Apostila de Zootecnia 1
Apostila de Zootecnia 1
Apostila de Zootecnia 1
Disciplina:
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Apostila destinada ao Curso Técnico de Nível Médio em Agronegócio das Escolas
Estaduais de Educação Profissional – EEEP
2018
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Sumário Pagina
OVINOCAPRINOCULTURA
BOVINOCULTURA
Unidade I
a) Histórico da criação
A ovelha (Ovis aries) que pode ser chamado no masculino por carneiro e quando
pequeno como cordeiro, anho ou borrego, é um mamífero ruminante bovídeo da sub-
família Caprinae, que também inclui a cabra. É um animal de enorme importância
econômica como fonte de carne, laticínios, lã e couro. Criado em cativeiro em todos
os continentes, a ovelha foi domesticada na Idade do Bronze a partir do muflão (Ovis
orientalis), que vive actualmente nas montanhas da Turquia e Iraque. As ovelhas são,
quase sempre, criadas em rebanhos. O manejo é bastante trabalhoso, seja pelo fato
de se tratar de um rebanho grande, ou por serem animais sensíveis. Nas regiões mais
frias, como no sul do Brasil, o cuidado com as crias recém-nascidas deve ser intenso,
já que a época de partos coincide com os meses de inverno, quando se tratar de
raças que possuem estacionalidade reprodutiva. Além do frio, os criadores devem
atentar para raposas e outros predadores, que cercam as fêmeas e roubam-lhes os
filhotes. A lã, retirada no início do verão, importante fonte de renda para o criador,
torna a crescer, garantindo ao animal a sua própria defesa ao frio. Basicamente, a
ovelha (fêmea) é um animal dócil, e sem nenhum mecanismo natural de defesa; o
que deve ter influenciado para, na cultura popular, estar associada à ideia de
inocência. No caso dos carneiros (machos) é necessária alguma precaução com
alguns animais mais agressivos, pois estes podem usar as astes de forma perigosa.
Importância econômica A criação de ovelhas (ovinocultura) é uma atividade que tem
ocupado fazendeiros desde os tempos mais remotos, pois este animal pode fornecer
leite, lã, couro e carne. No Século XXI as ovelhas ainda constituem importância vital
na economia de vários países. Os maiores produtores de ovelhas (per capita), estão
no hemisfério sul, excetuando a China, e incluem Nova Zelândia, Austrália, Argentina,
Uruguai e Chile. No Reino Unido a importância do comércio de lã era tão grande que
na câmara superior do parlamento (a Casa dos Lordes) o Lorde Chanceler senta-se
numa almofada conhecida como saco de lã (woolsack). A sua carne é consumida no
mundo inteiro. Seu leite é usado para produzir diversos tipos de queijo, entre os mais
conhecidos estão o roquefort. Em alguns lugares do mundo, como a Sardenha, a
ovinocultura tornou-se a principal atividade econômica. Mesmo nos dias atuais, o
investimento em rebanhos fornece retornos financeiros de até 400% do seu custo
anual (incluindo ganhos reprodutivos).
Domesticação
As ovelhas domésticas são descendentes do muflão, que é encontrado nas
montanhas da Turquia ao Irã meridional. Evidênicas da domesticação datam de 9000
a.C. no Iraque. O muflão foi considerado um dos dois ancestrais da ovelha doméstica,
após análises de DNA. Embora o segundo ancestral não foi identificado, pois o urial
e o argali foram desconsiderados. O urial (O. vignei) é encontrado do nordeste do Irã
ao noroeste da Índia, ele possui um número maior de cromossomos (58) que a ovelha
doméstica(54) sendo assim um improvável ancestral da ovelha, mas ele cruza-se com
o muflão. A ovelha argali (Ovis ammon) da Ásia interior (Tibete, Himalaia, Montes
Altai, Tien-Shan e Pamir) tem 56 cromossomos e a ovelha-das-neves-siberiana Ovis
nivicola tem 52 cromossomos. Evidências das primeiras domesticações são
encontradas em PPNB Jericho e Zawi Chemi Shanidar. As ovelhas de lã enrolada
são encontradas somente desde a Idade do Bronze. Raças primitivas, como a
Scottish Soay tinham que ser arrancados (um processo chamado rooing), em vez de
cortados, porque os pêlos eram ainda mais longos do que a lã macia, ou a lã devia
ser coletada do campo depois que caía. O muflão-europeu (Ovis musimon)
encontrado na Córsega e na Sardenha assim como em Creta e a extinta ovelha-
selvagem-do-Chipre são possíveis descendentes das primeiras ovelhas domésticas
que se tornaram selvagens.
Raças
Existem várias raças de ovelha, mas elas são geralmente sub-divididas em raças
de lã, raças de pêlo e raças de carne. Fazendeiros desenvolveram raças de lã, obter
quantidade e qualidade superior, comprimento da lã e grau de friso na fibra. As
principais raças de lã são Merino, Rambouillet, Romney, Herdwick e Lincoln. Drysdale
é uma raça específica para produzir lãs para tapetes. Raças de carne incluem a
Suffolk, Hampshire, Dorset, Columbia, Texel, Andryan[carece de fontes?] e
Montadale. Raças de lã com dupla-finalidade são criadas concentrando-se no
crescimento rápido e em facilidade de tosca. Uma ovelha fácil de cuidar é a
Coopworth que tem lã longa e boa qualidade na produção de carne. Outra raça de
dupla-finalidade é a Corriedale. Em algumas usadas às vezes como dupla finalidades,
a cruza de raças é praticada para maximizar ambas as saídas, por exemplo, ovelhas
Merino que fornecem lã podem ser cruzadas com carneiros Suffolk para produzir
cordeiros que são robustos e apropriados para o mercado de carne. Raças de pêlo,
é a primeira subdivisão de ovelhas domésticas à existir, criadas para carne e couro.
São prolíficas e altamente resistentes à doenças e aos parasitas.
Origem das raças naturalizadas
A origem das raças naturalizadas remonta às raízes históricas do Brasil. Os
primeiros ovinos foram introduzidos no País pelos colonizadores portugueses, na
época do descobrimento. Logo se adaptaram ao novo ambiente e passaram a
multiplicar-se. Seus descendentes espalharam-se pelas terras brasileiras, e sofreram,
ao longo dos séculos, um intenso processo de seleção natural nos diferentes
ambientes em que se encontravam, a ponto de hoje apresentarem características
específicas de adaptação, tais como precocidade sexual, não estacionalidade
reprodutiva, prolificidade (número de crias por parto), menor porte, rusticidade,
resistência às doenças e parasitas, resistência aos extremos de temperatura e à
escassez hídrica e alimentar. Essas características de adaptação lhes permitiram ser,
ao mesmo tempo, resistentes e pouco exigentes, o que contribuiu para garantir sua
sobrevivência e perpetuação. No entanto, apesar de altamente adaptados a alguns
ambientes do País, esses animais apresentam baixo nível de produtividade.
c) Vantagens na exploração
d) Perspectivas
O Brasil tem o 10º maior rebanho mundial de caprinos (9,2 milhões de cabeças),
não aparecendo na lista de maiores produtores de ovinos (17,3 milhões de cabeças)
que é liderada pela China e Austrália.
No Brasil, 91% dos caprinos e 57% dos ovinos concentram-se no Nordeste. Os
efetivos ovinos predominam em todas as regiões.
Desde 1990, o Nordeste superou o Sul em ovinos. A aptidão dos rebanhos do
Nordeste sempre foi para corte, com ovinos deslanados e seus mestiços.
Em relação aos caprinos, mais versáteis que os ovinos em termos de
sobrevivência, Bahia e Pernambuco abrigam metade do rebanho do País.
9Os caprinos se concentram na área central do Nordeste, tendo aumentado a
capilaridade dos rebanhos por toda a região. Mas, em 20 anos, a regressão do
rebanho no Nordeste foi de 2,2 milhões de animais.
O rebanho de ovinos cresceu e se espalhou no Nordeste na ordem de 2,2 milhões
de animais; no Brasil, reduziu em de 2,6 milhões.
Culturas como milho, soja e a fruticultura, entre outros fatores, influíram na
redução dos efetivos de caprinos e ovinos nas áreas de cerrados do Nordeste e parte
setentrional da Bahia.
A produção mundial de leite de cabra foi de 15,5 bilhões de litros em 2009 e de
leite de ovelha em torno de 9,2 bilhões (FAO, 2011).
Em Petrolina, existe um centro gastronômico inteiramente dedicado à
comercialização de carne ovina e caprina. Em Pintadas, Sertão Baiano, organizado
na forma de cooperativa, funciona um frigorífico com capacidade para abater 100
animais/dia, produção que vai quase toda para compradores de Salvador.
No Brasil, manejo, transporte, abate e esfola respondem por importante parcela
na depreciação da pele, com repercussão sobre o preço da mesma.
Segundo os especialistas, a produção de ovinos e de caprinos deve primar pelo
baixo custo, para não inviabilizar a economia do sistema.
No Nordeste, o processo de adaptação ao ambiente reduziu o tamanho dos
animais, extinguiu a lã e promoveu na pele características para sobrevivência ao rigor
climático, tornando maior o seu rendimento industrial.
Várias espécies na caatinga apresentam alto valor nutritivo, devendo ser
cultivadas como lavouras xerófilas (palma, jucazeiro, feijão bravo, dentre outras) para
aproveitamento in natura ou conservada (feno e silagem).
Unidade II
2. Sistemas de Produção:
SISTEMA EXTENSIVO
SISTEMA SEMI-EXTENSIVO
SISTEMA INTENSIVO
Consiste no confinamento total dos animais, com área de solário, sendo ideal para
a produção de carne precoce (cordeiro premium). Requer tecnologia e investimentos
maiores do que os sistemas anteriores. A base da alimentação são os volumosos, a
suplementação concentrada, a mistura mineral e a água fornecida em comedouros e
bebedouros.
Unidade III
Família: Bovidae
Sub-família: Caprinea
Gênero: Capra
Espécie: Capra hircus
Classe: Mammalia
Ordem: Artiodáctila
Sub-ordem: Ruminantia
Família: Bovidae
Sub-família: Caprinea
Gênero: Ovis
Espécie: Ovis aries
1. RAÇAS PRODUTORAS DE LEITE
São animais que geralmente apresentam bom vigor, feminilidade, ligações
harmoniosas do úbere, não têm carne em excesso e possuem formato de cunha, com
membros bem aprumados.
Podem apresentar produções de leite equivalentes em até 10-12 vezes o seu
peso vivo durante uma lactação.
1.1. SAANEN
Origem: Região dos Alpes Francês e Suíço. Vieram para o Brasil importadas da
Alemanha, Suíça e França. Sendo a alemã mais robusta que as demais.
Numericamente a mais importante cabra leiteira na Europa.
Características
raciais: Pelagem: do pardo claro até vermelho escuro (queimado) com faixa preta
no dorso, membros e cabeça mais escuros (queimados). Pelos curtos e brilhantes.
Preto é desclassificante. Pele e mucosas escuras.
Altura: machos: 88-100 cm, fêmeas: 78-93 cm.
Corpo: animais longilíneos (1,20m). Tórax amplo e ventre desenvolvido. Garupa
larga e ligeiramente inclinada. Membros finos com unhas delicadas (aprumos e
lesões).
Cabeça: Fina com perfil retilíneo; fronte larga e chanfro grosso. Orelhas curtas e
bem implantadas, retas, às vezes pesadas projetadas para frente, para cima e para
fora.
Características zootécnicas: 550-600 Kg/lactação - atinge média de 2,5 kg/dia
(máx. 8 Kg)
Peso: machos: 70-90 Kg, fêmeas: 50-65 Kg
1.4. MURCIANA
Altura: acima de 60 cm nas fêmeas e 75 cm nos machos Corpo: Deve ser longo,
profundo e largo. Apresentando costelas bem arqueadas e com boa cobertura
muscular. Linha dorso lombar é reta e com palhetas bem arqueadas.
Cabeça: Forte, olhos castanhos e com aparência delicada. Chanfro levemente
convexo e a fronte do tipo romano. Chifres fortes e de comprimento moderado,
curvando-se gradualmente para trás e para os lados. Orelhas largas,
comprimento médio e pendulares.
Características zootécnicas: - Sua principal aptidão é a produção de carne.
- Rendimentos de carcaça entre 48 e 60%, para animais jovens e adultos,
respectivamente. Quando adultos é comum ultrapassarem os 100 kg de peso vivo.
2.2. BHUJ
Cabeça: perfil reto, chanfro seco e com bordas retilíneas quando visto
frontalmente.
Presença ou não de brincos. Mocho desclassifica.
Características zootécnicas: Produção de leite muito baixa (0,3-0,4 Kg/dia)
Peso: machos: acima de 36 Kg e fêmeas: 30-34 Kg.
Partos duplos em 40% dos casos.
Pele preta e fina.
3.2. CANINDÉ
Características
zootécnicas: Peso: acima de 35 Kg
Pele: macia e flexível.
3.4. REPARTIDA
- Cabeça larga, tamanho mediano, perfil convexo, focinho forte e boca larga;
- Orelhas curtas e vigorosas;
- Chifres com base triangular, ± espiralados (fêmeas mochas ou pequenos
bananas;
- Supra-nasais unidas em arco com rugas transversais nos machos;
- Membros fortes e cobertos de lã.
Desclassificantes: presença de pelos no velo, pelos curtos brancos ou cor canela
nos membros; chifres lisos.
Características zootécnicas: Produção de lã: velo denso e uniforme por todo o
corpo, com lã muito branca e de extrema suavidade ao tato, resistente. Peso do
velo de 7-10 Kg borregos; 9-19 Kg carneiros e de 3,5 a 4,5 Kg ovelhas.
Comprimento de 7-13 cm e 12 a 23 micras de diâmetro. Suarda abundante.
- Bem adaptado às condições naturais e ao sistema de exploração extensiva.
4.3. IDEAL (POLWARTH)
Origem: condado de Polwarth no sul da Austrália em 1880. A partir de
cruzamentos entre Merinos x Lincoln:
Fêmeas Merino x Machos Lincoln
⇓
Fêmeas 1/2 ML x Machos Merino
⇓ (No Brasil em 1913 via Cone Sul)
3/4 ML x 1/4 Lincoln (5ª geração)
Características raciais: - Corpo comprimento médio e peito proeminente;
- Cabeça mediana, larga e forte; cara sem lã nos olhos;
- Orelhas médias e bem separadas;
- Focinho róseo, forte e largo (pequenas manchas marrons);
- Pode ter variedade mocha.
Características zootécnicas: -Produz borregos com razoável cobertura de carne;
- Suporta pastagens mais pobres;
- É a mais rústica e precoce das raças lanígeras;
- Produção de lã: qualidade superior às raças anteriores, fibras com diâmetro
reduzido (23 a 26 micras) e ondulações pronunciadas. Cor branca ou marfim,
suave ao tato e de aspecto sedoso.
5. RAÇAS MISTAS PARA PRODUÇÃO DE LÃ E CARNE
Origem: Uruguai
Características raciais: - Corpo volumoso, cilíndrico e conformação harmoniosa;
pescoço maciço e levantado.
Características zootécnicas: - Alta rusticidade; cordeiros precoces para abate;
- Produção de lã: velo uniforme e denso, com fibras bem onduladas; diâmetro
oscilando de acordo com a idade;
- Sua lã de barriga também é de boa qualidade, o que eleva seu rendimento.
6. RAÇAS DE OVINOS ESPECIALIZADAS PARA CORTE
As características gerais dos ovinos especializados para corte são: animais
compactos com evidenciado arqueamento de costelas, linha dorso lombar e garupa
com boa cobertura muscular (aspecto de barril), grande velocidade de ganho de peso,
lã apresenta-se de qualidade inferior, engloba as raças conhecidas como "cara preta",
dentre outras.
Assim em criações cujo objetivo for apenas o corte, compensará ter raças
especializadas, bem precoces e que alcancem rapidamente pesos elevados.
6.1. SOUTHDOWN
de 3 Kg.
- Pouco exigente quanto à alimentação e ambiente: facilidade para adaptação ao
Nordeste Brasileiro;
- Queijos sofisticados.
8.2. LACAUNE
Unidade IV
Manejo produtivo e reprodutivo
REPRODUÇÃO EM CAPRINOS
1. MATURIDADE SEXUAL:
Fisiologicamente: machos e fêmeas entre 4 e 5 meses (40 a 50% do PV)
Zootecnicamente: com 60 a 65% do PV adulto (PURAS ± 7 a 8 meses, SRD com
1 ano)
Cobrição tardia reduz produção de leite; casos extremos leva à esterilidade.
Cobrição muito cedo: produtos pequenos.
2. CONSIDERAÇÕES FISIOLÓGICAS:
2.1. Poliestria estacional: - cio em função do fotoperíodo (época do ano)
- centro-sul de FEVEREIRO A JULHO (dias curtos)
2.2. Poliestria contínua: - NE brasileiro. Limitação é o status nutricional.
2.3. Animais exóticos: - Nos trópicos tendem a se adaptarem com o tempo.
- Cruzamentos e PC apresentam-se diferenciados.
“SITUAÇÃO IDEAL É TERMOS 3 PARTOS EM 2 ANOS”
3. CICLO ESTRAL: - Média de 19 a 21 dias (15 a 40 dias).
- Mais curtos nas cabritas (15 a 21 dias).
- ESTRO de 12 a 36 h (aceita macho ± 14 a 36h).
- OVULAÇÃO 12 a 36 h após o cio.
4. COMPORTAMENTO DA CABRA NO CIO:
- Queda no apetite;
- Inquietação;
- Monta e deixa-se montar pelas companheiras;
- Bale constantemente;
- Procura pelo macho;
- Movimentos laterais rápidos da cauda;
- Vulva edemaciada e avermelhada, com muco cristalino ou leitoso;
- Reflexo da micção é mais constante e;
- Passa a aceitar o macho após a ovulação;
são recolhidos.
3.2. Monta Controlada ou Dirigida: Os rufiões com marcadores ficam com o
rebanho à noite, as ovelhas marcadas irão para o piquete dos reprodutores pela
manhã.
Após cobertas e devidamente tomadas as anotações com a identificação da
semana da cobertura (1ª, 2ª, etc), são colocadas em outro piquete separado para
verificar se retornam ao cio ( 2 - 3 dias). Isto facilita identificar eventuais problemas
com os machos e/ou fêmeas. Este é um dos manejos mais adotados no Sul.
Vantagens e características:
Permite controle reprodutivo mais eficaz por observar o desempenho de machos
e fêmeas; Uso mais racional dos carneiros (0,8 a 2% de machos); Possibilita um
melhoramento genético mais rápido; Usa rufiões para detecção dos cios (2% a 3%
de rufiões); Mais trabalhosa que a natural.
3.3. Inseminação Artificial:
Irá exigir instalações adequadas, bem como pessoal altamente qualificado. IA
pode ser intracervical superficial, intravaginal ou intrauterina (mais riscos para o trato
reprodutivo. Há maiores possibilidades de erros que na IA de outras espécies,
principalmente no que se refere ao congelamento do sêmen, que é muito difícil,
exigindo o uso de sêmen fresco ou resfriado. Isto pode ser devido:
a) Falha no mecanismo de transporte do espermatozóide congelado através da
cérvice;
b) Reduzida longevidade numa alta proporção espermática;
c) Choque de temperatura da faixa de 0ºC. Assim o sêmen deve ser colhido na
propriedade e diluído ou transportado resfriado por uma distância relativamente
pequena, exigindo um esquema muito bem montado. Justifica-se para rebanhos com
mais de 500 ovelhas em estação. o índice de fertilidade obtido em programas de IA
está entre 80-90% em rebanhos gerais, mas se houver controle até o 2º cio pode-se
atingir 100%.
* Após a Estação de Monta a rotina volta ao normal e só reinicia um trabalho mais
intenso quando da Estação de Nascimento (3 meses depois).
4. Estação de Nascimento: Exige certos cuidados:
- 30 dias antes de seu início vacina tríplice (Gangrena, enterotoxemia e
carbúnculo); - nos 2 últimos meses cuidado com a alimentação das ovelhas prenhes
(maior exigência: 2,5 vezes), pois no terço final da gestação o feto já atingiu 75 a 80%
do PV ao nascer. Muito cuidado com a TOXEMIA DA GESTAÇÃO que acomete
ovelhas subnutridas ou mal alimentadas, principalmente quando possuem fetos
Unidade V
Sanidade animal
MANEJO SANITÁRIO
QUARENTENÁRIO:
EXAMES: Ecto e endo, brucelose, tuberculose, toxoplasmose, leptospirose e
micoplasmose
DESINFECÇÃO DAS INSTALAÇÕES:
1. Não lavar o piso ripado
2. Raspar e varrer os dejetos diariamente
3. Limpar os comedouros
4. Secar e lavar os bebedouros com frequência (1 vez/semana)
5. Usar lança chamas: engradados e caixote de mercado e exposições
6. Evitar entrada de pessoas que tiveram em outros criatórios suspeitos de surtos
7. Pedilúvio na entrada
CONTROLE DE ECTO PARASITOS:
Inspeções freqüentes
1. Sarna: separação e tratamento
2. Piolhos: Tratar afetados e às vezes todo o rebanho
Ao polvilhar o medicamento evitar contaminar comedouros e bebedouros
3. Bernes: Controlar moscas no cabril e instalações
Pastos limpos
Vasilhames e plataforma de ordenha sempre limpos
Matar todos os bernes que caírem
Banhar animais com bernicidas se necessário
4. MIIASES: Retirar larvas
Limpa o local
Aplicar repelentes
ASPECTOS ESTRATÉGICOS DE CONTROLE AOS ECTOPARASITOS
1. Separar animais por faixa etária
2. Pastoreio em faixas (rotacionado)
3. Manejo do esterco
4. Manejo nutricional aprimorado
CONTROLE DOS ENDOPARASITOS:
propriedade (geralmente com 2,5 a 5,0 mg/Kg de praziquantel oral), além de adotar
cuidados na captação de água para bebida, higienização da casa ou irrigação das
hortaliças.
1.3.3. FASCIOLOSE: ocasiona perda de peso, leite, lã e mortalidade nos
rebanhos, e ainda condenação de carcaças nos frigoríficos do RS (150.000 fígados
condenados/ano).
Aumenta sua incidência nas chuvas, vazantes ao baixarem deixam maior
quantidade de ovos e miracídeos nas forragens que estavam no alagado, ovinos
ingerem os metacercários e terão seus fígados parasitados.
Controle: controla-se o caramujo (hospedeiro) com moluscicidas à base de sulfato
de cobre 1 ppm, repetindo a aplicação após 2-3 meses; faz-se a drenagem da área;
elimina-se a vegetação aquática; ou pode-se usa o peixe APAIARI (lagoa da
pampulha). Deve-se evitar pastoreio nas pastagens que foram alagadas.
1.3.4. COCCIDIOSE ou EIMERIOSE: Provoca enterites, junto ao espeçamento,
edema e hemorragia da parede intestinal, com diarréias escuras, dores
abdominais, anemia, inapetência, desidratação, emagrecimento e morte. Animais
adultos são portadores para os mais novos. A super população de estábulos e
pastagens favorecem sua proliferação no rebanho, assim esta parasitose aumenta
de importância quando se intensifica os métodos de criação, exigindo-se portanto
maiores cuidados.
Tratamento: sulfas, amprólio, antibióticos ionofóricos e nitrofuranos.
1.4. CONTROLE E PREVENÇÃO DAS INFECÇÕES BACTERIANAS
1.4.1. CARBÚNCULO SINTOMÁTICO (Clostridium chauvoei): deve-se ter
cuidados com ferimentos da pele ocorridos durante a tosquia, cura do umbigo,
descola, etc, por constituírem nas vias de infecção.
Vacinações: Ovelhas no 4º mês de gestação (geralmente de fevereiro a abril)
Cordeiros 3º mês de idade, repetindo após 1 ano.
1.4.2. GANGRENA GASOSA ou EDEMA MALIGNO (Clostridium spp): ocorrência
individual e esporádica, tendo sua maior incidência após a tosquia, caudectomia,
parto e em carneiros banhados logo após a tosquia. A chamada cabeça inchada
ocorre em carneiros jovens (6 meses a 2 anos).
Prevenção: cuidados na desinfecção dos cortes acidentais e/ou feridas, bem
como da seringas e agulhas.
Out-Nov: ou aos30 dias de idade dos cordeiros, fazer vacinação contra ectima
contagiosa e queratoconjuntivite.
Out-Nov: e um mês após as parições e depois das vacinações, fazer descola,
castração e assinalamento dos cordeiros. SELEÇÃO do rebanho geral. TOSQUIA:
quando optar pela tosquia de primavera.
Unidade VI
A cabra leiteira tem seu nível de consumo de matéria seca influenciado por
fatores intrínsecos ao animal e pelas características dos alimentos disponíveis.
Devendra & McLeroy (1982) afirmam que os caprinos tem hábitos alimentares
específicos. Por isso, alimentos consumidos por um animal podem ser rejeitados por
outro.
Fase de Recria
A recria é a fase do sistema de produção que é iniciada após o desmame das
crias com o objetivo de prepará-las para a reposição (fêmeas) caso não se trate de
cruzamento industrial. Não existe uma duração pré-estabelecida para a recria.
Por tratar-se de ruminantes, a alimentação deve ser baseada, principalmente, em
volumosos, os quais abrangem uma grande variedade de alimentos, como forragens
verdes e conservadas (feno e selagem). Ressalte-se que estes alimentos devem ser
de boa qualidade nutritiva, no sentido de atender aos requerimentos nutricionais desta
categoria animal, os quais são elevados. A inclusão de leguminosas, a exemplo da
cunhã (Clitoria ternatea), da leucena (Leucaena leucocephala), da gliricídia (Gliricidis
sepium) etc., como parte da fração volumosa da dieta é uma medida importante.
Outra boa fonte de volumosos que poderá ser utilizada são os resíduos da agro-
indústria frutífera, que já representa uma fonte considerável de alimentos de boa
qualidade nutricional. O uso de concentrados poderá ser adotado como
complementação da dieta.
Unidade VII
Instalações e equipamentos;
Para se obter instalações adequadas e com custo baixo, deve se pensar muito
no que se espera das instalações, o que será avaliado, se é vantajoso ou não
remodelar construções existentes ou construir uma nova. As instalações deverão ser
planejadas não somente para as necessidades presentes no momento, mas para
permitir expansão ou uso alternativo se uma situação for requerida. Poderá ser
vantajoso, antes de qualquer planejamento ou construção, o produtor visitar várias
fazendas, observar e questionar aos outros produtores ou técnicos sobre suas
instalações, suas praticidades e observar as suas técnicas construtivas.
No local devem existir água de boa qualidade e energia elétrica. Terrenos com
declividades suaves permitem boa drenagem de águas pluviais. As coberturas das
instalações devem ser sempre orientadas no sentido leste-oeste, para diminuir a
influência da radiação solar no período do verão, mais quente para os animais
(BAÊTA; SOUZA, 1997).
Instalações Abrigos
Estes tipos de instalações são mais usuais no sistema extensivo, usadas também
para manter os animais seguros durante a noite e, devem ser construídas com
material adequado e ser, adaptadas às condições climáticas da região e ao sistema
de produção adequado. Devem ser bem arejadas, mas protegidas do vento e da
umidade e pouco sujeitas às variações climáticas. A área física disponível, a adoção
de novas tecnologias em alimentação e o manejo de dejetos são alguns dos fatores
que influenciam na escolha do tipo de instalação (NOGUEIRA FILHO, 2009). Utilizar
os materiais disponíveis na região pode ser uma maneira de se baratear o custo das
instalações, tais como cobertura morta, como palhas na cobertura, além de se utilizar
mourões do próprio local como divisórias de piquetes e telas. Nestes tipos de
estrutura, são estabelecidos 1,50 m2 por animal, e em torno de 2,3 m2 quando está
com sua cria. Estes valores podem variar conforme a raça do animal; para animais
Para regiões muito quentes com baixa umidade, o pé-direito ou a altura útil deverá
ser em torno de 3,0 m para esses abrigos. Quanto maior o pé-direito usado, menor
influência da cobertura sobre o ambiente do animal e maior sombra projetada e, com
isso, será proporcionado um ambiente mais arejado e com menor temperatura.
Em regiões com temperaturas mais baixas, que ocorrem em grande parte do ano
e principalmente à noite, e com ocorrência de ventos frios, poderá ser utilizado pé-
direito um pouco mais baixo, de cerca de 2,5 m. Mas também, podem-se fechar os
três lados do abrigo. Pode-se neste caso fechar até o teto se os ventos forem
frequentes e de alta velocidade. Poderá ser utilizada madeira para fechamento ou
alvenaria de meio tijolo. Também é usual nesse caso utilizar o lanternim, que poderá
conter sistema de fechamento, nos horários ou dias mais frios, pois as aberturas dos
lanternins poderão ser fechadas, com o uso de cortinas, por exemplo, impedindo a
saída do ar quente.
O que é fundamental nesses tipos de abrigos são os pisos, podendo ser utilizado
piso de chão batido (Figura 1), em regiões com baixa precipitação, usando-se para
isso camadas de brita 0 e 1 ou mesmo areia grossa sobre o piso de chão batido, em
torno de 8 a 10 cm. Este piso deverá ter um caimento de 4% do centro para fora do
abrigo, para escorrer a água ou urina. Outros pisos poderão ser usados como os de
concreto com areia grossa e média e brita 1 na proporção de 1:4:8. Em épocas mais
frias com ocorrência de ventos, para minimizar os problemas de estresse térmico,
principalmente para os animais novos, podem se utilizar camas como palhas,
forragens, entre outros materiais, acima do chão batido ou concretado.
Apriscos
dos principais fatores que deve ser observado é o bem-estar dos animais e elas,
devem ser práticas e funcionais; apresentar conforto e segurança; ser resistentes e
duradouras;
Este tipo de construção deverá ter um pé-direito (altura útil da construção) de 2,5
a 3,0 m, permitindo melhor ventilação da construção, diminuindo o acúmulo de
umidade, poeira, entre outros.
O piso poderá ser escolhido entre o ripado e o sólido ou compacto. O piso ripado
poderá facilitar a limpeza do aprisco se for construído com uma elevação mínima de
1,50 a 1,80 m em relação ao solo, evitando-se contaminação pelas fezes (SILVEIRA;
ALBUQUERQUE, 2009). Muitos apriscos são construídos com alturas de menos de
1 m impossibilitando ou dificultando muito a limpeza correta; neste caso, a opção pelo
piso sólido é a melhor.
tenham espaços mistos, área com ripado e áreas em cimento, areia ou mesmo saída
direta para um piquete pequeno.
Caso se queira usar piso sólido, vários estudos já confirmaram que não há
diferença no desempenho dos animais entre os dois sistemas desde que se tomem
as precauções para a necessidade de higienização e limpeza diária das instalações,
evitando-se o acúmulo de dejetos em larga escala. Neste caso poderá ser usado chão
batido ou piso de concreto, e este poderá ter um contra-piso de 6 cm de concreto
magro 1:8:6 e um piso com argamassa de 1:3 nivelado de 2 cm, com areia média e
fina, com caimento de 4% para fora da instalação. Não é recomendado que o piso
seja extremamente liso ou grosso para não ocorrer que um animal deslize ou
prejudique os cascos. A utilização de drenos nas instalações deverá facilitar a limpeza
e, estes poderão ter as dimensões de 15 cm de largura e uma profundidade de 30 cm
em todo o comprimento da instalação.
animais, além disso, poderá utilizar um carrinho de mão ou mesmo um trator, ou uma
carroça para levar a alimentação. Para isso, a medida de um corredor deverá ser
entre 3,0 a 4,0 m quando usar mecanização ou 2,0 m quando utilizar carrinho de mão.
Setor de Manejo
A topografia deve ser plana ou levemente ondulada. O terreno deve ser seco e
de boa drenagem, para permitir rápida secagem após chuva ou manejo dos animais.
Terrenos arenosos são bons nesses aspectos, já terrenos argilosos exigem obras de
drenagem que encarecem a construção. A posição em relação aos pastos deve ser
o mais central possível. Deve haver uma distância razoável das residências. É
importante ter boas estradas de acesso durante o ano inteiro. Suprimento de água é
fundamental e, o de energia elétrica é de grande importância. Dessa forma, os
componentes do setor de manejo podem ser (GRANDIN, 2008):
a. curral de espera: deverá ser localizado onde os animais poderão ser facilmente
reunidos, próximos às pastagens ou demais instalações. Esta área é usada para se
manter os animais antes de serem separados ou trabalhados nas instalações de
manejo. Para ovinos e caprinos, a área útil nos currais de espera é de 0,8 a 1,0 m2.
Seu formato será retangular, possuindo porteiras de entrada e de saída, para a
seringa, de 1,20 m de largura e 1,20 m de altura. O curral poderá ser de madeira ou
mesmo cordoalha de aço. Nunca devem ser colocados nesses currais mais animais
do que foi dimensionado, pois ocorrências de brigas e machucados nos animais
nessas instalações são altas (GRANDIN, 2008);
acentuar que a porteira da seringa não deve ser utilizada para se empurrar os
animais. Se um animal se virar, ele precisa de espaço para direcionar-se novamente
para o tronco. Mas, quando se trabalha com ovelhas e cabras, elas são uma exceção
para as seringas. Já que muitos animais ruminantes devem ser manejados em
pequenos lotes, ovelhas podem ser manejadas em grandes grupos para manter o
comportamento de “siga o líder” (GRANDIN, 2008). Uma maneira de se facilitar o
manejo citado por Grandin (2008) é utilizar, no final do sistema de manejo no lado de
fora, um animal armadilha que fará com que os outros do rebanho tentem chegar até
ele, facilitando, assim, a passagem dos mesmos na seringa e tronco. As laterais
devem ter uma altura de 1,20 m e totalmente fechadas, impedindo uma visão lateral
e diminuindo as distrações;
Trabalhos com ovinos também mostram que as paredes laterais do tronco devem
ser totalmente fechadas, bloqueando sua visão e prevenindo os animais de verem
outras pessoas e outras distrações do lado de fora do curral. A altura de fechamento
segue o mesmo da seringa. Os troncos podem ter uma seção retangular (lados retos)
ou trapezoidal (lados inclinados - metade ou inteiros). As medidas abaixo devem ser
respeitadas no momento da construção, facilitando-se o manejo dos animais: 50 cm
de largura superior; 35 cm de largura inferior (caso for utilizado modelo trapezoidal);
altura de 0,80 a 1,20 m; comprimento que varie de 5 a 11 m (SÁ, 2008);
Sala de ordenha
construção conjugada, sendo importante neste caso a limpeza, já que é um local que
atrai grande quantidade de moscas.
Existe uma série de tipos de salas de ordenha, podendo ser a mais simples, a
que utiliza apenas uma parede de alvenaria, até a sala de ordenha mais sofisticada.
Estas deverão ser projetadas para que, mesmo úmidas, não se tornem
escorregadias para que as cabras não sofram riscos de lesões; algumas vezes,
apenas arranhuras no concreto ou mesmo pequenas ripas nas rampas de madeira já
são suficientes. Essa plataforma será construída conjuntamente à parede externa da
instalação. Ela deverá ser revestida de material impermeável, já que as lavagens
serão frequentes, podendo ser o piso de argamassa 1:3 e as paredes laterais de
contato com os animais, de azulejo, para facilitar a limpeza. Com essa plataforma
poderá ser usada ordenha tipo balde ao pé ou mesmo mecanizada.
Para não encarecer a instalação, as cabras não vão ser ordenhadas todas de
uma vez, se o plantel da fazenda é de 20 cabras em lactação, deve ser dimensionada
uma plataforma para um grupo de três ou quatro cabras a serem ordenhadas ao
mesmo tempo (Figura 5c). Então, o comprimento da plataforma deverá ser o número
de cabras a ser ordenhadas vezes o comprimento médio de uma cabra - 97 cm
(SANTOS, 2004); uma plataforma para um grupo de três cabras deverá ter
comprimento mínimo de 2,91 m. Para a proteção das cabras, utiliza-se um alambrado
Quarentenário e ambulatório
O comedouro poderá ser em pista de trato, que facilita o manejo, e, para isso, o
corredor central deverá ser concretado, com um contrapiso de 6 cm de 1:4:8 e uma
camada de argamassa 2 cm de 1:3. Terá um caimento de 2% de uma extremidade à
outra. Sua profundidade deverá ser de 15 cm com largura de 30 cm.
As divisórias deverão ser reforçadas e, deverão ter uma altura mínima de 1,20 m,
podendo ser em alvenaria, madeira, cercas de metais e outros.
a. As cercas de arame farpado, como exposto acima, não devem ser usadas nos
sistemas de produção animal que visem à qualidade de pele, mas podem ser
utilizadas nas divisórias externas da fazenda onde não haverá contato com os
animais. Elas são extremamente eficientes em terrenos de topografia irregular.
Quando se utilizam balancins, podem-se obter soluções eficientes e econômicas para
muitos casos. O arame a ser utilizado deve ter diâmetro mínimo de 1,6 mm e alta
resistência à ruptura (350 Kgf). As cercas externas devem ter no mínimo 1,50 m. Os
grampos, assim como os arames, devem ser galvanizados (com uma fina cobertura
de zinco) para prevenir ferrugem. Os mourões devem ser de madeira de lei ou
eucalipto tratado. Podem ser quadrados com 15 cm de lado ou roliços, com diâmetro
entre 15 e 20 cm e com 1,90 ou 2,0 cm de altura. O topo deve ser chanfrado para
evitar infiltração de água. Balancins devem ser da mesma madeira que os mourões.
Quando serrados, devem ter 10 cm de lado e, quando roliços, devem ter diâmetro
aproximado de 10 cm. Caso o sistema possua outro tipo de criação como o bovino,
deve-se aumentar a altura da cerca para 2,50 m (BERTOLÍ, 2009).
b. As cercas de arame liso são conhecidas também como cercas elásticas e são,
ótima solução para terrenos planos. São cercas bastante flexíveis e têm grande
resistência ao impacto (avanço) dos animais. Não causa ferimentos ou lesões no
couro ou no úbere, pois não contêm farpas. Se forem bem feitas, conterão o animal
sem machucá-lo, mesmo que ele invista sobre elas. Para adequada contenção dos
animais, os arames lisos a serem utilizados devem ter diâmetro mínimo de 2,2 mm e
resistência igual ou superior a 600 Kgf (o dobro do arame farpado) (BERTOLÍ, 2009).
Devem conter até nove fios, sendo o primeiro a partir do solo à altura de 10 cm, o
segundo, o terceiro e quarto fios distantes de 10 cm entre si, do quarto ao quinto, fios
distantes 15 cm, a mesma distância para o quinto e sexto fio, do sexto para o sétimo
e do sétimo para o oitavo fio uma distância de 25 cm e do oitavo para o nono fio uma
distância de 30 cm (desenho esquematizado abaixo).
c. As cercas elétricas normalmente custam entre quatro e cinco vezes menos que
qualquer cerca convencional. Porém, sua principal limitação para pequenos animais
é a altura do primeiro fio. O contato do fio inferior com a vegetação acarreta em perda
de carga elétrica da cerca, comprometendo sua eficiência na contenção dos animais.
O primeiro fio deve estar a 20 cm do solo, um segundo fio, logo aos 50 cm do solo,
ambos eletrificados, e mais dois fios complementares, na parte superior. Este tipo de
cerca é mais adequado para ovinos, tendo em vista que o comportamento explorador
do caprino pode comprometer a contenção eficiente desta espécie neste tipo de
cerca. Cercas elétricas fixas utilizarão postes de madeira distanciados 20 m um do
outro, arames de aço galvanizado (mínimo 2,1 mm) e baixa manutenção, ao passo
que as temporárias podem ser feitas com postes de plástico, fibra ou ferro, com
menos de 20 m entre eles, fios de material flexível (fios de nylon trançados com aço),
estendendo-se por, no máximo, 3 km e exigem alta manutenção, embora esta seja
feita no momento da mudança de local. Para controlar um animal, um choque deve
ser suficiente e, para tanto, uma voltagem mínima de 2.000 volts é necessária.
animais. Alguns modelos são apresentados nas Figuras 7a e 7b. A altura utilizada é
de 1,20 m. Podem se utilizar cercas mistas, com madeira e arame liso.
consumo que ocorre nos meses mais quentes, para o número de animais por baia e
o tipo de alimentação que será fornecida. O tipo de bebedouro dependerá do custo,
mão de obra empregada e material de fabricação.
Comedouros
estresse entre eles. A utilização de comedouros móveis tem sido cada vez mais
empregada, facilitando a limpeza e também a mobilidade destes ao serem
transferidos para outros locais ou baias. Os espaços requeridos por animal no
comedouro são apresentados na Tabela 3.
Fenis
tipo rede são bem vistos nas instalações de caprinos e ovinos pelo comportamento
de escalar destes.
Para grandes criações esses comedouros são práticos, pois facilitam a colocação
dos alimentos que poderá ser mecanizada ou mesmo manual. Os corredores deverão
ter 3,50 m de largura quando se utilizar mecanização ou 2,00 m quando se utilizar
carrinho de mão. Estes comedouros poderão ser construídos de manilha de concreto
cortados ao meio. A altura e dimensões seguem o mesmo para comedouros de
concentrados e feno.
Saleiro
Manejo de dejetos
Apesar de não serem animais de grande porte como os bovinos e de não terem
produção de dejetos tão representativa como os suínos, os ovinos e caprinos criados
em sistemas intensivo e semi-intensivo geram resíduos que, se não-manejados
adequadamente, podem ocasionar sérios prejuízos econômicos e ambientais. Em
várias propriedades o dejeto é amontoado em áreas próximas ao estábulo, perdendo
grande parte de sua característica fertilizante e atraindo moscas (RIBEIRO, 1998).
Considerações finais
Mas, mais estudos são ainda necessários nessa área, as demandas são cada
vez mais crescentes. Dados sobre essas instalações e como se obter o bem-estar de
caprinos e ovinos no Semiárido são ainda muito escassos.
Unidade VIII
*** Nota-se que é mais apropriado para raças especializadas para lã.
Lembrando-se que lãs mais finas são mais curtas, evitar afinar demasiadamente
as lãs para não debilitarmos os animais em uma seleção paralela indesejável.
f) Quantidade de lã: pode ser conseguida contrastando animais com e sem rugas,
evitando-se rugas em demasia, geralmente promovem queda na qualidade. No índice
DUBOIS as rugas assumem caráter negativo (-11N).
g) Cobertura da cara: constratar cara limpa vs.cara coberta. Cara limpa tem maior
produção de cordeiros (> fertilidade), mas na produção de lã não tem diferença.
BORGES, I e GONÇALVES, L.C. 76
CONSANGÜINIDADE:
Unidade IX
Entre os fatores responsáveis pelo baixo nível de preços obtidos para os produtos
cárneos destacam-se a escassez da oferta, a baixa qualidade do produto, as grandes
distancias aos centros de maior consumo, a falta de informação do valor dos
produtos, a atomização da oferta, a descapitalização, a modalidade de venda e a forte
intermediação nas cadeias de comercialização – no caso do leite, podem ser citadas
a excessiva concentração no leite fluido e a quase total dependência de programas
de governo para comercialização.
Caio Prado jr. Aponta ainda outras razões para o rápido crescimento territorial
da pecuária bovina:“A rapidez com que se alastraram as fazendas no sertão
nordestino se explica, de uma parte, pelo consumo crescente do litoral onde se
desenvolvia ativamente a produção açucareira e o povoamento; doutra, pela
pequena densidade econômica e baixa produtividade da indústria. Mas também
pela facilidade com que se estabeleciam as fazendas: levantada uma casa, coberta
em geral de palha — são as folhas de uma espécie de palmeira, a carnaubeira,
muito abundante, que se empregam —, feitos uns toscos currais e introduzido o
gado (algumas centenas de cabeças), estão ocupadas três léguas2 (área média
das fazendas) e formado um estabelecimento.”
Ao contrário das demais atividades pecuárias no Brasil, onde se destacam
frangos e suínos criados sob sofisticado padrão tecnológico, a pecuária bovina
parece não ter modificado suas principais feições, ao longo dos séculos. As
descrições sobre os tempos de Brasil colônia correspondem, em grande medida,
ao que podemos ver com nossos olhos, no século 21. Predominava a produção
extensiva, sem estabulação ou outros requisitos que situavam-se muito acima das
possibilidades dos colonos de então.
“Nem o mais simples preparo ou melhoria dos pastos, salvo o grosseiro sistema
de queimada, entrava na suas cogitações. (...) O gado é mais ou menos deixado à
lei da Natureza, são-lhe dispensadas muito poucas atenções, e o maior cuidado
consiste em evitar o seu extravio e reuni-lo pra ser utilizado.” A contratação dos
trabalhadores também não se constituía em problema.
O vaqueiro
Para o trabalho em campo aberto, ocupando grandes porções de território com
escasso povoamento, não era possível a utilização do trabalho escravo, ao
contrário do que ocorria com as atividades relacionadas à cana-de-açúcar. “Dez ou
doze homens constituem o pessoal necessário: recrutam-se entre índios e
mestiços, bem como entre foragidos dos centros policiados do litoral: criminosos
escapos da justiça, escravos em ruga, aventureiros de toda ordem que logo
abundam numa região onde o deserto lhes dá liberdade e desafogo.”
“Adquirida a terra para uma fazenda, o trabalho primeiro era acostumar o gado
ao novo pasto, o que exigia algum tempo e bastante gente; depois ficava tudo
entregue ao vaqueiro. A este cabia amansar e ferrar os bezerros, curá-los das
bicheiras, queimar os campos alternadamente na estação apropriada, extinguir
onças, cobras e morcegos,
Rússia (18%), Egito (14%), Venezuela (12%), Hong Kong (9%), Ira (8%), Chile
(8%), China (4%), Itália (3%), Líbia (3%) e Arábia Saudita (2%) responderam por
82% das exportações de carne bovina in natura do Brasil. Nesta lista de países
importadores, chamam atenção China e Líbia, pelo aumento do volume exportado
em 806% e 463% respectivamente, no comparativo dos quartos trimestres
2012/2011.
O aumento de 816.778 cabeças de bovinos, no comparativo do 4o trimestre de
2012 com o mesmo período de do ano anterior, foi promovido pelo abate a mais de
261.070 bois, 220.337 vacas, 139.135 novilhos e 202.490 novilhas1. Em
percentuais esses incrementos foram da ordem de 6,4%; 9,7%; 23,3% e 46,4%,
respectivamente.
Mato Grosso, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Goiás, nesta
ordem, foram as Unidades da Federação que apresentaram maior contribuição
absoluta para esses incrementos.
Verificou-se que no Estado do Mato Grosso ocorreu incremento no abate das
categorias novilho e novilha, estimulada pela maior oferta de animais confinados e
mudança de posicionamento no mercado por parte de alguns frigoríficos, que
optaram pelo aumento do abate de animais mais jovens (< 2 anos: novilhos e
novilhas) em detrimento do abate de bois e vacas (≥ 2 anos), que apresentaram
retração de 6,0 e 0,3%, respectivamente.
A mudança de comportamento de abate da Unidade da Federação com maior
produção de carne bovina do Brasil, também colaborou para maior participação
novilhos e novilhas em detrimento da participação de bois e vacas no abate
nacional no 4o trimestre de 2012 (Gráfico I.3).
Dentre o couro oriundo dos matadouros frigoríficos tem-se que 39,9% estavam
localizados no Centro-oeste do pais; 21,1% no Norte; 19,8% no Sudeste e 16,0%
no Sul. A maior concentração de couro vindo de matadouro municipal ocorria no
Nordeste do país (48,0%), o que também ocorria com intermediários e salgadores
(41,2% da produção vinha do Nordeste). Já o couro vindo de outros curtumes tinha
56,2% da aquisição feita no Norte e 43,8% no Sul do país. Dentre o couro de outras
origens 96,4% da aquisição ocorreu no Sul e 3,6% no Sudeste – Tabela I.9.
GUERNSEY
A raça Guernsey é considerada mais rústica do que a raça Jersey, mas, para
produzir satisfatoriamente economicamente, requer boas pastagens, boa
suplementação alimentar, em épocas de estiagem, e sobretudo um manejo
adequado. Quando esses animais não são adequadamente alimentados, conforme
acontece na maioria das criações no Brasil, a raça vai definhando e sua produção
e reprodução deixam muito a desejar.
Os bezerros não conseguem um desenvolvimento ponderal normal dentro dos
parâmetros raciais. A utilização de touros Guernsey em rebanhos zebuínos produz
excelentes animais mestiços, sendo que, nocruzamento com a raça Gir, os animais
apresentam ótima conformação de úbere, mesmo na primeira geração, além de
pelagem amarelada.
JERSEY
O gado Jersey chegou ao Brasil em 1896, importado por Joaquim Francisco
Assis Brasil, diretamente da granja de Windson, da rainha vitória da Inglaterra. a
raça Jersey é considerada uma raça manteigueira devido ao seu alto teor de
gordura no leite.
De pequeno porte, as vacas Jersey, quando bem alimentadas e com manejo
adequado, produzem grande quantidade de leite em 300 dias de lactação.
Sendo que alguns rebanhos chegam a produzir acima de 5.000 litros com
elevado teor de gordura.
AYRSHIRE
A raça Ayrshire descende do gado escocês dos Condados de Ayr e Lanakde
terras pobres, mas é de clima úmido e variável. A aptidão dominante da raça é a
produção de leite, produzindo em média 3.900 litros por lactação com 3,8% de
gordura.
Por ser muito rico em matéria seca, seu leite é próprio para a fabricação de
queijos, sendo a raça considerada a melhor queijeira inglesa. Os glóbulos graxos
são pequenos, de difícil desnatagem, não dando manteiga muito amarela.
ABERDEEN ANGUS
A raça Aberdeen Angus possui a pelagem preta ou vermelha, é uma raça
mocha muito utilizada em cruzamentos industriais e na formação de novas raças
de corte.
No Brasil, entrou juntamente com a raça Nelore na formação do gado Ibagé,
no Rio Grande do Sul e nos Estados Unidos na formação da raça Brangus,
juntamente com a raça Brahman.
CHAROLESA
Devido à sua extraordinária produção de carne, essa raça esta espalhada por
todo o mundo. No Brasil, o gado Charolês tem prestado inestimáveis serviços,
principalmente na formação da raça Canchim.
A carne do gado Charolês é de excelente qualidade, com pouca gordura
superficial, embora marmorizada internamente. O rendimento de carcaça varia de
58 e 65%, em regime de campo, e de 65 e 70%, em regime de confinamento.
BLANC-BLUE-BELGE
No início do século XX, já existia a raça Azul, na Bélgica, também conhecida
com o nome de raça de Mons, a qual parecia ser uma derivação da raça Holandesa
(A.M.E. Gastart, 1913, in Cotim, p.196).
O gado Blanc-Blue-Belge foi importado para o Brasil em 1994, para o município
de Alvorada do Sul, no Paraná. O desenvolvimento muscular é de origem genética,
ou seja, sua carne não contém qualquer tipo de aditivo.
BLONDE D’AQUITAINE
O Blonde D’Aquitaine foi introduzido no Brasil em 1972 na exposição de Esteio,
no Rio Grande do Sul. Vários fazendeiros utilizam o Blonde em cruzamento
industrial, obtendo excelentes resultados, principalmente quando a raça usada é a
Nelore, mas precisamente no Brasil Central.
Uma grande utilidade do Blonde no Brasil é o cruzamento com a raça Caracu,
para formação da raça Aquitânica.
RED ANGUS
O Red Angus é famoso pelas virtudes de precocidade sexual, velocidade de
ganho de peso e fixação de características O gado Red Angus, em cruzamentos
industriais, contribui para o aumento da prolificidade, qualidade de carcaça e
rusticidade sobre a raça absorvida. Os animais Angus são precoces, com
excelente conversão alimentar e rápido acabamento de carcaça. A raça Red Angus
apresenta maior resistência a enfermidades e a sua grande adaptabilidade ao solo
brasileiro, seja
seco ou alagadiço, regiões acidentadas ou planas, em pastagens
ricas ou pobres.
Os bezerros Angus nascem pequenos, mas ganham peso rapidamente. É
comum verificarem-se animais em plena produção com 14 a 15 meses de idade.
Entre 18 e 20 meses, o macho chega a pesar em média 450 kg, em condições
ótimas para abate.
PIEMONTESA
A raça Piemontesa foi introduzida no Brasil em 1974, em Araçatuba, São Paulo.
Nesse mesmo ano foi fundada a Associação Brasileira de Criadores da Raça
Piemontesa. Essa raça apresenta uma produção de leite média de 2.300 litros em
305 dias com recordes de 5.000 litros. São famosos os queijos produzidos com o
leite da raça, tais como Bra e Castelmagno, seguidos por Murozzano e Raschera.
Os machos pesam em média entre 750 e 900 kg e as fêmeas entre 450 e 600 kg.
O destaque é dado para os animais de musculatura dupla (variedade Alba), que
representam a maioria do rebanho e cujos primeiros registros são de 1886, embora
novos estudos tenham começado em 1926.
O gado de dupla musculatura (hipertrofia muscular) produz 10% a mais de
rendimento, segundo pesquisadores do mundo inteiro. Em geral, o Piemontês
garante um rendimento de carcaça acima de 65%, podendo chegar a 72%. O
rendimento de músculos chega a84%,significando 432 kg de carcaça aos 16 meses
de idade.
MARCHIGIANA
É uma raça originária da Itália e foi introduzida no Brasil aproximadamente
30 anos. Tem a pelagem branca com a pele preta e com grande número de
glândulas sudoríparas. A raça Marchigiana é muito utilizada em cruzamentos
industriais para a produção de novilhos precoces. No Centro-Oeste, os produtores
estão usando muito a raça para cruzamentos com o zebuíno, obtendo animais
mestiços que são utilizados em confinamento e também em regime de engorda e
em regime de campo.
GUZERÁ
A raça Guzerá é muito utilizada em cruzamentos com as raças européias para
a produção de novilhos precoces e também para a obtenção de animais produtores
de leite.
É reconhecida, no Brasil por entrar na maioria das raças bimestiças de
sucesso, tais como Lavínia, Pitangueiras, Riopardense, Cariri, Xingu, Santa
Mariana, Indubrasil, Guzonel e Guzolando. No exterior, o Guzerá entrou na
formação das raças Brahman e Santa Gertrudis.
SINDI
É originária da região chamada Kohistan, na parte da província de Sid,
Paquistão. Os animais Sindi são em geral pequenos, de bela aparência. A pelagem
é vermelha, variando do tom mais escuro ao amarelo-alaranjado, observando-se,
às vezes, pintas brancas na barbela, na testa e no ventre, mas não tem manchas
grandes. Nessa raça, o branco é recessivo, aparecendo, ocasionalmente, mesmo
em rebanhos puros, mas não é apreciado.
A aptidão principal é a produção de leite. A média de produção leiteira é de
2.562 litros , em 286 dias de lactação, com 2,5% de gordura, mas existem alguns
animais com lactação superior a 3.100 litros. Hoje, a maioria do rebanho Sindi está
localizado na região semi-árida do Nordeste, onde os criadores afirmam que o gado
Sindi é notável pela rigidez dos cascos, pela rusticidade nos campos ressequidos,
sem perder crias e sem deixar de produzir leite.
TABAPUÃ
A raça Tabapuã é uma raça nacional, origináriado município de Tabapuã, São
Paulo. O Tabapuã vem sendo muito utilizado em cruzamentos, garantindo um
produto
mocho, rústico e lucrativo. Através do cruzamento do touro Tabapuã com vacas
Nelore, surgiu a raça Tabarel.
Outros cruzamentos também são realizados com as raças Guzerá, Holandesa
e outras raças européias, principalmente as raças de corte, no Rio Grande do Sul,
Paraná e Santa Catarina.
BRAHMAN
A raça Brahman foi aprovada para a criação no Brasil, em l994. O gado
Brahman caracterizou-se pela resistência às condições adversas do meio e pelo
desenvolvimento e aptidão para a produção de carne.
Os caracteres raciais são irrelevantes, dando-se pouca importância à pelagem,
perfil craniano, tamanho dos chifres e tamanho das orelhas.
PITANGUEIRAS
A raça Pitangueiras é originária da Fazenda Três Barras, localizada no
município de Pitangueiras, em São Paulo. É considerada uma raça de dupla
finalidade, produção de leite e carne.
É resultante do cruzamento das raças Guzerá e Red Polled. A raça é de
porte médio, com aptidão para produção de leite e carne, oferecendo aos criadores
a opção de selecionar animais mais leiteiros ou aqueles conformados para
produção de carne.
GUZOLANDO
Desde de 1930, já era utilizado o cruzamento da raça Guzerá com a raça
Holandesa. Essas duas raças se completam, gerando a rusticidade e a
produtividade do Guzolando, além, é claro, de uma produção econômica para as
diversas regiões brasileiras.
A raça Guzolando é de grande porte, geralmente de pelagem preta; mas,
quando o touro for Holandês vermelho e branco, a pelagem será amarelada. O
úbere é firme, permitindo lactações superiores a 5.000 litros, com produções diárias
acima de 20 litros.
SIMBRASIL
A raça Simbrasil foi formada na Fazenda Sabiá, em Muqui, no Espírito Santo,
em 1950. Aliando-se à dupla aptidão do gado Simental ao duplo propósito da raça
Guzerá, assim formou-se a raça Simbrasil.
As fêmeas Simbrasil apresentam excelente capacidade materna, dando a 1ª
cria em média entre 24 e 30 meses, com produção de leite média de 10 litros/dia.
Pesam em média 500 e 700 kg.
LAVÍNIA
O gado Lavínia possui 5/8 de sangue Pardo Suíço + 3/8 de sangue Guzerá.
Em 1970, nasceu o primeiro bimestiço Lavínia, selecionado para produção de
carne e leite. As vacas da raça Lavínia dão a primeira cria aos 39,3 meses de idade,
ou seja, a fecundação se dá por volta dos 30 meses ou 2,5 anos de idade.
Produzem, em média, de 8,0 a 10,0 litros/dia, sendo que algumas chegam a
produzir de 17,0 e 18,0 litros/dia. O período de lactação oscila de 210 e 300 dias,
com 3,8% de gordura. Pesam, em média, entre 450 e 550 kg e os touros, entre 950
e 1.050 kg.
CANCHIM
A raça Canchim resultou do cruzamento da raça européia Charolesa com as
raças zebuínas Indubrasil, Guzerá e Nelore. O início dos trabalhos de cruzamentos
e seleção dos animais foi em 1940, na fazenda de Criação de São Carlos, em São
Paulo.
O nome Canchim foi dado em função a uma espécie de árvore muito comum
na região. O gado Canchim vem sendo muito utilizado em cruzamentos industriais
em todo país.
SANTA GERTRUDIS
No ano de 1940, o governo americano reconheceu a raça Santa Gertrudis
como gado de corte. A raça possui 5/8 de sangue Shorthorn e 3/8 de sangue
Brahman.
Tem a pelagem vermelho-escuro retinta. No Brasil, pode ser encontrado em
São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Bahia, onde vem sendo muito utilizado nos
cruzamentos com o gado zebuíno, produzindo mestiços rústicos e precoces para
o abate.
BRAFORD
A formação da raça Braford foi iniciada na década de 60, pelos cruzamentos
das raças Hereford e do gado zebuíno (zebu americano e brasileiro), sendo
reconhecida pelo Ministério da Agricultura do Brasil em 1993.
Na condição de animal sintético, todos os graus de sangue são considerados
como reprodutores para formação da raça.
RAÇAS MISTAS
RED POLLED
A raça Red Polled é muito difundida na Austrália, Nova Zelândia, Canadá,
Argentina e Uruguai. Trata-se também de uma raça de dupla finalidade, grande
produtora de carne e leite. Sua fertilidade chega a atingir 100%. Assim, as vacas
criam seus bezerros com bastante precocidade.
SIMENTAL
O nome da raça Simental vem do vale do Simme (ou vale do Simmenthal) e do
vale de Saane, no Oberland, na Suíça, onde já existia gado vermelho e branco na
idade Média e de onde saíram reses para muitos países europeus.
A produção leiteira comprovada, na Suíça, chega a mais de 5.500 litros por
lactação e mais de 4,2% de gordura. Embora seja originalmente de tripla finalidade,
vem sendo selecionado apenas para produção de carne e leite.
PARDO SUIÇO
A raça Pardo Suiço é originária da Suíça, na região dos Lagos. A raça Pardo
Suíço tem uma grande aptidão para produzir leite; além disso, vem demonstrando
características muito valorizadas que são o tempo de vida útil e a sua produção de
crias.
Graças ao seu tamanho e vigor, o Pardo Suíço vem gerando nos cruzamentos
com as raças zebuínas, um produto com grande rusticidade. Entrou na formação
da raça Lavínia juntamente com a raça Guzerá.
NORMANDA
O gado Normando pode ser mocho ou com chifres, sendo esta característica
herdada dos cruzamentos realizados no final do séculoXIX. A vaca Normanda era
descrita da seguinte maneira: “primeiro, ela dá em abundância excelente leite,
depois engorda muito facilmente mesmo dando muito leite, enfim faz boa morte
com muita carne de primeira qualidade” (Paul Messier, in Cotim, 1913, p.208). A
produção leiteira apresenta uma média de 6.170 litros com 4,18% de gordura, em
305 dias, com recordes acima de 8.500 litros.
CARACU
O gado Caracu constitui a raça bovina nacional mais aperfeiçoada. Descende
de bovinos portugueses trazidos no tempo do Brasil Colônia. Portanto, é uma raça
brasileira de origem européia, formada pela mistura de diversos gados ibéricos nos
séculos XVI e XVII. Em regiões ou situações em que se busca um produto cruzado
rústico, o Caracu é uma boa opção pela sua secular adaptação ao clima tropical.
2. ALIMENTOS VOLUMOSOS
As leguminosas e as gramíneas são as principais fontes de forragem para
bovinos. Forragens de alta qualidade podem suprir a maioria dos nutrientes
dependendo da categoria animal em questão, da espécie forrageira, tipo de solo e
fertilidade, idade da planta entre outros. Fatores importantes na determinação da
qualidade é a idade ao corte ou pastejo e o estágio de maturação da planta, com
idade avançada, as plantas decrescem em proteína, energia, cálcio, fósforo e
matéria seca digestível enquanto aumenta a fibra (Fibra em Detergente Neutro,
Fibra em Detergente Ácido e lignina). Podem ser utilizadas in natura, silagem, pré-
secada, ou feno.
As pastagens se bem manejadas são boa fonte de nutrientes. Elas têm a
vantagem adicional de eliminar a necessidade de manejo manual do material.
Adequada fertilização e manejo são necessários para manter uma boa pastagem.
Frequente rotação de pequenos lotes reduz perdas, mas requer maior mão de obra.
Como a quantidade e qualidade das pastagens mudam durante o inverno, os
animais necessitam um manejo diferenciado: pastagem diferida, pastagens
armazenadas e outros alimentos (TEIXEIRA, 1997).
As pastagens tropicais se caracterizam por altos rendimentos forrageiros
quando adubadas, mas o valor alimentício da forragem produzida não é muito alto.
Graças ao alto teor de fibra, baixo teor de proteína e baixa digestibilidade das
gramíneas tropicais, a produção por animal é inferior àquela realizada em
pastagens de azevém, aveia, etc. Os ganho de peso vivo da ordem de 0,4 a
0,6kg/dia/novilho tem sido observados em pastagens tropicais, sem
suplementação.
O manejo da pastagem deve ser conduzido de modo a manter constante a
disponibilidade de forragem em torno de 2000 kg de MS/ha durante a estação de
pastejo, e/ou uma oferta de forragem em torno de 8 a 10% de peso vivo animal.
Diferimento de pastagem e uso de feno, silagem, cana+uréia são práticas de
manejo para aliviar a falta de pasto na seca, e assim, contornar o problema da
estacionalidade da produção de forragens das pastagens (GOMIDE, 1999).
3. ALIMENTOS CONCENTRADOS
3.1 Milho
Segundo TEIXEIRA (1998) o milho, dentre os grãos de cereais é o mais
largamente empregado, rico em energia e pobre em proteína, principalmente lisina.
Segundo TEIXEIRA (1998) o seu uso para alimentação animal é quase que
exclusivamente de seus subprodutos:
• quirera de arroz, constituída por grãos sem casca, quebrados, tem valor
nutritivo um pouco inferior ao do milho;
• casca de arroz, tem alto teor de sílica e lignina com baixa digestibilidade e
valor nutritivo, em muitos casos é moída e adicionada ao farelo de arroz diminuindo
seu valor nutritivo, segundo LANA (2000) pode ser usada por ruminantes em até
20% da ração;
• farelo de arroz integral, proveniente do beneficiamento do arroz para o
consumo humano, constituído por tegumentos que envolvem o grão, tem que ser
utilizado fresco ou estabilizado com antioxidante devido ao seu alto teor de gordura,
segundo LANA (2000) é pobre em Ca e rico em P, tiamina, riboflavina e niacina;
• farelo de arroz desengordurado, é proveniente da extração industrial do
óleo do farelo de arroz integral.
3.5 Mandioca
Segundo TEIXEIRA (1998) a mandioca tem a grande vantagem de poder ser
utilizada integralmente como alimento, inclusive a parte vegetativa, in natura ou na
forma desidratada e moída e para produção de concentrado protéico (LANA, 2000).
O valor nutritivo do farelo de ramas e hastes desidratadas se aproxima à da alfafa.
Pode ser fornecida na forma de planta inteira ou só a raiz picada e secada na foram
de raspas, além do uso na forma de farelos e farinhas. É pobre em proteína
necessitando sua complementação. Como concentrado energético pode ser à base
da dieta. Nas cascas e raízes inteiras das mandiocas chamadas bravas, existe o
ácido cianídrico (HCN) com teores variando de 0,02 a 0,03%. Estes efeitos tóxicos
podem ser evitados pela desidratação da mandioca, que consiste em picá-la e
deixá-la espalhada ao ar livre por 2 4 horas. Nas variedades mansas o teor de HCN
não passa de 0,005%.
As raízes frescas são ricas em amido e pobre nos ou tros nutrientes, tem
limitação devido ao glicosídeo cianogênico e a linamarina que são convertidos a
HCN. A raiz fresca é recomendada de 2 a 3% do peso do animal/dia. A raspa de
mandioca moída não tem caroteno e é deficiente em proteína, metionina e
pigmentantes (LANA, 2000).
3.6 Polpa cítrica
nas rações desses animais. Segundo LANA (2000) os teores de proteína bruta
varia de 40 a 55%, e a relação Ca:P deve ser de no máximo2,2:1. Possui P maior
que 3,8%.
3.12 Farinha de peixe
Segundo TEIXEIRA (1997) é um sub-produto da industrialização de pescados,
contém mais de 60% de PB da qual 65% não é degradada no rúmen. Tem
excelente balanço de aminoácidos, sendo rica em metionina e lisina. Entretanto,
considerável variação na degradabilidade ruminal ocorre devido a diferentes
métodos de processamento. É rica em cálcio e fósforo e por causa do odor e gosto,
a aceitabilidade pode ser problema, necessitando adaptação, pode ter também
elevado teor de cloreto de sódio, não podendo exceder 7% do produto (TEIXEIRA,
1998).
3.13 Farinha de sangue
Segundo TEIXIERA (1997) é um produto constituído de sangue coagulado,
seco e moído, na forma de farinha. É rica em proteína bruta (80%) com alto nível
de proteína não degradável no rúmen (acima de 80%), sendo fonte de aminoácidos
de excelente qualidade. Entretanto o método de processamento pode afetar a
qualidade do produto, diminuindo a disponibilidade de aminoácidos, fato que pode
ocorrer também com outros produtos que sofrem tratamento térmico. Segundo
LANA (2000) sua proteína é de baixa qualidade (pequena concentração de
isoleucina), pobre em vitaminas e baixa palatabilidade. Deve ter no máximo 11%
de umidade, pois pode ocorrer contaminação microbiana. De acordo com o
Ministério da Agricultura está proibido o uso deste alimento nas rações desses
animais.
Segundo TEIXEIRA (1997) o sebo é 100% gordura e não supri outro nutriente
para a ração a não ser a energia, apresentando alta densidade energética (177%
NDT). Segundo LANA (2000) não ultrapassar o nível de 5% de extrato etéreo na
dieta de bovinos de corte, por causar diminuição da digestibilidade da fibra. De
acordo com o Ministério da Agricultura está proibido o uso deste alimento nas
rações desses animais 3.16 Uréia
Segundo TEIXEIRA (1998) a uréia é um composto quaternário, constituído por
nitrogênio (46,4%), carbono, oxigênio e hidrogênio, de cor branca cristalina e de
sabor amargo, solúvel em água e álcool. Sua síntese industrial se faz a partir do
gás metano submetido à temperatura superior a 1000 graus.
A uréia é utilizada pelos ruminantes como fonte protéica, ao atingir o rúmen do
animal, é imediatamente degradada pela ação da enzima urease produzida pelas
bactérias ruminais, formando o gás carbônico e amônia. Determinadas bactérias
promovem a combinação de amônia com os esqueletos de carbono (cetoácidos)
resultantes da degradação de carboidratos, sintetizando aminoácidos que são
utilizados na constituição de sua proteína.
As bactérias do rúmen (proteína microbiana) sofrem hidrólise no intestino
delgado com formação de aminoácidos que são absorvidos e vão ser utilizados
como fonte protéica para o animal. Seu valor protéico é de 290% (46,4% de N x
6,25). Deve ser feita uma adaptação no seu fornecimento para que não ocorra
intoxicação, sendo na primeira quinzena 33% do total ou 13g/100kg de peso vivo;
na segunda quinzena 66% do total ou 26g/100kg de peso vivo; a partir da terceira
quinzena 100% do total ou 40g/100kg de peso vivo, sendo usado este limite por
animal por dia. Pode ser usado 50g de uréia/100kg de peso vivo, quando se usa
amido (cereais) na dieta e o fornecimento é feito parcelado durante todo o dia.
O fornecimento deve ser contínuo, pois os animais perdem a adaptação em 3
dias, tendo que fazer nova adaptação caso haja interrupção desta. Os níveis de
intoxicação causados pelo excesso de amônia começam a aparecer quando o nível
de nitrogênio amoniacal alcança valores de 1mg/100ml de sangue e o pH ruminal
4. BALANCEAMENTO DE DIETA
4.1 Exigência nutricional de bovinos de corte - N.R.C. - Beef Cattle, 1996.
Animais em crescimento com peso vivo de 295kg - peso ao abate de 454kg
(28% gordura corporal).
5. COMPOSIÇÃO DE ALIMENTOS
Observa-se a vida útil produtiva de uma fêmea como se fosse uma grande reta,
na qual são mostrados os eventos que ocorrem durante a vida do animal,
representados por vários momentos. O primeiro é o nascimento (N), depois a
desmama (D), a puberdade, o primeiro e os sucessivos parto (P1...n), até o
descarte ou saída do rebanho.
Seguindo a linha da vida do animal, o primeiro momento é o que acontece
antes do primeiro parto (P1) e o primeiro evento importante é o desmame (D) da
cria, pois bezerros bem desmamados mostram a capacidade da mãe em criálos.
Devem ser pesados e sadios. As diferenças esperadas na progênie (DEPs),
para peso à desmama, quanto mais altas, mostram que a fêmea é boa criadeira. É
um dos parâmetros mais importantes da pecuária, pois reflete a habilidade materna
(HM). Em gado de corte a desmama não deve ultrapassar os 8 meses de idade.
No momento que vai desde o nascimento até o primeiro parto, a principal
ocorrência é a puberdade, fase em que o sistema reprodutor se encontra em
acontecimentos novos e vitais na vida do animal que devem ser observados,
levando-se em conta, principalmente, a nutrição e a sanidade. Um bom manejo
manejo, como: pôr as fêmeas em piquetes separados, com bom pasto, sombra,
água à vontade e tranquilidade que requer toda fêmea gestante.
Observar, ainda, que os animais devem apresentar bom estado de carne antes
do parto, a fim de parirem sem problemas e terem boa performance reprodutiva no
pós parto.
Todas as fêmeas com mais de 60 dias pós-parto, que ainda não presentaram
cios ou com ninfomania ou manina, e também que apresentem descarga anormal
(catarro pela vulva), durante o cio, devem ser examinadas, para que seja
providenciado o respectivo tratamento ou a sua eliminação do rebanho.
Ocorrências reprodutivas anormais, como: retenção de placenta, parto gemelar
ou outros problemas, doenças debilitantes e gestação com cios, não podem ficar
muito tempo sem ser examinadas, pois casos assim podem aumentar os custos
em relação aos benefícios.
A assistência veterinária a cada visita elimina as causas da infertilidade e ainda
recomenda medidas necessárias para obter a máxima performance reprodutiva
disponível. A cada visita realizada, os registros da fazenda serão atualizados pelo
técnico, acrescentando-se os achados clínicos e tratamentos de ocasião.
O sistema de monta praticado pela maioria dos produtores é o da monta natural
ou livre, onde praticamente não há interferência do homem no processo, mantendo-
se uma relação touro/vaca, na ordem de 1:25.
Os bezerros nascem durante o ano inteiro, resultando em lotes desuniformes,
em termos de peso, sujeitos a alterações climáticas, maior ou menor
disponibilidade de forragem com bom valor nutritivo.
Quando a monta é controlada, os touros são colocados com as vacas por um
período limitado de 4 a 6 meses, na mesma relação touro/vaca e têm como
principais objetivos aproveitar as melhores épocas para cobertura, nascimentos e
a desmama. Esse manejo mostra-se mais eficiente e há grande tendência de
tornar-se majoritário, pois evita, principalmente, a mortalidade e o baixo
desempenho dos bezerros nascidos ou desmamados nas épocas desfavoráveis.
Essas práticas mostram-se mais eficazes quando adotadas nas regiões mais
prejudicadas pelas adversidades climáticas. Apesar de tudo isso,o uso da
inseminação artificial é o mais recomendado, todavia a maioria dos criadores não
a adotam por limitações que vão desde o desconhecimento sobre a técnica até a
falta de estrutura da propriedade, seja de materiais, instalações e equipamentos,
até a falta de mão-de-obra qualificada.
Outra tecnologia, a transferência de embrião, que requer um manejo mais
tecnificado, é possível apenas para uma minoria de produtores que possuem infra-
estrutura adequada. Apresenta a grande vantagem de poder maximizar o
desempenho das fêmeas de alto valor zootécnico, permitindo que apenas uma
natural
Clostridiose
(C) 2ml/ subcutânea 12 meses
Febre aftosa
(FA) 5ml/ subcutânea 6 meses
Contra ceratoconjutivite
(Ce) 2 ml / subcutânea 9 meses
Contra carbúnculo
hemático (CH) 1 ml / subcutânea 12 meses
Vacina
(Sigla) Negativo
Reprodutor Vaca Bezerro
(Dias)
C X X X 13
Fa X X X 12
Br X¹ 15
CH X X 8
DVB X X X 7
RBI X X X 2
Bo X X 14
Ra X X X 6
Ce X X 12
GG X 14
Le X X X 10
Pa X X 21
X¹ =
bezzeras
Vermifugações
Tanto as vacinações subcutâneas como as intramusculares podem ser
efetuadas no pescoço do animal (tábua do pescoço), e todos os cuidados de
higiene devem ser tomados com o animal, agulhas e seringas
Cambendazol 20 mcg / Kg
Oxfendazol 10 mcg / Kg
Fembendazol 10 mcg / Kg
Oxibendazol 10 mcg / Kg
Levamisol 1 mcg / 20 Kg
Uma carrapata adulta pode sugar 200 vezes o seu peso, em sangue do animal
parasitado, causando enormes prejuízos, em espoliação sangüínea, em casos de
20 ml/20
Cipermetrina Pulverização litros -
50 ml/20
Cyhalotrin Pulverização litros -
2 li
Pulverização 0 ml/20 tros Mosca-do-
Deltametrina chifre
10 ml/100 kg de
Pour-on p.v.
1 li
Pulverização 0 ml/20 tros
Flumethrin Berne
1 ml/10 kg de
Pour-on p.v.
Lambdacyhalotr 2 li Mosca-do-
in Pulverização 0 ml/20 tros chifre
10 ml/100 kg de
Pour-on p.v.
Inicialmente, faz-se a limpeza do terreno, que deve ficar livre de toda vegetação
e com inclinação de até 5%. Essa operação visa favorecer o escoamento das
águas pluviais, impedindo a formação de lama nos pontos de maior movimentação
de gado. Finalmente, se acrescenta uma camada de piçarra em toda a área, com
uma faixa excedente em volta do curral e proximidades do embarcadouro, seguida
de compactação.
Dimensionamento
A capacidade total do curral é calculada, levando-se em conta a relação de 2
m2/UA. Outras benfeitorias, que devem ser construídas anexas ao curral (curralão,
manga de recolhida, piquetes, etc.), além de facilitar o
manejo e acesso ao interior do mesmo, permitem ampliar, com instalações
simples, a capacidade de reunir animais que serão trabalhados em lotes.
O material mais usado na construção é a madeira, que deve ser de grande
durabilidade, necessitando, para isso, de frequentes tratamentos de preservação.
Atualmente, os currais modernos são construídos com
As porteiras devem medir cerca de 1,80 a 2,20 m, afixadas por dobradiças nos
mourões. As do tronco e embarcadouro devem ser suspensas e corrediças sobre
os trilhos com as dimensões da abertura do tronco.
Galpão
Tem como objetivo abrigar o brete, tronco de contenção, apartador e balança,
além de garantir conforto no serviço. Deve ser do tipo aberto, com cobertura. A
altura deve ser de 3,00 m no pé direito, permitindo o livre trânsito sobre as
plataformas do brete.
Seringa
Essa divisória do curral sofre os maiores impactos do gado. Dela depende a
rapidez e a eficiência no encaminhamento dos animais ao brete. A seringa dupla e
em forma de cunha é um dos tipos que oferece mais facilidade de manejo,
permitindo retorno e fluxo contínuo dos animais.
Brete
Destina-se ao encaminhamento individual dos animais ao tronco de contenção.
Permite ainda tratos sanitários e outras tarefas que independem de maior
contenção. O brete deve ter 1,70 m de altura com plataformas dispostas
lateralmente a 0,70 m de altura e com 1,00 m, visando facilitar o livre trânsito e
acesso ao dorso dos animais. Internamente, o brete deve ter 0,90 m na parte
superior e 0,50 m na parte inferior. Tais dimensões permitem a passagem de
animais grandes e impedem o retorno de amimais de médio porte. As paredes
laterais do brete devem ter, na parte interna, até 0,90 m de altura, enchimento com
réguas largas, deixando espaço para a saída dos dejetos.
4690,0
Esteios roliços (açapu) 35,00 134 0
0,20-0,25x3,0 - 3,20 m
1.920,0
Porteiras piquiá - (2 x 1,60 m) 160,00 12 0
4.500, 4.500,0
Tronco de contenção 00 1 0
4.000, 4.000,0
Balança 5000kg 00 1 0
1.200,0
Telhas fibocimento - (1,44 x 0,50 m) 7,50 160 0
Total
Cercas de arame
As cercas são necessárias para delimitar e dividir as pastagens, podendo-se
construir cercas de arame farpado, de arame liso e cercas elétricas. As cercas de
arame farpado somente são utilizadas por criadores que desconhecem as
vantagens da cerca de arame liso e da cerca elétrica.
As cercas de arame farpado devem ter uso limitado, apenas para cercar os
limites da propriedade, já que o seu uso para conter animais pode causar
ferimentos e bicheiras, depreciando a qualidade do couro no mercado. A cerca de
arame lisa (Fig. 5), além de menor preço tem a vantagem de não machucar os
animais, tendo também menor custo de manutenção.
Creep- feeding
O sistema de creep-feeding para suplementação alimentar pré-
desmama, é iniciado após os 30 dias de vida, estimulando o desenvolvimento
precoce do rúmen e incentivando os bezerros a procurar outros alimentos, além do
leite
materno, ingerindo, assim, uma quantidade maior de nutrientes necessários
para o seu bom desempenho. Os animais habituam-se a suplementação em
cochos, diminuindo conseqüentemente o stress e a perda de peso na desmama.
para uso de energia solar, disponíveis no mercado. Nas Fig. 12 e 13, são mostrados
os modelos de bebedouros mais utilizados.
Índia 320.200
Brasil 165.537
China 130.300
Argentina 50.572
Austrália 27.925
Rússia 25.230
Colômbia 23.757
México 21.296
França 19.976
Alemanha 14.497
Venezuela 13.500
Uruguai 10.423
Segundo o IBGE (2003), o peso médio da carcaça no Brasil era 230 kg/animal,
em setembro/2003. Na Região Norte, segundo a mesma fonte, o peso médio, em
junho/2003 era 242 kg/animal e no Estado do Pará, era 243 kg/animal, acima,
portanto, da média nacional.
Principais 1 1 19 19 1 19 1 20 2
países 993 994 95 96 997 98 999 00 001
1. 1. 1. 97 1. .1. 1. 1. 1.
Austrália 169 168 059 9 134 205 263 329 345
Estados 5 7 82 85 9 98 1. .1. 1.
Unidos 78 31 6 1 69 5 096 141 020
4 3 28 28 2 37 5 55 7
Brasil 51 76 7 0 87 0 41 4 89
2 2 25 33 4 44 5 54 5
Canadá 16 55 6 4 00 8 15 7 60
4 4 50 51 5 51 4 44 5
Nova Zelândia 48 66 4 5 31 9 65 2 00
1 1 19 20 2 24 2 30 3
Índia 63 77 6 4 15 5 57 0 75
4. 4. 3. 3. 3. 3.1 3. 1. 1.
Outros 109 206 890 477 624 44 369 531 023
7. 7. 7. 6. 7. 6.9 7. 5. 5.
Total 134 379 018 640 160 16 506 844 612
motivo não é a queda da produção mundial, uma vez que esta se mantém no nível
de 49,3 milhões de toneladas, em média anual desde 1993, mas sim, a redução
drástica das exportações de países não-tradicionais e que constam da linha Outros
da Tabela 3.
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Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!