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DESEMPREGO E O PENSAMENTO ATEMPORAL MARXIANO

Alunos:
André Arthur Cavalcante Lima
Ana Lívia Sousa Barros
Camila Catucha de Souza Cavalcante
Samara da Silva Siqueira
Vitória Sousa de Freitas

Trabalho de conclusão de semestre do curso


de graduação de História da Universidade
Estadual do Ceará, disciplina Sociologia
ministrada pelo Professor José Cleyton
Vasconcelos Monte.

Fortaleza
2022
1 INTRODUÇÃO

O pensamento atemporal sobre as questões sociais a qual as obras de


Karl Marx se desenvolveu ao longo de sua extensa produção, faz com tenhamos
a certeza que as reflexões trabalhadas por ele sejam sempre atuais.
Dentro dessa perspectiva, traremos nesse ensaio a visão contemporânea
do tema desemprego e as relações do desenvolvimento da ordem capitalista, a
partir do pensamento atemporal de Marx, onde o mesmo, lucidamente trouxe em
seus escritos um vasto conhecimento com a intenção de abrir espaço para
questionamentos dentro das sociedades as quais são envolvidas.

2 DESEMPREGO COMTEPORÂNEO E SUA RELAÇÃO COM O CAPITALISMO

Segundo os últimos dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de


Geografia e Estatística) o Brasil tem cerca de 9,5 milhões de desempregados no
3º trimestre 2022, chegando a ser 8,7 % da taxa desocupação no Brasil, onde
dentro dessas taxas, inclui-se os trabalhadores informais, donas de casa e
estudantes universitários que se dedicam apenas aos estudos.

Tivemos ao longo desses últimos dois anos a pandemia da Covid que


corroborou com esse expressivo aumento do número de desempregados,
contudo, devemos salientar que o desemprego no Brasil está muito relacionado
com a concentração da riqueza de uma minoria, que consequentemente afeta a
classe trabalhadora, isso porque sabemos que esse fenômeno está
intrinsicamente relacionado com o capitalismo e seu acúmulo, a pandemia foi
apenas um agente de potencialização da pobreza e suas mazelas sociais.

Marx vai explicar a relação de acúmulo de capital e o aumento da


população desocupada assim:

“Por um lado, o capital adicional formado no decorrer da acumulação atrai,


proporcionalmente a seu volume, cada vez menos trabalhadores. Por outro lado, o velho
capital, reproduzido periodicamente numa nova composição, repele cada vez mais
trabalhadores que ele anteriormente ocupava” (MARX, 2013, p. 704).

A partir do entendimento do Marx, fica evidenciado que esse acúmulo


desenfreado aumenta o volume de uma classe de desocupados, chamado por
ele, como “exército industrial de reserva”, dentro dessa perspectiva, esse
exército humano, fica sempre a mercê do capital para quando necessitar
recrutar.

Conforme MARX (2013, p. 735), [...] se uma população trabalhadora


excedente é produto necessário da acumulação ou do desenvolvimento da riqueza no
sistema capitalista, ela se torna, por sua vez, a alavanca da acumulação capitalista e,
ao mesmo tempo, condição de existência do modo de produção capitalista. Ela constitui
um exército industrial de reserva disponível, que pertence ao capital de maneira tão
absoluta como se fosse criado e mantido por ele. Ela proporciona o material humano a
serviço das necessidades variáveis de expansão do capital e sempre pronto para ser
explorado, independentemente dos limites do verdadeiro incremento da população.”

Podemos dizer que não somente o acúmulo de investimento capitalista


acelera no processo de desemprego, as relações de trabalho cada vez mais
precarizadas torna o cidadão refém das necessidades básicas. Esse cidadão
que é refém dessas relações se torna cada vez mais vulnerável, novos ciclos de
uma espécie de ser que vive apenas no limite, gerando um fenômeno
contemporânea chamado informalidade.

Retomando ao recorte dos dados apresentados pelo IBGE logo no início


desse ensaio, mostra que a informalidade está entre as estatísticas e é uma
consequência do desemprego. Certamente, o pensamento do homem mediante
ao capitalismo voraz, faz com ele procure outros meios de sobrevivência afim de
sanar suas necessidades primárias, mesmo com a incerteza que o trabalho
informal lhe proporciona.

Uma característica desse desemprego contemporâneo é fato do mesmo


não atingir somente quem tem baixa escolaridade, na verdade o que mais vemos
no nosso cotidiano são pessoas com formação acadêmica trabalhando em
serviços completamente divergente da área de formação, isso é um reflexo de
que o capitalismo atual onde atinge a população em larga escala.

Retornando ao assunto de forma mais específica, um observação


interessante nessa relação homem, desemprego e o capitalismo é que mesmo
o homem a serviço do emprego formal e o informal, sempre apresentará uma
instabilidade para classe proletariada, isso é gerado pelo mal maior que é o
capitalismo estrutural.

O capitalismo tem um poder extremamente forte sob mercado de


trabalho, onde ele “compra” a forma de trabalho, impondo os seus métodos e
suas diretrizes, inclusive o que ele acha que deve se pagar, para que se tenha
lucro máximo. Para Marx, existe um conceito onde:

[...] todos os métodos para produzir mais-valia são, ao mesmo tempo, métodos de
acumular, e todo aumento da acumulação torna-se, reciprocamente, meio de desenvolver
aqueles métodos. Infere-se daí que, na medida que se acumula o capital, tem de piorar a situação
do trabalhador, suba ou desça sua remuneração. [...] Determina uma acumulação de miséria
correspondente à acumulação de capital. Acumulação de riqueza num pólo é, ao mesmo tempo,
acumulação de miséria, de trabalho atormentante, de escravatura, ignorância, brutalização e
degradação moral, no pólo oposto, constituído pela classe cujo produto vira capital. (MARX,
2013, p.749).

3 CONCLUSÃO

Tendo em vista, todas as nuances que colaboraram para aumento


significativo do desemprego na contemporaneidade, o acúmulo de riqueza tão
debatido por Marx há tempos atrás, atinge não somente a população com baixa
escolaridade, mas a todos e a pergunta que temos em mente é: Como tentar
frear esse capitalismo que parece que cada ano parece não ter limites?

Talvez nunca teremos de fato uma resposta pronta e uma solução


definitiva, porém trabalhar equidade nas divisões de riquezas já seria de bom
tamanho, promoção de programas sociais, geração de empregos, uma
tributação progressiva significativas sobre as fortunas poderiam ajudar a
minimizar pelo menos a médio e longo prazo esses abismos que existem entre
a classe dominante e os dominados.

Darcy Ribeiro já dizia:

“O Brasil, último país a acabar com a escravidão tem um perversidade intrínseca na sua
herança, que torna a nossa classe dominante enferma de desigualdade, de descaso.”
REFERÊNCIAS:

CASTRO, Celso. Textos Básicos de Sociologia: Rio de Janeiro: Jorge


Zahar Editor Ltda.2014

MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política: Livro I. O processo


de produção do capital. São Paulo: Boitempo, 2013.
MARX, Karl. Para a Crítica da Economia Política., São Paulo: Ed. Abril
Cultural, 1974. (Os Pensadores, v. XXXV).

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