e o caput e o § 1º do art. 1º da
Lei nº 10.835, de 8 de janeiro de 2004.
Art. 20. O benefício de prestação continuada é a
garantia de um salário-mínimo mensal à pessoa com § 5o A condição de acolhimento em instituições de
deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos longa permanência não prejudica o direito do idoso
ou mais que comprovem não possuir meios de prover ou da pessoa com deficiência ao benefício de
a própria manutenção nem de tê-la provida por sua prestação continuada.
família.
§ 6º A concessão do benefício ficará sujeita à
§ 1o Para os efeitos do disposto no caput, a família é avaliação da deficiência e do grau de impedimento
composta pelo requerente, o cônjuge ou de que trata o § 2o, composta por avaliação médica
companheiro, os pais e, na ausência de um deles, a e avaliação social realizadas por médicos peritos e
madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os filhos por assistentes sociais do Instituto Nacional de
e enteados solteiros e os menores tutelados, desde Seguro Social - INSS.
que vivam sob o mesmo teto.
§ 6º-A. O INSS poderá celebrar parcerias para a
§ 2o Para efeito de concessão do benefício de realização da avaliação social, sob a supervisão do
prestação continuada, considera-se pessoa com serviço social da autarquia.
deficiência aquela que tem impedimento de longo
prazo de natureza física, mental, intelectual ou § 7o Na hipótese de não existirem serviços no
sensorial, o qual, em interação com uma ou mais município de residência do beneficiário, fica
barreiras, pode obstruir sua participação plena e assegurado, na forma prevista em regulamento, o
efetiva na sociedade em igualdade de condições com seu encaminhamento ao município mais próximo
as demais pessoas. que contar com tal estrutura.

§ 3º Observados os demais critérios de elegibilidade § 8o A renda familiar mensal a que se refere o § 3o


definidos nesta Lei, terão direito ao benefício deverá ser declarada pelo requerente ou seu
financeiro de que trata o caput deste artigo a pessoa representante legal, sujeitando-se aos demais
com deficiência ou a pessoa idosa com renda familiar

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EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

procedimentos previstos no regulamento para o deficiência da mesma família, no cálculo da renda a


deferimento do pedido. que se refere o § 3º deste artigo.

§ 9º Os rendimentos decorrentes de estágio § 15. O benefício de prestação continuada será


supervisionado e de aprendizagem não serão devido a mais de um membro da mesma família
computados para os fins de cálculo da renda familiar enquanto atendidos os requisitos exigidos nesta Lei.
per capita a que se refere o § 3o deste artigo.
Art. 20-A. Em razão do estado de calamidade pública
§ 10. Considera-se impedimento de longo prazo, para reconhecido pelo Decreto Legislativo nº 6, de 20 de
os fins do § 2o deste artigo, aquele que produza março de 2020, e da emergência de saúde pública de
efeitos pelo prazo mínimo de 2 (dois) anos. importância internacional decorrente do coronavírus
(Covid-19), o critério de aferição da renda familiar
§ 11. Para concessão do benefício de que trata o caput mensal per capita previsto no inciso I do § 3º do art.
deste artigo, poderão ser utilizados outros elementos 20 poderá ser ampliado para até 1/2 (meio) salário-
probatórios da condição de miserabilidade do grupo mínimo. =
familiar e da situação de vulnerabilidade, conforme
regulamento. § 1º (Revogado)

§ 11-A. O regulamento de que trata o § 11 deste artigo § 2º (Revogado)


poderá ampliar o limite de renda mensal familiar per
capita previsto no § 3º deste artigo para até 1/2 § 3º (Revogado)
(meio) salário-mínimo, observado o disposto no art.
20-B desta Lei. § 4º (Revogado)

§ 12. São requisitos para a concessão, a manutenção e Art. 20-B. Na avaliação de outros elementos
a revisão do benefício as inscrições no Cadastro de probatórios da condição de miserabilidade e da
Pessoas Físicas (CPF) e no Cadastro Único para situação de vulnerabilidade de que trata o § 11 do
Programas Sociais do Governo Federal - Cadastro art. 20 desta Lei, serão considerados os seguintes
Único, conforme previsto em regulamento. aspectos para ampliação do critério de aferição da
renda familiar mensal per capita de que trata o § 11-
§ 13. O requerimento, a concessão e a revisão do A do referido artigo:.
benefício ficam condicionados à autorização do
requerente para acesso aos seus dados bancários, nos I – o grau da deficiência;.
termos do disposto no inciso V do § 3º do art. 1º da
Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001 II – a dependência de terceiros para o desempenho
de atividades básicas da vida diária; e.
§ 14. O benefício de prestação continuada ou o
benefício previdenciário no valor de até 1 (um) salário- III – o comprometimento do orçamento do núcleo
mínimo concedido a idoso acima de 65 (sessenta e familiar de que trata o § 3º do art. 20 desta Lei
cinco) anos de idade ou pessoa com deficiência não exclusivamente com gastos médicos, com
será computado, para fins de concessão do benefício tratamentos de saúde, com fraldas, com alimentos
de prestação continuada a outro idoso ou pessoa com especiais e com medicamentos do idoso ou da
pessoa com deficiência não disponibilizados

149
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gratuitamente pelo SUS, ou com serviços não § 3o O desenvolvimento das capacidades


prestados pelo Suas, desde que comprovadamente cognitivas, motoras ou educacionais e a realização
necessários à preservação da saúde e da vida.. de atividades não remuneradas de habilitação e
reabilitação, entre outras, não constituem motivo
§ 1º A ampliação de que trata o caput deste artigo de suspensão ou cessação do benefício da pessoa
ocorrerá na forma de escalas graduais, definidas em com deficiência.
regulamento..
§ 4º A cessação do benefício de prestação
§ 2º Aplicam-se à pessoa com deficiência os continuada concedido à pessoa com deficiência não
elementos constantes dos incisos I e III do caput deste impede nova concessão do benefício, desde que
artigo, e à pessoa idosa os constantes dos incisos II e atendidos os requisitos definidos em regulamento.
III do caput deste artigo..
§ 5º O beneficiário em gozo de benefício de
§ 3º O grau da deficiência de que trata o inciso I do prestação continuada concedido judicial ou
caput deste artigo será aferido por meio de administrativamente poderá ser convocado para
instrumento de avaliação biopsicossocial, observados avaliação das condições que ensejaram sua
os termos dos §§ 1º e 2º do art. 2º da Lei nº 13.146, concessão ou manutenção, sendo-lhe exigida a
de 6 de julho de 2015 (Estatuto da Pessoa com presença dos requisitos previstos nesta Lei e no
Deficiência), e do § 6º do art. 20 e do art. 40-B desta regulamento.
Lei..
Art. 21-A. O benefício de prestação continuada será
§ 4º O valor referente ao comprometimento do suspenso pelo órgão concedente quando a pessoa
orçamento do núcleo familiar com gastos de que trata com deficiência exercer atividade remunerada,
o inciso III do caput deste artigo será definido em ato inclusive na condição de microempreendedor
conjunto do Ministério da Cidadania, da Secretaria individual.
Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da
Economia e do INSS, a partir de valores médios dos § 1o Extinta a relação trabalhista ou a atividade
gastos realizados pelas famílias exclusivamente com empreendedora de que trata o caput deste artigo e,
essas finalidades, facultada ao interessado a quando for o caso, encerrado o prazo de pagamento
possibilidade de comprovação, conforme critérios do seguro-desemprego e não tendo o beneficiário
definidos em regulamento, de que os gastos efetivos adquirido direito a qualquer benefício
ultrapassam os valores médios. previdenciário, poderá ser requerida a continuidade
do pagamento do benefício suspenso, sem
Art. 21. O benefício de prestação continuada deve ser necessidade de realização de perícia médica ou
revisto a cada 2 (dois) anos para avaliação da reavaliação da deficiência e do grau de incapacidade
continuidade das condições que lhe deram origem. para esse fim, respeitado o período de revisão
previsto no caput do art. 21.
§ 1º O pagamento do benefício cessa no momento em
que forem superadas as condições referidas no caput, § 2o A contratação de pessoa com deficiência como
ou em caso de morte do beneficiário. aprendiz não acarreta a suspensão do benefício de
prestação continuada, limitado a 2 (dois) anos o
§ 2º O benefício será cancelado quando se constatar recebimento concomitante da remuneração e do
irregularidade na sua concessão ou utilização. benefício.

150
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SEÇÃO II § 2o Na organização dos serviços da assistência


Dos Benefícios Eventuais social serão criados programas de amparo, entre
outros:
Art. 22. Entendem-se por benefícios eventuais as
provisões suplementares e provisórias que integram I - às crianças e adolescentes em situação de risco
organicamente as garantias do Suas e são prestadas pessoal e social, em cumprimento ao disposto no art.
aos cidadãos e às famílias em virtude de nascimento, 227 da Constituição Federal e na Lei no 8.069, de 13
morte, situações de vulnerabilidade temporária e de de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
calamidade pública. Adolescente);

§ 1o A concessão e o valor dos benefícios de que trata II - às pessoas que vivem em situação de rua.
este artigo serão definidos pelos Estados, Distrito
Federal e Municípios e previstos nas respectivas leis SEÇÃO IV
orçamentárias anuais, com base em critérios e prazos Dos Programas de Assistência Social
definidos pelos respectivos Conselhos de Assistência
Social. Art. 24. Os programas de assistência social
compreendem ações integradas e complementares
§ 2o O CNAS, ouvidas as respectivas representações com objetivos, tempo e área de abrangência
de Estados e Municípios dele participantes, poderá definidos para qualificar, incentivar e melhorar os
propor, na medida das disponibilidades orçamentárias benefícios e os serviços assistenciais.
das 3 (três) esferas de governo, a instituição de
benefícios subsidiários no valor de até 25% (vinte e § 1º Os programas de que trata este artigo serão
cinco por cento) do salário-mínimo para cada criança definidos pelos respectivos Conselhos de Assistência
de até 6 (seis) anos de idade. Social, obedecidos os objetivos e princípios que
regem esta lei, com prioridade para a inserção
§ 3o Os benefícios eventuais subsidiários não poderão profissional e social.
ser cumulados com aqueles instituídos pelas Leis no
10.954, de 29 de setembro de 2004, e no 10.458, de § 2º Os programas voltados ao idoso e à integração
14 de maio de 2002. da pessoa portadora de deficiência serão
devidamente articulados com o benefício de
SEÇÃO III prestação continuada estabelecido no art. 20 desta
Dos Serviços lei.

Art. 23. Entendem-se por serviços socioassistenciais as § 2o Os programas voltados para o idoso e a
atividades continuadas que visem à melhoria de vida integração da pessoa com deficiência serão
da população e cujas ações, voltadas para as devidamente articulados com o benefício de
necessidades básicas, observem os objetivos, prestação continuada estabelecido no art. 20 desta
princípios e diretrizes estabelecidos nesta Lei. Lei.

§ 1o O regulamento instituirá os serviços Art. 24-A. Fica instituído o Serviço de Proteção e


socioassistenciais. Atendimento Integral à Família (Paif), que integra a
proteção social básica e consiste na oferta de ações e
serviços socioassistenciais de prestação continuada,
nos Cras, por meio do trabalho social com famílias

151
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

em situação de vulnerabilidade social, com o objetivo SEÇÃO V


de prevenir o rompimento dos vínculos familiares e a Dos Projetos de Enfrentamento da Pobreza
violência no âmbito de suas relações, garantindo o
direito à convivência familiar e comunitária. Art. 25. Os projetos de enfrentamento da pobreza
compreendem a instituição de investimento
Parágrafo único. Regulamento definirá as diretrizes e econômico-social nos grupos populares, buscando
os procedimentos do Paif subsidiar, financeira e tecnicamente, iniciativas que
lhes garantam meios, capacidade produtiva e de
Art. 24-B. Fica instituído o Serviço de Proteção e gestão para melhoria das condições gerais de
Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos subsistência, elevação do padrão da qualidade de
(Paefi), que integra a proteção social especial e vida, a preservação do meio-ambiente e sua
consiste no apoio, orientação e acompanhamento a organização social.
famílias e indivíduos em situação de ameaça ou
violação de direitos, articulando os serviços Art. 26. O incentivo a projetos de enfrentamento da
socioassistenciais com as diversas políticas públicas e pobreza assentar-se-á em mecanismos de
com órgãos do sistema de garantia de direitos. articulação e de participação de diferentes áreas
governamentais e em sistema de cooperação entre
Parágrafo único. Regulamento definirá as diretrizes e organismos governamentais, não governamentais e
os procedimentos do Paefi. da sociedade civil.

Art. 24-C. Fica instituído o Programa de Erradicação do Seção VI


Trabalho Infantil (Peti), de caráter intersetorial, Do Auxílio-Inclusão
integrante da Política Nacional de Assistência Social,
que, no âmbito do Suas, compreende transferências Art. 26-A. Terá direito à concessão do auxílio-
de renda, trabalho social com famílias e oferta de inclusão de que trata o art. 94 da Lei nº 13.146, de 6
serviços socioeducativos para crianças e adolescentes de julho de 2015 (Estatuto da Pessoa com
que se encontrem em situação de trabalho. Deficiência), a pessoa com deficiência moderada ou
grave que, cumulativamente:
§ 1o O Peti tem abrangência nacional e será
desenvolvido de forma articulada pelos entes I – receba o benefício de prestação continuada, de
federados, com a participação da sociedade civil, e que trata o art. 20 desta Lei, e passe a exercer
tem como objetivo contribuir para a retirada de atividade:
crianças e adolescentes com idade inferior a 16
(dezesseis) anos em situação de trabalho, ressalvada a a) que tenha remuneração limitada a 2 (dois)
condição de aprendiz, a partir de 14 (quatorze) anos. salários-mínimos; e

§ 2o As crianças e os adolescentes em situação de b) que enquadre o beneficiário como segurado


trabalho deverão ser identificados e ter os seus dados obrigatório do Regime Geral de Previdência Social ou
inseridos no Cadastro Único para Programas Sociais do como filiado a regime próprio de previdência social
Governo Federal (CadÚnico), com a devida da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
identificação das situações de trabalho infantil. Municípios;

152
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II – tenha inscrição atualizada no CadÚnico no I – as remunerações obtidas pelo requerente


momento do requerimento do auxílio-inclusão; em decorrência de exercício de atividade
laboral, desde que o total recebido no mês seja
III – tenha inscrição regular no CPF; e igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos; e

IV – atenda aos critérios de manutenção do benefício II – as rendas oriundas dos rendimentos decorrentes
de prestação continuada, incluídos os critérios de estágio supervisionado e de aprendizagem.
relativos à renda familiar mensal per capita exigida
para o acesso ao benefício, observado o disposto no § Art. 26-B. O auxílio-inclusão será devido a partir da
4º deste artigo. data do requerimento, e o seu valor corresponderá a
50% (cinquenta por cento) do valor do benefício de
§ 1º O auxílio-inclusão poderá ainda ser concedido, prestação continuada em vigor. (Incluído pela Lei nº
nos termos do inciso I do caput deste artigo, mediante 14.176, de 2021) (Vigência)
requerimento e sem retroatividade no pagamento, ao
beneficiário: § 1º Ao requerer o auxílio-inclusão, o beneficiário
autorizará a suspensão do benefício de prestação
I – que tenha recebido o benefício de prestação continuada, nos termos do art. 21-A desta Lei.
continuada nos 5 (cinco) anos imediatamente
anteriores ao exercício da atividade remunerada; e § 2º O auxílio-inclusão será concedido
automaticamente pelo INSS, observado o
II – que tenha tido o benefício suspenso nos termos do preenchimento dos demais requisitos, mediante
art. 21-A desta Lei. constatação, pela própria autarquia ou pelo
Ministério da Cidadania, de acumulação do benefício
§ 2º O valor do auxílio-inclusão percebido por um de prestação continuada com o exercício de
membro da família não será considerado no cálculo da atividade remunerada.
renda familiar mensal per capita de que trata o inciso
IV do caput deste artigo, para fins de concessão e de § 3º Na hipótese do § 2º deste artigo, o auxílio-
manutenção de outro auxílio-inclusão no âmbito do inclusão será devido a partir do primeiro dia da
mesmo grupo familiar. competência em que se identificou a ocorrência de
acumulação do benefício de prestação continuada
§ 3º O valor do auxílio-inclusão e o da remuneração do com o exercício de atividade remunerada, e o titular
beneficiário do auxílio-inclusão de que trata a alínea deverá ser notificado quanto à alteração do
“a” do inciso I do caput deste artigo percebidos por benefício e suas consequências administrativas.
um membro da família não serão considerados no
cálculo da renda familiar mensal per capita de que Art. 26-C. O pagamento do auxílio-inclusão não será
tratam os §§ 3º e 11-A do art. 20 desta Lei para fins de acumulado com o pagamento de:
manutenção de benefício de prestação continuada
concedido anteriormente a outra pessoa do mesmo I – benefício de prestação continuada de que trata o
grupo familiar. art. 20 desta Lei;

§ 4º Para fins de cálculo da renda familiar per capita II – prestações a título de aposentadoria, de pensões
de que trata o inciso IV do caput deste artigo, serão ou de benefícios por incapacidade pagos por
desconsideradas: qualquer regime de previdência social; ou

153
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Art. 26-H. No prazo de 10 (dez) anos, contado da


III – seguro-desemprego. data de publicação desta Seção, será promovida a
revisão do auxílio-inclusão, observado o disposto
Art. 26-D. O pagamento do auxílio-inclusão cessará na no § 2º do art. 26-G desta Lei, com vistas a seu
hipótese de o beneficiário: aprimoramento e ampliação.
CAPÍTULO V
I – deixar de atender aos critérios de manutenção do Do Financiamento da Assistência Social
benefício de prestação continuada; ou
Art. 27. Fica o Fundo Nacional de Ação Comunitária
II – deixar de atender aos critérios de concessão do (Funac), instituído pelo Decreto nº 91.970, de 22 de
auxílio-inclusão. novembro de 1985, ratificado pelo Decreto
Legislativo nº 66, de 18 de dezembro de 1990,
Parágrafo único. Ato do Poder Executivo federal transformado no Fundo Nacional de Assistência
disporá sobre o procedimento de verificação dos Social (FNAS).
critérios de manutenção e de revisão do auxílio-
inclusão. Art. 28. O financiamento dos benefícios, serviços,
programas e projetos estabelecidos nesta lei far-se-á
Art. 26-E. O auxílio-inclusão não está sujeito a com os recursos da União, dos Estados, do Distrito
desconto de qualquer contribuição e não gera direito Federal e dos Municípios, das demais contribuições
a pagamento de abono anual. sociais previstas no art. 195 da Constituição Federal,
além daqueles que compõem o Fundo Nacional de
Art. 26-F. Compete ao Ministério da Cidadania a Assistência Social (FNAS).
gestão do auxílio-inclusão, e ao INSS a sua
operacionalização e pagamento. § 1º Cabe ao órgão da Administração Pública
responsável pela coordenação da Política de
Art. 26-G. As despesas decorrentes do pagamento do Assistência Social nas 3 (três) esferas de governo
auxílio-inclusão correrão à conta do orçamento do gerir o Fundo de Assistência Social, sob orientação e
Ministério da Cidadania. controle dos respectivos Conselhos de Assistência
Social.
§ 1º O Poder Executivo federal compatibilizará o
quantitativo de benefícios financeiros do auxílio- § 2º O Poder Executivo disporá, no prazo de 180
inclusão de que trata o art. 26-A desta Lei com as (cento e oitenta) dias a contar da data de publicação
dotações orçamentárias existentes. desta lei, sobre o regulamento e funcionamento do
Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS).
§ 2º O regulamento indicará o órgão do Poder
Executivo responsável por avaliar os impactos da § 3o O financiamento da assistência social no Suas
concessão do auxílio-inclusão na participação no deve ser efetuado mediante cofinanciamento dos 3
mercado de trabalho, na redução de desigualdades e (três) entes federados, devendo os recursos alocados
no exercício dos direitos e liberdades fundamentais nos fundos de assistência social ser voltados à
das pessoas com deficiência, nos termos do § 16 do operacionalização, prestação, aprimoramento e
art. 37 da Constituição Federal. viabilização dos serviços, programas, projetos e
benefícios desta política. (Incluído pela Lei nº 12.435,
de 2011)

154
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mediante alocação de recursos próprios nesses


Art. 28-A. Constitui receita do Fundo Nacional de fundos nas 3 (três) esferas de governo.
Assistência Social, o produto da alienação dos
bens imóveis da extinta Fundação Legião Parágrafo único. As transferências automáticas de
Brasileira de Assistência. recursos entre os fundos de assistência social
efetuadas à conta do orçamento da seguridade
Art. 29. Os recursos de responsabilidade da União social, conforme o art. 204 da Constituição Federal,
destinados à assistência social serão automaticamente caracterizam-se como despesa pública com a
repassados ao Fundo Nacional de Assistência Social seguridade social, na forma do art. 24 da Lei
(FNAS), à medida que se forem realizando as receitas. Complementar no 101, de 4 de maio de 2000.

Parágrafo único. Os recursos de responsabilidade da Art. 30-B. Caberá ao ente federado responsável pela
União destinados ao financiamento dos benefícios de utilização dos recursos do respectivo Fundo de
prestação continuada, previstos no art. 20, poderão Assistência Social o controle e o acompanhamento
ser repassados pelo Ministério da Previdência e dos serviços, programas, projetos e benefícios, por
Assistência Social diretamente ao INSS, órgão meio dos respectivos órgãos de controle,
responsável pela sua execução e manutenção. independentemente de ações do órgão repassador
dos recursos.
Art. 30. É condição para os repasses, aos Municípios,
aos Estados e ao Distrito Federal, dos recursos de que Art. 30-C. A utilização dos recursos federais
trata esta lei, a efetiva instituição e funcionamento de: descentralizados para os fundos de assistência social
dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal
I - Conselho de Assistência Social, de composição será declarada pelos entes recebedores ao ente
paritária entre governo e sociedade civil; transferidor, anualmente, mediante relatório de
gestão submetido à apreciação do respectivo
II - Fundo de Assistência Social, com orientação e Conselho de Assistência Social, que comprove a
controle dos respectivos Conselhos de Assistência execução das ações na forma de regulamento.
Social;
Parágrafo único. Os entes transferidores poderão
III - Plano de Assistência Social. requisitar informações referentes à aplicação dos
recursos oriundos do seu fundo de assistência social,
Parágrafo único. É, ainda, condição para transferência para fins de análise e acompanhamento de sua boa e
de recursos do FNAS aos Estados, ao Distrito Federal e regular utilização.
aos Municípios a comprovação orçamentária dos
recursos próprios destinados à Assistência Social, CAPÍTULO VI
alocados em seus respectivos Fundos de Assistência Das Disposições Gerais e Transitórias
Social, a partir do exercício de 1999.
Art. 31. Cabe ao Ministério Público zelar pelo efetivo
Art. 30-A. O cofinanciamento dos serviços, programas, respeito aos direitos estabelecidos nesta lei.
projetos e benefícios eventuais, no que couber, e o
aprimoramento da gestão da política de assistência Art. 32. O Poder Executivo terá o prazo de 60
social no Suas se efetuam por meio de transferências (sessenta) dias, a partir da publicação desta lei,
automáticas entre os fundos de assistência social e obedecidas as normas por ela instituídas, para

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elaborar e encaminhar projeto de lei dispondo sobre a máximo de 12 (doze) meses, contados a partir
extinção e reordenamento dos órgãos de assistência da data da publicação desta lei.
social do Ministério do Bem-Estar Social.
Art. 35. Cabe ao órgão da Administração Pública
§ 1º O projeto de que trata este artigo definirá formas Federal responsável pela coordenação da Política
de transferências de benefícios, serviços, programas, Nacional de Assistência Social operar os benefícios
projetos, pessoal, bens móveis e imóveis para a esfera de prestação continuada de que trata esta lei,
municipal. podendo, para tanto, contar com o concurso de
outros órgãos do Governo Federal, na forma a ser
§ 2º O Ministro de Estado do Bem-Estar Social indicará estabelecida em regulamento.
Comissão encarregada de elaborar o projeto de lei de
que trata este artigo, que contará com a participação Parágrafo único. O regulamento de que trata o caput
das organizações dos usuários, de trabalhadores do definirá as formas de comprovação do direito ao
setor e de entidades e organizações de assistência benefício, as condições de sua suspensão, os
social. procedimentos em casos de curatela e tutela e o
órgão de credenciamento, de pagamento e de
Art. 33. Decorrido o prazo de 120 (cento e vinte) dias fiscalização, dentre outros aspectos.
da promulgação desta lei, fica extinto o Conselho
Nacional de Serviço Social (CNSS), revogando-se, em Art. 36. As entidades e organizações de assistência
conseqüência, os Decretos-Lei nºs 525, de 1º de julho social que incorrerem em irregularidades na
de 1938, e 657, de 22 de julho de 1943. aplicação dos recursos que lhes foram repassados
pelos poderes públicos terão a sua vinculação ao
§ 1º O Poder Executivo tomará as providências Suas cancelada, sem prejuízo de responsabilidade
necessárias para a instalação do Conselho Nacional de civil e penal.
Assistência Social (CNAS) e a transferência das
atividades que passarão à sua competência dentro do Art. 37. O benefício de prestação continuada será
prazo estabelecido no caput, de forma a assegurar não devido após o cumprimento, pelo requerente, de
haja solução de continuidade. todos os requisitos legais e regulamentares exigidos
para a sua concessão, inclusive apresentação da
§ 2º O acervo do órgão de que trata o caput será documentação necessária, devendo o seu
transferido, no prazo de 60 (sessenta) dias, para o pagamento ser efetuado em até quarenta e cinco
Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), que dias após cumpridas as exigências de que trata este
promoverá, mediante critérios e prazos a serem artigo.
fixados, a revisão dos processos de registro e
certificado de entidade de fins filantrópicos das Parágrafo único. No caso de o primeiro pagamento
entidades e organização de assistência social, ser feito após o prazo previsto no caput, aplicar-se-á
observado o disposto no art. 3º desta lei. na sua atualização o mesmo critério adotado pelo
INSS na atualização do primeiro pagamento de
Art. 34. A União continuará exercendo papel supletivo benefício previdenciário em atraso.
nas ações de assistência social, por ela atualmente
executadas diretamente no âmbito dos Estados, dos Art. 38. (Revogado )
Municípios e do Distrito Federal, visando à
implementação do disposto nesta lei, por prazo

156
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Art. 39. O Conselho Nacional de Assistência Social deficiência ficará sujeita à avaliação do grau da
(CNAS), por decisão da maioria absoluta de seus deficiência e do impedimento de que trata o § 2º do
membros, respeitados o orçamento da seguridade art. 20 desta Lei, composta por avaliação médica e
social e a disponibilidade do Fundo Nacional de avaliação social realizadas, respectivamente, pela
Assistência Social (FNAS), poderá propor ao Poder Perícia Médica Federal e pelo serviço social do INSS,
Executivo a alteração dos limites de renda mensal com a utilização de instrumentos desenvolvidos
per capita definidos no § 3º do art. 20 e caput do especificamente para esse fim.
art. 22.
Parágrafo único. O INSS poderá celebrar parcerias
Art. 40. Com a implantação dos benefícios previstos para a realização da avaliação social, sob a
nos arts. 20 e 22 desta lei, extinguem-se a renda supervisão do serviço social da autarquia.
mensal vitalícia, o auxílio-natalidade e o auxílio-
funeral existentes no âmbito da Previdência Social, Art. 40-C. Os eventuais débitos do beneficiário
conforme o disposto na Lei nº 8.213, de 24 de julho de decorrentes de recebimento irregular do benefício
1991. de prestação continuada ou do auxílio-inclusão
poderão ser consignados no valor mensal desses
Parágrafo único. A transferência dos beneficiários do benefícios, nos termos do regulamento.
sistema previdenciário para a assistência social deve
ser estabelecida de forma que o atendimento à Art. 41. Esta lei entra em vigor na data da sua
população não sofra solução de continuidade. publicação.

§ 1º A transferência dos benefíciários do sistema Art. 42. Revogam-se as disposições em contrário.


previdenciário para a assistência social deve ser
estabelecida de forma que o atendimento à população Brasília, 7 de dezembro de 1993, 172º da
não sofra solução de continuidade. (Redação dada Independência e 105º da República.
pela Lei nº 9.711, de 20.11.1998
ITAMAR FRANCO
§ 2º É assegurado ao maior de setenta anos e ao Jutahy Magalhães Júnior
inválido o direito de requerer a renda mensal vitalícia
junto ao INSS até 31 de dezembro de 1995, desde que Este texto não substitui o publicado no DOU de
atenda, alternativamente, aos requisitos estabelecidos 8.12.1993
nos incisos I, II ou III do § 1º do art. 139 da Lei nº
8.213, de 24 de julho de 1991. (Redação dada pela Lei
nº 9.711, de 1998

Art. 40-A. Os benefícios monetários decorrentes do


disposto nos arts. 22, 24-C e 25 desta Lei serão pagos
preferencialmente à mulher responsável pela unidade
familiar, quando cabível.

Art. 40-B. Enquanto não estiver regulamentado o


instrumento de avaliação de que tratam os §§ 1º e 2º
do art. 2º da Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015
(Estatuto da Pessoa com Deficiência), a concessão do
benefício de prestação continuada à pessoa com
157
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde


consiste na formulação e execução de políticas
econômicas e sociais que visem à redução de riscos
de doenças e de outros agravos e no
estabelecimento de condições que assegurem
acesso universal e igualitário às ações e aos
serviços para a sua promoção, proteção e
recuperação.

§ 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da


família, das empresas e da sociedade.

Art. 3º A saúde tem como fatores determinantes e


condicionantes, entre outros, a alimentação, a
moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o
trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e
SUS o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de
saúde da população expressam a organização social
LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990. e econômica do País.

Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção Art. 3o Os níveis de saúde expressam a organização
e recuperação da saúde, a organização e o social e econômica do País, tendo a saúde como
funcionamento dos serviços correspondentes e dá determinantes e condicionantes, entre outros, a
outras providências. alimentação, a moradia, o saneamento básico, o
meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte bens e serviços essenciais.
lei:
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as
Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações que, por força do disposto no artigo anterior,
se destinam a garantir às pessoas e à coletividade
ações e serviços de saúde, executados isolada ou
condições de bem-estar físico, mental e social.
conjuntamente, em caráter permanente ou eventual,
por pessoas naturais ou jurídicas de direito Público ou
TÍTULO II
privado.
DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
TÍTULO I
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde,
humano, devendo o Estado prover as condições prestados por órgãos e instituições públicas federais,
indispensáveis ao seu pleno exercício. estaduais e municipais, da Administração direta e
indireta e das fundações mantidas pelo Poder
Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS).

158
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

§ 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as e) de saúde bucal; (Incluída pela Lei nº 14.572, de
instituições públicas federais, estaduais e municipais 2023)
de controle de qualidade, pesquisa e produção de
insumos, medicamentos, inclusive de sangue e II - a participação na formulação da política e na
hemoderivados, e de equipamentos para saúde. execução de ações de saneamento básico;

§ 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema III - a ordenação da formação de recursos humanos
Único de Saúde (SUS), em caráter complementar. na área de saúde;

CAPÍTULO I IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar;


Dos Objetivos e Atribuições
V - a colaboração na proteção do meio ambiente,
Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS: nele compreendido o do trabalho;

I - a identificação e divulgação dos fatores VI - a formulação da política de medicamentos,


condicionantes e determinantes da saúde; equipamentos, imunobiológicos e outros insumos de
interesse para a saúde e a participação na sua
II - a formulação de política de saúde destinada a produção;
promover, nos campos econômico e social, a VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos
observância do disposto no § 1º do art. 2º desta lei; e substâncias de interesse para a saúde;

III - a assistência às pessoas por intermédio de ações VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e
de promoção, proteção e recuperação da saúde, com bebidas para consumo humano;
a realização integrada das ações assistenciais e das
atividades preventivas. IX - a participação no controle e na fiscalização da
produção, transporte, guarda e utilização de
Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e
Sistema Único de Saúde (SUS): radioativos;

I - a execução de ações: X - o incremento, em sua área de atuação, do


desenvolvimento científico e tecnológico;
a) de vigilância sanitária;
XI - a formulação e execução da política de sangue e
b) de vigilância epidemiológica; seus derivados.

c) de saúde do trabalhador; e § 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto


de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir
c) de saúde do trabalhador; (Redação dada pela Lei nº riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários
14.572, de 2023) decorrentes do meio ambiente, da produção e
circulação de bens e da prestação de serviços de
d) de assistência terapêutica integral, inclusive interesse da saúde, abrangendo:
farmacêutica;

159
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

I - o controle de bens de consumo que, direta IV - avaliação do impacto que as tecnologias


ou indiretamente, se relacionem com a saúde, provocam à saúde;
compreendidas todas as etapas e processos, da
produção ao consumo; e V - informação ao trabalhador e à sua respectiva
entidade sindical e às empresas sobre os riscos de
II - o controle da prestação de serviços que se acidentes de trabalho, doença profissional e do
relacionam direta ou indiretamente com a saúde. trabalho, bem como os resultados de fiscalizações,
avaliações ambientais e exames de saúde, de
§ 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um admissão, periódicos e de demissão, respeitados os
conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, preceitos da ética profissional;
a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos
fatores determinantes e condicionantes de saúde VI - participação na normatização, fiscalização e
individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar controle dos serviços de saúde do trabalhador nas
e adotar as medidas de prevenção e controle das instituições e empresas públicas e privadas;
doenças ou agravos.
VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças
§ 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins originadas no processo de trabalho, tendo na sua
desta lei, um conjunto de atividades que se destina, elaboração a colaboração das entidades sindicais; e
através das ações de vigilância epidemiológica e
vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de
dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e requerer ao órgão competente a interdição de
reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos máquina, de setor de serviço ou de todo ambiente
aos riscos e agravos advindos das condições de de trabalho, quando houver exposição a risco
trabalho, abrangendo: iminente para a vida ou saúde dos trabalhadores.

I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de § 4º Entende-se por saúde bucal o conjunto


trabalho ou portador de doença profissional e do articulado de ações, em todos os níveis de
trabalho; complexidade, que visem a garantir promoção,
prevenção, recuperação e reabilitação odontológica,
II - participação, no âmbito de competência do individual e coletiva, inseridas no contexto da
Sistema Único de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, integralidade da atenção à saúde. (Incluído pela Lei
avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à nº 14.572, de 2023)
saúde existentes no processo de trabalho;
CAPÍTULO II
III - participação, no âmbito de competência do Dos Princípios e Diretrizes
Sistema Único de Saúde (SUS), da normatização,
fiscalização e controle das condições de produção, Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os
extração, armazenamento, transporte, distribuição e serviços privados contratados ou conveniados que
manuseio de substâncias, de produtos, de máquinas e integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são
de equipamentos que apresentam riscos à saúde do desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas
trabalhador; no art. 198 da Constituição Federal, obedecendo
ainda aos seguintes princípios:

160
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em


todos os níveis de assistência; XII - capacidade de resolução dos serviços em todos
os níveis de assistência; e
II - integralidade de assistência, entendida como
conjunto articulado e contínuo das ações e serviços XIII - organização dos serviços públicos de modo a
preventivos e curativos, individuais e coletivos, evitar duplicidade de meios para fins idênticos.
exigidos para cada caso em todos os níveis de
complexidade do sistema; XIV – organização de atendimento público específico
e especializado para mulheres e vítimas de violência
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa doméstica em geral, que garanta, entre outros,
de sua integridade física e moral; atendimento, acompanhamento psicológico e
cirurgias plásticas reparadoras, em conformidade
IV - igualdade da assistência à saúde, sem com a Lei nº 12.845, de 1º de agosto de 2013.
preconceitos ou privilégios de qualquer espécie;
CAPÍTULO III
V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre Da Organização, da Direção e da Gestão
sua saúde;
Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo
VI - divulgação de informações quanto ao potencial Sistema Único de Saúde (SUS), seja diretamente ou
dos serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário; mediante participação complementar da iniciativa
privada, serão organizados de forma regionalizada e
VII - utilização da epidemiologia para o hierarquizada em níveis de complexidade crescente.
estabelecimento de prioridades, a alocação de Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é
recursos e a orientação programática; única, de acordo com o inciso I do art. 198 da
Constituição Federal, sendo exercida em cada esfera
VIII - participação da comunidade; de governo pelos seguintes órgãos:

IX - descentralização político-administrativa, com I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde;


direção única em cada esfera de governo:
II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela
a) ênfase na descentralização dos serviços para os respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente;
municípios; e

b) regionalização e hierarquização da rede de serviços III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva
de saúde; Secretaria de Saúde ou órgão equivalente.

X - integração em nível executivo das ações de saúde, Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios
meio ambiente e saneamento básico; para desenvolver em conjunto as ações e os serviços
de saúde que lhes correspondam.
XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos,
materiais e humanos da União, dos Estados, do § 1º Aplica-se aos consórcios administrativos
Distrito Federal e dos Municípios na prestação de intermunicipais o princípio da direção única, e os
serviços de assistência à saúde da população;

161
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

respectivos atos constitutivos disporão sobre sua Parágrafo único. Cada uma dessas comissões terá
observância. por finalidade propor prioridades, métodos e
estratégias para a formação e educação continuada
§ 2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde dos recursos humanos do Sistema Único de Saúde
(SUS), poderá organizar-se em distritos de forma a (SUS), na esfera correspondente, assim como em
integrar e articular recursos, técnicas e práticas relação à pesquisa e à cooperação técnica entre
voltadas para a cobertura total das ações de saúde. essas instituições.

Art. 11. (Vetado). Art. 14-A. As Comissões Intergestores Bipartite e


Tripartite são reconhecidas como foros de
Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de negociação e pactuação entre gestores, quanto aos
âmbito nacional, subordinadas ao Conselho Nacional aspectos operacionais do Sistema Único de Saúde
de Saúde, integradas pelos Ministérios e órgãos (SUS).
competentes e por entidades representativas da
sociedade civil. Parágrafo único. A atuação das Comissões
Intergestores Bipartite e Tripartite terá por objetivo:
Parágrafo único. As comissões intersetoriais terão a
finalidade de articular políticas e programas de I - decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros
interesse para a saúde, cuja execução envolva áreas e administrativos da gestão compartilhada do SUS,
não compreendidas no âmbito do Sistema Único de em conformidade com a definição da política
Saúde (SUS). consubstanciada em planos de saúde, aprovados
pelos conselhos de saúde;
Art. 13. A articulação das políticas e programas, a
cargo das comissões intersetoriais, abrangerá, em II - definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e
especial, as seguintes atividades: intermunicipal, a respeito da organização das redes
de ações e serviços de saúde, principalmente no
I - alimentação e nutrição; tocante à sua governança institucional e à integração
das ações e serviços dos entes federados;
II - saneamento e meio ambiente;
III - fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito
III - vigilância sanitária e farmacoepidemiologia; sanitário, integração de territórios, referência e
contrarreferência e demais aspectos vinculados à
IV - recursos humanos; integração das ações e serviços de saúde entre os
entes federados.
V - ciência e tecnologia; e
Art. 14-B. O Conselho Nacional de Secretários de
VI - saúde do trabalhador. Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias
Municipais de Saúde (Conasems) são reconhecidos
Art. 14. Deverão ser criadas Comissões Permanentes como entidades representativas dos entes estaduais
de integração entre os serviços de saúde e as e municipais para tratar de matérias referentes à
instituições de ensino profissional e superior. saúde e declarados de utilidade pública e de
relevante função social, na forma do regulamento.

162
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

§ 1o O Conass e o Conasems receberão recursos do


orçamento geral da União por meio do Fundo VII - participação de formulação da política e
Nacional de Saúde, para auxiliar no custeio de suas da execução das ações de saneamento básico e
despesas institucionais, podendo ainda celebrar colaboração na proteção e recuperação do
convênios com a União. meio ambiente;

§ 2o Os Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde VIII - elaboração e atualização periódica do plano de


(Cosems) são reconhecidos como entidades que saúde;
representam os entes municipais, no âmbito estadual,
para tratar de matérias referentes à saúde, desde que IX - participação na formulação e na execução da
vinculados institucionalmente ao Conasems, na forma política de formação e desenvolvimento de recursos
que dispuserem seus estatutos. humanos para a saúde;

X - elaboração da proposta orçamentária do Sistema


Único de Saúde (SUS), de conformidade com o plano
CAPÍTULO IV
de saúde;
Da Competência e das Atribuições
Seção I
XI - elaboração de normas para regular as atividades
Das Atribuições Comuns
de serviços privados de saúde, tendo em vista a sua
relevância pública;
Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios exercerão, em seu âmbito administrativo,
XII - realização de operações externas de natureza
as seguintes atribuições:
financeira de interesse da saúde, autorizadas pelo
Senado Federal;
I - definição das instâncias e mecanismos de controle,
avaliação e de fiscalização das ações e serviços de
XIII - para atendimento de necessidades coletivas,
saúde;
urgentes e transitórias, decorrentes de situações de
perigo iminente, de calamidade pública ou de
II - administração dos recursos orçamentários e
irrupção de epidemias, a autoridade competente da
financeiros destinados, em cada ano, à saúde;
esfera administrativa correspondente poderá
requisitar bens e serviços, tanto de pessoas naturais
III - acompanhamento, avaliação e divulgação do nível
como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa
de saúde da população e das condições ambientais;
indenização;
IV - organização e coordenação do sistema de
XIV - implementar o Sistema Nacional de Sangue,
informação de saúde;
Componentes e Derivados;
V - elaboração de normas técnicas e estabelecimento
XV - propor a celebração de convênios, acordos e
de padrões de qualidade e parâmetros de custos que
protocolos internacionais relativos à saúde,
caracterizam a assistência à saúde;
saneamento e meio ambiente;
VI - elaboração de normas técnicas e estabelecimento
XVI - elaborar normas técnico-científicas de
de padrões de qualidade para promoção da saúde do
promoção, proteção e recuperação da saúde;
trabalhador;

163
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

b) de rede de laboratórios de saúde pública;


XVII - promover articulação com os órgãos de
fiscalização do exercício profissional e outras c) de vigilância epidemiológica; e
entidades representativas da sociedade civil para a
definição e controle dos padrões éticos para pesquisa, d) vigilância sanitária;
ações e serviços de saúde;
IV - participar da definição de normas e mecanismos
XVIII - promover a articulação da política e dos planos de controle, com órgão afins, de agravo sobre o meio
de saúde; ambiente ou dele decorrentes, que tenham
repercussão na saúde humana;
XIX - realizar pesquisas e estudos na área de saúde;
V - participar da definição de normas, critérios e
XX - definir as instâncias e mecanismos de controle e padrões para o controle das condições e dos
fiscalização inerentes ao poder de polícia sanitária; ambientes de trabalho e coordenar a política de
saúde do trabalhador;
XXI - fomentar, coordenar e executar programas e
projetos estratégicos e de atendimento emergencial. VI - coordenar e participar na execução das ações de
vigilância epidemiológica;
Seção II
Da Competência VII - estabelecer normas e executar a vigilância
sanitária de portos, aeroportos e fronteiras, podendo
Art. 16. A direção nacional do Sistema Único da Saúde a execução ser complementada pelos Estados,
(SUS) compete: Distrito Federal e Municípios;

Art. 16. À direção nacional do SUS compete: VIII - estabelecer critérios, parâmetros e métodos
para o controle da qualidade sanitária de produtos,
I - formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e substâncias e serviços de consumo e uso humano;
nutrição;
IX - promover articulação com os órgãos
II - participar na formulação e na implementação das educacionais e de fiscalização do exercício
políticas: profissional, bem como com entidades
representativas de formação de recursos humanos
a) de controle das agressões ao meio ambiente; na área de saúde;

b) de saneamento básico; e X - formular, avaliar, elaborar normas e participar na


execução da política nacional e produção de insumos
c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho; e equipamentos para a saúde, em articulação com os
demais órgãos governamentais;
III - definir e coordenar os sistemas:
XI - identificar os serviços estaduais e municipais de
a) de redes integradas de assistência de alta referência nacional para o estabelecimento de
complexidade; padrões técnicos de assistência à saúde;

164
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

XII - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos § 1º A União poderá executar ações de vigilância
e substâncias de interesse para a saúde; epidemiológica e sanitária em circunstâncias
especiais, como na ocorrência de agravos
XIII - prestar cooperação técnica e financeira aos inusitados à saúde, que possam escapar do
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para o controle da direção estadual do Sistema Único de
aperfeiçoamento da sua atuação institucional; Saúde (SUS) ou que representem risco de
disseminação nacional.
XIV - elaborar normas para regular as relações entre o
Sistema Único de Saúde (SUS) e os serviços privados § 2º Em situações epidemiológicas que caracterizem
contratados de assistência à saúde; emergência em saúde pública, poderá ser adotado
procedimento simplificado para a remessa de
XV - promover a descentralização para as Unidades patrimônio genético ao exterior, na forma do
Federadas e para os Municípios, dos serviços e ações regulamento. (Incluído pela Lei nº 14.141, de 2021)
de saúde, respectivamente, de abrangência estadual e
municipal; § 3º Os benefícios resultantes da exploração
econômica de produto acabado ou material
XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema reprodutivo oriundo de acesso ao patrimônio
Nacional de Sangue, Componentes e Derivados; genético de que trata o § 2º deste artigo serão
repartidos nos termos da Lei nº 13.123, de 20 de
XVII - acompanhar, controlar e avaliar as ações e os maio de 2015.
serviços de saúde, respeitadas as competências
estaduais e municipais; Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de
Saúde (SUS) compete:
XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico Nacional
no âmbito do SUS, em cooperação técnica com os I - promover a descentralização para os Municípios
Estados, Municípios e Distrito Federal; dos serviços e das ações de saúde;.

XIX - estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e II - acompanhar, controlar e avaliar as redes


coordenar a avaliação técnica e financeira do SUS em hierarquizadas do Sistema Único de Saúde (SUS);
todo o Território Nacional em cooperação técnica com
os Estados, Municípios e Distrito Federal. III - prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios
XX - definir as diretrizes e as normas para a e executar supletivamente ações e serviços de
estruturação física e organizacional dos serviços de saúde;
saúde bucal.
IV - coordenar e, em caráter complementar, executar
Parágrafo único. A União poderá executar ações de ações e serviços:
vigilância epidemiológica e sanitária em circunstâncias
especiais, como na ocorrência de agravos inusitados à a) de vigilância epidemiológica;
saúde, que possam escapar do controle da direção
estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) ou que b) de vigilância sanitária;
representem risco de disseminação nacional.
c) de alimentação e nutrição; e

c) de alimentação e nutrição;

165
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

d) de saúde do trabalhador; I - planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e


os serviços de saúde e gerir e executar os serviços
e) de saúde bucal; públicos de saúde;

V - participar, junto com os órgãos afins, do controle II - participar do planejamento, programação e


dos agravos do meio ambiente que tenham organização da rede regionalizada e hierarquizada do
repercussão na saúde humana; Sistema Único de Saúde (SUS), em articulação com
sua direção estadual;
VI - participar da formulação da política e da execução
de ações de saneamento básico; III - participar da execução, controle e avaliação das
ações referentes às condições e aos ambientes de
VII - participar das ações de controle e avaliação das trabalho;
condições e dos ambientes de trabalho;
IV - executar serviços:
VIII - em caráter suplementar, formular, executar,
acompanhar e avaliar a política de insumos e a) de vigilância epidemiológica;
equipamentos para a saúde;
b) vigilância sanitária;
IX - identificar estabelecimentos hospitalares de
referência e gerir sistemas públicos de alta c) de alimentação e nutrição;
complexidade, de referência estadual e regional;
d) de saneamento básico; e
X - coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde
pública e hemocentros, e gerir as unidades que d) de saneamento básico;
permaneçam em sua organização administrativa;
e) de saúde do trabalhador;
XI - estabelecer normas, em caráter suplementar, para
o controle e avaliação das ações e serviços de saúde; f) de saúde bucal;

XII - formular normas e estabelecer padrões, em V - dar execução, no âmbito municipal, à política de
caráter suplementar, de procedimentos de controle insumos e equipamentos para a saúde;
de qualidade para produtos e substâncias de consumo
humano; VI - colaborar na fiscalização das agressões ao meio
ambiente que tenham repercussão sobre a saúde
XIII - colaborar com a União na execução da vigilância humana e atuar, junto aos órgãos municipais,
sanitária de portos, aeroportos e fronteiras; estaduais e federais competentes, para controlá-las;

XIV - o acompanhamento, a avaliação e divulgação dos VII - formar consórcios administrativos


indicadores de morbidade e mortalidade no âmbito da intermunicipais;
unidade federada.
VIII - gerir laboratórios públicos de saúde e
Art. 18. À direção municipal do SUS compete: hemocentros;

166
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complementarmente no custeio e execução das


IX - colaborar com a União e os Estados na execução ações.
da vigilância sanitária de portos, aeroportos e
fronteiras; § 1º A União instituirá mecanismo de financiamento
específico para os Estados, o Distrito Federal e os
X - observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar Municípios, sempre que houver necessidade de
contratos e convênios com entidades prestadoras de atenção secundária e terciária fora dos territórios
serviços privados de saúde, bem como controlar e indígenas.
avaliar sua execução;
§ 2º Em situações emergenciais e de calamidade
XI - controlar e fiscalizar os procedimentos dos pública:
serviços privados de saúde;
I - a União deverá assegurar aporte adicional de
XII - normatizar complementarmente as ações e recursos não previstos nos planos de saúde dos
serviços públicos de saúde no seu âmbito de atuação. Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dseis) ao
Subsistema de Atenção à Saúde Indígena;
Art. 19. Ao Distrito Federal competem as atribuições
reservadas aos Estados e aos Municípios. II - deverá ser garantida a inclusão dos povos
indígenas nos planos emergenciais para atendimento
CAPÍTULO V dos pacientes graves das Secretarias Municipais e
Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena Estaduais de Saúde, explicitados os fluxos e as
referências para o atendimento em tempo oportuno.
Art. 19-A. As ações e serviços de saúde voltados para o
atendimento das populações indígenas, em todo o Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente levar em
território nacional, coletiva ou individualmente, consideração a realidade local e as especificidades da
obedecerão ao disposto nesta Lei. cultura dos povos indígenas e o modelo a ser
adotado para a atenção à saúde indígena, que se
Art. 19-B. É instituído um Subsistema de Atenção à deve pautar por uma abordagem diferenciada e
Saúde Indígena, componente do Sistema Único de global, contemplando os aspectos de assistência à
Saúde – SUS, criado e definido por esta Lei, e pela Lei saúde, saneamento básico, nutrição, habitação, meio
no 8.142, de 28 de dezembro de 1990, com o qual ambiente, demarcação de terras, educação sanitária
funcionará em perfeita integração. e integração institucional.

Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos próprios, Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena
financiar o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. deverá ser, como o SUS, descentralizado,
hierarquizado e regionalizado.

§ 1o O Subsistema de que trata o caput deste artigo


Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do terá como base os Distritos Sanitários Especiais
Subsistema instituído por esta Lei com os órgãos Indígenas.
responsáveis pela Política Indígena do País.
§ 1º-A. A rede do SUS deverá obrigatoriamente fazer
Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras instituições o registro e a notificação da declaração de raça ou
governamentais e não-governamentais poderão atuar

167
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cor, garantindo a identificação de todos os § 2o O atendimento e a internação domiciliares


indígenas atendidos nos sistemas públicos de saúde. serão realizados por equipes multidisciplinares que
atuarão nos níveis da medicina preventiva,
§ 1º-B. A União deverá integrar os sistemas de terapêutica e reabilitadora.
informação da rede do SUS com os dados do
Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. § 3o O atendimento e a internação domiciliares só
poderão ser realizados por indicação médica, com
§ 2o O SUS servirá de retaguarda e referência ao expressa concordância do paciente e de sua família.
Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, devendo,
para isso, ocorrer adaptações na estrutura e CAPÍTULO VII
organização do SUS nas regiões onde residem as DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO
populações indígenas, para propiciar essa integração e DURANTE O TRABALHO DE PARTO, PARTO E PÓS-
o atendimento necessário em todos os níveis, sem PARTO IMEDIATO
discriminações.
Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de
§ 3o As populações indígenas devem ter acesso Saúde - SUS, da rede própria ou conveniada, ficam
garantido ao SUS, em âmbito local, regional e de obrigados a permitir a presença, junto à parturiente,
centros especializados, de acordo com suas de 1 (um) acompanhante durante todo o período de
necessidades, compreendendo a atenção primária, trabalho de parto, parto e pós-parto imediato.
secundária e terciária à saúde.
§ 1o O acompanhante de que trata o caput deste
Art. 19-H. As populações indígenas terão direito a artigo será indicado pela parturiente.
participar dos organismos colegiados de formulação,
acompanhamento e avaliação das políticas de saúde, § 2o As ações destinadas a viabilizar o pleno
tais como o Conselho Nacional de Saúde e os exercício dos direitos de que trata este artigo
Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde, quando constarão do regulamento da lei, a ser elaborado
for o caso. pelo órgão competente do Poder Executivo.

CAPÍTULO VI § 3o Ficam os hospitais de todo o País obrigados a


DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E INTERNAÇÃO manter, em local visível de suas dependências, aviso
DOMICILIAR informando sobre o direito estabelecido no caput
deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.895, de 2013)
Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do Sistema
Único de Saúde, o atendimento domiciliar e a Art. 19-L. (VETADO)
internação domiciliar.
CAPÍTULO VIII
§ 1o Na modalidade de assistência de atendimento e DA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA E DA
internação domiciliares incluem-se, principalmente, os INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIA EM SAÚDE”
procedimentos médicos, de enfermagem,
fisioterapêuticos, psicológicos e de assistência social, Art. 19-M. A assistência terapêutica integral a que se
entre outros necessários ao cuidado integral dos refere a alínea d do inciso I do art. 6o consiste em:
pacientes em seu domicílio.

168
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

I - dispensação de medicamentos e produtos de


interesse para a saúde, cuja prescrição esteja em Art. 19-P. Na falta de protocolo clínico ou de diretriz
conformidade com as diretrizes terapêuticas definidas terapêutica, a dispensação será realizada:
em protocolo clínico para a doença ou o agravo à
saúde a ser tratado ou, na falta do protocolo, em I - com base nas relações de medicamentos
conformidade com o disposto no art. 19-P; instituídas pelo gestor federal do SUS, observadas as
competências estabelecidas nesta Lei, e a
II - oferta de procedimentos terapêuticos, em regime responsabilidade pelo fornecimento será pactuada
domiciliar, ambulatorial e hospitalar, constantes de na Comissão Intergestores Tripartite;
tabelas elaboradas pelo gestor federal do Sistema
Único de Saúde - SUS, realizados no território nacional II - no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal,
por serviço próprio, conveniado ou contratado. de forma suplementar, com base nas relações de
medicamentos instituídas pelos gestores estaduais
Art. 19-N. Para os efeitos do disposto no art. 19-M, do SUS, e a responsabilidade pelo fornecimento será
são adotadas as seguintes definições: pactuada na Comissão Intergestores Bipartite;

I - produtos de interesse para a saúde: órteses, III - no âmbito de cada Município, de forma
próteses, bolsas coletoras e equipamentos médicos; suplementar, com base nas relações de
medicamentos instituídas pelos gestores municipais
II - protocolo clínico e diretriz terapêutica: documento do SUS, e a responsabilidade pelo fornecimento será
que estabelece critérios para o diagnóstico da doença pactuada no Conselho Municipal de Saúde.
ou do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com
os medicamentos e demais produtos apropriados, Art. 19-Q. A incorporação, a exclusão ou a alteração
quando couber; as posologias recomendadas; os pelo SUS de novos medicamentos, produtos e
mecanismos de controle clínico; e o acompanhamento procedimentos, bem como a constituição ou a
e a verificação dos resultados terapêuticos, a serem alteração de protocolo clínico ou de diretriz
seguidos pelos gestores do SUS. terapêutica, são atribuições do Ministério da Saúde,
assessorado pela Comissão Nacional de Incorporação
Art. 19-O. Os protocolos clínicos e as diretrizes de Tecnologias no SUS.
terapêuticas deverão estabelecer os medicamentos ou
produtos necessários nas diferentes fases evolutivas § 1o A Comissão Nacional de Incorporação de
da doença ou do agravo à saúde de que tratam, bem Tecnologias no SUS, cuja composição e regimento
como aqueles indicados em casos de perda de eficácia são definidos em regulamento, contará com a
e de surgimento de intolerância ou reação adversa participação de 1 (um) representante indicado pelo
relevante, provocadas pelo medicamento, produto ou Conselho Nacional de Saúde e de 1 (um)
procedimento de primeira escolha. representante, especialista na área, indicado pelo
Conselho Federal de Medicina.
Parágrafo único. Em qualquer caso, os medicamentos
ou produtos de que trata o caput deste artigo serão § 1º A Comissão Nacional de Incorporação de
aqueles avaliados quanto à sua eficácia, segurança, Tecnologias no SUS, cuja composição e regimento
efetividade e custo-efetividade para as diferentes são definidos em regulamento, contará com a
fases evolutivas da doença ou do agravo à saúde de participação de 1 (um) representante indicado pelo
que trata o protocolo. Conselho Nacional de Saúde, de 1 (um)

169
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

representante, especialista na área, indicado pelo regulamento, com informações necessárias para
Conselho Federal de Medicina e de 1 (um) o atendimento do disposto no § 2o do art. 19-Q;
representante, especialista na área, indicado pela
Associação Médica Brasileira. II - (VETADO)

§ 2o O relatório da Comissão Nacional de III - realização de consulta pública que inclua a


Incorporação de Tecnologias no SUS levará em divulgação do parecer emitido pela Comissão
consideração, necessariamente: Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS;

I - as evidências científicas sobre a eficácia, a acurácia, IV - realização de audiência pública, antes da tomada
a efetividade e a segurança do medicamento, produto de decisão, se a relevância da matéria justificar o
ou procedimento objeto do processo, acatadas pelo evento.
órgão competente para o registro ou a autorização de
uso; V - distribuição aleatória, respeitadas a
especialização e a competência técnica requeridas
II - a avaliação econômica comparativa dos benefícios para a análise da matéria;
e dos custos em relação às tecnologias já
incorporadas, inclusive no que se refere aos VI - publicidade dos atos processuais.
atendimentos domiciliar, ambulatorial ou hospitalar,
quando cabível. § 2o (VETADO).

§ 3º As metodologias empregadas na avaliação Art. 19-S. (VETADO).


econômica a que se refere o inciso II do § 2º deste
artigo serão dispostas em regulamento e amplamente Art. 19-T. São vedados, em todas as esferas de
divulgadas, inclusive em relação aos indicadores e gestão do SUS:
parâmetros de custo-efetividade utilizados em
combinação com outros critérios. I - o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de
medicamento, produto e procedimento clínico ou
Art. 19-R. A incorporação, a exclusão e a alteração a cirúrgico experimental, ou de uso não autorizado
que se refere o art. 19-Q serão efetuadas mediante a pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária -
instauração de processo administrativo, a ser ANVISA;
concluído em prazo não superior a 180 (cento e
oitenta) dias, contado da data em que foi protocolado II - a dispensação, o pagamento, o ressarcimento ou
o pedido, admitida a sua prorrogação por 90 (noventa) o reembolso de medicamento e produto, nacional ou
dias corridos, quando as circunstâncias exigirem. importado, sem registro na Anvisa.

§ 1o O processo de que trata o caput deste artigo Parágrafo único. Excetuam-se do disposto neste
observará, no que couber, o disposto na Lei no 9.784, artigo:
de 29 de janeiro de 1999, e as seguintes
determinações especiais: I - medicamento e produto em que a indicação de
uso seja distinta daquela aprovada no registro na
I - apresentação pelo interessado dos documentos e, Anvisa, desde que seu uso tenha sido recomendado
se cabível, das amostras de produtos, na forma do pela Comissão Nacional de Incorporação de

170
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), I - doações de organismos internacionais vinculados


demonstradas as evidências científicas sobre a à Organização das Nações Unidas, de entidades de
eficácia, a acurácia, a efetividade e a segurança, e cooperação técnica e de financiamento e
esteja padronizado em protocolo estabelecido pelo empréstimos;
Ministério da Saúde; II - pessoas jurídicas destinadas a instalar,
operacionalizar ou explorar:
II - medicamento e produto recomendados pela
Conitec e adquiridos por intermédio de organismos a) hospital geral, inclusive filantrópico, hospital
multilaterais internacionais, para uso em programas especializado, policlínica, clínica geral e clínica
de saúde pública do Ministério da Saúde e suas especializada; e
entidades vinculadas, nos termos do § 5º do art. 8º da
Lei nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999. b) ações e pesquisas de planejamento familiar;

Art. 19-U. A responsabilidade financeira pelo III - serviços de saúde mantidos, sem finalidade
fornecimento de medicamentos, produtos de lucrativa, por empresas, para atendimento de seus
interesse para a saúde ou procedimentos de que trata empregados e dependentes, sem qualquer ônus para
este Capítulo será pactuada na Comissão Intergestores a seguridade social; e
Tripartite.
IV - demais casos previstos em legislação específica.
TÍTULO III
DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÙDE CAPÍTULO II
CAPÍTULO I Da Participação Complementar
Do Funcionamento
Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem
Art. 20. Os serviços privados de assistência à saúde insuficientes para garantir a cobertura assistencial à
caracterizam-se pela atuação, por iniciativa própria, de população de uma determinada área, o Sistema
profissionais liberais, legalmente habilitados, e de Único de Saúde (SUS) poderá recorrer aos serviços
pessoas jurídicas de direito privado na promoção, ofertados pela iniciativa privada.
proteção e recuperação da saúde.
Parágrafo único. A participação complementar dos
Art. 21. A assistência à saúde é livre à iniciativa serviços privados será formalizada mediante
privada. contrato ou convênio, observadas, a respeito, as
normas de direito público.
Art. 22. Na prestação de serviços privados de
assistência à saúde, serão observados os princípios Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as entidades
éticos e as normas expedidas pelo órgão de direção do filantrópicas e as sem fins lucrativos terão
Sistema Único de Saúde (SUS) quanto às condições preferência para participar do Sistema Único de
para seu funcionamento. Saúde (SUS).

Art. 23. É permitida a participação direta ou indireta, Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de
inclusive controle, de empresas ou de capital serviços e os parâmetros de cobertura assistencial
estrangeiro na assistência à saúde nos seguintes casos: serão estabelecidos pela direção nacional do Sistema

171
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

Único de Saúde (SUS), aprovados no Conselho


Nacional de Saúde. VI - confidencialidade dos dados;

§ 1° Na fixação dos critérios, valores, formas de VII - promoção da universalização do acesso dos
reajuste e de pagamento da remuneração aludida brasileiros às ações e aos serviços de saúde;
neste artigo, a direção nacional do Sistema Único de
Saúde (SUS) deverá fundamentar seu ato em VIII - estrita observância das atribuições legais de
demonstrativo econômico-financeiro que garanta a cada profissão;
efetiva qualidade de execução dos serviços
contratados. IX - responsabilidade digital.

§ 2° Os serviços contratados submeter-se-ão às Art. 26-B. Para fins desta Lei, considera-se telessaúde
normas técnicas e administrativas e aos princípios e a modalidade de prestação de serviços de saúde a
diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), mantido o distância, por meio da utilização das tecnologias da
equilíbrio econômico e financeiro do contrato. informação e da comunicação, que envolve, entre
outros, a transmissão segura de dados e informações
§ 3° (Vetado). de saúde, por meio de textos, de sons, de imagens
ou outras formas adequadas.
§ 4° Aos proprietários, administradores e dirigentes de
entidades ou serviços contratados é vedado exercer Parágrafo único. Os atos do profissional de saúde,
cargo de chefia ou função de confiança no Sistema quando praticados na modalidade telessaúde, terão
Único de Saúde (SUS). validade em todo o território nacional.

TÍTULO III-A Art. 26-C. Ao profissional de saúde são asseguradas a


DA TELESSAÚDE liberdade e a completa independência de decidir
sobre a utilização ou não da telessaúde, inclusive
Art. 26-A. A telessaúde abrange a prestação remota de com relação à primeira consulta, atendimento ou
serviços relacionados a todas as profissões da área da procedimento, e poderá indicar a utilização de
saúde regulamentadas pelos órgãos competentes do atendimento presencial ou optar por ele, sempre
Poder Executivo federal e obedecerá aos seguintes que entender necessário.
princípios:
Art. 26-D. Compete aos conselhos federais de
I - autonomia do profissional de saúde; fiscalização do exercício profissional a normatização
ética relativa à prestação dos serviços previstos
II - consentimento livre e informado do paciente; neste Título, aplicando-se os padrões normativos
adotados para as modalidades de atendimento
III - direito de recusa ao atendimento na modalidade presencial, no que não colidirem com os preceitos
telessaúde, com a garantia do atendimento presencial desta Lei.
sempre que solicitado;
Art. 26-E. Na prestação de serviços por telessaúde,
IV - dignidade e valorização do profissional de saúde; serão observadas as normas expedidas pelo órgão de
direção do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto às
V - assistência segura e com qualidade ao paciente; condições para seu funcionamento, observada a
competência dos demais órgãos reguladores.

172
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

III - (Vetado)
Art. 26-F. O ato normativo que pretenda restringir
a prestação de serviço de telessaúde deverá IV - valorização da dedicação exclusiva aos serviços
demonstrar a imprescindibilidade da medida para do Sistema Único de Saúde (SUS).
que sejam evitados danos à saúde dos pacientes.
Parágrafo único. Os serviços públicos que integram o
Art. 26-G. A prática da telessaúde deve seguir as Sistema Único de Saúde (SUS) constituem campo de
seguintes determinações: prática para ensino e pesquisa, mediante normas
específicas, elaboradas conjuntamente com o
I - ser realizada por consentimento livre e esclarecido sistema educacional.
do paciente, ou de seu representante legal, e sob
responsabilidade do profissional de saúde; Art. 28. Os cargos e funções de chefia, direção e
assessoramento, no âmbito do Sistema Único de
II - prestar obediência aos ditames das Leis nºs 12.965, Saúde (SUS), só poderão ser exercidas em regime de
de 23 de abril de 2014 (Marco Civil da Internet), tempo integral.
12.842, de 10 de julho de 2013 (Lei do Ato Médico),
13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei Geral de § 1° Os servidores que legalmente acumulam dois
Proteção de Dados), 8.078, de 11 de setembro de cargos ou empregos poderão exercer suas atividades
1990 (Código de Defesa do Consumidor) e, nas em mais de um estabelecimento do Sistema Único
hipóteses cabíveis, aos ditames da Lei nº 13.787, de 27 de Saúde (SUS).
de dezembro de 2018 (Lei do Prontuário Eletrônico).
§ 2° O disposto no parágrafo anterior aplica-se
Art. 26-H. É dispensada a inscrição secundária ou também aos servidores em regime de tempo
complementar do profissional de saúde que exercer a integral, com exceção dos ocupantes de cargos ou
profissão em outra jurisdição exclusivamente por meio função de chefia, direção ou assessoramento.
da modalidade telessaúde.
Art. 29. (Vetado).

Art. 30. As especializações na forma de treinamento


TÍTULO IV em serviço sob supervisão serão regulamentadas por
DOS RECURSOS HUMANOS Comissão Nacional, instituída de acordo com o art.
12 desta Lei, garantida a participação das entidades
Art. 27. A política de recursos humanos na área da profissionais correspondentes.
saúde será formalizada e executada, articuladamente,
pelas diferentes esferas de governo, em cumprimento TÍTULO V
dos seguintes objetivos: DO FINANCIAMENTO
CAPÍTULO I
I - organização de um sistema de formação de Dos Recursos
recursos humanos em todos os níveis de ensino,
inclusive de pós-graduação, além da elaboração de Art. 31. O orçamento da seguridade social destinará
programas de permanente aperfeiçoamento de ao Sistema Único de Saúde (SUS) de acordo com a
pessoal; receita estimada, os recursos necessários à
realização de suas finalidades, previstos em proposta
II - (Vetado) elaborada

173
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

pela sua direção nacional, com a participação § 5º As atividades de pesquisa e


dos órgãos da Previdência Social e da Assistência desenvolvimento científico e tecnológico em
Social, tendo em vista as metas e prioridades saúde serão co- financiadas pelo Sistema Único
estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias. de Saúde (SUS), pelas universidades e pelo
orçamento fiscal, além de recursos de
Art. 32. São considerados de outras fontes os recursos instituições de fomento e financiamento ou de
provenientes de: origem externa e receita própria das instituições
executoras.
I - (Vetado)
§ 6º (Vetado).
II - Serviços que possam ser prestados sem prejuízo da CAPÍTULO II
assistência à saúde; Da Gestão Financeira

III - ajuda, contribuições, doações e donativos; Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de
Saúde (SUS) serão depositados em conta especial,
IV - alienações patrimoniais e rendimentos de capital; em cada esfera de sua atuação, e movimentados sob
fiscalização dos respectivos Conselhos de Saúde.
V - taxas, multas, emolumentos e preços públicos
arrecadados no âmbito do Sistema Único de Saúde § 1º Na esfera federal, os recursos financeiros,
(SUS); e originários do Orçamento da Seguridade Social, de
outros Orçamentos da União, além de outras fontes,
VI - rendas eventuais, inclusive comerciais e serão administrados pelo Ministério da Saúde,
industriais. através do Fundo Nacional de Saúde.

§ 1° Ao Sistema Único de Saúde (SUS) caberá metade § 2º (Vetado).


da receita de que trata o inciso I deste artigo, apurada
mensalmente, a qual será destinada à recuperação de § 3º (Vetado).
viciados.
§ 4º O Ministério da Saúde acompanhará, através de
§ 2° As receitas geradas no âmbito do Sistema Único seu sistema de auditoria, a conformidade à
de Saúde (SUS) serão creditadas diretamente em programação aprovada da aplicação dos recursos
contas especiais, movimentadas pela sua direção, na repassados a Estados e Municípios. Constatada a
esfera de poder onde forem arrecadadas. malversação, desvio ou não aplicação dos recursos,
caberá ao Ministério da Saúde aplicar as medidas
§ 3º As ações de saneamento que venham a ser previstas em lei.
executadas supletivamente pelo Sistema Único de
Saúde (SUS), serão financiadas por recursos tarifários Art. 34. As autoridades responsáveis pela
específicos e outros da União, Estados, Distrito distribuição da receita efetivamente arrecadada
Federal, Municípios e, em particular, do Sistema transferirão automaticamente ao Fundo Nacional de
Financeiro da Habitação (SFH). Saúde (FNS), observado o critério do parágrafo único
deste artigo, os recursos financeiros
§ 4º (Vetado). correspondentes às dotações consignadas no
Orçamento da Seguridade Social, a projetos e
atividades a serem executados no âmbito do Sistema
Único de Saúde (SUS).
174
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

§ 3º (Vetado).
Parágrafo único. Na distribuição dos recursos
financeiros da Seguridade Social será observada a § 4º (Vetado).
mesma proporção da despesa prevista de cada área,
no Orçamento da Seguridade Social. § 5º (Vetado).

Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem § 6º O disposto no parágrafo anterior não prejudica a
transferidos a Estados, Distrito Federal e Municípios, atuação dos órgãos de controle interno e externo e
será utilizada a combinação dos seguintes critérios, nem a aplicação de penalidades previstas em lei, em
segundo análise técnica de programas e projetos: caso de irregularidades verificadas na gestão dos
recursos transferidos.
I - perfil demográfico da região;
CAPÍTULO III
II - perfil epidemiológico da população a ser coberta; Do Planejamento e do Orçamento

III - características quantitativas e qualitativas da rede Art. 36. O processo de planejamento e orçamento do
de saúde na área; Sistema Único de Saúde (SUS) será ascendente, do
nível local até o federal, ouvidos seus órgãos
IV - desempenho técnico, econômico e financeiro no deliberativos, compatibilizando-se as necessidades
período anterior; da política de saúde com a disponibilidade de
recursos em planos de saúde dos Municípios, dos
V - níveis de participação do setor saúde nos Estados, do Distrito Federal e da União.
orçamentos estaduais e municipais;
§ 1º Os planos de saúde serão a base das atividades
VI - previsão do plano qüinqüenal de investimentos da e programações de cada nível de direção do Sistema
rede; Único de Saúde (SUS), e seu financiamento será
previsto na respectiva proposta orçamentária.
VII - ressarcimento do atendimento a serviços
prestados para outras esferas de governo. § 2º É vedada a transferência de recursos para o
financiamento de ações não previstas nos planos de
§ 1º Metade dos recursos destinados a Estados e saúde, exceto em situações emergenciais ou de
Municípios será distribuída segundo o quociente de calamidade pública, na área de saúde.
sua divisão pelo número de habitantes,
independentemente de qualquer procedimento Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá
prévio. as diretrizes a serem observadas na elaboração dos
planos de saúde, em função das características
§ 2º Nos casos de Estados e Municípios sujeitos a epidemiológicas e da organização dos serviços em
notório processo de migração, os critérios cada jurisdição administrativa.
demográficos mencionados nesta lei serão
ponderados por outros indicadores de crescimento Art. 38. Não será permitida a destinação de
populacional, em especial o número de eleitores subvenções e auxílios a instituições prestadoras de
registrados. serviços de saúde com finalidade lucrativa.

175
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS supervisionadas pela direção nacional do


E TRANSITÓRIAS Sistema Único de Saúde (SUS), permanecerão
como referencial de prestação de serviços,
Art. 39. (Vetado). formação de recursos humanos e para
transferência de tecnologia.
§ 1º (Vetado).
Art. 42. (Vetado).
§ 2º (Vetado).
Art. 43. A gratuidade das ações e serviços de saúde
§ 3º (Vetado). fica preservada nos serviços públicos contratados,
ressalvando-se as cláusulas dos contratos ou
§ 4º (Vetado). convênios estabelecidos com as entidades privadas.

§ 5º A cessão de uso dos imóveis de propriedade do Art. 44. (Vetado).


Inamps para órgãos integrantes do Sistema Único de
Saúde (SUS) será feita de modo a preservá-los como Art. 45. Os serviços de saúde dos hospitais
patrimônio da Seguridade Social. universitários e de ensino integram-se ao Sistema
Único de Saúde (SUS), mediante convênio,
§ 6º Os imóveis de que trata o parágrafo anterior preservada a sua autonomia administrativa, em
serão inventariados com todos os seus acessórios, relação ao patrimônio, aos recursos humanos e
equipamentos e outros bens móveis e ficarão financeiros, ensino, pesquisa e extensão nos limites
disponíveis para utilização pelo órgão de direção conferidos pelas instituições a que estejam
municipal do Sistema Único de Saúde - SUS ou, vinculados.
eventualmente, pelo estadual, em cuja circunscrição
administrativa se encontrem, mediante simples termo § 1º Os serviços de saúde de sistemas estaduais e
de recebimento. municipais de previdência social deverão integrar-se
à direção correspondente do Sistema Único de Saúde
§ 7º (Vetado). (SUS), conforme seu âmbito de atuação, bem como
quaisquer outros órgãos e serviços de saúde.
§ 8º O acesso aos serviços de informática e bases de
dados, mantidos pelo Ministério da Saúde e pelo § 2º Em tempo de paz e havendo interesse
Ministério do Trabalho e da Previdência Social, será recíproco, os serviços de saúde das Forças Armadas
assegurado às Secretarias Estaduais e Municipais de poderão integrar-se ao Sistema Único de Saúde
Saúde ou órgãos congêneres, como suporte ao (SUS), conforme se dispuser em convênio que, para
processo de gestão, de forma a permitir a gerencia esse fim, for firmado.
informatizada das contas e a disseminação de
estatísticas sanitárias e epidemiológicas médico- Art. 46. o Sistema Único de Saúde (SUS),
hospitalares. estabelecerá mecanismos de incentivos à
participação do setor privado no investimento em
Art. 40. (Vetado) ciência e tecnologia e estimulará a transferência de
tecnologia das universidades e institutos de pesquisa
Art. 41. As ações desenvolvidas pela Fundação das aos serviços de saúde nos Estados, Distrito Federal e
Pioneiras Sociais e pelo Instituto Nacional do Câncer, Municípios, e às empresas nacionais.

176
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

Art. 47. O Ministério da Saúde, em articulação com os


níveis estaduais e municipais do Sistema Único de Brasília, 19 de setembro de 1990; 169º da
Saúde (SUS), organizará, no prazo de dois anos, um Independência e 102º da República.
sistema nacional de informações em saúde, integrado
em todo o território nacional, abrangendo questões FERNANDO COLLOR
epidemiológicas e de prestação de serviços. Alceni Guerra

Art. 48. (Vetado). Este texto não substitui o publicado no DOU de


20.9.1990
Art. 49. (Vetado).

Art. 50. Os convênios entre a União, os Estados e os


Municípios, celebrados para implantação dos Sistemas
Unificados e Descentralizados de Saúde, ficarão
rescindidos à proporção que seu objeto for sendo
absorvido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Art. 51. (Vetado).

Art. 52. Sem prejuízo de outras sanções cabíveis,


constitui crime de emprego irregular de verbas ou
rendas públicas (Código Penal, art. 315) a utilização de
recursos financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS)
em finalidades diversas das previstas nesta lei.

Art. 53. (Vetado).

Art. 53-A. Na qualidade de ações e serviços de saúde,


as atividades de apoio à assistência à saúde são
aquelas desenvolvidas pelos laboratórios de genética
humana, produção e fornecimento de medicamentos
e produtos para saúde, laboratórios de analises
clínicas, anatomia patológica e de diagnóstico por
imagem e são livres à participação direta ou indireta
de empresas ou de capitais estrangeiros. (Incluído pela
Lei nº 13.097, de 2015)

Art. 54. Esta lei entra em vigor na data de sua


publicação.

Art. 55. São revogadas a Lei nº. 2.312, de 3 de


setembro de 1954, a Lei nº. 6.229, de 17 de julho de
1975, e demais disposições em contrário.

177
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

PORTARIA N°004/2021 – SEAS.


CAPÍTULO I
DA FINALIDADE DAS NORMAS, ROTINAS E
INSTITUI AS REGRAS DE SEGURANÇA PREVENTIVA, PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS DE SEGURANÇA
DEFININDO NORMAS, ROTINAS E PROCEDIMENTOS PREVENTIVA
OPERACIONAIS NO ÂMBITO DOS CENTROS
SOCIOEDUCATIVOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Art. 2° A Segurança Preventiva constitui atividade
O SUPERINTENDENTE DO SISTEMA ESTADUAL DE
dinâmica e tem por escopo preservar a integridade
ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO do Governo do dos(as) adolescentes, servidores(as) e visitantes,
Estado do Ceará, no uso de suas atribuições legais e, considerando as normativas legais, em especial os
CONSIDERANDO as Regras das Nações Unidas para preceitos do Estatuto da Criança e do Adolescente
Proteção de Jovens Privados de Liberdade, de 14 de (ECA) e do Sistema Nacional de Atendimento
dezembro de 1990, da qual o Brasil é signatário; Socioeducativo (Sinase), bem como as
CONSIDERANDO a Constituição Federal de 1988, que recomendações do Conselho Nacional dos Direitos
no seu art. 6º. define a segurança como um direito da Criança e Adolescente (Conanda), sobretudo a
social; Resolução nº. 119/2006.
CONSIDERANDO o disposto no artigo 125 da Lei Art. 3° O conjunto de normas, rotinas e
Federal n.° 8.069/90 – Estatuto da Criança e do procedimentos operacionais aqui estabelecidos,
Adolescente; constituem o Plano de Segurança Preventiva, que
tem por finalidade:
CONSIDERANDO o Sistema Nacional de Atendimento
Socioeducativo (Sinase), estabelecido pela Lei Federal I – a definição, normatização e padronização de
nº. 12.594/2012, e as recomendações do Conselho termos, regras e rotinas nos procedimentos exigidos
Nacional dos Direitos da Criança e Adolescente para a atuação das atividades funcionais de
(Conanda); todos os profissionais que atuam nos Centros
Socioeducativos;
CONSIDERANDO o conteúdo do Regimento Interno
dos Centros Socioeducativos do Ceará de 2015; II – o estabelecimento das rotinas operacionais de
segurança preventiva;
CONSIDERANDO a necessidade de garantir a ordem
pública e concretizar o interesse público no âmbito III – o planejamento para a execução das rotinas
dos Centros Socioeducativos do Estado do Ceará; operacionais de segurança preventiva;

CONSIDERANDO que a segurança socioeducativa diz IV – a previsão dos planos de emergência e


respeito à manutenção da integridade física, contingência;
emocional e ambiental de toda a comunidade
V – a regulamentação do uso da força como
socioeducativa; RESOLVE:
excepcionalidade;
Art. 1º Instituir a padronização de termos, normas,
VI – a designação das atribuições e postos de
rotinas e procedimentos de Segurança Preventiva para
serviço;
todos os Centros Socioeducativos do Estado do Ceará,
de acordo com as regras abaixo descritas. VII – a caracterização de deveres;

178
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

VIII – a especificação dos instrumentos oficiais de i) os Livros de Registros.V – a Revista Estrutural;


registros;
I VI – a Revista Incerta;
IX – o atendimento aos meios de comunicação social.
VII – a Revista de Adolescentes;
CAPÍTULO II
DAS ROTINAS OPERACIONAIS DE SEGURANÇA VIII – o Deslocamento de adolescentes pelas
PREVENTIVA dependências do Centro Socioeducativo;

Art. 4° Consideram-se rotinas operacionais de IX – o Controle de pertences permitidos nos


Segurança Preventiva para os efeitos desta Portaria: alojamentos dos(as) adolescentes;

I – o Controle da circulação de pessoas pelas X – o Controle de pertences permitidos aos


dependências dos Centros Socioeducativos; funcionários(as) em serviço na área de segurança;

II – a Identificação e a revista de XI – a Distribuição e controle da alimentação e


funcionários(as), visitantes, prestadores de da água, destinados aos(às) adolescentes e
serviços, fornecedores, familiares de funcionários(as);
adolescentes e de veículos;
XII – a Conferência, o controle e a conservação
III – a Programação Pedagógica Prévia de todas as das chaves, cadeados, portões, portas e de todo o
atividades regulares desenvolvidas nos Centros material e equipamentos inerentes ao regular
Socioeducativos; exercício das atividades de segurança;

IV – os Instrumentos Oficiais de Registro, que são: XIII – a reunião para troca de turno dos(as)
socioeducadores(as);
a) o Controle de Acesso de Pessoas – ANEXO I;
XIV – o posto de serviço;
b) o Controle de Entrada e de Saída de Material
Utilizado pelo Professor – ANEXO II; XV – o plantão noturno;

c) o Relatório de Ocorrência Individual – ANEXO III; XVI – outros que forem estabelecidos mediante
Portaria ou ordem de serviço, observada a
d) o Relatório de Revista – ANEXO IV; competência legal para sua Instituição.

e) o Relatório de Tipos Eventos – ANEXO V; Seção I


Do Controle da Circulação de Pessoas
f) o Relatório de Registro de Ocorrências Diárias
– ANEXO VI; Art. 5° A circulação de pessoas pela área
administrativa dos Centros Socioeducativos será
g) a Relação de Adolescentes Internados – ANEXO VII; permitida aos(às) funcionários(as) e visitantes, sendo
restrita aos locais onde tenham que desenvolver ou
h) o Cronograma Diário – ANEXO VIII;

179
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

participar de atividades, observadas as cautelas Seção II


de segurança estabelecidas neste Capítulo. Da Identificação e da Revista de Funcionários(as),
Visitantes, Prestadores de Serviços, Fornecedores,
Parágrafo único. Para os Órgãos de controle e Familiares de Adolescentes e de Veículos
monitoramento serão observadas as prerrogativas
legais quanto à autorização de acesso aos Centros Art. 9° Todas as pessoas serão previamente
Socioeducativos, sendo responsabilidade da Direção identificadas antes de adentrarem nas dependências
de cada Centro garantir o cumprimento dos dos Centros Socioeducativos, por meio de
dispositivos legais. identificação oficial com foto pessoal e/ou funcional,
conforme o caso.
Art. 6º A circulação de pessoas pela área de segurança
dos Centros Socioeducativos é restrita ao pessoal Art. 10. Todos os(as) funcionários(as) dos Centros
escalado para trabalhar nessa área e a permanência Socioeducativos deverão passar pelo detector de
terá a duração necessária à execução do trabalho. metais e se submeteram à Revista de Busca Pessoal
sempre que adentrarem na Unidade.
§ 1º Ao(À) funcionário(a) que não está em serviço, é
vedada a circulação pela área de segurança dos Art. 11. Os pertences pessoais trazidos pelos(as)
Centros Socioeducativos. funcionários(as) serão submetidos à revista por
quem estiver escalado para esse serviço, na entrada
§ 2º Para os Órgãos de controle e monitoramento do Centro Socioeducativo ou em local pré
serão observadas as prerrogativas legais quanto à estabelecido pela Direção da Unidade, sendo
autorização de acesso às unidades, sendo guardados em local reservado e fora do alcance
responsabilidade do Diretor do Centro garantir o dos(as) adolescentes.
cumprimento dos dispositivos legais.
Parágrafo único. Fica proibido o porte e o uso de
Art. 7° Os serviços de manutenção nas áreas de armas pelos(as) funcionários(as) dentro dos Centros
segurança serão executados após autorização da Socioeducativos, conforme dispõe o artigo 65 das
Coordenação de Segurança, que realizará a liberação Regras das Nações Unidas para a Proteção de
da entrada de funcionários(as) e equipamentos, Menores Privados de Liberdade.
adotadas as devidas cautelas para o controle e
conferência de materiais na entrada e na saída do Art. 12. Os visitantes, prestadores de serviço,
Centro Socioeducativo. fornecedores e familiares de adolescentes, serão
identificados mediante a apresentação da cédula de
Art. 8° Nos casos de visita institucional ou evento identidade ou de outro documento oficial de
realizado pelo Centro Socioeducativo, será permitido o identificação com foto, devendo o(a) funcionário(a)
acesso e a circulação de pessoas devidamente responsável anotar em livro ou formulário próprio o
autorizadas pela Direção, adotadas as devidas cautelas nome completo, número do documento
de segurança. apresentado, órgão emissor, horário de entrada e
horário de saída, devendo constar da anotação o
Parágrafo único. Os casos omissos que tratam da nome por escrito, de forma legível, de quem realizou
liberação e circulação de pessoas nos Centros o atendimento.
Socioeducativos serão deliberados e autorizados pela
Direção do Centro.

180
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

Parágrafo único. Objetos pessoais como aparelhos V – demais representantes dos Órgãos de Controle e
celulares, smartphones, relógios, bolsas, cigarros, Monitoramento, conforme prerrogativas legais.
isqueiros, armas e demais itens não permitidos, não
poderão ser levados para o interior dos Centros § 1º Para fins do inciso IV acima, consideram-se:
Socioeducativos.
I – autoridades federais: Presidente, Vice-Presidente
Art. 13. Os visitantes, os prestadores de serviço e da República e Ministros;
fornecedores passarão pelo procedimento de revista
meio de Scanner Corporal e/ou Detector de Metais, II – autoridades estaduais: Governadores, Vice-
operados pelo(a) funcionário(a) responsável, sendo Governadores e, Secretários Estaduais;
respeitada a identidade de gênero.
III – autoridades municipais: Prefeitos, Vice-Prefeitos
§1º A utilização do Scanner Corporal e/ou Detector de e Secretários.
Metais poderá ser substituída pela Revista de Busca
Pessoal nos casos de ausência ou mal funcionamento § 2º Quando solicitado, a Direção da Centro
dos aparelhos. Socioeducativo poderá autorizar a entrada com
equipamentos de registro audiovisual, conforme
§2º Para realizar a Revista de Busca Pessoal, o(a) prerrogativas legais.
profissional deverá realizar busca corporal mediante
olhar cuidadoso, verificando se o visitante não está em Seção III
posse de nenhum material não autorizado. Da Programação Pedagógica Prévia

§3º Fica proibido, na Revista de Busca Pessoal, Art. 15. A Programação Pedagógica Prévia do Centro
qualquer tipo de revista íntima, qual seja, todo Socioeducativo constará do Cronograma Diário –
procedimento que obrigue o visitante, prestador de ANEXO VIII.
serviços e fornecedor a despir-se, fazer agachamentos
ou dar saltos e submeter-se a exames clínicos Art. 16. Considera-se Cronograma Diário o
invasivos. documento oficial produzido pela Coordenação
Técnica e Coordenação de Segurança que conterá:
Art. 14. Ficam dispensadas dos procedimentos de
Revista de Busca Pessoal nas seguintes autoridades, I – todas as atividades e os atendimentos
devidamente identificadas: programados diariamente;

I – Juízes; II – os nomes completos dos(as) adolescentes


participantes de cada atividade;
II – Promotores de Justiça;
III – o local onde será realizada cada uma das
III – Defensores Públicos; atividades programadas;

IV – autoridades administrativas municipais, estaduais IV – o nome completo dos(as) funcionários(as)


e federais. responsáveis pela aplicação de cada uma das
atividades programadas;

181
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

V – o horário de início e encerramento de cada uma após autorização da Direção do Centro


das atividades programadas; Socioeducativo, ouvida a Coordenação Técnica.

VI – demais informações necessárias ao bom Art. 23. Na hipótese de cancelamento de atividades,


andamento dos serviços. a Coordenação de Segurança levará a decisão para
apreciação da Direção, conforme art. 22.
Art. 17. A elaboração do Cronograma Diário compete
ao(a) Coordenador(a) Técnico(a) ou o(a) profissional Art. 24. Não será realizada atividade ou atendimento
indicado(a) pela Direção do Centro Socioeducativo, de qualquer natureza que não esteja previsto no
ouvido(a) o(a) Coordenador(a) de Segurança. Cronograma Diário, exceto em situação de
emergência, devidamente justificada, mediante
Art. 18. A Direção, após ouvir a Coordenação Técnica, autorização da Coordenação Técnica e da
indicará um(uma) servidor(a) para a execução do fluxo Coordenação de Segurança ou da Direção, se
do Cronograma Diário. necessário.

Art. 19. O(A) servidor(a) indicado(a) para coordenar a Art. 25. A Coordenação de Segurança manterá
elaboração e o fluxo do Cronograma Diário deverá ser arquivo dos Cronogramas Diários e os encaminhará à
um(a) Socioeducador(a) que ficará subordinado(a) Direção no último dia útil de cada mês.
diretamente à Coordenação de Segurança e à
Coordenação Técnica. Art. 26. A Direção mandará encadernar os
Cronogramas Diários na forma de livro mensal e os
Art. 20. O(A) servidor(a) indicado(a) deverá apresentar manterá arquivados.
à Coordenação Técnica o Cronograma Diário até as 16
horas do dia anterior à execução das atividades Art. 27. O conteúdo do Cronograma Diário constitui
planejadas. informação de segurança e não poderá ser noticiado
a terceiros não autorizados pela Direção ou ao(à)
Art. 21. Recebido o Cronograma Diário, a Coordenação adolescente.
Técnica o examinará e, não havendo retificações,
encaminhará cópias do documento para as seguintes Parágrafo único. A Direção do Centro Socioeducativo
áreas: deverá observar as prerrogativas legais de acesso aos
documentos por Órgãos de monitoramento e
I – Direção; controle.

II – Coordenação de Segurança; Seção IV


Dos Instrumentos Oficiais de Registros Art. 28.
III – Coordenação de Plantão; Consideram-se instrumentos oficiais de registro
para os efeitos desta Portaria:
IV – Equipe Técnica;
I – o Controle de Acesso de Pessoas – Anexo I;
V – Coordenação Administrativa.
II – o Controle de Entrada e de Saída de Material
Art. 22. Eventuais alterações das atividades previstas Utilizado pelo(a) Professor(a) – Anexo II;
pelo Cronograma Diário somente poderão ocorrer

182
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

III – o Relato de Ocorrência Individual – Anexo III; Seção V


Da Revista Estrutural
IV – o Relatório de Revista – Anexo IV;
Art. 32. Considera-se Revista Estrutural, para os
V – o Relatório de Tipos de Eventos – Anexo V. efeitos desta Portaria, a verificação das condições
gerais de conservação, limpeza e segurança das
VI – o Relatório de Registro de Ocorrências Diárias – dependências dos Centros Socioeducativos,
Anexo VI; especialmente paredes, banheiros, lajes, beliches,
grades, camas, alojamentos, corredores de alas,
VII – a Relação de Adolescentes Internados(as) – arredores das casas, quadrantes, salas de aula, salas
Anexo VII;VIII – o Cronograma Diário – Anexo VIII; IX – de atividade, ginásio de esportes e equipamentos no
os Livros de Registros. intuito de averiguar a existência de eventuais
irregularidades que possam causar prejuízo às
Art. 29. Os Instrumentos Oficiais de Registro somente rotinas e procedimentos de segurança.
poderão ser adequados ou substituídos quando
verificada a necessidade, por solicitação da Direção e Parágrafo único. A Direção do Centro Socioeducativo
prévia autorização do Superintendente, observado, será responsável por observar as prerrogativas legais
em todos os casos, os trâmites administrativos. vigentes quanto à periodicidade das inspeções da
Vigilância Sanitária, Corpo de Bombeiros, Defesa
Parágrafo único. Os Instrumentos Oficiais de Registro Civil, Dedetização e Desratização, entre outros.
não poderão ser rasurados e eventuais correções
deverão constar no próprio instrumento. Art. 33. A Revista Estrutural tem natureza preventiva,
devendo ser realizada pelo menos 01 (uma) vez por
Art. 30. O conteúdo dos Instrumentos Oficiais de semana, sendo intensificada sempre que necessário
Registro constitui informação de segurança e não por determinação da Direção ou do(a)
poderá ser revelado ao(a) adolescente ou a terceiros, Coordenador(a) de Segurança.
salvo em procedimento judicial ou administrativo e
por ordem expressa da Direção ou autoridade Art. 34. Compete ao(a) Coordenador(a) de Segurança
superior. assegurar a realização da Revista Estrutural
semanalmente.
Parágrafo único. A Direção deverá observar as
prerrogativas legais de acesso aos documentos por Art. 35. Os alojamentos dos(as) adolescentes
Órgãos de monitoramento e controle. deverão ser revistados, diariamente, no horário em
que os(as) adolescentes estiverem em atividades.
Art. 31. Os Instrumentos Oficiais de Registro não
poderão ser reproduzidos nem disponibilizados a Art. 36. Compete aos(as) Socioeducadores(as)
terceiros, exceto por ordem expressa da Direção ou da escalados para as alas a realização da revista diária
autoridade superior. dos alojamentos, devendo o(a) Socioeducador de
Fluxo assegurar a realização do procedimento,
comunicando ao(a) Coordenador(a) de Segurança,
eventuais irregularidades encontradas.

183
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

Parágrafo único. Qualquer situação de irregularidade, deverá comunicar à Corregedoria da Seas e ao


dano ou mau uso dos utensílios deve ser Sistema de Justiça.
devidamente registrada no Livro de Ocorrências e
notificada à Comissão Disciplinar para avaliação das §1º A Direção do Centro Socioeducativo deverá
infrações cometidas. elaborar relatório circunstanciado e encaminhar à
Corregedoria da Seas em, no máximo, no 1º
Seção VI (primeiro) dia útil subsequente, após a realização da
Da Revista Incerta Revista Incerta.

Art. 37. Considera-se Revista Incerta para os efeitos §2º A Revista Incerta deverá respeitar os mesmos
desta Portaria, a revista realizada em dia e hora de procedimentos da Revista Estrutural.
conhecimento restrito, mediante determinação da
Direção do Centro Socioeducativo. §3º A excepcionalidade será justificada mediante
apresentação de argumentos quando da
§1º A Revista Incerta tem caráter preventivo e deverá possibilidade de evento de crise, conforme constante
ser realizada sempre que houver denúncias de posse no CAPÍTULO IV, Seção I, desta Portaria.
de objetos não permitidos por adolescentes, de
acordo com avaliação prévia da Coordenação de Seção VII
Segurança, ouvida a Coordenação Técnica e Da Revista de Adolescentes
devidamente autorizada pela Direção do Centro
Socioeducativo. Art. 40. O(A) adolescente será submetido a Revista
de Busca Corporal sempre que sair e retornar para o
§2º Nos casos em que for necessário o apoio da Polícia alojamento e na saída das atividades.
Militar, sem Cronograma Prévio, a Direção do Centro
Socioeducativo deverá comunicar à Corregedoria da §1º Obrigatoriamente, será observada e respeitada a
Seas e ao Sistema de Justiça. identidade de gênero por parte de quem acompanha
Art. 38. A Revista Incerta tem por objetivos: as revistas pessoais, devendo ser realizadas por
profissional do mesmo gênero.
I – averiguar minuciosamente as condições de
segurança de todas as dependências dos Centros §2º A Revista de Busca Pessoal poderá ser
Socioeducativos; substituída pela revista realizada por Scanner
Corporal.
II – apreender objetos e materiais cuja circulação seja
proibida; Art. 41. Para realizar a Revista de Busca Pessoal após
as visitas, o(a) Socioeducador(a) deverá realizar a
III – retomar ou estabelecer normas, rotinas e busca corporal, mediante olhar cuidadoso,
procedimentos de segurança;IV – prevenir situações verificando se o(a) adolescente não está em posse de
de crise. nenhum material não autorizado.

Art. 39. A Revista Incerta poderá ser realizada com o Parágrafo único. A Revista de Busca Pessoal de rotina
apoio da Polícia Militar, desde que presentes motivos não inclui o desnudamento do(a) adolescente.
sérios e fundamentados, mediante solicitação
expressa da Direção do Centro Socioeducativo, que

184
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

Art. 42. Poderá ser realizada nos(as) adolescentes a Parágrafo Único – O deslocamento poderá ser
Revista Corporal Minuciosa que se procederá da realizado com a utilização de algemas, nos casos de
seguinte forma: resistência ou de fundado receio de fuga ou de
perigo à integridade física dos(as) adolescentes ou
I – deverá ser realizada em local adequado e de terceiros, devendo tal procedimento ser
apropriado, respeitando e preservando ao máximo a justificado no Livro de Registro Próprio, seguindo as
intimidade do(a) adolescente; orientações da Súmula Vinculante 11 do Supremo
Tribunal Federal (STF).
II – o(a) Socioeducador(a) deverá orientar o(a)
adolescente a retirar e lhe entregar a roupa; Art. 44. Todo deslocamento será precedido de
Revista de Busca Corporal, conforme previsto no art.
III – o(a) Socioeducador(a) deverá realizar a 40.
busca minuciosa nos pertences pessoais do(a)
adolescente; Art. 45. O deslocamento dos(as) adolescentes deverá
ser realizado de forma organizada,
IV – após a revista cuidadosa de todas as peças do preferencialmente, em fila, não sendo permitido
vestuário do(a) adolescente, o(a) ao(a) adolescente se desviar da rota proposta pelo(a)
Socioeducador(a) deverá devolvê-las para que Socioeducador(a) ou se dirigir a espaço que não seja
o(a) mesmo(a) se vista. o previsto no deslocamento.

§1º A realização de Revista Corporal Minuciosa Seção IX


ocorrerá nas seguintes situações: Dos Pertences Permitidos nos Alojamentos

I – Após a realização das visitas; Art. 46. São pertences permitidos nos alojamentos
dos(as) adolescentes:
II – Após a realização de atividades externas ao Centro
Socioeducativo; I – colchão, cobertor, lençol, toalha, chinelo e
vestuário padronizado fornecidos pelo Centro
III – Em caso de suspeitas de irregularidades Socioeducativo;

IV – Em situações de ocorrência. II – material de higiene pessoal fornecido pelo


Centro Socioeducativo;
§2° Excepcionalmente, o(a) adolescente poderá ser
submetido(a) ao procedimento de agachamento. III – 01 (um) livro sagrado por adolescente de acordo
com credo individual, respeitando o direito à crença
Seção VIII de cada adolescente;
Do Deslocamento dos Adolescentes
IV – até 05 (cinco) cartas e até 05 (cinco)
Art. 43. O deslocamento dos(as) adolescentes consiste fotos, tamanho 10x15, de familiares
no ato de ir e vir pelas dependências do Centro acondicionadas em envelope com o nome
Socioeducativo e será monitorado pelo(a) completo do(a) adolescente fornecido pelo
Socioeducador(a), que deverá conduzi-lo(á) lado a Centro Socioeducativo;
lado.

185
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

V – jogos e materiais pedagógicos fornecidos pelo Art. 51. São livros obrigatórios:
Centro Socioeducativo;
I – Relatório Diário da Área de Segurança;
VI – livros fornecidos pelo Centro Socioeducativo
ou fornecidos por familiares com a apreciação II – Livro de Registro de Atendimento Técnico;
técnica.
III – Livro de Carga – Secretaria Técnica;
Art. 47. Todos os pertences serão devidamente
numerados para controle interno. IV – Livro da Família – Programa Famílias;

§1º Será garantido ao (a) adolescente os pertences V – Livro de Registro de Parecer Técnico;
referidos nesta seção.
VI – Livro de Registro de Ocorrências do
§2º No caso de danificação desses pertences por Monitoramento por Câmeras;
outros(as) adolescentes, a Comissão Disciplinar será
comunicada para realizar avaliação. VII – Livro de Controle de Entrega de Materiais
de Limpeza e Higiene;
§3º No caso de dano realizado por agentes públicos,
será elaborado relatório circunstanciado e VIII – Livro de Registro e Controle de Estoque de
encaminhado à Corregedoria da Seas para as Medicação Psicotrópica;
providências de apuração e responsabilização.
IX – Livro de Registro de Ocorrências da Enfermaria;
Art. 48. Fica proibido aos(as) adolescentes trocarem
entre si os objetos relacionados no art. 46 desta X – Livro de Registro de Prescrição Médica;
Portaria.
XI – Livro de Registro de Ocorrências da Odontologia;
Seção X
Do Registro de Ocorrências Diárias XII – Livro de Registro de Atendimentos
Médicos, sendo livro individualizado por
Art. 49. Todas as ocorrências diárias deverão ser profissional;
lançadas em livro próprio, por área de atuação,
observadas as regras para abertura e encerramento XIII – Livro de Registro de Rotinas da Ala, sendo livro
de Livros. individualizado por ala;

Art. 50. Poderá ser implantado sistema de XIV – Livro de Registro de Ocorrências de
monitoramento por câmeras nos Centros Escolarização;
Socioeducativos, onde deverá conter o livro de
ocorrências no referido posto de monitoramento. Art. 52. Todos os livros, após o encerramento, serão
arquivados pelo(a) Coordenador(a) Técnico(a) do
Parágrafo único. Para os Centros Socioeducativos Centro Socioeducativo.
onde o monitoramento já exista, é necessário manter
um Livro de Ocorrências para o posto de
monitoramento por câmera.

186
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

Seção XI ratificada mediante novo estudo de caso que


Da Relação de Adolescentes Internados será agendado pela Coordenação Técnica.

Art. 53. Considera-se relação de adolescentes Art. 59. A relação de adolescentes internados(as)
internados(as), para os efeitos desta Portaria, o será disponibilizada para:
documento onde constará o nome completo do(a)
adolescente, a ala e o alojamento onde está I – a Direção;
localizado(a).
II – a Coordenação Técnica;
Art. 54. A relação de adolescentes será atualizada
sempre que ocorrer: III – a Coordenação de Segurança;

I – a transferência de adolescente de ala ou de IV – a Coordenação Administrativa;


alojamento;
V – a Coordenação de Plantão;
II – a internação de novo(a) adolescente;
VI – a Gerência Administrativa;
III – a desinternação de adolescente;
VII – os Técnicos Sociais;
IV – a transferência de adolescente para outro Centro
Socioeducativo. VIII – ao Sistema de Justiça, ao menos
semanalmente.
Art. 55. A atualização da relação de adolescentes
internados(as) compete ao(a) Coordenador(a) de CAPÍTULO III
Plantão e ao(a) Relatorista e deverá conter, também, a DO PLANEJAMENTO PARA A EXECUÇÃO DAS
data e horário da atualização, na forma do Relatório ROTINAS
de Registro de Ocorrências Diárias – ANEXO VI. OPERACIONAIS DE SEGURANÇA PREVENTIVA

Art. 56. A transferência do(a) adolescente de ala ou de Art. 60. O planejamento da execução da segurança
alojamento somente ocorrerá após a realização de preventiva dos Centros Socioeducativos compete
estudo de caso, que será dirigido pela Coordenação ao(à) Diretor(a), ao(à) Coordenador(a) de Segurança
Técnica e terá a participação do Técnico Social de e aos(às) Socioeducadores(as) de fluxo, ouvidos(as)
referência e do(a) Socioeducador(a) de Referência, os(as) coordenadores(as) das áreas que compõem
com validação pela Comissão Disciplinar. todo o corpo funcional.

Art. 57. A Coordenação de Segurança, mediante Art. 61. A execução do planejamento estabelecido no
motivos sérios e fundados, poderá, excepcionalmente, artigo anterior, sob a coordenação do(a) Diretor(a),
autorizar a transferência do(a) adolescente de compete a todos os profissionais do Centro
alojamento ou ala, devendo comunicar o fato Socioeducativo, respeitadas as especificidades de
imediatamente à Direção. cada setor.

Art. 58. A hipótese a que alude o art. 57 desta Portaria Art. 62. O planejamento a que se refere o art. 60 será
será provisória, devendo a decisão definitiva ser elaborado mensalmente, preferencialmente, na

187
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

última semana de cada mês, devendo conter, no Art. 65. Os planos de ação a que se refere o presente
mínimo, as seguintes ações: capítulo serão definidos e especificados em
Protocolo Interinstitucional estabelecido entre a
I – alocação nominal dos postos de serviços e escalas Superintendência do Sistema Estadual de
de plantão; Atendimento Socioeducativo (Seas), o Sistema de
Justiça, o Sistema de Segurança Pública, a Secretaria
II – previsão, aquisição e disponibilização dos insumos de Saúde do Ceará (Sesa) e a Secretaria de Proteção
e recursos necessários no período; Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos
Humanos (SPS).
III – avaliação de cenários potencialmente críticos para
o período; Seção I
Da Definição de Termos Relativos à Gestão da
IV – avaliação das principais falhas e potencialidades Ameaça à Segurança
encontradas.
Art. 66. Para os fins desta Portaria, definem-se os
Parágrafo único. Deverão ser providenciadas junto à seguintes termos e conceitos relativos à gestão de
sede administrativa da Seas as adequações ameaças à segurança dos Centros Socioeducativos.
necessárias ao regular cumprimento operacional das
normas estabelecidas, quando necessário. Art. 67. Evento é qualquer ocorrência interna que
obstrua o desenvolvimento regular da rotina de
CAPÍTULO IV funcionamento do Centro Socioeducativo,
DA PREVISÃO DOS PLANOS DE EMERGÊNCIA E DE comprometendo, mediata ou imediatamente, a sua
CONTINGÊNCIA segurança.

Art. 63. O plano de emergência faz referência a toda Parágrafo único. Os elementos que compõem um
situação, fato ou ocorrência que afete mediata ou evento são:
imediatamente a regularidade das rotinas
operacionalmente instituídas e que causem danos I – Ameaça à integridade física do(s)
prediais, materiais e/ou envolvam vítimas, adolescente(s) interno(s);
requerendo, portanto, a adoção de ações
emergenciais que visam interromper ou minimizar os II – Ameaça à integridade física dos(as)
danos causados pela situação ocorrida. servidores (as), contratados (as),
funcionários(as), colaboradores ou terceiros;
Art. 64. O plano de contingência tem o objetivo de
descrever as medidas a serem tomadas pelos Centros III – Ameaça ao patrimônio público.
Socioeducativos para fazer com que os seus processos
e rotinas habituais voltem a funcionar plenamente, ou Art. 68. A avaliação de um evento é composta pelos
num estado minimamente aceitável, o mais rápido seguintes elementos, assim constituídos:
possível, após uma ocorrência de excepcionalidade,
evitando uma paralisação prolongada que possa gerar I – Cenário: são os elementos objetivos constituintes
maiores prejuízos à instituição e às pessoas de um evento, destacando-se: os fatos
envolvidas. desencadeadores, o grau de articulação e
organização dos insurgentes, o perfil da(s)

188
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

liderança(s), a motivação e o intento, o grau de adesão pedagógicos ou de consumo; tentativa ou destruição


dos demais internos, a existência ou não de reféns, as de patrimônio, pequeno dano estrutural; destruição
facções existentes, os objetos que possam ser usados pontual, sem prejuízos no funcionamento do
como arma, o vigor e a agressividade, a intensidade estabelecimento; atentado contra a própria
com que os rebelados dominam os espaços físicos da integridade física resultando em escoriações ou
Unidade, a existência ou não de articulação da lesões leves; agressão a terceiro sem resultar em
insurgência com grupos criminosos externos à lesão; inexistência de armas brancas, artefatos
Unidade; cortantes, perfurantes ou impactantes; ação
protagonizada por um a três adolescentes.
II – Capacidade de Resposta: é o limiar de resolução de
eventos de cada Centro e é determinada pelo Art. 71. Evento Complexo é aquele cuja ameaça à
conhecimento e domínio da estrutura física da segurança é superior à capacidade de resposta do(a)
Unidade, pela capacidade de comando, pela coordenador(a) e dos socioeducadores(as) presentes
capacidade analítica em situações de tensão, pelo na Unidade, cuja resolução é possível pela
equilíbrio em situações de alta exigência emocional, coordenação dos setores do Centro Socioeducativo
pela resistência e prontidão física, pelo treinamento e/ou pela atuação da Direção.
em negociação e táticas interventivas, pelos
equipamentos de segurança disponibilizados, pela Parágrafo único. Os elementos que compõem um
articulação intersetorial da Unidade e pela existência Evento Complexo são: todos os elementos do evento
ou não de planos de contingência, bem como outros simples que não tenham resolução mediante mera
fatores que venham influenciar a qualidade e presença ou aplicação de advertência verbal;
velocidade da resposta da organização; agressão resultando em lesão corporal média ou
grave, sem ameaça à vida; existência de armas
III – Escalonamento da Força: é a medida de força brancas; destruição extensa do patrimônio público,
necessária para a resolução de um evento no qual se consideráveis danos à estrutura física do Centro
esgotaram os demais meios de dissuasão, sendo Socioeducativo, prejudicando o funcionamento de
mensurado pela comparação entre a Capacidade de um setor; evento restrito a um setor específico,
Resposta da Instituição responsável pela utilização de alojamento, ala, setor, quadra, campo, pátio ou
força naquele evento e a força necessária para solário; ação protagonizada por um grupo restrito de
superação de seu cenário gerador. internos, evento não generalizado; existência de
refém, sem flagrante ameaça à vida, sem sevícias,
Art. 69. Os eventos podem ser classificados como sem uso de violência física, com possibilidade de
simples, complexo e crítico. negociação não especializada; incêndio de pequena
proporção passível de ser extinto com recursos do
Art. 70. Evento Simples é aquele cuja ameaça à Centro Socioeducativo.
segurança é inferior à capacidade de resposta do(a)
Coordenador(a) de Segurança e dos Art. 72. Evento Crítico é aquele cuja ameaça à
Socioeducadores(as) presentes no plantão. segurança é superior à capacidade de resposta de
todos os setores do Centro Socioeducativo, cuja
Parágrafo único. Os elementos que compõem um resolução só é alcançada com a cooperação do
evento simples são: ameaças verbais; desacatos; Sistema de Segurança Pública e de Justiça.
agressões indiretas (atirar comida, chinelo, urina,
fezes, água); danos ou destruição de materiais

189
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

Parágrafo único. Os elementos que compõem um (as) coordenadores(as) de turno e


Evento Crítico são: os elementos do Evento Complexo Socioeducadores(as), observando as condições de
que não puderam ser solucionados pela equipe da recursos humanos, materiais e estruturais para a
Unidade; existência de armas de fogo; destruição execução de tais atividades;
extensa do patrimônio público, inutilização de uma
área do Centro Socioeducativo; evento disseminado V – acompanhar e registrar a saída de adolescentes
em diversos setores; número de insurgentes duas para atividades externas, audiências, necessidades
vezes superior ao número de socioeducadores(as) médicas e recâmbios;
presentes no estabelecimento; existência de
refém(ns), com flagrante ameaça à vida; sevícias VI – solicitar à Coordenação Administrativa
contra outros adolescentes ou funcionários(as); consertos e reparos das instalações e equipamentos
incêndio em grande área, não controlável pelos relacionados com a segurança, comunicando sempre
funcionários; perda de controle de 50% ou mais do à Direção as solicitações efetuadas;
estabelecimento; morte.
VII – manter arquivo de registro de ocorrências e
CAPÍTULO V informações relativas às rotinas para subsidiar a
DA DESIGNAÇÃO DAS ATRIBUIÇÕES, DOS POSTOS DE Direção e demais áreas profissionais;
SERVIÇO E DOS PLANTÕES
Seção I VIII – repassar informações entre as equipes de
Do Coordenador de Segurança trabalho para preservar as rotinas de segurança,
transmitir e zelar pela efetivação das determinações
Art. 73. O(A) Coordenador de Segurança será da Direção do Centro Socioeducativo;
designado(a) pela Superintendência do Sistema
Estadual de Atendimento Socioeducativo (Seas) por IX – convocar e dirigir reuniões com os(as)
meio de Portaria, ouvida a Direção do Centro Socioeducadores(as) para orientar, retomar e
Socioeducativo e a Corregedoria da Seas. adequar rotinas de segurança;

Art. 74. Compete ao Coordenador de Segurança: X – garantir a execução das atividades previstas
no Cronograma Diário e nunca alterá-las sem
I – comunicar a Direção do Centro a ocorrência de prévia autorização da Direção do Centro
falta disciplinar de adolescentes ou colaboradores(as); Socioeducativo, ouvido a Coordenação Técnica;

II – atuar como apoio e suporte à Direção do Centro XI – designar e garantir a participação dos(as)
Socioeducativo por meio do planejamento, Socioeducadores (as) nas reuniões de estudo de
supervisão e execução das rotinas, visando à caso, reuniões e execução de agenda do Plano
segurança dos adolescentes, servidores(as) e Individual de Atendimento (PIA), visitas agendadas e
visitantes; demais atividades educativas que exijam a
participação desse profissional;
III – zelar pela garantia da execução dos
procedimentos de segurança e o cumprimento das XII – comunicar, por escrito, à Direção do Centro
normas estabelecidas pela Instituição; Socioeducativo, os casos de quebra de
procedimentos ou normas de segurança.
IV – organizar a execução das atividades diárias
destinadas aos adolescentes, delegando tarefas aos

190
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

Seção II do(a) Coordenador(a) de Segurança e da Direção do


Do Socioeducador de Fluxo Centro Socioeducativo;

Art. 75. Os Socioeducadores de Fluxo e seus VIII – garantir a execução das atividades previstas
substitutos serão indicados pela Direção do Centro no Cronograma Diário;
Socioeducativo, ouvidos o(a) Coordenador(a) Técnica IX – comunicar, por escrito, os casos de quebra de
e o(a) Coordenador(a) de Segurança. procedimentos ou normas de segurança ao
Coordenador de Segurança e na ausência deste à
Art. 76. Compete aos (as) Socioeducadores(as) de Direção do Centro Socioeducativo.
Fluxo:
Seção III
I – comunicar ao(a) Coordenador(a) de Segurança a Dos Relatoristas
ocorrência de falta disciplinar de adolescentes e
colaboradores(as); Art. 77. Cada uma das equipes de
Socioeducadores(as) contará com 01 (um/uma)
II – atuar como apoio e suporte ao(a) Coordenador(a) Relatorista, escolhido(a) entre os(as)
de Segurança e à Direção do Centro Socioeducativo, Socioeducadores(as) da respectiva equipe e
participando do planejamento, supervisão e indicado(a) pela Direção.
execução das rotinas, visando à segurança dos(as)
adolescentes, servidores(as), colaboradores(as), Art. 78. Compete ao(a) Socioeducador(a) Relatorista:
funcionários(as) e visitantes;
I – redigir o Relatório de Registro de
III – garantir a execução dos procedimentos de Ocorrências Diárias, observado o Anexo VI desta
segurança e o cumprimento das normas estabelecidas Portaria;
pela Instituição;
II – redigir e atualizar a Relação de
IV – organizar a execução das atividades diárias Adolescentes Internados, observado o Anexo VII
estabelecidas no Cronograma Diário, delegando tarefa desta Portaria;
aos(as) Socioeducadores(as), observando as condições
de recursos humanos, materiais e estruturais para a III – participar das atividades diárias conforme
execução de tais atividades; orientação e escala estabelecida pelo(a)
Coordenador(a) de Segurança.
V – acompanhar e registrar a saída de adolescentes
para atividades externas e outros motivos, como Art. 79. O Relatório de Registro de Ocorrências
audiências, necessidades médicas e recâmbios; Diárias é documento técnico e não deve conter
opiniões pessoais, ou anotações desrespeitosas em
VI – solicitar ao(a) Coordenador(a) de Segurança a relação aos profissionais, adolescentes, visitantes ou
realização de consertos e reparos das instalações e autoridades.
equipamentos relacionados com a segurança; Seção IV
Do Posto de Serviço e da Conferência de Materiais e
VII – repassar informações entre as equipes de Equipamentos
trabalho para preservar as rotinas de segurança,
transmitir e zelar pela efetivação das determinações Art. 80. Considera-se posto de serviço, para os
efeitos desta Portaria, o local onde o(a)
Socioeducador(a) foi escalado(a) para trabalhar.
191
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

Art. 81. Ao assumir o posto de serviço, o(a)


Socioeducador(a), deverá conferir os seguintes Art. 86. Compete ao plantão noturno, sob a
materiais e equipamentos, bem como as suas supervisão do(a) Coordenador(a) de Segurança e do
condições de uso: Socioeducador(a) de fluxo:
I – chaves;
II – livro de ocorrências; I – servir o lanche noturno e o café da manhã aos(as)
III – rádio comunicador; adolescentes;
IV – algemas e chaves (Socioeducador(a) de fluxo);
V – parafusos e cadeados; II – recolher as marmitas e as sobras de alimentação,
VI – aparelho de telefone; retirá-las das alas e colocá-las no local adequado
VII – lanterna (Socioeducador(a) de fluxo); para o descarte;
VIII – portas das alas e dos quadrantes;
IX – portas dos alojamentos; III – desligar as televisões e rádios nos horários
X – material esportivo; programados no Cronograma Diário;
XI – material recreativo;
XII – material de limpeza e higiene; IV – realizar rondas a cada 30 (trinta) minutos pelas
XIII – kits e o seu conteúdo; dependências da área de segurança do Centro
XIV – os uniformes dos adolescentes; Socioeducativo:a) nas alas e nos alojamentos dos
XV – demais materiais e equipamentos relacionados adolescentes;
ao bom funcionamento da Unidade.
b) ao redor e por trás das alas;
Art. 82. Na hipótese de qualquer alteração c) na quadra poliesportiva.
considerada prejudicial ao bom funcionamento do
serviço, o(a) Socioeducador(a) deverá solicitar a V – apagar os refletores às 6hs da manhã;
presença do(a) Coordenador(a) de Segurança e do
Socioeducador(a) de fluxo para ciência e resolução do VI – despertar os(as) adolescentes a partir das 6hs da
problema. manhã;

Seção V VII – preparar os adolescentes que tenham saída


Do Plantão Noturno prevista pela manhã, providenciando-lhes o
café, o banho, a troca de roupas e
Art. 83. O plantão noturno funcionará em regime de encaminhando-os ao(a) Coordenador(a) de
revezamento entre os (as) Socioeducadores(as). Segurança e do(a) Socioeducador(a) de Fluxo
Diurno, observado o estabelecido no
Art. 84. O(A) Socioeducador(a) poderá permanecer Cronograma Diário;
por até 06 (seis) meses sucessivos no plantão noturno,
prorrogável uma vez por igual período, a critério da VIII – realizar a entrega e o recolhimento de
Direção do Centro Socioeducativo, mediante decisão uniformes e roupas de cama dos(as) adolescentes;
fundamentada.
IX – realizar a Revista Estrutural, todas as noites,
Art. 85. É prerrogativa da Direção transferir, a nas salas de aula da escola, nas salas de atividades
qualquer tempo, o(a) Socioeducador(a) para o turno da área de segurança, no ginásio e comunicar ao(a)
diurno, atendendo aos interesses da Administração Coordenador(a) de Segurança e do(a)
Pública.

192
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

Socioeducador(a) de Fluxo as eventuais IV – realizar a vigilância e a segurança nos locais


irregularidades verificadas; onde ocorrem as atividades programadas para os
adolescentes, especialmente:a) na escola;
X – encaminhar objetos apreendidos mediante
comunicado elaborado e assinado pelo(a) b) no ginásio esportivo;
Coordenador(a) de Segurança e do(a) c) nas salas de atividades situadas nas alas;
Socioeducador(a) de Fluxo; d) nas salas de atendimento técnico;
e) nas oficinas de produção;
XI – realizar a conferência de grades para descobrir f) nos eventos realizados pelo Centro
irregularidades; Socioeducativo; g) nos locais onde se desenvolvam
cursos profissionalizantes;
XII – em caso de situações de emergência, h) nos demais postos escalados pelo(a)
realizar abertura de alojamento, mediante Coordenador(a) de Segurança e do(a)
comunicação ao(à) Coordenador(a) de Segurança Socioeducador(a) de Fluxo.
e do(a) Socioeducador(a) de Fluxo e a Direção do
Centro Socioeducativo, observando a presença de V – acender os refletores às 18 horas;
um número de Socioeducadores(as) equivalente
ao número de adolescentes no alojamento; VI – orientar os(as) adolescentes na limpeza e asseio
das alas e alojamentos, observadas as escalas de
XIII – organizar o plantão para que permaneça, no revezamento;
mínimo, 01 (um/uma) Socioeducador(a) em cada
ala durante o turno. VII – preparar os(as) adolescentes que tenham saída
programada no período diurno, providenciando-
Art. 87. É proibido a todos os profissionais escalados lhes alimentação, banho, troca de roupas e
dormir durante os plantões. encaminhando-os(as) Coordenador(a) de Segurança
e do(a) Socioeducador(a) de Fluxo, observado o
Seção VI estabelecido no Cronograma Diário;
Do Plantão Diurno
VIII – realizar a revista estrutural nas dependências
Art. 88. Compete ao plantão diurno, sob a supervisão da área de segurança, informando ao(à)
do(a) Coordenador(a) de Segurança e do(a) Coordenador(a) de Segurança e do(a)
Socioeducador(a) de Fluxo: Socioeducador(a) de Fluxo eventuais
irregularidades verificadas ou encaminhando
I – servir o almoço, lanche da tarde e o jantar aos (às) objetos apreendidos mediante comunicado
adolescentes; elaborado e assinado pelo(a) Coordenador(a) de
Segurança e do(a) Socioeducador(a) de Fluxo;
II – recolher as marmitas e as sobras de alimentação,
retirá-las das alas e colocá-las no local adequado IX – não se ausentar do posto de serviço para o qual
para o descarte; foi escalado sem expressa autorização do(a)
Coordenador(a) de Segurança e do(a)
III – ligar e desligar as televisões e rádios nos horários Socioeducador(a) de Fluxo;
programados no Cronograma Diário;

193
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

X – atender aos chamados do(a) Coordenador(a) Socioeducativo, nesta Portaria e nas demais
de Segurança para compor o grupo de apoio. normas disciplinares e de rotina dos Centros
Socioeducativos;
Seção VII
Da Reunião de Troca de Turno III – zelar pela segurança dos(as) adolescentes,
evitando situações que ponham em risco sua
Art. 89. Toda troca de turno será precedida de reunião integridade física, moral e psicológica;
entre os(as) Socioeducadores(as) que estão
finalizando o plantão e os(as) Socioeducadores(as) que IV – guardar sigilo sobre o histórico de vida e
estão iniciando o plantão. situação processual dos adolescentes, salvo em
procedimentos judiciais ou correcionais
Art. 90. A reunião de troca de turno será realizada no administrativos, exclusivamente quando inquiridos;
próprio posto de serviço indicado para o(a)
Socioeducador(a) escalado e terá como pauta o V – cumprir o planejamento de segurança em sua
fornecimento de informações a respeito das condições integralidade e guardar sigilo sobre o todas as
de segurança, ocorrências relevantes, tais como a informações de segurança de que tenha
conferência de adolescentes, cadeados e conhecimento;
operacionalidade do serviço.
VI – comunicar imediatamente ao superior imediato
Art. 91. Os(As) Coordenadores(as) de Segurança e qualquer situação ou irregularidade que ameace ou
os(as) Socioeducadores(as) de Fluxo cuidarão para que possa ameaçar a segurança pessoal ou coletiva, ou
permaneça 01 (um/uma) Socioeducador(a) por ala ainda que configure a quebra dos procedimentos
durante a reunião de troca de turno. vigentes;

Art. 92. Os(As) Socioeducadores(as) deverão realizar a VII – comparecer e cumprir integralmente a jornada
leitura do Relatório de Registro de Ocorrência e do de trabalho ordinária, para execução das atividades
Livro da Ala antes de assumir seus postos de serviço. que lhe competem, respeitando os horários de
comparecimento ao trabalho e intervalos
CAPÍTULO VI estipulados para a refeição;
DOS DEVERES
Seção I VIII – atender às convocações extraordinárias para
Dos Deveres dos Servidores trabalho ou capacitação, assegurados os direitos
previstos em Lei;
Art. 93. Constituem deveres dos(as) servidores(as) e
colaboradores(as) da Seas ou que nela prestem IX – apresentar-se para o trabalho com vestuário
serviços: apropriado ou uniformizado, quando exigido, e
identificação nominal em local visível;
I – cumprir a proposta de atendimento do Projeto
Político-pedagógico dos Centros Socioeducativos; X – registrar sua frequência em livro de ponto
específico ou outro instrumento regular que
II – obedecer às determinações previstas na comprove a jornada de trabalho;
Constituição Federal, no Estatuto da Criança e do
Adolescente, no Sistema Nacional de Atendimento

194
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

XI – não se ausentar de seu posto de trabalho, castigo pessoal, medida preventiva ou qualquer
salvo mediante expressa autorização do seu outro fim;
superior imediato;
XXI – demonstrar respeito às diversidades
XII – em casos de faltas ao trabalho, apresentar étnicas, culturais, de gênero, credo e orientação
atestados médicos no Centro Socioeducativo de sexual dos(as) adolescentes, colegas de trabalhos
lotação no prazo máximo de 24 horas após o início do e outros;XXII – não realizar pregações políticas ou
afastamento; religiosas dentro do Centro Socioeducativo;

XIII – submeter-se à revista pessoal realizada XXIII – não retirar documentos do Centro
pelas equipes de controle de entrada e saída de Socioeducativo, salvo mediante expressa autorização
pessoas e materiais quando adentrar nos Centros da Direção;
Socioeducativos;
XXIV – prestar esclarecimentos em sindicâncias
XIV – tratar com urbanidade os(as) adolescentes, ou outros processos administrativos sobre fatos
demais servidores(as) e visitantes; de que tiver ciência;
XXV – não realizar registro ou divulgação de imagem,
XV – eximir-se de acordos, negociações ou troca em nenhuma circunstância, dos(as) adolescentes,
de favores com adolescente, familiares de mesmo em atividades e procedimentos externos.
adolescentes, visitantes e prestadores de serviço,
comunicando imediatamente ao seu superior o Parágrafo único. Os deveres estabelecidos nesta
nome da pessoa que propôs mencionada situação; Portaria não eximem o(a) servidor (a) do
cumprimento de outros deveres previstos na
XVI – não trocar nem vender objetos de qualquer legislação vigente ou em outras Portarias que
natureza com adolescentes e familiares dos(as) igualmente são aplicáveis aos mesmos, podendo os
adolescentes; descumprimentos ensejar o afastamento cautelar
do(a) servidor(a) ou admitido(a), até a finalização do
XVII – não servir de meio para circulação, entrada ou Procedimento Administrativo ou Sindicância
saída de cartas, bilhetes, objetos ou informações instaurados pela Corregedoria da Seas, resguardado
entre os(as) adolescentes, ainda que seja para com o devido processo legal e o direito da ampla defesa e
seus familiares ou terceiros, salvo quando a do contraditório do (a) servidor (a) e ou
comunicação ou o objeto seguir o fluxo institucional colaborador(a).
estabelecido pela Seas;
Seção II
XVIII – não fumar nas dependências dos Centros Dos Deveres dos Adolescentes
Socioeducativos;
Art. 94. Constituem deveres do(a) adolescente
XIX – não usar, não denominar e não permitir o uso de internado(a) no Centro Socioeducativo:
alcunhas;
I – submeter-se às rotinas e procedimentos de
XX – não infligir sofrimentos físicos ou psíquicos segurança e cooperar para o ambiente de paz social
aos(às) adolescentes como meio de intimidação, no interior do Centro Socioeducativo;

195
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

II – cumprir os compromissos e obrigações XV – cumprir as metas estabelecidas no seu


decorrentes do Cronograma Diário; Plano Individual de Atendimento (PIA);

III – participar de forma colaborativa de todas XVI – esforçar-se para obter o melhor
as atividades e atendimentos programados; aproveitamento possível da medida socioeducativa
imposta por sentença judicial.
IV – colaborar com o silêncio dentro das salas
de atividades e nos deslocamentos; CAPÍTULO VII
DA RELAÇÃO COM OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
V – respeitar o horário de silêncio e descanso que se SOCIAL
inicia às 22 horas e se encerra às 06 horas; Art. 95. O relacionamento com os meios de
comunicação compete à Direção do Centro
VI – durante os deslocamentos, dirigir-se ao local Socioeducativo ou a quem for indicada essa função,
indicado pelo (a) Socioeducador (a) sem paradas mediante orientações da Assessoria de Comunicação
desnecessárias pelo caminho; da Superintendência do Sistema Estadual de
Atendimento Socioeducativo (Seas).
VII – tratar adolescentes, funcionários(as) e visitantes Art. 96. Esta Portaria entra em vigor na data de
com respeito e não chamar pessoas por alcunha; sua publicação.

VIII – manter-se uniformizado e zelar pelas Art. 97. Ficam revogadas as disposições em
roupas, calçados e demais objetos fornecidos; contrário.

IX – no ato da desinternação, restituir todos os objetos GABINETE DO SUPERINTENDENTE DO SISTEMA


que lhe foram fornecidos para uso pessoal; ESTADUAL DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO,

X – zelar pela limpeza e asseio do alojamento, ala Fortaleza/CE, em 07 de janeiro de 2021.


e locais onde participar de atividades; Luiz Ramom Teixeira Carvalho
SUPERINTENDENTE
XI – participar das escalas de limpeza de alojamento,
alas e locais de atividades;

XII – cuidar da higiene pessoal e do ambiente;

XIII – entregar ao (à) Socioeducador(a) roupa ou


objeto que não lhe pertença ou que não tenha
autorização para possuir;

XIV – comunicar ao (à) Socioeducador (a) ou


Técnico(a) de referência, informações sobre
movimentos que possam colocar em risco a sua
segurança pessoal ou a integridade das pessoas;

196
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

de 18 de janeiro de 2012 e as recomendações do


Conselho Nacional dos Direitos da Criança e
Adolescente (Conanda);

CONSIDERANDO em especial o que preceitua os arts.


71 a 75 da Lei nº 12.594 2012- Sinase;
CONSIDERANDO a necessidade de garantir a ordem
pública e concretizar o interesse Socioeducativos do
Estado do Ceará,

CONSIDERANDO que é dever do Estado zelar pela


medidas adequadas de contenção e segurança,

RESOLVE:
público no âmbito dos Centros integridade fisica
e mental dos internos, cabendo-lhe adotar as

Art.1°. Instituir o Regime Disciplinar e a


PORTARIA Nº093/2022 regulamentação dos Conselhos Disciplinares nos
Centros Socioeducativos, considerando que o
Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo
INSTITUI O REGIME DISCIPLINAR NO SISTEMA (Sinase), em seu art. 71, estabelece que as entidades
SOCIOEDUCATIVO, DEFININDO NORMAS, ROTINAS de atendimento socioeducativo deverão, em seus
E PROCEDIMENTOS PARA CONSOLIDAÇÃO E respectivos regimentes, realizar a previsão de regime
PADRONIZAÇÃO DAS AÇÕES DOS CONSELHOS disciplinar.
DISCIPLINARES NO AMBITO DOS CENTROS
SOCIOEDUCATIVOS DO ESTADO DO CEARA CAPÍTULO I
DO CONSELHO DISCIPLINAR
O SUPERINTENDENTE DO SISTEMA ESTADUAL DE
ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO do Governo do Art. 2°. O Conselho Disciplinar do Centro
Estado do Ceará, no uso de Socioeducativo é a instância deliberativa, de caráter
suas competências legais: administrativo, responsável pela análise de
ocorrências. sugestão de sanções, orientações
CONSIDERANDO as Regras das Nações Unidas para relativas ao comportamento do adolescente e
Proteção de Jovens Privados de Liberdade, de 14 de resolução de questões pertinentes à dinâmica
dezembro de 1990, da qual o Brasil é signatário: institucional.

CONSIDERANDO o disposto no artigo 125 da Lei Parágrafo único. Cabe ainda ao Conselho Disciplinar
Federal n. 8069, de 13 de julho de 1990, Estatuto da analisar questões pertinentes a:
Criança e do Adolescente (ECA);
I - Medidas disciplinares;
CONSIDERANDO o Sistema Nacional de Atendimento
Socioeducativo (Sinase), instituido pela Lei nº 12.594,

197
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

II - Integração dos adolescentes em recepção para a §3° Deliberações pertinentes à análise de


escolha da ala ou casa de convivência; ocorrências disciplinares e aplicação de sanções
deverão ser tratadas em momento apartado dos
III - Transferências de ala ou casa atividades especiais demais
na Unidade; assuntos, devendo participar apenas os
membros previamente designados, respeitando-
IV - Mudança ou criação de procedimentos; se o disposto no artigo 6º deste Regimento.

V - Transferências e recepção de adolescentes: § 4º O Conselho Disciplinar não comporta limite


máximo de participantes, devendo ser um espaço
VI - Assuntos relacionados à conduta de democrático com a participação do maior número
funcionários/colaboradores dentro do contexto da profissionais possivel, devendo haver rodízio na
ocorrência, sendo nesses casos, encaminhadas as participação dos profissionais, em especial dos
informações a Corregedoria para apuração de socioeducadores, para que todos possam participar.
eventuais irregularidades.
Art. 4º. O Conselho Disciplinar possibilitará ao
Art. 3°. O Conselho Disciplinar deve ter a seguinte adolescente o direito ao contraditório e ampla
composição, levando-se em conta o Programa defesa, em qualquer fase do procedimento
Socioeducativo aplicado: administrativo,
I- Diretor e/ou Representante que exerce a função de podendo ser acompanhado por advogado designado
presidência; pela familia, ou advogado nomeado.

II- Coordenador de Segurança e Coordenador Técnico; §1° No caso de transgressão disciplinar de natureza
II-01 (um) representante da equipe de grave, para garantia do direito à ampla defesa e ao
socioeducadores; contraditório, a Direção da Unidade comunicará, no
prazo de 24 (vinte e quatro) horas, o procedimento
III- Equipe interdisciplinar (demais setores da disciplinar, enviando cópia integral, ao defensor
unidade); público ou ao advogado constituído pela família,
para ciência e adoção das medidas cabíveis.
IV -02 (dois) representantes da equipe técnica.
§ 2º O adolescente será acompanhado por 01 (um)
§1° Na impossibilidade de participação dos membros socioeducador e 01 (um) profissional da equipe
citados, o Conselho pode deliberar sobre apuração da técnica, que levarão em consideração as
falta disciplinar por comissão composta por, no circunstâncias atenuantes e/ou agravantes dispostas
minimo, 03 (três) integrantes, sendo 01 (um), nesse Regimento, e que farão o papel de Defesa
obrigatoriamente, oriundo da Equipe Técnica. Técnica administrativa na garantia do contraditório e
ampla defesa.
§ 2º Nenhum socioeducando/adolescente poderá
desempenhar função ou tarefa de apuração de falta §3° Para apuração e elucidação dos fatos, o Conselho
disciplinar ou aplicação de medida disciplinar. Disciplinar poderá arrolar testemunhas, seja por
iniciativa de membro do conselho e/ou por
solicitação do socioeducando ou responsável legal.

198
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

Art. 5°. O profissional que encaminhar adolescente ao como objetivo, preparar os envolvidos para encontro
Conselho Disciplinar ou estiver envolvido na no circulo, verificar a voluntariedade e a segurança
ocorrência não poderá participar da reunião para a realização da prática restaurativa;
referente ao caso.
II. Circulos Restaurativos: Trata-se do encontro entre
Art. 6º. A participação como membro do Conselho todos os participantes em circulo, a fim de construir
Disciplinar é parte integrante das atribuições dos os acordos restaurativos voltados para a
profissionais da unidade e não gerará nenhum responsabilização e reparação de danos;
beneficio pecuniário, financeiro ou complementar.
III. Pós-Circulo: Objetiva acompanhar as ações
Art. 7°. O Conselho Disciplinar será organizado de pactuadas durante o circulo. Ao final deve ser
acordo com as peculiaridades de cada unidade, informado ao Conselho Disciplinar sobre a conclusão
devendo ter regularidade de reuniões ao menos para o arquivamento do caso.
semanais ou quando solicitado pela direção da
unidade. Parágrafo único: as práticas restaurativas são
metodologias de autocomposição de conflitos
CAPÍTULO II próprias da Justiça Restaurativa que contribuem para
DAS PRÁTICAS RESTAURATIVAS o cumprimento dos objetivos das medidas
socioeducativas, fortalecendo práticas de
Art. 8°. O Conselho Disciplinar é responsável por responsabilização, que favoreçam a reprovação da
encaminhar os casos de faltas disciplinares à prática conduta infracional, promovam atenção às
restaurativa, verificando sua aplicabilidade. necessidades das vítimas, à reparação de danos e à
reintegração social do adolescente.
§1°. Será utilizada preferencialmente a prática de
Círculos Restaurativos como resolução de conflitos CAPÍTULO III
para os casos de faltas disciplinares leves e médias. DAS FALTAS DISCIPLINARES

§2°. Ao priorizar as práticas restaurativas diante das Art. 10. Falta disciplinar é a conduta que coloca em
faltas disciplinares de natureza leve e média o risco a segurança, a disciplina e a ordem no Centro
Conselho Disciplinar deverá suspender o Socioeducativo, assim reconhecida e tipificada
procedimento de apuração e encaminhar aos conforme este regimento.
facilitadores responsáveis. Quando a prática
restaurativa não obtiver êxito deverá retornar ao §1°. As faltas disciplinares são de natureza leve,
procedimento ordinário. média ou grave.

Art. 9°, Quando a prática restaurativa envolver Art. 11. São faltas disciplinares de natureza leve:
resolução de conflitos, o programa restaurativo será
realizado em 03 (três) etapas, com a definição do I - Possuir, portar ou utilizar objetos e/ou valores não
facilitador e sempre que possível do co-facilitador, concedidos ou não autorizados pela unidade;
conforme a seguir:
II - Desperdiçar ou usar indevidamente materiais
I. Pré-Circulo: são procedimentos restaurativos fornecidos pelo Estado;
realizados individualmente com os participantes. Tem

199
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III- Entregar correspondência, bilhete ou similar, sem o XVII - Entrar em dormitório alojamento alheio
conhecimento e autorização dos profissionais da sem autorização:
unidade;
XVIII - Recusar a entrar ou sair de dormitório
IV -Descumprir, injustificadamente, os horários alojamento quando solicitado;
estabelecidos para o funcionamento interno da
unidade; XIX - Ter a posse de papéis, lápis, canetas, pincéis,
pendrive, fitas adesivas, documentos, objetos,
V - Recusar-se, sem justificativa cabível e autorização, valores ou qualquer outro material pedagógico
a participar ou se ausentar de atividades de concedido ou não autorizado pela Unidade;
escolarização e profissionalização já iniciadas;
XX-Estar indevidamente trajado;
VI -Recusar-se a se deslocar de uma atividade a outra
para atender ao previsto no agendamento das XXI-Recusar-se a ingerir medicamento prescrito, de
atividades da unidade; uso controlado, sem justificativa.

VII Obstruir a visão do alojamento; XXII - Ficar nos portões e janelas durante as
atividades pedagógicas, interrompendo o
VIII- Desobedecer as normas de circulação e trânsito prosseguimento da atividade;
interno;
XXIII - Trocar ou doar refeição entre os adolescentes
IX- Deixar de trocar as roupas de cama e toalhas ou após ela ser servida.
não devolve-las, no prazo estabelecido pelo
cronograma da unidade; Art. 12. São medidas disciplinares aplicáveis em caso
de transgressões leves:
X- Manusear equipamentos e materiais sem
autorização; I- Advertência verbal;

XI- Trocar ou doar dentro da unidade, objeto licito que II - Advertência escrita, assinada pelo adolescente
lhe pertença; e/ou 02 (duas) testemunhas, e arquivada ao seu
prontuário;
XII- Furtar objetos que não ofereçam risco a
integridade fisica de outrem; III - Suspensão da prática recreativa e de lazer pelo
prazo de até 02 (dois) dias:
XIV- Induzir ou instigar pessoa a praticar falta
disciplinar de natureza leve. IV - Suspensão da prática esportiva pelo prazo de até
03 (três) dias,
XV- Comunicar-se com visitantes de outros
adolescentes sem a devida autorização; V- Privação de produtos autorizados a entrar em dias
de visita.
XVI- Comunicar-se com adolescentes ou entregar aos
mesmos quaisquer objetos que não ofereça riscos a § 1º Caso necessária a aplicação conjunta de mais de
integridade fisica de outrem, sem autorização; um inciso, deve ser obedecido o limite de 03 (três)

200
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

incisos e ser respeitada a particularidade a IX - Sair para qualquer atividade externa e desviar-se
transgressão, de seu percurso ou separar-se sem autorização,
quando acompanhado ou não de um funcionário
§2° As medidas previstas neste artigo podem ser
cumulativas ou substituidas por outras de natureza XI- Tentar fugir ou facilitar fuga sem éxito de outrem
pedagógica e/ou educativas, devendo ser valiadas da unidade sem ameaça ou violência:
pelo Conselho Disciplinar.
XII- Danificar bens e materiais fornecidos pelo
§3° Todas as medidas disciplinares devem ser Estado;
aplicadas por escrito, assinadas e arquivadas no
prontuário do socioeducando, afixadas em local visivel XIV-Tentar provocar incêndio,
para conhecimento dos socioeducadores.
XV Praticar lesão corporal leve;
§4° Devem ser avaliadas as atas anteriores para
verificar a reiteração de faltas leves/medias/graves. XVI - Induzir ou instigar pessoa a praticar falta
disciplinar de natureza média;
Art. 13. São faltas disciplinares de natureza média:
XVII- Cometimento reiterado de infrações de
I- Adentrar em dormitório alheio e causar tumulto; natureza leve:

II - Impedir ou perturbar a realização de atividades XVIII - Atuar de maneira inconveniente,


socioeducativas dentro ou fora da unidade, bem como apresentando comportamentos inadequados, frente
o repouso; às autoridades, funcionários e internos;

III Vender, dentro da unidade, objeto licito que lhe XXIV - Produzir, com material permitido ou não,
pertença; objetos que referenciem armas ou organizações
criminosas.
IV- Trocar de dormitório sem autorização:
Art. 14. São Medidas Disciplinares aplicáveis ao
V- Danificar roupas ou objetos de outrem, fornecidos adolescente que comete transgressões médias:
pela unidade ou familiares;
I-Suspensão da prática recreativa e de lazer pelo
VI- Atrasar-se, sem justa causa, no retorno à unidade, prazo de até 03 (três) dias:
no caso de saida autorizada;
II- Advertência escrita, assinada pelo adolescente
VII- Dificultar ou recusar-se a submeter-se à revista e/ou duas testemunhas, e arquivada ao seu
pessoal, de seu dormitório, bens ou pertences; prontuário;

VIII - Fazer uso de medicação prescrita para outro III - Suspensão da prática esportiva pelo prazo de até
adolescente, socioeducando ou fornecer sua cinco dias,
medicação para outro adolescente;
IV Privação de produtos autorizados a entrar em dias
de visita;

201
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V- Receber, fabricar, portar, ter, consumir, fornecer


V-Retratação verbal à pessoa ofendida; ou concorrer para que haja na unidade bebida
alcoólica ou substâncias que possam causar
VI - Restrição do adolescente ao dormitório por no reações adversas às normas de conduta,
máximo 05 (cinco) dias; dependência fisica ou psiquica;

VII- Reparação do dano. VI- Portar, usar, possuir ou fornecer aparelho


telefonico celular ou outros meios de comunicação
§ 1° Caso necessária a aplicação conjunta de mais de não autorizados:
um inciso, deve ser obedecido o limite de 03 (três)
incisos e ser respeitada a particularidade VII- Fabricar, guardar, portar ou fornecer objeto
cansgressão, destinado à fuga;

§ 2" As medidas previstas neste artigo podem ser VIII - Fabricar, guardar, portar ou fornecer objetos
cumulativas ou substituidas por outras de natureza que possam ser utilizados para intimidar ou ferir
pedagógica e/ou educativas, devendo ser pessoas,
indas pelo Conselho Disciplinar.
§ 3° Todas as medidas disciplinares devem ser IX - Induzir ou instigar pessoa a praticar falta
aplicadas por escrito, assinadas e arquivadas no disciplinar de natureza grave;
prontuário do socioeducando, afixadas em local
visível para conhecimento dos socioeducadores, X-Provocar autolesão para imputar responsabilidade
à outra pessoa, com o intuito de induzir as
§ 4° Devem ser avaliadas as atas anteriores para autoridades a erro;
verificar a reiteração de faltas leves/medias/graves.
XII - Estabelecer relação de exploração fisica ou de
Art. 15. São faltas disciplinares de natureza grave: trabalho com outro adolescente, mediante violência
ou grave ameaça;
I- Incitar ou participar de movimento para subverter a
ordem ou a disciplina; XIII- Evadir-se durante atividades externas e saídas
temporárias;
II- Criar e divulgar notícia que perturbem a ordem ou a
disciplina na unidade; XIV-Roubar/furtar ou extorquir qualquer objeto:

III Furtar objetos utilizados nas atividades ou XV- Receber objetos ilicitos;
atendimentos de qualquer natureza que possa
oferecer risco para si ou para outrem; XVI- Cometimento reiterado de infrações de
natureza média;
IV - Retornar à unidade com sintomas de uso de
drogas ou álcool e/ou apresentar sinais e/ou sintomas XVII- Cometer homicidios;
do consumo da droga ou álcool:]
XVIII- Provocar incêndio,

XIX - Praticar lesão corporal média e grave;

202
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

XX - Facilitar fuga de outrem da unidade, utilizando-se


de ameaça ou violência I- Suspensão da prática recreativa e de lazer
pelo prazo de até 07 (sete) dias;
XXI- Estabelecer relação sexual com outro
adolescente, mediante violência ou grave ameaça II- Suspensão da prática esportiva pelo prazo de até
07 (sete) dias:
XXII - Riscar blusas, paredes, teto, quadros, cadernos,
e/ou qualquer outro objeto com escritos e/ou III- Privação de produtos autorizados a entrar em
autolesão, cabelo ou sobrancelhas e outras dias de visita:
menções referenciando Organizações Criminosas:
IV- Restrição do Tempo de Visita e Visita Monitorada:
XXIII - Injuriar, difamar, caluniar, agredir verbalmente
ou proferir ameaças a adolescentes, funcionários ou V- Restrição do adolescente ao dormitório por no
visitantes; máximo 07 (sete) dias, com possibilidade de
encaminhamento a ala de medida disciplinar;
XXIV- Cantar músicas e/ou fazer orações de
Organizações Criminosas; V- Comunicação ao Poder Judiciário com pedido de
audiência de advertência;
XXV - Efetuar movimentação para a divisão de
adolescentes por Organização Criminosa, VI- Reparação do dano.

XXVI - Arremessar liquidos ou sólidos (urina, agua, §1° Caso necessária a aplicação conjunta de mais de
fezes, cuspe, etc) em funcionários ou demais um inciso, deve ser obedecido o limite de 03 (três)
adolescentes; incisos e ser respeitada a particularidade da
transgressão
XXVII- Fazer reféns;
§2° As medidas previstas neste artigo podem ser
XXVIII- Praticar ato obsceno com a exposição das cumulativas ou substituidas por outras de natureza
partes intimas quando estiver em áreas coletivas, pedagógica e/ou educativas, devendo ser
junto a outros adolescentes ou qualquer membro da avaliadas pelo Conselho Disciplinar,
equipe técnica e socioeducadores na unidade.
§3° Todas as medidas disciplinares devem ser
XXX- Ter comportamento de natureza ofensiva que aplicadas por escrito, assinadas e arquivadas no
importune ou perturbe profissionais ou outros prontuário do socioeducando, afixadas em local
socioeducandos de forma repetitiva (bullying. visível para conhecimento dos socioeducadores.
piadas, trocadilhos, sons, assobios, atitudes de
cunho sexual, convites, insinuações, etc); § 4° Devem ser avaliadas as atas anteriores para
verificar a reiteração de faltas leves/médias/graves.
XXXI - Praticar ato infracional não previsto no
regimento, sem prejuízo do processo judicial.

Art. 16. São medidas disciplinares aplicadas a quem


comete transgressões graves:

203
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CAPITULO IV fortalecimento dos vinculos familiares e


DOS PROCEDIMENTOS comunitários no processo socioeducativo;

Art. 17. No curso da execução da medida VII- A medida disciplinar será individualizada
socioeducativa, o adolescente que cometer falta considerando-se a idade, a capacidade e as
disciplinar, assim reconhecida e tipificada conforme circunstâncias pessoais do adolescente para cumpri-
este Regimento Disciplinar, sujeitar-se-á ao Conselho la;
Disciplinar, observadas as seguintes diretrizes:
VIII- Não se aplicará medida disciplinar ao
I- Todas as medidas e procedimentos disciplinares adolescente que tenha praticado a falta por coação
devem contribuir para a segurança e bom andamento irresistivel, legitima defesa própria ou de terceiros:
da vida institucional, ser compatíveis com o respeito à
dignidade humana, objetivos e fundamentos IX - É vedada a aplicação de isolamento como
pedagógicos da medida socioeducativa, além de medida disciplinar, podendo ser aplicado de forma
infundir no adolescente o sentimento de justiça e de cautelar quando imprescindivel para a garantia da
respeito por si mesmo e pelos direitos fundamentais segurança de outros internos ou do próprio
de toda pessoa; adolescente, sendo necessária ainda comunicação ao
defensor, ao Ministério Público e à autoridade
II- A medida disciplinar não pode interromper a judiciária em até 24 (vinte e quatro) horas;
escolarização, atendimento técnico, atendimento à
saúde, visita familiar, direito de peticionar, direito X- É vedada a aplicação de medida disciplinar
avistar-se com o defensor e de corresponder-se com coletiva, ainda que a infração seja em grupo,
familiares, devendo-se sempre avaliar de forma individualizada,
responsabilizando cada integrante segundo o seu
III- Em caso de falta grave, com encaminhamento à ala grau de participação e de forma proporcional ao
de medida disciplinar, devidamente fundamentado aspecto pedagógico da medida socioeducativa de
pelo Conselho Disciplinar, poderá, responsabilização pelo ato praticado:
excepcionalmente, haver a restrição das atividades de
escolarização; XI- A toda medida disciplinar deverá corresponder
uma ou mais intervenções técnicas com o
III- O ato de indisciplina de natureza leve pode ter a adolescente e sua familia, devendo atender:
medida substituida pela advertència escrita e a
realização de circulos restaurativos; a) a compatibilidade com a capacidade de
entendimento do adolescente, promovendo a sua
IV- A medida disciplinar è independente da reflexão a partir da análise das consequências do seu
responsabilidade civil ou penal que advenha o ato ato desenvolvimento do Plano Individual de
cometido; V-Nenhum adolescente poderá receber Atendimento - PIA, salvaguardando o bom
tratamento mais gravoso do que o conferido ao andamento de toda a Unidade;
adulto;
b) a ata de registro da intervenção técnica com o
VI- Aplicam-se à medida disciplinar os principios da adolescente e seu representante familiar deverá
brevidade, proporcionalidade, excepcionalidade, conter as orientações técnicas, compromissos que
condição peculiar de pessoa em desenvolvimento e

204
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

foram estabelecidos para cada uma das partes, prazos, § 2º Haverá Defesa Técnica administrativa que
nomes completos e as respectivas assinaturas, dentre será realizada por 01 (um) membro da equipe
outras informações pertinentes. técnica e 01 (um) socioeducador.

XII- Os documentos relativos à intervenção técnica são §3º O socioeducando e/ou responsável legal poderá
parte integrante do processo administrativo, podendo ainda constituir advogado, caso haja interesse,
ser acessado pelas partes legalmente interessadas ,
devendo ser resguardada a ética profissional de cada Art. 21. Não será aplicada medida disciplinar sem
área de atuação e o sigilo das informações. expressa e anterior previsão legal ou regulamentar, e
o devido processo administrativo.
Art. 18. Sempre que possivel, utilizar-se-á, como forma
de responsabilização pela falta disciplinar, a prática de Art. 22. As causas agravantes podem ser valoradas
justiça restaurativa, circulos restaurativos e circulos de de forma a exasperar a medida concreta da falta
paz com a coparticipação do adolescente no processo atribuida ao adolescente.
de aplicação, da familia e representantes da
comunidade socioeducativa. Nesses casos, a prática Art. 23. Consideram-se causas agravantes da falta
restaurativa não deve ser cumulada com a medida disciplinar:
disciplinar ou associada à restrição de atividades.
I- A reincidência em falta disciplinar;
Art. 19. Na aplicação da medida disciplinar devem-se
observar os seguintes critérios: II- A prática da falta com abuso de confiança ou
mediante dissimulação, traição ou emboscada;
I- Aplicação inicial de medida minima em relação à
natureza da falta disciplinar: III- A participação de 02 (dois) ou mais adolescentes
no fato;
II- Havendo motivo fundado, aplica-se agravante:
IV- O emprego de arma de fogo, material perfurante,
III - Existindo motivo que reduza a duração da medida, cortante, contundente ou inflamável, ou outro meio
deve-se aplicar a causa atenuante; insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo
dirige, comum;
IV- Comunicação ao socioeducando da deliberação do
Conselho Disciplinar. V- A condição de fazer pessoa de refem;
identificação como lider da ação indisciplinar,
Art. 20. É assegurado ao adolescente o direito ao mediante promoção, organização ou cooperação no
contraditório e à ampla defesa. cometimento de falta disciplinar ou quando

§ 1º No caso de transgressão disciplinar de natureza VI- A comanda ou por qualquer forma lidera a
grave, a Direção da Unidade comunicará, no prazo de atividade dos demais participantes: assegurar a
24 (vinte e quatro) horas, o procedimento disciplinar, execução, ocultação, impunidade, ou vantagem em
enviando cópia integral, no defensor público ou ao outa falta disciplinar;
advogado constituido pela familia, para ciência e
adoção das medidas cabiveis VII- A percepção de motivo futil ou torpe ou para
facilitar ou

205
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

VIII- A apresentação de estar sob o efeito de V- Ter confessado, espontaneamente, a autoria da


substância psicoativa; falta ou de ato ignorado ou imputado a outrem;

IX- A instigação ou determinação de cometimento de VI- As atitudes que possam vir a minimizar os
falta a pessoa não punivel em virtude da condição ou impactos negativos de sua ação, incluindo-se o
qualidade pessoal: desconhecimento comprovado das normas da
unidad
X- A execução de falta disciplinar, ou participação,
mediante pagamento ou promessa de recompensa: VII- A desistência de prosseguir na execução da
continuidade na execução da falta, após ter o transgressão disciplinar;
adolescente sido advertido:
VIII- O cumprimento das nas metas do Plano
XI- A continuidade na execução da falta, após ter o Individual de Atendimento (PIA);
adolescente sido advertido
IX - Ter cometido a falta disciplinar sob coação, ou
XII- A coação ou indução de outros adolescentes à em cumprimento de ordem, ou sob influência de
execução de falta. violenta emoção provocada por ato injusto terceira
pessoa.
Parágrafo único. O rol de causas agravantes é taxativo
e a aplicação de qualquer delas deve ser Parágrafo único. A aplicação das causas atenuantes
fundamentada. deve ser fundamentada.

Art. 24. As causas atenuantes, quando existentes, Art. 26. O servidor que presenciar ou souber, por
devem ser valoradas de forma a mitigar a gravidade qualquer forma ou meio, de fato que possa
abstrata da falta atribuida ao adolescente. Parágrafo configurar falta disciplinar, deve elaborar comunica
único. As atenuantes podem ser aplicadas até a que conterá o seguinte:
medida minima em relação à natureza da falta
disciplinar. I -o nome do adolescente;

Art. 25. Consideram-se causas atenuantes da falta II- o local e a hora do fato;
disciplinar:
III- a descrição do fato;
I- A primariedade em falta disciplinar:
IV- o nome completo e assinatura do servidor que o
II- O baixo grau de participação no cometimento da elaborou;
falta;
V- caso haja testemunhas, poderá ser convocado o
III- A assiduidade e o bom aproveitamento nas rol máximo de 03 (três).
atividades pedagógicas;
Art. 27. O comunicado deve ser entregue à Direção
IV- A efetiva diminuição das consequências de sua que decidirá junto ao Conselho Disciplinar, em
conduta: acordo com a equipe técnica e coordenadores

206
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

segurança, de imediato e fundamentadamente quanto VI- Especificar o que será atingido pela medida
à transferência para ala de medida disciplinar, como disciplinar;
Medida Cautelar para garantir a integridade fisica dos
internos, preservando-se todos os seus direitos. VII- Determinar quais as intervenções a serem
realizadas pela equipe técnica com o adolescente e
Art. 28. Verificando que o caso se configura como falta sua familia;
disciplinar, deve-se instaurar procedimento para
apuração do Conselho Disciplinar. VIII- Marcar o prazo para que a equipe técnica
devolva os autos ao presidente do Conselho
Art. 29. As deliberações das oitivas para apuração e Disciplinar com relatório técnico da execução da
eventual aplicação de medida disciplinar não devem sanção disciplinar.
ser superiores a 07 (sete) dias, respondendo os
membros do Conselho Disciplinar por eventual Parágrafo único. Em sendo deliberado pelo Conselho
extrapolação desse prazo. Disciplinar a permanência do adolescente em
dormitório, com a observância à manutenção das
Art. 30. Encerrada a instrução do processo disciplinar, atividades obrigatórias, bem como às demais
os autos serão enviados à Direção que os submeterà a medidas regimentais previstas, na execução da
apreciação e decisão pelo Consell aplicação, deverá a equipe multiprofissional:
Disciplinar.
Art. 31. O Conselho Disciplinar, após a apuração dos a) descrever todas as intervenções realizadas com o
fatos e, portanto, da mensuração do dano causado adolescente e sua familia, os serviços utilizados e as
pelo adolescente, deverá priorizar a adoção ações realizadas, os nomes de todos os servidores
restaurativas, quando cabíveis, deliberando-se que contribuiram para a execução da medida
sobre a melhor resposta para o caso. disciplinar, e outras informações reputadas
relevantes;
Art. 32. O Conselho Disciplinar se reunirá
semanalmente, em dia e horário pré definidos pela b) elaborar relatório técnico multiprofissional
direção do Centro Socioeducativo, podendo ocorrer conclusivo em relação ao atingimento total ou
mais de uma vez por semana, caso necessário, e parcial dos objetivos da medida disciplinar:
decidirá:
c) o relatório técnico multiprofissional deve ser
I- Se os fatos narrados no processo configuram falta e obrigatoriamente datado e assinado pelo técnico
se ensejam a aplicação de medida disciplinar; responsável pela condução das intervenções e pelos
demais servidores que participaram dos trabalhos.
II- A natureza da falta disciplinar: Art.

III- Existência de causas agravantes: 33. É vedado ao Conselho Disciplinar o registro


coletivo de processos disciplinares, sendo obrigatória
IV- Existência de causas atenuantes; a individualização de cada um dos processos e das
respectivas decisões.
V- Determinar a duração da medida disciplinar;
Art. 34. No caso em que mais de um adolescente
participar do mesmo fato, o processo administrativo

207
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será único, porém, as decisões serão individualizadas prazo para que o processo retorne ao Conselho
em relação a cada um dos adolescentes envolvidos. Disciplinar;

Art. 35. Todos os processos disciplinares correrão em III- Na hipótese de novas intervenções técnicas
sigilo, sendo vedada a divulgação parcial ou total de referidas no inciso II, não poderá o adolescente ter a
quaisquer peças que os compõem, excetuando-se o medida disciplinar prolongada.
adolescente, seus familiares, Judiciário, Ministério
Público e Defensor Público. Art. 38. Tendo o Conselho Disciplinar considerado
satisfatórios os resultados obtidos pela execução da
Parágrafo único. As informações obtidas durante medida disciplinar, redigirá ata fundamentando
todos os procedimentos restaurativos serão sigilosas, decisão e mandará arquivar o processo, dando-o por
ficando seu conhecimento restrito às pessoas encerrado, em livro de registro especifico para
diretamente envolvidas em cada etapa do processo. comissão:
Da mesma forma, não podem ser usadas como prova
no procedimento disciplinar. A única informação Art. 39. Na hipótese de o adolescente ser transferido
a ser compartilhada com o Conselho Disciplinar será de unidade no curso da medida disciplinar, a cópia
o acordo elaborado em resposta a falta disciplinar. de todos os documentos produzidos pelo Conselho
Disciplinar deve ser enviada á unidade que receberá
Art. 36. Eventuais documentos de controle, o adolescente, e o mesmo deverá continuar
especialmente aqueles que contenham os nomes dos cumprindo a medida disciplinar prevista.
adolescentes e os prazos de duração da medida
disciplinar devem ser mantidos pelo Diretor, e seu §1° Além dos documentos previstos no caput, uma
acesso será restrito às partes, Judiciário, Ministério declaração firmada pelo Diretor da unidade de
Público, Defensor Público e aos servidores origem, que conste expressamente quanto já foi
diretamente envolvidos no trabalho de execução, cumprido e quanto ainda falta para o encerramento
devendo ser registrado em livro especifico. da medida, deve ser juntada aos documentos.

Parágrafo único. A Deliberação do Conselho Disciplinar § 2° A falta de quaisquer das peças suprarreferidas,
será anexada em pasta especifica para acesso do fica automaticamente suspensa a continuidade da
coordenador de segurança e divulgação execução da medida disciplinar imposta.
aos setores da unidade.
Art. 40. Na hipótese de necessidade de origem
Art. 37. Recebido o relatório, o Diretor o realizar a oitiva do adolescente antes de transferi-lo.
disponibilizará para apreciação, e na primeira reunião
do Conselho Disciplinar decidira: § 1º Ocorrendo a hipótese prevista no caput , o
processo disciplinar será concluido pela unidade
I -Pela aprovação do relatório, e nesse caso pela onde aconteceu a falta disciplinar.
extinção do processo;
§2° Concluido o processo disciplinar, o Diretor da
II -Pela necessidade de novas intervenções técnicas unidade encaminhará cópia dos autos para o Diretor
com o adolescente e sua familia, caso em que serão da unidade onde o adolescente estiver internado, a
especificadas individualmente, marcando-se novo fim de que seja executada a medida imposta.

208
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

§ 3º A inobservância dos procedimentos estabelecidos local apropriado, sem prejuízo das atividades
no caput e §§ 1º e 2º acarretarão nulidade do obrigatórias, quando existir situação de risco à sua
processo administrativo e o impedimento de integridade fisica e psicológica ou à vida, que impeça
aplicação ou execução de qualquer medida contra o a permanência com os demais adolescentes.
adolescente. Recebendo, o mais breve possível, atenção especial
da equipe interdisciplinar.
Art. 41. Na hipótese de ocorrencia de falta durante o
trânsito do adolescente de uma unidade para outra, o § 1° A inclusão poderá ser realizada a requerimento
processo administrativo para apuração dos fatos será do adolescente, que expressará os motivos que
realizado pela unidade de destino. tornam necessária a medida, ou por determinação
formal do Diretor da unidade, mediante fundadas
Parágrafo único. Ocorrendo a hipótese do caput, o informações nos termos do caput deste artigo.
comunicado sera elaborado pelos servidores e
encaminhado ao Diretor da unidade para a qual o § 2º O Diretor, ouvida a equipe técnica, fixará o
adolescente deverá ser transferido, que adotará os prazo de convivência protetora, que não poderá
procedimentos estabelecidos. ultrapassar 30 (trinta) dias, e providenciará, de
imediato, as medidas necessárias para a proteção do
Art. 42. Da decisão que impós a medida disciplinar adolescente, cabendo a equipe técnica a elaboração
caberá recurso apresentado ao Diretor, obedecendo- de um plano de reinclusão do adolescente no
se ao seguinte: convivio
da unidade de atendimento.
I- O adolescente, seu representante familiar ou
defensor apresentará recurso escrito, no prazo de até § 3º Caso não seja possível a transferência ou não
24 (vinte e quatro) horas após a decisão do Conselho exista solução mais adequada para a proteção do
Disciplinar; adolescente, o Diretor poderá, condicionado ao
parecer da equipe técnica, prorrogar o prazo de
II- A Direção apreciará o recurso, devendo manifestar permanência, enquanto persistir o risco.
parecer fundamentado, no prazo de até 24 (vinte e
quatro) horas, notificando o adolescente, seu § 4" O Diretor ou equipe técnica deverá comunicar,
representante familiar e seu defensor. imediatamente, os pais ou responsáveis legais
quando da inclusão do adolescente em medida de
Art. 43. É vedada a aplicação de medida disciplinar de convivência protetora, seu periodo de duração e
isolamento a adolescente em cumprimento de medida eventuais prorrogações.
socioeducativa de internação e semiliberdade.
§ 5º O Diretor deverá comunicar, em até 24 (vinte e
Parágrafo único. Em caráter excepcional, poderá ser quatro) horas, por escrito, ao juizo competente,
separado dos demais, pelo prazo estritamente inclusive para fins de comunicação ao ministério
necessário, imprescindível para a garantia da proteção público e ao defensor do adolescente, a decretação
do interno em caso de risco à sua integridade fisica, à de convivência protetora, seu periodo de duração e
sua vida ou à de outrem. eventuais prorrogações.

Art. 44. O adolescente poderá, em caráter § 6º Em casos excepcionais, feriados ou finais de


excepcional, ser incluido em medida de convivência semana, as comunicações previstas nos § 4" e § 5º
protetora, em

209
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

serão realizadas, impreterivelmente, no primeiro


dia útil seguinte. Regimento Interno das Unidades da SEAS

§ 7° No mesmo prazo do parágrafo 5º, deverá o


Diretor da unidade de atendimento enviar cópia da
Apresentação
comunicação à Central de Regulação de Vagas - CRV e
à Coordenadoria da Rede Socioeducativa, bem como a Este regimento dispõe sobre as unidades de
Coordenadoria de Diretrizes à Célula de Atenção as medidas socioeducativas do estado do ceará,
Medidas Socioeducativas da Coordenadoria de responsáveis pela recepção, internação provisória,
Proteção Social Especial. semiliberdade, internação sanção e internação por
sentença, previstas no estatuto da criança e do
Art. 45. Em se tratando de ocorrência de alguma adolescente – eca, e nas recomendações
situação excepcional, que envolva risco para a preconizadas no sistema nacional de atendimento
segurança do adolescente, a direção da Unidade socioeducativo – SINASE.
poderá determinar medida cautelar, em caráter
provisório e protetivo, sem prejuízo para as atividades O presente documento é composto por títulos,
socioeducativas, sendo em todos os casos garantido o capítulos, seções e subseções, que trata sobre os
direito à visita. parâmetros de normatização e funcionamento das
unidades de atendimento socioeducativo do estado
Art. 46. Não haverá recurso administrativo com efeito do ceará.
suspensivo. A elaboração deste regimento contou com a
coordenação do plano estratégico estadual - pee,
Art. 47. Esta Portaria entra em vigor a partir da data gestores, técnicos, instrutores educacionais das
de sua assinatura. unidades de medidas socioeducativas e
representantes do sistema de garantia de direitos.
GABINETE DO SUPERINTENDENTE DO SISTEMA Título I -
ESTADUAL DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO, Das Medidas Socioeducativas
Fortaleza/CE, em 14 de junho de 2022. Capítulo I
Roberto Bassan Peixoto SUPERINTENDENTE - Disposições Gerais

Art.1º. Este regimento dispõe sobre as unidades de


medidas socioeducativas do estado do ceará,
responsáveis pela recepção, internação provisória,
semiliberdade, internação sanção e internação por
sentença, previstas no estatuto da criança e do
adolescente – eca, e nas recomendações
preconizadasno sistema nacional de atendimento
socioeducativo – SINASE.

§1º A recepção caracteriza-se pelo acolhimento de


natureza transitória ao adolescente acusado da
prática de ato infracional, proveniente da delegacia
da criança e do adolescente e das comarcas do

210
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

interior do estado, que deverá ser apresentado Seção I -


ao judiciário, tendo como prazo máximo para a Dos Direitos dos Adolescentes
permanência do adolescente na unidade de
recepção 24 (vinte quatro) horas. Art.4º. Serão garantidos aos adolescentes os
seguintes direitos, dentre outros:
§2º A medida socioeducativa de internação provisória
I. Ter Respeitada a sua individualidade e estar livre de
éteor
aplicada ao adolescente, antes da sentença, a
preconceito e julgamento moral.
do artigo 108 do ECA, e não deve ultrapassar o

prazo II. Estar salvo de qualquer tratamento desumano,


máximo de 45 dias. vexatório ou que atente contra a dignidade da
pessoa em desenvolvimento.
§3º A medida socioeducativa de semiliberdade
III. Participar de atividades escolares, pedagógicas,
pode profissionalizantes culturais, esportivas e de lazer,
ser aplicada como primeira medida, ou como forma de devendo ser garantida a carga horária educacional
progressão do regime para aqueles adolescentes já que dispõe a lei de diretrizes e bases da educação
privados
ECA de liberdade, conforme artigo 120 do nacional.
Nela, o educando fica sob a custódia do estado, sendo
IV. Receber assistência médica e odontológica,
possível a realização de atividades externas,
priorizando os serviços públicos e comunitários.
independente de autorização judicial.

§4º A medida socioeducativa de internação V. Ter o direito à ampla defesa e ao contraditório


quando lhe for atribuída conduta faltosa, antes de
sanção lhe ser aplicada a medida disciplinar.
pode ser aplicada por descumprimento reiterado VI. Ter garantida a convivência familiar e comunitária,
e
respeitando os critérios previamente definidos neste
injustificável da medida anteriormente imposta,
regimento.
conforme artigo 122, inciso III, parágrafo 1º, do ECA.

§5º A medida socioeducativa de internação é VII. Receber atendimento técnico, no mínimo,


quinzenalmente.
aplicada
ao adolescente autor de ato infracional e deve VIII. Ter garantido os documentos indispensáveis à
observar o previsto no artigo 122 do ECA, vida em sociedade
somente
Art.3º. Os procedimentos internos de funcionamento, IX. Ter acesso aos meios de comunicação social, a
podendo ser aplicada
de atendimento e de nos casos eserão
segurança hipóteses previstas
administrados partir de critérios predefinidos pela equipe
em lei.corpo diretivo das unidades de medidas
pelo socioeducativa.
socioeducativas, sob a responsabilidade destes,
Art.2º. As unidades de medidas socioeducativas estão
respeitando as diretrizes do presente estatuto. X. Receber visitas, obedecendo a critérios
sob a administração direta do governo do estado do
ceará. estabelecidos pela direção e pela equipe técnica da
unidade de medida socioeducativa, salvo em caso de

211
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

suspensão temporária desse direito pelo juízo


responsável pela execução da medida socioeducativa. Art.5º. Para a garantia dos direitos elencados
no artigo anterior, as unidades de medidas
XI. Ter acesso a condições adequadas de higiene e socioeducativas deverão:
asseio pessoal.
I. Manter contato permanente com os órgãos
XII. Habitar em alojamentos em condições de higiene e que compõem o sistema de garantia de direitos,
salubridade. com a comunidade local e com a sociedade em
geral, a partir de parcerias previamente
XIII. Receber, quando do seu desligamento, os articuladas pela STDS.
documentos pessoais.
II. Envolver a família no processo do cumprimento da
XIV. Ter acesso, quando necessário, a atividades respectiva medida,favorecendo o fortalecimento dos
psicoterapêuticas. vínculos sociais.

XV. Ser ouvido pela direção e equipe técnica em suas Parágrafo único. O conceito de família deste
queixas, problemas dúvidas e reivindicações. regimento se referencia no plano nacional de
promoção e defesa do direito de crianças e
XVI. Corresponder-se com familiares. adolescentes à convivência familiar e comunitária,
no qual se entende por família um grupo de pessoas
XVII. Receber assistência religiosa, segundo sua unidas por laços de consanguinidade, de aliança e/ou
crença, desde que assim o deseje, e que não coloque de afinidade, constituídos por representações,
em risco sua segurança física e mental. práticas e relações que implicam em obrigações
mútuas e exercem a função de proteção e
XVIII. Avistar-se e entrevistar-se com o representante socialização do adolescente.
do ministério público e defensoria pública.
Seção II -
XIX. Peticionar diretamente a qualquer autoridade. Dos Deveres dos Adolescentes

XX. Ser informado, sempre que solicitar, sobre sua Art.6º. São deveres do adolescente, entre outros:
situação processual XXI. Ter acesso a atividades e
serviços fora dos limites da instituição nas condições I. Cumprir o previsto neste regimento e na
estipuladas pela direção, salvo expressa determinação rotina institucional, além dos demais
judicial em contrário. procedimentos da unidade de medida
socioeducativa.
XXII. Solicitar medida de convivência protetora,
assegurando-se espaço físico apropriado, quando II. Frequentar assiduamente e participar das
estiver em situação de risco à sua integridade física ou atividades escolares e deoutras atividades propostas
psicológica ou à vida; pela unidade de medida socioeducativa, salvo nas
situações em que se justifique sua ausência, devendo
XXIII. Receber orientação das regras de funcionamento esta ser autorizada pela equipe socioeducativa, com
da unidade e das normas deste regimento interno, posterior ciência ao diretor e equipe técnica.
especialmente quanto ao regulamento disciplinar.

212
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III. Cumprir com todas as suas obrigações de aluno na XIV. Respeitar a integridade física e moral de seus
escola e cursos profissionalizantes que estiver colegas e profissionais.
inserido.
Título II -
IV. Tomar a medicação nos horários estabelecidos, em Das Fases do Atendimento Socioeducativo
caso de prescrição e orientação médica.
Art.7. O atendimento socioeducativo dependerá do
V. Cuidar da higiene pessoal, do asseio de seu plano individual de atendimento (pia), instrumento
alojamento e de seus objetos pessoais, bem como dos de previsão, registro e gestão das atividades a serem
espaços de convivência. desenvolvidas com o (a) adolescente.

VI. Colaborar com a limpeza e conservação da unidade Art.8. As fases do atendimento socioeducativo,
de medida socioeducativa, assim como de todos os conforme a resolução 119/2006 do comanda, são:
seus bens.
I - Fase inicial de atendimento: período de
VII. Portar-se sempre de forma respeitosa dentro e acolhimento, de reconhecimento e de elaboração
fora da unidade de medida socioeducativa. por parte do adolescente do processo de
convivência, de orientação sobre as normas e
VIII. Acessar os espaços restritos da unidade de regimento da unidade, de realização do diagnóstico
medida socioeducativa somente com autorização ou polidimensional e elaboração do seu plano individual
acompanhado de funcionário da unidade, de atendimento (pia), no prazo de 45 dias, conforme
preferencialmente do instrutor educacional. dispõe, o artigo 55, parágrafo único da lei
n°12.594/2012.
IX. Respeitar as normas da instituição no que se refere
às saídas e atividades externas realizadas durante o II - Fase intermediária: período de compartilhamento
cumprimento da medida socioeducativa. em que oadolescente apresenta avanços
relacionados nas metas consensuadas no plano
X. Submeter-se à revista nas seguintes situações: saída individual de atendimento e de desenvolvimento da
e retorno da unidade; após o recebimento da visita de proposta pedagógica.
familiares; após o término das atividades de sala de
aula, oficinas, e quando se fizer necessário. III - Fase conclusiva: período em que o adolescente
apresenta clareza e conscientização das metas
XI. Submeter-se à revista em seu alojamento e em conquistadas em seu processo socioeducativo e
seus pertences, conforme rotina estabelecida pela em que há a preparação para o desligamento do
unidade de medida socioeducativa, e quando esta adolescente e sua reinserção sociofamiliar.
entender necessário.
Seção I –
XII. Cumprir as medidas sancionatórias que lhe forem Da Fase Inicial de Atendimento
impostas, quandoautor de transgressão disciplinar
ou de novo ato infracional. Art.9. Os profissionais que acolhem o adolescente na
unidade de medida socioeducativa devem ter
XIII. Dirigir-se aos profissionais, colegas e visitantes de
forma educada.

213
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postura de respeito, para que seja iniciada a formação das necessidades nos aspectos Jurídico, Psicológico,
de vínculos positivos com o socioeducando. Social, Pedagógico e de Saúde.

Art.10. A chegada do adolescente deve ser registrada Art.18. Dar-se-á na fase inicial a elaboração do
e, quando necessário, realizada a emissão dos devidos diagnóstico polidimensional e da construção do
documentos de recebimento deste às autoridades plano individual de atendimento – PIA, no prazo de
judiciárias competentes. 45 dias da acolhida do adolescente na Unidade.

Art.11. Os pertences do adolescente devem ser Art.19. O diagnóstico polidimensional subsidiará o


conferidos e registrados sob sua presença e plano individual de atendimento e, a partir da
guardados, devendo ser providenciados a refeição, execução do PIA, deverá ser realizada a avaliação dos
materiais de higiene pessoal, vestuário e roupas de avanços ocorridos no período de cumprimento da
cama e banho, ficando sob a responsabilidade dos medida socioeducativa.
instrutores educacionais a orientação quanto à higiene
pessoal e revistas pessoais do adolescente. Art.20. O adolescente e sua família devem participar
ativamente do seu diagnóstico polidimensional.
Art.12. O adolescente, nesta fase, deverá conhecer as
normas e rotinas da unidade, sobremaneira no que Art.21. O plano individual de atendimento deve ser
concerne ao regimento disciplinar. enviado ao juízo da infância e da juventude para
homologação e acompanhamento da resposta da
Art.13. O adolescente deverá ser encaminhado para medida socioeducativa, nos termos da lei.
dormitório específico, em observância aos critérios de
faixa etária, compleição física e análise preliminar dos Seção II –
riscos de conflito com outros adolescentes presentes Da Fase Intermediária
na Unidade.
Art.22. Acompanhamento do PIA, mensalmente, pela
Art.14. O adolescente deverá receber atendimento equipe técnica junto ao adolescente para verificar
multiprofissional e ser entrevistado, observando-se o sua evolução e o cumprimento da medida
amparo emocional que se fizer necessário nesta fase socioeducativa, possibilitando, quando necessário, a
de atendimento. criação de novas estratégias.

Art.15. O adolescente deverá ser informado sobre Art.23. Avaliação do adolescente sobre sua
todas as atividades oferecidas na Unidade de medida participação nas atividades e rotinas da Unidade de
socioeducativa e inserido às rotinas, despertando seus internação, no mínimo, mensalmente.
interesses e orientando suas opções de participação
nas atividades. Art.24. O acesso ao PIA será restrito à direção, à
equipe técnica, ao socioeducador de referência para
Art.16. A família deverá ser atendida desde o início da o adolescente, ao adolescente e aos seus pais ou
recepção do adolescente na Unidade de medida responsável, ao ministério público e ao defensor,
socioeducativa. exceto expressa autorização judicial em contrário.

Art.17. Realizar-se-á o diagnóstico polidimensional do


adolescente (estudo de caso), a partir da identificação

214
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Seção III – II. Os representantes do poder judiciário, do


Da Fase Conclusiva ministério público, dopoder legislativo, da defensoria
pública, dos conselhos tutelares, dos conselhos de
Art.25. Nessa fase, dar-se-á o atendimento de direitos da criança e do adolescente e do comitê
avaliação conclusiva da equipe técnica, referente ao estadual de prevenção e combate à tortura terão
adolescente e sua família, a partir da análise dos acesso irrestrito às dependências da Unidade de
compromissos assumidos, da consciência crítica do medida socioeducativa.
adolescente e das metas alcançadas por meio de
plano individual de atendimento. III. O acesso do advogado ao adolescente dar-se-
á nos termos do estatutoda ordem dos
Art.26. Haverá a elaboração de relatório conclusivo do advogados do Brasil, bem como da legislação civil
adolescente, observando a avaliação destacada na e processual pertinente à matéria, mediante a
evolução do seu PIA e do cumprimento da medida apresentação da identidade funcional de
socioeducativa. advogado e procuração assinada pela família.

Art.27. Cabe à equipe técnica observar as condições §1º O acesso será permitido após identificação
externas para a reinserção do adolescente na
comunidade, preparando: §2º O acesso ao adolescente ocorrerá em dias úteis,
no horário das 8 às 17 horas, e deverá ficar restrito à
I. O acolhimento familiar; área administrativa da Unidade.

II. Os encaminhamentos para cursos na comunidade; Art.29. É vedado nas dependências da unidade de
medida socioeducativa:
III. O encaminhamento para a escola em que o
adolescente será inserido; I. A entrada de visitantes portando armas ou
qualquer outro objeto que possa colocar em risco a
IV. Os equipamentos da assistência social, para o segurança, salvo as autoridades policiais, quando a
acompanhamento do adolescente e sua família; situação exigir e devidamente autorizadas pela
direção da Unidade.
V. Os equipamentos de saúde, caso necessário.
II. A entrada de profissionais portando objetos
Título III pessoais ou qualquer outro que possa colocar em
– Do Acesso à Unidade de Medida Socioeducativa risco a segurança, salvo os que serão utilizados nas
atividades socioeducativas planejadas para o dia.
Art.28. O acesso à unidade de medida socioeducativa
obedecerá aos seguintes critérios: III. Fotografar as dependências da unidade ou os
adolescentes, salvo com autorização prévia da
I. A entrada de pessoas, devidamente direção da unidade ou da coordenação das medidas
identificadas, nas dependências da unidade, será socioeducativas.
precedida de autorização do diretor e registro em
formulário próprio.

215
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Título IV –
Da Rotina Institucional XI. Quantidade, horário e duração do banho.
Capítulo I -
Disposições Gerais Parágrafo Único. Cada Unidade de medida
socioeducativa deverá, no prazo máximo de trinta
Art.30. Para regular a convivência, definem-se como dias da implantação deste regimento, encaminhar à
critérios normativos das unidades de medidas coordenadoria de proteção social especial a sua
socioeducativas: rotina institucional para validação, mantendo-a
atualizada quanto às alterações que venham a
I. Rotina Institucional. ocorrer.

II. Regulamento Disciplinar. Art.32. O regulamento disciplinar estabelece as


transgressões e as medidas disciplinares aplicáveis.
Art.31. As Unidades de medidas socioeducativas §1º A medida disciplinar é uma sanção aplicada ao
deverão estabelecer a rotina institucional devendo adolescente que cometeu algum ato definido como
contemplar, dentre outros, os seguintes itens: transgressão às normas da unidade de medida
socioeducativa, devendo ser aplicada pela comissão
I. Horário de acordar e de dormir. disciplinar.

II. Horário das refeições. §2º Nenhum adolescente receberá medida


disciplinar sem que lhe seja garantido à apuração da
III. Dias e horários das atividades escolares, transgressão disciplinar, o direito ao contraditório e
esportivas, culturais, de lazer, de assistência religiosa, à ampla defesa.
oficinas, cursos, grupos temáticos.
§3º Somente serão passíveis de medida disciplinar as
IV. Dias e horários dos atendimentos. transgressões previstas neste regulamento.

V. Dias e horários da visita dos familiares à unidade. §4º A advertência deverá ser priorizada sempre que
cabível.
VI. Descrição dos objetos de uso pessoal (kit pessoal) e
a periodicidade da sua entrega ou troca. §5° As medidas disciplinares têm caráter
preponderantemente educativo e respeitarão os
VII. Lista e quantidade de materiais/objetos direitos humanos.
autorizados a permanecer no dormitório.
§6° As medidas disciplinares respeitarão a
VIII. Lista e quantidade de materiais/objetos individualização da conduta do adolescente, sendo
autorizados a serem trazidos pelos visitantes/ vedada a aplicação de medida coletiva aos
familiares. adolescentes.

IX. Quantidade e duração das ligações Art.33. São proibidas a incomunicabilidade e a


telefônicas, devendo ser, no mínimo, uma ligação suspensão de visita familia ao adolescente em
por semana. cumprimento de medida disciplinar.

X. Definição da programação da TV e do Rádio.

216
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Art.34. O cumprimento de medida disciplinar independentemente de gênero e orientação sexual,


não deverá prejudicar a escolarização, a desde que comprovada a convivência afetiva
profissionalização e as medidas especiais de anterior com autorização escrita dos pais ou
atenção à saúde. responsáveis do socioeducando e do companheiro.

Parágrafo Único. Deverá ser propiciado ao Parágrafo Único. A visita íntima será condicionada a
adolescente com medida disciplinar de restrição ao participação dos envolvidos em atendimentos
seu dormitório, nos dias em que não houve atividades individuais e/ou em grupos referentes à orientação
escolares ou profissionalizantes, permanência de 30 sexual e reprodutiva, métodos contraceptivos,
minutos em atividade ao ar livre. doenças sexualmente transmissíveis e aids e outros
temas pertinentes, que devem ser realizados no
Art.35. É proibido ao profissional envolvido no fato em âmbito do sistema socioeducativo.
apuração participar da apuração do ocorrido e aplicar
medida disciplinar, podendo tomar parte apenas Art.38. A convivência afetiva anterior poderá ser
como informante para fins de prova, se assim comprovada a parti da declaração dos conviventes,
demandado. confirmada pelos pais, responsáveis ou familiares no
momento da elaboração do PIA.
Capítulo II –
Da Visita Familiar, Social e Intima Art.39. As visitas terão tempo mínimo de 1 (uma)
hora.
Art.36. O instituto da visita no âmbito do
cumprimento de medida socioeducativa de internação §1° Para o cadastramento e entrada na unidade,
destina-se a manter e fortalecer vínculos familiares e exige-se certidão de nascimento para os menores de
comunitários do adolescente, obedecendo às 12 anos e documento oficial com foto para os
seguintes orientações: maiores de 12 anos.

I - A visita ao adolescente poderá ser realizada pelos §2° A entrada de visitantes menores de 18 anos
parentes em linha reta, colaterais, por afinidade, somente ocorrerá se acompanhados dos pais ou
responsáveis legais e amigos, considerando se a responsáveis legais, ou a quem estes designarem
família natural, socioafetiva, extensa e a rede social de mediante autorização presencial reduzida a termo,
apoio do adolescente, que deverá ser identificada na ou com firma reconhecida em cartório ou alvará
fase inicial de elaboração do PIA. judicial.

§1° Deverá ser garantido o direito à visita ao §3° Ao familiar que residir em outras comarcas é
adolescente no mínimo uma vez por semana, em dia e permitido o cadastramento e autorização no dia da
horário definidos pela unidade de medida visita.
socioeducativa, devendo ser observada a capacidade
máxima de 03 pessoas por visita e seguindo os §4° As visitas do adolescente serão submetidas ao
critérios de cadastramento, conforme art.39 §1°. detector de metais, bem como a outros recursos
tecnológicos relativos aos procedimentos de revista
§2° Após prévia avaliação da equipe técnica, os pessoal.
adolescentes só receberão visitas de pessoas por eles
autorizados e por seus familiares.

Art.37. A visita íntima, exclusiva para internação, é


217
garantida aos adolescentes maiores de 14 anos,
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§5° O visitante que se recusar ao procedimento de


revista pessoal não poderá visitar o adolescente. IV. Atividades que promovam a convivência familiar
e comunitária.
§6° Serão vistoriados todos os objetos trazidos pelo
visitante, destinados a ele ou aos adolescentes, e os V. Visitas à família e outros eventos circunstanciais
objetos não permitidos serão listados e guardados em de natureza familiar,tais como nascimento, óbito,
local próprio e devolvidos ao final da visitação. doença grave e paternidade.

§7° Em caso de ato ilícito cometido pelo visitante no VI. Atendimento na rede de saúde.
interior da unidade a direção deverá acionar a polícia
militar para as providências cabíveis bem como VII. Aleitamento materno e coleta de leite, no que se
solicitar ao poder judiciário o impedimento refere às adolescentes do sexo feminino.
temporário de visitas futuras.
VIII. Determinações judiciais.
§8° A Unidade de medida socioeducativa deverá
impedir a entrada de visitante, se houver contra esta IX. Convocações extrajudiciais.
decisão judicial de suspensão de visita.
§1º As saídas previstas nos incisos de I a IV são
Capítulo III – consideradas atividades externas e ocorrerão desde
Das Saídas e Atividades Externas à Unidade que avaliadas pela equipe técnica da Unidade,
seguindo critérios judiciais e técnicos, registradas
Art.40. Será considerada saída da unidade de medida devidamente no plano individual de atendimento
socioeducativa sempre que o adolescente tiver um (PIA).
destino com objetivo predefinido, acompanhado ou
não por um profissional da unidade. §2º A necessidade de acompanhamento do instrutor
educacional será avaliada pela equipe da Unidade.
Parágrafo Único. As atividades externas à unidade de
medida socioeducativa são consideradas saídas e Art.42. As visitas à família, previstas no inciso V, do
poderão ser desenvolvidas individual ou artigo 34, ocorrerão desde que resguarde a
coletivamente, desde que programadas e orientadas finalidade de fortalecer a convivência familiar e
com um objetivo predefinido, podendo ocorrer com comunitária e a partir de avaliação da equipe técnica
ou sem o acompanhamento de profissionais da da unidade, sendo obedecidas às seguintes
instituição. diretrizes:

Art.41. São modalidades de saídas: I. A equipe técnica deverá realizar estudo de caso.

I. Atividades culturais, esportivas, de lazer e de II. Nas visitas à família, o adolescente sairá
assistência religiosa. acompanhado pelo responsável, após assinatura
destes no termo de entrega e responsabilidade.
II. Atividades de escolarização, profissionalização,
trabalho. III. As datas de saídas e de retornos dos
adolescentes, cujas famílias residam em municípios
III. Atividades que promovam o exercício da cidadania. distantes da unidade de medida socioeducativa,

218
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serão definidas levando em consideração, além parecer da equipe técnica, prorrogar o prazo
de critérios técnicos, a distância e a forma de de permanência, enquanto persistir o risco.
locomoção entre os municípios.
§4º. O diretor ou equipe técnica deverá comunicar,
Parágrafo Único. Os dias programados para a visita à imediatamente, os pais ou responsáveis legais
família poderão ser revistos, individualmente, caso quando da inclusão do adolescente em medida
seja esta a única forma de promover o acesso à protetora, seu período de duração e eventuais
convivência familiar e comunitária para o adolescente. prorrogações.

Art.43. As saídas e atividades externas não deverão §5°. O diretor deverá comunicar, em 24 (vinte e
prejudicar a frequência e o desempenho escolar dos quatro) horas, por escrito, ao juízo competente,
adolescentes em qualquer atividade de caráter inclusive para fins de comunicação ao ministério
pedagógico ou de qualificação profissional. público e ao defensor do adolescente, a decretação
de convivência protetora, seu período de duração e
Título V – eventuais prorrogações.
Da Medida de Convivência Protetora
§6°. Em casos excepcionais, feriados ou finais de
Artigo 44. O adolescente poderá, em caráter semana, as comunicações previstas nos §4°e §5°
excepcional, ser incluído em medida de convivência serão realizadas, impreterivelmente, no primeiro dia
protetora, em local apropriado, sem prejuízo das útil.
atividades obrigatórias, quando existir situação de
risco à sua integridade física e psicológica ou à vida, §7º. No mesmo prazo do parágrafo 5º, deverá o
que impeça a permanência com os demais diretor da unidade de atendimento enviar cópia da
adolescentes, recebendo, o mais breve possível, comunicação à célula de atenção às medidas
atenção especial da equipe psicossocial. socioeducativas, da Coordenadoria de Proteção
Social Especial.
§1º. A inclusão poderá ser realizada a requerimento
do adolescente, que expressará os motivos que Título VI -
tornam necessária a medida, ou por determinação Do Regulamento Disciplinar para o Adolescente
formal do diretor da unidade, mediante fundadas Capítulo I
informações nos termos do “CAPUT”. - Do Processo de Apuração das Transgressões
Disciplinares dos Adolescentes
§2º. O diretor, ouvida a equipe técnica, fixará o prazo
de convivência protetora, que não poderá ultrapassar Art.45. É dever do profissional que, por qualquer
30 (trinta) dias, e providenciará, de imediato, as meio, presenciar ou tiver conhecimento de falta
medidas necessárias para a proteção do adolescente, disciplinar, de qualquer natureza, elaborar registro
cabendo a equipe técnica a elaboração de um plano de ocorrência, que conterá:
de reinclusão do adolescente no convívio da unidade
de atendimento. I - O nome e a identificação do adolescente;

§3º. Caso não seja possível a transferência ou não II - Local e hora da ocorrência;
exista solução mais adequada para a proteção do
adolescente, o diretor poderá, condicionado ao III - O ato que lhe é atribuído;

219
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postular revisão judicial de qualquer sanção


IV - A descrição sucinta dos fatos; disciplinar aplicada, podendo a autoridade judiciária
suspender a execução da sanção até decisão final do
V - O rol, de no máximo, 3 (três) testemunhas e o(s) incidente, nos termos do art.48 da lei 12.594/2012.
nome(s) da(s)eventual(is) vítima(s);
Art.48. Quando da ocorrência de alguma situação
§1°. O registro de ocorrência será enviado, excepcional que envolva risco para segurança do
imediatamente, à comissão disciplinar da unidade. adolescente, a direção da unidade poderá
determinar medida cautelar em caráter provisório e
Art.46. A comissão disciplinar designará data, a mais protetivo, sem prejuízo para as atividades
breve possível para ouvir o adolescente, as socioeducativas.
testemunhas e as vítimas(s) eventualmente indicadas
no registro de ocorrência. Art.49. Da decisão da comissão disciplinar caberá
recurso à comissão de apuração vinculada à
Parágrafo Único - As oitivas serão reduzidas a termo e, coordenadoria de proteção social especial, no prazo
após a leitura serão assinadas pelos respectivos de 5 (cinco) dias úteis, a contar da decisão, devendo
depoentes. o mesmo ser deliberado, no máximo, em igual prazo,
podendo ser prorrogada em casos excepcionais e
Art.47. Encerradas as oitivas e não sendo necessária a devidamente justificados.
produção de outras provas, a comissão disciplinar,
assegurada a ampla defesa e o contraditório, proferirá Parágrafo Único. Caso a comissão de apuração
decisão e, se for o caso, aplicará a sanção, no prazo manifeste-se contrária à decisão da comissão
máximo de 03 (três) dias da ocorrência do fato. disciplinar da unidade, o ocorrido não deverá constar
no relatório do adolescente, cabendo à comissão de
§1°. A decisão deverá ser fundamentada e descreverá, apuração informar ao juízo sobre a revisão da
em relação a cada adolescente, separadamente, a decisão da medida aplicada no prazo de 5 (cinco)
falta disciplinar que lhe é atribuída, as provas colhidas, dias úteis.
as razões da decisão e, se for o caso, a sanção a ser
aplicada. Art.50. Logo após a decisão da comissão disciplinar
da Unidade o diretor determinará as seguintes
§2°. A comissão disciplinar levará em conta, na providências:
aplicação da medida disciplinar, as circunstâncias
atenuantes e agravantes previstas nos artigos 58 e 59 I – Ciência ao adolescente;
deste regimento.
II – Ciência aos pais ou responsável legal do
§3°. Inobservado o prazo do CAPUT, extingue a adolescente;
pretensão da aplicação da medida disciplinar.
III – Registro da medida disciplinar aplicada no
§4°. É facultado ao adolescente no procedimento prontuário do adolescente;
disciplinar requisitar defesa técnica.
Art.51. O Socioeducando que concorrer para o
§5°. O defensor público, o ministério público, o cometimento da falta disciplinar incidirá nas mesmas
adolescente e seus pais ou responsável poderão

220
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sanções cominadas ao autor, na medida de sua I - Preparação: em que cada pessoa envolvida no
participação e culpabilidade. processo deverá ser escutada individualmente
pelos facilitadores, sendo instruída acerca do
Seção I - funcionamento do processo restaurativo, bem
Da Abordagem Restaurativa no Processo de como questionada sobre o ato de indisciplina;
Apuração das Transgressões Disciplinares
II - Encontro: em que os envolvidos serão reunidos,
Art.52. No processo de apuração das transgressões com a mediação do facilitador que, com a
disciplinares, especialmente no que concerne às metodologia restaurativa adequada, deverá facilitar
transgressões de natureza leve, a comissão disciplinar o processo de diálogo e a construção de um acordo
priorizará a utilização de uma abordagem restaurativa de responsabilização;
e de autocomposição de conflitos para
responsabilização do adolescente e, se possível, III - Monitoramento: que consiste em novo encontro
reparação de danos, em conformidade com o disposto em que o facilitador deverá verificar o cumprimento
no art.36, da lei 12.594/2012, por meio da suspensão ou não do acordo.
do processo ordinário e encaminhamento do caso aos
facilitadores de práticas restaurativas da unidade. §1º - Verificado o cumprimento do acordo, o
facilitador deverá encaminhar informe à comissão
§1º - A viabilidade da utilização da abordagem disciplinar, solicitando o arquivamento do processo
restaurativa será verificada mediante a voluntariedade disciplinar.
da participação dos envolvidos, bem como da
existência de condições seguras para a promoção do §2º - Verificado o descumprimento, o facilitador irá
encontro; verificar a possibilidade de estabelecimento de novo
prazo para que o acordo seja cumprido ou, sendo
§2º - O início da abordagem restaurativa deverá este inviável, encaminhará à comissão disciplinar o
suspender o procedimento ordinário de apuração das informe do descumprimento, solicitando a
transgressões disciplinares, que só será retomado caso reabertura do procedimento ordinário de apuração
o processo não resulte em acordo viável ou na das transgressões disciplinares.
possibilidade de acordo, este não for cumprido
satisfatoriamente; Art.55. Ressalvado o acordo de responsabilização
resultado do processo restaurativo, todas as
§3º - Em caso de o processo resultar em acordo de informações resultantes dos procedimentos de
responsabilização cumprido, arquivar-se-á o preparação e de encontro serão sigilosas, ficando
procedimento de apuração das transgressões seu conhecimento restrito às pessoas diretamente
disciplinares. envolvidas em cada etapa do processo, não podendo
ser usadas como prova no processo ordinário de
Art.53. O processo restaurativo será desenvolvido por apuração de transgressões disciplinares, sob pena de
um ou dois facilitadores de práticas restaurativas, responsabilização, conforme previsão neste
profissionais habilitados, capacitados em regimento.
metodologias de resolução de conflitos apropriadas.
Art.56. O processo restaurativo não deverá exceder,
Art.54. O procedimento restaurativo será composto em hipótese nenhuma, o prazo de 30 (trinta) dias,
por três fases:

221
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desde sua abertura até o informe final à Seção III -


comissão disciplinar. Da Comissão Permanente de Monitoramento e
Fiscalização do uso do Isolamento Cautelar e
Seção II - Aplicação de Sanções
Da Comissão Disciplinar
Art.58. É uma instância formal e colegiada incumbida
Art.57. A comissão disciplinar é uma instância formal de fiscalizar o uso do isolamento cautelar e aplicação
colegiada por meio da qual se apura, de forma de sanções nas Unidades Socioeducativas e emitir
individualizada, a ocorrência de falta disciplinar de relatórios. A comissão é composta por servidores e
natureza leve, média e grave praticada por colaboradores indicados pala Coordenadoria de
socioeducando, aplicando-se a sanção disciplinar Proteção Social Especia – CPSE e publicizada através
cabível, sendo assegurado o direito à ampla defesa e de portaria do secretário
ao contraditório, nos termos do artigo 5º, inciso lV, da
constituição federal Capítulo II -
Das Transgressões Disciplinares dos Adolescentes
I. A comissão disciplinar deverá ser composta pelo
diretor da unidade,por dois representantes da Art.59. As transgressões classificam-se em:
equipe técnica e dois representantes dos
socioeducadores. I. Leves;
II. Médias;
II. Em se tratando de transgressões de natureza leve, a III. Graves.
comissão disciplinar poderá, excepcionalmente,
exercer suas funções com apenas 3 (três) de seus Seção I -
membros, sendo obrigatória a participação do diretor Das Transgressões Leves
da unidade e de um representante da equipe técnica.
Art.60. Constituem-se transgressões leves:
III. A resposta disciplinar no caso de
transgressões leves, ainda que obedeça ao prazo I. Possuir, portar ou utilizar valores não
máximo de 3 (três) dias, deverá observar, de concedidos ou não autorizados pela unidade;
modo preponderante, o princípio da celeridade e
da eficácia da medida disciplinar. II. Desperdiçar materiais fornecidos pelo estado;

§1°. A coordenadoria de proteção social especial, III. Entregar correspondência, bilhete ou similar, sem
anuirá representantes que comporão a comissão o conhecimento e autorização dos profissionais da
disciplinar; unidade;

§2º. Ficam impossibilitados de compor a comissão IV. Descumprir, injustificadamente, os horários


disciplinar o(s) servidor(es) que esteja(m) envolvido(s) estabelecidos para o funcionamento interno da
no fato da apuração, podendo participar apenas como unidade;
parte informante para fins de prova, se assim
demandado, devendo o substituto ser designado pela V. Recusar-se, sem justificativa cabível e
direção. autorização, a participar ou se ausentar de
atividades de escolarização e profissionalização já
iniciadas

222
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VI. Recusar-se a se deslocar de uma atividade a IV. Trocar de dormitório sem autorização;
outra para atender ao previsto no agendamento das
atividades da unidade; V. Danificar roupas ou objetos de outrem, fornecidos
pela unidade ou familiares;
VII. Obstruir a visão do alojamento;
VI. Atrasar-se, sem justa causa, no retorno à
VIII. Desobedecer às normas de circulação e trânsito unidade, no caso de saída autorizada;
interno;
VII. Dificultar ou recusar-se a submeter-se à
IX. Deixar de trocar as roupas de cama e toalhas ou revista pessoal, de seu dormitório, bens ou
não devolvê-las, no prazo estabelecido pelo pertences;
cronograma da unidade;
VIII. Fazer uso de medicação prescrita para outro
X. Manusear equipamentos e materiais sem adolescente;
autorização;
IX. Sair para qualquer atividade externa e desviar-se
XI. Trocar ou doar dentro da unidade, objeto lícito que de seu percurso ou separar-se sem autorização,
lhe pertença; quando acompanhado ou não de um funcionário da
unidade;
XII. Atrasar-se, sem justa causa, no retorno à unidade,
no caso de saída autorizada; X. Injuriar, difamar, caluniar, agredir verbalmente
ou proferir ameaças a adolescentes, funcionários ou
XIII. Furtar objetos que não ofereçam risco a visitantes;
integridade física de outrem
XI. Tentar fugir ou facilitar fuga sem êxito de outrem
XIV. Induzir ou instigar pessoa a praticar falta da unidade sem ameaça ou violência;
disciplinar de natureza leve.
XII. Praticar ato obsceno com a exposição das partes
Seção II - íntimas quando estiver em áreas coletivas, junto a
Das Transgressões Médias outros adolescentes ou qualquer membro da
equipe técnica e socioeducadores na unidade;
Art.61. Constituem-se transgressões médias:
XIII. Danificar bens e materiais fornecidos pelo
I. Adentrar em dormitório alheio e causar tumulto; estado;

II. Impedir ou perturbar a realização de XIV. Tentar provocar incêndio;


atividades socioeducativas dentro ou fora da
unidade, bem como o repouso; XV. Praticar lesão corporal leve;

III. Vender, dentro da unidade, objeto lícito que XVI. Induzir ou instigar pessoa a praticar falta
lhe pertença, semautorização da direção e equipe disciplinar de natureza média.
técnica da unidade;

223
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XVII. Cometimento reiterado de infrações de natureza XII. Estabelecer relação de exploração física ou
leve. de trabalho com outro adolescente, mediante
Seção III - violência ou grave ameaça;
Das Transgressões Graves
XIII. Evadir-se durante atividades externas e saídas
Art.62. Constituem-se transgressões graves: temporárias;

I. Incitar ou participar de movimento para subverter a XIV. Roubar ou extorquir qualquer objeto;
ordem ou a disciplina;
XV. Receber objetos ilícitos;
II. Criar e divulgar notícia que perturbem a ordem ou a
disciplina na unidade; XVI. Cometimento reiterado de infrações de
natureza média;
III. Furtar objetos utilizados nas atividades ou
atendimentos de qualquer natureza que possa XVII. Cometer homicídios;
oferecer risco para si ou para outrem;
XVIII. Provocar incêndio;
IV. Retornar à unidade com sintomas de uso de drogas
ou álcool; XIX. Praticar lesão corporal média e leve;

V. Receber, fabricar, portar, ter, consumir, fornecer ou XX. Facilitar fuga de outrem da unidade, utilizando-se
concorrer paraque haja na unidade bebida alcoólica de ameaça ou violência;
ou substâncias que possam causar reações adversas
às normas de conduta, dependência física ou psíquica; XXI. Estabelecer relação sexual com outro
adolescente, mediante violência ou grave ameaça.
VI. Portar, usar, possuir ou fornecer aparelho
telefônico celular ou outros meios de comunicação Art.63. No caso de tumultos, rebeliões, incêndios e
não autorizados; homicídios, a polícia militar deverá ser acionada para
as providências cabíveis, devendo ser realizada a
VII. Fabricar, guardar, portar ou fornecer objeto imediata ciência à coordenação das medidas
destinado à fuga; socioeducativas.

VIII. Fabricar, guardar, portar ou fornecer objetos Parágrafo Único - Adotadas as providências legais e
cortantes ou perfurantes que possam ser utilizados administrativas, a unidade de medida socioeducativa
para intimidar ou ferir pessoas; IX. Induzir ou instigar manterá cópia dos documentos para arquivamento
pessoa a praticar falta disciplinar de natureza grave; no prontuário do adolescente.

X. Provocar autolesão para imputar responsabilidade a Capítulo III -


outra pessoa,com o intuito de induzir as autoridades a Das Medidas Disciplinares Aplicadas aos
erro; Adolescentes
Seção I -
XI. Praticar ato infracional não previsto no regimento, Das Medidas Aplicáveis
sem prejuízo do processo judicial;

224
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Art.64. São medidas disciplinares aplicáveis ao §1º Caso necessária a aplicação conjunta de mais de
adolescente que comete transgressões leves: um inciso, deve ser obedecido o limite de três
incisos e respeitada a particularidade da
I. Advertência verbal. transgressão.

II. Advertência escrita, assinada pelo adolescente e/ou 2º As medidas previstas neste artigo podem ser
duas testemunhas,e arquivada ao seu prontuário. cumuladas ou substituídas por outras de natureza
pedagógica e/ou educativas, devendo ser avaliadas
III. Suspensão da prática recreativa e de lazer pela direção e pela equipe técnica da unidade.
pelo prazo de até dois dias.
Art.66. São medidas disciplinares aplicadas a quem
IV. Suspensão da prática esportiva pelo prazo de comete transgressões graves:
até três dias.
I. Suspensão da prática recreativa e de lazer pelo
V. Privação de produtos autorizados a entrar em prazo de até cinco dias.
dias de visita. II. Suspensão da prática esportiva pelo prazo de
até cinco dias.
§1º Caso necessária a aplicação conjunta de mais de
um inciso, deve ser obedecido o limite de três incisos III. Privação de produtos autorizados a entrar em
e ser respeitada a particularidade da transgressão. dias de visita.

§2º As medidas previstas neste artigo podem ser IV. Restrição do adolescente ao dormitório por no
cumuladas ou substituídas por outras de natureza máximo cinco dias.
pedagógica e/ou educativas, devendo ser avaliadas
pela direção e pela equipe técnica da unidade. §1º No âmbito da aplicação de medida disciplinar,
são absolutamente proibidas a incomunicabilidade e
Art.65. São medidas disciplinares aplicadas ao a suspensão de visita, assim como qualquer sanção
adolescente que comete transgressões médias: que importe prejuízo às atividades obrigatórias,
consistentes na escolarização, profissionalização e
I. Advertência escrita, assinada pelo adolescente e/ou nas medidas de atenção à saúde.
duas testemunhas,e arquivada ao seu prontuário.
§2º Caso necessária a aplicação conjunta de mais de
II. Suspensão da prática recreativa e de lazer um inciso, deve ser obedecido o limite de três incisos
pelo prazo de até três dias. e respeitada a particularidade da transgressão.

III. Suspensão da prática esportiva pelo prazo de §3º As medidas previstas neste artigo podem ser
até três dias. cumuladas ou substituídas por outras de natureza
pedagógica e/ou educativas, devendo ser avaliadas
IV. Privação de produtos autorizados a entrar em dias pela direção e pela equipe técnica da unidade.
de visita.
Art.67. As medidas disciplinares serão aplicadas sem
V. Retratação verbal à pessoa ofendida. prejuízo das demais implicações e providências de
cunho sancionatórios cabíveis ao caso.

225
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Art.68. Quando do cometimento de mais de do príncipe), fenômenos naturais (Raios, Terremotos,


uma transgressão disciplinar no mesmo evento, Inundações, etc. E ocorrências políticas (Guerras,
a transgressão mais grave absorve a menos Revoluções, etc.)
grave.
Seção II -
Art.69. A medida disciplinar poderá ser revista pela Das Circunstâncias Atenuantes
comissão disciplinar no decorrer do cumprimento,
havendo motivo justificável, desde que não seja mais Art.71. São circunstâncias atenuantes à aplicação de
gravosa para o adolescente. qualquer medida disciplinar ao adolescente:

Art.70. Não será aplicada sanção disciplinar ao I. Primariedade em falta disciplinar.


adolescente que tenha praticado a falta:
II. Bom comportamento na unidade.
I – Em estado de necessidade;
III. Assiduidade e bom comportamento nas
II – Em legítima defesa própria ou de outrem; atividades pedagógicas

III – Por coação irresistível; IV. Bom desempenho nas metas do plano
individualizado de atendimento (pia).
IV – Por motivo de força maior.
V. Ter o adolescente desistido de prosseguir na
§1º Considera-se em estado de necessidade quem execução da transgressão disciplinar.
pratica o fato para salvar de perigo atual, que não
provocou por sua vontade, nem podia de outro modo VI. No caso de o adolescente, por sua própria
evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas iniciativa e com eficiência,logo após cometer a
circunstâncias, não era razoável exigir-se. transgressão disciplinar, evitar-lhe consequências
mais graves ou minorar as consequências da falta.
§2º Entende-se em legítima defesa quem, usando
moderadamente dos meios necessários, repele injusta VII. Ter cometido a falta disciplinar sob coação a que
agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de podia resistir, ou em cumprimento de ordem, ou
outrem. sob a influência de violenta emoção provocada por
ato injusto de terceira pessoa.
§3º A coação irresistível pode ser física ou moral. A
física se caracteriza quando o esforço físico/muscular VIII. Ter o adolescente confessado
do autor é insuficiente para livrá-lo da ação do coator. espontaneamente, perante a autoridade
A coação moral se apresenta sob forma de ameaça administrativa, a autoria da falta disciplinar.
feita pelo coator ao autor, que é compelido a praticar
ação a delituosa, sob pena de suportar um prejuízo IX. Ter cometido a transgressão disciplinar sob
maior. influência de tumulto, senão o provocou.

§4º Força maior é um acontecimento relacionado a X. Ter o adolescente confessado


fatos externos, independentes da vontade humana, espontaneamente, perante a equipe da unidade, a
que impedem o cumprimento das obrigações. Esses autoria da infração disciplinar, até então ignorada
fatos externos podem ser: ordem de autoridades (fato ou atribuída a outro.

226
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IX. Quando executa a falta disciplinar, ou nela


XI. Evitar ou minorar, logo após a transgressão, suas participa, mediante pagamento ou promessa de
consequências ou se propuser a reparar o dano. recompensa.

Parágrafo Único. A medida disciplinar poderá ainda ser X. Ter cometido a transgressão disciplinar com o
atenuada em razão de circunstância relevante, envolvimento de duas ou mais pessoas.
anterior ou posterior à falta disciplinar, embora não
expressamente regulamentada. XI. Ter liderado conflitos, motins, tumultos e
rebeliões dentro da unidade socioeducativa.
Seção III -
Das Circunstâncias Agravantes XII. Ter cometido a transgressão contra adolescente
impossibilitado dese defender.
Art.72. São circunstâncias agravantes para a aplicação
de qualquer medida disciplinar ao adolescente: XIII. Ter cometido a transgressão com premeditação.

I. Reincidência em falta disciplinar. Capítulo IV -


Do Desvio de Percurso, da Evasão e da Fuga
II. Ter o adolescente cometido transgressão disciplinar
por motivo fútil ou torpe ou para facilitar ou Art.73. Após as 24 horas da evasão do adolescente, a
assegurar a execução, ocultação, impunidade, ou Unidade de medida socioeducativa comunicará ao
vantagem em outra falta disciplinar. juizado da infância e da juventude.

III. Cometer a transgressão disciplinar à traição, §1º O prazo de 24 horas inicia-se a partir do horário
de emboscada, com dissimulação ou abuso de que a Unidade de medida socioeducativa
confiança. estabeleceu para o retorno da saída ou atividade
externa.
IV. Cometer a transgressão disciplinar com emprego
de fogo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou §2º O adolescente que retornar da evasão em até 24
de que podia resultar perigo comum. horas será recebido pela Unidade de medida
socioeducativa, sendo necessário o envio de
V. Sob o efeito de substância psicoativa. relatório circunstanciado ao poder judiciário.

VI. Mediante promoção, organização ou §3º Após o prazo de 24 horas, caso o adolescente se
cooperação no cometimento de falta disciplinar ou apresente na Unidade de medida socioeducativa,
ainda quando dirige, comanda ou por qualquer deverá ser imediatamente encaminhado ao juizado
forma lidera a atividade dos demais participantes. da infância e da juventude para que as autoridades
competentes procedam Na forma da lei.
VII. Quando coagir ou induzir outros adolescentes
à execução de falta. Art.74. Toda evasão deverá ser comunicada à família
do adolescente e ao juizado da infância e da
VIII. Quando instiga ou determina o cometimento de juventude para as providências cabíveis.
falta à pessoa não punível em virtude da condição ou
qualidade pessoal.

227
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Art.75. Toda evasão deverá ser comunicada à Capítulo II –


coordenação de medidas socioeducativas, sendo Dos Deveres
necessário o envio do relatório circunstanciado à
referida coordenação em até 24 horas. Art.78. São deveres dos funcionários públicos e
prestadores de serviços das unidades de internação
Art.76. Em caso de evasão, os pertences e a socioeducativa para adolescentes:
documentação do adolescente serão entregues a ele
próprio, a seus familiares ou responsáveis, em caso de I - Todos os previstos no estatuto do servidor
determinação judicial, ou após a extinção da medida público, no caso dos funcionários públicos;
socioeducativa, mediante assinatura de recibo.
II – Todos os previstos no manual dos
Título VII - socioeducadores;
Dos Direitos, Deveres e da Disciplina do Orientador
de Célula, da Equipe Administrativa, da Equipe III – Cumprir a proposta de atendimento do projeto
Técnica, da Equipe de apoio Técnico e da Equipe político pedagógico das unidades de internação;
Operacional de Apoio.
Capítulo I – IV – Cumprir e fazer cumprir este regimento;
Dos Direitos
V – Obedecer às determinações previstas, na
Art.77. São garantidos aos funcionários públicos, constituição federal, no estatuto da criança e do
prestadores de serviço e colaboradores, além adolescente, no sistema nacional de atendimento
daqueles descritos no manual do socioeducador: socioeducativo, neste regimento e nas normas
disciplinares e de rotina das unidades;
I – Ter conhecimento e consultar, quando necessário,
o regimento interno; VI – Registrar a frequência ou outro instrumento que
comprove a jornada de trabalho;
II – Ser orientado, quando necessário, a buscar
atendimento especializado ao apresentar VII – Agir com postura ética, como requer a
comportamento que afete o desempenho de suas especificidade do trabalho,assim como nas questões
funções; privativas do adolescente;

III – Ser ouvido, perante qualquer situação de conflito VIII – Não trocar, nem vender objetos de qualquer
que envolva funcionários e/ou adolescentes; natureza com adolescentes e familiares dos
socioeducandos;
IV – Ter espaço adequado para atendimento, guarda
de pertences, higiene pessoal e realização de IX – respeitar os direitos da pessoa humana;
refeições;
X – Não infligir sofrimentos físicos ou psíquicos,
V – Participar de reuniões de rotina, formação como meio de intimidação, castigo pessoal, medida
continuada, planejamento das ações, avaliação das preventiva ou qualquer outro fim
atividades e integração da equipe de trabalho.
XI – Usar trajes adequados, considerando a
especificidade do trabalho;

228
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XII – Submeter-se a revista realizada pelas equipes de XXII – Apresentar atestados médicos em casos de
controle de entrada e saída de pessoas e materiais faltas ao trabalho, no primeiro dia útil
da unidade; subsequente.

XIII – Manter sigilo sobre procedimentos de §1º- O funcionário fora de serviço não poderá ter
segurança, sobre história de vida e situação judicial acesso à unidade, sem o consentimento do chefe
dos adolescentes; imediato.

XIV – Comunicar ao seu superior imediato e à direção §2º - Não será permitida saída de funcionário antes
da unidade qualquer irregularidade ou situação que do término do serviço ou plantão, sem a devida
possam ameaçar a segurança da unidade; autorização da direção da unidade socioeducativa,
devendo esta ser registrada no livro de ocorrências.
XV – Prestar esclarecimento, em sindicâncias ou
processos, sobre fatos de quer tiver ciência; Capítulo III –
Da Disciplina
XVI – Comparecer e cumprir a jornada de
trabalho ordinário e, quando convocado, Art.79. A disciplina consiste na observância e
extraordinário, executando as atividades que lhe obediência às determinações deste regimento no
competem assegurando-se os direitos previstos exercício funcional de cada profissional.
em lei;
Art.80. Os procedimentos disciplinares devem
XVII – Respeitar os horários de comparecimento ao contribuir para a segurança e a construção de um
trabalho e intervalos estipulados para a refeição; ambiente tranquilo e produtivo, imbuindo um
sentimento de justiça e de respeito pelos direitos
XVIII – Prestar informações à direção sobre o fundamentais à dignidade de toda pessoa humana.
comportamento e desempenho dos adolescentes nas
atividades em que tiver participação ou sob sua Art.81. Não serão aplicadas medidas disciplinares
condução; que comprometam a integridade física, psíquica e
moral do profissional.
XIX – Demonstrar respeito às diversidades
étnicas, culturais, de gênero credo e orientação Art.82. O funcionário que não cumprir as
sexual dos adolescentes, colegas de trabalhos e determinações contidas neste regimento será
outros submetido ao procedimento administrativo próprio,
sem prejuízo das penalidades legais cabíveis.
XX – Zelar pela segurança dos adolescentes, evitando
situações que ponham em risco sua integridade física, Art.83. Em caso específico de violação da integridade
moral e psicológica; física de adolescentes em cumprimento de medida
socioeducativa de internação e semiliberdade de
XXI – Participar de reuniões de rotina, encontros responsabilidade do estado do ceará, em
de aperfeiçoamento e formação profissional, decorrência de quaisquer atos de violência física ou
planejamento das ações, avaliação das atividades e tortura nas dependências das unidades de
integração da equipe de trabalho, sempre que atendimento socioeducativo, em que havendo
convocado; indícios de autoria e materialidade do ilícito, o
servidor público sujeita- se à sindicância ou
procedimento administrativo
229
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disciplinar, sem prejuízo da responsabilidade civil e Parágrafo Único. Em caso de desrespeito às normas
criminal, decorrente de irregularidades que possam previstas nesse regimento, o funcionário deverá
configurar prática de atos ilícitos quando no exercício ser encaminhado à comissão disciplinar da
do cargo, emprego ou função, conforme preceitua o Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social
estatuto dos funcionários público civis do estado do (STDS), para as providências cabíveis.
ceará, lei nº9.826/1974.
Art.85. São consideradas faltas leves:
§1º São penalidades para as infrações cometidas pelo
servidor no caso específico deste CAPUT: I - Faltar ao serviço, sem justificativa legal;

A) Repreensão; II – Chegar frequentemente atrasado;

B) Suspensão; III – Ficar fora do setor em que está lotado, sem o


devido conhecimento da direção da unidade;
C) Multa;
IV - Usar trajes inadequados no exercício de
D) Destituição de cargo comissionado; suas atividades;

E) Demissão; V - Não cumprir com as funções para as quais


fora contratado;
F) Cassação de aposentadoria, sendo-lhe concedido o
direito de ampla defesa; VI - Uso constante do telefone no horário de
trabalho, interferindo no desenvolvimento das
§2º Caso o autor da violação da integridade física funções.
contra adolescentes em cumprimento de medida
socioeducativa de internação e semiliberdade seja
colaborador ou terceirizado em regime celetista, após
apurado ou ato ilícito por meio de procedimento Art.86. São faltas médias:
administrativo e, sendo constatado qualquer prática
de violência, o procedimento será encaminhado I – Omitir-se, na resolução dos problemas
imediatamente a entidade ou empresa empregadora a envolvendo adolescentes;
fim de adotar as medidas cabíveis, assim como poderá
ser enviado à autoridade especializada em infrações II - Agressões verbais aos colegas e adolescentes;
penais cometidas contra crianças e adolescentes.
III - Tentar infamar a imagem do local de trabalho ou
Capítulo IV– de outros setoresda instituição;
Das Sanções e Faltas
IV - Usar do cargo que ocupa para se favorecer,
Art.84. Na aplicação das sanções disciplinares, levar- diante dos adolescentese seus familiares;
se-á em conta o comportamento apresentado, a
natureza e as circunstâncias do fato, bem como as V – Reincidência em falta leve, anteriormente
suas consequências. cometida.

Art.87. São faltas graves:

230
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Título VIII-
I – Portar, fornecer ou facilitar a entrada de Da Segurança dos Adolescentes Internos e
armas, serras, bebidasalcoólicas, tóxicos para Profissionais das Unidades
adolescentes ou para uso próprio;
Art.88. Deve ser garantida a segurança dos
II - Facilitar fugas e incentivos a motins; adolescentes internos e dos profissionais das
unidades, sendo balizador fundamental da ação dos
III– Sabotar ou dificultar o bom andamento do serviço; profissionais e da polícia na garantia de tal segurança
a preservação da integridade física e psicológica dos
IV - Danificar material da instituição ou de adolescentes internos.
adolescentes,intencionalmente;
Art.89. A polícia deverá ser acionada em caráter
V – Utilizar-se de qualquer tipo de bebida alcoólica excepcional e como última medida, estritamente nas
ou substância psicoativa, antes e durante o serviço; seguintes hipóteses:

VI - Fazer transações com adolescentes ou seus I - Quando da ocorrência de tumulto generalizado no


familiares, como empréstimos, trocas, compras, interior da unidade que envolva a maioria dos
vendas, etc.; adolescentes e/ou alojamentos e os adolescentes
internos encontrem-se fora dos seus dormitórios,
VII - Coagir o adolescente, com intenção de abusos sem condições de contenção por parte dos
e/ou assédio sexual; socioeducadores e da equipe técnica;

VIII – Utilizar-se na apuração de transgressões II - Quando da ameaça de invasão da unidade, que


disciplinares contra adolescente de informações a que ponha em risco a vida de adolescente interno ou
teve acesso por meio do processo restaurativo; profissional;

IX - Divulgar informações sobre a história de vida dos III - Quando da ameaça à integridade física de
adolescentes em cumprimento de medidas, bem familiares de adolescentes ou terceiros que se
como a situação processual; encontrem na unidade.

X - Divulgar procedimentos e rotinas das unidades; Art.90. A polícia não deve ser acionada em situações
cotidianas de vistoria ou para qualquer medida de
XI - Divulgar imagens e filmagens das segurança preventiva junto aos internos, devendo
dependências internas das unidades e dos estas serem realizadas pelos socioeducadores.
adolescentes, sem autorização expressa da direção
da unidade; Art.91. Quando acionada a polícia, a direção da
unidade deve, imediatamente, comunicar à
XII - Reincidência, em falta de natureza média. coordenação das medidas socioeducativas, que por
sua vez comunicará ao juiz da vara de execução da
Paragrafo Único. Em caso de faltas que configurem infância e da juventude, e ao ministério público.
crimes previstos no código penal e demais dispositivos
pertinentes, a direção da unidade deverá comunicar à Art.92. Quando for necessário o encaminhamento de
autoridade especializada em infrações penais. adolescente para iniciar novo procedimento na

231
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delegacia da criança e do adolescente em razão do Seção I –


cometimento de ato infracional, este deve ser Das Atribuições do Orientador de Célula
acompanhado preferencialmente de algum
membro da equipe técnica. Art.97. Compete ao orientador da célula:

Artigo 93. Cessado o tumulto generalizado no interior I. Administrar e supervisionar os serviços técnicos e
da unidade a partir da atuação da polícia, os administrativos executados na unidade.
adolescentes envolvidos devem, imediatamente, ser
encaminhados para exame de corpo de delito e oitiva II. Planejar, coordenar, controlar e avaliar a execução
junto ao ministério público. dos programas e atividades administrativas e
técnicas realizadas na unidade.
Título IX –
Das Atribuições da Equipe da Unidade de Medida III. Viabilizar o cumprimento das determinações
Socioeducativa judiciais relativas ao adolescentes assistidos na
Capítulo I unidade.
- Das Atribuições do Orientador de Célula e da Equipe
Administrativa IV. Coordenar o acompanhamento dos prazos legais
relativos ao adolescentes, juntamente com o
Art.94. A direção da unidade de medida advogado.
socioeducativa é exercida por um profissional
nomeado pela Secretaria do Trabalho e V. Zelar pelo cumprimento das obrigações das
Desenvolvimento Social – STDS, denominado entidades que atendem adolescentes, previstas no
orientador de célula, observando-se o perfil descrito estatuto da criança e do adolescente.
no art.17, inciso III, da lei 12.594/2012.
VI. Responsabilizar-se pelo patrimônio público,
Art.95. A direção responde diretamente pela zelando pela manutenção e conservação das
administração da unidade de medida socioeducativa e instalações físicas e bens materiais da unidade.
a ela estão subordinadas todas as demais instâncias da
unidade. VII. Coordenar a elaboração e acompanhar a
implementação do projeto político-pedagógico
Art.96. A equipe administrativa da unidade de medida institucional da unidade.
socioeducativa é composta por:
VIII. Prestar contas dos materiais e equipamentos
I. Agente administrativo; recebidos, zelando pelo bom uso destes.

II. Auxiliar administrativo; IX. Incentivar e facilitar a qualificação


permanente dos profissionais que atuam na
III. Coordenador de disciplina. unidade.

Parágrafo Único. Entende-se como auxiliar X. Coordenar a revisão coletiva do regimento


administrativo o profissional que exerce a função de interno, em consonância com a legislação em vigor.
gerente da unidade.

232
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XI. Participar da análise e definição de projetos XXII. Assegurar o cumprimento das orientações
a serem inseridos no projeto político- técnicas de vigilância sanitária e epidemiológica.
pedagógico da unidade.
XXIII. Viabilizar salas adequadas para a
XII. Garantir o fluxo de informações na unidade e educação formal, atendimentos técnicos e
desta com os demais órgãos da administração qualificação profissional.
estadual;
XXIV. Assegurar a realização do processo de
XIII. Encaminhar à Secretaria do Trabalho e avaliação institucional da unidade, quando
Desenvolvimento Social –STDS, as propostas de solicitado.
modificações no ambiente institucional, quando
necessárias e/ou solicitadas. XXV. Zelar pelo sigilo de informações pessoais de
adolescentes, das famílias e de todo o quadro de
XIV. Orientar e acompanhar o ingresso de novos pessoal da unidade.
funcionários da unidade.
XXVI. Promover relacionamento cooperativo de
XV. Acompanhar, juntamente com o pedagogo, as trabalho com os profissionais que atuam na unidade.
ações de escolarização formal na unidade.
XXVII. Encaminhar para a célula de medidas
XVI. Assegurar o cumprimento dos dias letivos, horas- socioeducativas informações e relatórios sobre
aula e horas atividade estabelecidos pela secretaria de situações de natureza grave ocorridas na unidade e
educação do estado do ceará. sobre as atividades desenvolvidas.

XVII. Supervisionar o preparo da alimentação, quanto XXVIII. Cumprir e fazer cumprir o disposto
ao cumprimento das normas estabelecidas na neste regimento.
legislação vigente, relativamente a exigências
sanitárias e padrões de qualidade nutricional. XXIX. Cumprir e fazer cumprir a legislação em vigor.

XVIII. Participar da comissão disciplinar, dando XXX. Realizar outras atividades inerentes à função.
encaminhamento às decisões tomadas coletivamente.
Seção II –
XIX. Definir horário e escalas de trabalho dos Das Atribuições da Equipe Administrativa
profissionais que atuam na unidade.
Art.98. Compete ao agente administrativo:
XX. Manter articulação com órgãos governamentais
e não-governamentais para estabelecimento de I. Digitar todos os documentos para o orientador de
parcerias, acordos, fluxos e procedimentos, célula e demais profissionais, relativos ao trabalho
atendendo às orientações e diretrizes da STDS. da unidade.

XXI. Solicitar desligamento e/ou substituição de II. Confeccionar o prontuário dos adolescentes.
profissional da unidade,observando as instruções
emanadas pela célula de medidas socioeducativas da III. Organizar os arquivos de documentos da direção
STDS. da unidade.

233
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IV. Organizar os endereços e telefones de órgãos, XVII. Realizar outros serviços inerentes à função.
entidades e todo tipo de equipamento social que
compõe a rede de atendimento ao adolescente. Art.99. Compete ao auxiliar administrativo:

V. Atender as ligações telefônicas para a direção ou I. Realizar as compras emergenciais, utilizando a


administração da unidade, prestando informação, verba de suprimento de fundo.
quando necessário.
II. Providenciar a solicitação mensal de materiais
VI. Conferir diariamente a presença dos funcionários de consumo, tais como: gêneros alimentícios,
que registraram ponto, apontando possíveis materiais de expediente, pedagógicos e
irregularidades. medicamentos.

VII. Manter atualizado o registro do patrimônio, III. Receber e conferir as mercadorias, organizando-
composto pelos bens móveis da unidade. as no almoxarifado

VIII. Manter atualizada a relação de funcionários da IV. Administrar a liberação de mercadorias do


unidade, contendo nome, cargo, endereço, almoxarifado.
telefone, celular e e-mail.
V. Manter registros e controles de consumo de
IX. Manter a escala de trabalho dos funcionários gêneros alimentícios, produtos de higiene, limpeza,
atualizada e fixada em local visível. material de expediente, etc.

X. Efetuar registro de controle de frequência e enviá- VI. Realizar levantamento das necessidades mensais
los ao a Célula de Gestão de Pessoas da STDS. de suprimento de vestuário, roupa de cama e
banho, utensílio de copa e cozinha, materiais
XI. Efetuar o controle de possíveis horas-extras pedagógicos, esportivos, recreativos, materiais para
realizadas e as devidas compensações. oficinas e outros.

XII. Efetuar o controle de atrasos e absenteísmos. VII. Controlar o uso e funcionamento de materiais
permanentes providenciando a baixa por
XII. Realizar os devidos registros, controles e inservibilidade, quando necessário.
encaminhamentos de licenças médicas, acidentes de
trabalho, luto, casamento, nascimento de filho, etc. VIII. Providenciar a prestação de contas dos recursos
utilizados para material de consumo.
XIV. Elaborar quadro de programação anual de férias,
juntamente com o orientador de célula. IX. Controlar os gastos com energia elétrica,
água/esgoto e telefonia;
XV. Manter atualizado e dinamizado o quadro mural
de informes, esclarecimentos e orientações aos X. Providenciar para que sejam atendidas as
funcionários. necessidades referentes à coleta de lixo;

XVI. Digitar documentos, declarações, certificados XI. Controlar a validade dos extintores de
e relatórios. incêndio, providenciando a reposição, sempre que
necessário.

234
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XII. Providenciar a realização da manutenção das áreas VIII. Coordenar o desenvolvimento das
externas da unidade, incluindo os serviços de limpeza atividades pedagógicas orientando os instrutores
e jardinagem. educacionais, para que os adolescentes
mantenham a ordem, disciplina, respeito e
XIII. Providenciar a manutenção e limpeza da caixa de cooperação durante as atividades.
água, gerador e iluminação da unidade.
IX. Elaborar, com o diretor, as escalas de plantões e
XIV. Providenciar e controlar o uso de botijões de gás. férias dos instrutores educacionais.

XV. Acompanhar o desenvolvimento de cardápio e a X. Apurar as transgressões disciplinares com a


preparação da alimentação, obedecendo a comissão disciplinar.
procedimentos operacionais básicos.
XI. Participar da elaboração do PIA, quando
XVI. Realizar outros serviços inerentes à função. solicitado.

Art.100. Compete ao coordenador de disciplina: XII. Realizar outras atividades específicas à função.

I. Recepcionar o adolescente recém-chegado, Capítulo II –


efetuando o seu registro assim como de seus Das Atribuições da Equipe Técnica
pertences.
Art.101. A equipe técnica da unidade de medida
II. Providenciar o atendimento às necessidades socioeducativa é composta por:
de higiene, asseio, repouso e alimentação do
adolescente. I. Assistente social;
II. Psicólogo
III. Prestar informações aos demais profissionais III. Pedagogo
da equipe técnica sobre o adolescente, para IV. Advogado
compor os relatórios e estudos de caso. V. Médico.

IV. Acompanhar as demandas dos adolescentes Art.102. Compete ao assistente social:


encaminhadas aos setores específicos.
I. Participar da recepção e acolhida dos adolescentes,
V. Tomar conhecimento dos relatos diários contidos buscando formas de integrá-los à rotina da unidade.
no livro de ocorrências.
II. Elaborar estudos de caso e relatórios técnicos.
VI. Comunicar de imediato à direção as ocorrências
relevantes que possam colocar em risco a III. Realizar atendimentos individuais e de grupo com
segurança da unidade, dos adolescentes e dos os adolescentes e familiares.
funcionários.
IV. Atender às famílias dos adolescentes,
VII. Coordenar o trabalho das equipes de instrutores favorecendo a sua corresponsabilidade no processo
educacionais. socioeducativo.

235
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

V. Providenciar a documentação civil dos I. Participar da recepção e acolhida dos adolescentes,


adolescentes. buscando formas de integrá-los à rotina da unidade.

VI. Realizar visitas domiciliares às famílias dos II. Planejar, coordenar e executar as atividades da
adolescentes, caso necessário. área de psicologia.

VII. Acompanhar o adolescente em audiência, quando III. Elaborar estudos de caso e relatórios técnicos.
solicitado.
IV. Realizar diagnóstico e avaliações psicológicas,
VIII. Participar da elaboração do PIA com o procedendo às indicações terapêuticas adequadas a
adolescente. cada caso.

IX. Manter contato com órgãos governamentais e não V. Realizar atendimento psicológico individual e de
governamentais para obter informações sobre o grupo com os adolescentes e seus familiares.
adolescente.
VI. Acompanhar o adolescente em audiência, quando
X. Manter registro de dados e informações para solicitado.
levantamentos estatísticos.
VII. Manter contato com órgãos governamentais e
XI. Verificar a correspondência dos adolescentes e não governamentais para obter informações sobre o
acompanhar os contatos telefônicos realizados por adolescente.
eles.
VIII. Realizar intervenções terapêuticas com os
XII. Coordenar e orientar a visitação dos familiares aos adolescentes, visando facilitar a dinâmica relacional
adolescentes. com ele e com o outro.

XIII. Preparar os adolescentes para o desligamento, IX. Participar da elaboração do PIA.


fortalecendo suas relações sociofamiliares.
X. Atender às famílias, orientando-as e realizando
XIV. Supervisionar estagiários do setor de serviço intervenções que lhes forneçam subsídios para o
social. desempenho qualitativo das suas funções
parentais.
XV. Realizar visitas institucionais.
XI. Realizar visita domiciliar à família do adolescente,
XVI. Avaliar e acompanhar a aplicação de quando necessário.
medidas disciplinares.
XII. Planejar e desenvolver projetos com vistas a
XVII. Realizar outras atividades específicas à profissão. orientar os profissionais da unidade no trato com os
adolescentes e famílias.
Seção II –
Das Atribuições do Psicólogo XIII. Buscar e articular recursos da rede sus, para o
acompanhamento da saúde mental dos
Art.103. Compete ao psicólogo: adolescentes.

236
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

XIV. Preparar os adolescentes para o desligamento, VIII. Identificar o adolescente com transtornos
fortalecendo suas relações sociofamiliares. de aprendizagem e necessidades especiais para
traçar um plano de intervenção individualizado.
XV. Manter registro de dados e informações para
levantamento estatístico. IX. Orientar as famílias do adolescente para garantir
a continuidade das atividades escolares após o
XVI. Supervisionar estagiários do setor de psicologia. desligamento.

XVII. Realizar outras atividades específicas à profissão. X. Acompanhar e coordenar a execução das
atividades de qualificação profissional.
Seção III –
Das Atribuições do Pedagogo XI. Coordenar a equipe de professores, instrutores
de ofício e supervisionar estagiários do setor
Art.104. Compete ao pedagogo: pedagógico.

I. Planejar, coordenar e desenvolver as ações XII. Analisar e verificar os avanços dos adolescentes
pedagógicas da unidade, incluindo as atividades na escolarização formal e informal.
escolares, oficinas formativas, ocupacionais e
profissionalizantes, atividades recreativas, culturais e XIII. Acompanhar o planejamento e execução dos
esportivas. planos de aula de professores e instrutores de
oficina.
II. Realizar a programação das atividades pedagógicas,
a formação das turmas e o acompanhamento das XIV. Acompanhar as ações de voluntariado e
atividades. espiritualidade.

III. Realizar a avaliação educacional e o levantamento XV. Elaborar prestação de conta mensal dos recursos
do histórico escolar do adolescente para compor os obtidos com a vendas dos materiais produzidos
relatórios técnicos e o estudo de caso. pelos adolescentes, em oficinas profissionalizantes.

IV. Efetuar o registro de documentação de alunos: XVI. Visitar escolas em que os adolescentes se
matrícula e todos os registros sobre processo escolar, encontram matriculados
utilizando os devidos formulários.
XVIII. Analisar os documentos formais da
V. Participar da recepção e acolhida dos escolarização, planos de aula e plano de trabalho
adolescentes, buscando formas de integrá-los à docente.
rotina da unidade.
XVIII. Conduzir processo de classificação e
VI. Avaliar e acompanhar a aplicação de medidas reclassificação dos adolescentes, para adequação da
disciplinares. matrícula escolar e defasagem idade série e também
mediante os exames nacionais.
VII. Participar da elaboração do PIA
XIX. Em caso de transferência, repassar
documentos e informações escolares, materiais
escolares e

237
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

produções do adolescente transferido à unidade IV. Manter-se atualizado sobre o processo.


receptora.
V. Realizar pesquisas e levantamentos referentes aos
XX. Providenciar matrícula e contato com a escola que autos judiciais e ao histórico infracional dos
irá receber ao adolescente. adolescentes.

XXI. Organizar os procedimentos de substituição VI. Participar de audiências;


e recepção de professores.
VII. Orientar o adolescente e sua família quanto
XXII. Organizar o plano e o calendário escolar, tendo à postura na audiência,bem como informá-los
como base as orientações da SEDUC. sobre o agendamento destas.

XXIII. Organizar e divulgar os materiais pedagógicos VIII. Avaliar e acompanhar a aplicação de medidas
para uso dos professores e/ou instrutores de disciplinares.
ofício. XXIV. Providenciar matrículas,
transferências, obtenção de históricos escolares, IX. Pleitear pela progressão de medida, quando o
aproveitamento de estudos e certificação dos estudo de caso assim orientar.
adolescentes.
X. Promover palestras informativas aos adolescentes,
XXV. Providenciar a avaliação diagnóstica do nível familiares e funcionários, quando necessário.
escolar do adolescente.
XI. Organizar documentos para a transferência
XXVI. Elaborar o plano de ação pedagógica com os do adolescente a outras unidades.
professores e instrutores e acompanhar a execução
das atividades. XII. Participar dos espaços coletivos de discussão.

XXVII. Promover estudos e avaliações sobre as XIII. Manter contato com outras comarcas para obter
experiências pedagógicas e o processo de ensino e maiores informações sobre o processo jurídico dos
aprendizagem. adolescentes.
XXVIII. Realizar outras atividades específicas à
profissão. XIV. Atualizar periodicamente a lista de dados
Seção IV – sociojurídicos dos adolescentes.
Das Atribuições do Advogado
XV. Elaborar ofícios em resposta à trajetória jurídico
Art.105. Compete ao advogado: processual do adolescente;

I. Participar da recepção e acolhida dos


adolescentes, buscando formas de integrá-los à XVI. Informar aos técnicos, com antecedência, a
rotina da unidade. necessidade de elaboração do relatório de avaliação
biopsicossocial e educacional;
II. Participar da elaboração do PIA.

III. Esclarecer a situação processual do


adolescente, familiares, direção e equipe técnica.

238
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

XVII. Organizar a relação diária de saídas externas X. Orientar a equipe quanto a procedimentos e ações
(audiências) de adolescentes, juntamente com os terapêuticas, preventivas e promotoras da saúde.
demais técnicos da unidade.
XI. Supervisionar estagiários de medicina.
XVIII. Supervisionar estagiários do setor de direito.
XII. Realizar outras atividades específicas à profissão.
XIX. Realizar outras atividades específicas à profissão.
Capítulo III –
Seção V – Das Atribuições da Equipe de Apoio Técnico
Das Atribuições do Médico
Art.107. A equipe de apoio técnica da unidade de
Art.106. Compete ao médico: medida socioeducativa é composta por:

I. Planejar, executar e avaliar as ações relacionadas à I. Auxiliar de enfermagem


saúde integral do adolescente.
II. Instrutor educacional.
II. Realizar a avaliação clínica das condições de saúde
do adolescente. Seção I –
Das Atribuições do Auxiliar de Enfermagem
III. Emitir diagnósticos e indicar os procedimentos
terapêuticos adequados ao caso. Art.108. Compete ao auxiliar de enfermagem:

IV. Tratar as intercorrências de nível ambulatorial. I. Desempenhar serviços auxiliares de enfermagem,


prestando apoio às ações do médico.
V. Articular e formalizar o fluxo de atendimento à
saúde integral do adolescente na rede de serviços II. Programar e organizar as consultas dos
ofertados pelo município. adolescentes com o médico da unidade.

VI. Encaminhar o adolescente para exames e III. Agendar e acompanhar os adolescentes nas
tratamentos especializados ofertados pela rede de consultas médicas na unidade.
saúde do SUS.
IV. Agendar e acompanhar os adolescentes nas
VII. Orientar a família do adolescente quanto a consultas e exames externos.
atitudes, procedimentos e posturas para a promoção
da saúde do adolescente e dos membros da família. V. Manter atualizadas e organizadas as fichas de
atendimento de saúde dos adolescentes.
VIII. Realizar ações educativas de promoção à saúde e
prevenção de doenças para adolescentes. VI. Ministrar medicamentos e tratamento aos
adolescentes, atendendo às orientações médicas.
IX. Elaborar planos de intervenção em saúde para o
desenvolvimento da ação socioeducativa VII. Realizar atendimentos de primeiros
personalizada para o adolescente. socorros, quando necessário.

239
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

VIII. Manter a organização da enfermaria e dos VI. Monitorar e auxiliar atividades recreativas,
materiais utilizados. esportivas, culturais artesanais e artísticas, seguindo
as orientações do setor pedagógico.
IX. Realizar ações educativas sobre cuidados de
higiene pessoal,alimentação e cuidados específicos VII. Auxiliar no desenvolvimento das atividades
para promoção da saúde, esclarecendo sobre os pedagógicas e acompanhar os adolescentes nos
recursos disponíveis no município, para atendimentos técnicos.
encaminhamento dos adolescentes, quando
necessário. VIII. Guardar e organizar os pertences dos
adolescentes.
X. Manter organizado, os estoques de medicação e de
outros insumos utilizados nos tratamentos de saúde. IX. Participar das atividades interagindo com os
adolescentes.
XI. Orientar a equipe sobre as condutas prévias
ou posteriores a consultas e exames. X. Prestar informações aos demais profissionais
da equipe técnica sobre o andamento do
XII. Realizar outras atividades específicas à profissão. adolescente, para compor os relatórios e estudos
de caso.
Seção II –
Das Atribuições do Socioeducador XI. Acompanhar o adolescente em seu deslocamento
na comunidade não descuidando da vigilância e
Art.109. Compete ao socioeducador: segurança.

I. Recepcionar o adolescente recém-chegado, XII. Inspecionar as instalações físicas da


efetuando o seu registro,assim como de seus unidade, recolhendo objetos que possam
pertences. comprometer a segurança.

II. Providenciar o atendimento às necessidades XIII. Efetuar rondas periódicas para verificar
de higiene, asseio, repouso e alimentação do portas, janelas e portõesassegurando-se de que
adolescente; estão devidamente fechados, atentando para
eventuais anormalidades.
III. Zelar pela segurança e bem-estar do
adolescente, observando-o e acompanhando-o em XIV. Identificar as demandas dos adolescentes,
todos os locais de atividades diurnas e noturnas. encaminhando-as aos setores específicos.

IV. Acompanhá-lo nas atividades da rotina diária, XV. Manter-se atento às condições de saúde do
orientando-o quanto às normas de conduta, cuidados adolescente, sugerindo que sejam providenciados
pessoais e relacionamento com outros internos e atendimentos e encaminhamentos aos serviços
funcionários. médicos, sempre que necessário.

V. Relatar no diário de comunicação interna o XVI. Atender às determinações e orientações


desenvolvimento da rotina diária, bem como tomar médicas, ministrando os medicamentos prescritos,
conhecimento dos relatos anteriores. quando necessário.

240
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

XVII. Realizar revistas pessoais nos adolescentes nos III. Porteiro/vigia;


momentos de recepção, final das atividades e IV. Auxiliares de serviços gerais de limpeza, copa
sempre que se fizer necessário, impedindo que e lavanderia.
mantenham a posse de objetos e substâncias não
autorizadas. Seção I –
Das Atribuições do Motorista
XVIII. Acompanhar o processo de entrada das visitas
dos adolescentes registrando-as em livro, fazendo Art.111. Compete ao motorista:
revistas e verificação de alimentos bebidas ou outros
itens trazidos por elas. I. Transportar adolescentes em viagens, audiências,
consultas médicas transferências de unidade e
XVIX. Comunicar, de imediato, ao coordenador de outros que se fizerem necessários.
disciplina as ocorrências relevantes que possam
colocar em risco a segurança da unidade, dos II. Definir rotas e percursos de modo a garantir
adolescentes e dos funcionários. a economia de combustível e otimização do uso
do veículo.
XX. Fornecer material de higiene para os adolescentes,
controlando e orientando seu uso. III. Conduzir os técnicos da unidade a diversos locais
para atender às necessidades técnicas e
XXI. Providenciar o fornecimento de vestuários, administrativas.
roupa de cama e banho orientando seu uso.
IV. Respeitar a legislação, normas e recomendações
XXII. Recepcionar e identificar os visitantes, de direção defensiva
encaminhando-os aos diferentes setores.
V. Preencher diariamente o mapa de atividades
XXIII. Guardar e devolver os pertences dos visitantes diárias e as requisições de abastecimento do veículo.
dos adolescentes
VI. Verificar diariamente as condições de uso do
XXIV. Seguir procedimento e normas de segurança da veículo.
unidade.
VII. Solicitar à administração reparos nos veículos,
XXV. Participar da elaboração do PIA, quando sempre que necessário
solicitado.
VIII. Manter o veículo limpo e em condições
XXVI. Realizar outras atividades específicas à profissão. adequadas de higiene e funcionamento.

Capítulo IV – IX. Auxiliar no carregamento e descarregamento de


Atribuições da Equipe Operacional de Apoio materiais transportados no veículo.

Art.110. A equipe operacional de apoio é composta X. Efetuar a prestação de contas das despesas
por: de manutenção do veículo

I. Motorista;
II. Auxiliar de manutenção;

241
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

XI. Manter sigilo acerca das situações vivenciadas na


unidade. II- Efetuar rondas periódicas de inspeção da parte
externa da unidade, examinando portas, janelas
XII. Realizar outras atividades específicas à profissão. e portões, para eventuais anormalidades.

Seção II – III- Fiscalizar a entrada e saída de pessoas na unidade


Das Atribuições do Auxiliar de Manutenção ou setor de pessoas, veículos, bens e materiais não
autorizados pela direção.
Art.112. Compete ao auxiliar de manutenção:
IV- Observar a movimentação de pessoas nas
I- Efetuar a conservação das edificações, executando imediações do seu posto de trabalho, comunicando à
serviços de alvenaria, carpintaria, pintura, eletricidade direção qualquer irregularidade ou atitude suspeita
e encanamento. observada.

II- Realizar pequenos reparos em máquinas, V- Atender e prestar informações ao público.


equipamentos e móveis.
VI- Responsabilizar-se pelo controle de abrir e fechar
III- Inspecionar as instalações elétricas e hidráulicas da o portão.
unidade.
VII- Manter o registro de todas as ocorrências
IV- Zelar pela manutenção das tubulações, válvulas, verificadas durante seu turno de trabalho.
registros, filtros, instrumentos e acessórios, limpando,
lubrificando e substituindo as partes danificadas. VIII- Registrar e controlar a entrada e saída de
público externo na unidade.
V- Operar os dispositivos dos reservatórios de água.
IX- Realizar outras atividades específicas à profissão.
VI-. Zelar pela conservação e guarda de ferramentas e
equipamentos utilizados na unidade; Seção IV –
Das Atribuições dos Auxiliares de Serviços de
VII- Observar, cumprir e utilizar normas e Limpeza, Copa e Lavanderia
procedimentos de segurança. Subseção I –
Das Atribuições do Auxiliar de Serviços de Copa
VIII- Realizar outras atividades específicas à profissão.
Art.114. Compete ao auxiliar de serviços de copa:
Seção III –
Das Atribuições do Porteiro/Vigia I- Preparar o café da manhã, almoço, lanches, jantar
e ceia para adolescentes e funcionários da unidade.
Art.113. Compete ao porteiro/vigia:
II- Servir refeições, organizando o refeitório ou
I- Certificar-se da observância das recomendações preparando os pratos para os adolescentes.
quanto à prevençãode incêndios, mantendo-se
preparado para adotar procedimento de combate ao III- Limpar todos os utensílios, louças e
fogo, caso necessário. equipamentos utilizados para as refeições.

242
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

I. Lavar e higienizar as roupas pessoais e de cama e


IV- Organizar e manter limpos e em ordem os banho dos adolescentes.
armários, geladeira, freezer e almoxarifado da
cozinha. II. Passar as roupas dos adolescentes, organizando-as
e separando-as para ser distribuídas.
V- Manter o controle dos gastos com os gêneros
alimentícios, levantando as necessidades de reposição III. Realizar pequenos reparos de costura nas
para informar ao auxiliar administrativo. roupas dos adolescentes.

VI- Realizar outras atividades específicas à profissão. IV. Realizar outras atividades específicas à profissão.

Subseção II – Título IX –
Das Atribuições do Auxiliar de Serviços de Limpeza Disposições Transitórias

Art.115. Compete ao auxiliar de serviços de limpeza: Art.117. Este regimento deverá ser executado de
acordo com os seguintes procedimentos:
I- Limpar diariamente o prédio da unidade,
incluindo as áreas internas e externas. I- A Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento
Social– STDS, deverá realizar formação profissional
II- Realizar faxinas gerais. com as equipes das unidades de medidas
socioeducativas sobre este regimento.
III- Manter em ordem e higienizado o almoxarifado de
produtos de limpeza, realizando levantamento de II- A direção da unidade de medidas socioeducativas
necessidades para o auxiliar administrativo da deverá realizar uma assembleia com os
unidade. adolescentes, para apresentação deste regimento e
de quaisquer alterações, sempre que houver.
IV- Manter e limpar as áreas externas da
unidade, incluindo pátios, canteiros e jardins. III- Uma cópia deste regimento deverá permanecer
em local de fácil acesso e visibilidade tanto para os
V- Efetuar o recolhimento do lixo, providenciando adolescentes e familiares quanto para a equipe da
para que ele seja colocado no local adequado de unidade de medidas socioeducativas.
coleta.
IV- A capitulação das sanções leves, médias, graves e
VI- Efetuar o transporte e descarga de materiais as sanções aplicáveis deverão ser afixadas em local
diversos. de fácil acesso, na área administrativa e nos demais
setores da unidade.
VII- Realizar outras atividades específicas à profissão.
V- A equipe da unidade de medida
Subseção III – socioeducativa deverá apresentar este regimento
Das Atribuições do Auxiliar de Serviços de Lavanderia a todos os adolescentes, no ato da admissão.

Art.116. Compete ao auxiliar de serviços de Art.118. A Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento


lavanderia: Social, por meio da Coordenadoria de Proteção

243
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

Especial deverá realizar cursos de formação para CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO


facilitadores restaurativos no prazo de um ano e ou BRASIL DE 1988
dois anos para adaptações estruturais, a contar da
data da publicação deste regimento.

Art.119. Este regimento passa a vigorar em 45 dias


contados da data de sua publicação.

Art.120. Ficam revogadas todas as disposições em


contrário.

Bibliografia
Guia para elaboração de regimentos internos do rio
grande do sul, divisão de planejamento e
modernização administrativa, departamento de
planejamento organizacional, secretaria de
administração de recursos humanos, de acordo
com o disposto na lei n.º 13.601, de 01 de janeiro
de 2011 que dispõem sobre a estrutura
administrativa do poder executivo do estado do rio
grande do sul, janeiro, 2011.

Zanella, maria nilvane. Regimento interno (minuta


preliminar).
Secretaria do trabalho e desenvolvimento social.
Governo do estado do ceará. Dezembro, 2010.

244
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

PORTARIA Nº021/2022 2016 que dispõe sobre o uso do nome social e


o reconhecimento da identidade de gênero de
ESTABELECE PARÂMETROS DE ACOLHIMENTO E mulheres transexuais/travestis e homens trans
no âmbito da administração pública federal;
ATENDIMENTO A LÉSBICAS, GAYS, BISSEXUAIS, CONSIDERANDO a Identidade de Gênero como
TRAVESTIS, TRANSEXUAIS, QUEER, INTERSEXO, a dimensão da identidade de uma pessoa que
ASSEXUAL, PANSEXUAL E OUTROS GRUPOS DE diz respeito à forma como esta se relaciona
VARIAÇÕES (LGBTQIAP+) NO ÂMBITO DA com as representações de masculinidade e
SUPERINTENDÊNCIA DO SISTEMA ESTADUAL DE feminilidade e como isso se traduz em sua
ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO DO CEARÁ. prática social, sem guardar relação necessária
com o sexo atribuído no nascimento, como
O SUPERINTENDENTE DO SISTEMA ESTADUAL DE Homens Trans e as Mulheres
ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO, no uso de suas Transexuais/Travestis;
atribuições legais e
CONSIDERANDO o disposto na Constituição Federal, CONSIDERANDO o nome social como a designação
em especial no artigo 5º, incisos III, XLI, XLVII, XLVIII e pela qual mulheres transexuais/travestis e homens
XLIX; trans se identificam e são socialmente
CONSIDERANDO a Declaração Universal dos Direitos reconhecidas/os;
Humanos, a Convenção Americana de Direitos CONSIDERANDO a orientação sexual como a maneira
Humanos (Pacto de San José da Costa Rica), a como uma pessoa sente atração e/ou se relaciona
Convenção contra a Tortura e Outras Penas ou emocional, afetiva ou sexualmente com o outro, que
Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes e seu a orientação sexual é para onde o nosso desejo está
Protocolo Facultativo, as Regras Mínimas das Nações direcionado e que não é estática e pode se modificar
Unidas para o tratamento de presos, as Regras das ao longo da vida, e que a homossexualidade, a
Nações Unidas para o tratamento de mulheres presas heterossexualidade e a bissexualidade são exemplos
e medidas não privativas de liberdade para mulheres de orientação sexual;
infratoras (Regras de Bangkok), e todos os outros
instrumentos internacionais aplicáveis à matéria, bem CONSIDERANDO a LGBTfobia como a rejeição, o
como os Princípios de Yogyakarta (Princípios sobre a medo, o preconceito, a discriminação, a aversão ou o
aplicação da legislação internacional de direitos ódio, e a violência de conteúdo individual ou coletivo
humanos em relação à orientação sexual e identidade contra lésbicas, gays, bissexuais, mulheres
de gênero); transexuais/travestis e homens trans. Atuando,
ainda, como uma forma específica de sexismo, o
CONSIDERANDO os princípios de direitos humanos comportamento LGBTfóbico, hostiliza e rejeita
consagrados em documentos e tratados todas(os) aquelas(es) que não se conformam com o
internacionais, em especial a Declaração Universal dos papel de gênero predeterminado socioculturalmente
Direitos Humanos (1948), o Pacto Internacional dos para o seu dito sexo biológico. Trata-se, portanto, de
Direitos Civis e Políticos (1966), o Pacto Internacional uma construção social que consiste numa
dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (1966), o permanente promoção de apenas uma forma de
Protocolo de São Salvador (1988), a Declaração da sexualidade (heterossexual) e de uma única forma de
Conferência Mundial contra o Racismo, Discriminação identidade de gênero (cisgênero) em detrimento de
Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata (Durban, outras formas de desejo, como o desejo homoafetivo
2001) e os Princípios de Yogyakarta (2006); e de outras construções identitárias de gênero;
CONSIDERANDO as Conferências Nacionais LGBT que CONSIDERANDO o julgamento do STF (Supremo
demandam politicas públicas para a população LGBT Tribunal Federal) sobre a Ação Direta de
no âmbito da justiça e segurança pública; Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) 26 e do
CONSIDERANDO o Decreto no 8.727 de 28 de abril de Mandado de Injunção (MI) 4733, de 13 de junho de
2019, que equipara a homofobia e a transfobia como

301
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

tipo penal definido na Lei do Racismo (Lei IV - Mulher Travesti: é a pessoa do gênero feminino
7.716/1989); que, embora tenha sido biologicamente designada
como pertencente ao sexo masculino ao nascer, ao
CONSIDERANDO o Decreto Estadual nº 32.226 de 17 longo da vida reivindica o reconhecimento social e
de maio de 2017, que dispõe sobre o uso do nome legal como mulher pelo princípio da
social e o reconhecimento da identidade de gênero de autodeclaração. É também uma identidade política,
pessoas travestis e transexuais no âmbito da haja vista que afirmar-se travesti tem como
Administração Pública Estadual Direta e Indireta e dá propósito a ressignificação da identidade de uma
outras providências, e a Lei nº 16.946, de 29 de julho população que no passado foi estigmatizada.
de 2019, que assegura o direito ao nome social nos
serviços públicos e privados no Estado do Ceará, na V- Transexuais: Pessoas que possuem uma
forma que define. identidade de gênero diferente do sexo/gênero
designado no nascimento. As pessoas transexuais
CONSIDERANDO a articulação das ações podem ou não desejar terapias hormonais ou
governamentais para o fortalecimento da proteção e cirurgias de afirmação de gênero, podendo
promoção dos Direitos Humanos de LGBTQIAP+, identificar-se como:
monitorando e preservando os direitos dos
adolescentes em cumprimento de medida de privação Mulher transexual: É a pessoa do gênero feminino
de liberdade nos Centros Socioeducativos do Estado que embora tenha sido biologicamente designada
do Ceará de acordo com os parâmetros do SINASE e como pertencente ao sexo/gênero masculino ao
em conjunto com a Coordenadoria Especial de nascer, reivindica o reconhecimento social e legal
Políticas Públicas para a Promoção LGBT da Secretaria como mulher pelo princípio da autodeclaração.
da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e
Direitos Humanos (SPS). RESOLVE: Homem transexual: É a pessoa do gênero masculino
que embora tenha sido biologicamente designada
Art. 1º Estabelecer os parâmetros de acolhimento de como pertencente ao sexo/gênero feminino ao
indivíduos LGBTQIAP+ em cumprimento de medida nascer, reivindica o reconhecimento social e legal
socioeducativa no Sistema Estadual de Atendimento homem pelo princípio da autodeclaração.
Socioeducativo.
VI – Queer: Termo ainda não consensual, mas
Parágrafo único. Para efeitos desta Portaria, entende- utilizado para denominar a pessoa que não se
se por LGBTQIAP+ a população composta por lésbicas, enquadra em nenhuma identidade ou expressão de
gays, bissexuais, travestis, queer, intersexo, assexuais, gênero, considerado-se um termo guarda-chuva. A
pansexuais e outros grupos de variações, palavra originalmente tem o significado de
considerando-se: “estranho” ou “peculiar”, mas nos últimos anos o
termo foi resignificado, passando a ser utilizado na
I – Lésbica: Mulher (cis ou trans) que é atraída afetiva forma de afirmação política das pessoas que
e/ou sexualmente por pessoas do mesmo sexo/gênero reivindicam essa identidade.
(cis ou trans);
VII - Intersexo: As pessoas intersexo são aquelas cujo
II – Gay: Homem (cis ou trans) que é atraído corpo varia do padrão de masculino ou feminino
afetivo e/ou sexualmente por pessoas do mesmo culturalmente estabelecido.
sexo/gênero (cis ou trans);
VIII – Assexual: Pessoa que não sente atração sexual
III – Bissexual: É a pessoa que se relaciona afetiva por pessoa de qualquer gênero.
e sexualmente com pessoas de ambos os gêneros
em algum período da vida; IX – Pansexual: Pessoa que desenvolve atração física,
amor e desejo sexual por outras pessoas,
independente de sua identidade de gênero ou sexo
biológico.

302
EVOLUIR CONCURSOS SEASCE

necessário estar nos conformes da resolução nº


Art. 2º A pessoa travesti ou transexual em 2.265, de 20 de setembro de 2019, sobre o cuidado
cumprimento de medida socioeducativa tem o direito específico com a pessoa transgênero.
de ser chamada pelo seu nome social, de acordo com
o seu gênero. Art. 7º A transferência compulsória entre
Parágrafo único. O registro de admissão no Sistema dormitórios e alas ou quaisquer outros castigos ou
Estadual de Atendimento Socioeducativo deverá sanções em razão da condição de pessoa LGBTQIAP+
conter o nome social. são considerados tratamentos desumanos e
degradantes.
Art. 3º Deverão ser oferecidos espaços de convivência
aos indivíduos gays em cumprimento de medida Art. 8º Será garantido à pessoa LGBTQIAP+, em
socioeducativa nos Centros Socioeducativos igualdade de condições, o acesso e a continuidade da
masculinos, considerando a sua segurança e especial sua formação educacional e profissional sob a
vulnerabilidade. responsabilidade do Estado.

Parágrafo único. Os espaços para essa população não Art. 9º A SEAS deverá garantir a capacitação
devem se destinar à aplicação de medida disciplinar continuada aos profissionais dos Centros
ou de qualquer método coercitivo, devendo ir ao Socioeducativos considerando a perspectiva dos
convívio comum aos adolescentes. direitos humanos e os princípios de igualdade e não-
discriminação, inclusive em relação à orientação
Art. 4º As pessoas travestis e transexuais masculinas e sexual e identidade de gênero.
femininas devem ser encaminhadas para os Centros
Socioeducativos femininos. Art. 10. O fluxo do atendimento de adolescentes
Parágrafo único. Às mulheres travestis e LGBTQIAP+ no Sistema Socioeducativo do Estado do
transexuais deverá ser garantido tratamento Ceará será definido em manual específico a ser
isonômico ao das demais mulheres do Sistema publicado pela SEAS.
Estadual de Atendimento Socioeducativo.
Art. 11. Esta Portaria entrará em vigor na data de sua
Art. 5º Às pessoas travestis ou transexuais em publicação.
cumprimento de medida socioeducativa serão
facultados o uso de roupas femininas ou masculinas,
conforme o gênero, e a manutenção de cabelos
compridos, se o tiver, garantindo seus caracteres GABINETE DO SUPERINTENDENTE DO SISTEMA
secundários de acordo com sua identidade de gênero. ESTADUAL DE ATENDIMENTO
SOCIOEDUCATIVO. Roberto Bassan Peixoto
Art. 6º É garantida à população LGBTQIAP+ em SUPERINTENDENTE
cumprimento de medida socioeducativa a atenção
integral à saúde, atendidos os parâmetros da Política
Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays,
Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT) e da Política
de Atenção Integral à Saúde dos Adolescentes em
Conflito com a Lei, em Regime de Internação e
Internação Provisória (PNAISARI).

Parágrafo único. Às Mulheres travestis, transexuais ou


homem transexual no Sistema Estadual de
Atendimento Socioeducativo, serão garantidos a
manutenção do seu tratamento hormonal e o
acompanhamento de saúde específico, sendo

303
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CONSIDERANDO a necessidade de garantir a


ordem pública e concretizar o interesse público no
âmbito dos Centros Socioeducativos do Estado do
Ceará; RESOLVE:

Art.1º. Instituir a regulamentação dos critérios e


condições de uso de Equipamentos de Proteção
Individual (EPIs), para prevenção de situações de
crise e controle de distúrbios civis no âmbito dos
Centros Socioeducativos do Estado do Ceará.

CAPÍTULO I
DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
(EPIs)

Art.2º. Constituem Equipamentos de Proteção


Individual (EPIs), para prevenção de situações de crise
no âmbito dos Centros Socioeducativos do Estado do
Ceará:
PORTARIA N°136/2022
I – Capacete;
INSTITUI A REGULAMENTAÇÃO DOS CRITÉRIOS E II – Luvas;
CONDIÇÕES DE USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO III - Protetores de Cotovelo;
INDIVIDUAL (EPIS) PARA PREVENÇÃO DE SITUAÇÕES DE IV – Escudo;
CRISE E CONTROLE DE DISTÚRBIOS CIVIS NO ÂMBITO V - Protetores de Canela;
DOS CENTROS SOCIOEDUCATIVOS DO ESTADO DO VI – Algemas;
CEARÁ. VII – Lanternas;
O SUPERINTENDENTE DO SISTEMA ESTADUAL DE VIII - Alicate corta cadeado;
IX - Extintor.
ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO do Governo do Estado
do Ceará, no uso de suas competências legais:
Art.3º. Os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)
CONSIDERANDO as Regras das Nações Unidas para não poderão ficar expostos e deverão ser recolhidos
em sala própria, a qual permanecerá trancada e as
Proteção de Jovens Privados de Liberdade, de 14 de chaves confiadas à Direção e ao coordenador de
dezembro de 1990, da qual o Brasil é signatário; segurança.
CONSIDERANDO que é dever do Estado zelar pela
integridade física e mental dos internos, cabendo-lhe Art.4º. Os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)
adotar as medidas adequadas de contenção e segurança, só podem ser usados mediante expressa autorização da
conforme disposto no artigo 125 da Lei Federal n.° Direção dentro dos padrões e orientações técnicas,
8.069/90, Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA); sendo restrito às pessoas aptas ao adequado uso do
CONSIDERANDO o Sistema Nacional de Atendimento equipamento, sendo excepcionalmente autorizado o
Socioeducativo (Sinase), estabelecido pela Lei uso pelos Coordenadores de Segurança.
12.594/2012 e as recomendações do Conselho Nacional
dos Direitos da Criança e Adolescente (Conanda); Parágrafo único. Consideram-se pessoas aptas para o
CONSIDERANDO a Portaria n°004/2021-SEAS, que institui uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), os
profissionais devidamente capacitados pelo Núcleo
as regras de segurança preventiva, definindo normas,
Escola de Socioeducação – NUESO da Superintendência
rotinas e procedimentos operacionais no âmbito dos
do Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo –
Centros Socioeducativos do Estado do Ceará; e
SEAS, escalados a compor o posto de serviço de Ações
de Pronta Resposta – APR.

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Art.5º. Após uso do Equipamento de Proteção Individual I - ameaça à integridade física do(s)
(EPIs), a Direção da Unidade deverá comunicar a adolescente(s) interno(s);
Corregedoria encaminhando relatório das Ações de
Pronta Resposta, além de registro em livro de II ameaça à integridade física dos(as)
Ocorrência do Centro Socioeducativo. servidores(as), contratados(as), funcionários(as),
colaboradores ou terceiros;
Art.6º. Diariamente devem ser escalados 07 (sete) III- ameaça ao patrimônio público.
socioeducadores a compor o posto de serviço de Ações
de Pronta Resposta, na forma que segue: Art. 10. A avaliação de um evento é composta pelos
seguintes elementos, assim constituídos:
I – Coordenador;
II – Escudeiro; I - Cenário: são os elementos objetivos constituintes de
III – Escudeiro; um evento, destacando-se: os fatos desencadeadores,
IV - Imobilizador e chaveiro; o grau de articulação e organização dos
V – Imobilizador; insurgentes, o perfil da(s) liderança(s), a motivação e
VI – Imobilizador; o intento, o grau de adesão dos demais internos, a
VII - Imobilizador e operador de extintor. existência ou não de reféns, as facções existentes, os
objetos que possam ser usados como arma, o vigor e a
§1º. O coordenador de segurança coordenará ou agressividade, a intensidade com que os rebelados
designará socioeducador para coordenar as Ações de dominam os espaços físicos da Unidade, a existência
Pronta Resposta – APR e designará as funções ou não de articulação da insurgência com grupos
de cada integrante. criminosos externos à Unidade;

§2°. O Coordenador de Segurança deverá registrar as II - Capacidade de Resposta: é o limiar de resolução de


funções de cada integrante no Livro de Coordenadores eventos de cada Centro e é determinada pelo
e/ou no documento da escala de posto conhecimento e domínio da estrutura física da
de serviço. Unidade, pela capacidade de comando, pela
capacidade analítica em situações de tensão, pelo
Art.7°. O coordenador de segurança deverá todos os dias equilíbrio em situações de alta exigência emocional,
conferir o material e repassá-lo a seu substituto que tem pela resistência e prontidão física, pelo treinamento
por obrigação conferir, guardar em negociação e táticas interventivas, pelos
e zelar o equipamento. equipamentos de segurança disponibilizados, pela
articulação intersetorial da Unidade e pela existência
CAPÍTULO II ou não de planos de contingência, bem como outros
DA DEFINIÇÃO DE TERMOS RELATIVOS À GESTÃO DA fatores que venham influenciar a qualidade e
AMEAÇA À SEGURANÇA velocidade da resposta da organização;

Art.8°. Para os fins desta Portaria, definem-se os III - Escalonamento da Força: é a medida de
seguintes termos e conceitos relativos à gestão de força necessária para a resolução de um evento
ameaças à segurança dos Centros Socioeducativos, no qual se esgotaram os demais meios de
previstas na Portaria nº004/2021-SEAS. dissuasão, sendo mensurado pela comparação
entre a Capacidade de Resposta da Instituição
Art. 9º. Evento é qualquer ocorrência interna que responsável pela utilização de força naquele
obstrua o desenvolvimento regular da rotina de evento e a força necessária para superação de
funcionamento do Centro Socioeducativo, seu cenário gerador.
comprometendo, mediata ou imediatamente, a sua
segurança. Art. 11. Os eventos podem ser classificados como
simples, complexo e crítico.
Parágrafo único. Os elementos que compõem um evento
são: Art. 12. Evento Simples é aquele cuja ameaça à
segurança é inferior à capacidade de resposta do(a)

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Coordenador(a) de Segurança e dos Socioeducadores(as) Socioeducativo; evento disseminado em diversos


presentes no plantão. setores; número de insurgentes duas vezes superior ao
número de socioeducadores(as) presentes no
Parágrafo único. Os elementos que compõem um Evento estabelecimento; existência de refém(ns), com
Simples são: ameaças verbais; desacatos; agressões flagrante ameaça à vida; sevícias contra outros
indiretas (atirar comida, chinelo, urina, fezes, água); adolescentes ou funcionários(as); incêndio em grande
danos ou destruição de materiais pedagógicos ou de área, não controlável pelos funcionários; perda de
consumo; tentativa ou destruição de patrimônio, controle de 50% ou mais do estabelecimento; morte.
pequeno dano estrutural; destruição pontual, sem
prejuízos no funcionamento do estabelecimento; Art. 15. A avaliação de cenário e a definição pela
atentado contra a própria integridade física resultando Coordenação de Segurança, para o acionamento do
em escoriações ou lesões leves; agressão a terceiro sem Grupo de Intervenções Táticas – GIT, é de
resultar em lesão; inexistência de armas brancas, responsabilidade do Diretor e excepcionalmente pelo
artefatos cortantes, perfurantes ou impactantes; ação Coordenador de Segurança.
protagonizada por um a três adolescentes.
§ 1.º Avaliando ser necessário acionar o Grupo de
Art. 13. Evento Complexo é aquele cuja ameaça à Intervenções Táticas – GIT para atuar no interior da
segurança é superior à capacidade de resposta do(a) unidade, o Diretor deve contatar o gestor estadual para
coordenador(a) e dos socioeducadores(as) presentes na informar a situação e ponderar a decisão.
Unidade, cuja resolução é possível pela coordenação dos
setores do Centro Socioeducativo e/ou pela atuação da § 2.º Decidindo-se pelo acionamento da força policial
Direção. deverá o Diretor comunicar o Poder Judiciário, o
Ministério Público e a Defensoria Pública.
Parágrafo único. Os elementos que compõem um Evento
Complexo são: todos os elementos do evento simples CAPÍTULO III
que não tenham resolução mediante mera presença ou DOS REQUISITOS PARA O USO DOS EQUIPAMENTOS
aplicação de advertência verbal; agressão resultando em DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL(EPIs)
lesão corporal média ou grave, sem ameaça à vida;
existência de armas brancas; destruição extensa do Art.16. Constituem requisitos para o socioeducador
patrimônio público, consideráveis danos à estrutura compor o posto de serviço de Ações de Pronta
física do Centro Socioeducativo, prejudicando o Resposta – APR, para o uso dos Equipamentos de
funcionamento de um setor; evento restrito a um setor Proteção Individual (EPIs):
específico, alojamento, ala, setor, quadra, campo, pátio
ou solário; ação protagonizada por um grupo restrito de I- ter concluído o Curso de Formação para o uso de
internos, evento não generalizado; existência de refém, Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), ofertado
sem flagrante ameaça à vida, sem sevícias, sem uso de pelo Núcleo Escola de Socioeducação - NUESO;
violência física, com possibilidade de negociação não
especializada; incêndio de pequena proporção passível II- não possuir processo na Corregedoria;
de ser extinto com recursos do Centro Socioeducativo.
III- designação do Coordenador de Segurança;
Art. 14. Evento Crítico é aquele cuja ameaça à segurança
é superior à capacidade de resposta de todos os setores IV- ocorrência de Evento Simples ou Complexo.
do Centro Socioeducativo, cuja resolução só é alcançada
com a cooperação do Sistema de Segurança Pública e de Art.17. Para o uso dos Equipamentos de Proteção
Justiça. Individual (EPIs), os socioeducadores da Unidade
devem adotar as seguintes providências:
Parágrafo único. Os elementos que compõem um Evento
Crítico são: os elementos do Evento Complexo que não I- esgotar todas as possibilidades de diálogo;
puderam ser solucionados pela equipe da Unidade;
existência de armas de fogo; destruição extensa do II- usar os equipamentos excepcionalmente, e somente
patrimônio público, inutilização de uma área do Centro durante o tempo estritamente necessário;

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CAPÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
III- o acesso ao local do equipamento deve ser restrito e
apenas autorizado àqueles que no momento da Art. 22. Continuam em vigor as Resoluções e Portarias
intervenção farão uso do mencionado equipamento. expedidas pela SEAS que não conflitem ou que
complementem as disposições deste instrumento
CAPÍTULO IV normativo, em especial a Portaria nº 004/2021-SEAS.
DOS REQUISITOS PARA O USO EXCEPCIONAL DA FORÇA
Art. 23. O Núcleo Escola de Socioeducação - NUESO,
Art.18. Para o uso excepcional da força, quando promoverá capacitações continuadas, debates e cursos
esgotadas todas as possibilidades de diálogo, os aos profissionais para a correta e
socioeducadores da unidade devem adotar as seguintes integral aplicação desta Portaria.
providências:
Art. 24. Constitui anexo desta Portaria, dela fazendo
I- usar excepcionalmente a força durante o tempo parte, a Ementa do Curso de Formação para o uso de
estritamente necessário, vedadas em qualquer caso Equipamentos de Proteção Individual (ANEXO I).
posturas, condutas ou atitudes que objetivem humilhar
ou degradar os adolescentes; Art. 25. Os casos omissos neste instrumento normativo
serão resolvidos pelo Gabinete do Superintendente do
II- escalonamento no uso excepcional da força e Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo.
dos instrumentos de coação.
Fortaleza-CE, 19 de julho de 2022.
Art.19. O emprego excepcional da força dentro dos Roberto Bassan Peixoto
Centros Socioeducativos e Centros de Semiliberdade SUPERINTENDENTE
deve ser realizada de forma progressiva, respondendo a
cada situação específica com a força equivalente ANEXO I
necessária à resolução do evento. EMENTA
TÍTULO: CURSO DE FORMAÇÃO PARA USO DOS
Art.20. O uso excepcional da força dentro da unidade EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI’s)
deverá ser autorizada somente pelo Diretor e na PARA PREVENÇÃO DE SITUAÇÕES DE CRISE E
ausência deste, pelo coordenador de segurança, sempre CONTROLE DE DISTÚRBIOS CIVIS NO ÂMBITO DOS
em ato devidamente fundamentado. CENTROS SOCIOEDUCATIVOS DO ESTADO DO CEARÁ.

Art.21. Para efeito de uso excepcional de força dentro da CARGA HORÁRIA: 24hs
Unidade de Atendimento Socioeducativo, são
considerados casos excepcionais: AUTORIA: Fabiana Duarte Pimenta de Souza (Assessoria
Especial de Gestão e Comunicação - SEAS)
I- quando o recurso a outros métodos de controle menos Marzio Gleison Vasconcelos da Silva (Grupo de
coercitivos se revelar ineficaz; Intervenções Táticas - GIT)

II- os casos de legítima defesa e de resistência quando o ÁREA TEMÁTICA: Operacional/Ações com Escudos
adolescente oferecer grave ameaça a sua integridade CONTEÚDO:
física, à integridade física de terceiros ou ao patrimônio 1. Legislação, Norma, Conceitos Jurídicos: Direitos
público; Humanos no ordenamento jurídico brasileiro e na
Constituição Federal/88; Regras Mínimas das Nações
III- de tentativa de fuga das unidades de internação; Unidas para a Proteção dos Jovens Privados de
Liberdade; Lei n°8.069/1990 Estatuto da Criança e do
IV- caracterização de evento simples ou complexo, Adolescente; Lei n°12.594/2012 – Sistema Nacional de
esgotadas todas as possibilidades de diálogo. Atendimento Socioeducativo – SINASE; Portaria
n°004/2021 – SEAS, que institui as regras de segurança
preventiva, definindo normas, rotinas e procedimentos

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operacionais no âmbito dos Centros Socioeducativos LEI Nº 9.826, DE 14 DE MAIO DE 1974


do Estado do Ceará.

2. Responsabilização nos casos de violação da Legislação

3. Controle de Distúrbios Civis, curso tático para


operadores de segurança
OBJETIVOS: O objetivo é capacitar socioeducadores
e coordenadores de segurança do sistema
socioeducativo, com conhecimentos necessários
para o uso de Equipamentos de Proteção Individual
(EPIs), em resolução de eventos simples e complexo.

METODOLOGIA: Aulas teóricas sobre a legislação de


garantia de direitos, direitos humanos, a atuação da
Corregedoria na prevenção e combate à tortura. Aulas
teóricas na formação de escudo, conhecimento dos
equipamentos, aulas práticas de forma dinâmica e
estática no terreno do ambiente socioeducativo.

RECURSOS UTILIZADOS: Serão utilizados apresentações


em power point, vídeos, simulações e os equipamentos
disponíveis: escudos, luvas, capacetes anti-tumulto e
caneleiras.

PÚBLICO-ALVO: Socioeducadores e Coordenadores de


Segurança.

TOTAL DE PARTICIPANTES: 70

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