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Aula 5 Parte 1

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Leitura aula 5 parte 1

Aventura da filosofia com meus filhos


Se seria errado alguém pegar o Tigue, então você tem o direito de que
ninguém o pegue protege sua posse, mas a proteção que o direito fornece
não é física a proteção do direito é normativa, ela é gerada por normas ou
padrões que governam o bom comportamento. A proteção que o direito fornece
depende da disposição alheia de conhecê-lo e respeitá-lo.
O Bartender estava nos dizendo que não tinha permissão para nos vender
cerveja; meu amigo estava indicando que era possível sim. Não havia ninguém
la, então ele não seria pego, ele serviu, mesmo não podendo, porque podia
(sem consequências)
Direitos são relacionamentos

Quando você tem um direito, alguém tem uma obrigaçãorelacionamentos


ao menos 2 pessoas participamo detentor do direito e o detentor da
obrigação
Qual a natureza desse relacionamento? Você está envolvido em um complexo
relacionamento com a pessoa que tem a obrigação correspondente
Igualdade de circunstâncias as vezes coisas acontecemex: pagar divida
ate terça, mas tem que pagar o aluguel antes
Visão consequencialistao status moral de um ato depende de suas
consequências mais famosa versão é o utilitarismo(maximizar o bem-estar)
equilíbrio entre prazer e dor se te traz mais prazer do que a dor da
consequência os direitos não entrariam de modo algum na equação
Para Dworkin, os direitos triunfam sobre as preocupações com o bem-estar

Dilema do Bonde Observador na alavanca

Maioria diria que puxaria a alavanca para salvar 5 pessoas ao invés de 1


contra o exemplo do direito triunfar Porque o trabalhador do trilho não tem o
mesmo direito?
Achar o direito violado em Transplante e Homem Gordo, mas não em
observador na alavanca
Kant dizia que devemos tratar pessoas como pessoas e não como meramente
meios para atingir nossos fins, pois pessoas se diferem de objetos por ter
capacidade de estabelecer fins para si, argumentar sobre quais devem ser
esses fins, descobrir como atingi-los. Tratar pessoas como pessoas deve
respeitar essas capacidades
Ele não via problema em usar as pessoas como meios, mas sim de só as usar
como isso. O direito relevante é aquele de ser tratado como pessoa, não
meramente como meio para um fim
Dessa vez você está usando o trabalhador como meio para um fim. Se
ele não estivesse lá seu plano para salvar os cinco seria em vão
Na visão de Thomson, circuito seria igual a Alavanca, logo puxaria a
alavanca ideia kantiana que repousa sobre o direito de ser tratado como
pessoa e não meramente como meio para um fim diferente do homem gordo,
você não esta colocando o homem lá para parar o trem, ou seja, voc~e não faz
contato físico com a pessoa que pretende matar como acontece em transplante
e homem gordo (parece menos repulsivo, porém levará a morte da mesma
maneira, o mecanismo dificilmente importa)
Essa parte da filosofia é chamada de bondologia criticas: puxar a
alavanca na vida real faria com que o bonde saísse dos trilhos e mataria os
passageiros, por isso a melhor escolha seria não puxar e matar os 5 mundo
real é mais complicado que os casos filosóficos contam mas escolher não
puxar e matar os 5 é difícil, voltaríamos para a ideia de o transplante

Esses primeiros ensinamentos sobre propriedade foram suplementadas


por ensinamentos sobre promessas, privacidade e espaço pessoal aula
sobre contratos (cumprir suas promessas), sobre delitos (não pegar coisas
alheias), direito criminal (consequ~encias do mau comportamento)
Primeiros anos são sobre moralidade para as crianças aprenderem
Pensando com Diretos
No contexto da pandemia de COVID-19, alguém posta nas redes sociais sobre o
“direito de não usar máscaras protetivas. Outra pessoa, sobre termos “direito à vacina”
Em certos usos, direito significa sistema jurídico, como em direito brasileiro ou direito
inglês. Em outros, direito é uma reivindicação de algo dentro de um sistema jurídico,
como o direito à aposentadoria se cumpridos os requisitos legais. Usamos ainda a
linguagem dos direitos para nos referirmos a demandas que não são necessariamente
jurídicas, mas morais. Pense em como faz sentido discutir o direito moral ao
casamento homoafetivo mesmo em um contexto no qual o sistema jurídico proíbe a
união de pessoas de mesmo sexo.
II ESTRUTURA E NATUREZA DOS DIREITOS

Há um indivíduo, esse indivíduo tem um direito a algo, e há alguém que deve


fazer (ou deixar de fazer) algo por causa dessa demanda (ou seja, há um dever
correlato)
Quando pensamos em direitos políticos em um sentido amplo, e o foco do
capítulo são esses direitos, percebemos que eles são exercidos por indivíduos
contra o Estado ou comunidade política a qual esses indivíduos pertencem.
Direitos políticos, diz Dworkin, estabelecem “que alguns interesses de pessoas
particulares são tão importantes que esses interesses devem ser protegidos
mesmo contra políticas que iriam de fato colocar a população como um todo
em uma situação melhor”
Segurança pública é um objetivo valioso. No entanto, ganhos de segurança
pública (se é que ocorrem) não justificam práticas policiais brutais em bairros
periféricos. Não há ganho de segurança pública que justifique chacinas em
comunidades carentes. Isso porque os indivíduos que moram nessa
comunidades possuem direitos, como um direito a não serem discriminados e
um direito ao devido processo legal. Os direitos dessas pessoas trunfam a
política brutal de segurança pública, mesmo se tal política brutal for capaz de
produzir resultados.
ontestar é o termo chave. O que significa contestar uma política? Isso vai
depender do tipo de direito de que estamos falando. Até aqui tratei
indistintamente a ideia de direitos, mas Dworkin introduz uma classificação útil.
Direitos políticos (political rights), em sentido amplo, dizem respeito a direitos
morais decorrentes de princípios de moralidade política. Em geral, é nesse
sentido que utilizamos a linguagem dos direitos quando defendemos o direito
ao casamento homoafetivo em um país que proíbe essa prática. Nesse
cenário, estamos contestando o direito vigente (law) a partir de um direito moral
que os indivíduos possuem.
Direitos legislativos (legislative rights) são direitos políticos que são garantidos
por meio de legislação. Muitos dos chamados direitos sociais em princípio se
enquadram nessa categoria, são direitos que demandam regulação ou
planejamento legislativo para se concretizarem. Direitos jurídicos (legal rights),
por sua vez, são direitos que os indivíduos podem demandar junto aos tribunais
ou órgãos equivalentes. Quando o sistema jurídico estabelece que eu tenho um
direito e esse direito não é respeitado, eu posso demandá-lo em juízo. É
importante perceber que, conforme já mencionado, nem todo direito político em
sentido amplo é convertido em um direito jurídico, mas também que nem todo
direito jurídico tem um direito político em sentido amplo que lhe seja
correspondente
Diferentes tipos de direitos contestam políticas de maneiras diferentes. Quando
estamos falando de um direito político em sentido amplo, um direito moral, a
linguagem dos direitos se manifesta por meio de um argumento também moral.
Direitos legislativos podem ser demandados via pressão democrática e via
outros mecanismos de participação popular na elaboração de leis. Direitos
jurídicos são demandáveis em tribunais.
III DEFININDO O CONTEÚDO DE UM DIREITO
Direitos, mesmo direitos jurídicos, não possuem conteúdo definido a priori
Alexy entende direitos como mandamentos de otimização, isto é, como
princípios que devem ser realizados na máxima medida possível. Em caso de
conflitos, os princípios devem ser sopesados em busca da solução que melhor
satisfaz os requisitos de adequação, necessidade e proporcionalidade em
sentido estrito
direitos como liberdade de expressão e liberdade religiosa são interpretativos,
dependem de um exercício concreto de interpretação para terem um sentido
O ponto é que a interpretação que fazemos de um determinado direito (ou
valor, ou princípio) é sempre dependente da interpretação que fazemos de
outros direitos. Nós só conseguimos entender o que é justiça à luz de outros
valores como igualdade ou liberdade. Se isso é verdade, uma interpretação é
bem-sucedida na medida em que é capaz de melhor articular o direito (ou valor,
ou princípio) interpretado junto aos demais direitos (ou valores, ou princípios). A
devida compreensão de dois direitos aparentemente conflitantes revela que na
verdade esses direitos são mutuamente dependentes dentro de um esquema
interpretativo coerente
IV A FUNDAMENTAÇÃO DOS DIREITOS
Direitos não surgem do nada, é necessária uma teoria sobre sua origem.
Mesmo quando falamos de direitos jurídicos, nós não temos como saber o que
esses direitos significam a não ser que tenhamos uma teoria sobre eles, por
sua vez, nossa teoria sobre os direitos depende do que entendemos como
princípios de moralidade política. Um primeiro tipo de teoria vai buscar a
fundamentação dos direitos em princípios como autonomia da vontade e
liberdade de escolhateorias da vontade
A principal forma de concorrência às teorias da vontade são as teorias do
interesse Afirmar que um indivíduo possui um direito é indicar um
fundamento para o requerimento de uma ação de determinada natureza, que
um aspecto de seu bem-estar é fundamento para o dever da outraO papel
específico de direitos no raciocínio prático é, portanto, de fundamentar deveres
nos interesses de outros seresem outras palavras, para teorias do interesse,
saber que direitos temos demanda que nos atentemos àqueles interesses que
são centrais ao nosso bem-estar. São esses os interesses capazes de
fundamentar direitos.
A teoria da vontade possui dificuldades em explicar os direitos de pessoas que
são incapazes de exercer autonomia ou capacidade de escolha. A teoria do
interesse tem dificuldades em delimitar quais interesses são capazes de
fundamentar direitos e assim por diante.
O já citado Dworkin vai entender direitos como fundamentados em um princípio
básico de legitimidade política, que é o tratamento de todos os cidadão com
“igual consideração e respeito” o que interessa aqui é perceber que existem
diferentes teorias para a fundamentação dos direitos. Essas teorias são ao
cabo teorias morais sobre o que reputamos valioso (autonomia, ou bem-estar,
ou dignidade, etc).

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