Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) Niterói - Produto 12 - Diagnóstico Consolidado - Versão Final
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PRODUTO 12
JANEIRO DE 2020
2.2. ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO FEDERAL INFRACONSTITUCIONAL .............. 5 4.5.2. Intermitência no Abastecimento ............................................................ 77
2.3. LEGISLAÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ...................................... 7 4.6. QUALIDADE DA ÁGUA DISTRIBUÍDA........................................................ 78
2.4. LEGISLAÇÃO DO MUNICÍPIO DE NITERÓI ................................................. 8 4.7. CENTRO DE CONTROLE OPERACIONAL - CCO ..................................... 79
4.2. CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO DE ÁGUA ................ 14 4.11. ANÁLISE DA SITUAÇÃO ECONÔMICO FINANCEIRA DOS SISTEMAS DE
ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO .............................. 91
4.2.1. Manancial De Água Bruta ...................................................................... 14
5. CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO .......... 93
4.2.2. Captação de Água Bruta ....................................................................... 24
5.1. UNIDADES DE PLANEJAMENTO E O SES DE NITERÓI .......................... 93
4.2.3. ETA Laranjal .......................................................................................... 27
5.2. COBERTURA DE ATENDIMENTO.............................................................. 96
4.2.4. Recalque e Adução de Água Tratada da ETA Laranjal ......................... 30
5.3. CONCEPÇÃO DO SISTEMA ....................................................................... 97
4.3. CARACTERÍZAÇÃO DO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA TRATADA
5.3.1. Ligações Prediais e Economias de Esgoto............................................ 98
32
5.3.2. Rede Coletora, Coletor Tronco e Interceptor ....................................... 100
4.3.1. 4° Linha de Distribuição ......................................................................... 32
5.3.3. Tomadas de Tempo de Seco .............................................................. 100
4.3.2. 5° Linha de Distribuição – Ramo Norte.................................................. 46
5.3.4. Estações Elevatórias de Esgoto e Linhas de Recalque ...................... 106
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
5.3.5. Estações de Tratamento de Esgoto..................................................... 109 1. ANÁLISE DO ARCABOUÇO LEGAL DO SISTEMA DE DRENAGEM URBANA
E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS ........................................................................ 186
5.3.6. Emissários Finais e Corpos Receptores .............................................. 112
ANÁLISE DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988.................................. 186
5.4. CENTRO DE CONTROLE OPERACIONAL .............................................. 113
ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO FEDERAL INFRACONSTITUCIONAL.......... 187
5.5. LICENÇAS AMBIENTAIS ........................................................................... 113
ANÁLISE DE LEGISLAÇÕES FEDERAIS ESPARSAS ............................. 190
5.6. EXECUÇÃO DE SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO ..................................... 114
LEGISLAÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO .................................. 191
5.7. CARACTERIZAÇÃO POR BACIAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO .... 114
LEGISLAÇÃO DO MUNICÍPIO DE NITERÓI ............................................. 195
5.7.1. Bacia de Esgotamento – Badu ............................................................ 114
ANÁLISE CRÍTICA DO PLANO DIRETOR DE DRENAGEM URBANA ..... 201
5.7.2. Bacia de Esgotamento – Barreto ......................................................... 117
LEGISLAÇÃO SOBRE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E SUA INFLUÊNCIA
5.7.3. Bacia de Esgotamento – Camboinhas................................................. 123 SOBRE O SISTEMA DE MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS ..................................... 202
5.7.4. Bacia de Esgotamento – Icaraí ............................................................ 130 ANÁLISE DE CONTRATOS E CONVÊNIOS RELACIONADOS A
5.7.5. Bacia de Esgotamento – Itaipu ............................................................ 137 PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE DRENAGEM URBANA ..................................... 203
5.7.6. Bacia de Esgotamento – Jurujuba ....................................................... 143 2 CARACTERIZAÇÃO GERAL DAS BACIAS HIDROGRAFICAS ................... 205
3 SITUAÇÃO ATUAL DOS SERVIÇOS DE MANEJO DAS ÁGUAS PLUVIAIS E
5.7.7. Bacia de Esgotamento – Maria Paula.................................................. 148 DRENAGEM URBANA ........................................................................................... 209
5.7.8. Bacia de Esgotamento – Mocanguê .................................................... 154 GESTÃO DOS SERVIÇOS ........................................................................ 209
5.7.9. Bacia de Esgotamento – Sapê ............................................................ 159 Secretaria de Conservação e Serviços Públicos – SECONSER ......... 209
5.7.10. Bacia de Esgotamento – Toque-Toque ............................................... 161 Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura – SMO ....................... 209
5.8. PROJETOS E OBRAS EM ANDAMENTO ................................................. 168 Empresa Municipal de Moradia, Urbanização e Saneamento – EMUSA
210
5.9. PROGRAMAS DE FISCALIZAÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO DOS USUÁRIOS
169 Secretaria Municipal de Defesa Civil e Geotecnia - SMDCG .............. 210
5.9.1. Projeto Se Liga .................................................................................... 169 REGULAÇÃO DOS SERVIÇOS ................................................................ 210
5.9.2. Projeto Enseada Limpa ....................................................................... 181 ASPECTOS DA OPERAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM URBANA E
MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS ............................................................................. 211
5.9.3. Projeto Comunidade Legal .................................................................. 181
MANUTENÇÃO E LIMPEZA DA REDE DE DRENAGEM NATURAL E
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 182
ARTIFICIAL. ............................................................................................................ 214
7. REFERÊNCIAS ............................................................................................... 185
B – DIAGNÓSTICO TÉCNICO E OPERACIONAL DO SISTEMA DE DRENAGEM DESCRIÇÃO DO SISTEMA EXISTENTE .................................................. 222
URBANA E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS ........................................................ 186
Descrição do Sistema de Microdrenagem Urbana .............................. 222
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Descrição do Sistema de Macrodrenagem Urbana ............................. 227 Temática Resíduos Sólidos ................................................................. 266
COBERTURA ATUAL DA DRENAGEM URBANA EM NITERÓI ............... 229 ANÁLISE DOS CONVÊNIOS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS,
MUNICÍPIO RELACIONADOS COM O MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS .............. 234 2. GESTÃO MUNICIPAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS........................................ 273
2.1. BREVE HISTÓRICO .................................................................................. 273
ASPECTOS SOBRE BALNEABILIDADE E SUA RELAÇÃO COM A
DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS.................................. 238 2.2. Companhia de Limpeza de Niterói – CLIN ................................................. 276
INDICADORES EXISTENTES – SNIS ....................................................... 246 3.1.3. Coleta em Áreas de Difícil Acesso ...................................................... 287
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 248 3.1.4. Coleta Seletiva Porta-a-Porta .............................................................. 289
5. REFERÊNCIAS UTILIZADAS ......................................................................... 250
3.1.5. Coleta Seletiva Itinerante..................................................................... 292
C – DIAGNÓSTICO TÉCNICO E OPERACIONAL DO SISTEMA DE LIMPEZA
URBANA E MANJEO DE RESÍDUOS SÓLIDOS .................................................. 251 3.2. RESÍDUO EXTRAORDINÁRIO OU EXCEDENTE .................................... 293
1. ANÁLISE DO ARCABOUÇO LEGAL DO SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E
MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ................................................................... 251 3.3. SERVIÇOS DE LIMPEZA URBANA .......................................................... 294
ANÁLISE DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 .................................. 251 3.3.1. Varrição Mecanizada ........................................................................... 294
ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO FEDERAL INFRACONSTITUCIONAL .......... 252 3.3.2. Coleta dos Resíduos da Varrição Manual ........................................... 296
Política Nacional de Saneamento Básico ............................................ 252 3.3.3. Limpeza de Praias ............................................................................... 296
Política Nacional de Resíduos Sólidos ................................................ 254 3.3.4. Limpeza de Encostas .......................................................................... 298
DAS LEGISLAÇÕES FEDERAIS ESPARSAS ........................................... 256 3.3.5. Gari Comunitário ................................................................................. 299
ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ............ 258 3.4. DISTRITOS DE LIMPEZA URBANA – DLU`s ............................................ 301
Temática Resíduos Sólidos ................................................................. 259 3.4.1. Área de abrangência por DLU ............................................................. 301
ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO DO MUNICÍPIO DE NITERÓI ....................... 263 3.4.2. Principais Características dos DLU’s................................................... 317
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3.4.3. Estrutura Operacional da CLIN ............................................................ 319 8.2.2. Coleta Seletiva .................................................................................... 353
3.5. ECOPONTOS: PROJETO ECOCLIN/ECOENEL ...................................... 322 8.2.3. Varrição e Limpeza De Praias ............................................................. 354
3.5.3. Quantitativos da Coleta Seletiva por PEV’s (ou Ecopontos)................ 325 8.3. GERAÇÃO PER CAPITA DE RESÍDUOS DOMICILIARES ....................... 356
3.6. DESTINAÇÃO E DISPOSIÇÃO FINAL ...................................................... 326 9. IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DA SITUAÇÃO ECONÔMICA-FINANCEIRA . 357
9.1. FORMA DE COBRANÇA .......................................................................... 357
3.6.1. CTR Morro do Céu ............................................................................. 326
9.2. DESPESAS COM OS EXECUTORES DOS SERVIÇOS DE MANEJO DOS
3.6.2. CTR – Alcântara em São Gonçalo....................................................... 332
rsu 358
3.6.3. Cooperativa Morro do Céu .................................................................. 335
10. PROGRAMAS AMBIENTAIS VOLTADOS À TEMÁTICA RESÍDUOS SÓLIDOS
3.6.4. Galpão de Triagem da CLIN ................................................................ 338 359
4. MANEJO DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL – RCC ....................... 340 10.1. PROGRAMA PRÓ-SUSTENTÁVEL .......................................................... 359
5. MANEJO DOS RESÍDUOS DOS SERVIÇOS DE SAÚDE (RSS) ................... 341 10.2. PLANO DE COMBATE AO LIXO NO MAR ................................................ 360
5.1. RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE - RSS MUNICIPAIS ................... 341
11. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 361
5.1.1. Cadastro dos Estabelecimentos Municipais ........................................ 341 12. REFERÊNCIAS ............................................................................................... 362
5.1.2. Coleta dos RSS Municipais ................................................................. 341
APRESENTAÇÃO
A – DIAGNÓSTICO TÉCNICO E OPERACIONAL DOS SISTEMAS DE ÁGUA E ESGOTO água ainda de responsabilidade da CEDAE, pelo fato de o sistema de captação e produção
de água estar localizado fora do município de Niterói.
1. CARACTERIZAÇÃO INSTITUCIONAL DOS SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE
ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO Desde então, segundo informações da Águas de Niterói, já foram investidos mais de 1 bilhão
de reais para a universalização do sistema de abastecimento de água e atendimento de
aproximadamente 90% da população.
HISTÓRICO DA OPERAÇÃO
No que tange o sistema de esgotamento sanitário, quando a Águas de Niterói assumiu a
O início do abastecimento público de água em Niterói se deu por volta de 1892 com a concessão, o município de Niterói atendia apenas 35% da sua população com os serviços de
captação de água da Serra de Friburgo e da Barragem de Paraíso em Teresópolis, para o coleta e tratamento de esgoto. As primeiras medidas da nova concessionária, na época,
reservatório Correção. foram objetivando a extinção de problemas crônicos de línguas negras nas praias de Boa
Viagem, Flechas e Icaraí, ações estas que refletiram diretamente nos indicadores de
No ano de 1954 entrou em operação o sistema de captação do Canal de Imunana, localizado balneabilidades destas regiões.
no município de Itaboraí o qual veicula as vazões dos rios Guapiaçu e Macacu, conduzindo
à calha natural do rio Guapimirim. O tratamento da água captada foi então realizado na ETA Ao longo dos anos, além de diversas intervenções no sistema, foram inauguradas as
Laranjal para uma vazão inicial superior a 500 L/s, localizada no município de São Gonçalo. estações de tratamento de esgoto de Mocanguê e Camboinhas, bem como a conclusão das
obras das unidades de Icaraí, Toque-Toque, Jurujuba e Itaipu. Na sequência, foi projetada e
Já no ano de 1975, com a fusão dos Estados do Rio de Janeiro e da Guanabara, foi criada a construída a ETE Barreto. Desta forma, já em 2007, o município de Niterói beneficiava
Companhia Estadual de Águas e Esgotos - CEDAE, companhia que ficou responsável pelos aproximadamente 90% de sua população com este serviço. Para absorver o crescimento
serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário no município de Niterói. demográfico do município, foram necessárias obras de ampliação na ETE Toque-Toque, além
da construção de mais uma unidade de tratamento, a ETE Maria Paula, a qual foi concluída
No ano de 1997, a Prefeitura Municipal de Niterói realizou uma nova concessão dos serviços no ano de 2015.
de água e esgoto, cuja concessionária vencedora foi a Águas de Niterói. O contrato de
concessão veio a ser assinado no ano de 1997, no entanto, a assunção do sistema ocorreu
apenas em 1999, onde a Águas de Niterói assumiu o sistema em 5 de novembro de 1999, REGULAÇÃO DOS SERVIÇOS
atendendo na época, apenas 72% da população com água potável e 35% com coleta de
esgoto. A prestação do serviço de abastecimento de água do município de Niterói é desprovida de
Agência Reguladora. As agências reguladoras acumulam as seguintes funções, de modo a
Importante salientar que o contrato de concessão entre o município de Niterói é a Águas de garantir o interesse público:
Niterói envolve apenas a distribuição de água no município de Niterói, sendo a produção de
Fiscalizar a prestação de serviços públicos.
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Controlar a qualidade na prestação do serviço. e Saneamento Básico do Estado do Rio de Janeiro – AGENERSA, contudo o Município
Estabelecer normas disciplinadoras. informou que não haveria interesse na celebração de convênio com a AGENERSA.
Defesa do direito do consumidor
Aplicação de política tarifária A presente ação foi conclusa para sentença em 12 de setembro de 2019.
A Lei Federal nº. 11.445/2007 trata de forma clara e objetiva sobre a necessidade do exercício
da função de regulação, salientando sobre a importância desta prestação de serviço essencial ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
ser devidamente regulada, tanto no que se refere à prestação do serviço, como na fixação e
reajuste de tarifas. O artigo 21, da lei nº 11.445/2007, determina que a função de regulação No que diz respeito a estrutura organizacional da concessionária Águas de Niterói, para
precisa atender os princípios da independência decisória, assim como transparência, realização da prestação dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário,
tecnicidade, celeridade e objetividade das decisões. segundo o diagnóstico dos sistemas elaborado em 2015, tem-se 3 gerências (comercial,
engenharia e operações), as quais possuem sob sua tutela um total de 10 coordenadorias.
Importante destacar a importância que as agências reguladoras desempenham, pois são
responsáveis em adequar os interesses do consumidor, como preço e qualidade, com os do Na Figura 1 tem-se uma demonstração da estrutura organizacional. Importante salientar que
fornecedor, como a viabilidade econômica de sua atividade comercial. As agências está sendo apresentada a estrutura organizacional de 2015 pelo fato de não ter sido
reguladoras gozam de autonomia e independência, características essenciais para que estas repassado para esta consultoria a estrutura organizacional atualizada.
possam exercer adequadamente suas funções, vez que o maior bem jurídico protegido é o
interesse comum. As agências reguladoras são responsáveis pela criação de dispositivos que
propiciem sua autonomia financeira, pela arrecadação de taxas de fiscalização previamente
estipuladas nos contratos de concessões.
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Figura 1: Estrutura Organizacional da Prestação dos Serviços. 2. ANÁLISE DO ARCABOUÇO LEGAL DOS SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE
ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO
Os recursos ambientais ao longo dos tempos foram explorados pelo homem de forma
desordenada, tornando o Meio Ambiente fonte de grande preocupação. A Carta Magna
Federal representa um marco na legislação ambiental brasileira, sendo a primeira a tratar
ostensivamente da questão ambiental, trazendo mecanismos para sua proteção e controle,
sendo examinada por alguns como “Constituição Verde”, pois é a responsável pela elevação
do meio ambiente à categoria dos bens protegidos pelo ordenamento jurídico.
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
habitação, saneamento básico e transportes urbanos; (...)” Assim, podemos firmar que conforme preconizado por nossa Constituição o serviço público
de saneamento básico deve ser impreterivelmente disponibilizado pelo Estado a todos os
Ainda com relação aos dispositivos de proteção instituídos pela Carta Magna podemos
brasileiros, em respeito ao princípio da dignidade da pessoa humana.
destacar a competência comum dos entes federativos para promover a melhoria das
condições de saneamento básico, previsto no artigo 23, incisos VI e IX, a corroborar:
Desta forma, cabe ao poder público e a coletividade preservar o Meio Ambiente, conforme
muito bem preconizado nos termos do artigo 225, da Constituição Federal de 1988, in verbis:
“Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios: VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em
qualquer de suas formas; IX - promover programas de construção de “Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,
moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico; bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-
(...)” se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para
as presentes e futuras gerações. § 1º Para assegurar a efetividade desse
direito, incumbe ao Poder Público: - preservar e restaurar os processos
Para se assegurar esse direito, o Poder Público através de todos os entes políticos, tem a
ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e
incumbência de preservar e controlar a poluição em todas as suas formas. Sendo ecossistemas; - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio
genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e
reconhecida pela Constituição Federal de 1988 a autonomia dos Municípios para legislarem manipulação de material genético; - definir, em todas as unidades da
sobre matérias de interesse local. Tal prerrogativa decorre do disposto no art. 30, inciso I, da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente
protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de
Carta Magna Federal, assim redigido: lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos
que justifiquem sua proteção; exigir, na forma da lei, para instalação de obra
ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio
“Art. 30. Compete aos Municípios: I - legislar sobre assuntos de interesse ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; -
local; (…)” controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e
substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio
ambiente; - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e
Através dessa prerrogativa, foi conferida aos municípios a competência e a legitimidade para a conscientização pública para a preservação do meio ambiente; - proteger a
fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco
editarem normas de abrangência específica nas suas respectivas extensões territoriais.
sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os
Importante ressaltar, também, que Constituição Federal de 1988 regularizou a matéria animais a crueldade. § 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado
a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica
ambiental, bem como concebeu o direito ao meio ambiente sadio como um direito exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. § 3º As condutas e
atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores,
fundamental do indivíduo, instituindo a proteção do meio ambiente como princípio da ordem
pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
econômica, no art. 170. independentemente da obrigação de reparar os danos causados.§ 4º A
Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal
Mato- Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização
“Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação
na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. § 5º São
os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: VI - defesa indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações
do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. § 6º As
impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida
elaboração e prestação; (...)” em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.”
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Diante do exposto, resta cristalino que a preservação do Meio Ambiente é de natureza Em menção, ainda, no artigo 3º, da Lei nº 11.445, de 2007, esse apresenta em seus incisos
constitucional, cabendo não só ao Poder Público, mas também à coletividade, fiscalizar e algumas definições que já demonstram o intuito da lei em universalizar os serviços e atender
fazer valer os preceitos previstos na Carta Magna Federal. da melhor maneira possível às populações e localidades de baixa renda, tais como os
conceitos de: gestão associada; universalização; controle social; e subsídios.
Conclui-se, portanto, que a preocupação de preservar e proteger o Meio Ambiente não é de
hoje, pois está há muito tempo presente no nosso ordenamento jurídico, cabendo a cada Outra importante mudança trazida pela Lei 11.445/2007 é com relação ao prazo para
unidade e esfera da federação “fazer a sua parte”, dentro do exercício de suas respectivas formulação de plano de saneamento básico sendo que a partir de 31 de dezembro de 2019,
competências. somente estarão aptos a receber recursos para saneamento da União e de entidades da
administração pública federal, aqueles municípios que tiverem, dentre outros requisitos,
elaborado os seus respectivos Planos Municipais de Saneamento Básico (art. 1º do Decreto
2.2. ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO FEDERAL INFRACONSTITUCIONAL Federal nº 9.254, de 21 de março de 2017, que prorrogou o prazo fixado no § 2º do art. 26 do
Decreto Federal nº 7.217/10).
Feitas as considerações com relação ao previsto na Constituição Federal consoante às
questões ambientais, satisfaz apresentar nesse momento a legislação infraconstitucional Busca-se, com essa mudança, tornar-se um referencial para a obtenção do financiamento
sobre o referido assunto, em destaque aquelas que objetivaram o presente estudo. e valorizar o bom uso dos recursos públicos, através do planejamento e controle social. Sem
dúvida nenhuma uma das maiores inovações desse Diploma Legal e do Decreto que a
É consabido que o saneamento básico é o conjunto de medidas que visa preservar ou regulamentou, consiste na obrigação dos titulares dos serviços, no caso os Municípios,
modificar as condições do meio ambiente com a finalidade de prevenir doenças e promover elaborarem os seus respectivos Planos de Saneamento Básico (art. 9o, inciso I, da Lei nº
a saúde, buscando melhorar a qualidade de vida da população, à produtividade do indivíduo 11.445/2007).
e facilitar a atividade econômica.
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
fundamentem, inclusive com a realização de audiências ou consultas públicas (artigo 19, § Veja-se que a atividade regulatória é competência do titular do serviço, que pode proceder
5º). sua delegação, porém, não obstante quem seja o ente regulador, deverá editar normas
relativas às dimensões técnica, econômica e social de prestação dos serviços (artigo 23, da
Com relação à revisão do PMSB esse deve ser revisto periodicamente, em prazo não superior Lei 11.445/2007), abrangendo, entre outros aspectos, as metas progressivas de expansão e
a 4 (quatro) anos e anteriormente à elaboração do Plano Plurianual (artigo 19, § 4º). de qualidade dos serviços e os respectivos prazos (inciso III); e subsídios tarifários e não
tarifários (inciso IX).
No que tange os contratos de concessão dos serviços públicos de saneamento, deve ser
observado o conteúdo dos planos (artigo 11, inciso I), bem como se utilizar desse para balizar O serviço público de saneamento terá a sustentabilidade econômico-financeira assegurada,
as estratégias de investimentos e os projetos relativos ao contrato (artigo 11, §1o). O plano sempre que possível, mediante remuneração pela cobrança dos serviços de abastecimento
contemplará, no mínimo, o diagnóstico da situação do saneamento básico em sua área de de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e
abrangência; os objetivos e metas de curto, médio e longo prazos, que levarão à drenagem e manejo das águas pluviais (art. 29, inciso I, II, III, da Lei 11.445/2007). No tocante
universalização dos serviços; quais são os programas, projetos e ações indispensáveis ao aos reajustes das tarifas, essas poderão ser realizadas observando-se o intervalo mínimo de
atendimento dos objetivos; atitudes que deverão ser adotadas em casos de emergências ou 12 (doze) meses, de acordo com as normas legais, regulamentares e contratuais (art. 37, da
contingências; e procedimentos para avaliação e monitoramento dos trabalhos realizados Lei 11.445/2007).
durante a execução do plano, tudo conforme exige o artigo 19, e seus incisos, da Lei
11.445/2007. Sem dúvidas o maior desafio do aludido diploma legal é o acesso de todos os brasileiros ao
saneamento básico, ou seja, a globalização do atendimento, com o consistente propósito de
Ainda, deve o plano discorrer sobre o financiamento de suas ações, indicando as possíveis estabelecer os marcos referenciais às três esferas da federação com vistas a universalizar o
fontes de financiamento (artigo 19, inciso III). acesso, com uma prestação racionalizada e preocupada com o meio ambiente.
Além do planejamento, a Lei nº 11.445/2007 também criou mecanismos de controle social, Ainda nesse contexto, quanto à legislação infraconstitucional, em 31 de agosto de 1981, foi
inserindo representantes da sociedade civil, dos prestadores dos serviços e do próprio Poder publicada a Lei nº 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, que tem
Público em órgãos colegiados, tendo como objetivo, dentre outros, o cumprimento e o como objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida,
acompanhamento das metas estabelecidas no respectivo Plano de Saneamento Básico. visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses
da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana (art. 2º, da Lei 6.938/81),
A necessidade de agência reguladora para exercer a normatização dos serviços de bem como, segundo a qual há que se assegurar a “manutenção do equilíbrio ecológico,
saneamento também constitui importante inovação trazida pela Lei Federal em exame (art. considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente
21 e seguintes). É dever da entidade reguladora e fiscalizadora dos serviços a verificação do assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo”, nos termos do art. 2º, inciso I, da
cumprimento dos planos de saneamento por parte dos seus prestadores (artigo 20, parágrafo referida norma.
único).
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
A Lei nº 9.605/98, na sua qualidade de norma infraconstitucional, merece ser destacada, visto da federação combater a poluição, assim como promover programas de construção de
que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades moradias e assegurar a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico (art.
lesivas ao meio ambiente. 73, inciso IX, da CERJ).
Merece também destaque a Lei 9.433/97, que instituiu a Política Nacional de Recursos Em relação à política urbana, fruto e objeto da presente análise, este cumpre atender ao pleno
Hídricos, e regulamentou o inciso XIX, do artigo 21, da Constituição Federal de 1988, desenvolvimento das funções sociais da cidade com vistas a garantir e melhorar a qualidade
determinando que a união deve instituir um sistema de gerenciamento de recursos hídricos, de vida de seus habitantes (art. 229, caput, da CERJ). A função social é direito de todo
bem como definir critérios de outorga de seu uso. cidadão, conforme já mencionado alhures, dentre elas destacamos o direito ao abastecimento
de água potável, coleta de lixo, drenagem das vias de circulação (art. 229, §1º, da CERJ). O
direito de construção deverá ser submetido aos Municípios, obedecendo à Lei orgânica
2.3. LEGISLAÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO municipal e ao plano diretor (art. 229, §3º, da CERJ).
O Estado do Rio de Janeiro, exercendo seus privilégios quanto ente federado, publicou No tocante ao direito de moradia, garantia fundamental prevista na Carta Magna Federal,
legislações específicas visando executar instrumentos de preservação ambiental no âmbito bem como na Constituição do Estado do Rio de Janeiro, incumbe ao Estado e aos Municípios
do seu território. a promoção e execução de programas de construção de moradias populares e garantir
condições habitacionais e infraestrutura urbana, em especial as de saneamento básico,
Visando a proteção do Meio Ambiente e antes mesmo do Estado sancionar sua própria escola pública, posto de saúde e transporte (art. 329, da CERJ).
Constituição Estadual, em 03 de outubro de 1988, foi publicada a Lei nº 1.356, que normatizou
os procedimentos vinculados à elaboração, análise e aprovação dos estudos de impacto A Constituição Estadual trouxe também em seu arcabouço legal informações significativas
ambiental. Tal legislação formalizou a indispensabilidade da elaboração de Estudos de relacionadas à forma de lançamentos finais de esgotos sanitários (sistemas públicos e
Impacto Ambiental e do respectivo Relatório de Impacto Ambiental – RIMA, em casos de particulares), que deverão ser antecedidos de tratamento primário completo, de acordo com
instalações e/ou atividades de oleodutos, gasodutos, minerodutos e emissários submarinos a legislação em vigor (art. 277, caput, da CERJ). O aludido artigo foi regido pela Lei nº
de esgotos sanitários ou industriais; (art. 1º, inciso V, da Lei nº 1.356/1988). 2.661/1996, no qual estabeleceu a exigência de níveis mínimos de tratamento de esgotos
sanitários, antes de seu lançamento em corpos d’água. Define-se como tratamento primário
Já com a promulgação da Constituição Estadual do Rio de Janeiro, em 5 de outubro de 1989, a separação e a remoção de sólidos em suspensão, tanto sedimentáveis quanto flutuantes,
o artigo 8º, da carta magna estadual prevê o dever do Estado de garantir as funções sociais, seguida de seu processamento e disposição adequada.
assegurando qualidade de vida e garantindo a todos, além de acesso à saúde, educação,
moradia, transporte, o acesso ao saneamento básico. No mesmo sentido, é vedada a implantação de sistemas de coleta conjunta de águas pluviais
e esgotos domésticos ou industriais. (§ 1º, do art. 277, da CERJ), bem como é absolutamente
Dentro das garantias acima descritas, a Constituição Estadual exterioriza a competência do proibida a criação de aterros sanitários à margem de rios, lagos, lagoas, manguezais e
Estado, União e Municípios como curadores do Meio Ambiente, sendo obrigação dos entes mananciais (§ 2º, do art. 277, da CERJ).
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
No que diz respeito aos serviços de Saneamento Básico, o Estado do Rio de Janeiro deu um o saneamento básico, norteada pelos princípios de saúde pública e de proteção ao meio
importante passo com a promulgação do decreto 553, de 16 de janeiro 1976, que ambiente.
regulamentou, entre outros preceitos, os serviços públicos de abastecimento de água e
esgotamento sanitário a cargo da Companhia Estadual de Água e Esgotos – CEDAE. No Estão isentas do pagamento de taxa de manutenção e operação das unidades de
entanto, conforme será demonstrado mais adiante, pelo fato de a titularidade do saneamento saneamento, as unidades habitacionais provenientes do Programa de Arrendamento
básico ser municipal, o município de Niterói realizou a concessão à iniciativa privada no ano Residencial (PAR) situados no Estado do Rio de Janeiro (art. 1ª da Lei 7.721/2017).
de 1997.
Ante todo o exposto, verifica-se que na análise da legislação Estadual o Estado do Rio de
O Governo do Estado do Rio de Janeiro, preocupado com a proteção ao Meio Ambiente, em Janeiro está em conformidade com a Política de Proteção ambiental, resguardados tanto pela
17 de setembro de 1997, promulgou a Lei nº 2.794, que regularizou sobre aterros sanitários Constituição Federal de 1988, quanto na própria Constituição Estadual do Rio de Janeiro, e,
ficando a cargo do Poder Executivo a criação de Grupo de Trabalho com o intuito de em especial consonância com a legislação federal 11.445/2007, considerada o marco
implementar as mudanças dos aterros sanitários, atualmente existentes para áreas situadas regulatório do saneamento básico.
à distância de, no mínimo, 15 (quinze) quilômetros da cabeceira das pistas dos aeroportos
em todo o Estado do Rio de Janeiro (art. 1º, da Lei nº 2.794/1997).
2.4. LEGISLAÇÃO DO MUNICÍPIO DE NITERÓI
Seguindo a mesma senda de defesa do ecossistema, o Governo do Estado do Rio de Janeiro
publicou a Lei nº 1.898/1991, que instituiu a obrigação de auditorias ambientais, periódicas e Sobrepujadas as legislações pertinentes à proteção do Meio Ambiente, educação ambiental
anuais às empresas ou atividades de elevado potencial poluidor, entre as quais destacamos e saneamento básico no âmbito da Constituição Federal, Legislação Federal
o inciso VII, no que diz respeito às instalações de tratamento e os sistemas de disposição infraconstitucional e as Leis Estaduais do Rio de Janeiro, será objeto da análise o exame da
final de esgotos domésticos (art. 5, inciso VII, da Lei nº 1.898/1991), bem como restando legislação do município de Niterói.
reconhecida quaisquer infrações, deverão ser realizadas auditorias trimestrais até a correção
das irregularidades, independentemente da aplicação de penalidades administrativas (art. 6, Inicialmente no tocante ao saneamento básico, compreendido em água e esgoto, o município
inciso VII, da Lei nº 1.898/1991). publicou em 03 de janeiro de 1991, a Lei nº 909/1991 que sistematizou o esgotamento
sanitário, tratamento e a disposição de esgotos como parte integrante da política de meio
Em continuidade aos lineamentos legislativos do Estado do Rio de Janeiro, importante ambiente.
salientar o Decreto nº 41.310, de 15 de maio de 2008, que outorgou o prazo de 60 (sessenta)
dias para que os condomínios e edificações no âmbito do Estado do Rio de Janeiro se Nesse aspecto o município de Niterói inovou trazendo avanço em sua legislação, antes
conectem à rede de esgoto da CEDAE ou da concessionária prestadora de serviços mesmo da aprovação da Lei Federal nº 11.445/2007, que regularizou a legislação que é
saneamento básico, no caso de Niterói, a concessionária Águas de Niterói. Referido decreto referência em saneamento básico no Brasil.
está de acordo com a Lei Federal nº 11.445/2007, que constituiu as diretrizes nacionais para
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
A Lei municipal nº 909/1991, estabeleceu em seu bojo orientações para o tratamento, a coleta No que diz respeito ao combate à poluição e à preservação do meio ambiente por parte da
e a disposição de esgotos, com vistas ao controle de poluição das águas interiores, municipalidade, merecem realce o Plano Diretor (Lei nº 1.157/92, de 31/12/1992), que foi
superficiais e subterrâneas, bem como das águas costeiras, nos limites da competência do modificado pela Lei nº 2.123 de 04 de fevereiro de 2004, que trouxe na seção I o Saneamento
órgão municipal de proteção ambiental (art. 1º, da Lei nº 909/1991). Dentre os principais Básico, e na subseção I sobre a coleta, tratamento e disposição de esgotos sanitários. O
objetivos destacados pela referida legislação, podemos ressaltar a finalidade de restringir, artigo 65 do plano diretor do município de Niterói destaca a proteção ao biossistema aquático,
paulatinamente, as cargas de esgotos lançados nos corpos d`água, direta ou indiretamente da saúde humana e da balneabilidade das praias em todo o território municipal, informando
(art. 2º, inciso V, da Lei nº 909/1991). dados referentes à implantação de sistema de esgotamento sanitário, dentre eles a produção
e efetivação dos planos, programas e projetos das empresas concessionárias, de acordo com
A lei municipal utiliza como instrumento de controle de poluição das águas, no que concerne o planejamento urbano e ambiental do Município; considerando novos loteamentos,
ao tratamento, à coleta e a disposição de esgotos sanitários, o licenciamento e a fiscalização condomínios ou empreendimentos exige-se a implantação de esgotamento sanitário e em
dos sistemas individuais e coletivos de tratamento, assim como a coleta e disposição dos locais desprovidos de rede pública de saneamento, que seja implantado sistemas alternativos
esgotos de todas as edificações do Município. (art. 3º, inciso I e II da Lei nº 909/1991). Quem (artigo 65, inciso I, II e III, da Lei nº 1.157/92).
estiver em desacordo com a legislação municipal Lei nº 909/1991, está sujeito a aplicação de
penalidade (art. 3º, inciso III da Lei nº 909/1991). Importante salientar que para autorização do sistema de saneamento básico por parte do
município, será obrigado que a assinatura de termo de compromisso pela concessionária (art.
Outro importante aspecto trazido pela legislação municipal com o fito de fiscalizar os serviços 66, da Lei nº 1.157/92).
das concessionárias responsáveis pela coleta e tratamento de esgotos, é a exibição de Laudo
Técnico ao órgão ambiental quando este for requisitado (Art. 6º, da Lei 909/1991). Por fim, no que tange, ainda, as disposições do plano diretor do Município em estudo,
imprescindível informar que a empresa concessionária necessitará expor anualmente ao
A legislação municipal com relação à preocupação de água e esgoto sancionou em Município os programas para implantação gradual, em todo o território municipal, dos
11/09/1991, a Lei nº 971 que tem como objetivo prevenção do meio ambiente, bem como sistemas de coleta, tratamento e disposição de esgotos sanitários.
colocar o município em conformidade com os preceitos da Constituição de 1988, tendo em
vista que naquela época não havia sido sancionada a Legislação Infraconstitucional que A cidade de Niterói editou em 14 de outubro de 2008, o Código Municipal Ambiental, Lei nº
regulamentou o saneamento básico no Brasil (2007), razão pela qual podemos afirmar que o 2.602/2008, com diretrizes pensadas na preservação, conservação, defesa, melhoria,
Município de Niterói está à frente no tocante aos cuidados com o ecossistema. recuperação e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado, fazendo parte dos
objetivos da Política Municipal de Recursos Hídricos a promoção da integração das políticas
A Legislação em destaque (Lei n° 971/1991) trouxe em seu corpo legal meios de proteção municipais de saneamento básico e do meio ambiente, com as políticas federal e estadual de
com relação aos postos de serviço e lavagem e lubrificação de veículos, portos, estaleiros, recursos hídricos (art. 145, inciso II, da Lei 2.602/2008).
oficinas e instalações industriais, que manejem óleo, graxa, gasolina e óleo diesel, que só
poderão lançar na rede de esgoto às águas provenientes de sanitários, lavatórios, chuveiros Outra significativa legislação criada pela câmera municipal com objetivo de proteção
e pias. ambiental foi a Lei nº 2.370, de 20 de julho 2007, cujo objetivo é a obrigação das edificações
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
estabelecerem conexão com a rede coletora de esgotos sanitários, sendo compreendido 1.639/1998). Fica condicionada a permanente fiscalização do poder concedente as obras e
como sistema de tratamento compacto às fossas sépticas, tanques sépticos, filtros permissão de serviço público.
anaeróbicos e sumidouro, nos termos do artigo 1º, incisos I ao IV, da Lei nº 2.370/2007,
ficando estabelecido o prazo de 60 dias para que sejam realizadas as adaptações (art. 2º, da No que tange às cláusulas contratuais de concessão, deve constar no contrato o objeto, a
Lei nº 2370/2007), estando de acordo com o Decreto nº 41.310, de 15 de maio de 2008, que área, prazo de concessão e as formas que se realizará o serviço. Outro dado importante que
outorgou o prazo de 60 (sessenta) dias para que os condomínios e edificações no âmbito do fará parte do contrato é o valor do serviço prestado, as formas de pagamentos e seus
Estado do Rio de Janeiro se conectem à rede de esgoto da CEDAE ou da concessionária reajustes, assim como os direitos e garantias e obrigações do Poder Concedente e da
prestadora de serviços saneamento básico. concessionária.
A Lei nº 1.470/1995 dispõe sobre o uso do solo urbano no município de Niterói. Deve ser Quanto ao saneamento básico propriamente dito, certamente, um dos maiores avanços é a
destacado na legislação em tela seu artigo 129, no tocante às áreas desprovidas de rede de instituição do Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB.
esgotamento sanitário e de abastecimento de água, ficam condicionados à execução de
sistema individual ou coletivo de tratamento e disposição dos efluentes sanitários a nível Com a aprovação do PMSB o Município de Niterói estará em conformidade com os ditames
secundário e de abastecimento de água. da Lei Federal nº 11445/2007, vez que possuirá planejamento para universalizar, nos
próximos anos, os serviços de abastecimento de água, tratamento de esgoto sanitário,
Ainda com relação às legislações com fito de proteção do ecossistema trazidas pela cidade drenagem e manejo de resíduos e limpeza urbana, bem como estará apto a receber recursos
de Niterói, destacamos a Lei 2.630/2009 que disciplina os procedimentos relativos ao da União e de entidades da administração pública federal, destinados ao saneamento,
armazenamento de águas pluviais para reaproveitamento e retardo da descarga na rede recursos estes que, após 31 de dezembro de 2019, somente serão repassados àqueles
pública. municípios que tiverem concluído e aprovado os seus respectivos Planos Municipais de
Saneamento Básico (art. 1º do Decreto Federal nº 9.254, de 21 de março de 2017, que
Ainda no âmbito de destaques das legislações sancionadas pelo Município de Niterói, prorrogou o prazo fixado no § 2º do art. 26 do Decreto Federal nº 7.217/10).
podemos destacar a Lei nº 1.639/1998, que dispõe sobre o regime de concessões e
permissões de obras públicas, que está em consonância com a legislação Federal Lei nº No tocante às especificações trazidas pela Le Federal nº 11.445/2007, observa-se que o
8.987/1995, principalmente no que diz respeito a permissão de prestação de serviço público Município de Niterói não possui agência reguladora de serviços públicos, bem como não se
mediante prévia licitação, respeitando, também, os princípios da Legalidade, moralidade, tem notícia da criação de Órgão Colegiado, sendo exigências da Legislação Federal em vigor,
publicidade, razoabilidade, competividade e igualdade. para exercer o controle social dos serviços de saneamento, conforme exigido no art. 47 da
Lei nº 11445/2007 e no art. 34, inciso IV, do Decreto nº 7.217/10, que a regulamentou.
A Lei municipal de concessões prevê também que o prazo de contrato não poderá exceder a
25 (vinte e cinco) anos, permitida a prorrogação, por uma só vez e, no máximo, por igual Imperioso advertir que, em conformidade com o prescrito no § 5o do art. 25 do Decreto
período, desde que comprovada à prestação adequada do serviço (art. 3º da Lei nº Federal nº 7217/10, o PMSB tem efeito vinculante, sujeitando não só a atual Administração,
com também todas as que irão sucedê-la ao longo do período planejado, a cumprir e
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
desenvolver as ações nele estabelecidas. A mesma obrigação também se aplica em relação 3. ANÁLISE DO CONTRATO DE CONCESSÃO DOS SERVIÇOS DE
aos concessionários dos serviços públicos municipais de saneamento podendo, no caso de ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO
inobservância do Plano por parte destes, tanto o Município, como também o Ministério
Público, tomarem as providências que entenderem cabíveis. No que refere à análise contratual, constatou-se que o Município de Niterói, por meio do
Decreto Municipal 7.545/1997, delegou a competência à Empresa Municipal de Moradia,
Do ponto de vista orçamentário e financeiro, analisando a Lei Municipal nº 3.419/2019, que Urbanização e Saneamento – EMUSA, conferindo-lhe a administração integral dos serviços
dispõe sobre as diretrizes orçamentárias para o exercício de 2020, não existe referência de água e esgoto do Município, sendo responsável pelo procedimento licitatório, fixação de
reportada em relação ao saneamento básico. cláusulas, condições e a contratação da concessão dos serviços a terceiros.
Notório esclarecer, que não está se articulando que o Município não esteja investindo em Assim, a EMUSA, empresa pública criada pelo Decreto Municipal nº 5.347/88, após processo
saneamento básico. O fato de não haver segregação orçamentária específica de recursos licitatório firmou contrato com a empresa Águas de Niterói. O presente contrato recebeu o
para estes serviços, não pode ser compreendida como a inexistência dos mesmos, pois estes número 09/97 e foi celebrado em 24 de outubro de 1997, onde consta no seu objeto a
podem estar inseridos nas destinações e previsões orçamentárias genéricas de Secretarias concessão, em caráter de exclusividade a gestão integrada dos sistemas e serviços de
Municipais relacionadas aos serviços, tais como Secretária de Obras, Secretaria da saneamento básico de água e esgoto no perímetro urbano do Município de Niterói, estando
Administração, Secretaria da Saúde, entre outras. incluso a operação, conservação, manutenção, modernização, ampliação, exploração e a
arrecadação direta aos usuários, sendo abrangido, ainda, estudos técnicos, serviços e obras
necessárias ao cumprimento do presente contrato ao longo do período da concessão. O
prazo de vigência do Contrato é de 30 anos, podendo ser prorrogado nos termos da Lei
Federal de nº 8.985/95.
No que diz respeito à remuneração da Concessionária, essa será paga por meio de tarifa,
aplicada de acordo com a tabela de prestação do serviço do Edital, sendo que o processo de
revisão das tarifas será realizado pelo poder Concedente, com participação do representante
da concessionária.
O presente Contrato de concessão passou por diversas alterações, em razão dos reajustes
tarifários, com relação à Taxa Referencial de Água – TRA, e a TER – Taxa Referencial de
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Esgoto, do mesmo modo com relação à prorrogação dos prazos dos contratos, conforme fornecida pela CEDAE. A cláusula primeira do Termo Aditivo 02/2001, altera o
demonstram os Termos Aditivos Contratuais abaixo especificados: parágrafo sexto da Cláusula Terceira do Contrato, passando a ter a seguinte redação:
“durante a vigência do contrato, para os valores da TRA (Taxa Referencial de Água) e
O primeiro Termo Aditivo do Contrato 09/97, ocorreu em 27 de dezembro de 1999, em TER (Taxa Referencial de Esgoto) autorizados pela Concedente, ao invés da ‘Estrutura
razão dos reajustes de valores a serem pagos à CEDAE pelo fornecimento de água Tarifária Pré-Estabelecida do Serviço Medido’, permanecerá a estrutura tarifária
bruta por atacado a Águas de Niterói S/A, mediante convênio celebrado em 27 de praticada pela CEDAE, dada a ordem de serviço inicial do contrato. O Termo Aditivo
novembro de 1998, entre o Estado do Rio de Janeiro e o Município de Niterói, durante 02/2001, também fez alterações na redação das cláusulas Quinta, Sexta e Sétima, que
os 16 (dezesseis) meses mais 15 (quinze) dias, contados da ordem de serviço inicial, foram acrescidas das alíneas “e”, “f”, e “g”, a cláusula Quinta do Termo Aditivo 01/99,
até o 3º (terceiro) dia útil de cada mês a Concessionária pagará para CEDAE 20% passando a dispor da seguinte redação: e) até 24º (vigésimo quarto) mês, contados
(vinte por cento) do valor das contas de água oriunda do sistema laranjal; da ordem de serviço inicial, deverão ser atendidos, 95% da população urbana do
Ultrapassando o prazo será cobrado o valor de R$ 0,30 por metro cúbico de água município; f) Até o 48º (quadragésimo oitavo) mês deverá estar concluída a alteração
macromedida em seu ingresso no território do Município de Niterói; Passando 10 dias pela concessionária, ou seja, redes coletoras, o sistema de tratamento de esgotos na
da ordem inicial de serviço devem ser iniciadas as obras de expansão da rede de água Região Centro do Município, oportunidade em que 60% (sessenta por cento) de toda
para abastecimento da população urbana das praias restou consignado, também, que população urbana do município deverá ser atendida com rede de esgotos tratados”.
a Águas de Niterói fornecerá fiança bancária anual à CEDAE, renovada anualmente, Termo Aditivo 03/03 - datado de 10 de dezembro de 2003, substituiu de forma
como garantia do pagamento das faturas de água por atacado. Restou comprovado cumulativa às cláusulas Quinta, Sexta e Sétima, do Termo Aditivo nº 02/2001,
pela Águas de Niterói na assinatura desse termo aditivo carta de fiança expedida pelo passando o valor da TRA a vigorar a partir do 73º (septuagésimo terceiro) mês, os
Banco ABC Brasil S/A, no valor de R$ 3.000.000,00 (três milhões de Reais). O primeiro seguintes ajustes: a) do 73º (septuagésimo terceiro) mês ao 84º (octogésimo quarto)
termo aditivo acrescentou o parágrafo sexto à cláusula terceira do Contrato, vejamos: mês, contados da ordem de serviço inicial ao contrato; 6,15% de acréscimo sobre o
“Durante os 12 primeiros meses, contados da data de ordem de serviço inicial do valor da TRA vigente no 72º (septuagésimo segundo) mês; b) do 85º (octogésimo
contrato, vigorarão as tarifas e estrutura tarifária praticadas, em cada um de tais quinto) mês ao 96º (nonagésimo sexto) mês 6,15% de acréscimo sobre o valor vigente
meses, pela CEDAE, cujos valores vigentes à data de assinatura do presente termo no 84º (octogésimo quarto) mês; c) a partir do 97º (nonagésimo sétimo) mês, contando
aditivo, constam do Anexo I ao mesmo. As taxas de serviço, durante o mesmo período, da ordem inicial do contrato, 6,15% de acréscimo sobre o valor da TRA vigente no 96º
serão cobradas conforme tabela constante do parágrafo quinto da Cláusula Terceira mês.
do contrato, adotando-se para TRA, com vistas ao uso de tal tabela, o valor praticado, Termo Aditivo 04/04 - , realizado em 18 de junho de 2004; considerando a majoração
em cada um de tais meses, pela CEDAE” da alíquota da COFINS de 3,0% para 7,6% a partir de 01/02/2004, o termo aditivo fez
O Termo Aditivo 02/01 - de 30 de novembro de 2001, tornou público que não foi mudanças, que estão previstas na cláusula primeira alterando de forma cumulativa às
possível fazer as mudanças e prazos do termo aditivo 01/99, razão pela qual, em cláusulas Quinta, Sexta e Sétima do Termo Aditivo nº 02/2001, passando a vigorar o
comum acordo a EMUSA e a Águas de Niterói fizeram nova alteração no parágrafo valor da TRA a partir do 56º (quinquagésimo sexto) mês, um reajuste de 2,71%, sobre
sexto da cláusula terceira com relação aos prazos e reajuste tarifários, em razão do a TRA vigente no 55º (quinquagésimo quinto) mês.
desequilíbrio financeiro decorrente do acréscimo do preço do m³ de água tratada
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Termo Aditivo 05/05 - de 06 de dezembro de 2005, mais uma vez incluiu alterações Diretoria de Pequenos Reparos, a execução dos serviços realizados pela
tarifárias pela concessionária com o objetivo de minimizar os impactos tarifários na Concessionária, zelando pela qualidade dos mesmos, inclusive, recebendo e
população de menor poder aquisitivo e usuários de menor consumo, modificando a apurando, direta e indiretamente, queixas e reclamações dos usuários”.
cláusula Primeira no tocante a Estrutura tarifária, passando a TRA a vigorar a partir do Termo Aditivo 10/2015 - de 03 de novembro de 2015, trata de reajuste de tarifas para
86º (octogésimo sexto) mês, contando da ordem de serviço inicial do contrato, sendo o reequilíbrio financeiro, acrescentando à cláusula Primeira do Sétimo Termo Aditivo
reajustado com os seguintes acréscimos: dez/2006 o valor da TRA sofrerá variação de as alíneas “j” na referência dez/2015 a TRA sofrerá variação de 2,19397%, assim como
3,95%; dez/2007 de 3,95%; dez/2008 de 3,95%; todas de forma acumulativa à parcela as demais dos anos subsequentes (2016, 2017, 2018, 2019 e 2020), de forma
de efeito inflacionário. acumulativa à parcela de efeito inflacionário. Restou modificado, também a ampliação
Termo Aditivo 06/06 - de 30 de agosto de 2006, modificou a cláusula Primeira no do prazo contratual por mais 87 (oitenta e sete) meses a contar da data do término da
tocante a Estrutura tarifária, passando a TRA a vigorar a partir do 86º (octogésimo Concessão.
sexto) mês, contando da ordem de serviço inicial do contrato, sendo reajustado com
os seguintes acréscimos: dez/2006 o valor da TRA teve variação de 4,73%; dez/2007 O contrato realizado entre a EMUSA e a Águas de Niterói está em consonância com a
de 4,73%; dez/2008 de 4,73%; todas de forma acumulativa à parcela de efeito Constituição Federal de 1988, no tocante às cláusulas essenciais, que preconizam o regime
inflacionário. das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de
Termo Aditivo 07/07 - de 07 de dezembro de 2007, alterou a cláusula primeira do sexto seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de rescisão da concessão ou
termo aditivo (06/2006), que deu nova redação à cláusula primeira do contrato, no permissão; direitos dos usuários; política tarifária, assim como a obrigação de manter serviço
tocante ao valor da TRA, que passou a vigorar a partir do 86º (octogésimo sexto) mês, adequado. Entretanto, denota-se a ausência de agência reguladora e fiscalizadora para o
contando da ordem de serviço inicial em razão do desequilíbrio financeiro, sendo serviço de distribuição de água, coleta e tratamento de esgoto no município, estando em
acrescidos os seguintes ajustes: dez/2006 4,73%, dez/2007 1,79%, dez/2008 1,79%, desacordo com a legislação federal vigente (lei nº 11.445/2007).
dez/2009 1,79%, dez/2010 1,79%, dez/2011 1,79%, dez/2012 1,79%, dez/2013 1,79%,
dez/2014 1,79%. O termo aditivo prorrogou também o prazo do contrato por mais 153
(cento e cinquenta e três) meses, a contar da ordem de serviço inicial do contrato,
como instrumento de realinhamento do equilíbrio financeiro;
Termo Aditivo 08/97 - traz em sua cláusula quinta, no tocante às obrigações da
Concedente, atribuição a Diretoria de Parques e Jardins, competindo a eles a
fiscalização e execução de qualquer serviço que venha a ser executado nas vias
públicas e próprios municipais, a fiscalização dos serviços realizados pela
Concessionaria contratada, zelando pela boa qualidade dos mesmos, inclusive
recebendo e apurando, queixas e reclamações dos usuários;
Termo Aditivo 09/2015 - o referente termo trouxe mudanças no tocante às obrigações
da Concedente, incluindo no item 2., da cláusula quinta, “fiscalizar, por intermédio da
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Ainda segundo a mesma fonte, na época eram atendidos 499.028 habitantes locados em A Bacia do Guapi-Macacu é uma região sujeita a um regime hidrológico com expressiva
190.556 residências, resultando numa média de 2,62 habitantes por residência. alternância entre períodos com chuvas intensas, inundações e secas extremas e baixas
vazões hidrológicas. Essa bacia é considerada uma das áreas do Estado de extrema
Segundo informações repassadas pela Águas de Niterói, ainda é realizado o abastecimento importância biológica, sendo prioritário para a aplicação de ações de conservação que
para 100% da população, que segundo as projeções elaboradas por esta consultoria é de minimizem os impactos sobre os fragmentos florestais de maneira a melhorar a gestão da
517.864 habitantes no ano de 2019. oferta hídrica.
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No ponto 3 encontra-se uma maior quantidade de mata ciliar, ainda que incoerente com o Em 2018, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro determinou que o INEA e a
que é previsto pelo Código Florestal (Lei Federal Nº 4.771/1965) para proteção de Áreas de CEDAE adotassem medidas para melhorar a qualidade da água e promover o
Preservação Permanente (APP), entretanto, apresenta urbanização ao entorno do rio, o que reflorestamento (plantio e manutenção) das margens dos mananciais do sistema de
pode explicar o baixo índice qualitativo resultante da análise. De acordo com o INEA, neste abastecimento Imunana-Laranjal.
ponto, por ser classificado como “Ruim”, as águas se encontram impróprias para tratamento
convencional visando abastecimento público, sendo necessários tratamentos mais 4.2.1.1. Área de Interesse Para Proteção e Recuperação de Manancial
avançados.
Segundo o INEA (2018), para definir uma estratégia efetiva de proteção de mananciais é
No Quadro 1 apresenta-se o histórico dos boletins consolidados anuais para os pontos preciso compreender a delimitação das áreas de influência para o ordenamento e proteção,
localizados na bacia hidrográfica Guapimirim-Macacau. de forma a manter a disponibilidade de água e impedir a sua contaminação e degradação por
atividades antrópicas. A partir disso, desenvolveu-se o estudo para delimitação de Áreas de
Quadro 1: Índice de Qualidade da Água. Interesse para Proteção e Recuperação de Mananciais (AIPMs) no Estado do Rio de Janeiro
IQA Anual
de modo a realizar o levantamento dos mananciais utilizados para o abastecimento público.
Pontos INEA
2015 2016 2017 2018
Ponto 1 Ruim Sem Informação Médio Médio A AIPM é delimitada a partir de um sistema de captação da água, no caso do Sistema
Imunana-Laranjal (AIPM 41), demonstrada na Figura 4, a área possui 108.147 hectares,
Ponto 2 Médio Sem Informação Médio Médio
sendo 64% desse total correspondente a coberturas florestais na porção serrana de
Ponto 3(600) Ruim Ruim Médio Médio
Cachoeiras de Macacu e algumas remanescentes junto aos principais corpos hídricos,
Ponto 4(601) Ruim Médio Sem Informação Sem Informação entremeadas por áreas agrícolas. Na porção serrana em direção aos vales dos rios e na
Fonte: INEA, 2019. baixada fluviomarinha, há o predomínio de pastagens em cerca de 30.000 hectares da região
(27,6% do total). As áreas agrícolas, especialmente ocupadas com espécies frutíferas e para
A partir do histórico apresentado pelo INEA, entre os anos analisados, as águas apresentam
a produção de alimentos, ocupam mais de 5.000 hectares (5%) nos vales dos rios Guapiaçu
índices médios, isto é, razoáveis e ruins. Nota-se que as águas apresentaram melhoras no
e Macacu (INEA, 2018).
seu índice de qualidade ao longo dos anos, mas ainda sim deve-se considerar que no boletim
do primeiro semestre de 2019, demonstrado na Figura 3, a classificação Ruim voltou a
Em relação a Área de Preservação Permanente, a AIPM tem 25,7% (27.789 hectares) de seu
aparecer.
território definido por APP, como mostra a Figura 5. Deste total, 73,7% encontra-se recoberto
por algum tipo de cobertura florestal, em especial nas áreas de nascentes e topos de morro
Dessa forma, ressalta-se a necessidade de ações de preservação das águas dos rios
das serras escarpadas que bordejam a bacia do Guapi-Macacu. A área de APP destinada à
Guapimirim e Macacu a fim de tornar as atividades de tratamento de água do sistema de
restauração florestal, em especial nas faixas marginais de proteção ocupadas por agricultura
abastecimento Imunana-Laranjal menos oneroso. Uma ação importante é a proteção das
de várzea, totaliza 6.914 hectares ou 24,88% da AIPM 41 (INEA, 2018).
margens dos corpos de água através do reflorestamento da mata ciliar, de forma a respeitar
e manter as delimitações de APP.
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Visando a proteção dos mananciais, o INEA gerou áreas prioritárias para a restauração Quadro 2: Unidades de Conservação localizadas na Bacia Hidrográfica do Guapimirim-Macacu.
florestal, considerando a fragilidade ambiental dos recursos hídricos (degradação das APP’s
e suscetibilidade à erosão), o grau de estresse hídrico dos mananciais (relação entre
disponibilidade de água e demanda) e a favorabilidade para potencializar e conduzir
processos naturais de regeneração do ecossistema.
Figura 6 é possível observar o predomínio de áreas com alto e muito alto potencial para
restauração vegetal na região da AIPM do Sistema Imunana-Laranjal. De sua área total
(108.147 hectares), 36.000 hectares estão disponíveis para restauração, o que representa
33% do total, concentrados em áreas de alta a muito alta prioridade para restauração.
A bacia em que o Sistema está localizado apresenta uma baixa densidade demográfica,
exibindo áreas de mata ainda preservadas, muitas dessas áreas localizadas em Unidades de
Conservação (UC), o que contribui para uma melhor qualidade da água. A AIPM Imunana-
Laranjal abriga UCs federais, estaduais e municipal. Além das UCs, a bacia abriga também
um sítio arqueológico onde se encontram as ruínas do Convento São Boaventura, tombadas
pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, como mostra o
mapeamento da Figura 7.
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A água bruta é captada no Canal Imunana por um sistema de tomada direta, o qual desvia a
água a montante de uma barragem de regulação de vazão, vide a Figura XX. A água bruta
desviada segue por um canal de desarenação com extensão aproximada de 3,3 km até a
estação elevatória de água bruta. Na Figura 8 é possível visualizar o sistema de captação por
meio de imagem aérea.
O recalque da água bruta é realizado por 5 conjuntos moto bomba conectados a um barrilete
de 2100 mm, com potência instalada de 2500 cv cada, com capacidade de recalcar uma
vazão de até 7 m³/s a uma altura manométrica de 77 mca.
A adução de água bruta é realizada inicialmente por 3 adutoras de água bruta com diâmetros
de 1400 mm, 1200 mm e 1500 mm, atendendo no caminho, as estações de tratamento de
água de Porto das Caixas, Manilha e Marambaia, passando para apenas duas adutoras de
diâmetros de 1400 mm e 1500 mm até a ETA Laranjal, com extensão total de 15.190 e 15.470
metros respectivamente, conforme pode ser verificado no fluxograma da Figura 10.
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Fonte: CEDAE.
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A ETA do Laranjal, operada pela CEDAE, foi inaugurada em 1954, passando por ampliações
nos anos de 1982 e 1998, sendo atualmente a segunda maior Estação de Tratamento do
Estado do Rio de Janeiro. A estação é responsável pelo abastecimento de água dos
municípios de Niterói, São Gonçalo, Maricá (Bairros de Itaipuaçu e Inõa) e Ilha de Paquetá,
totalizando uma população em torno de 1,7 milhões de pessoas (Cedae, 2018). A distribuição
de água tratada do sistema é dividida em média do seguinte modo: 2.000 l/s para Niterói, 50
l/s para Paquetá e 4.350 l/s para São Gonçalo (Britto et al.,2017). Na Figura 13 apresenta-se
as sedes urbanas atendidas pelo Sistema Imunana-Laranjal.
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Quadro 3: Índice de Perdas de Produção da ETA Laranjal. Quadro 4: Consumo de Produtos Químicos da ETA Laranjal.
2019 2019
Descrição Unidade 2015 2016 2017 2018 Descrição Unidade 2015 2016 2017 2018
JAN FEV MAR ABR MAI JAN FEV MAR ABR MAI
Volume Aduzido m³/dia 513496 524675 520556 522850 543.562 554.268 551.540 540.991 534.822 Volume Aduzido m³/dia 513.496 524.675 520.556 522.850 543.562 554.268 551.540 540.991 534.822
kg/dia 20120 19971 16839 18166 20.532 22.558 28.625 24.454 18.937
Volume gasto com lavagem dos Al2(SO4)3
m³/dia 9.660 10.708 10.569 11.113 10.287 10.478 10.593 10.483 10.124 kg/m³ 0,0392 0,0381 0,0323 0,0347 0,0378 0,0407 0,0519 0,0452 0,0354
filtros - Água Tratada
Consumo Ca(OH)2/CaO kg/dia 1857 2432 2224 2428 2.743 2.356 2.892 3.600 2.324
Volume gasto com descarga- de kg/m³ 0,0036 0,0046 0,0043 0,0046 0,0050 0,0043 0,0052 0,0067 0,0043
m³/dia 660 653 658 654 638 656 656 658 659
Decantadores Produtos kg/dia 1509 1629 1595 1613 1.667 1.722 1.776 1.725 1.604
Cloro
Químicos kg/m³ 0,0029 0,0031 0,0031 0,0031 0,0031 0,0031 0,0032 0,0032 0,0030
Volume gasto com lavagem - kg/dia 107 138 156 169 225 194 274 292 242
m³/dia 1.060 1.158 1.159 1.224 1.314 1.243 1.123 1.160 1.123 (Diário) Polímero
Decantadores kg/m³ 0,0002 0,0003 0,0003 0,0003 0,0004 0,0004 0,0005 0,0005 0,0005
kg/dia 1309 1490 1491 1581 1.960 1.912 1.475 1.311 1.564
Volume perdido no canal e H2SiF6
kg/m³ 0,0025 0,0028 0,0029 0,0030 0,0036 0,0034 0,0027 0,0024 0,0029
calhas coletoras na lavagem de m³/dia 535 543 532 552 522 532 542 531 517
filtros - Água Decantada
Fonte: CEDAE, 2019.
% de perda total por dia % 2,46 2,60 1,02 1,43 2,55 2,53 2,54 2,57 2,52
Fonte: CEDAE, 2019.
tratada. Ao longo do período analisado entre 2016 e maio de 2019, é possível verificar uma
redução significativa do sulfato de alumínio, porém um aumento da necessidade de uso de
polímero para a floculação e cal para regularização do pH. No Quadro 4 é apresentado o
histórico de consumo dos produtos químicos para a ETA Laranjal.
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Figura 15: Jar Test. Figura 17: Equipamentos Para Análises Biológicas.
Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019. Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019.
Figura 16: Estufa e Equipamentos de Análise. Com base no histórico de tratamento obtido na visita técnica, é verificada uma excelente
eficiência na remoção de cor e turbidez, estando sempre próximo a 99% desde 2016, como
pode ser verificado no Quadro 5 e com pH sempre neutro, estando todos os resultados de
acordo com a Portaria de Consolidação n° 05 de 2017.
O sistema de recalque de água tratada da ETA Laranjal é composto de uma unidade constituída
de 10 conjuntos moto bomba, sendo oito unidades com potência instalada de 1500 cv cada e
outras duas unidades compostas de 1000 cv cada. Na Figura 18 são demonstradas estas
unidades operacionais e na Figura 19 os painéis de acionamento por partida direta.
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Figura 18: Estação de Recalque de Água Tratada da ETA Laranjal. Figura 20: Adutora de Água Tratada.
Já na Figura 21 é possível observar que juntamente à adutora, está instalada uma Torre de
Alívio – TAL para a proteção dos componentes eletromecânicos.
A adução da água tratada se dá por meio de uma rede adutora com diâmetro nominal de
2.000 mm, vide a Figura 20, até o reservatório Amendoeira
Do reservatório Amendoeira saem então três adutoras de água tratada para o atendimento
do município de Niterói, sendo uma de 800 mm denominada 4º Linha de distribuição, uma de
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
500 mm denominada sub-adutora e outra de 1000 mm denominada 5º linha de distribuição, O atendimento para estes bairros se dá com a entrada de uma adutora de água tratada com
sendo esta última, dividida em duas adutoras de 800 mm, uma para atender o ramo norte da diâmetro de 800 mm com distribuição em marcha, abastecendo as unidades principais do
5º linha e outra para atendimento do ramo sul. sistema, conforme pode ser verificado no mapeamento apresentado na Figura 24 e no
fluxograma de distribuição demonstrado na Figura 25.
4.3. CARACTERÍZAÇÃO DO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA TRATADA Sobre o fluxograma apresentado, é importante destacar que o abastecimento do reservatório
Maracanã atualmente não é realizado pela sub-adutora e que os bairros de São Francisco,
O sistema de distribuição de água de Niterói inicia com a chegada de 3 adutoras de água Charitas e Jurujuba não são atendidos pelo reservatório do Cavalão, sendo estas apenas
tratada, denominadas 4° Linha, sub-adutora (atualmente não operante) e 5° Linha, sendo alternativas operacionais que podem ser utilizadas pela concessionária Águas de Niterói.
esta última, dividida em Ramo Norte e Ramo Sul. Trata-se de duas linhas de distribuição
operacionalmente independentes entre si, porém que podem se conectar por meio de uma .
sub-adutora que se mantém com o registro fechado.
4° Linha;
5° Linha Ramo Norte;
5° Linha Ramo Sul.
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A seguir serão descritas de modo mais detalhado as principais unidades operacionais da 4° 4.3.1.2. Reservatório Pires
linha de distribuição.
A unidade de reservação Pires está localizada na Rua do Rumo, sendo composta por um
4.3.1.1. Booster Barreto
reservatório semienterrado retangular em concreto, vide a Figura 27, com volume de
reservação de 10.000 m³.
O booster Barreto está localizado na Rua José Antônio Vicente, bairro Barreto. Trata-se da
primeira unidade operacional após a entrada da adutora de água tratada de 800 mm
Figura 27: Reservatório Pires.
proveniente do sistema de produção do Laranjal. A função é a de elevar a pressão na adutora
de água tratada de 500 mm que encaminha a água ao reservatório Pires.
O booster é composto de um único conjunto moto bomba, o qual é constituído de motor com
potência instalada de 350 cv e bomba com altura manométrica de 50 mca. O acionamento é
realizado por sistema de inversor de frequência para variação da velocidade de rotação de
acordo com a demanda de consumo.
A consultoria não teve acesso ao local dos equipamentos, no entanto, o abrigo do conjuntos
moto bomba e do acionamento é devidamente cercado e encontra-se em adequado estado de
Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019.
conservação, como pode ser verificado na Figura 26.
O reservatório recebe a água tratada do booster Barreto por meio de duas adutoras com
Figura 26: Booster Barreto.
extensão aproximada de 550 metros e diâmetro nominal de 400 mm. A unidade funciona
como um reservatório de jusante, recebendo a água de sobra da rede de distribuição e com
medição de nível por telemetria e régua de nível no local.
Nesta mesma unidade operacional, há um conjunto moto bomba com potência instalada de
10 cv para atender a comunidade localizada acima da cota do reservatório. A consultoria não
teve acesso ao local dos equipamentos, no entanto, o abrigo do conjuntos moto bomba e do
acionamento é devidamente cercado e encontra-se em adequado estado de conservação,
como pode ser verificado na Figura 28.
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Figura 28: Booster do Reservatório Pires. Figura 29: Booster Ilha de Conceição.
4.3.1.3. Booster Ilha de Conceição Figura 30: Acionamento do Booster Ilha de Conceição.
O booster Ilha está localizado na Rua da Saída do Contorno com a Rua Mario Neves, Bairro
Ilha de Conceição. Trata-se da primeira unidade operacional na adutora de água tratada de
300 mm, cuja função é a de elevar a pressão na adutora de água tratada para atendimento
da Ilha de Conceição.
O booster, demonstrado na Figura 29, é composto de um único conjunto moto bomba, o qual
é composto de motor com potência instalada de 165 cv. O acionamento é realizado por
sistema de inversor de frequência, vide a Figura 30, para variação da velocidade de rotação
de acordo com a demanda de consumo.
Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019.
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
de 800 mm proveniente do sistema de produção do Laranjal. A função é a de elevar a pressão O booster, demonstrado na Figura 32, é composto de um único conjunto moto bomba, o qual
na adutora de água tratada de 800 mm que encaminha a água booster Correção I. é composto de motor com potência instalada de 650 cv e bomba com altura manométrica de
30 mca. O acionamento é realizado por sistema de inversor de frequência da ABB, vide a
O booster é composto de um único conjunto moto bomba, o qual é composto de motor com Figura 33, para variação da velocidade de rotação de acordo com a demanda de consumo.
potência instalada de 750 cv e bomba com altura manométrica de 30 mca. O acionamento é
realizado por sistema de inversor de frequência para variação da velocidade de rotação de Figura 32: Booster Correção I.
A consultoria não teve acesso ao local dos equipamentos, no entanto, o abrigo do conjuntos
moto bomba e do acionamento é devidamente fechado e encontra-se em adequado estado
de conservação, como pode ser verificado na Figura 31.
Fonte: Google.
O booster Correção 1 está localizado na Rua Marquês do Paraná, Bairro Centro, no terreno
da sede da Águas de Niterói. Trata-se da primeira unidade operacional que recebe água Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019.
recalcada do booster Correção 2 na adutora de água tratada de 800 mm. A função é a de
Os equipamentos encontravam-se em adequado estado de conservação e funcionamento,
elevar a pressão na adutora de água tratada de 800 mm para os reservatórios Correção e
atendendo as demandas atuais.
Centro.
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4.3.1.6. Centro de Reservação Correção Destas unidades operacionais saem duas linhas adutoras de água tratada, sendo uma de
500 mm e uma de 400 mm para atendimento da região central da cidade e outra linha adutora
O centro de reservação Correção está localizada na Rua Marquês do Paraná, Bairro Centro, de 800 mm com foco no atendimento de Icaraí, Ingá e São Domingos.
também na sede da Águas de Niterói, sendo composta por um reservatório semienterrado
retangular em concreto construído ainda no século XIX, vide a Figura 34, com volume de 4.3.1.7. Reservatório e Booster do Cavalão
reservação de 9.000 m³ e um reservatório circular, em aço e com capacidade de reservação
de 3.000 m³ denominado no CCO como reservatório Central, o qual está demonstrado na A unidade de reservação Cavalão está localizada na Alameda Paris, Comunidade Morro do
Figura 35. Cavalo, sendo composta por um reservatório semienterrado circular em concreto, vide a
Figura 34: Reservatório Correção. Figura 36, com volume de reservação de 4.980 m³.
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Nome Bairro Unidade Prévia Potência Nome Bairro Unidade Prévia Potência
EB Jaime Figueiredo Icaraí EB Jardim 7,5 EB Trav. Antunes Figueiredo I Fonseca Subadutora Dr, Câmara Coutinho 15
EB Benjamin Constant Barreto Booster Barreto 1,5 EB Trav. Brandão - Engenhoca Engenhoca EB Jurujuba 7,5
EB Trav. Crispim Ilha da Conceição Booster Ilha da Conceição 5 EB Trav. Antunes Figueiredo III Fonseca EB Trav. Antunes Figueiredo II 5
EB Lara Vilela São Domingos Booster Ingá 5 EB Trav. Costa Fonseca Subadutora Dr, Câmara Coutinho 5
EB Cordeiro Miranda Ilha da Conceição Booster Ilha da Conceição 15 EB 4 Rua Leonel Brizola (morro do
Palácio) Ingá Booster Ingá 10
EB Trav. José de Souza Ilha da Conceição Booster Ilha da Conceição 15
EB Dona Emília - Santa Rosa Santa Rosa EB Dona Emília II 2
EB Mário Neves Ilha da Conceição Booster Ilha da Conceição 15
EB Travessa Dona Alzira Engenhoca Subadutora Dr, Câmara Coutinho 1
EB Dr, Collet Barreto Subadutora Dr, Câmara Coutinho 7,5
EB Reservatório Morro da Penha Ponta D'areia EB Major Rocha 10
EB Rua Cel, Tamarino Gragoatá Booster Correção I 2
EB Baroneza de Goitacazes Barreto Subadutora Dr, Câmara Coutinho 10
EB São José II Engenhoca Subadutora Dr, Câmara Coutinho 7,5
EB Trav. Sete Engenhoca Subadutora Dr, Câmara Coutinho 7,5
EB Divinéia Icaraí 7,5
EB Ninos Passos São Lourenço EB Indigena II 5
EB Trav. Santa Maria Viradouro Booster Cavalão 10
EB Cond, Marq, do Paraná Fátima 5
EB Trav. Quatro Engenhoca Subadutora Dr, Câmara Coutinho 12,5
EB Pedro Ernesto (Tenente EB Divinéia II São Francisco EB Divinéia I 3
EB Trav. Uchôa Engenhoca Jardim) 1,5 EB Rua José Agras Engenhoca Subadutora Dr, Câmara Coutinho 4
EB Juca Branco I Fonseca Booster Barreto 7,5 EB Otávio Lengruber I Santa Rosa EB Trav. Beltrão 7,5
EB Juca Branco II Fonseca EB Juca Branco I 7,5 EB Otávio Lengruber II Santa Rosa EB Otávio Lengruber I 3
EB Juca Branco III Fonseca EB Juca Branco II 4 EB Pedro Ernesto (Tenente
EB Rua A Ten, Jardim Jardim) 0,75
EB Trv, Menezes Barreto Subadutora Dr, Câmara Coutinho 10
EB Elias José Ribeiro D Engenhoca Subadutora Dr, Câmara Coutinho 5
EB Praia Grande Centro 2
EB Rua Augusto Lopes Engenhoca Booster Barreto 7,5
EB Dr, Arlindo Engenhoca Subadutora Dr, Câmara Coutinho 2
EB Lengruber Filho Engenhoca Subadutora Dr, Câmara Coutinho 3
EB Trav. Assunção Barreto Subadutora Dr, Câmara Coutinho 3
EB Nelson Pena Engenhoca Booster Barreto 4
EB Leonel Brizola Ingá EB Morro do Palácio 5
EB Morro da Penha Ponta D'areia EB Major Rocha 5
EB Trav. Elias David Engenhoca Subadutora Dr, Câmara Coutinho 4
EB Praça Largo do Sol Ilha da Conceição Booster Ilha da Conceição 10
EB Trav.Olaria Barreto 4
EB Afionso Viana Fonseca Booster Barreto 2
EB Nssª Srª de Lourdes II Cubango EB Nssª Srª de Lourdes 7,5
EB Tenente Osório Fonseca Subadutora Dr, Câmara Coutinho 2
EB Vila Santa Maria Santa Rosa Booster Cavalão 3
EB Rua C - Trav. Beltrão Santa Rosa Booster Cavalão 5
EB Casimiro de Abreu Ingá Booster Ingá 4
EB Trav. Rogério Engenhoca Subadutora Dr, Câmara Coutinho 5
EB Holofote II Barreto EB Holofote I 7,5
EB Trav. Da Amizade Fonseca Subadutora Dr, Câmara Coutinho 3
EB Jardim II Icaraí Booster Correção I 25
EB Trav. Benvindo Fonseca Subadutora Dr, Câmara Coutinho 4
EB Júlio Fróes Engenhoca Booster Barreto 1
EB Ladeira São Lourenço São Lourenço Booster Correção I 7,5
EB Travessa Gonçalves Engenhoca Subadutora Dr, Câmara Coutinho 3
EB Nssª Srª da Aparecida Engenhoca Subadutora Dr, Câmara Coutinho 3
EB Manoel João Gonçalves Fonseca Booster Barreto 4
EB Carlos Hornan Engenhoca Subadutora Dr, Câmara Coutinho 0,75
EB Alexandre Moura São Domingos Booster Correção I 15
EB Elias José Ribeiro Engenhoca Subadutora Dr, Câmara Coutinho 15
EB Travessa Oris Fonseca Subadutora Dr, Câmara Coutinho 4
EB Mário Carpenter Engenhoca Booster Barreto 4
EB Rua do Rumo Barreto Subadutora Dr, Câmara Coutinho 5
EB Alice Galvão Fonseca Bomba do Horto 2
EB Travessa Benvindo Fonseca 4
EB Coronel Leoncio Fonseca Booster Santa Bárbara 15
EB Estrada dos Ourives Pendotiba B, MARIA PAULA RS 1,5
EB Travessa Bahia Fonseca Subadutora Dr, Câmara Coutinho 7,5
EB Trav. Antunes Figueiredo II Fonseca EB Trav. Antunes Figueiredo I 3
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O atendimento para estes bairros se dá com a entrada de uma adutora de água tratada com
diâmetro de 1.000 mm até o booster Maria Paula, passando a distribuir inicialmente com
diâmetro de 800 mm as unidades principais do sistema, conforme pode ser verificado no
mapeamento apresentado na Figura 41 e no fluxograma de distribuição demonstrado na
Figura 42.
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A seguir serão descritas de modo mais detalhado as principais unidades operacionais da 5° Figura 44: Acionamento do Booster Maria Paula.
O booster Maria Paula está localizado na Rua Noruega, Bairro Maria Paula. Trata-se da
primeira unidade operacional na adutora de água tratada de 1.000 mm que adentra o
município, cuja função é a de elevar a pressão na adutora de água tratada para atendimento
da região por meio de duas adutoras de 800 mm, sendo uma para o atendimento da 5° linha
de distribuição – ramo sul e outra para o atendimento da 5° linha de distribuição – ramo norte.
Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019.
Para o atendimento das demandas no ramo norte, os conjuntos moto bomba, demonstrados
Nesta unidade estão instalados geradores a óleo diesel, vide a Figura 45, para serem
na Figura 43, possuem motores com potência instalada total de 900 cv e altura manométrica
acionados em caso de falta de energia elétrica, reduzindo os riscos de intermitência no
de 32 mca. O acionamento é realizado por sistema de inversor de frequência, vide a Figura
abastecimento.
44, para variação da velocidade de rotação de acordo com a demanda de consumo.
A adução de recalque para o ramo norte se dá inicialmente por um trecho com diâmetro de
800 mm por 68 metros, encontrando-se com a adutora de 1000 mm por uma extensão de 280
metros. Deste ponto, a adutora deriva-se em uma de 800 mm com extensão de 1.420 metros
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até o booster Santa Bárbara e outra de 300 mm com extensão de 290 metros até o Santa Bárbara podem ser visualizadas na Figura 47.
reservatório Maria Paula.
Figura 47: Adutoras para o Caramujo e Santa Bárbara.
A unidade de reservação Maria Paula está localizada na Rua Alfredo Moreira, Bairro Maria
Paula, sendo composta por um reservatório apoiado retangular em concreto, vide a Figura
46, com volume de reservação de 2.500 m³.
Para o atendimento das demandas até o reservatório Caramujo, os conjuntos moto bomba,
demonstrados na Figura 48, possuem motores com potência instalada total de 350 cv e altura
Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019. manométrica de 35 mca. O acionamento é realizado por sistema de inversor de frequência,
vide a Figura 49, para variação da velocidade de rotação de acordo com a demanda de
Os equipamentos encontravam-se em adequado estado de conservação e funcionamento,
consumo.
atendendo as demandas atuais. Figura 48: Booster Santa Bárbara-Caramujo.
O booster Santa Bárbara está localizado na Rua da Florália, Bairro Santa Bárbara. Trata-se
da primeira unidade operacional na adutora de água tratada de 800 mm proveniente do
booster Maria Paula, cuja função é a de elevar a pressão na adutora de água tratada para
atendimento da região por meio de duas adutoras, sendo uma de 800 mm para atendimento
da região até o reservatório Caramujo e outra de 300 mm para atendimento do Bairro
Baldeador. Da adutora de 800 mm há também uma derivação de 300 mm para interligação
ao reservatório Santa Bárbara. As adutoras de 800 mm para o Caramujo e 300 mm para o
Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019.
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Figura 49: Acionamento do Booster Santa Bárbara-Caramujo. Figura 51: Acionamento do Booster Santa Bárbara.
A adução de recalque até o reservatório Santa Bárbara se dá por uma rede com diâmetro de
300 mm. A unidade de reservação Santa Bárbara está localizada próxima a Estrada
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Fazendinha, Bairro Sapê, sendo composta por um reservatório apoiado retangular e concreto,
vide a Figura 53, com volume de reservação de 2.500 m³. Figura 54: Reservatório Caramujo.
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Figura 55: Booster e Acionamento do Booster do Reservatório Caramujo. Figura 56: Booster Morro do Castro.
Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019. Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019.
Os equipamentos encontravam-se em adequado estado de conservação e funcionamento, A adução de recalque se dá por uma rede com diâmetro de 200 mm com extensão de
atendendo as demandas atuais. aproximadamente 1.350 metros até o reservatório Morro do castro, unidade retangular,
apoiada em concreto e com capacidade de reservação de 500 m³. A unidade funciona como
4.3.2.4. Booster e Reservatório Morro do Castro um reservatório de jusante, recebendo a água de sobra da rede de distribuição e com medição
de nível por telemetria e régua de nível no local.
O booster Morro do Castro está localizado na Estrada Bento Pestana, Bairro Baldeador. Esta
unidade operacional tem a função é a de elevar a pressão na rede de água com diâmetro de Os equipamentos encontravam-se em adequado estado de conservação e funcionamento,
200 mm para o atendimento do reservatório Morro do Castro. atendendo as demandas atuais. No entanto, a estrutura de bombeamento fica exposta a
intempéries por estar semienterrada na calçada da via pública.
O conjunto moto bomba, demonstrado na Figura 56, possui motor com potência instalada total
de 75 cv. O acionamento é realizado por sistema de inversor de frequência, para variação da 4.3.2.5. Reservatório Fonseca
velocidade de rotação de acordo com a demanda de consumo.
O reservatório Fonseca está localizado na Rua Desembargador Lima Castro, Bairro Fonseca.
Trata-se de um reservatório semienterrado em concreto com capacidade de reservação de
3.600 m³, vide a Figura 57, o qual recebe a água por gravidade do reservatório Caramujo por
meio de uma adutora de água tratada de 600 mm com extensão aproximada de 1,8 km.
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019. Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019.
A unidade funciona como um reservatório de jusante, recebendo a água de sobra da rede de A unidade funciona como um reservatório de jusante, recebendo a água de sobra da rede de
distribuição e com medição de nível por telemetria e régua de nível no local. distribuição e com medição de nível por telemetria e régua de nível no local.
O reservatório Maracanã está localizado na Travessa Luis de Matos, Bairro Cubango. Trata- Além das unidades de bombeamento destacadas, a 5° linha de distribuição – ramo norte é
se de um reservatório apoiado em concreto com capacidade de reservação de 2.500 m³, vide composta de um total de 107 boosters, sendo 103 unidades de pequeno porte que auxiliam
a Figura 58, o qual recebe a água do reservatório Fonseca, cujo diâmetro de chegada é de no abastecimento de áreas mais elevadas, os quais são detalhados no Quadro 8 e mapeados
400 mm. Este reservatório pode ainda ser abastecido pela sub-adutora com diâmetro de 500 com as suas respectivas áreas de influência na Figura 59.
mm, apesar de operacionalmente não estar sendo utilizada esta concepção,
Quadro 8: Boosters da 5° Linha de Distribuição – Ramo Norte.
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Nome Bairro Unidade Prévia Potência Nome Bairro Unidade Prévia Potência
EB Mangaratiba Pé Pequeno Booster Santa Bárbara 30 EB Manoel da Cruz Marinho Fonseca Booster Santa Bárbara 7,5
EB Trav. São Feliciano Fonseca Booster Santa Bárbara 5 EB Bolívia Gaetho Várzea das Moças B, MARIA PAULA RS 1,5
EB Trav. Bernardino Fonseca Booster Santa Bárbara 25 EB Felício Panza Santa Rosa EB Duque Estrada 3
EB Porto Guerra Fonseca Booster Santa Bárbara 7,5 EB Trannin Caramujo Booster Caramujo 3
EB Lava Jato Fonseca Booster Santa Bárbara 7,5 EB Jonatas Botelho II Cubango EB Jonatas Botelho 7,5
EB Dr, Valério Fonseca Booster Santa Bárbara 10 EB Travessa Iara Cubango Booster Santa Bárbara 4
EB Servidão Santa Bárbara Booster Santa Bárbara 10 EB Arthur Mota Caramujo Booster Caramujo 10
EB Lilian Lemos EB Travessa Lírio (Santa Terezinha) Maria Paula B, MARIA PAULA RN 5
EB Ministro Ribeiro da Costa Fonseca Mercadetti 4 EB Trav. Eduardo Machado Fonseca Booster Santa Bárbara 7,5
EB Brandão Júnior Fonseca EB Sacolão 20 EB Rua Um (Bento Pestana) Baldeador Booster Caramujo 1,5
EB Duque Estrada Santa Rosa Booster Santa Bárbara 40 EB Rua A (Melchíades Peixoto - Caramujo) Baldeador Booster Caramujo 4
EB Dr, Chiquito Fonseca Booster Santa Bárbara 7,5 EB Gastão Gonçalves III (Luiz Murat) Santa Rosa EB Gastão Gonçalves II 5
EB Trav. Albertina Fonseca 5 EB Rua Vinte (Reverendo Daniel Soares
EB Primor Fonseca Booster Santa Bárbara 20 Bonfim) Santa Bárbara 2
EB Souza Soares Fonseca 1 EB Travessa Natal Fonseca Bomba do Horto 1
EB Polônia Maria Paula B, MARIA PAULA RN 3 EB Rua C – Motel Shalom Caramujo Booster Caramujo 2
EB Gastão Gonçalves II Santa Rosa EB Gastão Gonçalves I 7,5 EB Américo Silva Caramujo Booster Caramujo 10
EB Cond, Cidade Jardim Santa Bárbara Booster Santa Bárbara 7,5 EB Santo Cristo (Igreja) Fonseca EB Lava Jato 1
EB Rua Chile Pendotiba B, MARIA PAULA RN 2 EB Cond, Resid, Pendotiba Pendotiba B, MARIA PAULA RN 0,75
EB Rolando Novaes (Brandão Jr) Fonseca EB Sacolão 7,5 Bomba Morro do
EB Trv, Serrão Cubango Booster Santa Bárbara 30 EB Ladeira do Castro Fonseca Castro 0,75
EB Jaboticabeira I Caramujo 4 EB Constantino Nami
EB Martins Torres II Santa Rosa Kalil 5
EB Pça, Max Wolff Fonseca Booster Santa Bárbara 4
EB Maricá Santa Rosa EB Miracema 5
EB Van Gogh Pendotiba B, MARIA PAULA RN 1,5
EB Três de Outrubro Cubango EB Celso Lima 3
EB Juca Branco IV Fonseca EB Juca Branco III 3
EB Trav. Viana Cubango EB Trav. Herdy 5
EB José Carlos l Fonseca EB Teixeira de Freitas 15
EB Constantino Nami Kalil Santa Rosa EB Duque Estrada 4
EB José Carlos ll Fonseca EB José Carlos l 15
EB Trav. Jucélia Fonseca Booster Santa Bárbara 7,5
EB Cond, Green Country I Pendotiba B, MARIA PAULA RN 12,5
EB Rua Progresso (Antiga Rua B) Santa Bárbara Booster Santa Bárbara 1
EB Cond, Green
EB Manágua Pendotiba Country I 10 EB Lilian Lemos Mercadetti Fonseca Booster Santa Bárbara 4
EB Riodades Fonseca EB Rua Riodades II 5,5 EB São Januário II Fonseca 15
EB Hospital Azevedo Lima Fonseca 40 EB Carioca Fonseca Booster Santa Bárbara 5
EB Rua B 2 - Caramujo Baldeador Booster Caramujo 3 EB Jaboticabeira Caramujo 4
EB Rua Sete Santa Bárbara EB Servidão 0,75 EB Fonseca Portela Caramujo EB Nilo Peçanha 4
EB Miracema Santa Rosa Booster Santa Bárbara 10 EB Cond, UBÁ Curumim Pendotiba B, MARIA PAULA RN 4
EB Silvestre Cabral Fonseca Booster Santa Bárbara 3 EB Riodades II Fonseca Booster Santa Bárbara 20
EB Dr, Nilo Peçanha Caramujo Booster Caramujo 5 EB Rua Itália Maria Paula B, MARIA PAULA RN 0,75
EB Miguel Escobar Fonseca Booster Santa Bárbara 3 EB Bombeiro Américo Caramujo EB Américo Silva 10
EB Bezerra de Menezes Santa Rosa EB Duque Estrada 10 EB Alfredo Moreira Maria Paula B, MARIA PAULA RN 0,75
EB Bezerra de Menezes II Santa Rosa EB Bezerra de Menezes 4 EB Leite Ribeiro Fonseca Bomba do Horto 1
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
4.3.2.8. Reservatórios da 5° Linha – Ramo Norte Figura 63. O atendimento para estes bairros se dá com a entrada de uma adutora de água
tratada com
Apesar dos destaques feitos às principais unidades de reservação, a 5° linha de distribuição
– ramo norte é composta ainda de outros reservatórios, sendo um total de 6 unidades que
totalizam uma capacidade de reservação de 18.100 m³, os quais são detalhados no Quadro
9 e mapeados na Figura 60.
diâmetro de 1.000 mm até o booster Maria Paula, passando a distribuir inicialmente com
diâmetro de 800 mm as unidades principais do sistema, conforme pode ser verificado no
mapeamento apresentado na Figura 62 e no fluxograma de distribuição demonstrado na
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A seguir serão descritas de modo mais detalhado as principais unidades operacionais da 5° Figura 65: Acionamento do Booster Maria Paula.
O reservatório Pendotiba está localizado ao final da Rua D, com entrada pela Rua Aldemar
de Paiva, Bairro Badu. Trata-se de três reservatórios metálicos apoiados com capacidade de
reservação de 3.000 m³ cada, totalizando 9.000 m³, vide a Figura 66, o qual recebe a água
recalcada do booster Maria Paula por meio de uma adutora de água tratada de 700 mm.
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Figura 66: Reservatório Pendotiba. Figura 67: Obra do Novo Booster Pendotiba.
Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019. Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019.
A unidade funciona como um reservatório de jusante, recebendo a água de sobra da rede de 4.3.3.3. Reservatório Camboinhas
distribuição e com medição de nível por telemetria e régua de nível no local.
O reservatório Camboinhas está localizado ao final da Rua 151, Bairro Camboinhas. Trata-
Há duas adutoras de 500 mm na saída para distribuição, sendo uma para atendimento da se de um reservatório metálico apoiado com capacidade de reservação de 1.000 m³, vide a
região e outra adutora para a região dos bairros São Francisco e Charitas com extensão de Figura 68, o qual recebe a água recalcada do booster Maria Paula por meio de uma adutora
aproximadamente 5,1 km ao longo da Estrada Caetano Monteiro, Avenida Rui Barbosa e de água tratada de 600 mm até a entrada do bairro Camboinhas, passando então para uma
Avenida Presidente Roosevelt. de 400 mm, até o reservatório.
Antes da chegada da adutora ao reservatório, está sendo construído um novo booster, vide Figura 68: Reservatório Camboinhas.
Figura 67, denominado Pendotiba, cuja função principal será a de reduzir a pressão de saída
do booster Maria Paula.
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
A unidade funciona como um reservatório de jusante, recebendo a água de sobra da rede de 4.3.3.5. Boosters da 5° Linha – Ramo Sul
distribuição e com medição de nível por telemetria e régua de nível no local.
Além das unidades de bombeamento destacadas, a 5° linha de distribuição – ramo norte é
A saída para distribuição, se dá por meio de uma adutora com diâmetro de 300 mm para composta de um total de 129 boosters, sendo 128 unidades de pequeno porte que auxiliam
atendimento dos bairros Camboinhas e Piratininga. no abastecimento de áreas mais elevadas, os quais são detalhados no Quadro 10 e
mapeados com as suas respectivas áreas de influência na Figura 70.
4.3.3.4. Reservatório Itaipu
Quadro 10: Boosters da 5° Linha de Distribuição – Ramo Norte.
O reservatório Itaipu está localizado ao final da Rua Procurador Afrânio Moreira, Bairro Itaipu.
Nome Bairro Percurso 1 Potência
Trata-se de dois reservatórios metálicos apoiados com capacidade de reservação de 3.000
m³ cada, totalizando 6.000 m³ de reservação, vide a Figura 69, o qual recebe a água recalcada EB João Batista São Francisco B, MARIA PAULA RS 5
EB Estevão Fasciotti Pendotiba B, MARIA PAULA RS 7,5
do booster Maria Paula por meio de uma adutora de água tratada de 600 mm com extensão
EB Retiro Saudoso Viçoso Jardim Booster Santa Bárbara 10
aproximada de 6,7 km. EB Viçoso Jardim Cubango Booster Santa Bárbara 25
EB Tupiniquins São Francisco B, MARIA PAULA RS 30
EB Tupis São Francisco B, MARIA PAULA RS 4,5
Figura 69: Reservatório Itaipu.
EB Viração - São Francisco São Francisco B, MARIA PAULA RS 15
EB Rua Amapá São Francisco B, MARIA PAULA RS 20
EB Ladeira Bumba Viçoso Jardim Booster Santa Bárbara 20
EB Alberto Nader Charitas B, MARIA PAULA RS 10
EB TrAv. Donazinha Fonseca EB São José 7,5
EB João Batista Leal Itaipu 7,5
EB Engenho do Mato Itaipu B, MARIA PAULA RS 5
EB Romanda Gonçalves Itaipu B, MARIA PAULA RS 15
EB Avenida Central Itaipu EB Santo Amaro 15
EB Rua Dois - Vale Itaipu Itaipu Booster Santa Bárbara 7,5
EB Rua Um Itaipu 5
EB Quatrocentos e Doze Piratininga B, MARIA PAULA RS 5
EB Frei Orlando Piratininga 5
Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019. EB Morro da Luz Itaipu EB Santo Amaro 2
EB Rua Dois - Itaipu Itaipu Booster Santa Bárbara 5
Trata-se de um reservatório de jusante, onde a saída para distribuição, se dá por meio da EB Arthur Bento Moura Pendotiba EB Mato Grosso 0 5
EB Camilo Pereira II Pendotiba 1
mesma adutora de chegada, passando depois de 450 metros para um diâmetro de 500 mm
EB TrAv. Vale Feliz Pendotiba EB Frei Orlando Cemiterio 3
para o atendimento dos bairros da Zona Oceânica. EB Nssª Srª de Lourdes -
EB Fernando Costa Machado Pendotiba Maceió 5
EB José Bento Vieira Ferreira
EB Armando Frazão Pendotiba II 1,5
EB Alarico de Souza III Pendotiba EB Alarico de Souza II 3
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
4.3.3.1. Reservatórios da 5° Linha – Ramo Sul consumo resultou num volume de 183.833,75.
Apesar dos destaques feitos às principais unidades de reservação, a 5° linha de distribuição Considerando ainda a necessidade de reservação de 1/3 do dia de maior consumo, estima-
– ramo sul é composta ainda de outros reservatórios, sendo um total de 6 unidades que se que a necessidade de reservação para o município de Niterói seja de 61.277,92.
totalizam uma capacidade de reservação de 16.820 m³, os quais são detalhados no Quadro
11 e mapeados na Figura 71. Sendo assim, tem-se como conclusão uma folga no sistema de reservação de
aproximadamente 2.137 m³.
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Distribuição 32 PEAD
das 3 linhas de distribuição, demonstrada no Quadro 13, resultou em aproximadamente 1.191
7.519
Distribuição 40 PEAD 762 km, ou seja, cerca de 120 km a menos em relação às informações repassadas pela Águas
Distribuição 50 PEAD 1.300 de Niterói.
Distribuição 50 PVCPBA 535.247
Distribuição 50 Ferro Fundido 55.721
Distribuição 75 PEAD 1.500 Quadro 13: Extensão das Redes de Distribuição Por Setor.
Distribuição 75 PVCPBA Quarta Linha Ramo Norte Ramo Sul
173.707 Redes
Comprimento (km) Comprimento (km) Comprimento (km)
Distribuição 75 Ferro Fundido 28.724 DN 100 48,23 26,63 61,65
Distribuição 80 Ferro Fundido 49 DN 1000 0,00 1,22 0,00
Distribuição 100 PVCPBA 104.993 DN 125 0,40 0,13 0,00
Distribuição 100 PVC DEFF 23.579 DN 150 52,29 24,11 36,00
Distribuição 100 Ferro Fundido 29.466 DN 175 0,26 0,00 0,00
Distribuição 125 Ferro Fundido DN 20 0,00 0,00 0,09
1.527
DN 200 33,13 25,01 24,25
Distribuição 150 PVC DEFF 25.995 DN 25 0,32 0,13 0,46
Distribuição 150 Ferro Fundido 81.726 DN 250 9,77 4,63 11,39
Distribuição 175 Ferro Fundido 208 DN 300 28,29 9,37 13,71
Distribuição 200 PVC DEFF 44.262 DN 32 0,37 0,08 6,83
Distribuição 200 Ferro Fundido 32.530 DN 40 0,01 0,08 0,20
DN 400 11,92 2,60 4,30
Distribuição 250 PVC DEFF 18.666
DN 50 63,82 75,72 357,84
Distribuição 250 Ferro Fundido 8.714 DN 50 Reúso 0,00 0,00 1,36
Distribuição 300 PVC DEFF 26.676 DN 500 17,84 4,83 8,54
Distribuição 300 Ferro Fundido 22.881 DN 600 2,54 4,53 7,89
Adutora 300 Ferro Fundido 182 DN 700 0,86 0,00 0,64
Distribuição 400 PVC DEFF 8.121 DN 75 49,06 41,48 98,95
DN 80 0,00 0,00 0,04
Distribuição 400 Ferro Fundido 10.472
DN 800 7,65 6,63 3,64
Adutora 400 Ferro Fundido 1.190 Extensão Total 326,77 227,16 637,76
Adutora 500 Ferro Fundido 33.752 Fonte: Adaptado por Ampla, 2019.
Adutora 600 Ferro Fundido 15.638
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Ainda de acordo com a análise realizada no cadastro técnico e considerando as áreas de 4.3.3. Distritos de Medição e Controle - DMC
comunidades, de acordo com a Prefeitura Municipal de Niterói, cerca de 215 km da rede de
distribuição cadastrada tem a função de abastecimento em comunidades do município de A implantação dos distritos de medição e controle tem como ponto de partida a divisão da
Niterói, o que representa aproximadamente 16% da rede de distribuição. rede de abastecimento de água em áreas menores e mais gerenciáveis para o combate à
redução das perdas de água.
No que se refere ao histórico de evolução da rede de distribuição de água, foi realizado um
grande esforço por parte da concessionária objetivando a universalização do atendimento Segundo as informações repassadas pela Águas de Niterói, o sistema de abastecimento de
logo nos primeiros três anos da concessão, onde foram assentados aproximadamente 308 água possui atualmente 20 distritos de medição e controle implantados e controlados. São
km de rede de distribuição. eles: Ilha da Conceição, Santa Rosa Baixa, Duque Estrada, Horto, Fonseca II, Morro do
Castro, Baldeador, Caramujo, Morro do Céu, Santa Bárbara, Sapê, Maria Paula, Maria
Nos anos subsequentes, os investimentos foram no sentido de ampliar os reforços na rede Paula/Pendotiba, Várzea das Moças, Cantagalo, São Francisco, Jurujuba, Região Oceânica,
de distribuição e atendimento ao crescimento vegetativo do município, totalizando 114 km no Piratininga e Camboinhas, cujas extensões de rede estão apresentadas no Quadro 15.
período de 2004 a 2018. No Quadro 14 é demonstrado o crescimento anual da rede de
distribuição de água. Quadro 15: Extensão de Rede de Distribuição por DMC.
Distritos de Medição de Controle Extensão de Rede (km)
Quadro 14: Crescimento Anual da Rede de Distribuição. Região Oceânica (R.O.) 383,1
Ano Extensão (m) Crescimento (m) Várzea das Moças 42,35
2000 890.000 - Cantagalo 24,22
2001 1.120.000 230.000 Maria Paula Pendotiba 30,69
2002 1.145.000 25.000 Maria Paula 14,31
2003 1.198.000 53.000 Santa Bárbara Sapê 11,42
2004 1.206.000 8.000 Santa Bárbara 13,9
2005 1.212.700 6.700 Caramujo Morro do Céu 4,87
2006 1.221.600 8.900 Caramujo 20,11
2007 1.231.100 9.500 Caramujo Baldeador 4,65
2008 1.235.000 3.900 Caramujo Morro do Castro 18,71
2009 1.251.000 16.000 Fonseca ll 49,02
2010 1.265.900 14.900 Horto 6,68
2011 1.275.700 9.800 Ilha da Conceição 12,62
2012 1.282.100 6.400 Santa Rosa Baixa 20,93
2013 1.293.700 11.600 Duque Estrada 8,96
2014 1.303.300 9.600 Jurujuba 12,72
2015 1.305.695 2.395 São Francisco 53,5
2016 1.308.636 2.941 Piratininga Praia 39,82
2017 1.312.025 3.389 Camboinhas 39,92
2018 1.312.912 887 Fonte: Adaptado por Ampla, 2019.
Total 422.912
Fonte: Adaptado por Ampla, 2019.
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
No entanto, após análise do cadastro das redes de distribuição de água repassado pela
concessionária Águas de Niterói, verificou-se a necessidade de atualização das redes de
distribuição, pois existem trechos de redes soltas, localidades não atendidas, entre outros
problemas identificados e que necessitam de revisão para garantir uma maior fidelidade do
cadastro frente ao sistema existente.
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Segundo informações repassadas pela concessionária Águas de Niterói, o município de Segundo informações repassadas pela concessionária Águas de Niterói, o município de
Niterói conta atualmente com 88.546 ligações ativas de água e um total de 209.651 Niterói conta atualmente com 88.546 ligações ativas de água, no entanto, não foi possível
economias ativas, resultando numa média de 2,37 economias/ligação, resultado este que obter juntamente à concessionária informações referentes ao volume micromedido.
demonstra uma elevada concentração de economias numa mesma ligação de água.
Por este motivo, apresenta-se neste item o consumo per capita com base nas informações
Este é um indicador que vem elevando no município ao longo dos últimos anos, como mostra repassadas pela própria concessionária ao SNIS do ano de 2017. Naquele período, o volume
o Quadro 16, o que indica uma verticalização do município, situação esta que resulta num micromedido de água ao longo do ano foi de 35.556.600 m³, ou seja, uma média diária de
aumento de faturamento para um mesmo número de ligações. 97.415,34 m³/dia.
Quadro 16: Histórico de Economias / Ligação. Segundo a mesma fonte, a população estimada para o município de Niterói em 2017 foi de
Ano 2014 2015 2016 2017 2018
499.028 habintes. Deste modo, tem-se um consumo per capita estimado em 195,12
Ligações Ativas de Água 88.717 88.508 88.730 88.611 88.546
Economias Ativas de Água 200.701 205.192 207.504 208.121 209.651 L/hab.dia.
Economias / Ligação 2,26 2,32 2,34 2,35 2,37
Fonte: Adaptado por Ampla, 2019. Este resultado do consumo per capita é praticamente 18% superior à média nacional,
situação esta, que pode ser justificada pela existência de grandes consumidores, com
Ainda segundo as informações repassadas pela Águas de Niterói, atualmente existem 78.296
destaque especial aos estaleiros locados no município.
hidrômetros instalados, ou seja, um índice de hidrômetração de aproximadamente 88,42%.
Importante ainda destacar que 12.454 hidrômetros foram fabricados antes de 2010 e não
foram substituídos por comercialmente não serem realizadas leituras frequentes, devido às
4.5. PERDAS E INTERMITÊNCIA
dificuldades impostas pela violência social nas comunidades.
76
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Neste item serão apresentadas as perdas na distribuição e de faturamento, que Segundo a própria concessionária, existe uma grande dificuldade de reduzir estas perdas de
correspondem às perdas físicas na distribuição e às perdas não físicas por erros de faturamento, pois é de conhecimento interno que um elevado percentual destas perdas é
micromedição, bem como às perdas no faturamento da concessionária. proveniente da impossibilidade de cobrança nas áreas de comunidades carentes.
Devido a impossibilidade de obtenção dos volumes mensais micromedidos ao longo do último 4.5.2. Intermitência no Abastecimento
ano, a análise das perdas de água será realizada com base nos dados do SNIS 2017
Segundo informações repassadas pela concessionária Águas de Niterói, o regime de
Segundo o relatório elaborado pela Águas de Niterói para encaminhamento ao Sistema distribuição de água tratada no município é realizado com intermitência em 14 dos 34 setores
Nacional de Informações do Saneamento – SNIS, o volume consumido ao longo do ano de de abastecimento. Esta intermitência ocorre especialmente ao longo da 4° linha de
2016 foi de 37.025.300 m³, o que representa uma média diária de 101.439,18 m³. distribuição, enquanto a 5° linha – ramo sul é a que menos sofre com o problema, conforme
demonstrado no Quadro 17.
Ainda segundo o mesmo relatório, o volume macromedido ao longo do ano de 2016 foi de
55.916.100 m³, o que representa uma média diária de 153.194,79 m³. Quadro 17: Regime de Intermitência na Distribuição.
Dias da Semana com Abastecimento
Adutora Setor de Abastecimento
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo
Com base nas informações apresentadas, ao longo do ano de 2016, as perdas médias na BARRETO PIRES x x x x
distribuição de água de Niterói foram estimadas em 51.755,61 m³/dia, o que representa ENGENHOCA PIRES x x x
33,78% do total macromedido. Barreto Booster x x x x x x x
ILHA DA CONCEIÇÃO x x x x x x x
Outro indicador comumente utilizado sobre as perdas de água é a medição de litros por ILHA DO MOCANGUÊ x x x x x x x
ligação por dia de água perdida. Neste caso, segundo o relatório encaminhado ao SNIS, o CENTRO x x x
sistema de abastecimento de água de Niterói é composto de 88.611 ligações ativas de água.
SÃO LOURENÇO x x x x x x x
4° Linha
BANCÁRIOS x x x
INGÁ x x x
Deste modo, estima-se uma perda de aproximadamente 615 L/lig.dia.
ICARAÍ I x x x x
ICARAÍ II x x x x
Os resultados apresentados demonstram que as perdas no sistema de distribuição estão de ICARAÍ III x x x x
acordo com a média nacional, que segundo Instituto Trata Brasil, é de 38%. SANTA ROSA ALTA x x x x x x x
CAVALÃO x x x x
Analisando as perdas de faturamento, tem-se que o volume faturado pela concessionária ao SUB-
SUB-ADUTORA x x x x x x x
ADUTORA
longo de 2016 foi de 45.650.400 m³. Deste modo, tem-se que as perdas de faturamento ao MARIA PAULA x x x x x x x
longo do ano de 2016 foram de apenas 18,36%. 5° linha -
MARIA PAULA / PENDOTIBA x x x x x x x
Ramo Norte
SANTA BÁRBARA x x x x x x x
77
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Dias da Semana com Abastecimento Quadro 18: Controle de Qualidade da Água - 2018.
Adutora Setor de Abastecimento Portaria de Consolidação Nº 5, de 28 de setembro de 2017
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo Físico - Químico Bacteriológico
Cloro Turbidez Cor Coliformes Totais Escherichia Coli
SAPÊ x x x x x x x Referência 2018
Sistema de 0,2 a 5,0 mg/L VMP = 5,0 uT VMP = 15 uH Ausência em 100 mL em 95%
das amostras
Ausência em 100 mL
Abastecimento
CARAMUJO x x x x x x x
Nº Amostras
Nº Amostras
Nº Amostras
Nº Amostras
Nº Amostras
Nº Amostras
Nº Amostras
Nº Amostras
Nº Amostras
Nº Amostras
Nº Amostras
Valor Médio
Valor Médio
Valor Médio
Realizadas
Realizadas
Realizadas
Realizadas
Realizadas
Nº Amostras
Conformes
Detectado
Detectado
Detectado
Conformes
Exigidas
Exigidas
Exigidas
Exigidas
Exigidas
MORRO DO CASTRO x x x
Referencia stema de
FONSECA x x x x x x Janeiro Laranjal 200 202 1,75 200 202 0,34 60 63 4 200 202 202 200 202 202
5° Linha
PIRATININGA PRAIA x x x x x x x Parâmetros: Legenda:
Ramo Sul Cloro - Produto químico adicionado a água para desinfecção e eliminação de bactérias. VMP = Valor Máximo Permitido.
CAFUBÁ PIRATINIGA x x x x x x x Turbidez - Característica que mede o grau de transparência da água. Cor - Característica que mede o mg/L = miligramas por litro.
grau de coloração natural da água. Coliformes Totais - Indicador de integridade do sistema de uT = Unidade de Turbidez.
CAMBOINHAS x x x x x x x distribuição
E. Coli - Indicador de contaminação fecal.
ITAIPU x x x x x x x Fonte: Águas de Niterói, 2019.
ENGENHO DO MATO x x x x x x x
ITACOATIARA x x x x x x x Quadro 19: Controle de Qualidade da Água - 2019.
Portaria de Consolidação Nº 5, de 28 de setembro de 2017
Fonte: Águas de Niterói, 2019.
Físico - Químico Bacteriológico
Cloro Turbidez Cor Coliformes Totais Escherichia Coli
Sistema de 0,2 a 5,0 mg/L VMP = 5,0 uT VMP = 15 uH Ausência em 100 m L em Ausência em 100 m L
Referência 2019 95%
Abastecimento
Nº Amostras
Nº Amostras
Nº Amostras
Nº Amostras
Nº Amostras
Nº Amostras
Nº Amostras
Nº Amostras
Nº Amostras
Nº Amostras
Nº Amostras
Nº Amostras
Valor Médio
Valor Médio
Valor Médio
Conformes
Conformes
Realizadas
Realizadas
Realizadas
Realizadas
Realizadas
Detectado
Detectado
Detectado
4.6. QUALIDADE DA ÁGUA DISTRIBUÍDA
Exigidas
Exigidas
Exigidas
Exigidas
Exigidas
Referencia stema de
Janeiro Laranjal 200 210 1,78 200 210 0,33 60 65 2 200 210 210 200 210 210
Com base nas análises realizadas pela Águas de Niterói, apresentadas nos Quadros 18 e 19, Fevereiro Laranjal 200 200 1,74 200 200 0,32 60 66 3 200 200 200 200 200 200
Março Laranjal 200 195 1,72 200 195 0,35 60 63 2 200 195 195 200 195 195
verifica-se que a água tratada distribuída está de acordo com a Portaria de Consolidação do Abril Laranjal 200 209 1,70 200 209 0,42 60 60 4 200 209 209 200 209 209
Maio Laranjal 200 206 1,78 200 206 0,30 60 62 3 200 206 206 200 206 206
MS N°05/2017, não sendo verificada nenhuma situação de não conformidade. Junho Laranjal
Julho Laranjal
Agosto Laranjal
Setembro Laranjal
Outubro Laranjal
Novembro Laranjal
Dezembro Laranjal
Parâmetros: Legenda:
Cloro - Produto químico adicionado a água para desinfecção e eliminação de VMP = Valor Máximo
Turbidez - Característica que mede o grau de transparência da mg/L = miligramas por litro.
Cor - Característica que mede o grau de coloração natural da água. uT = Unidade de Turbidez.
Coliformes Totais - Indicador de integridade do sistema de
E. Coli - Indicador de contaminação fecal.
Fonte: Águas de Niterói, 2019.
78
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
4.7. CENTRO DE CONTROLE OPERACIONAL - CCO Deste modo, toda a operação do sistema de distribuição de água é realizada a partir do CCO,
pois com base nas variáveis hidráulicas das principais unidades operacionais são realizadas
A concessionária Águas de Niterói implantou um centro de controle operacional, vide a Figura as intervenções de controle de vazão nos centros de reservação e de acionamento e/ou
76, o qual visa a supervisão e operação das principais unidades do sistema de abastecimento modulação das elevatórias. Ainda com base nas variáveis hidráulicas apresentadas no CCO,
de água. Com este sistema, é possível verificar o nível dos reservatórios, status dos conjuntos são repassadas intervenções para as equipes de campo operacionalizar válvulas que não
moto bomba, pressão em pontos estratégicos da rede de distribuição, realizar abertura e sejam remotamente controladas.
fechamento de válvulas, comando de liga/desliga dos conjuntos moto bomba, bem como
controle de vazão das redes adutoras principais e dos distritos de medição e controle, Além do monitoramento em tempo real, a existência do CCO permite a criação de uma rotina
conforme demonstrado na Figura 77. operacional controlada para uma determinada situação de ocorrência no sistema de
distribuição, com base no histórico de ações realizadas e resultados obtidos em situações
Figura 76: Centro de Controle Operacional - CCO.
passadas.
79
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Como as comunidades são usualmente localizadas nas áreas de topo de morro, como é o
caso da 4° linha de distribuição, cerca 58% das áreas de comunidades são abastecidas pelos
boosters de pequeno porte, como mostra o mapeamento apresentado na Figura 79
80
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
81
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Figura 79: Áreas de Comunidades da 4° Linha de Distribuição Atendidas pelos Boosters de Pequeno Porte.
82
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
83
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
84
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Figura 81: Áreas de Comunidades da 5° Linha de Distribuição – Ramo Norte Atendidas pelos Boosters de Pequeno Porte.
85
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Por fim, na 5° linha de distribuição – ramo sul, tem-se que 82,5 km de rede abastecem 80 Área no
ID Nome
comunidades com água potável, as quais estão demonstradas no Quadro 22 e apresentadas Setor (há)
32 Jardim Pingo de Luz 0,60
na Figura 82, representando 5,5% da área total atendida pela 5° linha de distribuição – ramo
33 Não identificada 0,86
sul. 34 Não identificada 2,01
35 Morro do Bumba II 5,98
36 Mangueirão 2,02
Quadro 22: Comunidades da 5° Linha de Distribuição – Ramo Sul.
37 Praça do Triângulo 1,07
Área no
ID Nome 38 Cacilda Ouro 0,51
Setor (há)
39 AEIS DA QUADRA 51 DO LOTEAMENTO TERRABRÁS DECRETO N° 10247-08 0,54
0 Colônia de Pescadores 2,82
40 Engenho do Mato 3,19
1 Beira da Lagoa 0,63
41 Rua 76 2,23
2 Goiabão 0,45
42 Argeu Fazendinha 1,49
3 Jacaré 0,82
43 Morro da Luz 3,07
4 Argeu Fazendinha I 0,25
44 Não identificada 1,31
5 Cavalão e Vital Brazil 3,96
45 Tibau 0,66
6 Badu e Mato Grosso 31,07
46 Morro do Cafubá/ Caniçal 14,87
7 Atalaia II 7,76
47 Saibreira/Jacaré 10,67
8 Ititioca 18,20
48 Vila Verde 4,42
9 Atalaia III 5,77
49 Jacaré II 1,83
10 Morro da Cocada 6,77
50 Morro do Bonsucesso 8,98
11 Serrinha/Morro do Abacaxi/ Querosene/ Iara 0,00
51 Fazenda do Cafubá 10,34
12 Morro do Bumba I 7,58
52 Palmeiras/Almirante Tamandaré 4,08
13 Morro do Saraiva I 6,35
53 Rua da Garça 1,76
14 Morro do Saraiva II 2,49
54 Av, Acúrcio Torres 3,33
15 Não identificada 0,34
55 Iate Clube Piratininga 2,22
16 Não identificada 0,92
56 Morro do Morcego 0,81
17 Fazendinha 2,05
57 Lazareto/Cascarejo 7,70
18 Não identificada 1,32
58 Morro Salina e Peixe Galo 9,97
19 Não identificada 1,39
59 Morro do Inácio Menezes/Martins Torres 0,81
20 Travessa das Flores / Travessa Fazendinha 4,75
60 Caminho do Buraco 24,75
21 Rua São Jorge 3,54
61 MCMV Rio Del'Ouro I - II 1,84
22 Morro do Monan Pequeno 4,25
62 Não identificada 4,18
23 Morro do Cantagalo 39,38
63 Rua do Brito 10,04
24 Não identificada 3,47
64 Morro do Pau Ferro 2,77
25 Morro do Caranguejo 4,32
65 Preventório 26,63
26 Travessa A / Travessa D 2,17
66 Hípica 1,13
27 Travessa C 2,58
67 São José/D,Zinha/ Jardim Alvorada 19,09
28 Rua Fernando Costa Machado 2,29
68 Capim Melado 10,51
29 MCMV - Mirantes de Pendotiba 0,28
69 Morro do Maceió 18,37
30 Pestalozzi 3,23
70 Morro da União e Grota do Surucucu 51,89
31 MCMV - Pestalozzi 2,44
86
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Área no
ID Nome
Setor (há)
71 Atalaia IV 25,34
72 Morro Souza Soares 2,90
73 MCMV - Poço largo II 1,36
74 Atalaia I 14,29
75 MCMV - Bela Vista III / IV / V 0,56
76 Não identificada 2,26
77 Morro do Céu 9,84
78 Rádio Relógio/ _Caixa D' Agua/_Castro Alves / Lagoinha 0,01
79 Comunidade Lazareto II 1,17
Fonte: Adaptado por Ampla, 2019.
Na 5° linha de distribuição – ramo sul, cerca 56% das áreas de comunidades são abastecidas
pelos boosters de pequeno porte, como mostra o mapeamento apresentado na Figura 83.
87
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
88
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Figura 83: Áreas de Comunidades da 5° Linha de Distribuição – Ramo Sul Atendidas pelos Boosters de Pequeno Porte.
89
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
A atual estrutura tarifária praticada pela Águas de Niterói considera que toda a economia de No que se refere à gestão comercial, segundo informações levantadas ao longo da visita
água e/ou esgoto possui um consumo de 15 m³. Deste modo, a tarifa mínima de água para técnica, a concessionária é efetiva na realização de corte/religação, excetuando-se neste
uma economia residencial é de R$ 50,68 e de esgoto com o mesmo valor, resultando numa caso, apenas as áreas de comunidades, pois a problemática da violência impede uma
tarifação mínima para prestação dos serviços de água e esgoto igual a R$ 101,37. eficiente gestão comercial nestas localidades. A impossibilidade de realização de cortes de
ligações inadimplentes nestas áreas resulta em situações de inadimplência de até 90% em
Já para o consumo de economias comerciais e industriais, o consumo mínimo estabelecido certas comunidades.
é de 10 m³ e 20 m³ respectivamente, resultando numa tarifa mínima para uma economia com
atendimento de água e esgoto igual a R$ 229,77 para um comércio e R$ 635,23 para uma Não foram repassadas pela concessionária informações referentes à gestão comercial dos
indústria. sistemas de água e esgoto, motivo pelo qual serão utilizadas informações do Sistema
Nacional de Informações Sobre o Saneamento – SNIS do ano de 2017.
No Quadro 23 estão apresentados os valores da estrutura tarifária da Águas de Niterói.
Segundo o SNIS, o faturamento no ano de 2017 foi de R$ 390.454.391,49 resultando numa
Quadro 23: Estrutura Tarifária da Águas de Niterói. arrecadação de R$ 371.095.332,90, ou seja, uma inadimplência de aproximadamente 5%.
90
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Quadro 24:Despesas Totais com os Serviços da Águas de Niterói. Quadro 25: Balanço Contábil de 2018 (R$ milhões).
DESPESAS TOTAIS COM OS SERVIÇOS R$ Ano 2018 2017 Ano 2018 2017
(DTS) 335.661.957 Ativo Passivo
R$ Circulante Circulante
Total (DEX)
257.398.072
Caixa e equivalentes de caixa 98.125 86.044 Fornecedores 11.800 11.793
Pessoal próprio R$ 56.841.084
Contas a receber de clientes 50.881 49.895 Empréstimos e financiamentos 10.666 11.628
Produtos químicos R$ 2.519.851 Estoques para consumo 7.767 6.211 Debêntures 5.842 6.118
Energia elétrica R$ 17.987.253 Créditos compartes relacionadas 2.454 2.272 Obrigações tributárias 5.388 4.387
DESPESAS DE EXPLORACÃO (DEX) Serviços de terceiros R$ 39.257.678 Operações com derivativos - 123 Obrigações trabalhistas 4.206 4.677
Água importada (bruta ou tratada) R$ 66.765.402 Tributos a recuperar 228 - Ônus da concessão 3.543 5.409
Esgoto bruto exportado R$ - Despesas antecipadas 1.625 2.335 Obrigações com acionistas 63.000 40.361
Fiscais ou tributárias computadas na Outros créditos 2.345 1.812 ICMS a devolver - clientes 2.269 2.387
R$ 37.665.350
DEX 163.425 148.692 Débitos com partes relacionadas 1.770 976
Outras despesas de exploração R$ 36.361.451 Outros exigíveis 5.947 5.684
Juros e encargos R$ 11.999.950 114.431 93.420
SERVIÇO DA DÍVIDA - PARCELA 1 DE 2
Variação cambial R$ -
SERVIÇO DA DÍVIDA - PARCELA 1 DE 2 Não Circulante Não Circulante
Total R$ 11.999.950
Realizável a longo prazo Empréstimos e financiamentos 55.941 42.758
Depreciação, amortização e provisão
Aplicações financeiras - vinculadas 415 213 Debêntures 31.776 37.751
Fiscais ou tributárias não incidentes na DEX R$ 33.340.423 Outras aplicações financeiras 1.826 1.744 Provisão para contingências 33.367 31.687
Outras despesas Tributos diferidos 19.379 20.216 Tributos diferidos 8.009 8.349
Fonte: SNIS, 2017. Depósitos judiciais 6.552 6.398 129.093 120.545
Operações com derivativos 3.050 2.942
Outra significativa despesa é a relacionada aos recursos humanos, que representam 31.222 31.513 Patrimônio Líquido
Imobilizado 1.634 1.443 Capital social realizado 105.000 105.000
aproximadamente 17% dos gastos totais. Segundo o SNIS 2017 são 1.060 empregados, Intangível 256.681 242.261 Reservas de lucros 104.438 104.944
resultando numa média de 375 economias por empregado. 289.537 275.217 209.438 209.944
91
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Demonstrativo de Resultado 2018 2019 Liquidez Geral = (ativo circulante + realizável a longo prazo) / (passivo circulante + passivo
Imposto de renda e contribuição social - corrente -R$ 35.862,00 -R$ 33.852,00 não circulante)
Imposto de renda e contribuição social - diferido -R$ 497,00 R$ 512,00
Liquidez Geral = 0,799
Lucro líquido do exercício R$ 71.633,00 R$ 66.736,00
Quantidade de ações R$ 6.000,00 R$ 6.000,00
Lucro líquido por ação (em reais) R$ 11.938,83 R$ 11.122,67 Índice de Endividamento: Indica o grau de endividamento do negócio
Fonte: Águas de Niterói, 2019.
De acordo com o balanço de 2018, pode-se calcular indicadores contábeis que demonstram Endividamento = total de passivos (circulante + exigível no longo prazo) / total de ativos
a situação da concessionária no ano de referência, no que concerne à prestação dos serviços Endividamento = 0,537
de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Dentre os índices possíveis de serem
calculados, destaca-se os seguintes: Margem Bruta: Mensura o percentual de lucro que a concessionária possui na prestação
dos serviços.
Índice de Liquidez Corrente: Indica se a empresa está cumprindo com as obrigações
imediatas. Margem Bruta = lucro bruto / receita líquida x 100
Margem Bruta = 53,27%
Liquidez corrente = ativo circulante/passivo circulante
Liquidez corrente = 1,428 Margem Líquida: Mensura o percentual de lucro que a concessionária possui na
prestação dos serviços.
Índice de Liquidez Seca: Indica se a empresa está cumprindo com as obrigações
imediatas, porém sem considerar seu estoque. Margem Líquida = lucro bruto / receita líquida x 100
Margem Líquida = 18,58%
Liquidez seca = (ativo circulante – estoques) /passivo circulante
Liquidez seca = 1,360 Retorno Sobre o Patrimônio (ROE): Mensura o lucro gerado pela empresa em relação
aos investimentos realizados.
Índice de Liquidez Imediata: Indica a capacidade de pagamento da empresa de forma
rápida. ROE = lucro líquido / patrimônio líquido
ROE = 34,20%
Liquidez Imediata =recursos disponíveis imediatos/passivo circulante
Liquidez Imediata = 1,316 Os indicadores de liquidez para o curto prazo demonstram uma plena saúde financeira da
empresa, pois a mesma se encontra em condições de suprir os passivos de curto prazo com
Índice de Liquidez Geral: Indica a situação da concessionária no longo prazo os ativos da concessionária.
92
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Já no longo prazo, o resultado do indicador da liquidez geral foi inferior a 1, mas isto não 5. CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
indica que a empresa não esteja saudável, apenas que existem passivos a serem pagos no
longo prazo superiores ao ativo atual da empresa. Prova disto, é o índice de endividamento
de apenas 0,537, que demonstra que a concessionária tem uma capacidade ainda superior 5.1. UNIDADES DE PLANEJAMENTO E O SES DE NITERÓI
de endividamento em relação aos obtidos até o momento.
Conforme premissa de planejamento definida para o Plano Municipal de Saneamento Básico
A margem bruta da concessão no ano de 2018 foi de 53,27%, no entanto despesas gerais e de Niterói, adotou-se como unidades de planejamento para o sistema de esgotamento
administrativas, financeiras e tributárias representam 25,21%, 0,05% e 9,43% sanitário do município, as 5 Regiões de Planejamento já consolidadas pela Prefeitura
respectivamente, resultando numa redução da margem líquida para 18,58%, ou seja, Municipal no Plano Diretor, sendo elas:
garantindo o lucro líquido no exercício.
Região de Planejamento Norte;
Por fim, os resultados contábeis apresentam um retorno sobre o patrimônio da ordem de Região de Planejamento Praias da Baía;
34,20%. No entanto, estes indicadores apresentam apenas a situação da concessionária no Região de Planejamento Pendotiba;
ano de análise. Para uma análise aprofundada da situação do negócio concessão de água e Região de Planejamento Oceânica;
esgoto de Niterói, há a necessidade de uma análise do fluxo de caixa anual ao longo de todo Região de Planejamento Leste.
o período da concessão, de modo a permitir uma análise econômica referente ao payback, à
taxa interna de retorno do projeto, bem como ao valor presente líquido. Com base no Estudo Demográfico realizado e apresentado no respectivo relatório, tem-se as
seguintes estimativas populacionais atuais para cada uma das Unidades de Planejamento do
PMSB de Niterói, sendo elas apresentadas no Quadro 27.
Como pode ser observado, com base na população residente, a Região Praias da Baía é a
maior delas, contemplando um total de 212.784 habitantes, o que corresponde a 41% do
município de Niterói. Na sequência, vem a Região Norte, com 28% da população estimada.
A Região de Oceânica e Pendotiba, ambas menos populosas, apresentam 16% e 13%,
respectivamente. Por fim, a Região Leste, sendo a menos adensada, com apenas 7.237
93
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Barreto
Toque-Toque (parcial) Sapê (parcial)
Bacias de Mocanguê Itaipu
Esgotamento
Sanitário Toque-Toque (parcial)
Icaraí (parcial) Maria Paula (parcial) -
Icaraí (parcial)
Com exceção da Região Leste, que não é contemplada com nenhuma bacia de esgotamento
sanitário pelo SES de Niterói, devido a sua baixa densidade demográfica, todas as Unidades
de Planejamento são atendidas pelo serviço de coleta e tratamento de esgoto.
94
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
95
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
5.2. COBERTURA DE ATENDIMENTO Demográfico, nas últimas décadas houve um aumento da população residente nestas áreas,
que por sua vez, são precárias no quesito de infraestrutura, a se destacar o saneamento
Segundo o Instituto Trata Brasil, em 2018, no município de Niterói o abastecimento de água básico. Não se obteve por parte da Administração Municipal ou da Águas de Niterói
ocorre para 100% da população da cidade, e 94,81% da população tem coleta de esgoto. O informações precisas a respeito da população residente sob estas condições, bem como da
índice de tratamento de esgoto, por sua vez, é de 100%. Destaca-se que o SNIS 2017 cobertura de atendimento destas localidades.
também trouxe este mesmo indicador para a cobertura de atendimento do SES de Niterói.
Conforme informado pelo Setor de Comunidades da Águas de Niterói, a maioria destas áreas
A fim de definir a atual cobertura de atendimento do SES de Niterói, com base nas não apresenta condições de viabilidade técnica e operacional para a implantação do sistema
informações repassadas pela concessionária, buscou-se aplicar a mesma metodologia de de esgotamento sanitário. Ainda, há a problemática da violência presente nestes locais, o que
cálculo utilizada pela Águas de Niterói. Sendo assim, considerou-se o total de economias dificulta a entrada da concessionária, e do poder público.
ativas de esgoto (198.848 un.) e o total de economias ativas de água (209.651 un.) para o
ano de 2018. Ao ser analisada a proporção de economias de esgoto, em relação as de água, Geograficamente, a maioria destas comunidades estão inseridas em maciços de morros
chegou-se ao índice de cobertura de 94,8%. O mesmo apresentado pelo Instituto Trata Brasil presentes no município de Niterói, desta forma, como não há em grande parte, a rede coletora
em 2018 e pelo SNIS em 2017. de esgoto implantada, a população acaba dispondo os esgotos na própria drenagem pluvial,
que por sua vez, escoa este esgoto junto com a água da chuva e de corpos hídricos, até os
Para efeito de verificação deste indicador, buscou-se uma outra forma de calculá-lo, desta canais de drenagem na parte mais baixa do município. A fim de trazer uma solução paliativa
vez a partir do número de habitantes atendidos com o serviço de coleta e tratamento de para esta realidade, a concessionária Águas de Niterói implantou as Tomadas de Tempo
esgoto. Para isto, considerou-se o número total de ligações ativas de esgoto (198.848 un.) e Seco nos canais de drenagem que possuem contribuições oriundas das comunidades e que
a densidade aproximada de 2,4 hab./econ. (dado fornecido pela Águas de Niterói). Assim, acabavam chegando nas praias do município.
estima-se 477.235 habitantes atendidos com este serviço. Ao ser confrontado com a
estimativa populacional atual do município de Niterói (apresentada no respectivo relatório de No Quadro 29 apresenta-se a relação de bairros contemplados em cada uma das bacias de
estudo demográfico), 517;864 habitantes, tem-se uma cobertura aproximada de 92,2%. Ou esgotamento sanitário do SES Niterói.
seja, valor muito próximo dos outros indicadores apresentados anteriormente.
Quadro 29: Bacias de Esgotamento e os Bairros Atendidos.
Bairro Bacia de Esgotamento Sanitário
Destaca-se que não foi informada a população atendida de cada bacia de esgotamento, bem
Várzea das Moças -
como não se obteve informações comerciais da concessionária Águas de Niterói para o fazê- Muriqui ETE Maria Paula
lo. Rio do Ouro -
Serra Grande ETE Itaipu
Cafubá ETE Camboinhas
Um ponto pertinente a ser levado em consideração na análise do indicador de cobertura do Maravista ETE Itaipu
SES de Niterói, é a existência dos aglomerados urbanos subnormais, conhecidos Piratininga ETE Camboinhas
Engenho do Mato ETE Itaipu
popularmente como as comunidades. Segundo informações apresentadas no Estudo
Jacaré ETE Camboinhas
96
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
97
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Bacia de Esgotamento Área (km²) Situação da ETE 5.3.1. Ligações Prediais e Economias de Esgoto
Toque-Toque 13,86 Em operação
Fonte: Adaptado de Águas de Niterói, 2019 Segundo dados fornecidos pela concessionária Águas de Niterói, ao final do ano de 2018, o
SES de Niterói atendia um total de 82.364 ligações ativas e 198.848 economias, também
Como pode ser observado no quadro, a maior bacia de esgotamento, considerando-se a área ativas. No Quadro 31 apresenta-se o histórico da evolução do número de ligações e
de contribuição, é a Bacia Itaipu, com aproximadamente 22 km². Já a menor delas, é a Bacia economias ao longo dos últimos 4 anos.
Mocanguê, localizada na ilha de mesmo nome e que recebe contribuição apenas da Base
Naval do Rio de Janeiro. Quadro 31: Número de Ligações e Economias.
Ligações Ativas Economias Ativas
Ano Evolução (%) Evolução (%)
(un.) (un.)
Além das 9 estações de tratamento de esgoto em operação, no sistema de esgotamento 2015 69.410 - 177.242 -
sanitário de Niterói há instalado um total de 212 estações elevatórias de esgoto e suas 2016 70.667 2% 181.134 2%
respectivas linhas de recalque. Cada uma destas unidades de recalque é responsável por 2017 81.222 15% 197.315 9%
transpor o esgoto coletado pelos desníveis geométricos do território de Niterói. 2018 82.364 1% 198.848 1%
Fonte: Adaptado de Águas de Niterói, 2019
Apesar do SES de Niterói ser do tipo separador absoluto, parte das águas pluviais urbanas
Com base nas informações apresentadas anteriormente, tem-se que a densidade de
recebem tratamento junto às estações de tratamento de esgoto devido à dificuldade técnica
economias por ligação de esgoto no município de Niterói é de 2,41 econ./lig. Com uma
de implantação de rede coletora em certas áreas das comunidades. Por este motivo, foi
densidade desta ordem, pode-se concluir que há um elevado nível de verticalização no
implantado um sistema de tomadas de tempo seco – TTS, sistema este, composto por um
município, a se destacar a bacia da ETE Icaraí.
total de 77 dispositivos de captação de contribuições irregulares de efluentes sanitários em
sistemas de drenagens pluviais. Este é dimensionado para interceptar toda a vazão referente
Ressalta-se que não se obteve junto a à concessionária Águas de Niterói a classificação das
aos períodos de estiagem e destinar a uma estação de tratamento de esgoto.
ligações e economias por classes de consumidores, tampouco a distribuição desse total pelas
bacias de esgotamento do SES de Niterói. Estas informações são de extrema importância,
Na Figura 85 está apresentado um mapa com a concepção geral do SES de Niterói,
pois conforme constatado em visita técnica, há diferenças significativas entre as bacias de
considerando-se a delimitação das 10 bacias de esgotamento sanitário, bem como a
esgotamento, no que tange a ocupação e distribuição da população.
localização das principais unidades operacionais deste sistema.
Destaca-se que ao longo deste relatório, todas as unidades operacionais, bem como as
informações relevantes do SES de Niterói serão apresentadas de forma detalhada.
98
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
5.3.2. Rede Coletora, Coletor Tronco e Interceptor Ao analisar-se o total da extensão de rede coletora com o número de ligações ativas,
apresentado anteriormente, tem-se a densidade de metros de rede por ligação existente no
Com relação às redes coletoras, as quais são responsáveis de coletar e afastar os esgotos sistema. No SES de Niterói este indicador é da ordem de 8,97 m/lig., ou seja, indo ao de
gerados, no SES de Niterói há um total de 738,67 km de rede implantada. Os diâmetros encontro com a densidade de economias por ligação de esgoto, este valor indica um elevado
utilizados nas tubulações variam de 100 mm a 1.500 mm. Entretanto, destaca-se que o índice de verticalização e adensamento urbano. Novamente, destaca-se que estes
diâmetro nominal de 150 mm é predominante, representando aproximadamente 83% de toda indicadores representam uma média de todo o sistema, podendo variar de uma bacia de
a rede coletora. esgotamento para a outra, dependendo de suas características urbanísticas, definidas
basicamente pelo Plano Diretor do município.
No que diz respeito aos materiais utilizados, as redes coletoras são construídas, em sua
maioria, com PVC. No Quadro 32 estão apresentadas as extensões da rede coletora (mês de As informações apresentadas no que se refere às redes coletoras de esgoto foram
referência 09/2019), classificadas por diâmetro. repassadas pela Concessionária Águas de Niterói, sendo estas extensões e características
extraídas do cadastro técnico da prestadora dos serviços.
Quadro 32: Cadastro da Rede Coletora.
Diâmetro (mm) Extensão (m) Percentual Apesar de ser um cadastro técnico atualizado, segundo a concessionária, ao confrontar os
DN100 21.465 2,91% dados fornecidos com o informado no SNIS, tem-se uma divergência.
DN150 615.674 83,35%
DN200 39.048 5,29%
DN230 4.604 0,62% Segundo o SNIS, no ano de 2017 havia um total de 758 km de rede coletora implantada no
DN250 18.089 2,45% SES Niterói, 20 km a mais do que o constatado no cadastro técnico. Considerando-se esta
DN300 15.834 2,14% extensão, e o número de ligações ativas do mesmo ano (81.222 un.), tem-se como densidade
DN350 520 0,07%
de metros de rede por ligação existente no sistema o valor de aproximadamente 9,3 m/lig.
DN400 10.027 1,36%
Indicador levemente mais elevado do que o calculado com os dados apresentados pela
DN450 1.066 0,14%
DN500 6.150 0,83% Águas de Niterói.
DN600 1.584 0,21%
DN700 965 0,13% 5.3.3. Tomadas de Tempo de Seco
DN800 1.366 0,18%
DN900 261 0,04%
DN1000 150 0,02%
As 46 Tomadas de Tempo Seco – TTS existentes no município de Niterói, segundo cadastro
DN1200 499 0,07% técnico da concessionária Águas de Niterói, estão atrelados ao sistema de drenagem urbana
DN1500 1.378 0,19% e manejo das águas pluviais e tem o objetivo de se evitar que as águas urbanas previamente
TOTAL 738.679 100,00%
contaminadas por lançamento de esgotos sanitários cheguem à Baía de Guanabara, antes
Fonte: Adaptado de Águas de Niterói, 2019
de se promover um tratamento adequado. Isso torna parte do sistema de esgotamento
sanitário do tipo misto, onde há o manejo das águas pluviais urbanas com os esgotos
100
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
sanitários. Isto ocorre devido às ligações clandestinas de esgoto na rede de microdrenagem Figura 86: TTS Instalada em Canal de Drenagem no Bairro Icaraí.
e macrodrenagem ou a geração desses efluentes em regiões ainda não atendidas pela rede
coletora do SES, a se destacar os aglomerados subnormais (comunidades).
Desta forma, parte das águas pluviais urbanas também recebem tratamento junto às
Estações de Tratamento de Esgotos – ETEs presentes no SES. A TTS funciona como um
dispositivo para captação de contribuições irregulares de efluentes sanitários em sistemas de Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019.
drenagens pluviais. Este é dimensionado para interceptar toda a vazão referente aos períodos
de estiagem e destinar a uma estação de tratamento de esgoto. Como pode ser observado na foto anterior, na entrada da TTS há um gradeamento para
represar os sólidos grosseiros, e assim evitar que eles cheguem à rede de esgoto, causando
Na Figura 86 pode-se observar um destes dispositivos de Tomada de Tempo Seco em obstruções nas tubulações. Eventualmente, técnicos da concessionária Águas de Niterói, em
operação, estando ele localizado em um canal de drenagem na Av. Almirante Ary Parreiras. parceria com a Prefeitura Municipal, realizam a limpeza destes dispositivos.
Nota-se que todo o fluxo de água do canal de drenagem está sendo transportado para a TTS.
Isto ocorre, pois além de não ser em um dia com ocorrência de chuva, há um leve ressalto Na Figura 87, observa-se a quantidade de material retido. Destaca-se que há um acúmulo
no canal de drenagem, o qual represa a água e a direciona à galeria destacada na foto. grande de areia, devido ao ressalto construído para direcionar a água. Esta areia,
periodicamente também é retirada do leito do canal, para garantir a eficiência do sistema de
drenagem pluvial.
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Figura 87: Material Retido na TTS. Figura 88: Dispositivo Instalado à Jusante da TTS.
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Figura 89: Modelo de TTS. Quadro 33: Localização das Tomadas de Tempo Seco.
Bacia de Esgotamento TTS
ETE Camboinhas 5
ETE Icaraí 31
ETE Jurujuba 9
ETE Toque-Toque 1
TOTAL 46
Fonte: Adaptado de Águas de Niterói, 2019
Como pode ser observado, as TTS estão localizadas, em sua grande maioria, à jusante de
canais e rios que percolam pelos maciços onde há ocupação desordenada, com o
adensamento urbano de comunidades. Destacam-se alguns dos canais e rios, onde foram
identificados os dispositivos de Tomada de Tempo Seco:
Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019. Canal da Ary Parreiras (Rio Icaraí);
Canal de São Francisco;
Destaca-se que a TTS é uma alternativa paliativa que, conforme definição apresentada, não Rio Cafubá;
funciona de forma eficaz em dias de chuva. A solução definitiva, mais eficiente e eficaz, seria
Canal da Taubaté.
a ampliação do sistema separador absoluto já existente, captando os esgotos gerados
diretamente das residências e evitando, assim, que eles cheguem aos cursos d’água e canais
Ainda, posicionando as TTS no mapa, pode-se identificar algumas das comunidades que
de drenagem urbana, bem como na Baía de Guanabara.
estão ligadas diretamente com estes dispositivos, sendo elas:
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Apesar de haver o dispositivo de Tomada de Tempo Seco próximo às comunidades, isto não
implica em uma cobertura do SES a estas localidades, tampouco significa acesso ao
saneamento a estas populações residentes em aglomerados subnormais. Uma vez que as
TTS estão localizadas em pontos abaixo das comunidades, os efeitos positivos desta
alternativa são refletidos nas praias e nos canais de drenagem onde estão instaladas, e não
nas comunidades onde os esgotos estão sendo gerados e dispostos de maneira irregular na
micro e na macrodrenagem.
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5.3.4. Estações Elevatórias de Esgoto e Linhas de Recalque Segundo informações da concessionária Águas de Niterói, das 212 estações elevatórias de
esgoto, 191 unidades são equipadas com conjunto motobomba reserva. Destaca-se que as
No Quadro 34 está apresentada a relação de elevatórias instaladas, classificadas por bacias unidades que não possuem o conjunto motobomba reserva são unidades pequenas e de
de esgotamento. baixa relevância para o SES de Niterói. Sendo assim, havendo alguma paralisação em uma
destas unidades, há tempo para a equipe de manutenção fazer a substituição do conjunto
Quadro 34: Estações Elevatórias de Esgoto. motobomba, sem prejudicar a operação do sistema como um todo, uma vez que a
Bacia de Esgotamento Quantidade de EEE Situação da ETE
concessionária Águas de Niterói possui um almoxarifado central, onde há também uma
Badu 7 Em operação
oficina exclusiva para a manutenção dos conjuntos motobombas do SES.
Barreto 6 Em operação
Camboinhas 48 Em operação
Na Figura 91 pode-se observar técnicos eletromecânicos da Águas de Niterói trabalhando na
Icaraí 35 Em operação
manutenção de equipamentos do SES.
Itaipu 43 Em operação
Jurujuba 8 Em operação
Figura 91: Oficina Eletromecânica da Águas de Niterói.
Maria Paula 32 Em operação
Mocanguê 3 Em operação
Sapê - Em fase de instalação
Toque-Toque 30 Em operação
Fonte: Adaptado de Águas de Niterói, 2019
Destaca-se que, apesar da bacia de esgotamento Badu não possuir uma ETE instalada, as
estações elevatórias existentes nela são responsáveis em recalcar o esgoto coletado em
condomínios e encaminhá-lo a um tratamento alternativo, a se destacar as fossas e
biodigestores. Ainda, a bacia Sapê não conta com nenhuma estação elevatória em operação,
pois a sua ETE foi recentemente inaugurada (junho de 2019), e a rede coletora, bem como
Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019.
as unidades de recalque ainda estão em fase de conclusão.
Com relação aos tipos de estações instaladas e operando no SES de Niterói, a seguir
Cada uma das Estações Elevatórias de Esgoto possuem suas respectivas linhas de recalque, apresentar-se-á duas unidades, as quais exemplificam os dois modelos mais utilizados de
as quais são as tubulações por onde o esgoto é transportado de forma pressurizada até um estações de recalque pela concessionária Águas de Niterói.
ponto onde ele seja escoado, novamente por gravidade. O SES de Niterói conta com
aproximadamente 54 km de linhas de recalque, que tem o diâmetro nominal variando de 75
Na Figura 92 está apresentado um mapa com a localização de todas as Estações Elevatórias
mm a 400 mm, e são construídas, quase que em sua totalidade, em material de PVC deFofo.
de Esgoto e suas respectivas linhas de recalque.
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A Estação Elevatória de Esgoto Paulo César está localizada na rua Doutor Paulo César e
pertence à Bacia de Esgotamento da ETE Icaraí. Na Figura 93 tem-se uma vista geral da
unidade. Este é um modelo de EEE implantado no SES de Niterói, que possui uma estrutura
civil e dispõe de um terreno exclusivo a ela, isto em uma região central do município.
Esta elevatória é uma das maiores unidades de recalque do SES de Niterói. Ela conta com
dois conjuntos motobombas instalados submersos em seu poço de sucção, sendo que um
deles opera como unidade reserva. A linha de recalque desta elevatória é de 250 mm e
construída em PVC deFoFo. Como esta unidade tem a função de elevar o nível da rede, a
extensão do emissário de recalque é ínfima.
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Figura 95: Acionamento dos Conjuntos Motobombas - EEE Paulo César. Figura 96: EEE Charitas.
5.3.4.2. EEE Charitas descentralização do tratamento dos esgotos coletados. Sendo assim, para cada bacia de
esgotamento definida no sistema, há uma estação de tratamento responsável por tratar o
A Estação Elevatória de Esgoto Charitas, localizada no bairro de mesmo nome, é uma efluente.
unidade instalada em um canteiro da via de passagem, como pode ser observado na Figura
96. Desta forma, atualmente, o SES de Niterói conta com nove estações de tratamento de esgoto
em operação. Sendo que a Bacia Badu, a qual será a última unidade a ser atendida para
Esta unidade conta com dois conjuntos motobombas instalados submersos em seu poço de universalizar o tratamento do esgoto no município, esta será incorporada à Bacia Icaraí.
sucção, sendo que um deles opera como unidade reserva. A linha de recalque desta
elevatória é de 150 mm, construída em PVC deFoFo, e com uma extensão de No Quadro 35, apresenta-se a relação de todas as estações de tratamento de esgoto do SES
Barreto Secundário 85 50
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Capacidade de Vazão Nominal de Quadro 36: Vazão Média de Tratamento das ETEs.
ETE Nível Tratamento
Tratamento (L/s) Projeto (L/s) Vazão (L/s- média mensal)
Primário Quimicamente Toque- Maria
Icaraí 1375 975 ETE Icaraí Itaipu Camboinhas Barreto Jurujuba Mocanguê Total
Assistido/Emissário Submarino Toque Paula
Itaipu Terciário 295 164 Média de
897 217 86 79 36 12 10 14 1.351
2018
Jurujuba Secundário 30 18 Fonte: Adaptado de Águas de Niterói, 2019
Maria Paula Secundário 63 35
Mocanguê Secundário 30 17 Ao longo do ano de 2018, a vazão média de tratamento das estações de esgoto foi de 1.351
Sapê Secundário 63 35 L/s, ou seja, foi tratado um total de 42.609.084 m³ de esgoto no SES de Niterói naquele ano.
Toque-Toque Secundário 525 375 Como pode ser observado no quadro anterior, a ETE Icaraí, devido ao seu maior porte,
Fonte: Adaptado de Águas de Niterói, 2019
representa aproximadamente 66% do volume tratado.
Como pode ser observado no quadro, das nove ETEs em operação, seis possuem um nível
Ainda, ao ser comparada a capacidade total de tratamento das estações de tratamento de
secundário de tratamento, duas nível terciário e uma, sendo a maior unidade do sistema, nível
esgoto (em operação naquele período), a qual é da ordem de 2.698 L/s, com a vazão média
primário quimicamente assistido. Destaca-se que esta única unidade com nível de tratamento
de tratamento, que por sua vez é de 1.351 L/s, observa-se que há uma grande diferença entre
primário tem esta característica, devido ao fato de que o efluente tratado é disposto na Baía
a vazão média tratada e a disponibilidade, no que tange a capacidade de tratamento do SES
de Guanabara através de um emissário submarino, fato este que corrobora para a diluição
de Niterói. Isto porque, segundo informações da Águas de Niterói, há uma capacidade de
do efluente e da mitigação de seu impacto no meio ambiente.
tratamento das ETEs da ordem de 1.347 L/s, ou seja, praticamente o dobro da vazão média
atual de tratamento.
Considerando-se todas as unidades em operação, o SES Niterói possui uma capacidade total
de tratamento da ordem de 2.761 L/s, sendo que a ETE Icaraí, a maior unidade de tratamento
Um outro ponto que tem que ser levado em consideração nesta análise de vazão de
do sistema, representa aproximadamente 50% deste total instalado.
tratamento versus capacidade de tratamento no SES Niterói, é a utilização dos dispositivos
de Tomada de Tempo Seco, apresentados anteriormente. Conforme descrito no respectivo
Na Figura 97 apresenta-se um mapa com a localização de todas as estações de tratamento
item, as unidades de tratamento de esgoto que recebem contribuições das TTS são as ETE
de estações de tratamento do SES Niterói.
Toque-Toque, ETE Icaraí, ETE Jurujuba e ETE Camboinhas. Sendo assim, justifica-se a larga
folga na capacidade de tratamento das unidades, uma vez que elas são responsáveis de
Ainda neste relatório, serão apresentadas todas as unidades de tratamento de esgoto de
tratar os esgotos coletados, bem como das contribuições da drenagem pluvial, introduzidas
forma detalhada, com imagens e informações específicas de cada uma das ETEs.
no sistema através das TTS.
Considerando-se as oito estações de tratamento de esgoto em operação, uma vez que a ETE
Sapê foi inaugurada em junho de 2019 e ainda não há um histórico do volume de esgoto
tratado, tem-se as seguintes vazões médias do ano de 2018, apresentadas no Quadro 36.
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Conforme mencionado anteriormente, o município de Niterói possui legislações específicas 5.3.6. Emissários Finais e Corpos Receptores
que promovem e incentivam o reuso de águas, a se destacar as águas cinzas, aquelas
provenientes de processos domésticos e que correspondem a maior parcela dos esgotos Considerando-se as nove estações de tratamento de esgoto em operação, atualmente no
gerados nas residências. SES Niterói, oito possuem emissários finais diretos aos corpos receptores. A única exceção
é a ETE Icaraí, que por sua vez possui um emissário final do tipo submarino, o qual adentra
Neste tocante, a Prefeitura Municipal, através de uma parceria com a Águas de Niterói, rega a Baía de Guanabara por aproximadamente 2,5 km, e possui um total de 3,4 km ao ser
seus canteiros e jardins com a água tratada nas Estações de Tratamento de Esgoto de considerada a sua extensão terrestre e submarina.
Camboinhas e Itaipu. As ETEs de Camboinhas e Itaipu, que tratam o esgoto ao nível terciário,
permitem que esses efluentes sejam utilizados em atividades de limpeza e manutenção de Além da ETE Icaraí, a ETE Jurujuba, a ETE Mocanguê e a ETE Toque-Toque também
áreas verdes. Caso contrário, esse procedimento seria realizado com água tratada. utilizam a Baía de Guanabara como corpo receptor final. A ETE Itaipu e a ETE Camboinhas
utilizam as lagoas de Itaipu e a Lagoa de Piratininga (Canal Camboatá conecta as duas
Antes de poder ser utilizada novamente, a água passa por um processo de desinfecção para lagoas). Por fim, as demais unidades de tratamento utilizam alguns dos rios presentes no
novamente voltar as ruas. São cerca de três caminhões de água por dia para regar os município, sendo eles: rio Bomba, rio Pendotiba, rio Matapaca, e futuramente, o rio Sapê que
canteiros e jardins públicos da cidade, durante os meses mais secos, que ocorrem no verão. será o corpo receptor da ETE Badu.
Ainda, segundo informações da Administração Municipal, a Companhia de Limpeza de Niterói
(CLIN) utiliza, aproximadamente, 14.4000 litros dessa água, por semana, somente na No Quadro 37 apresenta-se a relação das estações de tratamento de esgoto e seus
lavagem das ruas. respectivos corpos receptores, bem como dos emissários finais e suas características
técnicas.
Na Figura 98 pode-se observar a lavagem de logradouros com água de reuso.
Quadro 37: Emissários Finais e Corpos Receptores do SES Niterói.
Figura 98: Lavagem de Logradouros com Água de Reúso. Emissário Final
Outorga de
ETE Corpo receptor Diâmetro Extensão
Lançamento Tipo Material
(mm) (m)
Badu Ria Sapê - - - - -
IN028170
Barreto Rio Bomba (Protocolo de Direto 300 325 PEAD
Renovação)
Camboinhas Canal Camboatá Dispensa Direto - - -
Baía de
Icaraí Dispensa Submarino 1000 3339 PEAD
Guanabara
Itaipu Lagoa de Itaipu Dispensa Direto 450 500 PEAD
Baía de
Jurujuba Dispensa Direto 200 320 PEAD
Guanabara
IN027838
Maria Paula Rio Pendotiba (Protocolo de Direto - - -
Fonte: Prefeitura Municipal de Niterói Renovação)
Baía de
Mocanguê Dispensa Direto - - -
Guanabara
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No que diz respeito às outorgas de lançamento dos efluentes tratados, todas as estações de
tratamento de esgoto que utilizam corpos receptores salinos ou salobros, no caso a Baía de
Guanabara e as lagoas, estão dispensados deste requerimento junto ao Inea, visto que a Lei
nº 9.433/97 e a 3.239/99, que instituíram, respectivamente, as políticas de recursos hídricos,
no âmbito Federal e estadual, não estabeleceram qualquer procedimento de outorga
referente ao uso da água salina.
Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019.
Já as ETEs que utilizam corpos receptores que se enquadram nesta exigência, no caso, a
ETE Barreto, ETE Maria Paula e ETE Sapê, todas possuem outorgas de lançamento emitidas 5.5. LICENÇAS AMBIENTAIS
pelo Inea vigentes ou com protocolos de renovação em aberto, conforme informado pela
concessionária Águas de Niterói e apresentadas no quadro anterior. Conforme pode ser observado no Quadro 38, todas as estações de tratamento de esgotos do
SES Niterói possuem o licenciamento ambiental em dia, uma vez que as licenças que estão
vencidas, já possuem o pedido de renovação protocolado, segundo documentos
5.4. CENTRO DE CONTROLE OPERACIONAL disponibilizados pela Concessionária Águas de Niterói.
O controle operacional de esgoto da Concessionária Águas de Niterói é descentralizado nas Quadro 38: Resumo das Licenças Ambientais das ETEs do SES Niterói.
Licença Ambiental
estações. As ETE Camboinhas, Icaraí, Itaipu e Toque-toque tem supervisórios próprios, a ETE
Registro Validade Observação
ETE Maria Paula é controlada através do supervisório da ETE Itaipu e a operação da ETE
Badu - - -
Sapê, bem como das elevatórias de rua, é realizada através do supervisório da ETE Icaraí.
Processo de renovação iniciado na
Barreto LAM-O nº 17/2015 jun/19
Secretaria Municipal de Meio Ambiente
Conforme visualizado em visita técnica, na ETE Icaraí há um centro de controle operacional Camboinhas LAM-O nº 25/2014 dez/18
Processo de renovação iniciado na
Secretaria Municipal de Meio Ambiente
da estação de tratamento, bem como de algumas unidades de recalque da bacia de
Icaraí LO nº IN035042 jul/21 Licença emitida pelo INEA
esgotamento Icaraí, conforme apresentado na Figura 99.
Processo de renovação iniciado na
Itaipu LAM-O nº 26/2014 dez/18
Secretaria Municipal de Meio Ambiente
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Licença Ambiental Conforme apresentado anteriormente, do total de 8.170 dos serviços executados,
ETE
Registro Validade Observação aproximadamente 60% foram referentes à reparos na rede coletora de esgoto.
Licença emitida pela Secretaria Municipal
Jurujuba LAM-O nº 29/2015 dez/19
de Meio Ambiente
Licença emitida pela Secretaria Municipal
Maria Paula LAM-O nº 22/2016 jul/20
de Meio Ambiente 5.7. CARACTERIZAÇÃO POR BACIAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
Processo de renovação iniciado na
Mocanguê LAM-O nº 08/2015 jun/19
Secretaria Municipal de Meio Ambiente
5.7.1. Bacia de Esgotamento – Badu
Licença emitida pela Secretaria Municipal
Sapê LAM-I nº 14/2018 jun/21
de Meio Ambiente
Processo de renovação iniciado na Conforme mencionado anteriormente, a Bacia de Esgotamento Badu contempla os bairros
Toque-Toque LAM-O nº 27/2014 dez/18
Secretaria Municipal de Meio Ambiente
Fonte: Adaptado de Águas de Niterói, 2019 Badu, Maceió, Cantagalo, Ititioca e parcialmente o bairro Largo da Batalha.
Assim como já apresentado, esta bacia de esgotamento não possui ainda uma ETE
5.6. EXECUÇÃO DE SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO implantada. Sendo assim, todo o esgoto coletado (destacam-se os condomínios) é
encaminhado para unidades de tratamento alternativas, sendo elas as fossas e biodigestores.
No Quadro 39 está apresentada a relação dos serviços de manutenção executados pela
Águas de Niterói no ano de 2018. Na Figura 100, tem o fluxograma das sete elevatórias de esgoto existentes na bacia Badu.
Quadro 39: Serviços de Manutenção Executados pela Águas de Niterói em 2018. Na sequência (Quadro 40), um quadro com as informações principais destas unidades.
Manutenção
Mês
Rede Ramal Total
janeiro 460 278 738
fevereiro 388 219 607
março 489 325 814
abril 361 314 675
maio 348 306 654
junho 363 275 638
julho 376 288 664
agosto 365 314 679
setembro 368 298 666
outubro 442 238 680
novembro 471 283 754
dezembro 398 203 601
114
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Como a bacia de esgotamento Badu ainda não possui uma estação de tratamento, bem como
dispões de rede coletora disponível à população residente nela, com exceção aos 2 km de
rede condominiais, não há informações comerciais no que tange o número de ligações e
economias, tampouco o volume de esgoto coletado e tratado.
Quadro 40: Estações Elevatórias de Esgoto - Bacia Badu. Na Figura 101, apresenta-se um mapa com as unidades já existentes na Bacia de
Nº de Conjuntos
Emissários de recalque
Motobombas Esgotamento Badu, e, a localização da futura ETE a ser implantada. Segundo informações
Nome da EEE DN
Instalado Operand Reserv Extensã da concessionária Águas de Niterói, o corpo receptor final desta bacia será o rio Sapê,
(mm Material
s o a o (km)
)
localizado próximo do local escolhido para a ETE.
Elevatória ED. PORTAL DE PVC
2 1 1 100 0,240
PENDOTIBA deFoFo
PVC
Elevatória VIVA PENDOTIBA 2 1 1 100 0,186
deFoFo
PVC
ETE COCADA I 2 1 1 100 0,000
deFoFo
PVC
Elevatória COCADA II 2 1 1 100 0,159
deFoFo
PVC
Elevatória COCADA III 2 1 1 100 0,053
deFoFo
PVC
Elevatória COCADA IV 2 1 1 100 0,031
deFoFo
115
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
116
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
5.7.2. Bacia de Esgotamento – Barreto Figura 102: Fluxograma das Elevatórias da Bacia de Esgotamento Barreto.
117
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
118
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
5.7.2.3. Estação de Tratamento de Esgoto Figura 105: Tratamento Preliminar e Calha Parshall.
A ETE Barreto possui uma capacidade de projeto de 85 L/s e nível de tratamento secundário,
ou seja, além do tratamento preliminar, através de gradeamento e caixa de areia, há o
tratamento biológico em um reator anaeróbio de fluxo ascendente, e na sequência, o
tratamento aeróbio em um sistema de lodos ativados, composto por um reator aeróbio e um
decantador secundário.
Nas figuras 105 a 108, pode-se visualizar algumas das etapas de tratamento do esgoto na
ETE Barreto.
119
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Figura 107: Tanques Aerados – Tratamento Secundário. Figura 109: Lavador de Gás.
Por fim, o efluente tratado é lançado no Rio Bomba. Com relação ao lodo gerado nas etapas
de tratamento da ETE Barreto, este é coletado em caminhões tanque da concessionária, e
encaminhados à ETE Icaraí, onde é desidratado e encaminhado para a disposição final em
aterro sanitário.
120
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Como pode ser observado no quadro acima, a eficiência média de redução da DBO, no ano
de 2018, foi de 93%.
Na Figura 110, está apresentado um mapa com a localização da ETE Barreto, e em destaque,
Rio Bomba, o qual é o corpo receptor do efluente final.
121
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
122
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
5.7.3. Bacia de Esgotamento – Camboinhas Quadro 45: Estações Elevatórias de Esgoto - Bacia Camboinhas.
Nº de Conjuntos MotoBombas Emissários de recalque
Nome da EEE DN Extensão
Instalados Operando Reserva Material
(mm) (km)
A Bacia de Esgotamento Sanitário da ETE Camboinhas contempla os bairros de Cafubá,
EEE RESIDENCIAL CAMBOATÁ 2 1 1 100 0,176 PVC deFoFo
Piratininga, Jacaré, Camboinhas, Jardim Imbuí e parcialmente o bairro Santo Antônio. EEE CONDOMÍNIO JARDIM
2 1 1 100 0,034 PVC deFoFo
CAMBOATÁ
EEE CONDOMÍNIO UBÁ
2 1 1 100 0,183 PVC deFoFo
5.7.3.1. Rede Coletora CAMBOINHAS
EEE CONDOMÍNIO JARDIM UBÁ
1 1 0 100 0,057 PVC deFoFo
II
EEE CONDOMÍNIO UBÁ III 2 1 1 100 0,162 PVC deFoFo
O total de rede coletora de esgoto implantada na Bacia de Esgotamento Camboinhas,
EEE CONDOMÍNIO JARDIM UBÁ
1 1 0 100 0,042 PVC deFoFo
segundo o cadastro técnico da Águas de Niterói, está apresentado no Quadro 44. I
EEE ITAIPU MULTICENTER 2 1 1 100 0,065 PVC deFoFo
EEE CONDOMÍNIO ARY
1 1 0 100 0,135 PVC deFoFo
GUANABARA
Quadro 44: Rede Coletora - Bacia ETE Camboinhas.
EEE VI CHALÉ CANOA 2 1 1 150 0,011 PVC deFoFo
Bacia ETE Camboinhas EEE P8 3 FAZENDINHA 2 1 1 100 0,435 PVC deFoFo
Diâmetro (mm) Extensão (m) EEE FLORESTAN FERNANDES 2 1 1 150 0,226 PVC deFoFo
EEE P7 2 FREI ORLANDO 2 1 1 100 0,125 PVC deFoFo
Dn-075 2.901
EEE I IGREJINHA DO TIBAU 2 1 1 100 0,480 PVC deFoFo
Dn-50 90 EEE IV JOÃO PINTO 2 1 1 100 0,082 PVC deFoFo
Dn-100 4.101 EEE P6 2 JOSÉ DANTAS 2 1 1 100 0,007 PVC deFoFo
EEE P6 1 JOSÉ RANZEIRO 2 1 1 100 1,883 PVC deFoFo
Dn-150 115.317 EEE V LIZANDRO MOTTA 2 1 1 100 0,004 PVC deFoFo
Dn-200 6.218 EEE P7 1 MANUEL KNUST 2 1 1 100 0,544 PVC deFoFo
EEE P 8 1 2 1 1 150 0,480 PVC deFoFo
Dn-250 3.115 EEE P6 3 PRAÇA DO
2 1 1 150 0,666 PVC deFoFo
Dn-400 1.839 DESCOBRIMENTO
EEE RUA PESCADORES 2 1 1 100 0,234 PVC deFoFo
Total 133.582 EEE II PONTE DO TIBAU 2 1 1 100 0,062 PVC deFoFo
Fonte: Adaptado de Águas de Niterói, 2019 EEE P8 2 2 1 1 100 0,376 PVC deFoFo
EEE VII PRAIA DE PIRATININGA 2 1 1 100 0,147 PVC deFoFo
EEE QUIOSQUES CAMBOINHAS 1 1 0 100 0,044 PVC deFoFo
EEE RAUL TRAVASSOS 2 1 1 100 0,057 PVC deFoFo
5.7.3.2. Estações Elevatórias de Esgoto e Linhas de Recalque EEE OASIS 2 1 1 100 0,206 PVC deFoFo
EEE SOPRECAM 2 1 1 150 0,005 PVC deFoFo
EEE III THOMAS LIMA 2 1 1 150 3,722 PVC deFoFo
Na Bacia de Esgotamento Camboinhas há 48 estações elevatórias de esgoto, distribuídas EEE P1 A TIBAUZINHO 2 1 1 100 0,177 PVC deFoFo
pela área de contribuição e responsáveis de recalcar o esgoto até a ETE Camboinhas. EEE JARDIM CAMBOATÁ II 2 1 1 100 0,072 PVC deFoFo
EEE GERMANO FABER 1 1 0 100 0,180 PVC deFoFo
EEE DOMINGOS SÁVIO 1 1 0 100 0,135 PVC deFoFo
No Quadro 45 são apresentadas as principais informações destas unidades operacionais, EEE FREDERICO GIÓIA 1 1 0 100 0,086 PVC deFoFo
CONDOMINÍNIO LÍRIOS DO
2 1 1 100 0,328 PVC deFoFo
bem como das respectivas linhas de recalque. CAMPO
FREI ORLANDO II 2 1 1 100 0,125 PVC deFoFo
FREI ORLANDO III 2 1 1 100 0,295 PVC deFoFo
FLORESTAN FERNANDES II 2 1 1 100 0,467 PVC deFoFo
RAUL TRAVASSOS II 2 1 1 100 0,248 PVC deFoFo
123
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Nº de Conjuntos MotoBombas Emissários de recalque Figura 111: Fluxograma das Elevatórias da Bacia de Esgotamento Camboinhas.
Nome da EEE DN Extensão
Instalados Operando Reserva Material
(mm) (km)
RUA ESTRELA (100) 2 1 1 100 0,210 PVC deFoFo
RUA 152 2 1 1 100 0,286 PVC deFoFo
SANTA EDWIGES 2 1 1 100 0,082 PVC deFoFo
CATÃO 2 1 1 100 0,040 PVC deFoFo
CONDOMINIO CHAKRAS 2 1 1 100 0,089 PVC deFoFo
RUA 411 2 1 1 100 0,036 PVC deFoFo
AVENIDA 8 2 1 1 100 0,093 PVC deFoFo
RUA 53 2 1 1 100 0,014 PVC deFoFo
MARCOS OTÁVIO VALADÃO -
2 1 1 100 0,099 PVC deFoFo
ANTIGA RUA 9
Fonte: Adaptado de Águas de Niterói, 2019
Na Figura 111, pode-se visualizar o fluxo do esgoto pelas estações elevatórias da Bacia. Na
sequência (Figura 112), um mapa com a localização das unidades ao longo da Bacia.
124
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
125
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Nas Figura 113 à 117 apresentam-se imagens dos processos de tratamento da ETE
Camboinhas.
126
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Por fim, o efluente tratado é lançado no Canal Camboatá (Figura 119). Com relação ao lodo
gerado nas etapas de tratamento da ETE Camboinhas, este é coletado em caminhões tanque
da concessionária, e encaminhados à ETE Icaraí, onde é desidratado e encaminhado para a
disposição final em aterro sanitário.
127
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Figura 119: Lançamento do Efluente Final no Canal Camboatá. No Quadro 46 está apresentado o histórico de análises laboratoriais realizado pela Águas de
Niterói no afluente e no efluente final. Optou-se por apresentar apenas alguns dos parâmetros
analisados, para efeito de comparação e eficiência da redução da carga orgânica.
Como pode ser observado no quadro acima, a eficiência média de redução da DBO, no ano
de 2018, foi de 92%.
Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019.
128
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
A Bacia de Esgotamento da ETE Icaraí contempla os bairros Ititioca, Caramujo, Cubango, Dn-1200 499
São Francisco, Charitas, Viradouro, Cachoeira, Santa Rosa, Pé Pequeno, Icaraí, Inguá, Vital Dn-1500 1.378
Brazil e parcialmente os bairros Largo da Batalha, Viçoso Jardim e Boa Viagem. Total 133.537
Fonte: Adaptado de Águas de Niterói, 2019
Ainda, a ETE recebe contribuição com o chorume drenado do Aterro Sanitário do Bumba,
hoje já desativado. Este chorume é recalcado do aterro até um ponto na rede desta bacia, 5.7.4.2. Estações Elevatórias de Esgoto e Linhas de Recalque
onde o chorume é misturado com os esgotos domésticos coletados e transportados até a
ETE Icaraí. Na Bacia de Esgotamento Icaraí há 35 estações elevatórias de esgoto, distribuídas pela área
de contribuição e responsáveis de recalcar o esgoto até a ETE Icaraí.
O total de rede coletora de esgoto implantada na Bacia de Esgotamento Icaraí, segundo o na sequência (Quadro 48), tem-se um quadro com as principais informações destas unidades
cadastro técnico da Águas de Niterói, está apresentado no Quadro 47. operacionais, bem como das respectivas linhas de recalque.
130
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Figura 122: Fluxograma das EEE na Bacia Icaraí. Nº de Conjuntos MotoBombas Emissários de recalque
Nome da EEE Instalado Operand Reserv DN Extensã
Material
s o a (mm) o (km)
PRAIA CLUBE SÃO FRANCISCO 2 1 1 100 0,108 PVC deFoFo
RIO IATE CLUBE 2 1 1 100 0,068 PVC deFoFo
CATAMARÃ 2 1 1 100 0,068 PVC deFoFo
ARY PARREIRAS 2 1 1 150 0,205 PVC deFoFo
CHORUME 1 2 1 1 150 0,492 PVC deFoFo
CHORUME 2 2 1 1 150 0,424 PVC deFoFo
CHORUME 3 2 1 1 200 1,204 PVC deFoFo
MOREIRA CÉSAR 2 1 1 250 0,500 PVC deFoFo
MÁRIO JOAQUIM SANTANA 1 1 0 75 0,160 PVC deFoFo
QUIOSQUES CHARITAS 1 1 0 100 0,287 PVC deFoFo
COND. JARDIM PARIS 2 1 1 100 0,119 PVC deFoFo
CHARITAS 2 1 1 150 0,861 PVC deFoFo
ESTRADA LEOPOLDO FRÓES 1 1 0 100 0,090 PVC deFoFo
NILO PEÇANHA 1 1 0 100 0,230 PVC deFoFo
PAULO CÉSAR 2 1 1 250 0,000 PVC deFoFo
300/40 PVC
SÃO FRANCISCO 2 1 1 1,170
0 deFoFo/FF
JARDIM FIGUEIRA 2 1 1 100 0,090 PVC deFoFo
VIÇOSO JARDIM 2 1 1 100 0,016 PVC deFoFo
WILSON SODRÉ (HUGO
2 1 1 100 0,035 PVC deFoFo
FRANCO)
MURILO PORTUGAL 2 1 1 200 1,190 PVC deFoFo
LEILA DINIZ 2 1 1 100 0,175 PVC deFoFo
TRAVESSA IARA 2 1 1 250 0,873 PVC deFoFo
JOAQUIM TÁVORA 2 1 1 100 0,065 PVC deFoFo
ARAGUAIA 2 1 1 100 0,100 PVC deFoFo
PROJETO GRAEL 1 2 1 1 75 0,042 PVC deFoFo
Fonte: Adaptado de Águas de Niterói, 2019 PROJETO GRAEL 2 2 1 1 75 0,040 PVC deFoFo
CAMPO DE SÃO BENTO 2 1 1 300 0,135 PVC deFoFo
Quadro 48: Estações Elevatórias de Esgoto – Bacia Icaraí. TRAVESSA BOA ESPERANÇA 2 1 1 100 0,029 PVC deFoFo
Nº de Conjuntos MotoBombas Emissários de recalque Fonte: Adaptado de Águas de Niterói, 2019
Nome da EEE Instalado Operand Reserv DN Extensã
Material
s o a (mm) o (km)
CLUBE NAVAL - ALOJAMENTO 1 1 0 100 0,113 PVC deFoFo Na Figura 123, está apresentado um mapa com a localização das estações elevatórias na
CLUBE NAVAL - CAIS 1 1 0 75 0,085 PVC deFoFo Bacia Icaraí.
CLUBE NAVAL - PISCINA 1 1 0 100 0,185 PVC deFoFo
CLUBE NAVAL - Rua 2 1 1 100 1,181 PVC deFoFo
IATE CLUBE BRASILEIRO 2 1 1 100 0,099 PVC deFoFo
IATE CLUBE ICARAÍ 2 1 1 100 0,072 PVC deFoFo
IATE CLUBE ICARAÍ 2 (Estaleiro) 2 1 1 75 0,088 PVC deFoFo
131
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
A ETE Icaraí é a maior unidade de tratamento do SES Niterói e possui uma vazão de projeto
de 1.350 L/s e nível de tratamento primário quimicamente assistido, ou seja, além do
tratamento preliminar, através de gradeamento e caixa de areia, há o tratamento primário
realizado em tanques de decantação, além da aplicação de reagentes químicos para otimizar
o processo.
133
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Destaca-se que, desde o tratamento preliminar até o tratamento primário, parte dos gases
gerados pelos esgotos é coletado e encaminhado ao lavador de gás, o qual está apresentado
na Figura 129. Este processo minimiza os impactos de vizinhança da ETE, visto que ela está
inserida em uma área residencial e bastante adensada. Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019.
134
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
O lodo gerado é encaminhado para a unidade de desidratação do lodo, localizada no mesmo Destaca-se que no Estado do Rio de Janeiro, os parâmetros de lançamento de efluentes em
local da ETE Icaraí. Nas Figura 131 e 132 pode-se observar o lodo sendo desidratado. Após corpos hídricos são definidos pela NT-202.R-10, sob responsabilidade do Inea.
este processo, o material seco é encaminhado para a disposição final em aterro sanitário.
Quadro 49: Análises Laboratoriais da ETE Icaraí – 2018.
Afluente Efluente
Figura 131: Centrífuga de Lodo. DATA
DBO DQO pH DBO Eficiência DQO Eficiência pH 5,0><9,0
09/01/2018 76,3 167,2 6,69 23,6 69% 67,1 60% 6,58 Atende
08/02/2018 123,1 399,3 6,9 83,9 32% 221,6 45% 6,79 Atende
06/03/2018 134,6 273,3 6,19 81 40% 208,8 24% 6,37 Atende
05/04/2018 204,6 386,5 6,58 104,8 49% 212,8 45% 6,44 Atende
10/05/2018 214,2 297 6,74 111,1 48% 220,7 26% 6,59 Atende
05/06/2018 130,4 389,2 6,94 62,1 52% 220,7 43% 7,06 Atende
12/07/2018 159,4 529,9 7,36 102,9 35% 115,4 78% 7,47 Atende
10/08/2018 139,6 418,7 6,73 73 48% 219,1 48% 6,7 Atende
11/09/2018 193,3 496,2 7,37 99,3 49% 349,8 30% 7,13 Atende
05/10/2018 161,5 451 6,32 87,5 46% 208,8 54% 6,38 Atende
12/11/2018 190,8 430,2 6,41 125,2 34% 268 38% 6,37 Atende
14/12/2018 292 554 7,21 114 61% 244 56% 7,01 Atende
Fonte: Adaptado de Águas de Niterói, 2019
Na Figura 133, está apresentado um mapa com a localização da ETE Icaraí, e em destaque,
o emissário submarino adentrando a Baía de Guanabara.
135
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
5.7.5. Bacia de Esgotamento – Itaipu Quadro 51: Estações Elevatórias de Esgoto – Bacia Itaipu.
Nº de Conjuntos MotoBombas Emissários de recalque
Nome da EEE Instalado Operand Reserv DN Extensã
Material
A Bacia de Esgotamento Itaipu contempla os bairros Serra Grande, Maravista, Engenho do s o a (mm) o (km)
PVC
EEE CONDOMÍNIO TERRA VERDE 2 1 1 100 0,037
Mato, Itacoatiara, Itaipu e parcialmente o bairro Santo Antônio. deFoFo
PVC
EEE CONDOMÍNIO UBÁ ITAIPU 1 2 1 1 100 0,115
deFoFo
PVC
5.7.5.1. Rede Coletora EEE CONDOMÍNIO UBÁ ITAIPU II 2 1 1 100 0,059
deFoFo
PVC
EEE CONDOMÍNIO VALE ITAIPU I 2 1 1 100 0,343
deFoFo
O total de rede coletora de esgoto implantada na Bacia de Esgotamento Itaipu, segundo o PVC
EEE CONDOMÍNIO VALE ITAIPU II 2 1 1 100 0,091
deFoFo
cadastro técnico da Águas de Niterói, está apresentado no Quadro 50. PVC
EEE CONDOMÍNIO VALE ITAIPU III 2 1 1 100 0,090
deFoFo
PVC
EEE CONDOMÍNIO VALE ITAIPU IV 2 1 1 100 0,231
Quadro 50: Extensão de Rede da Bacia Itaipu. deFoFo
PVC
Bacia ETE Itaipu EEE CONDOMÍNIO GREEN PARK 2 1 1 100 0,215
deFoFo
Diâmetro (mm) Extensão (m) PVC
EEE I7 C1 CONDOMÍNIO AMOLI 2 1 1 100 0,308
deFoFo
Dn-075 3.955 200/30 PVC
EEE I7 C CAJA MIRIM 2 1 1 1,029
0 deFoFo
Dn-100 1.763
PVC
EEE CONDOMÍNIO BOA VISTA 2 1 1 100 0,379
Dn-150 151.871 deFoFo
PVC
Dn-200 6.074 EEE I7 B COND. MARAVISTA 2 1 1 200 0,727
deFoFo
Dn-250 8.828 PVC
EEE COSTÃO ITAIPU 2 1 1 100 0,274
deFoFo
Dn-400 880 EEE COSTÃO VILA DOS PVC
2 1 1 100 0,035
PESCADORES deFoFo
Dn-600 53 EEE Itaipu / Elev. Primária ETE Itaipu 150/30 PVC
2 1 1 0,030
Total 173.425 G1 0 deFoFo
PVC
EEE I C 7 DELEGACIA 2 1 1 100 0,509
Fonte: Adaptado de Águas de Niterói, 2019 deFoFo
PVC
EEE JASMINS ITACOATIARA 2 1 1 100 0,326
deFoFo
PVC
5.7.5.2. Estações Elevatórias de Esgoto e Linhas de Recalque EEE PRAIA DE ITAIPU 1 1 0 100 0,081
deFoFo
PVC
EEE ROMANDA GONÇALVES 2 1 1 100 0,073
deFoFo
Na Bacia de Esgotamento Itaipu há 43 estações elevatórias de esgoto, distribuídas pela área PVC
EEE ROSAS 2 1 1 100 0,253
deFoFo
de contribuição e responsáveis de recalcar o esgoto até a ETE Camboinhas. EEE ENGENHO DO MATO 2 1 1 300 1,868
PVC
deFoFo
PVC
EEE RUA 85/RINCÃO 2 1 1 100 0,474
deFoFo
No Quadro 51 são apresentadas as principais informações destas unidades operacionais, PVC
EEE RUA D 2 1 1 100 0,186
bem como das respectivas linhas de recalque. deFoFo
PVC
RUA SETENTA E OITO 2 1 1 100 0,359
deFoFo
PVC
RUA OITENTA E TRÊS 2 1 1 100 0,355
deFoFo
137
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Nº de Conjuntos MotoBombas Emissários de recalque Figura 134: Fluxograma das EEE da Bacia Itaipu.
Nome da EEE Instalado Operand Reserv DN Extensã
Material
s o a (mm) o (km)
PVC
CONDOMINÍNIO VILLAGE ITAIPU 2 1 1 100 0,195
deFoFo
PVC
VALE FELIZ I 2 1 1 100 0,042
deFoFo
PVC
VALE FELIZ II 2 1 1 100 0,071
deFoFo
PVC
RUA 10 2 1 1 100 0,107
deFoFo
PVC
SÃO SEBASTIÃO 2 1 1 100 0,106
deFoFo
PVC
Rua 50 - I 6E 2 1 1 150 0,382
deFoFo
PVC
Rua 65 2 1 1 100 0,328
deFoFo
PVC
Rua 45 2 1 1 100 0,073
deFoFo
PVC
Rua 03 2 1 1 100 0,071
deFoFo
PVC
Rua 43 2 1 1 100 0,082
deFoFo
PVC
Rua 44 2 1 1 100 0,134
deFoFo
PVC
RUA 11 2 1 1 100 0,088
deFoFo
PVC
SÃO SEBASTIÃO II 2 1 1 100 0,078
deFoFo
PVC
RUA 13 (ELEVATÓRIA I) 2 1 1 100 0,169
deFoFo
PVC
RUA 13 (ELEVATÓRIA II) 2 1 1 100 0,105
deFoFo
PVC
CONDOMINÍO BOSQUE DA COLINA I 2 1 1 100 0,053
deFoFo
PVC
CONDOMINÍO BOSQUE DA COLINA II 2 1 1 100 0,083
deFoFo
PVC
VALE ITAIPU V 1 1 0 100 0,021
deFoFo
Fonte: Adaptado de Águas de Niterói, 2019
138
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
139
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
A ETE Itaipu, possui uma capacidade de projeto de 295 L/s e conta com um nível de
tratamento terciário, ou seja, além do tratamento preliminar, realizado com um equipamento
automatizado que retira os sólidos grosseiros, areia e gordura, há o tratamento biológico em
um reator anaeróbio de fluxo ascendente, e na sequência ,reatores anóxicos, reatores
aeróbios e um decantador lamelar de alta taxa. O efluente então recebe dosagem de
coagulante químico e floculante e é encaminhado para o flotador, para remoção de fósforo.
Nas Figura 136 à 138 apresentam-se imagens dos processos de tratamento da ETE Itaipu.
Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019.
Figura 136: Chegado do Efluente no Reator Anaeróbio.
Figura 138: Flotador.
Por fim, o efluente tratado é disposto na Lagoa de Itaipu. Já o lodo gerado na ETE Itaipu é
encaminhado para a desidratação, que é feita com uma centrífuga instalada na própria
estrutura da unidade, como pode ser visto na Figura 139. Após desidratado, é encaminhado
para o aterro sanitário.
140
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Figura 139: Centrífuga de Lodo. terceiros credenciados pelo INEA. As análises realizadas em laboratório interno são
exclusivamente para gestão operacional. Optou-se por apresentar apenas alguns dos
parâmetros analisados, para efeito de comparação e eficiência da redução da carga orgânica.
Como pode ser observado no quadro acima, a eficiência média de redução da DBO, no ano
de 2018, foi de 95%.
Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019.
Na Figura 141, está apresentado um mapa com a localização da ETE Itaipu, e em destaque,
No Quadro 52 está apresentado o histórico de análises laboratoriais realizado pela Águas de a Lagoa de Itaipu, corpo receptor final.
Niterói no afluente e no efluente final. Os resultados informados nos Relatórios de
Acompanhamento de Efluente (RAE) são provenientes de análises realizadas em laboratórios
141
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
142
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
5.7.6. Bacia de Esgotamento – Jurujuba Figura 142: Fluxograma das EEE na Bacia Jurujuba.
Na Figura 143, apresenta-se um mapa com a localização destas unidades na Bacia Jurujuba.
143
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
144
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Nas Figuras 145 a 148 apresentam-se algumas imagens das etapas de tratamento da ETE
Jurujuba.
145
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Como pode ser observado no quadro acima, a eficiência média de redução da DBO, no ano
de 2018, foi de 95%. Na Figura 149, está apresentado um mapa com a localização da ETE
Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019. Jurujuba.
146
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
147
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
5.7.7. Bacia de Esgotamento – Maria Paula Figura 150: Fluxograma das EEE na Bacia Maria Paula
5.7.7.2. Estações Elevatórias de Esgoto e Linhas de Recalque Quadro 57: Informações das EEE - Bacia Maria Paula.
Nº de Conjuntos MotoBombas Emissários de recalque
Nome da EEE DN Extensão
Instalados Operando Reserva Material
Na Bacia de Esgotamento Maria Paula há 32 estações elevatórias de esgoto, distribuídas (mm) (km)
ELEVATÓRIA 1 (LEONARDO DA
2 1 1 100 0,026 PVC deFoFo
pela área de contribuição e responsáveis de recalcar o esgoto até a ETE Maria Paula. VINCI I)
ELEVATÓRIA 2 (MICHELÂNGELO) 2 1 1 100 0,042 PVC deFoFo
ELEVATÓRIA 3 (LEONARDO DA
2 1 1 150 0,114 PVC deFoFo
VINCI II)
Na Figura 150, pode-se visualizar o fluxo do esgoto pelas estações elevatórias da Bacia. Já
ELEVATÓRIA 5 (Cardoso de Melo) 2 1 1 100 0,042 PVC deFoFo
na sequência (Quadro 57), tem-se um quadro com as principais informações destas unidades ELEVATÓRIA 9 (Valter Neves -
2 1 1 100 0,379 PVC deFoFo
Horonina)
operacionais, bem como das respectivas linhas de recalque. ELEVATÓRIA 10 (Campo do Atlético) 2 1 1 150 0,093 PVC deFoFo
ELEVATÓRIA 11 (Taioto) 2 1 1 100 0,070 PVC deFoFo
ELEVATÓRIA 12 - Aurora Ribeiro 2 1 1 150 0,162 PVC deFoFo
ELEVATÓRIA CONDOMINÍO VILA
2 1 1 100 0,051 PVC deFoFo
REAL
ELEVATÓRIA 18 (Portugal II) 2 1 1 150 0,501 PVC deFoFo
ELEVATÓRIA 27 (Caetano Monteiro) 2 1 1 150 0,506 PVC deFoFo
ELEVATÓRIA 18A (França) 2 1 1 100 0,057 PVC deFoFo
ELEVATÓRIA 10A (GLAMOUR) 2 1 1 100 0,182 PVC deFoFo
ELEVATÓRIA 4 (PACHE FARIA) 2 1 1 75 0,053 PVC deFoFo
148
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Na Figura 151, apresenta-se um mapa com a localização destas unidades na Bacia Maria
Paula.
149
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
150
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
5.7.7.3. Estação de Tratamento de Esgoto O tratamento primário e secundário acontece em uma única unidade. Neste reator,
apresentado na Figura 154, há uma etapa anaeróbia, seguida de uma etapa aeróbia (com
A ETE Maria Paula é uma unidade de tratamento diferente das estações comuns. Com uma injeção de oxigênio).
eficiência de nível secundário, a ETE Maria Paula trata uma vazão máxima de até 63 L/s,
ocupando uma área relativamente pequena. O tratamento inicia-se em uma unidade Figura 154: Reator.
151
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Figura 155: Decantador Lamelar de Alta Taxa. Quadro 58: Análises Laboratoriais da ETE Maria Paula – 2018.
Afluente Efluente
DATA
pH DQO DBO pH 5,0><9,0 DQO Eficiência DBO Eficiência
09/jan 7,54 99,00 54,00 7,12 Atende 7,00 93% 5,00 91%
07/fev 7,24 286,00 114,00 6,01 Atende 23,00 92% 5,00 96%
20/mar 7,43 260,00 113,00 6,16 Atende 32,00 88% 8,00 93%
18/abr 6,99 393,00 100,00 5,28 Atende 30,00 92% 5,00 95%
04/mai 6,72 365,00 216,00 5,61 Atende 40,00 89% 5,00 98%
19/jun 7,56 239,00 107,00 6,06 Atende 13,00 95% 5,00 95%
03/jul 7,24 312,00 122,00 5,38 Atende 34,00 89% 5,00 96%
28/ago 7,40 260,00 117,00 6,03 Atende 33,00 87% 7,00 94%
12/set 6,97 721,00 375,00 6,12 Atende 29,00 96% 7,00 98%
31/out 7,15 393,00 187,00 5,95 Atende 9,00 98% 5,00 97%
14/nov 7,48 290,00 133,00 6,58 Atende 34,00 88% 7,00 95%
12/dez 6,81 370,00 179,00 5,96 Atende 19,00 95% 5,00 97%
Fonte: Adaptado de Águas de Niterói, 2019
Como pode ser observado no quadro acima, a eficiência média de redução da DBO, no ano
de 2018, foi de 95%.
Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019.
Na Figura 156, está apresentado um mapa com a localização da ETE Maria Paula, e em
O efluente tratado é encaminhado para o Rio Pendotiba, o qual é o corpo receptor final do
destaque, o Rio Pendotiba, corpo receptor final.
efluente.
Com relação ao lodo gerado na ETE Maria Paula, todo o sistema de descarte de lodo já
existe, porém a unidade de desidratação, prevista no projeto, ainda não foi implantada. Sendo
assim, o lodo retirado do reator é coletado e transportado até a ETE Icaraí, onde é feito a
secagem e encaminhado para a disposição final em aterro sanitário.
152
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
153
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
5.7.8. Bacia de Esgotamento – Mocanguê Na Figura 158, apresenta-se um mapa com a localização destas unidades na Bacia
Mocanguê.
A Bacia de Esgotamento Mocanguê compreende a ilha de mesmo nome, a qual recebe
contribuição exclusivamente da Base Naval do Rio de Janeiro.
Na Figura 157, pode-se visualizar o fluxo do esgoto pelas estações elevatórias da Bacia. Já
na sequência (Quadro 59), tem-se um quadro com as principais informações destas unidades
operacionais, bem como das respectivas linhas de recalque.
154
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
155
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
156
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Como pode ser observado no quadro, a eficiência média de redução da DBO, no ano de
2018, foi de 94%. Na Figura 163, está apresentado um mapa com a localização da ETE
Mocanguê.
157
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
158
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Destaca-se que por se tratar de uma bacia de esgotamento recentemente implantada, ainda
não há em operação unidades de recalque e não foi disponibilizado o total de rede coletora
já implantada na bacia.
Com relação às etapas de tratamento, a ETE Sapê seguiu o mesmo projeto da ETE Maria
Paula. Sendo assim, esta unidade possui a vazão de tratamento máxima de 63 L/s e segue Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019.
Nas Figuras 164 a 166 algumas imagens da ETE Sapê e das etapas de tratamento, análogas
à ETE Maria Paula.
Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019. Na Figura 167, pode-se observar um mapa com a localização da ETE Sapê. Em destaque, o
rio Matapaca, o qual será o corpo receptor do efluente tratado nesta unidade.
159
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
160
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
5.7.10. Bacia de Esgotamento – Toque-Toque Na Figura 168, pode-se visualizar o fluxo do esgoto pelas estações elevatórias da Bacia. Já
na sequência (Quadro 62), tem-se um quadro com as principais informações destas unidades
A Bacia de Esgotamento Toque-Toque contempla os bairros Fonseca, São Lourenço, Ponta operacionais, bem como das respectivas linhas de recalque.
de Areia, Gragoatá, São Domingos, Fátima, Morro do Estado, Centro, Ilha da Conceição e
parcialmente os bairros Santana e Boa Viagem. Figura 168: Fluxograma das EEE na Bacia Toque-Toque.
161
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Na Figura 169, apresenta-se um mapa com a localização destas unidades na Bacia Toque-
Toque.
162
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
163
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
5.7.10.3. Estação de Tratamento de Esgoto Nas Figuras 171 a 173, estão apresentadas algumas imagens das etapas de tratamento da
ETE Toque-Toque.
A ETE Toque-Toque possui uma vazão de projeto de 525 L/s e nível de tratamento secundário
e dividido em dois módulos. Figura 171: Módulo Desativado (Reator Anaeróbio).
164
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Figura 173: Saída do Efluente Tratado. Figura 175: Lodo Desidratado Armazenado.
Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019. Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019.
O lodo gerado pelos processos de tratamento da ETE Toque-Toque é encaminhado para a No Quadro 63 está apresentado o histórico de análises laboratoriais realizado pela Águas de
desidratação, a qual é realizada em uma prensa, como pode ser visto nas Figuras 174 e 175. Niterói no afluente e no efluente final. Optou-se por apresentar apenas alguns dos parâmetros
analisados, para efeito de comparação e eficiência da redução da carga orgânica.
Figura 174: Prensa para Desidratação do Lodo.
165
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
166
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
167
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Gestão de
Engenho do Extensão de rede água pvc pba dn 50mm - Jardim
Quadro 64: Obras em Andamento. Rua 23 serviços -
mato 25 metros Fazendinha
comercial
Dados Setor População Data De Execução
Bairro Status Da Obra
Técnicos Atendido Beneficiada Início (Dias)
Setor
Extensão de Alameda São Interligação de rede água pvc pba dn 75 mm -
Fonseca tecnico Vila Ipiranga
rede de esgoto Boaventura 30 metros e instalação de registro dn 50 mm
operacional
pvc corrugado Realizada a
Operação
Itaipu dn 150mm -70 Jardim Ubá Extensão de 48 15/07/2019 15
Esgoto
metros e Metros de Rede
confecção de Av. Alm. Ary Extensão de rede de esgoto pvc corrugado dn Operação
Vital brasil Vital Brasil
03 pv's Parreiras 150mm - 88 metros e confecção de 04 pv's esgoto
Extensão e
interligação de Comunidade
Operação Realizada
Caramujo rede água pvc Do 24/07/2019 15 Gestão de
Água Sondagem Rua Prof. Engenho do Extensão de rede água pvc pba dn 50mm - Aras São
pba dn 50mm - Caramujo serviços -
Correa Pinto mato 65 metros Sebastião
100 metros comercial
Fonte: Adaptado de Águas de Niterói, 2019
Travessa Dr. Extensão de rede água pvc pba dn 75mm - Operação Comunidade
Charitas
Leitão 30 metros água Do Preventório
Já no Quadro 65, é possível verificar o cronograma de execução de obras definido pela
Concessionária Águas de Niterói para o ano de 2019. Destaca-se que a maioria das obras Nilton Extensão de rede de esgoto pvc corrugado dn Operação Reservatório
Camboinhas
Velmovitsky 150mm - 84 metros e confecção de 03 pv's esgoto Camboinhas
são referentes à ampliação da rede coletora de esgoto.
Quadro 65: Cronograma de Obras (2019). São Extensão de rede de esgoto pvc dn100mm - Operação Comunidade
Jandira Fróes
francisco 20 metros e confecção de 03 pv's esgoto Do Cavalão
Setor População
Logradouro Bairro Dados Técnicos
Atendido Beneficiada
Gestão de
Rua Cruzeiro Extensão de rede água pvc pba dn 50mm -
Imbassay De Extensão de rede de esgoto pvc corrugado dn Operação Piratininga serviços - Fazendinha
Piratininga Cafubá Do Sul 20 metros
Melo 150mm - 54 metros e confecção de 03 pv's esgoto comercial
Setor
Lopes Da Extensão de rede água pvc pba dn 50mm - Hosp. Santa
Fonseca tecnico
Cunha 75 metros Beatriz
operacional
Extensão de rede de esgoto pvc corrugado dn Setor de Comunidade
José Ferraz Jurujuba
150mm - 30 metros e confecção de 02 pv's comunidade Do Cascarejo
Rua Prof. Gestão de
Extensão de rede de esgoto pvc corrugado dn
Antonio Fellipe Camboinhas serviços - Setor Verde
150mm - 63 metros e confecção de 03 pv's
Rocha comercial
168
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Gestão de
Setor Comunidade Extensão de rede água pvc pba dn 50mm -
Eduardo Luiz Substituição de rede água ff dn 50mm para Rua Saturno Piratininga serviços - Fazendinha
Centro tecnico Morro Do 49 metros
Gomes pvc pba dn 75 mm - 60 metros comercial
operacional Estado
Gestão de
Rua Castorino Extensão de rede água pvc pba dn 50mm -
Gestão de Sapê serviços - Sapê
Ilha da Extensão de rede água pvc pba dn 50mm - Comunidade Caldas 128 metros
Travessa Thais serviços – comercial
conceição 78 metros Do Mickey
comercial Fonte: Adaptado de Águas de Niterói, 2019.
Gestão de
Travessa Elvira Extensão de rede água pvc pba dn 50mm -
Rio do ouro serviços – Rio Do Ouro
Oliveira 25 metros
comercial
Setor
Remanejamento de rede água pvc dff dn 250 5.9. PROGRAMAS DE FISCALIZAÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO DOS USUÁRIOS
Silvio Picanço Charitas técnico Charitas
mm - 06 metros
operacional
Setor
Substituição de rede água ff dn 50mm para Na Figura 177 apresenta-se um dos materiais publicitários utilizados pela Concessionária
Monte Alverne Barreto tecnico Barreto
pvc pba dn 50mm - 26 metros
operacional
Águas de Niterói para divulgar e informar os usuários do SES de Niterói. Na sequência
(Quadro 66), tem-se um quadro com o histórico de fiscalizações do projeto, bem como os
Substituição de rede água ff dn 50mm para resultados obtidos.
Rua Djalma Operação
Centro pvc pba dn 50mm - 85 metros e instalação de Centro
Dutra água
registro dn 50mm
Gestão de
Rua Santa Ponta da Extensão de rede água pvc pba dn 50mm -
serviços – Ponta da areia
Clara areia 44 metros
comercial
169
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
170
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Vistorias concluídas -
Fase VI - Ofício INEA/VPRES/SUPBG/nº
dez/13 - dez/13 121 0 19 102 - - 19 0 121 acompanhamento dos imóveis
440/2013 - Rua 23
que ainda não se interligaram.
Vistorias concluídas -
Fase VII jan/14 - fev/14 380 0 75 305 - - 73 2 378 acompanhamento dos imóveis
que ainda não se interligaram.
Vistorias concluídas -
Fase VIII - Santo Antonio fev/14 - mar/14 117 0 3 114 - - 2 1 116 acompanhamento dos imóveis
que ainda não se interligaram.
Vistorias concluídas -
Fase IX- Rua 78 abr/14 - mai/14 20 0 19 1 - - 16 3 17 acompanhamento dos imóveis
que ainda não se interligaram.
Em andamento. Existem 324
imóveis que ainda não foram
Fase X - Piratininga abr/14 - ago/14 1010 0 38 972 - - 30 8 1002
vistoriados, pois os moradores
não se encontravam em casa.
Vistorias concluídas -
Fase XI - Maravista ago/14 3784 - 3526 1442 151 1933 - - 96 55 2029 acompanhamento dos imóveis
que ainda não se interligaram.
Vistorias concluídas -
Fase XII - Jardim Fluminense dez/14 - 502 163 135 204 - - 133 2 337 acompanhamento dos imóveis
que ainda não se interligaram.
Projeto finalizado em
Fase XIII - Camboinhas jan/16 - set/16 1888 831 5 1052 - - 1 4 1053
setembro/2016.
171
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Total de
Nº Não
Ligados imóveis
Data de estimado Previsão de Não Não Sem Ligados
Fase Vistoriados Inacessíveis Ligados após Ligados Observações
Início de conclusão ligados Autorizado Esgoto após
INEA após CAN
imóveis INEA
e INEA
Projeto finalizado em
18/06/2015. Retorno da equipe
Fase XIV - Argeu Fazendinha jun/15 - jun/15 114 6 4 104 - - 4 0 108
em 18/07/2015 para
atualização
Projeto finalizado em
Fase XV - São Francisco set/15 - set/16 1775 676 61 1038 - - 49 12 1087
setembro/2016.
Vistorias concluídas -
Fase XVII - Rua Pilsen (Ofício 955/15-M) jun/15 - - 6 2 4 0 - - 0 4 0 acompanhamento dos imóveis
que ainda não se interligaram.
Fase XVIII - Cafubá - Extra (Retorno Fase continua em: Fase XXII -
set/16 - fev/17 805 - 11 794 - - 3 8 797
após obras PMN) Mutirão Cafubá
Projeto finalizado em
Fase XX - Itaipu fev/17 - set/17 3374 1415 9 1950 - - 0 9 1950
setembro/2017.
Fase XXI - Engenho do Mato out/17 - - 2996 1532 76 1388 - - 0 76 1388 FASE PAUSADA
Fase XXIII - Condomínio Boa Vista jun/18 - nov/18 543 176 1 366 0 0 - - - FASE FINALIZADA
Fase XXIV - Santo Antônio - Retorno jan/19 - - 1398 510 13 875 0 0 - - FASE EM ANDAMENTO
172
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Desde a criação do Projeto Se Liga, em 2013, um total de 22.363 imóveis já foram vistoriados, concessionária efetuaram o cadastro de moradores, ofereceram condições especiais de
segundo informações da Concessionária Águas de Niterói. Destaca-se que após as vistorias pagamento e regularizaram o cadastro dos clientes. Nas Figuras 178 e 179 alguns registros
da Águas de Niterói e fiscalização por parte do INEA, neste mesmo período, 13.466 imóveis do projeto.
foram ligados ao SES de Niterói.
Figura 178: Fiscalização no Projeto Comunidade Legal
O projeto, que foi criado por um grupo de analistas comerciais, tem como objetivo estreitar
cada vez mais a relação da Concessionária Águas de Niterói com os moradores das
comunidades, oferecendo todos os serviços comerciais disponibilizados pela empresa dentro
Fonte: Águas de Niterói, 2019
da própria comunidade.
181
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
de moradores. O coordenador de Comunidades, setor específico da concessionária para tratar 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
dos usuários que moram em comunidade, é o responsável por conduzir esses encontros, em
que são apresentadas ações e necessidades dos moradores e da empresa. A operação dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário é operado pela
Águas de Niterói, por meio de contrato de concessão datado de 1997, sendo que a assunção
dos serviços se deu apenas no ano de 1999. Segundo informações levantadas na visita
técnica, os investimentos ao longo deste período de 20 anos de concessão superam a marca
de 1 bilhão de reais.
182
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
A maior dificuldade verificada no presente diagnóstico é a realização de uma adequada gestão aglomerados subnormais. Sendo assim, muito há de ser feito para universalizar o acesso aos
comercial nas áreas de comunidades devido às questões de violência social, impossibilitando serviços de esgotamento sanitário no município de Niterói.
deste modo, a realização de cortes por falta de pagamento em muitas áreas, bem como a
instalação de hidrômetros, resultando em significativas perdas aparentes na distribuição de Ao todo são nove Estações de Tratamento de Esgoto implantadas, em operação ou aptas para
água. entrar em operação, dispostas entre as dez bacias de esgotamento sanitário, que por sua vez,
dividem o município de Niterói em dez subsistemas. Cada um dos sistemas, que compõe o
No que se refere a uma análise mais aprofundada das perdas, do histograma de consumo, da SES Niterói, opera de forma independente com as suas respectivas unidades operacionais
estrutura organizacional, do faturamento e arrecadação da prestação dos serviços, das lineares e não lineares.
despesas operacionais e de projetos existentes, esta não foi possível de ser realizada devido
à inexistência de resposta às informações solicitadas. Assim como disposto anteriormente, de uma forma geral, todas as unidades encontram-se em
um bom estado de conservação. Há instalado no SES de Niterói uma capacidade de
Já o Sistema de Esgotamento Sanitário do município de Niterói, assim como no caso do tratamento, considerando-se todas as ETEs, superior à vazão média tratada. Com base na
sistema de abastecimento de água, apresenta índices e indicadores muito positivos, a se visita técnica, a única ETE que se encontrava em estado de conservação um pouco mais
destacar a cobertura do atendimento dos serviços prestados, que segundo a Concessionária precário, é a ETE Mocanguê. Sendo ela, a menor unidade do sistema, e que atende
Águas de Niterói informa, é de aproximadamente 94%, isto considerando-se a coleta e o exclusivamente a Base Naval do Rio de Janeiro.
tratamento dos esgotos gerados no município.
No que tange à eficiência do tratamento dos esgotos coletados no município, destaca-se o alto
Um ponto importante a ser levado em consideração, é a utilização dos dispositivos de Tomada nível de redução da matéria orgânica. Ponto importante e que corrobora para o bom serviço
de Tempo Seco, para a coleta e o tratamento de águas pluviais contaminadas com esgoto prestado pela concessionária e que é refletido diretamente na balneabilidade das praias, bem
disposto irregularmente no sistema de drenagem do município. como nos indicadores de saúde apurados em Niterói.
Conforme apresentado, a utilização das TTS é uma alternativa paliativa que não funciona de A Concessionária Águas de Niterói possui uma logística operacional eficaz, dispondo de corpo
forma eficaz em dias de chuva. A solução definitiva, e mais adequada, seria a ampliação do funcional para a operação diária, bem como de manutenção preventiva e corretiva, além de
sistema separador absoluto já existente, captando os esgotos gerados diretamente das um corpo técnico capacitado. Destaca-se que não foi possível ter acesso a informações
residências, a se destacar as comunidades, e evitando, assim, que eles cheguem aos cursos institucionais atualizadas da Águas de Niterói, impossibilitando uma análise apurada da
d’água e canais de drenagem urbana, bem como na Baía de Guanabara. eficiência da operação e manutenção da concessionária, entretanto, os resultados positivos
ficaram evidentes.
Reitera-se que a implantação dos dispositivos de Tomada de Tempo Seco, em sua grande
maioria, localizados próximo às comunidades, não implica em uma cobertura do SES a estas
localidades, tampouco significa acesso ao saneamento a estas populações residentes em
183
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Ainda com relação aos dados fornecidos pela Águas de Niterói, percebeu-se em alguns itens
divergências de informações e indicadores. Observou-se que o cadastro técnico
disponibilizado pela concessionária se encontra, em parte, desatualizado.
184
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
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185
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
B – DIAGNÓSTICO TÉCNICO E OPERACIONAL DO SISTEMA DE DRENAGEM URBANA o saneamento básico e promover planos de desenvolvimento social, vejamos:
E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS
“Art. 21. Compete à união: IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais
de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social; XX -
1. ANÁLISE DO ARCABOUÇO LEGAL DO SISTEMA DE DRENAGEM URBANA E instituir diretrizes para
O presente estudo inicialmente tem como finalidade fazer a investigação e a colação da Ainda com relação aos dispositivos de proteção instituídos pela Carta Magna podemos
legislação do Município de Niterói, com a Constituição Federal de 1988, Legislações destacar a competência comum dos entes federativos para promover a melhoria das
Infraconstitucionais, Estaduais do Rio de Janeiro, concernentes ao Meio Ambiente e condições de saneamento básico, previsto no artigo 23, incisos VI e IX, a corroborar:
Saneamento básico em toda sua extensão municipal.
“Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios: VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em
Assim, considerando que a legislação ambiental prevê uma série de requisitos e qualquer de suas formas; IX - promover programas de construção de moradias
e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico; (...)”
especificações técnicas, para melhor esboçarmos o presente trabalho e descrever uma
conjuntura no âmbito do Município, faz-se necessário discorrer brevemente sobre a normativa Para se assegurar esse direito, o Poder Público através de todos os entes políticos, tem a
vigente no ordenamento jurídico concernente à proteção e à preservação do meio ambiente, incumbência de preservar e controlar a poluição em todas as suas formas. Sendo reconhecida
bem como às políticas ambientais, nas três esferas administrativas da Federação (União, pela Constituição Federal de 1988 a autonomia dos Municípios para legislarem sobre matérias
Estados e Distrito Federal e Municípios). de interesse local. Tal prerrogativa decorre do disposto no art. 30, inciso I, da Carta Magna
Federal, assim redigido:
“Art. 30. Compete aos Municípios: I - legislar sobre assuntos de interesse local;
ANÁLISE DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 (…)”
Através dessa prerrogativa, foi conferida aos municípios a competência e a legitimidade para
Os recursos ambientais ao longo dos tempos foram explorados pelo homem de forma
editarem normas de abrangência específica nas suas respectivas extensões territoriais.
desordenada, tornando o Meio Ambiente fonte de grande preocupação. A Carta Magna
Importante ressaltar, também, que Constituição Federal de 1988 regularizou a matéria
Federal representa um marco na legislação ambiental brasileira, sendo a primeira a tratar
ambiental, bem como concebeu o direito ao meio ambiente sadio como um direito fundamental
ostensivamente da questão ambiental, trazendo mecanismos para sua proteção e controle,
do indivíduo, instituindo a proteção do meio ambiente como princípio da ordem econômica,
sendo apontada por alguns como “Constituição Verde”, pois é a responsável pela elevação
no art. 170.
do meio ambiente à categoria dos bens protegidos pelo ordenamento jurídico.
“Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e
na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os
A Constituição de 1988 trouxe dispositivos que ressaltam a importância do serviço de
ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: VI - defesa do
saneamento básico, tais como a competência exclusiva da União para instituir diretrizes para meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o
impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração
186
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
e prestação; (...)” constitucional, cabendo não só ao Poder Público, mas também à coletividade, fiscalizar e
fazer valer os preceitos previstos na Carta Magna Federal.
Assim, podemos firmar que conforme preconizado por nossa Constituição o serviço público
de saneamento básico deve ser impreterivelmente disponibilizado pelo Estado a todos os
Conclui-se, portanto, que a preocupação de preservar e proteger o Meio Ambiente não é de
brasileiros, em respeito ao princípio da dignidade da pessoa humana.
Desta forma, cabe ao poder público e a coletividade preservar o Meio Ambiente, conforme hoje, pois está há muito tempo presente no nosso ordenamento jurídico, cabendo a cada
unidade e esfera da federação “fazer a sua parte”, dentro do exercício de suas respectivas
muito bem preconizado nos termos do artigo 225, da Constituição Federal de 1988, in verbis:
competências.
“Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações. § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO FEDERAL INFRACONSTITUCIONAL
incumbe ao Poder Público: - preservar e restaurar os processos ecológicos
essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; -
preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e
fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material Feitas as considerações com relação ao previsto na Constituição Federal consoante às
genético; - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e questões ambientais, satisfaz apresentar nesse momento a legislação infraconstitucional
seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a
supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que sobre o referido assunto, em destaque aquelas que objetivaram o presente estudo.
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; exigir,
na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora
de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto É consabido que o saneamento básico é o conjunto de medidas que visa preservar ou
ambiental, a que se dará publicidade; - controlar a produção, a comercialização
e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a modificar as condições do meio ambiente com a finalidade de prevenir doenças e promover
vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; - promover a educação ambiental
a saúde, buscando melhorar a qualidade de vida da população, à produtividade do indivíduo
em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação
do meio ambiente; - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as e facilitar a atividade econômica.
práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção
de espécies ou submetam os animais a crueldade. § 2º Aquele que explorar
recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de No Brasil, o saneamento básico é um direito assegurado pela Constituição conforme já
acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma
da lei. § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente narrado anteriormente, e definido pela Lei nº. 11.445/2007, considerada o marco regulatório
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e
administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos do saneamento básico.
causados.§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do
Mar, o Pantanal Mato- Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional,
e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem Com o advento da Lei 11.445/2007, atualizou-se no âmbito legislativo, a política pública de
a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos
naturais. § 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos saneamento básico brasileiro, dentre as principais características da referida legislação
Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas destaca-se a definição sobre os serviços que integram o conceito de saneamento básico, de
naturais. § 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua
localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.” acordo com o art. 3º da Lei nº 11.445/2007, tais serviços consistem em abastecimento de
água, o esgotamento sanitário, o manejo de resíduos sólidos e o manejo de águas pluviais
Diante do exposto, resta cristalino que a preservação do Meio Ambiente é de natureza (alterações trazidas pela lei nº 13.308/2016).
187
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
tanto é necessária ampla divulgação das propostas dos planos e dos estudos que as
Em menção, ainda, no artigo 3º, da Lei nº 11.445, de 2007, esse apresenta em seus incisos fundamentem, inclusive com a realização de audiências ou consultas públicas (artigo 19, §
algumas definições que já demonstram o intuito da lei em universalizar os serviços e atender 5º).
da melhor maneira possível às populações e localidades de baixa renda, tais como os Com relação à revisão do PMSB esse deve ser revisto periodicamente, em prazo não superior
conceitos de: gestão associada; universalização; controle social; e subsídios. a 4 (quatro) anos e anteriormente à elaboração do Plano Plurianual (artigo 19, § 4º).
Outra importante mudança trazida pela Lei 11.445/2007 é com relação ao prazo para No que tange os contratos de concessão dos serviços públicos de saneamento, deve ser
formulação de plano de saneamento básico sendo que a partir de 31 de dezembro de 2019, observado o conteúdo dos planos (artigo 11, inciso I), bem como se utilizar desse para balizar
somente estarão aptos a receber recursos para saneamento da União e de entidades da as estratégias de investimentos e os projetos relativos ao contrato (artigo 11, §1o). O plano
administração pública federal, aqueles municípios que tiverem, dentre outros requisitos, contemplará, no mínimo, o diagnóstico da situação do saneamento básico em sua área de
elaborado os seus respectivos Planos Municipais de Saneamento Básico (art. 1º do Decreto abrangência; os objetivos e metas de curto, médio e longo prazos, que levarão à
Federal nº 9.254, de 21 de março de 2017, que prorrogou o prazo fixado no § 2º do art. 26 do universalização dos serviços; quais são os programas, projetos e ações indispensáveis ao
Decreto Federal nº 7.217/10). atendimento dos objetivos; atitudes que deverão ser adotadas em casos de emergências ou
contingências; e procedimentos para avaliação e monitoramento dos trabalhos realizados
Busca-se, com essa mudança, tornar-se um referencial para a obtenção do financiamento durante a execução do plano, tudo conforme exige o artigo 19, e seus incisos, da Lei
e valorizar o bom uso dos recursos públicos, através do planejamento e controle social. Sem 11.445/2007.
dúvida nenhuma uma das maiores inovações desse Diploma Legal e do Decreto que a
regulamentou, consiste na obrigação dos titulares dos serviços, no caso os Municípios, Ainda, deve o plano discorrer sobre o financiamento de suas ações, indicando as possíveis
elaborarem os seus respectivos Planos de Saneamento Básico (art. 9o, inciso I, da Lei nº fontes de financiamento (artigo 19, inciso III).
11.445/2007).
Além do planejamento, a Lei nº 11.445/2007 também criou mecanismos de controle social,
inserindo representantes da sociedade civil, dos prestadores dos serviços e do próprio Poder
O Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB é um instrumento de planejamento que
Público em órgãos colegiados, tendo como objetivo, dentre outros, o cumprimento e o
auxilia os municípios a identificar os problemas do setor, diagnosticar demandas de expansão
acompanhamento das metas estabelecidas no respectivo Plano de Saneamento Básico.
e melhoria dos serviços, estudar alternativas de solução, bem como estabelecer e equacionar
objetivos, metas e investimentos necessários, com vistas a universalizar o acesso da
população ao saneamento básico. A necessidade de agência reguladora para exercer a normatização dos serviços de
saneamento também constitui importante inovação trazida pela Lei Federal em exame (art.
No que diz respeito ao planejamento do PMSB, esse deve ser elaborado com base em 21 e seguintes). É dever da entidade reguladora e fiscalizadora dos serviços a verificação do
estudos fornecidos pelos prestadores de cada serviço (artigo 19, § 1o). A elaboração deve cumprimento dos planos de saneamento por parte dos seus prestadores (artigo 20, parágrafo
contar com participação da sociedade (artigo 3º, inciso IV, e artigo 11, § 2o, inciso V), para único).
188
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Veja-se que a atividade regulatória é competência do titular do serviço, que pode proceder bem como, segundo a qual há que se assegurar a “manutenção do equilíbrio ecológico,
sua delegação, porém, não obstante quem seja o ente regulador, deverá editar normas considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente
relativas às dimensões técnica, econômica e social de prestação dos serviços (artigo 23, da assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo”, nos termos do art. 2º, inciso I, da
Lei 11.445/2007), abrangendo, entre outros aspectos, as metas progressivas de expansão e referida norma.
de qualidade dos serviços e os respectivos prazos (inciso III); e subsídios tarifários e não
tarifários (inciso IX). A Lei nº 9.605/98, na sua qualidade de norma infraconstitucional, merece ser destacada, visto
que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades
A presente legislação assegura aos usuários de serviços púbicos de saneamento básico lesivas ao meio ambiente.
amplo acesso sobre os serviços fornecidos, direitos e deveres, acessos ao manual do usuário
elaborado pelo prestador de serviços, bem como acesso ao relatório periódico sobre a Merece também destaque a Lei 9.433/97, que instituiu a Política Nacional de Recursos
qualidade da prestação dos serviços (art. 27, inciso I, II, III e IV, da Lei 11.445/2007). Hídricos, e regulamentou o inciso XIX, do artigo 21, da Constituição Federal de 1988,
determinando que a união deve instituir um sistema de gerenciamento de recursos hídricos,
O serviço público de saneamento terá a sustentabilidade econômico-financeira assegurada, bem como definir critérios de outorga de seu uso.
sempre que possível, mediante remuneração pela cobrança dos serviços de abastecimento
de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e Considerando que no Brasil a maioria das cidades sofre com problemas de alagamentos,
drenagem e manejo das águas pluviais (art. 29, inciso I, II, III, da Lei 11.445/2007). No tocante muito deles causados pela falta de um sistema de drenagem urbana eficiente, a legislação
aos reajustes das tarifas, essas poderão ser realizadas observando-se o intervalo mínimo de federal, mais uma vez preocupada com o bem estar social, sancionou a Lei nº 13.308/2016,
12 (doze) meses, de acordo com as normas legais, regulamentares e contratuais (art. 37, da que por sua vez também fez alterações na Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007,
Lei 11.445/2007). estabelecendo diretrizes nacionais para o saneamento básico, determinando a manutenção
preventiva das redes de drenagem pluvial.
Sem dúvidas o maior desafio do aludido diploma legal é o acesso de todos os brasileiros ao
saneamento básico, ou seja, a globalização do atendimento, com o consistente propósito de A aludida legislação trouxe mudanças no que concerne aos princípios fundamentais de
estabelecer os marcos referenciais às três esferas da federação com vistas a universalizar o acesso ao Serviço básico, trazendo em especial mudança à disponibilidade e integralidade
acesso, com uma prestação racionalizada e preocupada com o meio ambiente. de serviços de drenagem e manejo das águas pluviais, limpeza e fiscalização preventiva das
respectivas redes (artigo2º, inciso IV, da Lei nº 13.308/2016).
Ainda nesse contexto, quanto à legislação infraconstitucional, em 31 de agosto de 1981, foi
publicada a Lei nº 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, que tem Outra alteração trazida na Lei nº 13.308/2016 foi a definição de drenagem urbana, sendo
como objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, considerada o conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de drenagem
visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses urbana de águas pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de
da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana (art. 2º, da Lei 6.938/81), vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas
189
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
urbanas (artigo 3º, inciso I, alínea “d”, da Lei nº 13.308/2016). para licitações e contratos da Administração Pública e deu outras providências. A legislação
em ênfase trouxe em seu bojo preceitos legais pertinentes ao procedimento licitatório
Entre as alterações trazidas pela lei nº 13.308/2016, podemos destacar a mudança do artigo obrigatório e anterior a aquisição de bens ou serviço por parte do poder público. Importante
52 da Lei 11.445/2007, que trouxe nova redação no tocante ao Plano Nacional de Saneamento destacar aqui que há casos em que a legislação prevê a dispensa ou a inexigibilidade de
básico que deverá abranger abastecimento de água, o esgotamento sanitário, o manejo de licitação (§2º, do artigo 54 da Lei nº 8.666/1993). Essa inviabilidade pode ser tanto pela
resíduos sólidos e o manejo de águas pluviais. exclusividade do objeto a ser contratado, como pela falta de empresas concorrentes (art. 25,
da Lei nº 8.666/1993).
ANÁLISE DE LEGISLAÇÕES FEDERAIS ESPARSAS Estão subordinados à Lei nº 8.666/1993, os órgãos da administração direta, os fundos
especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de
Não se pode deixar de citar a Lei nº 12.187, de 29 de dezembro de 2009, que instituiu a economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados,
Política Nacional sobre Mudança do Clima – PNMC. Essa Lei trouxe no seu bojo mecanismos Distrito Federal e Municípios (Parágrafo único, do artigo 1ª, da Lei 8.666/1993).
dedicados à redução de gases poluentes e à contenção do efeito estufa, impactando
positivamente nas políticas ambientais. Com relação aos contratos administrativos, esses devem obedecer às normas de direito
público sendo- lhes imprescindíveis cláusulas que estabeleçam o objeto e seus elementos
A Lei nº 6.938/1981 foi responsável pela criação do Conselho Nacional do Meio Ambiente - característicos, o fornecimento e a forma de execução, valores, prazos, forma de pagamento,
CONAMA, órgão colegiado brasileiro responsável pela adoção de medidas de natureza crédito pelo qual correrá a despesa, garantias para assegurar a efetivação, direitos e
consultiva e deliberativa acerca do Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA, um obrigações das partes, bem como aplicação de penalidade, se necessário. O contrato deverá
modelo descentralizado de gestão ambiental, criando uma rede articulada de organizações mencionar, igualmente, os casos de rescisão, o reconhecimento dos direitos da Administração
nos diferentes âmbitos da federação, constituído pelos órgãos e entidades na União, dos e demais requisitos elencados no artigo 55 e incisos da Lei nº 8.666/1993, sendo-lhes
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios responsáveis pela proteção ambiental. aplicados os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado.
Constituem parte do arcabouço jurídico federal, outrossim, a Lei 10.257/2001, que instituiu o Os contratos necessitam determinar com clareza e precisão as condições para sua execução,
Estatuto das cidades, regulamentando os artigos 182 e 183 da Constituição de 1988; Lei exteriorizadas em cláusulas que definam os direitos, obrigações e responsabilidades das
Federal nº 9795, de 27 de abril de 1999, que dispõe sobre a educação ambiental, institui a partes, devendo estar vinculados com as condições da licitação (§ 2º, do artigo 55, da Lei nº
Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências; Lei nº 12651, de 25 de 8.666/1993).
maio de 2012, que instituiu o Código Florestal Brasileiro.
Com relação à celebração do contrato pela Administração Pública com pessoas físicas ou
Outra respeitável lei que merece destaque na legislação infraconstitucional é a Lei nº jurídicas domiciliadas fora do país, deverá constar imperiosamente cláusula que declare
8.666/1993 que regulou o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, e estatuiu diretrizes competente o foro da sede da Administração para dirimir qualquer questão contratual (art. 55,
190
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
§ 2º, da Lei 8.666/1993), exceto nos casos da exceção do art. 32, §6º, da Lei nº 8.666/1993. Já com a promulgação da Constituição Estadual do Rio de Janeiro (CERJ), em 5 de outubro
de 1989, o artigo 8º, da carta magna Estadual prevê o dever do Estado de garantir as funções
No que diz respeito à inexecução total ou parcial do contrato a legislação em vigor (Lei nº sociais, assegurando qualidade de vida e garantindo à todos, além de acesso à saúde,
8.666/1993) prevê a rescisão, bem como a aplicação das penalidades previstas no contrato educação, moradia, transporte, o acesso ao saneamento básico.
(art. 77, da Lei nº 8.666/1993). As causas que geram anulação contratual estão dispostas no
artigo 78 e incisos seguintes da Lei nº 8.666/1993, podendo ocorrer em razão de ato unilateral Dentro das garantias acima descritas, a Carta Magna Estadual exterioriza a competência do
e escrito da Administração, de forma amigável ou ainda entabulado entre as partes e por ação Estado, União e Municípios como curadores do Meio Ambiente, sendo obrigação dos entes
judicial, nos termos do artigo 79, incisos I, II, III, da Lei nº 8.666/1993). da federação combater a poluição, assim como promover programas de construção de
moradias e assegurar a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico (art.
Com efeito, observa-se que no âmbito federal existem diversos instrumentos legislativos 73, inciso IX, da CERJ).
direcionados à proteção do meio ambiente, sem prejuízo de que os demais entes federados
(estados, municípios e Distrito Federal), compulsoriamente ou não, elaborem as suas Em relação à política urbana, fruto e objeto da presente análise, esta cumpre atender ao
políticas ambientais próprias, através de planejamento específico e da edição de normas de pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade com vistas a garantir e melhorar a
abrangência local. qualidade de vida de seus habitantes (art. 229, caput, da CERJ). A função social é direito de
todo cidadão, conforme já mencionado alhures, dentre elas destacamos o direito ao
saneamento básico, abastecimento, água potável, coleta de lixo, drenagem das vias de
LEGISLAÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO circulação (art. 229, §1º, da CERJ). O direito de construção deverá ser submetido aos
Municípios, obedecendo à Lei orgânica municipal e ao plano diretor (art. 229, §3º, da CERJ).
O Estado do Rio de Janeiro, exercendo seus privilégios quanto ente federado, publicou
legislações específicas visando executar instrumentos de preservação ambiental no âmbito No tocante ao direito de moradia, garantia fundamental prevista na Carta Magna Federal,
do seu território. bem como na Constituição do Estado do Rio de Janeiro, incumbe ao Estado e aos Municípios
a promoção e execução de programas de construção de moradias populares e a garantia de
Visando a proteção do Meio Ambiente e antes mesmo do Estado sancionar própria condições habitacionais e infraestrutura urbana, em especial as de saneamento básico,
Constituição Estadual, em 03 de outubro de 1988, foi publicada a Lei nº 1.356, que escola pública, posto de saúde e transporte (art. 329, da CERJ).
normatizou os procedimentos vinculados à elaboração, análise e aprovação dos estudos de
impacto ambiental. Tal legislação formalizou a indispensabilidade da elaboração de Estudos A Constituição Estadual trouxe também em seu arcabouço legal informações significativas
de Impacto Ambiental e do respectivo Relatório de Impacto Ambiental – RIMA, em casos de relacionadas à forma de lançamentos finais de esgotos sanitários (sistemas públicos e
instalações e/ou atividades de oleodutos, gasodutos, minerodutos e emissários submarinos particulares), que deverão ser antecedidos de tratamento primário completo, de acordo com
de esgotos sanitários ou industriais; (art. 1º, inciso V, da Lei nº 1.356/1988). a legislação em vigor (art. 277, caput, da CERJ). O aludido artigo foi regido pela Lei nº
2.661/1996, no qual estabeleceu a exigência de níveis mínimos de tratamento de esgotos
191
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
sanitários, antes de seu lançamento em corpos d’água. Define-se como tratamento primário e lacustres, bem como a manutenção dos mananciais hídricos. O objetivo da lei é, a proteção
a separação e a remoção de sólidos em suspensão, tanto sedimentáveis, quanto flutuantes, lagos e cursos d’água, bem como das terras marginais às coleções de água do domínio
seguida de seu processamento e disposição adequada. estadual, tendo por finalidade o estabelecimento de normas de proteção, conservação e
fiscalização dos lagos, estuários, canais e cursos d’água sob jurisdição estadual, visando à
No mesmo sentido, é vedada a implantação de sistemas de coleta conjunta de águas pluviais preservação do ecossistema e da utilização racional dos recursos naturais do Estado (art. 2º,
e esgotos domésticos ou industriais. (§ 1º, do art. 277, da CERJ), bem como é absolutamente da Lei 650/1983). Tais objetivos caracterizam o conjunto de orientações administrativas e
proibida a criação de aterros sanitários à margem de rios, lagos, lagoas, manguezais e técnicas destinadas a fixar a ação governamental sobre as interferências dos diversos
mananciais (§ 2º, do art. 277, da CERJ). processamentos urbanos e rurais de ocupação da terra; no controle de erosão e do
transporte de sólidos nos cursos de água, lagoas e suas bacias, estuários e águas costeiras
O Governo do Estado do Rio de Janeiro, preocupado com a proteção ao Meio Ambiente, em intervenientes; a conservação dos rios, canais, galerias, lagos e lagoas e seus estuários; na
17 de setembro de 1997, promulgou a Lei nº 2.794, que regularizou sobre aterros sanitários política de conservação da água na natureza, envolvendo a proteção dos mananciais de água
ficando a cargo do Poder Executivo a criação de Grupo de Trabalho com o intuito de superficial e de água subterrânea (art. 4º, incisos I, II, III e IV, da Lei 650/1983).
implementar as mudanças dos aterros sanitários, atualmente existentes para áreas situadas
à distância de, no mínimo, 15 (quinze) quilômetros da cabeceira das pistas dos aeroportos São instrumentos de controle do sistema de proteção dos lagos e cursos d’água o projeto de
em todo o Estado do Rio de Janeiro (art. 1º, da Lei nº 2.794/1997). realinhamento de Rio, de orla de lago e a faixa marginal de proteção (art.3º, da Lei nº
650/1983).
Ante todo o exposto, verifica-se que na análise da legislação Estadual o Estado do Rio de
Janeiro está em conformidade com a Política de Proteção ambiental, resguardados tanto pela Outra importante medida adotada pelo governo estadual foi a Lei nº 5.101, de 04 de outubro
Constituição Federal de 1988, quanto na própria Constituição Estadual do Rio de Janeiro, e, de 2007, que concebeu o Instituto Estadual do Ambiente – INEA, visando uma melhor
em especial consonância com a legislação federal 11.445/2007, considerada o marco eficiência na execução das políticas Estaduais com relação Meio Ambiente, recursos hídricos
regulatório do saneamento básico. e florestais, ficando submetido (INEA) ao regime autárquico especial vinculado à Secretaria
de Estado do Ambiente. Mencionada lei teve alterações efetuadas pela Lei 7.511, de 10 de
A evolução urbana no Brasil tem gerado influência significativa nos recursos hídricos. Para janeiro de 2017.
controle desse impacto, é necessário desenvolver políticas públicas planejando o
desenvolvimento aliado com as condições ambientais das cidades. O gerenciamento da No que diz respeito ao combate à poluição e à preservação do meio ambiente merece realce
drenagem urbana é realizado por meio dos chamados Planos Diretores de Urbanização ou o Plano Diretor do Estado do Rio de Janeiro, que foi decretado pela Lei 5.192/2008. O Plano
de Uso do Solo Urbano. Diretor de que trata o caput deste artigo deverá ser elaborado, pelo Governo do Estado,
através de entidade coordenadora, constituindo, inclusive, uma Comissão que inclua,
Com base nisso, o Governo Estadual do Rio de Janeiro sancionou no dia 11 de janeiro de obrigatoriamente, representantes de todos os municípios que integram a Região
1983 a Lei nº 650, que consolidou a Política Estadual de defesa e proteção das bacias fluviais Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro (Parágrafo único, da Lei 5.192/2008).
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Importante ressaltar, no tocante ao plano diretor, esse necessitará dispor de projeções de Na mesma senda foi promulgada a Lei nº 7.549, de 06 de abril de 2017, que elaborou
crescimento populacional, identificação e o incremento das demandas por investimentos e princípios, fundamentos e normas para a educação, o desenvolvimento de capacidades, a
serviços para uma década, proposição de políticas e instruções que orientem a viabilização mobilização social e a informação para a gestão integrada de recursos hídricos no sistema
do atendimento às mesmas (art. 2º, da lei nº 5.192/2008). estadual de gerenciamento.
Outro importante aspecto que deverá tratado no Plano Diretor Estadual é pertinente às Ficam estabelecidos os princípios, fundamentos e diretrizes para a criação, a todos os entes
questões ambientais; de uso do solo; saneamento ambiental, estando incluso a captação, do Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos - SIEGREH, em conformidade
tratamento, transporte e distribuição de água, coleta, tratamento e disposição final de esgoto com a Política Nacional de Educação Ambiental (Lei nº 9.795, 27 de abril de 1999), a Política
sanitário e resíduos sólidos; drenagem (macro e meso); urbanização, recursos hídricos, Estadual de Educação Ambiental (Lei nº 3.325, de 17 de dezembro de 1999) e a Resolução
dentre outros. (art. 3º, incisos de I ao XIII, da Lei nº 5.192/2008). 98, de 26 de março de 2009, do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (art. 1º, da Lei nº
7.549/2017). Compreende-se por Gestão Integrada de Recursos Hídricos - GIRH - a gestão
O Estado Fluminense, com ênfase na Política Pública de Recursos Hídricos, aprovou em 20 em que todos os usos da água são considerados interdependentes, sob o enfoque
de setembro de 2002, a Lei 3.970, destinada a estabelecer medidas a serem adotadas na ecossistêmico e da sustentabilidade (art. 2º, inciso II, da Lei nº 7.549/2017).
prevenção e combate às inundações, sendo dever do Estado promover campanhas que
promovam esclarecimentos quanto ao lixo, por ser umas das causas das inundações e que O Estado do Rio de Janeiro, em 02 de agosto de 1999, publicou a Lei nº 3.239, instituindo a
consequentemente geram problemas de caráter sanitários e epidemiológicos. Política Estadual de Recursos Hídricos, criando o sistema de gerenciamento, bem como
regulamentou o artigo 261, parágrafo 1º, inciso VI, da Constituição Estadual e deu outras
Referidas campanhas devem desencorajar o comportamento de jogar lixos nas ruas e de não providências.
acumular entulho nas margens dos córregos e rios ou próximo a bueiros (Art. 1º, da Lei nº
3.970/2002). É dever do Governo do Estado, juntamente com o apoio das repartições É objetivo da Política Estadual de Recursos Hídricos, a harmonização entre os múltiplos e
estatais, implementar nas escolas e universidades, a semana de combate às inundações (art. competitivos usos da água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos,
2ª e Parágrafo único da Lei nº 3.970/2002). priorizando o fornecimento à população; promover a precaução e a tutela contra eventos
hidrológicos críticos; Propiciar a articulação entre União, Estados vizinhos, Municípios,
Em igual teor, o artigo 3º, da Legislação em comento informa que o Governo do Estado usuários e sociedade civil organizada, visando à integração de esforços para soluções
poderá firmar alianças com as diversas Prefeituras, com o propósito de elaborar programas regionais de proteção, conservação e recuperação dos corpos de água; recuperação e
de incentivos à criação de Brigadas Voluntárias, para a limpeza das ruas e distribuição de preservação do ecossistema aquático, assim como a despoluição dos corpos hídricos e
propaganda de educação ambiental, bem como atendimento aos desabrigados atingidos aquíferos (art. 3º, incisos I ao VI, da Lei 3.239/1999).
pelas enchentes (art. 3º, da lei nº 3.970/2002). Outra importante medida trazida pela
legislação supra no artigo 5º, atenta a questão de diagnósticos prévios, com a finalidade de O artigo 5º, da Lei nº 3.239/1999, evidenciou os instrumentos da Política Estadual de
controle e prevenção das inundações, aliados com a elaboração de projeto de drenagem. Recursos Hídricos, dos quais podemos destacar o Plano Estadual de Recursos Hídricos -
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
PERHI, que deverá ser atualizado no máximo a cada 4 (quatro) anos, de forma a orientar a legislação visam fortalecer os benefícios dos investimentos públicos na área de saneamento,
elaboração e a implementação da Política Estadual de Recursos Hídricos, tal como o aprimorando os recursos, assim como fomentando o engajamento da comunidade no tocante
gerenciamento dos mesmos (art. 8º, da Lei nº 3.239/1999). A Lei que estabelecer o Plano a conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente, disseminando informações,
Plurianual deverá levar em consideração o PERHI. Entre as diretrizes da Política Estadual conhecimentos e práticas sustentáveis que perpetuarão os benefícios implantados, de forma
de Recursos Hídricos, precisamos evidenciar o controle das cheias, a prevenção das a garantir maiores níveis de eficiência e eficácia dos serviços públicos decorrentes das
inundações, a drenagem e a correta utilização das várzeas (art. 4º, inciso VII, da Lei nº intervenções realizadas (art.3º, incisos I, II e III, da Lei nº 5.032/2007).
3.239/1999).
Outra legislação aprovada no âmbito do Estado Fluminense de notável relevância foi a Lei nº
No tocante ao gerenciamento de Recursos Hídricos, fica facultado ao Poder Executivo 4.556/2005, que normatizou sobre o funcionamento da agência reguladora de energia e
instituí-lo, de forma a coordenar as gestões integradas das águas, resolver conflitos, executar saneamento básico – ANGERSA, que foi instituída sob forma de autarquia especial, com
a PERHI, promover a cobrança pelo uso, tal como, planejar, regular o uso, preservação e personalidade jurídica de direito público e plena autonomia administrativa, técnica e
recuperação (Art. 42, incisos I, II, III e IV, da Lei 3.239/1999). financeira (art. 1º, da Lei 4.556/2005) e tem finalidade exercer o poder de regulação e
fiscalização das concessões e permissões de serviços públicos, estando em plena
A Política Pública de Recursos Hídricos, também foi tratada na Lei 5.639, de 06 de janeiro consonância com a Legislação Federal 11.445/2007, no que diz respeito a criação de
de 2010, estruturando os contratos de gestão entre o órgão gestor e executor da Política agências reguladoras.
Estadual de Recursos Hídricos e entidades delegatárias.
No que fiz respeito às áreas de preservação especial, a norma regularizadora nº 784, de 05
No que concerne às Políticas Públicas de Recursos Hídricos, o Estado do Rio de Janeiro, de outubro de 1984, estabeleceu normas para os projetos de parcelamento do solo para fins
publicou no diário oficial do dia 15 de junho de 2018 a Lei 7.987, cujo objetivo é estabelecer urbanos, a serem aprovados pelos Municípios, estão sujeitos à anuência prévia do Estado.
o uso eficiente da água nos estaleiros, sendo obrigatório o reaproveitamento da água usada Para aprovação, o projeto deve seguir as diretrizes de respeito à vegetação de preservação
nos serviços prestados de reparos e manutenção em navios pelos estaleiros (art. 1º, da Lei permanente; configuração do terreno e manutenção dos lagos, lagoas, lagunas e cursos de
nº 7.987/2018), sendo indispensável a reutilização das águas devendo ser instalados tanques água (Parágrafo único, inciso I, II, e III, da Lei nº 784/1984).
para captação e o armazenamento da água de chuva coletada (parágrafo 1º, do art. 2º, da
Lei 7.987/2018). Os estaleiros terão o prazo de 02 (dois) anos para adaptar-se a nova lei (art. Verifica-se, ainda, no corpo das legislações editadas pelo Estado de Rio de Janeiro a Lei nº
3º, da Lei 7.987/2018). 7.463 de 2016, que regimentou medidas para armazenamento de águas provenientes da
chuva, assim como das chamadas águas cinza, aquelas provenientes dos chuveiros,
A Lei nº 5.032/2007 tornou obrigatório o acompanhamento social e a educação ambiental e banheiras, lavatórios, tanques e máquinas de lavar roupa, sendo devido às edificações
sanitária nas intervenções de saneamento com a implantação ou ampliação de redes de água públicas ou privadas que tenham área impermeabilizada (telhado e chão) superior a
e de sistemas de coleta, tratamento e disposição final de esgotamento sanitário e o destino quinhentos metros quadrados, possuírem reservatório bem como realizar a reciclagem de
final do resíduo sólido (lixo) (art. 1º e parágrafo único, da Lei 5.032/2007). Os objetivos da água (art. 1º, da Lei nº 7.463/2016).
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
O Governo Estadual elaborou em 2018, a Lei 8.139, que tratou sobre o uso prioritário de Sobrepujadas as legislações pertinentes à proteção do Meio Ambiente, educação ambiental
agregados reciclados em obras e serviços de engenharia executados pelo estado de Rio de e saneamento básico no âmbito da Constituição Federal, Legislação Federal
Janeiro, executados direta ou indiretamente pela administração pública, tendo que utilizar, infraconstitucional e as Leis Estaduais do Rio de Janeiro, será objeto da análise o exame da
preferencialmente, agregados reciclados, formado de material granular proveniente do legislação do município de Niterói.
beneficiamento de resíduos de construção ou demolição de obras civis, encontrando-se a
aludida legislação em equilíbrio com as Políticas Públicas Federais e Estaduais de Resíduos A Lei municipal nº 909/1991, estabeleceu em seu bojo orientações para o tratamento, a coleta
Sólidos. e a disposição de esgotos, com vistas ao controle de poluição das águas interiores,
superficiais e subterrâneas, bem como das águas costeiras, nos limites da competência do
Em razão das graves modificações relacionadas às questões ambientais, os recursos órgão municipal de proteção ambiental (art. 1º, da Lei nº 909/1991). Dentre os principais
hídricos tornaram-se tema central em diversos setores da sociedade, e, por se tratar de objetivos destacados pela referida legislação, podemos ressaltar a finalidade de restringir,
recurso essencial à vida, muitas políticas públicas foram sancionadas com o intuito de criar paulatinamente, as cargas de esgotos lançados nos corpos d`água, direta ou indiretamente
mecanismos de prevenção, banindo práticas ilegais, poluentes e que atinjam diretamente o (art. 2º, inciso V, da Lei nº 909/1991).
lençol freático.
A lei municipal utiliza como instrumento de controle de poluição das águas, no que concerne
Nesse sentido o Estado do Rio de Janeiro decretou a Lei nº 5.541, de 17 de janeiro de 2009, ao tratamento, à coleta e a disposição de esgotos sanitários, o licenciamento e a fiscalização
e, em seu artigo 1º regulamentou o descarte de óleo lubrificante, que após usado deverá ser dos sistemas individuais e coletivos de tratamento, assim como a coleta e disposição dos
recolhido, coletado e dado destinação final adequada, ficando vedado o descarte em solos, esgotos de todas as edificações do Município. (art. 3º, inciso I e II da Lei nº 909/1991). Quem
subsolos, em águas superficiais ou subterrâneas, no mar territorial, nos sistemas de estiver em desacordo com a legislação municipal Lei nº 909/1991, está sujeito a aplicação de
drenagem, nos sistemas de esgotos, nas galerias de águas pluviais ou evacuação de águas penalidade (art. 3º, inciso III da Lei nº 909/1991).
residuais (Parágrafo 2º, da Lei n 5.541/2009).
No que diz respeito ao combate à poluição e à preservação do meio ambiente por parte da
Percebe-se que o Estado do Rio de Janeiro possui uma extensa legislação no que diz municipalidade, merecem realce o Plano Diretor (Lei nº 1.157/92, de 31/12/1992), que foi
respeito à Drenagem Urbana, contudo, muito se tem a evoluir ainda, pois para obtenção de modificado pela Lei nº 2.123 de 04 de fevereiro de 2004 e recentemente alterado pela Lei
desenvolvimento urbano sustentável, além da criação de Políticas Púbicas, deve se ter em 3.385/2019, que destacou em seu artigo 134, sobre o sistema de saneamento básico.
conjunto a realização de ações de gerenciamento que integrem soluções, juntamente com a
presença da população, conforme vimos nas legislações acima referidas. São princípios do Sistema de Saneamento Ambiental:
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
ambiente; III – adoção de métodos, técnicas e processos que considerem as de águas pluviais, contribuindo para a recuperação de rios, córregos e outros (Art. 147, inciso
peculiaridades locais; IV – articulação com as políticas de desenvolvimento VII, da lei nº 3.385/2019).
urbano e regional, de habitação, de proteção ambiental, de promoção da saúde
e outras de relevante interesse social voltadas para a melhoria da qualidade
Com relação às legislações com fito de proteção do ecossistema trazidas pela cidade de
de vida; V – eficiência e sustentabilidade econômica; VI – utilização de
Niterói, destacamos a Lei 2.630/2009, que disciplinou os procedimentos relativos ao
tecnologias sustentáveis considerando a elevação do nível do mar por meio de
armazenamento de águas pluviais para reaproveitamento e retardo da descarga na rede
soluções graduais e progressivas; VII – segurança, qualidade e regularidade;
pública.
VIII – integração das infraestruturas e serviços com a gestão eficiente dos
recursos hídricos; IX – adoção de medidas de fomento à moderação do
consumo de água”. Quanto ao saneamento básico propriamente dito, certamente, um dos maiores avanços é a
instituição do Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB.
O Artigo 135 do Plano Diretor do Município de Niterói trouxe itens do saneamento ambiental,
Com a aprovação do PMSB o Município de Niterói estará em conformidade com os ditames
referenciando o abastecimento público de água potável, a coleta, afastamento, tratamento e
da Lei Federal nº 11.445/2007, vez que possuirá planejamento para universalizar, nos
disposição final adequados dos esgotos sanitários, o manejo das águas pluviais, a coleta,
próximos anos, os serviços de abastecimento de água, tratamento de esgoto sanitário,
inclusive a coleta seletiva, o transporte, o transbordo, o tratamento e a destinação final dos
drenagem e manejo de resíduos e limpeza urbana, bem como estará apto a receber recursos
resíduos domiciliares, assim como a hierarquia de não geração, redução, reutilização e
da União e de entidades da administração pública federal, destinados ao saneamento,
reciclagem.
recursos estes que, após 31 de dezembro de 2019, somente serão repassados àqueles
municípios que tiverem concluído e aprovado os seus respectivos Planos Municipais de
Consta também no Plano Diretor da Municipalidade de Niterói, a criação pelo poder Executivo
Saneamento Básico (art. 1º do Decreto Federal nº 9.254, de 21 de março de 2017, que
de Projeto de Lei contendo o Plano de Saneamento Ambiental Integrado, com objetivos e
prorrogou o prazo fixado no § 2º do art. 26 do Decreto Federal nº 7.217/10).
metas de curto, médio e longo prazo, para implantar soluções sustentáveis de coleta e
tratamento de esgoto em comunidades com ocupação precária, da mesma maneira que a
universalização do acesso aos serviços de saneamento (art. 139, inciso V e Parágrafo único No tocante às especificações trazidas pela Le Federal nº 11.445/2007, observa-se que o
inciso II, da Lei nº 3.385/2019). Menciona-se, ainda, que o artigo 145, dispõe sobre o Sistema Município de Niterói não possui agência reguladora de serviços públicos, bem como não se
de Esgotamento Sanitário no Município, discorrendo sobre formas de tratamento dos tem notícia da criação de Órgão Colegiado, sendo exigências da Legislação Federal em vigor,
efluentes sanitários, incluindo as infraestruturas e instalações de coleta, desde as ligações para exercer o controle social dos serviços de saneamento, conforme exigido no art. 47 da
prediais, afastamento, tratamento e disposição final de esgotos. Lei nº 11445/2007 e no art. 34, inciso IV, do Decreto nº 7.217/10, que a regulamentou.
O Plano diretor Municipal prevê meios de assegurar a proteção dos ecossistemas aquáticos, Imperioso advertir que, em conformidade com o prescrito no § 5o do art. 25 do Decreto
da saúde humana e da balneabilidade das praias em todo o território municipal, objetivando Federal nº 7217/10, o PMSB tem efeito vinculante, sujeitando não só a atual Administração,
eliminar os lançamentos de esgotos nos cursos d’água e no sistema de drenagem e de coleta com também todas as que irão sucedê-la ao longo do período planejado, a cumprir e
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
desenvolver as ações nele estabelecidas. territorial e meio ambiente (art. 2º e 3º, da Lei nº 3.385/2019).
Do ponto de vista orçamentário e financeiro, analisando a Lei Municipal nº 3.419/2019, que O Plano Diretor de Niterói veicula inúmeros objetivos para serem executados pelo Município,
dispõe sobre as diretrizes orçamentárias para o exercício de 2020, não existe referência dos quais destacamos às estratégias relacionadas ao saneamento básico, e, em especial à
reportada em relação ao saneamento básico. Notório esclarecer, que não está se articulando drenagem Urbana. O aludido diploma legal prevê regras quanto ao uso e a ocupação do solo,
que o Município não esteja investindo em saneamento básico. O fato de não haver com a proteção do meio ambiente natural e construído, visando, também às áreas de
segregação orçamentária específica de recursos para estes serviços, não pode ser preservação permanente, as unidades de conservação, as áreas de proteção recursos
compreendida como a inexistência dos mesmos, pois estes podem estar inseridos nas hídricos e a biodiversidade.
entre outras. abastecimento de água potável, da coleta e do tratamento ambientalmente adequado dos
esgotos e dos resíduos sólidos, assim como, o apoio à utilização sustentável dos sistemas de
O Município de Niterói, a exemplo das normas editadas pela União e pelo Estado, também drenagem fluviais nas áreas urbanas, recuperando e ampliando a capacidade de retenção,
lançou variadas legislações voltadas ao meio ambiente, saneamento básico e ao absorção e infiltração de águas pluviais no solo adjacente, igualmente promovendo medidas
desenvolvimento urbano. e ações para o manejo de águas pluviais e drenagem urbana com o intuito de reduzir os
impactos ambientais dos alagamentos, enchentes e inundações (Art. 10, inciso I, X, XV, XXIV
Inicialmente trataremos da Lei 3.385, de 21 de janeiro de 2019, que instituiu a recente e XXV, da Lei nº 3.835/2019).
Carta Magna Federal de 1988, regimentado pela Lei Federal nº 10.257/2001, (Estatuto da do solo em três macrozonas, que foram subdivididas em macroáreas, sendo elas: macrozona
Cidade) e pela e pela Lei de Parcelamento do Solo Urbano (Lei n.º 6.766/79). de Estruturação e Qualificação do Ambiente Urbano; macrozona de Proteção e Recuperação
do Ambiente Natural; macrozona do Ambiente Costeiro e Marinho (art. 11, da Lei nº
determinante para todos os agentes públicos e privados que atuam em seu território, e tem
como objetivo orientar e ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e o A legislação em comento também prescreve em seu artigo 32 (Lei nº 3.835/2019), a criação
uso socialmente justo e ambientalmente equilibrado e diversificado de seu território, de forma das Redes de Centralidades, cujo propósito é a promoção do desenvolvimento urbano local,
a assegurar o bem-estar e a qualidade de vida de seus habitantes, assim como orientar por intermédio de integração de políticas e investimentos públicos em habitação, saneamento,
processos de desenvolvimento urbano e de proteção ambiental do Município, devendo drenagem, áreas verdes, mobilidade e equipamentos urbanos e sociais. No caso em tela
considerar o disposto nos planos e leis nacionais e estaduais relacionadas às políticas de destacamos a Rede Territorial Ambiental, constituída pelo conjunto de fragmentos florestais
desenvolvimento urbano, saneamento básico, habitação, mobilidade urbana, ordenamento protegidos, sistemas lagunares, cursos d'água, áreas de drenagem natural, nascentes, olhos
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
d'água e planícies aluviais, e de parques urbanos, áreas verdes significativas e fragmentos g) Sub – Bacia do Córrego da Viração; h) Sub – Bacia de Santo Antônio; i) Sub
florestais protegidos e espaços livres, que define o patrimônio ambiental do Município e – Bacia de Itacoatiara; j) Sub – Bacia do Sossego; k) Sub – Bacia de
desempenha funções estratégicas para garantir o equilíbrio e a sustentabilidade urbana (art. Piratininga; l) Sub – Bacia do Imbuhy; m) Sub – Bacia de Camboinhas/Itaipu;
III) Bacia do Rio Alcântara e Aldeia: Art. 2 a) Sub – Bacia do Rio Várzea das
33, da lei nº 3.835/2019).
Moças; Art. 3 b) Sub – Bacia do Rio Pendotiba; Art. 4 c) Sub – Bacia do Córrego
do Malheiro; Art. 5 d) Sub – Bacia do Rio Muriqui; Art. 6 e) Sub – Bacia do Rio
O Plano Diretor do Município de Niterói classifica o uso do solo em residencial e não
das Pedras; Art. 7 f) Sub – Bacia do Rio Sapê; Art. 8 g) Sub – Bacia do Rio do
residencial, sendo esse segundo abrangendo as atividades comerciais; de serviços;
Ouro; Art. 9 h) Sub – Bacia do Rio da Aldeia”.
industriais; e institucionais, conforme artigo 39, inciso I e II, alíneas “a”, “b”, “c” e “d”, da Lei nº
3.835/2019.
O Sistema de Drenagem foi tratado no artigo 151, do Plano Diretor Municipal em análise,
sendo definidos como o conjunto formado pelas características geológico-geotécnicas do
A municipalidade de Niterói também exibiu por meio da Lei nº 3.835/2019, orientações no
relevo e pela infraestrutura natural e artificial que compõem a macro e microdrenagem,
tocante a Política Pública Ambiental, sistemas e estratégias de desenvolvimento econômico,
estando abrangidos o Sistema de Áreas Protegidas, Áreas Verdes e Espaços Livres, em
devendo implantar no território Municipal as diretrizes de Política Nacional de Meio Ambiente,
especial os parques lineares; os elementos de macrodrenagem, como linhas de drenagem,
Política Nacional de Recursos Hídricos, Política Nacional de Saneamento Ambiental, Política
rios e canais naturais e artificiais, planícies aluviais e talvegues, e galerias e reservatórios de
Nacional de Resíduos Sólidos, Política Nacional sobre Mudanças do Clima, Lei Federal da
retenção; os elementos de microdrenagem, como vias, sarjetas, meio-fio, bocas de lobo,
Mata Atlântica, Sistema Nacional de Unidades de Conservação e demais normas e
galerias de água pluvial, entre outros (Art. 151, inciso I, II e III, da Lei nº 3.835/2019).
regulamentos federais e estaduais, no que couber (art. 121, parágrafo 1º, da Lei nº
3.835/2019).
As instruções previstas no Sistema de drenagem destinam-se a redução dos riscos de
inundação, alagamento, deslizamentos, assim como o amortecimento dos picos de cheia
O manejo das águas pluviais do município de Niterói foi dividido nas seguintes bacias
aproximando-se da vazão de préurbanização, a redução da poluição hídrica e do
hidrográficas e sub-bacias hidrográficas (Art. 121 caput, § 1º, § 2º, inciso I alínea de “a”, a “h”,
assoreamento tal como a recuperação ambiental de cursos d’água (Art. 152, inciso I, II, III e
inciso II, alíneas de “a”, a “m” e inciso III, alíneas de “a”, a “h”, da Lei nº 3.835/2019):
IV, da Lei nº 3.835/2019). Os objetivos do sistema de drenagem estão previstos no artigo 153,
inciso I ao XIV, da Lei nº 3.835/2019).
“I - Bacia da Baía de Guanabara: a) Sub – Bacia do Rio Bomba; b) Sub –
Bacia do Canal de São Francisco; c) Sub – Bacia do Rio Maruí; d) Sub – Bacia
Outra importante novidade trazida para o programa de estratégias do Município foi à criação
do Rio Icaraí; e) Sub – Bacia do Rio Dona Vicência (ou Canal da Alameda); f)
do Plano Diretor de Manejo das Águas Pluviais e Drenagem Urbana, que elaborou um
Sub – Bacia do Centro de Niterói; g) Sub – Bacia Enseada de Jurujuba (ou
Saco de São Francisco); h) Sub – Bacia da Ilha da Conceição. II) Bacia da conjunto de normas ações que se destinam a minimizar o impacto ambiental devido ao
Região Oceânica: a) Sub – Bacia do Rio João Mendes; b) Sub – Bacia do Rio escoamento das águas pluviais. O mencionado plano deve ser integrado às outras normas
Jacaré; c) Sub – Bacia do Rio Arrozal; d) Sub – Bacia do Rio Cafubá; e) Sub – urbanísticas do Município, com os instrumentos da Política Urbana e da Política Nacional de
Bacia do Rio Maravista; f) Sub – Bacia do Córrego da Tiririca (ou dos Colibris); Recursos Hídricos (Art. 154, caput, da Lei nº 3.835/2019).
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Necessário dizer, também que o artigo 15, da Lei 1.640/1998, criou o Conselho Municipal do
As Medidas Estruturais previstas no Plano Diretor de Manejo de Águas Pluviais podem ser Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos de Niterói - COMAN, competindo-lhe a ação
compreendidas como aquelas que modificam o sistema, buscando reduzir o risco de normativa e de assessoramento ficando sua competência estabelecida nos incisos I ao VI, da
enchentes, por exemplo, a construção de barragens, diques, canalizações, reflorestamento. Lei 1.640/1998.
E as Medidas não-estruturais as ações de convivência com as enchentes ou diretrizes para
reversão ou minimização do problema, tais como o zoneamento de áreas de inundações, O Planejamento Urbano do Município de Niterói, por meio da Lei nº 2.501/2007, tratou das
previsão de cheia, seguro de inundação, entre outros. (Parágrafo 1º e 2º, da Lei nº normas de urbanização de logradouros públicos, ficando vedada no âmbito do Município a
3.835/2019). execução de obras de pavimentação de logradouros públicos existentes ou novas sem a
realização e execução de projetos de drenagem e construção de galerias de águas pluviais
Importante destacar, que um dos principais objetivos traçados pelo Plano Diretor de Manejo com dimensões, características e destino das águas espraiadas geradas pela
das Águas Pluviais e Drenagem Urbana é criar dispositivos para o escoamento das águas impermeabilização do solo para pavimentação (art. 1º, da Lei nº 2.501/2007).
pluviais, melhorando as condições de saneamento e qualidade do meio ambiente da cidade,
obedecendo aos princípios econômicos, sociais e ambientais definidos por este Plano Diretor. Importante frisar, também que quando se tratar de obras executadas pelo Poder Público
Municipal, para a extensão ou inserção de logradouros públicos, o projeto de drenagem será
Os principais produtos advindos do Plano Diretor de Manejo das Águas Pluviais e Drenagem viabilizado de acordo com as características topográficas da região, adotando-se a solução
Urbana estão previstos no artigo 157, inciso I, II, III e IV, da Lei que instituiu o Plano Diretor técnica mais compatível e menos onerosa. (Parágrafo 3º, da Lei 2.501/2007, acrescido pela
de Niterói (Lei nº 3.835/2019). Quanto aos objetivos estão previstos no artigo 158, da mesma Lei nº 2655/2009).
legislação, podendo ser destacado a meta de despoluição dos corpos hídricos, assim como
introduzir aos novos empreendimentos ações de desenvolvimento sustentável de forma a A Municipalidade de Niterói possui em seu quadro de leis, procedimentos relativos ao
restringir o impacto ambiental. Os requisitos do Plano Diretor de Manejo das Águas Pluviais armazenamento de águas pluviais para reaproveitamento e retardo da descarga na rede
e Drenagem Urbana estão elencados no artigo 158, incisos I, II e III, da Lei nº 3.835/2019. pública, dentre elas podemos citar a Lei nº 2.630/2009 que teve mudanças dadas pela Lei
2.856/2011, e que igualmente estendeu a obrigação em edificações públicas e privadas. Estes
Outra respeitável Lei regulamentada pela Administração Pública foi a de nº 1.640, de 19 de reservatórios podem ser de acumulação, ou seja, destinados ao acúmulo de águas pluviais
fevereiro de 1998, que instituiu a Política Ambiental do Município de Niterói, visando para fins não potáveis ou de retardo, destinados ao acúmulo temporário das águas pluviais e
recuperação, a preservação e a conservação do meio ambiente, dos recursos hídricos e a posterior descarga na rede pública de águas pluviais.
melhoria da qualidade de vida dos habitantes do Município. A mencionada norma estabeleceu
como objetivos das Políticas Municipais de Recursos Hídricos, a promoção da integração das No caso de reservatórios de acumulação, as novas edificações deverão ter ao menos um ponto
políticas municipais de saneamento básico e do meio ambiente, com as Políticas Federais e de água destinado ao uso para fins não potáveis, sendo obrigatório para as edificações de
Estaduais de Recursos Hídricos (art. 2º, inciso II, alínea “e”, da Lei nº 1.640/1998). qualquer natureza com área de telhado igual ou superior a 500 m2; edificações coletivas,
199
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
residenciais, comerciais, ou mistas que tenham mais de 50 unidades. A lei definiu o modo de Política Ambiental do Município de Niterói, aspirando à recuperação, a preservação e a
dimensionamento dos reservatórios e suas características mínimas. conservação do meio ambiente, dos recursos hídricos e a melhoria da qualidade de vida dos
habitantes do Município.
No que concerne aos Planos Urbanísticos, incialmente cumpre ressaltar que o Município de
Niterói organizou através da Lei nº 1.470/1995, sobre o uso do solo urbano no município, e Outro projeto aprovado pela Municipalidade de Niterói em 2019 foi o Plano Diretor da Cidade,
nas demais regiões do Município, foram sancionadas Leis para aplicação em cada região que conduziu atualizações importantíssimas no campo do saneamento básico, e em especial
específica no tocante ao zoneamento ambiental, a implantação de políticas setoriais, a ao Sistema de Drenagem, previsto no artigo 151, da Lei 3.835/2019.
aplicação de instrumentos de política urbana e a ordenação do uso e da ocupação do solo na
região, sendo elas: Lei nº 3.195, de 13 de janeiro de 2016, que dispõe sobre o Plano O Plano Diretor menciona sobre as medidas a serem tomadas pelo Município no tocante ao
Urbanístico de Pendotiba; Lei nº 1.968 de 04 de abril de 2002, que instituiu o Plano Urbanístico combate às inundações, contudo não possui legislação específica para o caso, apenas
na Região Oceânica; Lei nº1.967, de 04 de abril de 2002, que disponibilizou sobre o Plano aponta as orientações previstas no próprio plano.
Urbanístico na Região das Praias da Baía. As leis acima citadas têm como objetivo dispor
sobre políticas setoriais, zoneamento ambiental, ordenação do uso e da ocupação do solo e Não se observou, também, durante a análise legislativa a criação por parte do Município de
aplicação de instrumentos de política urbana na Região. Agência Reguladora para fiscalização e regulação de saneamento básico no Município,
ficando em desconformidade com a Lei Federal 11.445/2007.
No ano de 2016, a Municipalidade de Niterói sancionou a Lei 3.204, que impediu a lavagem
de calçadas com água tratada ou potável, fornecida pela Concessionária Águas de Niterói, No que diz respeito ao armazenamento da Água das Chuvas, o Município está em harmoniza
responsável pelo abastecimento no Município. A limpeza das calçadas deve ser realizada com a Lei Estadual nº 7.463/2016, que regimentou medidas para armazenamento de águas
com a varrição, aspiração e outros recursos que prescindam de lavagem. provenientes da chuva, assim como das chamadas águas cinza, provenientes dos chuveiros,
banheiras, lavatórios, tanques e máquinas de lavar roupa.
A única exceção aceita pela legislação em comento é no que diz respeito à utilização de água
de reuso, de poço ou de aproveitamento de água de chuva, desde que comprovada à origem Do ponto de vista orçamentário e financeiro, analisando a Lei Municipal nº 3.419/2019, que
da água utilizada. A fiscalização e autuação das referidas infrações, será efetuada pela dispõe sobre as diretrizes orçamentárias para o exercício de 2016, não existe menção
Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SMARHS, bem como a cobrança e a específica sobre saneamento básico.
destinação dos recursos oriundos das multas, serão destinados ao Fundo Municipal de
Conservação Ambiental (Parágrafo 2º, da lei nº 3.204/2016). Conforme observado o Município de Niterói possui excelentes dispositivos disponíveis para o
gerenciamento da drenagem urbana, tais como a Política Municipal Ambiental, juntamente
Feitas às análises das legislações acima, denota-se que o Município de Niterói está com a Política Municipal de Recursos Hídricos ficando em conformidade com as Leis Federais
caminhando para se adequar com as legislações Federais e Estaduais, pois no tocante a e Estaduais.
consciência ambiental, elaborou a Lei nº 1.640, de 19 de fevereiro de 1998, que instituiu a Apesar disso, as legislações municipais no tocante à Drenagem Urbana precisam avançar,
200
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
pois carecem ainda de uma política mais eficaz no tocante a regulamentação e fiscalização algumas informações sobre essas unidades no município o que justifica adotar as divisões já
do desenvolvimento urbano. propostas e aceitas pela Administração.
legislação urbana e contemplar estudos prévios ao Plano Municipal de Saneamento Básico – Propostas para
Priorizar a redução da impermeabilização do solo a partir de legislações específicas e
PMSB onde alguns estudos e diagnósticos foram feitos no tema da drenagem urbana. O Macrobacias ou
favorecimento da infiltração e detenção de água nos terrenos/empreendimentos.
diagnóstico estabeleceu as principais bacias hidrográficas urbanas e as unidades de Macrodren.
Urbana
planejamento em macro e microdrenagem, bem como reconheceu os principais problemas Incentivar projetos urbanísticos que valorizem a presença da água no meio urbano, com
associados ao escoamento superficial, os principais pontos de alagamentos e inundações, a apelo paisagístico; criação de parques lineares e de bacias de amortecimento de
201
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Em relação às atividades propostas acima, alguns programas e projetos foram desenvolvidos O plano também aborda sobre a necessidade de incorporar o gerenciamento de recursos
e ainda se encontram em desenvolvimento no período, buscando a melhoria da gestão e hídricos nas ações de gestão do meio ambiente do município de forma integrada aos governos
operação do sistema de drenagem urbana e manejo de águas pluviais. estadual e Federal melhorando a qualidade de água dos corpos hídricos (Art. 40, item XVI).
Contudo, observou-se a ausência de informações e/ou a não realização das seguintes A Lei Municipal n° 1.470 de 11 de dezembro de 1995 é aquela que dispõe sobre o uso e
atividades sugeridas: (i) realização do cadastro da rede de drenagem urbana e mapeamento ocupação do solo urbano do município de Niterói. Esta legislação é a que contempla os índices
da cobertura (parcial); e (ii) programa de inspeção subterrânea da rede de microdrenagem urbanísticos utilizados para fins de ocupação do solo onde, por exemplo, a taxa máxima de
urbana. impermeabilização dos lotes (TI) tem grande influência sobre os sistemas de drenagem urbana,
principalmente quanto ao controle urbanístico das pressões do aumento gradual da
impermeabilização do solo e a consequente geração de escoamentos superficiais no ambiente
LEGISLAÇÃO SOBRE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E SUA INFLUÊNCIA SOBRE O urbano.
SISTEMA DE MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS
A taxa máxima de impermeabilização do lote (TI) é compreendida como a porcentagem
A principal legislação que abrange sobre as diretrizes de uso e ocupação do solo é o Plano máxima da superfície do lote possível de ser coberta ou pavimentada (Art. 28).
Diretor Municipal instituído pela Lei n° 1.157, de 29 de dezembro de 1992. Apesar do município
já estar em processo de revisão do Planejamento, o mesmo ainda não foi formalmente Esta Lei de Niterói também rege sobre a impossibilidade de ocupação de áreas de preservação
publicado e cedido a esta consultoria. permanente – APP e outras descritas no Art.40, identificando-as como faixas não edificáveis,
tais como:
Quanto à drenagem urbana ou o manejo de águas pluviais a Lei reflete sobre a necessidade
de implantação de infraestrutura de drenagem e pavimentação em vias onde é necessário o Faixa de drenagem ao longo de cursos de água e a seção de cheia do respectivo curso
transporte público (Art. 60, item VIII), por exemplo. de água e faixas marginais de proteção;
Áreas de preservação permanente bem como outras áreas naturais legalmente
Há ainda diretrizes para o bom funcionamento da cidade em termos de Planos de micro e de protegidas;
macrodrenagem, as quais estão previstas no Art. 71. No Art. 99 a Lei menciona que as taxas Faixas marginais de proteção no entorno de corpos de água;
de ocupação do térreo e subsolo das edificações devem assegurar uma impermeabilização Faixas de servidão para passagem de redes de serviços públicos.
que garanta a adequada drenagem local. O Plano Diretor identificou ainda algumas áreas de
alagamentos e inundações prioritárias para fins de planejamentos e estudos. Em áreas com declive acentuado - declividade média igual ou superior a 20° (vinte graus) - em
qualquer fração urbana, ou seja, ocupações em terrenos situados em encostas, o interessado
deverá contemplar projeto de microdrenagem específico a ser aprovado pela municipalidade
(Art. 47).
202
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Esta questão vai ao encontro da necessidade de prevenir a ocupação irregular e desordenada deslizamentos e escorregamentos, problemas esses aliados também à má gestão da
de encostas, áreas estas com diversas ocorrências negativas no município de Niterói. Assim, drenagem urbana e das águas pluviais.
busca prever estruturas mínimas que garantam o adequado escoamento das águas pluviais
urbanas. O Decreto Municipal n° 11.744, de 23 de outubro de 2014, por exemplo, criou o Parque Natural
Municipal de Niterói – PARNIT com área de aproximadamente 16,3 milhões me metros
A lei também discorre sobre usos que causem impacto sobre a infraestrutura urbana, ou seja, quadrados composto de três setores principais: Guanabara (ilha da Boa Viagem, Ilha dos
provoquem demandas estruturais que superem as previsões de concessionarias em Cardos, Pedra da Itapuca, Pedra do Índio e cavernas, etc.); Montanha da Viração (Morro do
abastecimento de água, energia, telefonia, esgotamento sanitário e pluvial, estarão sujeitos à Cantagalo, Morro da Viração, Morro do Imbuí, Ilha dos Amores e Ilha das Duas Irmãs) e o
análise especial e a exigências específicas (Art. 80). Setor Costeiro – Lagunar que incorpora a Ilha do Veado, a Ponta da Galheta/Pedra da Baleia,
Praia do Sossego e Laguna de Piratininga.
Destaca-se ainda a Lei n° 2.233 de outubro de 2005, a qual instituiu o Plano Urbanístico
Específico da Região Norte de Niterói, dispondo sobre diretrizes gerais, políticas setoriais, Além deste, o município possui vários outros parques, áreas verdes e unidades de
zoneamento ambiental, ordenação do uso e da ocupação do solo e aplicação de instrumentos conservação instituídos. Segundo o Atlas das Unidades de Conservação de Niterói o município
de política urbana na região. conta atualmente com cerca de 56% do seu território composto de unidades de conservação
instituídas ou ambientalmente protegidas a partir do próprio Plano Diretor, de regulamentos
Destacam-se os planejamentos também das demais regionais, sendo: (i) Lei nº 3195/2016 a municipais ou estaduais diversos.
qual dispões sobre o plano urbanístico regional de Pendotiba, seu zoneamento ambiental, a
implantação de políticas setoriais, a aplicação de instrumentos de política urbana e a
ordenação do uso e da ocupação do solo na região; (ii) a Lei nº 1968/2002 que instituiu o Plano ANÁLISE DE CONTRATOS E CONVÊNIOS RELACIONADOS A PRESTAÇÃO DE
Urbanístico da Região Oceânica; (iii) a Lei nº 1967/2002 que dispõe sobre o Plano Urbanístico SERVIÇOS DE DRENAGEM URBANA
da Região das Praias da Baía, etc.
A Municipalidade de Niterói, em 27 de junho de 2008, pactuou Convênio de Cooperação com
No tema do ordenamento do uso do solo urbano destacam-se os avanços recentes do o Estado do Rio de janeiro, termo 038/2008, onde foi delegada ao Município a competência
município acerca da busca pela criação e formação de unidades de conservação municipais, para administrar e manter rios e canais localizados integralmente no município, assim como
áreas verdes, corredores ecológicos e parques. Trata-se de ações do projeto “Niterói mais foram disponibilizados equipamentos pela Superintendência Estadual de Rios e Lagoas –
Verde”. SERLA, não integrando o presente convênio os rios limítrofes com outros municípios ou que
cruzem mais que um município.
Além da preservação ambiental, as áreas passam a estimular ações de educação ambiental;
por serem protegidas a ocupação desordenada e desqualificada pode ser impedida ou O convênio de cooperação não transfere à Prefeitura a execução dos atos de gestão dos
controlada e, entre outras coisas, evitam que haja a ocupação de áreas de risco de recursos hídricos indelegáveis e nem a cobrança aos usuários pelo uso do recurso. Entre as
203
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
obrigações do Município estão à elaboração de relatórios que deverão ser encaminhados a empresa GENERAL CONTRACTOR CONSTRUTORA EIRELI, tendo como parte a prestação
SERLA semestralmente, dando enfoque nos serviços de reassentamento realizados nos de serviço e apoio técnico em serviços comuns de engenharia, para auxílio na operação de
trechos beneficiados; desenvolvimento de estudos, projetos necessários à recuperação e conservação, manutenção e limpeza de galerias e drenagens do Município, devendo utilizar
gestão e a manutenção dos corpos hídricos; desenvolver em conjunto com a SERLA para realização do trabalho ferramentas próprias, ficando vedado no contrato o fornecimento
regulamentos e procedimentos relativos à gestão dos Recursos Hídricos e ao licenciamento de peças, materiais e/ou componentes pela contratante. O Contrato 04/2018, terá vigência de
ambiental; executar em acordo com a SERLA ações de fiscalização de ocupações de faixa 12 meses contados da data de início dos serviços, podendo ser prorrogado, desde que a
marginal de proteção. proposta apresentada seja a mais vantajosa.
O prazo do mencionado convênio é de 4 (quatro) anos, podendo ser prorrogados por iguais As obrigações contratuais tanto da Contratante quanto da Contratada, estão previstas na
períodos, ou alterado mediante termo aditivo. cláusula 3º, alínea “a” a “d” e cláusula 4º, incisos de I a XXXV, do contrato 04/2018.
Anexo ao Convênio realizado entre o Estado do Rio de Janeiro e o Município de Niterói está o O valor do contrato é de R$ 4.989.876,87 (quatro milhões, novecentos e oitenta e nove mil,
TERMO DE CESSÃO DE USO de 2 (duas) escavadeiras hidráulicas e 2 (duas) oitocentos e setenta e seis Reais e oitenta e sete centavos). A fiscalização do contrato será
retroescavadeiras, para que sejam mantidos os Rios e Canais contidos no território do realizada por uma comissão constituída por 2 (dois) membros designados pela Secretária de
Município, a concessão terá o prazo de 3 (três) anos, podendo ser prorrogado por igual Conservação e Serviço Públicos. O Valor acima mencionado será pago em 12 parcelas
período. O Município se compromete a zelar pela manutenção e conservação do equipamento, mensais no valor de R$ 415.823,07 (quatrocentos e quinze mil, oitocentos e vinte e três Reais
dentro das recomendações do fabricante, normas ambientais e outras disposições legais em e sete centavos), que serão depositados diretamente na conta da contratada. O Pagamento
vigor. da segunda parcela e das demais, só será efetuado mediante comprovação por parte da
contratada de cumprimento das obrigações sociais e trabalhistas relativas aos empregados
Outro Convênio de Cooperação realizado pela Prefeitura De Niterói (Convenente) foi com vinculados ao contrato, referentes ao mês anterior à data do pagamento.
INSTITUTO ESTADUAL DO AMBIENTE – INEA (Concedente), em 21 de outubro de 2013,
onde foi delegada ao Município a competência relacionada aos corpos hídricos. O convênio No que tange as sanções administrativas e suas penalidades, o contrato prevê na inexecução
tem por objeto a delegação de competência à Convenente para administrar e manter os corpos dos serviços, total ou parcial, execução imperfeita, mora na execução ou qualquer
hídricos de titularidade do Estado, localizados integralmente no território do Município de inadimplemento ou infração contratual, a Contratada ficará sujeita as penalidades de
Niterói/RJ, preservando os corpos hídricos e suas nascentes e faixa marginal de proteção, advertência; multa de 5% (cinco por cento); suspensão temporária do direito de licitar,
assim como operar e zelar pelos equipamentos que serão concedidos. O presente convênio impedimento de contratar com a Administração por prazo não superior a 2 (dois) anos, assim
não tem previsão de repasse financeiro. como declaração de inidoneidade para licitar e contratar com a Administração Pública, ficando
a imposição de penalidades sob competência exclusiva da Contratante, ressaltando que a
No tocante aos Contratos, constatou-se que o Município de Niterói, por meio da Secretaria penalidade de multa pode ser aplicada conjuntamente com as demais acima arroladas, da
Municipal de Conservação e Serviços Públicos – SESCONSER possui acordo firmado com a
204
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
mesma maneira que a aplicação da sanção não exclui a possibilidade de rescisão 2 CARACTERIZAÇÃO GERAL DAS BACIAS HIDROGRAFICAS
administrativa do contrato, garantido o contraditório e a ampla defesa.
No tópico da caracterização municipal houve a apresentação sucinta do município de Niterói
O Contrato 04/2018 passou por alterações, conforme termo aditivo 02/2019, para prorrogação frente sua concepção hidrográfica. O município insere-se na Região Hidrográfica da Baía de
do contrato de prestação de serviço, ficando e estendido o prazo a partir de 23 de fevereiro de Guanabara (RH-V) segundo a Resolução n° 107/2013 do Conselho Estadual de Recursos
2019, por mais 12 (doze) meses, de acordo com o despacho autorizativo expedido pela Hídricos (CERHI-RJ) a qual dividiu o Estado em nove regiões. Quanto à divisão municipal em
Secretária Municipal de Conservação e Serviços Públicos – SESCONSER. A dilação do termos de macrobacias hidrográficas o município possui 4 divisões principais: Baía de
contrato gerou um acréscimo de 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicialmente Guanabara, Rio Alcântara, Rio da Aldeia e Região Oceânica.
convencionado, totalizando o valor de R$ 1.247.349.73 (um milhão, duzentos e quarenta e sete
mil, trezentos e quarenta e nove Reais e setenta e três centavos), passando o valor global do Destas é possível fazer mais uma subdivisão considerando-se os complexos lagunares das
contrato de R$ 6.237.226,60 (seis milhões, duzentos e trinta e sete mil, duzentos e vinte e seis Lagoas de Piratininga e Itaípu localizadas na porção Sudeste do município, sendo as principais
Reais e sessenta centavos). bacias hidrográficas assim definidas: Baía de Guanabara, Rio Alcântara, Rio da Aldeia, Lagoa
de Piratininga e Lagoa de Itaípu.
Macrobacia dos Rios Colubandê, Alcântara e Aldeia: drenam suas águas através da
porção Norte do município passando por São Gonçalo e Itaboraí. Os principais rios aos
quais desembocam são os Rios Guaxindiba e Rio Porto das Caixas. Após, esses rios
acabam desembocando também na Baía de Guanabara.
205
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Macrobacia da Região Oceânica: os rios destas bacias também drenam exclusivamente Quadro 68: Principais Características Morfométricas das Bacias Hidrográficas de Niterói.
Macrobacia Bacia Principal Bacia Hidrográfica Ordem Área Ct Dd Hmáx Hmín D IED
Rio das Pedras 2 2,65 1,92 0,72 275 60 215 Baixo
o território municipal de Niterói. Contemplam os complexos lagunares de Itaipú e Rio Muriqui 3 7,96 10,39 1,31 400 25 375 Médio
Rio Rio Alcântara
Rio Sapê 4 13,19 33,22 2,52 390 25 365 Médio
Alcântara e
Piratininga bem como diversas praias de Niterói. Tem relevante importância os Rios Aldeia
Rio Pendotiba 3 6,17 12,39 2,01 400 30 370 Médio
Rio Várzea das Moças 3 4,94 4,54 0,92 260 70 190 Baixo
Rio da Aldeia
Jacaré e João Mendes. Córrego do Malheiro
Fonseca
2
3
3,15
8,10
5,46
9,44
1,73
1,16
265
215
65
0
200
215
Baixo
Baixo
Rio Bomba 1 1,61 2,43 1,51 175 0 175 Baixo
Baía da Baía da
Rio Maruí 2 2,97 4,61 1,55 175 0 175 Baixo
Guanabara Guanabara
Rio Icaraí 3 7,56 17,74 2,35 210 0 210 Baixo
A divisão hidrográfica municipal é apresentada na Figura 180 e no Quadro 68 há algumas Canal de São Francisco 3 4,07 9,16 2,25 345 0 345 Médio
Rio João Mendes 4 14,41 34,40 2,39 360 0 360 Médio
informações dessas macrobacias e sua relação com as regiões de planejamento e bairros. Lagoa de Itaipu
Rio da Vala
Córrego da Tiririca ou dos Colibris
3
0
2,82
1,51
711,00
4,12
2,52
2,73
315
340
0
0
315
340
Médio
Alto
Valão de Itacoatiara 0 1,18 3,89 3,28 340 0 340 Alto
Região
Valão de Santo Antônio 2 2,48 6,44 2,60 185 0 185 Médio
Oceânica
Córrego da Viração 3 2,50 6,09 2,44 315 0 315 Alto
Lagoa de
Para essas bacias hidrográficas de Niterói tem-se abaixo os principais parâmetros Piratininga
Rio Jacaré 3 5,94 22,57 3,80 400 0 400 Alto
Rio Cafubá 2 1,67 5,23 3,12 295 0 295 Alto
morfométricos que as caracterizam (Quadro 69). O diagnóstico de drenagem urbana Rio Arrozal 3 2,98 13,60 4,57 335 0 335
Ordem - Ordem da Bacia (Strahler); Área (km²) - Área da Bacia Hidográfica; Ct - Comprimento Total de Canais da Bacia (km); Dd - Densidade de Drenagem
Alto
(km/km²); Hmáx - Elevação Máxima da Bacia (m); Hmín - Elevação mínima da Baica (m); D - Desnivelamento (m). IED - índice que levou em conta parâmetros
(Prefeitura de Niterói, 2015), a partir da determinação do índice de eficiência de drenagem – morfométricos para determinar se a bacia tem características de escoamento rápido das águas pluviais ou retenção das águas pluviais. IED Baixos indicam
bacias com potencial de retenção das águas pluviais em seu interior causando problemas internos/locais. IED Altos indicam grande capacidade de escoamento
IED deu ideia sobre a capacidade alta ou baixa para o escoamento da água da chuva, levando- das águas pluviais podendo gerar processos erosivos e impactos à jusante.
se em conta principalmente aspectos topográficos. IED Baixo indica bacias com potencial de Fonte: Adaptado de Prefeitura de Niterói; Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos –
SECONSER; IPGA – Instituto de Planejamento Urbanos e Gestão Ambiental; Águas de Niterói;
retenção das águas pluviais em seu interior causando problemas internos/locais. IED Alto Diagnóstico, Descrição e Análise Crítica do Sistema de Drenagem e Manejo das Águas Pluviais Urbanas.
Julho de 2015. 207 p.
indicam grande capacidade de escoamento das águas pluviais podendo gerar processos
erosivos e impactos à jusante.
As sub-bacias com potencial em causar impactos à jusante, de erosões e devido à rápidos
escoamentos superficiais são as bacias da Região Oceânica, mais precisamente da Sub-bacia
da Lagoa de Piratininga; o Valão de Itacoatiara e Córrego dos Colibris (Tiririca) na Bacia da
Lagoa de Itaipú.
206
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
207
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Quadro 69:Características das Principais Macrobacias de Niterói e sua relação com Regiões de Planejamento e Bairros.
Macrobacia/
Rios Colubandê/Alcântara e Aldeira Baía de Guabanara Região Oceânica
Caracterização
Área total aprox. (km2) 41,94 39,93 45,5
Rio Jacaré, João Mendes, Córrego da Viração, Valão de Santo
Rios Colubandê, Alcântara (São Gonçalo); Rio Aldeia, Rio Rio Bomba, Rio Maruí, Rio Vicência (Canal da Alameda), Rio
Antônio, Rio da Vala, Valão Itacoatiara, Rio Arrozal, Rio Cafubá,
das Pedras; Sapê; Pendotiba; Muriqui (porção Rio Cubango, Icaraí, Pé Pequeno, Santa Rosa, Canal Ary
Principais Rios Áreas que drenam na Lagoa de Piratininga; Áreas que drenam
Alcântara); Rio do Ouro, Várzeas das Moças, Aldeira; Parreiras/Rio Icaraí; Canal São Francisco, Canais da Grota e da
na Lagoa de Itaipú/Camboinhas, Áreas que drenam no Oceano
Córrego Malheiro (Rio Aldeia). Cachoeira.
Atlântico. Córrego da Tiririca.
Municípios abrangidos Niterói, São Gonçalo, Itaboraí. Niterói Niterói
Relação com as Regiões de Planejamento
Área Área Área
Regiões Área (%) Bairros Área (%) Bairros Área (%) Bairros
(km2) (km2) (km2)
208
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
3 SITUAÇÃO ATUAL DOS SERVIÇOS DE MANEJO DAS ÁGUAS PLUVIAIS E Secretaria de Conservação e Serviços Públicos – SECONSER
DRENAGEM URBANA
A Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos (SECONSER) foi criada pela Lei
Municipal n° 3.022 de 21 de março de 2013 e é um órgão da administração direta da Prefeitura.
GESTÃO DOS SERVIÇOS
Tem como principais atividades executar (direta ou indiretamente através de terceiros), as
A gestão dos serviços de drenagem urbana e manejo de águas pluviais em Niterói possui a obras e serviços de conservação da cidade e exercer atribuições dos serviços públicos, exceto
participação de algumas secretarias e órgãos do poder executivo municipal, entre elas àqueles vinculados ao trânsito e transporte; Entre outras atividades compete à Secretaria: a
podendo-se citar com maior relevância: a Secretaria de Conservação e Serviços Públicos – gestão, coordenação, execução e avaliação da conservação das obras e serviços públicos do
SECONSER; Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura – SMO; Secretaria Municipal de sistema de infraestrutura; a conservação da malha viária do município; a manutenção das
Defesa Civil e Geotécnica (SMDCG) e a Empresa Municipal de Moradia Urbanização e redes pluviais, galerias, bueiros, pontes e túneis; a manutenção, fiscalização e controle dos
Saneamento – EMUSA que é uma empresa pública municipal com administração indireta veículos, máquinas e equipamentos integrantes da frota municipal; o monitoramento de
porém vinculada à Sec. Municipal de Obras e Infraestrutura - SMO. enchentes; a fiscalização de serviços concedidos de telefonia, televisão a cabo e gás
encanado; a fiscalização dos termos do contrato entre o Município e as empresas responsáveis
Nos itens a seguir será realizada uma contextualização sobre cada um destes órgãos e suas pela administração das vagas de estacionamento em espaço público e do mobiliário urbano
principais atividades tocante à drenagem urbana e manejo de águas pluviais (Figura 181). do Município, respectivamente; a implantação, manutenção e aprimoramento da rede de
iluminação pública; o acompanhamento e a fiscalização das obras e serviços afetos à
Figura 181: Síntese dos Órgãos relacionados à Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais. Secretaria; etc.
A Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura – SMO também foi criada a partir da Lei
Municipal n° 3.022/2013. Nesta Secretaria ficam as atribuições de executar as obras e serviços
relacionados à infraestrutura da cidade e atividades afins, porém focada na elaboração e
Fonte: Elaborado por AMPLA, 2019.
concepção dos projetos e estudos. As obras e serviços são geralmente contratadas de forma
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
terceirizada através da lei de contratos públicos e licitações, cuja execução é acompanhada e entidades da administração pública federal, estadual, municipal e do Distrito Federal que
pelos técnicos e/ou fiscais da SMO. atuam na área de proteção e defesa civil, centralizados pela Secretaria Nacional de Proteção
e Defesa Civil pertencente ao Ministério de Integração Nacional.
Tocante à drenagem urbana a SMO é a responsável por contratar e acompanhar projetos
técnicos e estudos ligados à implantação de drenagem urbana, microdrenagem ou A Defesa Civil de Niterói é o órgão em nível municipal dentro do SINPDEC responsável pela
macrodrenagem urbana aliados ou não às obras de pavimentação viária ou outras melhorias proteção e defesa civil e articulação, coordenação e desenvolvimento de ações em âmbito
da infraestrutura urbana. municipal. Nos eventos extremos como alagamentos, inundações e escorregamentos é a
Defesa Civil o órgão responsável pela articulação política, administrativa e executiva para a
Empresa Municipal de Moradia, Urbanização e Saneamento – EMUSA resolução dos problemas emergências e mitigar danos à população no primeiro momento de
ocorrência dos eventos. Importante órgão para a articulação de todas políticas e ações de
A Empresa Municipal de Moradia, Urbanismo e Saneamento (EMUSA) é uma empresa pública emergência e contingência no âmbito municipal, podendo-se articularem-se em nível regional,
da Administração Indireta do Município, vinculada à Secretaria Municipal de Obras e estadual ou nacional, onde couber.
Infraestrutura, porém dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio
próprio e autonomia administrativa e financeira. A Defesa Civil atende aos eventos extremos e possui o monitoramento de parâmetros que
visam analisar o potencial de ocorrências de desastres, desta forma comunicando à população
Foi criada em novembro de 1987 com a finalidade de executar as obras e serviços relacionados e aos gestores para a adoção das melhores estratégias. Além disso é a responsável pela
à infraestrutura da cidade e a manutenção e reparo de próprios municipais, além de outras elaboração e condução, quando necessário, dos Planos de Emergência e Contingência no
funções correlatas; assessorar o Secretário Municipal de Obras e Infraestrutura na definição e município.
implementação da política de obras públicas a cargo do Município, entre outras atividades.
Em Niterói a Defesa Civil possui um Centro de Monitoramento hidro-meteorológico composto
No âmbito do manejo de águas pluviais urbanas a EMUSA é então responsável pelo por 04 estações meteorológicas com monitoramento contínuo em 24 horas; 46 pluviômetros e
desenvolvimento, acompanhamento e fiscalização das obras ligados à macrodrenagem e sistema de alerta com 30 sirenes para acionamento e comunicação local no caso de possíveis
microdrenagem urbana em consonância com a SMO. Os projetos e estudos podem ser eventos diagnosticados. A Defesa Civil conta com cerca de 50 funcionários entre equipe
elaborados pela própria equipe técnica da EMUSA ou também serem terceirizados através de técnica formada por profissionais de várias áreas e pessoal administrativo.
contratos públicos/licitações.
A Secretaria Municipal de Defesa Civil e Geotecnia - SMDCG (Defesa Civil Municipal) é parte O município de Niterói não possui agência conveniada ou outro órgão municipal autárquico
integrante do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil – SINPDEC constituído por órgãos responsável pela regulação dos serviços de saneamento básico nem tampouco aos serviços
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
de drenagem urbana e manejo de águas pluviais. Esta questão vai em desacordo ao pessoal à disposição para as atividades operacionais de manutenção do sistema de drenagem
estabelecido na Lei n° 11.445/2007 que estabelece a regulação dos serviços como uma das urbana é insuficiente frente às necessidades.
ações inseridas na titularidade, a qual, pode ser delegada a órgão ou entidade com autonomia
político-administrativa e jurídica. Quadro 70: Síntese da Relação de Funcionários na Subsecretaria de Rios e Canais por atividade/função.
Repartição ou Atividade Principal Quantidade
Manutenção de Rios e Canais 13
Vacall (Hidrojato) 9
ASPECTOS DA OPERAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM URBANA E MANEJO Pequenas Obras/Reparos 15
necessário (tais como alterações de tubulações, aumento de diâmetro, travessias, etc.). Operadores de Máquina 2
Motociclistas 1
Eletricistas 1
Na SECONSER há a Subsecretaria de Rios e Canais que possui esta atribuição, sendo
NOI* 18
subdivida em duas Coordenadorias principais: Coordenadoria de Microrenagem e Vacall Noturno (Hidrojato) 4
Coordenadoria de Macrodrenagem. Na Figura 182 apresenta-se o organograma atual da Reparos/Obras (noturno) 3
Secretaria com indicação dos órgãos citados responsáveis pela operação do sistema. Total 84
*Núcleo Operacional Itaípu (NOI). Fonte: Informações da Subsecretaria de Rios e Canais em jun. 2019.
Para fins de organização das atividades a Subsecretaria de Rios e Canais realiza as atividades
Quanto à maquinário e equipamentos, da mesma forma como quanto à pessoal, há poucos
de manutenção e conservação em dois grupos sendo um contemplando as regiões de
bens próprios disponíveis e em condições de uso dentro da SECONSER e/ou da própria
planejamento Praias da Baía, Norte e Pendotiba e o outro que tem atribuições nas regiões de
Subsecretaria de Rios e Canais sendo que a maioria dos equipamentos e maquinários são
planejamento Oceânica e Leste denominado como Núcleo Operacional de Itaipú – NOI.
cedidos para uso através da terceirização em contratos de prestação de serviços de
manutenção e conservação urbana, aliados às equipes de trabalhadores para cada atividade.
A maioria dos funcionários que atuam nas atividades da Subsecretaria de Rios e Canais é
terceirizada, ou seja, cedida através da contratação de empresas para a prestação dos
serviços ou contratações individuais por tempo determinado. Atualmente a disponibilidade de
pessoal é conforme apresentado no Quadro 70. Mesmo com as terceirizações, o efetivo de
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Figura 182: Organograma Atual da SECONSER e a Subsecretaria responsável pelo Sistema de Drenagem Urbana.
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
O município de Niterói também mantém convênio de cooperação com o INEA – Instituto Este cenário justifica à SECONSER manter contratos de terceirização de serviços de
Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro com a delegação ao município da titularidade sobre a manutenção para suas atividades base, não apenas para pessoal, como também na cessão
administração e manutenção dos corpos de água inseridos no território. O(s) termo(s) de de maquinários e equipamentos. Veículos de fiscalização e de acompanhamento de serviços
convênio de cooperação tem por objetivo o uso de equipamentos e maquinário cedidos pelo e transporte também são locados através de contratação geral da Administração.
INEA para uso da Prefeitura para conservação e manutenção dos principais rios e canais
localizados em Niterói. Atualmente a SECONSER mantém contrato de terceirização de serviços com a empresa
GENERAL CONTRACTOR CONSTRUTORA EIRELI (N° 04/2019 e aditivo n° 02/2019) para:
A frota total própria e/ou disponível à Subsecretaria de Rios e Canais é apresentada no Quadro “contratação de empresa especializada para a prestação de serviço de apoio técnico em
71 e algumas imagens de equipamentos observados na visita técnica constam nas Figuras 4 serviços comuns de engenharia para auxílio na operação de conservação e manutenção e
e 5. limpeza de galerias e drenagens do município de Niterói com inclusão de ferramentas,
uniformes e equipamentos de uso próprio dos funcionários, sem fornecimento de peças,
Quadro 71: Relação de Veículos ou Equipamentos da Subsecretaria de Rios e Canais. materiais ou componentes, conforme especificações do Termo de referência, projeto básico.”
Veículo ou Equipamento/Modelo/Placa (se houver) Tipo Ano
O pagamento pelos serviços é realizado a partir da verificação da execução dos serviços
Caminhão VW15180 - LNK 4606 Munck 2001
Kombi VW 1.4 – LPC 3304 Kombi 2007 pelo(s) fiscal(is) e respectiva aprovação por medição dos mesmos.
Retro/Draga Poclain LY 2P Retro Poclain 1980
Caminhão 24220 LTN 3291 Vacall 2010 Figura 183: Retroescavadeira para uso nos serviços.
Pá Carregadeira Clark Bobcat M 790 Bobcat 1980
Retroescavadeira JCB 3C 4x4 (INEA) Retroescav. 2008
Escavadeira Hidráulica CX 220 (INEA)1 Escavadeira 2007
Retroescavadeira Randon RK 406B 4x2 (INEA) Retroescav. 2008
Escavadeira Hidráulica CX 220 (INEA) Retroescav. 2008
1
Equipamento inoperante no momento. Fonte: Informações da Sub-Secretaria de Rios e Canais, junho
de 2019.
Como pôde ser visto a quantidade de veículos e equipamentos pesados para manutenção e
conservação de rios e canais na cidade, bem como uso de apoio operacional é muito escassa.
Além disso, os veículos à disposição são antigos, a maioria com mais de 10 anos de uso. São
exigidos em trabalhos de grande porte e por isso estragam com facilidade, não apenas pela
Fonte: Arquivo técnico AMPLA, 2019.
idade, mas devido ao emprego nas próprias atividades de manutenção, conservação e
melhorias. Ao menos um desses veículos encontrava-se inoperante (junto ao NOI) quando da
visita técnica.
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Figura 184: Escavadeira Hidráulica para uso nos serviços. local a ser atendido, mas podem ser deslocados as retroescavadeiras, caminhões basculantes
ou os hidrojatos (Vacall).
As equipes de manutenção e limpeza atuam em pelo menos dois turnos: diurno e noturno,
sendo que noturno fica disponível ao menos uma equipe numa situação normal de
Fonte: Arquivo técnico AMPLA, 2019
atendimento. Há muitos reparos, obras ou limpezas que são realizados preferencialmente à
noite uma vez que se evita afetar o trânsito local, por exemplo. Contudo a maior parte dos
MANUTENÇÃO E LIMPEZA DA REDE DE DRENAGEM NATURAL E ARTIFICIAL.
serviços é realizada durante o dia.
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
A SECONSER informou que no mês de junho de 2019 foram realizadas 2.249 desobstruções
de bueiros. Em junho foram realizadas 774 intervenções nas unidades. Tem-se buscado
gradualmente aumentar as atividades operacionais de manutenção permanente no sistema de
microdrenagem visando principalmente adequar o sistema aos períodos chuvosos e garantir
que estejam aptos a escoar os volumes de chuva com maior eficiência. Há tendência na
realização das atividades em se priorizar o atendimento de limpezas nos locais problemáticos
e já conhecidos da Secretaria e da população como os que serão mostrados neste diagnóstico.
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
A seguir algumas imagens das equipes em atuação observadas logo após evento de chuva. A Figura 188: Limpeza, manutenção e desassoreamento de vala de drenagem.
Figura 187: Equipes removendo sedimentos em caixa de inspeção da rede após chuva.
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
O Programa da Zeladoria tem como um dos principais objetivos prevenir alagamentos pontuais
nos locais de conhecimento da municipalidade e com frequência estabelecida. Porém as
demais melhorias também auxiliam na conservação urbana.
O Projeto é divido em duas zonas de atuação com duas coordenadorias da CLIN. Foram
definidos setores e subsetores aliados aos bairros, considerando-se as demandas e o porte do
mesmo. Dependendo da localidade/bairro a execução dos serviços na modalidade mutirão tem
prazo diferente.
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Figura 190: Manutenções da Rede de Microdrenagem na Zeladoria com emprego de caminhões Vacall.
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
DESCRIÇÃO DO SISTEMA EXISTENTE clandestinas na rede de microdrenagem ou a geração desses efluentes em regiões ainda não
atendidas pela rede coletora do SES como ocorre com os aglomerados subnormais
As técnicas e tecnologias adotadas pelo município estão ligadas a conceitos de um rápido (comunidades).
escoamento e disposição final das águas pluviais que deságuam principalmente na Baía de
Guanabara. As Tomadas de Tempo Seco – TTS foram instaladas de modo a impedir o incremento de
poluição na Baía por esgotos sanitários não tratados e consequentemente melhorar a condição
O sistema implantado opera majoritariamente por gravidade no qual, as águas pluviais socioambiental do espaço urbano. Há um cenário crítico no município quanto a ligações
coletadas pelo sistema de microdrenagem são conduzidas por uma rede de galerias irregulares de esgotos na rede de drenagem pluvial e ainda a questão das ocupações
subterrâneas até os canais mais próximos de macrodrenagem, esses compondo a hidrografia irregulares e a existência massiva de aglomerados subnormais (comunidades) onde as
da região até a Baía. instalações e infraestruturas de saneamento básico não chegam à integralidade, devido à
problemas sociais e de viabilidade técnica.
Descrição do Sistema de Microdrenagem Urbana
Destaca-se que a TTS é uma alternativa paliativa que, conforme definição apresentada, não
O sistema de microdrenagem urbana de Niterói é conceitualmente absoluto, ou seja, sua funciona de forma eficaz em dias de chuva. A solução definitiva, mais eficiente e eficaz, seria
implantação considera que apenas escoará águas pluviais originadas do escoamento a ampliação do sistema separador absoluto (SSA) já existente na cidade, captando os esgotos
superficial excedente dos eventos de chuva e dos principais rios e córregos que passam pelo gerados diretamente das residências e evitando, assim, que eles cheguem aos cursos d’água
ambiente urbano, formando a macrodrenagem seja ela natural ou já retificada ou artificial. Da e canais de drenagem urbana.
mesma forma o SES (separador absoluto) também é assim dimensionado para as redes
coletoras. A implantação das TTS se justifica principalmente devido a existência de ocupações
irregulares, comunidades de baixa renda e a disposição indevida de esgotos sanitários na
Contudo, em Niterói há a peculiaridade quanto ao emprego das Tomadas de Tempo Seco – drenagem pluvial e cursos de água, porém deveriam ser utilizadas de maneira provisória
TTS, unidades estas pertencentes ao Sistema de Esgotamento Sanitário (SES) operadas pela prevendo-se melhorias graduais na expansão do SES e na execução de outros programas
Águas de Niterói, cujo assunto é abordado em detalhes no diagnóstico daquele sistema de relativos ao saneamento básico, bem como educação ambiental.
saneamento.
O que ocorre é que, muitas vezes, se tornam a solução permanente/definitiva e se comportam
Estes dispositivos do SES estão atrelados ao sistema de drenagem urbana e manejo das como estruturas atípicas do sistema de esgotamento sanitário convencional demandando altos
águas pluviais com o objetivo de se evitar que as águas urbanas previamente contaminadas custos de tratamento do esgoto devido ao excessivo aumento de volume a ser tratado,
por lançamento de esgotos sanitários cheguem à Baía antes de se promover um tratamento. especialmente nos momentos de chuva.
Isso torna parte do sistema de drenagem unitário ou misto onde há o manejo das águas pluviais
urbanas com os esgotos sanitários dispostos não intencionalmente e sim devido às ligações
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Com o uso das TTS parte das águas pluviais urbanas também recebem tratamento junto às Entretanto, as TTS continuam operando, porém de forma afogada e com uma maior diluição
Estações de Tratamento de Esgotos – ETEs presentes no SES. Conforme já apresentado no dos eventuais contaminantes presentes na água. Ou seja, em dias de chuva, há um aumento
respectivo relatório do Diagnóstico do SES, as TTS funcionam como um dispositivo by pass, expressivo na vazão de água que é encaminhada à rede coletora de esgoto e,
pois na ausência de eventos de chuva, quando o nível dos cursos d’água e canais de drenagem consequentemente à ETE, e também, há um aumento da vazão drenada para a Baía de
é baixo, quase todo o fluxo de água é direcionado às TTS, quando existentes. Desta forma, Guanabara, porém com um nível de diluição elevado, o que minimiza os efeitos poluentes, nas
esta água é introduzida à rede coletora de esgoto mais próxima e transportada até a respectiva praias, dos esgotos lançados irregularmente nos dispositivos de drenagem urbana de Niterói.
ETE, conforme a bacia de esgotamento em que a TTS está instalada.
As TTS estão localizadas, em sua grande maioria, à jusante de canais e rios que percolam
Na Figura 191 pode-se observar um destes dispositivos de Tomada de Tempo Seco – TTS em pelos maciços onde há ocupação desordenada, com o adensamento urbano de comunidades.
operação localizado especificamente na Av. Alm. Ary Parreiras. Nota-se que quase todo o fluxo Abaixo a relação de alguns dos canais ou rios nos quais foram identificados os dispositivos de
de água do canal de drenagem está sendo transportado para a unidade. Isto ocorre, pois além Tomada de Tempo Seco - TTS:
de não ser em um dia com ocorrência de chuva, há um leve ressalto no canal de drenagem, o
qual represa a água e a direciona à galeria destacada na foto. Canal do Rio Jacará;
Canal da Ary Parreiras (Rio Icaraí);
Figura 191: TTS Instalada em Canal de Drenagem no Bairro Icaraí. Canal de São Francisco;
Rio Cafubá;
Canal da Taubaté.
Posicionando as TTS em um mapa, pôde-se identificar algumas das comunidades que estão
ligadas diretamente com estes dispositivos, sendo elas, principalmente:
Saibreira/ Jacaré;
Cafubá;
Preventório;
Morro Salina e Peixe Galo;
Cascarejo;
Fonte: Arquivo técnico AMPLA, 2019.
Morro do Pau Ferro;
Conforme mencionado anteriormente, a eficiência das TTS é prejudicada em dias de chuva, Morro da Cotia.
pois com o aumento do nível de água dos canais de drenagem, a água ultrapassa este ressalto
do canal, que opera como uma espécie de barramento, sendo encaminhada para a baía.
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Apesar de haver o dispositivo de Tomada de Tempo Seco próximo a essas comunidades, isto
não implica em uma cobertura do SES, tampouco significa acesso ao saneamento a estas
populações residentes em aglomerados subnormais como foi amplamente abordado no
diagnóstico do SES deste Plano. As TTS estão localizadas em pontos abaixo das
comunidades, os efeitos positivos desta alternativa são refletidos nas praias e nos canais de
drenagem onde estão instaladas, garantindo menos impactos à poluição da Baía de
Guanabara e não necessariamente nas comunidades onde os esgotos estão sendo gerados e
dispostos de maneira irregular na micro e na macrodrenagem.
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Figura 192: Localização das TTS nos Canais e Rios e sua abrangência com as Comunidades.
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Com exceção das TTS aliadas ao SES compreendem os principais métodos e dispositivos Figura 194: Tipos de Unidades do Sistema de Microdrenage Urbana em Niterói.
Sarjetas
Bocas-de-
lobo
Galerias
Pluviais
Subterrâneas
Macrodrenagem:
Canais e Córregos
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Da mesma forma a localização das bocas-de-lobo nas vias é diferenciada, não havendo – APP, o aterramento, a impermeabilização do solo a níveis máximos e a própria característica
manutenção de distâncias mínimas padrões entre elas. As estruturas de limpeza e inspeção de Niterói em possuir gradientes de escoamento rápido (bacias pequenas) favorece a
também dificultam a manutenção do sistema de microdrenagem, pois são ausentes ou ocorrência de eventos adversos, principalmente nas regiões mais baixas na planície.
distantes dos pontos críticos e de confluência. No geral são caixas de inspeção com tampa de
concreto com uma ou duas tampas de acesso localizadas nos passeios ou nas próprias vias. Além disso, os canais urbanos de Niterói encontram-se bastante degradados quanto a seus
aspectos ambientais devido à disposição de esgotos sanitários, efluentes de outras origens e
A ausência de padronização pode ocasionar problemas logísticos e operacionais, resíduos sólidos. Pneus, móveis velhos, madeira, eletrodomésticos, resíduos recicláveis secos
especialmente ligados à manutenção e limpeza dos dispositivos. Também colabora para que são costumeiramente vistos pela cidade e precisam ser constantemente removidos pelas
haja diferentes eficiências de escoamento rua a rua. Sugere ainda que os projetos são atividades de limpeza dos canais e cursos de água.
concebidos localmente e podem não ter considerado a bacia hidrográfica como unidade de
planejamento. Além de afetarem a qualidade ambiental, esses materiais causam entupimentos e
represamentos afetando a eficiência dessas unidades quando da ocorrência de chuvas de
O sistema de microdrenagem apresenta diversos problemas pontuais que acarretam em maior intensidade. Os sistemas de microdrenagem também são afetados pela colocação
inundações e alagamentos, tais como: obstruções, estreitamentos, desvios, retificações, indevida de resíduos e esgotos e a disposição inadequada desses materiais nessas unidades
ausência de declividades suficientes, entre outros que acabam por alterar o escoamento é um problema crônico da cidade.
adequado das águas pluviais.
Há 29 canais de drenagem principais em Niterói passando pela porção urbana do município.
Descrição do Sistema de Macrodrenagem Urbana Na parte inferior, no geral, estão em calha retangular e canalizados ou abertos; na parte
superior correm, no geral, em leito natural. O SNIS/AP (2017), com base neste levantamento
Quanto aos sistemas de macrodrenagem, em Niterói há cursos naturais de água e canais informou que 25% dos canais tem canalização aberta. 4,2% canalização fechada e 3% com
revestidos de concreto ou mistos (parcialmente revestidos), no geral de formato retangular, algum tipo de dique.
abertos ou fechados. São eles que drenam as águas pluviais urbanas advindos dos sistemas
de microdrenagem até deságue na(s) Orla(s). No Quadro 73 estão as principais características físicas destas unidades e dos cursos de água
considerados.
A ocupação não planejada ou desordenada das áreas de inundação natural dos cursos de
água que passam no ambiente urbano, a degradação das áreas de preservação permanente
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Quadro 73: Relação de Rios e Canais da Área Urbana de Niterói e suas Características.
Rios e Canais Extensão (m) Tipo de Seção
Macrobacia Alcântara/Aldeia
1 Rio Bomba 3800 Aberta, com canal sem revestimento.
Macrobacia da Baía Guanabara
2 Canal Maruí-Engenhoca 1150 Mista, calha retangular com parede e fundo.
3 Canal Pátio Leopoldina 350 Mista, calha retangular com parede e fundo e trecho semienterrado.
4 Rio Holofote 700 Fechada em seção retangular revestida
5 Canal da Alameda Mista: fechada com seção triangular autolimpante (concreto) e pequenos trechos em canal de seção triangular (concreto); seção final
3750 mista com calha aberta e fechada em seção retangular (concreto).
6 Canal da Vicência 550 Fechada em seção retangular revestida
7 Canal Riodades 580 Fechada em seção retangular revestida
8 Canal Cintura Washington Luiz 1400 Mista: aberta com canal de seção retangular (concreto) e fechada em seção retangular (concreto)
9 Canal Passarinho 1200 Fechada em calha retangular (concreto)
10 Rio Cubango 2600 Mista: maior parte fechada com calha retangular (concreto)
11 Canal da Martins Torres 2200 Enterrado em seção retangular (concreto)
12 Rio Icarái 1500 Mista: seção fechada de seção retangular (concreto) e aberta com canal de seção retangular (concreto)
13 Canal Ari Parreiras 3500 Aberta: canal com seção trapezoidal (concreto) até cruzamento com Canal Icaraí e seção final retangular (concreto)
14 Canal da Grota 1100 Mista: seção aberta em canal de seção retangular (concreto) e enterrada de seção retangular (concreto)
15 Canal da Cachoeira 2500 Mista: seção aberta em canal de seção retangular (concreto) e enterrada de seção retangular (concreto)
16 Canal de São Francisco 1600 Aberta com canal de seção retangular com parede e fundo em concreto
17 Canal da Taubaté 400 Mista: canal de seção retangular (concreto) e fechada em seção s eção retangular (concreto)
18 Rio Matapaca 3450 Mista: seção aberta em canal retangular sem revestimento e fechada com seção retangular com parede e fundo (concreto)
19 Canal da Formiga 1850 Mista: aberta com canal em seção retangular (concreto) e fechada com seção retangular (concreto)
20 Canal do Sapê 950 Mista: aberta com canal em seção retangular (concreto) e fechada com seção retangular (concreto)
Macrobacia da Região Oceânica
21 Rio Arrozal 3750 Mista: aberta em canal sem revestimento e fechada em seção retangular (concreto)
22 Rio Jacaré 1150 Mista: aberta em canal retangular (concreto) e fechado em seção retangular (concreto)
23 Canal Gragoatá 1900 Aberto em canal retangular sem revestimento
24 Rio João Mendes 4650 Aberta com canal retangular (concreto)
25 Rio da Vala 2750 Aberta sem revestimento
26 Canala Colibri 954 Aberta sem revestimento
27 Canal Viração 3020 Mista: aberta com canal em seção retangular (concreto) e fechada com seção retangular (concreto)
28 Valão Itacoatiara 550 Canalizado
29 Canal Sto Antônio (Bristol) 421 Canalizado
Fonte: Retirado de Prefeitura de Niterói; Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos – SECONSER; IPGA – Instituto de Planejamento Urbanos e Gestão Ambiental; Águas de Niterói; Diagnóstico,
Descrição e Análise Crítica do Sistema de Drenagem e Manejo das Águas Pluviais Urbanas. Julho de 2015. 207 p.
.
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
COBERTURA ATUAL DA DRENAGEM URBANA EM NITERÓI A Secretaria de Obras – SMO informou que alguns projetos de pavimentação e melhorias na
drenagem urbana foram realizados em Niterói nos últimos sete anos. Entre eles, citam-se as
O município de Niterói não conta com cadastro do sistema de drenagem urbana, o que impede localidades e/ou bairros que foram atendidos, cuja informação foi adicionada ao mapeamento
de chegar a uma estimativa atualizada quanto à cobertura da drenagem urbana. O Sistema das áreas:
Nacional de Informações de Saneamento Básico – SNIS, com dados fornecidos pelo município
de referência de 2015 (publicados em 2017), apontaram taxa de cobertura de vias públicas Fazendinha;
com redes de drenagem ou canais pluviais subterrâneos na área urbana igual a 80,7%. Cafubá;
Bairro Peixoto;
Considerando-se que o município possui cerca de 1.138,31 km de vias urbanas e aplicando- Avenida Romanda Gonçalvez, Bairro Maravista;
se a taxa de cobertura da drenagem nas vias urbanas, tem-se que cerca de 918,6 km de vias Cinturão do Maciço do Jacaré;
possuem algum tipo de estrutura existente.
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
IDENTIFICAÇÃO DE LOCAIS SUJEITOS A ALAGAMENTOS E INUNDAÇÕES Os problemas locais especialmente na microdrenagem foram levantados com base em dados
fornecidos pela SECONSER e com base em levantamentos de campo realizados na visita
O diagnóstico de drenagem urbana (Prefeitura de Niterói, 2015) levantou 7 pontos técnica ao município. Os dados foram organizados em quadros e em mapeamento temático,
problemáticos em relação à macrodrenagem urbana juntamente com a SECONSER. Destes, identificando a sua localização quanto a divisão da macrobacia hidrográfica adotada,
5 estão localizados na Região Oceânica nas proximidades do sistema Lagunar Itaípu-Piratinga. microbacia hidrográfica, Região de Planejamento e Bairros. Os dados são apresentados no
Segundo o estudo, a condição de alagamento desses pontos se refere ao gradiente de Quadro 75 e no mapa temático na Figura 197. Foram identificados 26 pontos de alagamentos
escoamento das bacias hidrográficas com descargas elevadas até as porções mais baixas do frequentes os quais causam transtornos à população, os quais são prioritários para fins de
terreno e, aliadas ao fato que essas regiões se encontram com densa ocupação, então se planejamento.
tornam pontos alagáveis com frequência.
Proximidade com Avenida O Canal faz uma curva de 90° favorecendo extravasamento. Haverá
1 Engenhoca Guanabara
Presidente Craveiro Lopes necessidade de interligar este canal ao de drenagem do Pátio Leopoldina
Alameda São Boaventura no Há necessidade de manter o canal na sua seção final sem assoreamento,
2 Barreto Guanabara
trecho perto acesso ponte. pois sofre influência do regime de maré
Estrada Francisco Cruz Nunes Praias Trecho com cota baixa da estrada e localizado na área de inundação do Rio
5 Região Oceânica
em frente ao Restaurante Rincão Oceânicas João Mendes
Loteamento Maravista no entorno Praias Trecho com cota baixa das ruas e localizado na área de inundação do Rio da
7 Região Oceânica
das ruas 8 com rua 18 Oceânicas Vala
231
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Quadro 75: Pontos com Problemas na Microdrenagem Urbana – Pontos de Alagamentos Frequentes.
Ponto Localização Aprox. e/ou Endereço Bairro Macrobacia Microbacia Unidade Planejamento
A Av Carlos Ermelindo Marins com Av. Pref. Silvio Picanço Charitas Áreas que drenam para a Baía de Guanabara
Baía de Guanabara Praias da Baía
B Rua Tupinanbás com Rua Timbiras São Francisco Bacia do Canal de São Francisco
C Estrada Caetano Monteiro com Estrada Monan Pequeno Cantagalo
Rio Alcântara-Aldeia-Colubandê Bacia do Rio Sapê Pendotiba
D Estrada Washington Luiz , entre Rua Jornalista Silvia Thomé e Rua Leonor da Glória Largo da Batalha
E Rua Presidente Predreia próximo a Rua Pereira Nunes Ingá
F Av Visconde do Rio Branco São Domingos Bacia do Centro de Niterói Praias da Baía
G Avenida Visconde do Rio Branco com Rua Quinze de Novembro Centro
Baía de Guanabara
H Alameda São Boa Ventura Fonseca Bacia do Fonseca
Norte
I Rua Dom Antonio Almeida Morães Junior Engenhoca Bacia do Rio Maruí
J Rua Silva Jardim entre Av Visconde Rio Branco e Cel.Miranda Centro Bacia do Centro de Niterói Praias da Baía
K Estrada Itacoatiara, com Francisco da Cruz Nunes Itacoatiara Bacia do Valão de Itacoatiara
L Av. Everton Xavier, com rua Adalgina Monteiro Maravista Bacia do Rio João Mendes
Região Oceânica Oceânica
M Rua 27, com Av. Everton Xavier Serra Grande
N Rua Senador Vasconcelos Torres,entre a rua 37 e rua Maria Isabel Bolckau Maravista Bacia do Rio da Vala
O RJ 108 Rio do Ouro Rio Alcântara-Aldeia-Colubandê Bacia do Rio Várzea das Moças Leste
P Estrada Francisco da Cruz Nunes Piratininga
Bacia do Rio Jacaré
Q Rua Jom Jairo Mendes com rua Salomão Vergueiro da Cruz Piratininga
Região Oceânica Oceânica
R Rua jardim dos Corais, próximo rua dos Mariscos Jardim Imbuí Áreas que drenam para a Lagoa de Piratininga
S Rua 51 Piratininga Bacia do Rio Jacaré
T Av. Almirante Ary Parreiras, com Av. Almirante Ary Parreiras Vital Brasil
U Rua Presidente Backer,próximo Av Roberto Silveira Icaraí Bacia do Rio Icaraí Praias da Baía
V Rua Geraldo Martins, com rua Itaperuma Pé Pequeno
X Rua Assis Vasconcelos, rua Gen.Castriolo Barreto Baía de Guanabara Bacia do Rio Maruí Norte
Z Avenida Prefeito Silvio Picanço - Próxmo Proximidade Igreja Lagoinha Charitas Áreas que drenam para a Baía de Guanabara
AA Av. Almirante Ary Parreiras, entre a Rua Lemos Cunha e Av Roberto Silveira Icaraí Praias da Baía
Bacia do Rio Icaraí
BB Rua Dr. Mario Viana, com a Av Padre Francisco Lanna e Av. Almirante Ary Parreiras Santa Rosa
Fonte: SECONSER (2019) e dados levantados em visita técnica (2019) com base em informações da Subsecretaria de Rios e Canais/SECONSER.
232
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
233
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
IDENTIFICAÇÃO DE OCORRÊNCIAS DE DESASTRES NATURAIS NO MUNICÍPIO ocorrências principalmente quanto à passagem de informações à esfera estadual e federal do
RELACIONADOS COM O MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS sistema nacional de defesa civil.
O município de Niterói devido suas características geomorfológicas, hidrológicas, do relevo e Quadro 76: Quantidade de Ocorrências de Desastres Naturais no Estado e em Niterói (1991 a 2012).
Niterói Estado do Rio de Janeiro
das condições de ocupação urbana e outros fatores como a grande impermeabilização do solo, Desastre Natural
Ocorrências de 1991 a 2012
possui maior probabilidade da ocorrência de desastres naturais tais como deslizamentos, Enxurradas 2 251
enxurradas e inundações. Os dados históricos demonstram a ocorrência de diversos eventos Movimentos de massa 5 153
Alagamentos 0 56
ao longo dos anos, alguns até com elevada magnitude e gravidade.
Inundações 0 190
Total 7 650
Fonte: Compilação de dados do Atlas Brasileiro de desastres naturais 1991 a 2012 – Volume Rio de
Por isso, o adequado manejo de águas pluviais urbanas aliado ao ordenamento do uso e Janeiro. 2. Ed. Florianópolis/CEPED/UFSC. 2013.
ocupação do solo podem ser alternativas auxiliares na prevenção da ocorrência de eventos
ligados à fatores hidrológicos. O desenvolvimento de ações de prevenção vai desde ações A Secretaria Municipal de Defesa Civil e Geotecnia – SMDCG cedeu a relação de ocorrências atendidas
pelo órgão vinculadas à alagamentos e/ou inundações no período de 2010 a 2019 (até julho), cujas
estruturais como também aquelas não estruturais que serão foco deste Plano. informações estão no
Quadro 77. A organização espacial dessas ocorrências atendidas pela Defesa Civil é
apresentada na Figura 198.
Para fins de diagnóstico, buscou-se as informações contidas no Atlas Brasileiro de Desastre
Naturais – Volume Rio de Janeiro – RJ que catalogou as principais ocorrências oficiais de 1991
Foram também catalogados os locais identificados pela Defesa Civil (SMDCG) como
a 2012, em especial nas categorias de desastres que tem relação direta com fatores de chuva
vulneráveis e com riscos de ocorrência de deslizamentos e movimentos de massa. Os locais
intensa, tais como inundações, enxurradas, movimentos de massa e deslizamentos. Esses
conhecidos pelo município são apresentados na Figura 199. Esses locais foram apresentados
eventos são importantes, pois em Niterói (e também no estado do Rio de Janeiro) há intensa
relacionando-os à informação das áreas com cobertura de drenagem urbana já apresentado
ocorrência desses eventos ligados à estabilidade de encostas, morros e solos. Os dados do
neste diagnóstico. Com essa relação é possível observar que vários locais considerados de
período da publicação para Niterói e o Estado do Rio de Janeiro são apresentados no Quadro
risco remetem-se à ausência e/ou insuficiência de sistema adequado relacionado ao manejo
76:
de águas pluviais, uma vez que muitas são áreas não contempladas com alguma cobertura.
Com base nos dados é possível observar a grande quantidade de ocorrências catalogadas no
O estudo realizado demonstra que 258 áreas possuem risco de deslizamento e 56 são de risco
Estado do Rio de Janeiro como um todo, o que resulta em planos, projetos e ações
muito alto, segundo classificação empregadas pela SMDCG que adotou quatro categorias:
principalmente de cunho preventivo, mas também corretivo para atuação nesse tema através
muito alto, alto, médio e baixo risco. Em 54 pontos já estão previstas obras e algumas já estão
das Coordenadorias de Defesa Civil. Niterói, no período, apresentou informações da
ocorrência de sete eventos caracterizados como desastres naturais sendo cinco considerados em execução. O órgão possui um Centro de Monitoramento de Ocorrências e de parâmetros
ambientais que opera 24 horas dia e é uma das referências nacionais em Defesa Civil.
como movimentos de massa e dois como enxurradas. Inundações e alagamentos, contudo,
não foram observadas na publicação. Este resultado pode indicar uma subnotificação das
234
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Quadro 77: Ocorrências de Alagamentos ou Inundações Atendidas pela Defesa Civil Municipal (2010 e julho de 2019).
Logradouros
Alameda do Vale 252, Largo da Batalha, Niterói - RJ - 24.315-200 - Ref.: ----- Rua Doutor Dióscoro Maia Vilela 13, Cafubá, Niterói - RJ - 00.000-000 - Ref.: 2º Portão - Antiga Rua 28 - Padaria Grão e Pão
Alameda São Boaventura com Rua 22 de Novembro Rua Doutor Paulo César
Av Presidente Backer x Rua Presidente João Pessoa Rua Gen Castrioto x Rua Mauricio de Abreu
Av Roberto Silveira com Av. Presidente Backer Rua General Castrioto no Barreto
Av. Roberto Siveira com Lopes Trovão Rua General Pereira da silva
Avenida Carlos Ermelindo Marins 1111, Jurujuba, Niterói - RJ - 24.370-195 - Ref.: Morro Condomínio Brasília Rua Henrique Castrioto
Av. Central Ewerton Xavier 8000 Casa 14, Várzea das Moças Rua Italia ea Viação Pendotiba Rua Joaquim Norberto 45 Casa, Fonseca, Niterói - RJ - 24.130-410 - Ref.: Rua ao lado do supermercado Supermarkt
Avenida Jansen de Mello Rua Ladeira do Castro 63 Conjunto Residencial Zilda Arns II, Fonseca, Niterói - RJ - 24.130-616 - Ref.: Conjunto Residencial Zilda Arns II
Avenida Machado s/nº, Barreto, Niterói - RJ - 24.111-000 - Ref.: ----- Rua Largo da Caixa d'água 16, Ingá, Niterói - RJ - 00.000-000 - Ref.: -----
Avenida Professora Romanda Gonçalves 1533 Lote 04, Itaipu, Niterói - RJ - 24.340-090 Rua Lopes Trovão
Avenida Roberto Silveira Rua Ludovico José da Rosa 1, Maceió, Niterói - RJ - 24.310-210 - Ref.: -----
Estrada Caetano Monteiro Rua Major Pardal Junior 59 Casa, Fonseca, Niterói - RJ - 24.130-260 - Ref.: Rua em frente Habibis
Estrada Caetano Monteiro 601 Casa 35 - Cond. Uba VIII, Badú, Niterói - RJ - 24.320-570 Rua Márcia Valeria 6 Casa 01, Ititioca, Niterói - RJ - 24.315-060 - Ref.: Em frente ao bar da Lucia
Estrada da Fazendinha 58, Badú, Niterói - RJ - 00.000-000 - Ref.: Referente a solicitação 2090710 Rua Márcia Valeria 6, Ititioca, Niterói - RJ - 24.315-060 - Ref.: -----
Estrada do Matapaca s/nº campo de futebol do atletico, Mata Paca, Niterói - RJ Rua Marechal Deodoro
Estrada Francisco da Cruz Nunes 577 Casa 03, Badú, Niterói - RJ - 24.320-330 Rua Marechal Deodoro com Marques de Paraná
Estrada General Castro Guimarães 740 Casa 8A e 7, Largo da Batalha, Niterói - RJ - 24.310-350 - Ref.: Bar da Dna. Arlete Rua Maria Isabel Bolckan 113, Maravista, Niterói - RJ - 00.000-000 -
Estrada Washington Luiz 739, Sapê, Niterói - RJ - 00.000-000 - Ref.: Estrada principal do Sapê Rua Mário Alves
Roberto Silveira x Av Presidente Backer Rua Portugal 400 Casa, Maria Paula, Niterói - RJ - 24.325-140 -
Rua Alarico de Souza- Atalaia 25 Casa C, Ititioca, Niterói - RJ - 00.000-000 - Ref.: Próximo a loj de mat. de construção do Lula Rua Presidente Backer com Rua João Pessoa
Rua Almirante Ary Parreiras Rua Quatorze de Abril Travessa Chavier 25, Charitas, Niterói - RJ - 00.000-000
Rua Almirante Teffé Rua Senador Fernandes da Cunha 41, Rio do Ouro, Niterói - RJ - 24.330-060
Rua Arariboia em São Francisco Rua Tenente Osorio Travessa Sergipano 27 Casa 01, Fonseca, Niterói - RJ - 00.000-000 - Ref.: Bar do senhor Albino
Rua B s/nº Casa 01, Ititioca, Niterói - RJ - 24.315-320 - Ref.: (em frente ao salão sorriso beleza) Lote 17 Rua Visconde de Sepetiba com Rua Coronel Gomes Machado
Rua Benjamin Constant Rua Visconde de Sepetiba com Rua São João
Rua Blaulio Ralha 9 Casa 09, Badú, Niterói - RJ - 00.000-000 - Ref.: Rua do Banco HSBC Primeira a Esquerda Rua Visconde do Uruguai
Rua Caetano Monteiro Travessa Beltão 166 Bloco 01 Apartamento 1204, Santa Rosa, Niterói - RJ - 00.000-000 - Ref.: Rua da Maternidade Santa Martha
Rua Caminho Novo s/nº, Cafubá, Niterói - RJ - 00.000-000 - Ref.: Cafubá Travessa Santana 14, Charitas, Niterói - RJ - 24.370-520 - Ref.: -----
Rua Carlos Imbassahy 22, Fonseca, Niterói - RJ - 00.000-000 - Ref.: ----- Travessa Santana 16 Casa 01, Charitas, Niterói - RJ - 24.370-520 -
Rua Castro Alves s/nº Casa 15, Fonseca, Niterói - RJ - 24.141-015 - Ref.: -----
Rua Desembargador Leopoldo Muylaert 32 Casa, Piratininga, Niterói - RJ - 24.350-450 - Ref.: Na rua do Boliche/Antiga rua dez
Fonte: Adaptado de Sistema de Informações da Defesa Civil. Centro de Monitoramento de Ocorrências de Niterói – CMO (2019).
235
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Figura 198: Ocorrências de Alagamentos ou Inundações Atendidas pela Defesa Civil de Niterói (2010 a 2019).
236
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
237
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
ASPECTOS SOBRE BALNEABILIDADE E SUA RELAÇÃO COM A DRENAGEM E Praias consideradas péssimas: Gragoatá; São Francisco; Jurujuba.
MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS
O INEA possui um histórico de qualificação anual médio das praias do Estado do período de
O Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro (INEA) é o órgão dentro do sistema 2000 até 2017. O Instituto considera cinco classificações ao longo do tempo em relação aos
estadual de gerenciamento de recursos hídricos com competência para controle das condições critérios que foram estabelecidos também referentes à presença ou ausência de coliformes
de balneabilidade das praias do litoral fluminense. São monitorados cerca de 291 pontos no fecais e enterococos (segundo variação da porcentagem temporal do monitoramento). Os
Estado, compreendendo 201 praias e um total de 22 municípios, entre eles Niterói. São critérios são: Qualidade ótima, boa, regular, má ou péssima, segundo uma legenda de cores.
emitidos regularmente boletins de balneabilidade das praias na plataforma do INEA.
Os dados disponíveis no site do INEA foram catalogados e adaptados na forma gráfica para
A Balneabilidade em território nacional é avaliada conforme os critérios da Res. CONAMA n° todas as praias monitoradas em Niterói. É possível observar a variação ao longo do tempo do
274/2000 a qual estabelece que as águas doces, salobras e salinas destinadas à recreação índice de qualidade das águas (IQA) das praias conforme apresentam a Figura 200.
de contato primário devem ter suas condições monitoradas a fim de classificá-las como
próprias ou impróprias para banho. Os critérios baseiam-se na presença e/ou ausência de Os dados gráficos vão ao encontro das informações do Ranking do órgão entre 2015 e 2017,
coliformes termotolerantes e bactérias enterococos, que são indicadores da presença de pois as praias que historicamente apresentam problemas em relação à qualidade de suas
contaminantes principalmente relacionados a despejos de efluentes sanitários. águas são aquelas ainda consideradas com ruim ou péssima balneabilidade como as praias
de Jurujuba, Charitas, Gragoatá, São Francisco, etc.
Considera-se “próprio” o ponto amostral de balneabilidade relacionado que apresentou
resultados positivos segundo o critério/patamar da Resolução em pelo menos 5 amostras O índice de qualidade das águas e a balneabilidade no geral podem estar relacionados à
consecutivas. emissão de efluentes sanitários não tratados, lançados irregularmente na drenagem pluvial ou
de outros detritos e resíduos que comumente são lançados ou indiretamente encaminhados
Na publicação do Ranking de Balneabilidade das Praias do Rio de Janeiro (INEA, 2018) às estruturas por ação das chuvas.
considerando-se o período histórico de monitoramentos de 2015 a 2017, Niterói apresentou o
seguinte resultado:
238
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Figura 200: Índice de Qualidade Águas – IQA das Praias de Niterói (Período de 2000 a 2017).
239
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
A urbanização pode ser relacionada a esses resultados, de forma que as áreas mais Apesar da existência, por exemplo, das tomadas de tempo seco – TTS operadas pela Águas
adensadas podem ser aquelas que possuem os piores resultados ao longo do tempo. A de Niterói como forma de coibir o lançamento de dejetos não tratados nos canais de
existência de comunidades não atendidas pela infraestrutura de saneamento básico drenagem urbana de pequenos e médios volumes e promover melhoria da qualidade das
principalmente sistema de coleta de esgotos, a ocupação irregular e desordenada, bem como águas, em especial da Baía de Guanabara, por si só as TTS são estruturas paliativas que
o desenvolvimento de outras atividades poluentes no entorno podem desencadear processos não detém capacidade de resolução integral do problema da falta de saneamento básico,
que desqualificam da água para contato humano conforme a Res. CONAMA 274/2000. principalmente esgotamento sanitário e, do lançamento indevido/clandestino de outros
efluentes na microdrenagem pluvial urbana.
Utilizando-se a localização dos pontos de monitoramento de balneabilidade do INEA (Figura
201) e relacionando-os aos dados de percentual de ocupação urbana por bairros nos quais Atualmente a Águas de Niterói mantém convênio de cooperação com o INEA para
esses pontos se inserem apresentado no diagnóstico de drenagem urbana (2015), pôde-se desenvolvimento do Programa “Se Liga” o qual tem por objetivo fiscalizar as possíveis
realizar análise entre o ranking de balneabilidade e a urbanização (Quadro 78). ligações irregulares de esgotos sanitários na rede pluvial, alertando e orientando a população
da necessidade de regularização, caso a caso, em geral promovendo a conexão da(s)
Quadro 78: Locais de Monitoramento da Balneabilidade e a Ocupação Existente nos Bairros. edificações à rede coletora de esgotos sanitários.
Local Ponto de Monitoramento Bairro % Ocupação Urbana Ranking Balneabilidade
Centro da praia Boa Viagem 67,3 Ruim
Lado direito do Clube Naval de Charitas
Em frente a Travessa Santa Cândida Charitas 38,7 Ruim O Programa é desenvolvido essencialmente nas áreas já atendidas pelo sistema de esgoto
Em frente à Avenida Quintino Bocaiúva nº 355
sanitário, pois mesmo havendo a infraestrutura, muitas pessoas desconhecem ou se recusam
Centro da praia
Camboinhas 59,4 Boa
Á 100m do Canal da Lagoa de Itaipu a fazer a ligação predial, mesmo ela sendo obrigatória.
Em frente à Rua Praia de Icaraí nº 163
Ingá 70,7 Regulares
Em frente à Rua Nilo Peçanha
Centro da praia Gragoatá 49,0 Péssima
Em frente à Rua das Papoulas Também se trata de um programa visando melhorar as condições ambientais da Baia de
Itacoatiara 27,3 Excelente
Em frente à Rua das Azaléias
Guanabara, mitigando o lançamento indevido de efluentes nos corpos hídricos, drenagens
Em frente à Praça Getúlio Vargas
Em frente à Rua Mariz e Barros
Icaraí 85,1 Regulares etc., o que também acaba por melhorar os índices de balneabilidade nos locais que drenam
Em frente à Rua Otáívio Carneiro
Á esquerda da Pedra de Itapuca águas às praias monitoradas. Os imóveis são identificados pela Concessionária que repassa
Em frente ao Restaurante Varandão
Itaípu 33,5 Boa as informações ao INEA que os notifica a se regularizarem em até 60 dias conforme Decreto
Em frente à Praia de Itaipú nº 21
Saída da Alameda Av. Carlos Ermelindo Martins, 1565
Em frente à Avenida Carlos Ermelindo Marins nº 1935
Estadual n° 41.310/2008.
Jurujuba 19,1 Péssima
Centro da praia
Centro da praia
Em frente à Avenida Doutor Acúrcio Torres Outro programa relevante de despoluição é o “Enseada Limpa” desenvolvido desde 2016 pela
Em frente à Rua General Rubens Rosado Teixeira
Em frente à Rua Orestes Barbosa Piratininga 57,9 Boa Prefeitura em parceria com a Águas de Niterói visando despoluição da Enseada de Jurujuba.
Em frente à Rua João Gomes da Silva
Centro da praia
O projeto previa ações integradas para tornar a Enseada de Jurujuba a primeira área da Baía
Em frente à Rua Caraíbas de Guanabara totalmente despoluída.
Em frente à Igreja São Francisco São Francisco 54,0 Péssima
Em frente à Avenida Quintino Bocaiúva n° 233
Fonte: Adaptado de INEA (2018) - Locais de monitoramento da balneabilidade e % de ocupação urbana
por bairro apresentado no Diagnóstico de Drenagem Urbana (2015). Elaborado por AMPLA, 2019.
240
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
241
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DA SITUAÇÃO ECONÔMICA-FINANCEIRA DOS principais fontes de recursos é a cobrança do IPTU – Imposto sobre a Propriedade Predial e
SERVIÇOS DE MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS. Territorial Urbana, instituído pelo Código Tributário Municipal vigente, a Lei Municipal n° 2.597
de 30 de setembro de 2008.
A Lei Federal n° 11.445/2007 estabelece que os serviços públicos de saneamento básico
terão sustentabilidade econômico-financeira assegurada, sempre que possível, mediante O demonstrativo de despesas anual da SECONSER (Referência de janeiro de 2019)
remuneração pela cobrança dos serviços (Art. 29). demonstra várias dotações destinadas à administração, material de consumo, equipamentos,
atividades ligadas ao urbanismo, obras de recuperação asfáltica, construção de pontes,
A cobrança é possível e prevista nos termos da Lei também para os serviços de manejo de instalação de refletores de iluminação, ações de arborização, ampliação de rede de
águas pluviais urbanas, na forma de tributos, taxas, em conformidade com o regime de iluminação pública e a realização da conservação da drenagem urbana. No Quadro 79 há um
prestação dos serviços ou de suas atividades, assim como para os demais serviços de resumo quanto às informações financeiras repassadas:
saneamento.
Quadro 79: Demonstrativo de Despesas e Dotações - SECONSER.
Despesa - Dotação Valores Gerais (R$)
A Lei discorre que a estrutura de remuneração e cobrança dos serviços públicos de
Administração (Geral) 1.389.500,00
saneamento poderão levar em consideração alguns fatores como: categoria de usuários, Monitoramento Serviços Públicos 10.000,00
distribuídas por faixas ou quantidades de utilização ou consumo; padrões de uso ou qualidade Urbanismo (Programa Calçada) 10.000,00
requeridos; quantidade mínima de consumo ou utilização dos serviços como garantia de Recuperação asfáltica 4.500.000,00
objetivos sociais, preservação da saúde pública, adequado atendimento dos usuários, Conservação e Recuo. De Logradouros 24.680.500,00
Implantação Refletores 100.000,00
proteção ao meio ambiente etc.; custo mínimo para disponibilidade dos serviços em
Arborização de praças e ruas 3.300.000,00
quantidade e qualidade adequados; entre outros fatores considerados no Art. 30.
Poda Preventiva (iluminação) 2.100.000,00
Conservação de energia (ilum.). 10.000,00
O município de Niterói, contudo, não realiza nenhum tipo de cobrança pela prestação dos Conservação da Drenagem Urbana 5.000,000.00
serviços de manejo de águas pluviais e/ou disponibilização da infraestrutura de drenagem Resiliência Desastres 200.000,000
do governo estadual ou federal (tais como para a EMUSA, SMO, Pró-sustentável, programas a empresa GENERAL CONTRACTOR CONSTRUTORA EIRELI (N° 04/2019 e aditivo n°
ambientais (SMARHS, etc.). 2/2019) para: “contratação de empresa especializada para a prestação de serviço de apoio
técnico em serviços comuns de engenharia para auxílio na operação de conservação e
As ações de manutenções e melhorias no sistema existente gerenciados pela SECONSER manutenção e limpeza de galerias e drenagens do município de Niterói com inclusão de
são feitas através das dotações advindas do caixa único municipal à Secretaria. Uma das ferramentas, uniformes e equipamentos de uso próprio dos funcionários, sem fornecimento
242
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
de peças, materiais ou componentes, conforme especificações do Termo de referência, Ambiente como órgão central aliado ao Órgão superior que é o Conselho Municipal de Meio
projeto básico.” O valor deste contrato/termo aditivo n° 02/2019 é atualmente de R$ Ambiente - COMAM. Tem como objetivo formular e implementar a Política Municipal de Meio
6.237.226,60 reais, vigente por mais 12 meses. Ambiente.
Considerando-se os valores de despesas e dotações do presente exercício (2019) tido como O Saneamento Básico está sempre bastante atrelado aos aspectos do Meio Ambiente e, no
referência, os valores pagos à prestação dos serviços terceirizados para manutenção e ambiente urbano, o atendimento adequado dos serviços de saneamento, no geral contribuem
conservação de galerias e drenagens do município correspondem a cerca de 17% da para a melhoria da qualidade socioambiental deste espaço e garantindo a preservação
provisão total anual da SECONSER. principalmente dos recursos hídricos, dos solos, águas subterrâneas e dos ambientes
marinhos. Por isso, ao se tratar da drenagem urbana e do manejo de águas pluviais, os
Considerando-se a dotação prevista no início do ano (janeiro/19) apenas para o item de assuntos acabam se relacionando principalmente em relação à questão da água no ambiente
“conservação da drenagem urbana” o valor gasto neste contrato com o termo aditivo 02/2019 urbano.
já superou o estimado para as ações em cerca de 19,8%. Isto demonstra que há necessidade
de maior planejamento das dotações para o exercício da Secretaria de modo que os valores Relevante destacar o Código Ambiental Municipal de Niterói, instituído pela Lei n° 2.602, de
estimados sejam mantidos ao longo do ano de atividades sem necessidade de ajustes e/ou 14 de outubro de 2008 que estabelece a Política Municipal de Meio Ambiente e a Política
aditivos na dotação de origens externas para manutenção da execução dos serviços de Municipal de Recursos Hídricos, entre outros. A SMARHS e o COMAM são os principais
maneira adequada. órgãos setoriais responsáveis pelo seu desenvolvimento e cumprimento.
O SNIS/AP (2017) chegou ao índice de R$ 9,21 reais hab./ano para o custeio da operação A Política Municipal de Recursos Hídricos tem por muitos de seus objetivos instituídos na Lei
com o sistema de drenagem urbana pluvial. Pegando-se o estimado na dotação orçamentária assuntos relacionados à saneamento básico, tais como:
de 2019 para conservação e manutenção do sistema de drenagem urbana e a população
total estimada para o município em 2019 (IBGE) tem-se que o valor médio empregado nessas Art. 145. Item II: a) assegurar à atual e às futuras gerações a
necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade
ações por habitante é de cerca de R$ 9,73 reais hab./ano. Aumento de pouco mais de 5% no
adequados aos respectivos usos; b) a utilização racional e
período (2015 a 2019).
integrada dos recursos hídricos, incluindo o transporte aquaviário,
com vistas ao desenvolvimento sustentável; c) a prevenção e a
defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural
PROGRAMAS AMBIENTAIS VOLTADOS À DRENAGEM URBANA E SANEAMENTO ou decorrente do uso inadequado dos recursos naturais; d) a
preservação da fauna e da flora integrantes dos corpos hídricos,
AMBIENTAL
com valores éticos ambientais e como forma de manutenção da
atividade pesqueira e extrativista; e) a promoção da integração
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade – SMARHS das políticas municipais de saneamento básico e do meio
é o órgão municipal da administração pública direta da Prefeitura responsável em garantir a ambiente, com as políticas federal e estadual de recursos
preservação ambiental no âmbito municipal, participante do Sistema Municipal de Meio hídricos.
243
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Convém destacar ainda que a SMARHS é a instância responsável pelo licenciamento Região Oceânica. Os três componentes são: (i) Urbanização; (ii) Infraestrutura; (iii)
ambiental e pelas ações de fiscalização ambiental no município. Por isso diversas destas Sustentabilidade. As principais obras ou ações previstas em cada componente são, conforme
atuações em controle, prevenção e inibição de danos estão atreladas ao adequado abaixo:
gerenciamento dos sistemas de saneamento, em especial, por exemplo: garantir manejo
adequado de resíduos sólidos em geradores sujeitos ao licenciamento ou em normas Urbanização: Parque Orla Piratininga – POP; Sistema Cicloviário; Requalificação da
ambientais específicas, bem como garantir nos estudos e concepções que os área de influência do Corredor BRT da Transoceânica;
empreendimentos tenham adequado manejo de efluentes conforme legislação ambiental e Infraestrutura: Corredor BRT da Transoceânica; Drenagem Urbana do bairro
adequado manejo de águas pluviais, etc. Fazendinha; Pavimentação e Requalificação de vias;
Sustentabilidade: Requalificação da Bacia do Rio Jacaré; Centro de Referência em
No tema de áreas protegidas e Áreas de Preservação Permanente – APP, além da gestão de Sustentabilidade Ambiental; Plano de Gestão Ambiental da Região Oceânica;
parques municipais, áreas verdes e outros, a SMARHS possui o Projeto de Restauração Ecoturismo e Gestão das Praias.
Ecológica em convênio com o BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento que visa
recuperar ambientes ecológicos degradados pela ocupação ou outros fatores. Tratam-se de Algumas das ações e projetos acima citados têm relação direta ou indireta com as questões
áreas de mangue e áreas de preservação permanente – APP de cursos de água, nascentes de drenagem urbana e manejo de águas pluviais. Por isso o desenvolvimento do Programa
e encostas em declividade em vários bairros da cidade. na Região Oceânica tende a beneficiar os objetivos do PMSB, uma vez que já se observa
através das iniciativas em execução a busca pelo desenvolvimento sustentável e a
Ações de educação ambiental e eventos são realizados anualmente, em especial quanto às implantação de infraestrutura nessa porção do município em franca expansão urbana.
datas comemorativas do meio ambiente e da água, exemplo: dia mundial da água; Clean up
Day (mutirões de limpeza em praias e espaços urbanos, áreas verdes); realização da Semana Nos três componentes destacam-se projetos importantes relacionados à drenagem urbana e
do Meio Ambiente em Junho; criação e divulgação de materiais educativos e gráficos, etc. o manejo de águas pluviais, por exemplo: O Parque Orla Piratininga – POP e os estudos
técnicos que tem sido realizados visando compreender a hidrodinâmica local, estudos e
monitoramento da qualidade da água, dos sedimentos, caracterização de fauna e flora do
PROGRAMA PRÓ-SUSTENTÁVEL ambiente lagunar, monitoramento de parâmetros meteorológicos, etc. A Lagoa de Piratininga
é um importante corpo hídrico relacionado à drenagem local, pois recebe escoamento de boa
O Programa Região Oceânica Sustentável “PRO-Sustentável” tem por objetivo promover a parte da Região Oceânica e sua conservação ou recuperação são interessantes.
sustentabilidade ambiental na Região Oceânica mitigando ou revertendo os processos de
degradação ambiental, aliando melhorias na infraestrutura urbana e ambiental, para melhoria Foi elaborado um Projeto conceitual para a recuperação da Lagoa e seu entorno a partir de
da qualidade de vida socioambiental naquela região. diretrizes que aliassem a presença da água no ambiente urbano, a valorização do
ecossistema Lagunar e o desenvolvimento sustentável da região. A elaboração do projeto
Está organizado em grandes componentes, sendo que eles envolvem ações que se básico, executivo e outros estudos necessários também foram previstos em contratação
relacionam direta ou indiretamente à drenagem urbana local e o manejo de águas pluviais na pública (Concorrência n° 001/2018) e estão em atual desenvolvimento técnico. O valor de
244
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
contratação foi de R$ 1.697.200,00 reais. Quanto à drenagem urbana e manejo de águas Diversos estudos, oficinas, seminários foram realizados, inclusive com participação de
pluviais o projeto prevê as seguintes diretrizes (Prefeitura Municipal de Niterói, 2018): pesquisadores e especialistas internacionais no assunto, buscando trazer ferramentas,
técnicas e conhecimento que possibilitassem o desenvolvimento de um Plano estratégico
Diminuição das superfícies impermeáveis; para a bacia em questão, também a partir dos diagnósticos técnicos setoriais e estudos
Aumento da Capacidade de Infiltração; acadêmicos já realizados na Bacia do Rio Jacaré.
Diminuição de Riscos erosivos;
Aumento da qualidade de microclima local; O Plano de Renaturalização da Bacia do Rio Jacaré encontra-se em desenvolvimento sob
Aumento da vegetação no espaço urbano; diversas áreas diferentes de atuação. Porém no presente momento está em processo de
Diminuição dos efeitos de ilhas de calor; contratação final a realização de estudos técnicos e projetos específicos visando o
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Oceânica no município de Niterói conforme projetos executivos. O valor total estimado das
obras no local é de R$ 2.351.349,87 reais, sendo que para sistema de drenagem urbana as
intervenções estão estimadas em cerca de R$ 185.161,00 reais.
Em 1996, foi criado em nível Nacional, o Sistema de Informações sobre o Saneamento Básico
– SNIS com o objetivo de disponibilizar e compilar informações acerca de aspectos
institucionais, administrativos, operacionais, gerenciais, econômico-financeiros e de
qualidade sobre os serviços de saneamento básico.
Desde 2015 os dados para o sistema de drenagem urbana e manejo de águas pluviais (SNIS-
AP) têm sido solicitados aos municípios brasileiros. Os dados constantes na plataforma do
SNIS para o município de Niterói apresentam-se no Quadro 80 referentes ao ano de dados
de 2015, publicados em 2017.
Estes indicadores são importantes para caracterizar o cenário atual do município e auxiliar na
tomada de decisões na fase de planejamento futuro.
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Quadro 80: Indicadores SNIS-AP de Niterói (2017). Referência dados do Ano de 2015.
Ano
Identificação Descrição Unidade
2017
IN042 Parcela de área urbana em relação à área total % 100,00
Gerais
IN001 Participação do Pessoal Próprio Sobre o Total de Pessoal Alocado nos Serviços de Drenagem e Manejo das Águas Pluviais Urbanas % 1,4
IN005 Taxa Média Praticada para os Serviços de Drenagem e Manejo das Águas Pluviais Urbanas R$/unidades ano -
ECONÔMICO-FINANCEIROS E
R$/unidades tributadas
IN006 Receita Operacional Média do Serviço por Unidades Tributadas -
ano
ADMINISTRATIVOS
IN009 Despesa Média Praticada para os Serviços de Drenagem e Manejo das Águas Pluviais Urbanas R$/unidades ano 26,92
IN010 Participação da Despesa Total dos Serviços de Drenagem e Manejo das Águas Pluviais Urbanas na Despesa Total do Município % 0,2
IN048 Despesa per capita com serviços de Drenagem e Manejo das Águas Pluviais Urbanas R$/habitante ano 9,21
IN049 Investimento per capita em drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas R$/habitante ano 0,00
IN050 Diferença relativa entre despesas e receitas de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais urbanas % 42,06
IN021 Taxa de cobertura de vias públicas com redes ou canais pluviais subterrâneos na área urbana % 80,7
INFRAESTRUTURA
IN025 Parcela de Cursos d’Água Naturais Perenes em Área Urbana com Parques Lineares % -
IN026 Parcela de Cursos d’Água Naturais Perenes com Canalização Aberta % 25,0
IN027 Parcela de Cursos d’Água Naturais Perenes com Canalização Fechada % 4,2
IN035 Volume de reservação de águas pluviais por unidade de área urbana m³/km² -
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS A Secretaria Municipal de Obras – SMO e a Empresa Municipal de Moradia, Urbanização e
Saneamento – EMUSA elaboram, executam e/ou contratam e acompanham projetos e obras
Nos itens a seguir há a apresentação sucinta dos principais aspectos constantes no presente de drenagem urbana e manejo de águas pluviais no município.
diagnóstico do sistema de drenagem urbana e manejo de águas pluviais do município de
Niterói. A operação, manutenções, limpezas no sistema de macro e de microdrenagem urbanas
ocorrem de maneira sistemática, programada, com caráter preventivo e corretivo, quando
Há secretarias e órgãos municipais com atuação direta e indireta sobre a gestão e operação couber, sob gerenciamento da SECONSER/Subsecretaria de Rios e Canais. Os serviços são
do sistema de drenagem urbana e manejo de águas pluviais, com destaque à SECONSER. executados no período diurno e noturno.
O organograma da SECONSER possui atribuições bem definidas, com destaque no tema da
drenagem urbana a Subsecretaria de Rios e Canais. Entretanto, a maioria dos funcionários O Sistema de esgotamento sanitário – SES possui as Tomadas de Tempo Seco – TTS aliadas
que atuam na SECONSER e/ou Subsecretaria de Rios e Canais é na forma terceirizada. ao sistema de macrodrenagem urbana nos principais canais, encaminhando parte das águas
Mesmo assim o efetivo contratado é subdimensionado às operacionais diárias. pluviais para tratamento como forma de evitar esgotos irregulares na drenagem pluvial. Com
o emprego das TTS, parte da água pluvial urbana recebe tratamento, o que qualifica as águas
Também se observou que a maioria dos veículos e maquinários utilizados na operação dos interiores e favorece a recuperação ambiental da Baía de Guanabara e outros corpos
serviços de drenagem urbana são fornecidos nos contratos terceirizados ou por convênios hídricos, tendo em vista que as águas pluviais também podem ser poluentes e conter
(INEA). A frota disponível de veículos, maquinários e equipamentos é antiga, sendo a maioria elevadas cargas orgânicas devido ao lançamento clandestino do esgotos sanitários e outros
com mais de 10 anos de uso. efluentes na rede de micro e de macrodrenagem.
Porém não há entidade ou órgão que realiza as atividades de regulação dos serviços de Porém a existência das TTS acabou se tornando uma alternativa permanente para combate
saneamento básico, tampouco para o sistema de drenagem urbana e manejo de águas à poluição dos rios e canais, com efluentes indevidamente lançados, a existência de ligações
pluviais. irregulares de esgotos e lançamento de resíduos sólidos no sistema de drenagem urbana,
ainda é um problema crônico em Niterói.
Há a Secretaria de Defesa Civil e Geotécnica (SMDCG) com ações voltadas à prevenção,
monitoramento e atuação em eventos emergenciais no âmbito do Sistema Nacional de Há conhecimento e mapeamento dos principais pontos com problemas relativos a
Proteção e Defesa Civil – SINPDEC. A SMDCG possui sistema de alertas e prevenção e alagamentos e inundações, bem como aqueles com riscos de deslizamentos. Alguns pontos
opera um centro de monitoramento de ocorrências e de parâmetros ambientais para de risco de deslizamento já têm recebido obras de melhorias e contenções e outros estão
mitigação de desastres 24 horas/dia e é tido como referência nacional na prevenção e com projetos e estudos previstos e/ou em desenvolvimento.
atuação em eventos de deslizamentos e outros.
A cobertura atual estimada do sistema de drenagem abrange 80,7% das vias urbanas, o que
corresponde a cerca de 918 km de vias com algum tipo de sistema de manejo de águas
pluviais. Contudo, observou-se ausência de cadastro técnico da rede de drenagem existente.
248
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Há alguns projetos em desenvolvimento para melhoria das condições de drenagem pluvial possui cerca de 56% do seu território inserido em áreas protegidas ou unidades de
em área não atendidas ou problemáticas tais como: Bairros Santo Antônio; Loteamento Boa conservação.
Vista; Maravista; Engenho do Mato, Bacia do Rio João Mendes/Rio da Vala, etc. E cita-se
que houve atendimento com obras para sistemas de drenagem áreas não atendidas e Há dotação orçamentária específica para a SECONSER para a conservação da drenagem
problemáticas, a citar como exemplo: Fazendinha; Cafubá; Bairro Peixoto; Avenida Romanda urbana. Contudo a contratação de serviços terceirizados para operação do sistema de
Gonçalvez, Bairro Maravista; Cinturão do Maciço do Jacaré, Mar Alegre, etc. drenagem urbana corresponde a aproximadamente 17% da provisão total anual. O estimado
em 2019 para a conservação do sistema de drenagem urbana já foi superado em cerca de
Entretanto as principais unidades operacionais adotadas no sistema de drenagem não são 19,8%, segundo informações obtidas.
padronizadas. Não há diretrizes e padrões de projeto instituídos, possuem localização na via,
tamanhos, formas e materiais utilizados diversos, o que infere que os projetos são, em Há programas ambientais desenvolvidos pela SMARHS, em especial educação ambiental
maioria, concebidos localmente e aliados aos projetos e pavimentação. para o saneamento básico, conservação e qualificação ambiental do município em parceria
com outras secretarias e órgãos.
Há monitoramento sistemático e histórico de índices de balneabilidade realizado pelo INEA
nas principais praias de Niterói conforme Res. CONAMA N° 274/2000. Neste tema, algumas Existem legislações municipais que impedem a ocupação ou alteração de áreas legalmente
praias possuem historicamente índices ruins de balneabilidade tais como Gragoatá, São protegidas, restringem ocupações em zoneamentos específicos e protegem as áreas de
Francisco, Icaraí, Enseada da Jurujuba e Charitas. preservação permanentes – APPs conforme legislação ambiental vigente. Há normativas as
quais obrigam a previsão de sistemas alternativos ou preventivos na drenagem urbana tais
Há programas que têm como objetivo a despoluição e recuperação ambiental da Baía de como armazenamento de água pluvial para reaproveitamento ou retardo da descarga na rede
Guanabara, bem como outros complexos lagunares, como as Lagoas de Itaípu e Piratininga, pluvial urbana. Os sistemas são obrigatórios em função da área total construída (Leis
a citar: Enseada Limpa, Se Liga, PRÓ-Sustentável, etc. Municipais n° 2.626/2008 e 2.630/2009).
Há estudos e diagnósticos elaborados e em desenvolvimento de aspectos da drenagem Há ocupação irregular de APP’s de rios e nascentes, das faixas sanitárias, das várzeas de
urbana, manejo de águas pluviais e monitoramentos ambientais diversos, tais como aqueles inundação de rios e planícies com significativa alteração da paisagem natural das bacias
previstos no PRÓ-Sustentável para a Região Oceânica. hidrográficas devido à intensa ocupação urbana do município, apesar da existência de leis e
zoneamentos que restringem a ocupação destas áreas
O PRÓ-Sustentável, por exemplo, possui três componentes principais de atuação sendo que
neles os projetos e ações tem relação com a drenagem urbana, por exemplo: Parque Orla
Piratininga – POP, infraestrutura de pavimentação e drenagem em várias localidades da
Região Oceânica e a Requalificação ambiental da Bacia do Rio Jacaré. Observaram-se ainda
programas de requalificação do uso e ocupação do solo tais como o “Niterói Mais Verde” que
criou parques, áreas verdes e corredores ecológicos, sendo que o município atualmente
249
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
5. REFERÊNCIAS UTILIZADAS
Prefeitura Municipal de Niterói. Projeto Conceitual Parque Orla Piratininga. Volume II. 72
págs.
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
C – DIAGNÓSTICO TÉCNICO E OPERACIONAL DO SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E sobre matérias de interesse local. Tal prerrogativa decorre do disposto no art. 30, inciso I,
MANJEO DE RESÍDUOS SÓLIDOS da Carta Magna Federal, assim redigido:
1. ANÁLISE DO ARCABOUÇO LEGAL DO SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E “Art. 30. Compete aos Municípios: I - legislar sobre assuntos de
interesse local; (…)”
MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS
ANÁLISE DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
Através dessa prerrogativa, foi conferida aos municípios a competência e a legitimidade para
editarem normas de abrangência específica nas suas respectivas extensões territoriais.
Os recursos ambientais ao longo dos tempos foram explorados pelo homem de forma
desordenada, tornando o Meio Ambiente fonte de grande preocupação. A Carta Magna
Importante ressaltar, também, que Constituição Federal de 1988 regularizou a matéria
Federal representa um marco na legislação ambiental brasileira, sendo a primeira a tratar
ambiental, bem como concebeu o direito ao meio ambiente sadio como um direito
ostensivamente da questão ambiental, trazendo mecanismos para sua proteção e controle,
fundamental do indivíduo, instituindo a proteção do meio ambiente como princípio da ordem
sendo apontada por alguns como “Constituição Verde”, pois é a responsável pela elevação
econômica, no art. 170.
do meio ambiente à categoria dos bens protegidos pelo ordenamento jurídico.
Ainda com relação aos dispositivos de proteção instituídos pela Carta Magna podemos Desta forma, cabe ao poder público e a coletividade preservar o Meio Ambiente, conforme
destacar a competência comum dos entes federativos para promover a melhoria das muito bem preconizado nos termos do artigo 225, da Constituição Federal de 1988, in verbis:
condições de saneamento básico, previsto no artigo 23, incisos VI e IX, a corroborar:
“Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de
“Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Municípios: VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e
suas formas; IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das futuras gerações. § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder
condições habitacionais e de saneamento básico; (...)” Público: - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o
manejo ecológico das espécies e ecossistemas; - preservar a diversidade e a
integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à
Para se assegurar esse direito, o Poder Público através de todos os entes políticos, tem a pesquisa e manipulação de material genético; - definir, em todas as unidades da
Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente
incumbência de preservar e controlar a poluição em todas as suas formas. Sendo protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei,
reconhecida pela Constituição Federal de 1988 a autonomia dos Municípios para legislarem vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que
justifiquem sua proteção; exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo
251
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; - controlar a produção, a e facilitar a atividade econômica.
comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem
risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; - promover a educação
ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a
preservação do meio ambiente; - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, No Brasil, o saneamento básico é um direito assegurado pela Constituição conforme já
as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de
espécies ou submetam os animais a crueldade. § 2º Aquele que explorar recursos narrado anteriormente, e definido pela Lei nº. 11.445/2007, considerada o marco regulatório
minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com do saneamento básico.
solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. § 3º As
condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados.§ 4º A Floresta Com o advento da Lei 11.445/2007, atualizou-se no âmbito legislativo, a política pública de
Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato- Grossense
e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, saneamento básico brasileiro, dentre as principais características da referida legislação
dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive
quanto ao uso dos recursos naturais. § 5º São indisponíveis as terras devolutas ou
destaca-se a definição sobre os serviços que integram o conceito de saneamento básico, de
arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos acordo com o art. 3º da Lei nº 11.445/2007, tais serviços consistem em abastecimento de
ecossistemas naturais.§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua
localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.” água, o esgotamento sanitário, o manejo de resíduos sólidos e o manejo de águas pluviais
Diante do exposto, resta cristalino que a preservação do Meio Ambiente é de natureza (alterações trazidas pela lei nº 13.308/2016).
Conclui-se, portanto, que a preocupação de preservar e proteger o Meio Ambiente não é de da melhor maneira possível às populações e localidades de baixa renda, tais como os
hoje, pois está há muito tempo presente no nosso ordenamento jurídico, cabendo a cada conceitos de: gestão associada; universalização; controle social; e subsídios.
unidade e esfera da federação “fazer a sua parte”, dentro do exercício de suas respectivas Outra importante mudança trazida pela Lei 11.445/2007 é com relação ao prazo para
competências. formulação de plano de saneamento básico sendo que a partir de 31 de dezembro de 2019,
somente estarão aptos a receber recursos para saneamento da União e de entidades da
ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO FEDERAL INFRACONSTITUCIONAL administração pública federal, aqueles municípios que tiverem, dentre outros requisitos,
elaborado os seus respectivos Planos Municipais de Saneamento Básico (art. 1º do Decreto
Política Nacional de Saneamento Básico Federal nº 9.254, de 21 de março de 2017, que prorrogou o prazo fixado no § 2º do art. 26
do Decreto Federal nº 7.217/10).
252
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
O Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB é um instrumento de planejamento que inserindo representantes da sociedade civil, dos prestadores dos serviços e do próprio Poder
auxilia os municípios a identificar os problemas do setor, diagnosticar demandas de Público em órgãos colegiados, tendo como objetivo, dentre outros, o cumprimento e o
expansão e melhoria dos serviços, estudar alternativas de solução, bem como estabelecer acompanhamento das metas estabelecidas no respectivo Plano de Saneamento Básico.
e equacionar objetivos, metas e investimentos necessários, com vistas a universalizar o
acesso da população ao saneamento básico. A necessidade de agência reguladora para exercer a normatização dos serviços de
saneamento também constitui importante inovação trazida pela Lei Federal em exame (art.
No que diz respeito ao planejamento do PMSB, esse deve ser elaborado com base em 21 e seguintes). É dever da entidade reguladora e fiscalizadora dos serviços a verificação
estudos fornecidos pelos prestadores de cada serviço (artigo 19,§ 1o). A elaboração deve do cumprimento dos planos de saneamento por parte dos seus prestadores (artigo 20,
contar com participação da sociedade (artigo 3º, inciso IV, e artigo 11, § 2o, inciso V), para parágrafo único).
tanto é necessária ampla divulgação das propostas dos planos e dos estudos que as
fundamentem, inclusive com a realização de audiências ou consultas públicas (artigo 19, § Veja-se que a atividade regulatória é competência do titular do serviço, que pode proceder
5º). sua delegação, porém, não obstante quem seja o ente regulador, deverá editar normas
relativas às dimensões técnica, econômica e social de prestação dos serviços (artigo 23, da
Com relação à revisão do PMSB esse deve ser revisto periodicamente, em prazo não Lei 11.445/2007), abrangendo, entre outros aspectos, as metas progressivas de expansão
superior a 4 (quatro) anos e anteriormente à elaboração do Plano Plurianual (artigo 19, § e de qualidade dos serviços e os respectivos prazos (inciso III); e subsídios tarifários e não
4º). tarifários (inciso IX).
No que tange os contratos de concessão dos serviços públicos de saneamento, deve ser A presente legislação assegura aos usuários de serviços púbicos de saneamento básico
observado o conteúdo dos planos (artigo 11, inciso I), bem como se utilizar desse para amplo acesso sobre os serviços fornecidos, direitos e deveres, acessos ao manual do
balizar as estratégias de investimentos e os projetos relativos ao contrato (artigo 11, §1o). O usuário elaborado pelo prestador de serviços, bem como acesso ao relatório periódico sobre
plano contemplará, no mínimo, o diagnóstico da situação do saneamento básico em sua a qualidade da prestação dos serviços (art. 27, inciso I, II, III e IV, da Lei 11.445/2007).
área de abrangência; os objetivos e metas de curto, médio e longo prazos, que levarão à
universalização dos serviços; quais são os programas, projetos e ações indispensáveis ao O serviço público de saneamento terá a sustentabilidade econômico-financeira assegurada,
atendimento dos objetivos; atitudes que deverão ser adotadas em casos de emergências ou sempre que possível, mediante remuneração pela cobrança dos serviços de abastecimento
contingências; e procedimentos para avaliação e monitoramento dos trabalhos realizados de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e
durante a execução do plano, tudo conforme exige o artigo 19, e seus incisos, da Lei drenagem e manejo das águas pluviais (art. 29, inciso I, II, III, da Lei 11.445/2007). No
11.445/2007. tocante aos reajustes das tarifas, essas poderão ser realizadas observando-se o intervalo
Ainda, deve o plano discorrer sobre o financiamento de suas ações, indicando as possíveis mínimo de 12 (doze) meses, de acordo com as normas legais, regulamentares e contratuais
fontes de financiamento (artigo 19, inciso III). (art. 37, da Lei 11.445/2007).
Além do planejamento, a Lei nº 11.445/2007 também criou mecanismos de controle social, Sem dúvidas o maior desafio do aludido diploma legal é o acesso de todos os brasileiros ao
253
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
saneamento básico, ou seja, a globalização do atendimento, com o consistente propósito de A legislação supramencionada trouxe uma nova perspectiva na regularização dos resíduos
estabelecer os marcos referenciais às três esferas da federação com vistas a universalizar sólidos, implementando diretrizes, dispondo sobre seus princípios, objetivos e instrumentos
o acesso, com uma prestação racionalizada e preocupada com o meio ambiente. para o setor. A Lei nº 12.305/2010 ampliou as concepções trazidas pela Lei nº 11.445/2007,
no tocante ao eixo de saneamento, estabelecendo obrigações e responsabilidades
Ainda nesse contexto, quanto à legislação infraconstitucional, em 31 de agosto de 1981, foi compartilhadas para todos os agentes envolvidos, desde a geração até a destinação final
publicada a Lei nº 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, que (administração pública, geradores de resíduos e sociedade civil).
tem como objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia
à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos A Lei 12.305/2010 trouxe em seu art. 4o, um conjunto de princípios, objetivos, instrumentos
interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana (art. 2º, da Lei e diretrizes que deverão ser adotados pelos entes da federação, com vistas à gestão
6.938/81), bem como, segundo a qual há que se assegurar a “manutenção do equilíbrio integrada e ao gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos sólidos.
ecológico, considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser
necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo”, nos termos do art. Considerando os artigos trazidos pela Lei 12.305/2010, merece evidência a concepção de
2º, inciso I, da referida norma. dispositivos voltados à gestão integrada e ao gerenciamento dos resíduos sólidos,
contemplando a identificação e as responsabilidades dos geradores, do poder público e dos
A Lei nº 9.605/98, na sua qualidade de norma infraconstitucional, merece ser destacada, consumidores; diferenciação entre resíduos (passíveis de reaproveitamento e reciclagem) e
visto que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e rejeitos (sujeitos à disposição final); instrumentalização da coleta seletiva; criação de
atividades lesivas ao meio ambiente. sistemas de logística reversa; estímulo às cooperativas e outras formas de associação dos
catadores de materiais recicláveis; incentivo à formação de associações intermunicipais que
Merece também destaque a Lei 9.433/97, que instituiu a Política Nacional de Recursos possibilitem o compartilhamento das tarefas de planejamento, regulação, fiscalização e
Hídricos, e regulamentou o inciso XIX, do artigo 21, da Constituição Federal de 1988, prestação de serviços de acordo com tecnologias adequadas à realidade regional, entre
determinando que a união deve instituir um sistema de gerenciamento de recursos hídricos, outras.
bem como definir critérios de outorga de seu uso.
Os objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos são deliberados no artigo 7º da Lei
Política Nacional de Resíduos Sólidos 12.305/2010, como sendo a proteção da saúde pública e da qualidade ambiental; não
geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como
Em continuação a análise infraconstitucional, em agosto de 2010, surgiu a Lei 12.305/2010, disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos; estímulo à adoção de padrões
que estabeleceu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, realizando alterações na Lei sustentáveis de produção e consumo de bens e serviços; desenvolvimento e aprimoramento
9.605/98 dando outras providências, foi devidamente regulamentada através do Decreto de tecnologias limpas como forma de minimizar impactos ambientais; redução do volume e
7.404, de 23 de dezembro de 2010, que criou o Comitê Interministerial da Política Nacional da periculosidade dos resíduos perigosos; incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista
de Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística fomentar o uso de matérias-primas e insumos derivados de materiais recicláveis e
Reversa, e deu outras providências. reciclados.
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
O artigo 9º, do mesmo diploma legal, contempla no tocante a gestão de resíduos sólidos acerca do ciclo de vida dos produtos com relação aos fabricantes, importadores,
uma ordem de prioridades que devem ser consideradas, sendo elas na seguinte distribuidores e comerciantes de agrotóxicos, no que diz respeito às embalagens, pilhas,
estruturação: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos baterias, pneus, óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens, lâmpadas fluorescentes,
sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista, produtos eletroeletrônicos e seus
componentes. (artigo 33, incisos I, II, III, IV, V e VI, da Lei nº 12.305/2010). Importante
De acordo com artigo 12 da legislação de resíduos sólidos, compete a União, os Estados, o salientar que o artigo 33, da Lei nº 12.305/2010, foi regulamentado pelo Decreto nº
Distrito Federal e os Municípios organizarem e manterem, de forma conjunta, o Sistema 9.177/2017, que estabeleceu normas para assegurar a isonomia na fiscalização e no
Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir), articulado com o cumprimento das obrigações imputadas aos fabricantes, aos importadores, aos
Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (Sinisa) e o Sistema Nacional de distribuidores e aos comerciantes de produtos.
Informação sobre Meio Ambiente (Sinima).
Seguindo, ainda, as recomendações trazidas pelo artigo 19, inciso XIX, da Lei nº
A Lei 12.305/2010 apresentou em seu artigo 19 requisitos mínimos que devem contemplar 12.305/2010, deve ser observada a frequência de revisão do plano municipal de gestão
o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos, dentre eles podemos elencar integrada de resíduos sólidos, observado prioritariamente o período de vigência do plano
diagnóstico com origem e identificação de áreas próprias para disposição final, observado o plurianual municipal.
plano diretor (artigo 11, inciso I e II); A legislação também prevê a possibilidade de soluções
compartilhadas com outros municípios (artigo 11, inciso III); Dentre os requisitos previstos No que tange às exigências legais trazidas pelo artigo 19, §1º, da Lei nº 12.305/2010, em
no mencionado artigo, podemos salientar a preocupação com a educação ambiental que relação a municípios com menos de 20.000 (vinte mil) habitantes, indica que o plano
impulsionem através de programas a não geração, a redução, a reutilização e a reciclagem municipal de gestão integrada de resíduos sólidos terá conteúdo simplificado, na forma do
de resíduos sólidos (artigo 11, inciso X); O reportado artigo apresenta no tocante a regulamento, entretanto, tal regra não se aplica aos municípios de áreas de especial
programas de ações, a importância da participação de cooperativas ou associações de interesse turístico, estabelecidos em áreas de influência de empreendimentos ou atividades
catadores de materiais (artigo 11, inciso IX); com significativo impacto ambiental de âmbito regional ou nacional ou cujo território abranja,
total ou parcialmente, Unidades de Conservação (art. 19, § 3º, incisos I, II e III, da Lei
Deve constar, também, no plano municipal de resíduos sólidos o sistema de cálculo dos 12.305/2010).
custos da prestação dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos Necessário esclarecer que a existência de plano municipal de gestão integrada de resíduos
sólidos, bem como a forma de cobrança desses serviços, não deixando ser observada a Lei sólidos não exime o município ou o Distrito Federal do licenciamento ambiental de aterros
nº 11.445, de 2007; (artigo 19, inciso XIII); sanitários e de outras infraestruturas e instalações operacionais integrantes do serviço
público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos pelo órgão competente do
Outro importante ponto que deve ser observado, no que concerne ao plano municipal de Sisnama (§ 4º, do artigo 19, da Lei nº 12.305/2010).
gestão integrada de resíduos sólidos, especificado no artigo 19, inciso XV, da Lei nº
12.305/2010, diz respeito às formas de participação do poder público local na coleta seletiva O plano também deverá ater-se às ações específicas a serem desenvolvidas no âmbito dos
e na logística reversa, devendo ser respeitado, também, a atuação e responsabilidade órgãos da administração pública, com vistas à utilização racional dos recursos ambientais,
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especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de Necessário trazer à baila, também, à Legislação Federal de Concessão e Permissão das
economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Prestações de Serviços Públicos, a Lei nº 8.987/1995, que regulamentou o regime de
Estados, Distrito Federal e Municípios (Parágrafo único, do artigo 1ª, da Lei 8.666/1993). concessão e permissão da prestação de serviços públicos, previsto no art. 175 da
Constituição Federal, e deu outras providências.
Com relação aos contratos administrativos, esses devem obedecer às normas de direito
público sendo- lhes imprescindíveis cláusulas que estabeleçam o objeto e seus elementos O conceito de concessão serviço público está estampado no artigo 2º, inciso II, da legislação
característicos, o fornecimento e a forma de execução, valores, prazos, forma de supramencionada, sendo compreendido como delegação de sua prestação, feita pelo poder
pagamento, crédito pelo qual correrá a despesa, garantias para assegurar a efetivação, concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou
direitos e obrigações das partes, bem como aplicação de penalidade, se necessário. O consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e
contrato deverá mencionar, igualmente, os casos de rescisão, o reconhecimento dos direitos risco e por prazo determinado. No tocante a concessão do serviço público o mesmo deverá
da Administração e demais requisitos elencados no artigo 55 e incisos da Lei nº 8.666/1993, ser objeto de prévia licitação (art. 14, da Lei 8.987/1995), observados os princípios
sendo-lhes aplicados os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito constitucionais do artigo 37, da CF/1988, bem como procedido do julgamento por critérios
privado. objetivos e da vinculação ao instrumento convocatório.
Os contratos necessitam determinar com clareza e precisão as condições para sua O Poder Público na qualidade de concessor do serviço poderá declarar a utilidade dos bens
execução, exteriorizadas em cláusulas que definam os direitos, obrigações e necessários à execução do serviço ou obra, promovendo as desapropriações, diretamente
responsabilidades das partes, devendo estar vinculados com as condições da licitação (§ ou mediante outorga de poderes à concessionária, caso em que será desta a
2º, do artigo 55, da Lei nº 8.666/1993). responsabilidade pelas indenizações cabíveis (art. 29, inciso VII, da Lei 8.987/1995);
Com relação à celebração do contrato pela Administração Pública com pessoas físicas ou A respeito da concessão do serviço público é imprescindível discorrer sobre os poderes do
jurídicas domiciliadas fora do país, deverá constar imperiosamente cláusula que declare poder concedente, tendo destaque o direito de regulamentar o trabalho concedido, aplicar
competente o foro da sede da Administração para dirimir qualquer questão contratual (art. multas, intervir, extinguir a concessão, homologar reajustes, revisar tarifas, tudo de acordo
55, § 2º, da Lei 8.666/1993), exceto nos casos da exceção do art. 32, §6º, da Lei nº com o previsto na legislação em vigor e na forma prevista no contrato (art. 29, incisos I, II,
8.666/1993. III, IV e V da Lei nº 8.987/1995). No tocante a intervenção, esta deverá ser dar por meio de
decreto do poder concedente, que deverá constar a designação do interventor, o prazo da
No que diz respeito à inexecução total ou parcial do contrato a legislação em vigor (Lei nº intervenção e os objetivos e limites da medida (parágrafo único do artigo 32, da Lei
8.666/1993) prevê a rescisão, bem como a aplicação das penalidades previstas no contrato 8.997/1995).
(art. 77, da Lei nº 8.666/1993). As causas que geram anulação contratual estão dispostas Além disso, é dever do poder concedente zelar pela boa qualidade do serviço, recebendo,
no artigo 78 e incisos seguintes da Lei nº 8.666/1993, podendo ocorrer em razão de ato analisando e resolvendo queixas e reclamações dos usuários, assim como informar sobre
unilateral e escrito da Administração, de forma amigável ou ainda entabulado entre as partes as providências adotas, em até 30 (trinta) dias (artigo 29, inciso VII, da Lei 8.987/1995).
e por ação judicial, nos termos do artigo 79, incisos I, II, III, da Lei nº 8.666/1993).
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
São deveres da Concessionária, prestar serviço adequado, prestar contas da gestão ao instalações e/ou atividades de oleodutos, gasodutos, minerodutos e emissários submarinos
poder concedente e aos usuários, cumprir e fazer cumprir as normas e as cláusulas de esgotos sanitários ou industriais; (art. 1º,, inciso V, da Lei nº 1.356/1988).
contratuais da concessão assim como é responsável pelas contratações, não fazendo
qualquer relação entre os terceiros contratados pela concessionária e o poder concedente Já com a promulgação da Constituição Estadual do Rio de Janeiro (CERJ), em 5 de outubro
(art. 31 e seus respectivos incisos). de 1989, o artigo 8º, da carta magna Estadual prevê o dever do Estado de garantir as
funções sociais, assegurando qualidade de vida e garantindo à todos, além de acesso à
O poder concedente pode finalizar a permissão diante termos aplicados no contrato, durante saúde, educação, moradia, transporte, o acesso ao saneamento básico.
o prazo da concessão, por motivo de interesse público, desde que possua lei autorizativa e
mediante pagamento de indenização, pelo descumprimento de obrigações legais ou Dentro das garantias acima descritas, a Carta Magna Estadual exterioriza a competência
contratuais pelo concessionário, rescisão, anulação, bem como em caso de falência ou do Estado, União e Municípios como curadores do Meio Ambiente, sendo obrigação dos
extinção da empresa concessionária (art. 35, inciso I ao VI, da Lei 8.987/1995). entes da federação combater a poluição, assim como promover programas de construção
de moradias e assegurar a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico
Com efeito, observa-se que no âmbito federal existem diversos instrumentos legislativos (art. 73, inciso IX, da CERJ).
direcionados à proteção do meio ambiente, sem prejuízo de que os demais entes federados
(estados, municípios e Distrito Federal), compulsoriamente ou não, elaborem as suas Em relação à política urbana, fruto e objeto da presente análise, esta cumpre atender ao
políticas ambientais próprias, através de planejamento específico e da edição de normas de pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade com vistas a garantir e melhorar a
abrangência local. qualidade de vida de seus habitantes (art. 229, caput, da CERJ). A função social é direito
de todo cidadão, conforme já mencionado alhures, dentre elas destacamos o direito ao
saneamento básico, abastecimento, água potável, coleta de lixo, drenagem das vias de
ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO circulação (art. 229, §1º, da CERJ). O direito de construção deverá ser submetido aos
Municípios, obedecendo à Lei orgânica municipal e ao plano diretor (art. 229, §3º, da CERJ).
O Estado do Rio de Janeiro, exercendo seus privilégios quanto ente federado, publicou
legislações específicas visando executar instrumentos de preservação ambiental no âmbito No tocante ao direito de moradia, garantia fundamental prevista na Carta Magna Federal,
do seu território. bem como na Constituição do Estado do Rio de Janeiro, incumbe ao Estado e aos
Municípios a promoção e execução de programas de construção de moradias populares e
Visando a proteção do Meio Ambiente e antes mesmo do Estado sancionar própria a garantia de condições habitacionais e infraestrutura urbana, em especial as de
Constituição Estadual, em 03 de outubro de 1988, foi publicada a Lei nº 1.356, que saneamento básico, escola pública, posto de saúde e transporte (art. 329, da CERJ).
normatizou os procedimentos vinculados à elaboração, análise e aprovação dos estudos de
impacto ambiental. Tal legislação formalizou a indispensabilidade da elaboração de Estudos A Constituição Estadual trouxe também em seu arcabouço legal informações significativas
de Impacto Ambiental e do respectivo Relatório de Impacto Ambiental – RIMA, em casos de relacionadas à forma de lançamentos finais de esgotos sanitários (sistemas públicos e
particulares), que deverão ser antecedidos de tratamento primário completo, de acordo com
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
a legislação em vigor (art. 277, caput, da CERJ). O aludido artigo foi regido pela Lei nº a correção das irregularidades, independentemente da aplicação de penalidades
2.661/1996, no qual estabeleceu a exigência de níveis mínimos de tratamento de esgotos administrativas (art. 6, inciso VII, da Lei nº 1.898/1991).
sanitários, antes de seu lançamento em corpos d’água. Define-se como tratamento primário
a separação e a remoção de sólidos em suspensão, tanto sedimentáveis, quanto flutuantes, Em continuidade aos lineamentos legislativos do Estado do Rio de Janeiro, importante
seguida de seu processamento e disposição adequada. salientar o Decreto nº 41.310, de 15 de maio de 2008, que outorgou o prazo de 60 (sessenta)
dias para que os condomínios e edificações no âmbito do Estado do Rio de Janeiro se
No mesmo sentido, é vedada a implantação de sistemas de coleta conjunta de águas conectem à rede de esgoto da CEDAE ou da concessionária prestadora de serviços
pluviais e esgotos domésticos ou industriais. (§ 1º, do art. 277, da CERJ), bem como é saneamento básico, no caso de Niterói, a concessionária Águas de Niterói. Referido decreto
absolutamente proibida a criação de aterros sanitários à margem de rios, lagos, lagoas, está de acordo com a Lei Federal nº 11.445/2007, que constituiu as diretrizes nacionais para
manguezais e mananciais (§ 2º, do art. 277, da CERJ). o saneamento básico, norteada pelos princípios de saúde pública e de proteção ao meio
ambiente.
No que diz respeito aos serviços de Saneamento Básico, o Estado do Rio de Janeiro deu
um importante passo com a promulgação do decreto 553, de 16 de janeiro 1976, que Estão isentas do pagamento de taxa de manutenção e operação das unidades de
regulamentou, entre outros preceitos, os serviços públicos de abastecimento de água e saneamento, as unidades habitacionais provenientes do Programa de Arrendamento
esgotamento sanitário a cargo da Companhia Estadual de Água e Esgotos – CEDAE. No Residencial (PAR) situados no Estado do Rio de Janeiro (art. 1ª da Lei 7.721/2017).
entanto, conforme será demonstrado mais adiante, pelo fato de a titularidade do
saneamento básico ser municipal, o Município de Niterói realizou a concessão à iniciativa Ante todo o exposto, verifica-se que na análise da legislação Estadual o Estado do Rio de
privada no ano de 1997. Janeiro está em conformidade com a Política de Proteção ambiental, resguardados tanto
O Governo do Estado do Rio de Janeiro, preocupado com a proteção ao Meio Ambiente, pela Constituição Federal de 1988, quanto na própria Constituição Estadual do Rio de
em 17 de setembro de 1997, promulgou a Lei nº 2.794, que regularizou sobre aterros Janeiro, e, em especial consonância com a legislação federal 11.445/2007, considerada o
sanitários ficando a cargo do Poder Executivo a criação de Grupo de Trabalho com o intuito marco regulatório do saneamento básico.
de implementar as mudanças dos aterros sanitários, atualmente existentes para áreas
situadas à distância de, no mínimo, 15 (quinze) quilômetros da cabeceira das pistas dos Temática Resíduos Sólidos
aeroportos em todo o Estado do Rio de Janeiro (art. 1º, da Lei nº 2.794/1997).
O descarte inadequado dos resíduos sólidos urbanos ainda é um desafio às políticas
Seguindo a mesma senda de defesa do ecossistema, o Governo do Estado do Rio de públicas de gestão ambiental no Brasil, entretanto, o Estado do Rio de Janeiro possui uma
Janeiro publicou a Lei nº 1.898/1991, que instituiu a obrigação de auditorias ambientais, vasta legislação no tocante a política de resíduos sólidos. Dentre elas podemos evidenciar
periódicas e anuais às empresas ou atividades de elevado potencial poluidor, entre as quais a Lei nº 4.191/2003, que instituiu no âmbito Estadual a Lei de Resíduos Sólidos, ficando
destacamos o inciso VII, no que diz respeito às instalações de tratamento e os sistemas de estabelecido o procedimento desde a geração até a destinação final, visando controle da
disposição final de esgotos domésticos (art. 5, inciso VII, da Lei nº 1.898/1991), bem como poluição, da contaminação e a minimização de seus impactos ambientais (art. 1º, da Lei
restando reconhecida quaisquer infrações, deverão ser realizadas auditorias trimestrais até 4.191/2003). Aludida Lei teve alterações dadas pela Lei nº 8.298/2019, que definiu normas
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
para disposição de resíduos sólidos em área de aquífero. sistema de logística reversa de resíduos sólidos, com relação ao retorno dos produtos após
o uso pelo consumidor, independentemente do serviço público de limpeza urbana (art. 22,
A Lei 4.191/2003, sofreu outra modificação recentemente, dada pela Lei 8.525/2019, de 10 incisos I ao VI, da Lei nº 4.191/2003). A legislação prevê, ainda sobre a responsabilidade de
de setembro de 2019, acrescentando o parágrafo único ao artigo 4ª, a obrigação das marinas divulgação ao consumidor, por meio de rótulos, embalagens, folders de informações
e estaleiros localizados na orla das lagoas, e oceano do Estado do Rio de Janeiro relativas às formas de evitar, reciclar e eliminar os resíduos sólidos associados a seus
compelidas a dar destinação final, aos resíduos sólidos de sua responsabilidade, em respectivos produtos, dentre as quais, em especial para que não sejam descartados em lixo
especial às carcaças de embarcações, sob pena de aplicação de sanções previstas em lei comum, que sejam criados postos de entrega, seja fornecido endereço e telefone de contato
(Parágrafo único do artigo 4º, da Lei 8.525/2019). dos responsáveis pelo descarte dos materiais sujeitos à logística reversa, assim como deve
constar nas embalagens dos produtos informações sobre a existência de metais pesados
Faz parte dos objetivos trazidos pela legislação Estadual de resíduos sólidos (art. 13, da Lei ou substâncias tóxicas (Art. 22-E, incisos I ao IV, da Lei nº 4.191/2003).
nº 4.191/2003) a preservação da saúde pública e do meio ambiente; a erradicações de
lixões; o estabelecimento de políticas governamentais integradas para a gestão dos resíduos Outra importantíssima Lei criada pelo Estado do Rio de Janeiro é a de nº 2.794/97, que criou
sólidos; o incentivo aos municípios para alcançarem a autossustentabilidade econômica de normas acerca de Aterro Sanitário, concedendo ao Poder Executivo, a constituição de grupo
Sistemas de Limpeza Pública e Urbana, por meio da criação e fixação de mecanismos de de trabalho com o escopo de programar transferências dos aterros sanitários, atualmente
cobrança e arrecadação compatíveis com a capacidade de pagamento da população; a existentes para, áreas situadas a uma distância de, no mínimo, 15 (quinze) quilômetros da
estimulação e enaltecimento no tocante a coleta de resíduos sólidos reutilizáveis e cabeceira das pistas dos aeroportos em todo o Estado do Rio de Janeiro (art. 1º, da Lei
recicláveis, assim como a implantação de tecnologias e processos não poluentes para 2.794/1997).
tratamento, reciclagem e disposição final dos resíduos sólidos (art. 13, incisos I ao VII, da A Lei nº 2.011/92, instituiu a obrigatoriedade da implementação de programa de redução de
Lei nº 4.191/2003). resíduos perigosos, sendo definido pela legislação como perigoso, toda matéria e substância
no estado sólido, líquido ou gasoso, poluente ou potencialmente poluente, subprodutos não
A Legislação Estadual, também trouxe em sua redação instrumentos referentes à Política aproveitados de origem industrial, e rejeitos que são descartados sob forma de efluentes
de Resíduos Sólidos, podendo ser destacados, o planejamento regional integrado ao líquidos, emissão de resíduos gasosos ou resíduos sólidos e semissólidos que,
gerenciamento; os programas de incentivo à adoção de sistemas de gestão ambiental pelas necessariamente, devem ser tratados, estocados ou depositados adequadamente (art. 2º,
empresas; auditorias ambientais; os Termos de Ajustamento de Conduta – TAC; didáticas da Lei 2.011/1992). A acenada lei trata ainda que qualquer atividade geradora de resíduos
ambientais focada na educação ambiental (reutilização, reciclagem e reaproveitamento), deverá apresentar à Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente – FEEMA, um
bem como a inserção em programas com este propósito (art. 15, incisos I ao IX, da Lei nº parecer com informações técnicas apontando seus esforços na redução de seus resíduos
4.191/2003). (art. 5º, da Lei 2.011/1992).
Ainda com base na Legislação acima mencionada, é dever dos fabricantes, importadores, Igualmente, merece destaque a Lei nº 1.898/1991, de 26 de novembro de 1991, que
distribuidores e comerciantes de agrotóxicos, pilhas, baterias, pneus, óleos lubrificantes, estabeleceu as auditorias ambientais com objetivo de realizar avaliações e estudos
lâmpadas, produtos eletroeletrônicos e seus componentes, a obrigatoriedade de efetuar o destinados a determinar, entre outras, as instalações de tratamento e os sistemas de
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
disposição final de esgotos domésticos (art. 5º, inciso VII, da Lei nº 1.898/1991). desinfecção ou tratamento por processos licenciados pelo Órgão de Controle Ambiental,
antes de sua disposição final. (art. 8º, da Lei nº 6.635/2013).
No tocante a preocupação do Estado do Rio de Janeiro de proteger o Meio Ambiente, em
27 de abril de 2007, foi sancionada a Lei nº 5.023/2007, cujo objetivo é obrigatoriedade de A gestão dos resíduos sólidos urbanos nas cidades brasileiras se tornou um desafio
serem incluídos no EIA-RIMA (estudo e relatório de impacto ambiental) de aterro sanitário, ambiental de largas proporções. Atento as mudanças ambientais, o Estado do Rio de
os projetos de estações de transferência de resíduos sólidos, devendo constar no relatório Janeiro não fechou os olhos para a realidade do planeta, referenciando em suas políticas
a obrigatoriamente, de aspectos e impactos ambientais decorrentes das aludidas estações públicas, legislações de preservação do biossistema, dentre elas destacamos a Lei
de transferência. 3.369/2000, que foi sancionada em 07 de janeiro de 2000, que passou a disciplinar norma
para a destinação final de garrafas plásticas, ficando estabelecido que todas as empresas
Exercendo as suas atribuições constitucionais de ente federado, o Estado do Rio de Janeiro que utilizam garrafas e embalagens plásticas na comercialização de seus produtos são
da mesma forma editou legislações específicas no campo da saúde pública, visando responsáveis pela destinação final ambientalmente adequada das mesmas (art. 1º, da Lei
executar instrumentos de preservação ambiental no âmbito do seu território, dentre elas nº 3.369/2000). Nesse mesmo seguimento, também foi aprovada a Lei nº 2.110/1993, que
podemos destacar a Lei nº 2.060/93, que dispõe sobre a coleta de lixo hospitalar, firmando criou o Sistema Estadual de Recolhimento de Pilhas e Baterias, devendo a reciclagem de
convênios entre a Secretaria de Estado de Saúde com as Prefeituras e Empresa de pilhas e baterias realizada somente pelas indústrias especializadas (Parágrafo único, do
Limpeza Urbana, com propósito de regulamentar a coleta de lixo hospitalar, laboratorial e art. 2º, da Lei 2.110/1993). A Lei 3.415/2000 sistematizou a coleta de baterias de telefones
farmacêutico no Estado do Rio de Janeiro; na mesma senda foi publicada a Lei nº celulares e de veículos automotores no Estado do Rio de Janeiro.
3.316/1999, que transferiu à autorização para o poder executivo implantar sistema de Igualmente foi sancionada a Lei nº 1.361/1988, de 06 de outubro de 1988, que regularizou
tratamento de resíduos sólidos dos serviços de saúde – RSSS, e médico-hospitalar, a estocagem, processamento e disposição final de resíduos tóxicos; a Lei nº 1.831/1991
atendendo aos requisitos básicos de saúde pública e do meio ambiente, em consonância que citou a obrigatoriedade das escolas públicas do Estado do Rio de Janeiro a procederem
com as Normas Técnicas vigentes. Na mesma direção foi sancionado em 28 de janeiro de à coleta seletiva do lixo; A Lei nº 1.806/1991 prevê a instalação de Biodigestores em
1993, foi promulgada a Lei nº Lei 2.061/93, que determina que toda e qualquer espécie de comunidades carentes, que dependerá de cadastramento e análise junto a Secretaria de
resíduos, decorrentes de aplicação em clientes da área médica e odontológica, sejam Obras (art. 3º, da Lei 1.806/1991).
incinerados, ficando expressamente, proibido o despejo, em vazadouros de lixo, de
resíduos originários da rede hospitalar, casas de saúde, clínicas médicas, odontológicas, Ainda no campo legislativo de Políticas Públicas de Resíduos Sólidos, outra lei de
ambulatórios, Posto de Assistência Médica e assemelhados (art. 1º, da Lei nº 2.061/1993). substancial importância, que foi promulgada pelo Estado do Rio de Janeiro é a de nº
2.419/1995, que criou em áreas administradas pelo Estado e Municípios, depósitos para
Ainda nesse sentido, foi promulgado a Lei 6.635/2013, ficando o Poder Executivo Estadual recolhimento de lixo reciclável mediante convênios firmados com as companhias de limpeza
autorizar e regulamentar os Sistemas de Tratamento de Resíduos Sólidos de Serviços de urbanas municipais ou suas contratadas. Da mesma forma a Lei nº 5.065/2007, instituiu o
Saúde – RSSS. Os resíduos sólidos de serviços de saúde estão devidamente classificados programa Estadual de tratamento e Reciclagem de Óleos e Gorduras de Origem Vegetal
no grupo A, do anexo I, da Resolução nº 358/05 do CONAMA, e, em razão de suas ou Animal e de uso culinário, com a finalidade de adoção de medidas estratégicas de
características é vedada a reciclagem ou o reaproveitamento, sendo indispensável a sua controle técnico, visando não acarretar prejuízos à rede de esgotos, bem como evitando a
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poluição dos mananciais (art. 1º, inciso I e II, da Lei nº 5.0665/2007). O Estado do Rio de Janeiro publicou em 05 de dezembro de 2018, a Lei 8.197/2018, tornou
a varrição, coleta, remoção, tratamento, reciclagem, separação e destinação final
A relevância em desenvolver políticas públicas de proteção ambientais é uma excelente ambientalmente adequada dos resíduos sólidos, rejeitos e outros resíduos quaisquer,
estratégia para proteção do Ecossistema. Considerando isso, o Estado do Rio de Janeiro serviços ambientais essenciais à proteção do meio ambiente ecologicamente equilibrado,
editou diversas leis com o foco nas políticas de resíduos sólidos, conforme já mencionamos estando a presente legislação em consonância com a Lei Estadual nº 4.191, e a Lei Federal
anteriormente. Ainda nesse contexto merecem evidência às leis nº 5.131/2007, que tornou nº 12.305. Importante ressaltar, também que tais serviços serão oferecidos diretamente à
obrigatório aos estabelecimentos que comercializam lâmpadas fluorescentes, que população pela iniciativa pública ou privada, mediante concessão, permissão ou
coloquem à disposição dos consumidores lixeira para a sua coleta quando descartadas ou autorização de empresas com licença ambiental expedida por órgão ambiental competente
inutilizadas; A Lei nº 4.829/2006 constituiu regime de reciclagem de entulhos de construção (art. 2º, da Lei nº 8.197/2018).
civil, objetivando o incentivo, a comercialização e a industrialização de materiais recicláveis,
que resultem principalmente em reaproveitamento na construção de casas populares; a Lei Ainda com espeque na Legislação Estadual, outra importantíssima lei foi a que autorizou o
nº 6.034/2011, que determinou a obrigatoriedade dos postos de combustíveis, lava-rápidos, programa de Logística Reversa de Resíduo Eletrônico (Lei nº 8.038/2018), vindo a se
transportadoras e empresas de ônibus urbanos intermunicipais e interestaduais, instalarem consorciar com a Política Estadual de Resíduos Sólidos (Lei nº 4.191/2003), em especial
equipamentos de tratamento e reutilização da água usada na lavagem de veículos. com o artigo 22-A que já expôs enfoque para o Sistema de Logística Reversa, devendo os
órgãos do Estado, bem como suas autarquias, fundações e entes da administração indireta
De acordo ainda com o arcabouço jurídico Estadual, não se pode deixar de citar a Lei nº disponibilizar nos seus prédios e sedes, em local amplamente acessível e visível ao público
8.438/2019, que instituiu sobre a realização da campanha de racionalização do uso de interno e externo, separadamente, recipientes de coleta após o uso de Produtos
copos plásticos e de substituição de copos descartáveis no âmbito dos órgãos públicos eletroeletrônicos e seus componentes; Pilhas e baterias; Lâmpadas fluorescentes, de
estaduais e deu outras providências, vapor de sódio e mercúrio e de luz mista (art. 1º, incisos I, II, e III, da Lei nº
8.038/2018). Necessário mencionar, também, que após a coleta os resíduos coletados
A Lei nº 8.231/2018 estabeleceu sobre a inserção, nos órgãos da administração pública, serão enviados aos fabricantes, importadores, distribuidores de produtos eletroeletrônicos,
direta e indireta, do poder público do estado do rio de janeiro, do plano de gestão de por intermédio remuneração ofertada pelo setor privado, na forma do § 7º do artigo 22-A
logística sustentável, ficando responsável pela criação de unidades ou núcleos da Lei 4191/03 (Parágrafo único do art. 1º, da Lei 8.038/2018).
socioambientais, o estabelecimento de suas competências e a implantação do Plano de
Gestão de Logística Sustentável (art. 1º da Lei nº 8.231/2018). Outra norma Estadual inovadora vigente no Estado Fluminense é a Lei nº 8.006/2018, que
predispõe sobre a substituição e recolhimento de sacolas plásticas em estabelecimentos
A Política Nacional de Resíduos Sólidos introduziu o conceito de responsabilidade comerciais, localizados no Estado do Rio de Janeiro. A referida lei modificando o artigo 2º,
compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, a logística reversa e o acordo setorial. Nesse da Lei 5.502/2009, ficando proibida a distribuição (gratuita ou cobrada) de sacos ou sacolas
contexto, verifica-se que o Estado do Rio de Janeiro sancionou a Lei 8.151/2018, instituindo plásticas descartáveis, cuja composição possua polietilenos, polipropilenos e/ou similares,
o sistema de logística reversa de embalagens e resíduos, em consonância com a Lei no prazo de 18 meses a partir da publicação, devendo ser oferecidas sacolas
Federal nº 12.305, de 2010 e no Decreto nº 7.404, de 2010. reutilizáveis/retornáveis (art. 2º, da Lei 8.006/2018).
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Inúmeras legislações relacionadas à Política Nacional de Resíduos Sólidos foram ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO DO MUNICÍPIO DE NITERÓI
sancionadas pelo Estado conforme já mencionamos acima, sendo inegável o afinco por
partes dos legisladores na busca de soluções para um dos mais graves problemas Sobrepujadas as legislações pertinentes à proteção do Meio Ambiente, educação ambiental
ambientais do Brasil, o inadequado destino dado aos resíduos sólidos. Assim, na e saneamento básico no âmbito da Constituição Federal, Legislação Federal
inesgotável busca pela melhor destinação dos resíduos, diversas políticas pública foram infraconstitucional e as Leis Estaduais do Rio de Janeiro, será objeto da análise o exame da
sancionadas com esse objetivo, dentre elas podemos apontar a Lei nº 7.742/2017, que legislação do município de Niterói.
estabeleceu a Política Estadual de Educação de Consumo Sustentável, que foi definido no
parágrafo único do artigo 1º, como sendo o uso dos recursos naturais, de forma a Inicialmente no tocante ao saneamento básico, compreendido em água e esgoto, o
proporcionar qualidade de vida para a geração presente, sem comprometer as município publicou em 03 de janeiro de 1991, a Lei nº 909/1991 que sistematizou o
necessidades das gerações futuras. A Lei nº 7.634/2017 submeteu os grandes geradores esgotamento sanitário, tratamento e a disposição de esgotos como parte integrante da
de resíduos sólidos a destinar seus materiais recicláveis para associações e cooperativas política de meio ambiente.
de catadores de materiais, estando em consonância com a Lei Federal 12.305, de 02 de
agosto de 2010. Nesse aspecto o município de Niterói inovou trazendo avanço em sua legislação, antes
Já a Lei nº 7.159, de 17 de dezembro de 2015, criou no âmbito Estadual, programa de mesmo da aprovação da Lei Federal nº 11.445/2007, que regularizou a legislação que é
incentivo a coleta seletiva, nos programas residenciais do Estado ou que estão sob a sua referência em saneamento básico no Brasil.
administração, em especial aos do Programa Minha Casa, Minha Vida, delineando como
princípios norteadores o incentivo, o reaproveitamento, o cooperativismo e, ao final a A Lei municipal nº 909/1991, estabeleceu em seu bojo orientações para o tratamento, a
divisão do lucro do dinheiro arrecadado com a venda do material reciclado, na forma de coleta e a disposição de esgotos, com vistas ao controle de poluição das águas interiores,
desconto no pagamento do condomínio ou em melhorias do mesmo (art. 2º, incisos I, II, III superficiais e subterrâneas, bem como das águas costeiras, nos limites da competência do
e IV, da Lei nº 7.159/2015). Por sua vez, a Lei nº 6.408/2013, tornou indispensável a todas órgão municipal de proteção ambiental (art. 1º, da Lei nº 909/1991). Dentre os principais
as edificações residenciais com mais de três andares no Estado do Rio De Janeiro a objetivos destacados pela referida legislação, podemos ressaltar a finalidade de restringir,
disponibilizarem recipientes para coleta seletiva de lixo, sendo obrigatória à separação dos paulatinamente, as cargas de esgotos lançados nos corpos d`água, direta ou indiretamente
seguintes materiais: papel, plástico, metal e vidro. (art. 2º, inciso V, da Lei nº 909/1991).
Desta forma, verifica-se que o Estado do Rio de Janeiro, está em equilíbrio com a política A lei municipal utiliza como instrumento de controle de poluição das águas, no que concerne
ambiental Federal, com o propósito de proteger o meio ambiente e, consequentemente, ao tratamento, à coleta e a disposição de esgotos sanitários, o licenciamento e a fiscalização
melhorar a qualidade de vida da população, representando um grande progresso para dos sistemas individuais e coletivos de tratamento, assim como a coleta e disposição dos
solução de problemas ambientais provenientes da má disposição dos resíduos sólidos no esgotos de todas as edificações do Município. (art. 3º, inciso I e II da Lei nº 909/1991). Quem
Brasil. Importante passo nesse sentido consiste na elaboração e aprovação dos planos estiver em desacordo com a legislação municipal Lei nº 909/1991, está sujeito a aplicação
Municipais de resíduos sólidos, consoante ocorrerá no Município de Niterói/RJ. de penalidade (art. 3º, inciso III da Lei nº 909/1991).
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Outro importante aspecto trazido pela legislação municipal com o fito de fiscalizar os serviços regularidade; VIII – integração das infraestruturas e serviços com a gestão eficiente
dos recursos hídricos; IX – adoção de medidas de fomento à moderação do consumo
das concessionárias responsáveis pela coleta e tratamento de esgotos, é a exibição de
de água”.
Laudo Técnico ao órgão ambiental quando este for requisitado (Art. 6º, da Lei 909/1991).
O Artigo 135 do Plano Diretor do Município de Niterói trouxe itens do saneamento ambiental,
A legislação municipal com relação à preocupação de água e esgoto sancionou em
referenciando o abastecimento público de água potável, a coleta, afastamento, tratamento
11/09/1991, a Lei nº 971 que tem como objetivo prevenção do meio ambiente, bem como
e disposição final adequados dos esgotos sanitários, o manejo das águas pluviais, a coleta,
colocar o município em conformidade com os preceitos da Constituição de 1988, tendo em
inclusive a coleta seletiva, o transporte, o transbordo, o tratamento e a destinação final dos
vista que naquela época não havia sido sancionada a Legislação Infraconstitucional que
resíduos domiciliares, assim como a hierarquia de não geração, redução, reutilização e
regulamentou o saneamento básico no Brasil (2007), razão pela qual podemos afirmar que
reciclagem.
o Município de Niterói está à frente no tocante aos cuidados com o ecossistema.
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
A cidade de Niterói editou em 14 de outubro de 2008, o Código Municipal Ambiental, Lei nº públicas, encontrando-se em consonância com a legislação Federal Lei nº 8.987/1995,
2.602, com diretrizes pensadas na preservação, conservação, defesa, melhoria, principalmente no que diz respeito à permissão de prestação de serviço público mediante
recuperação e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado, fazendo parte dos prévia licitação, respeitando, também, os princípios da Legalidade, moralidade, publicidade,
objetivos da Política Municipal de Recursos Hídricos a promoção da integração das políticas razoabilidade, competividade e igualdade.
municipais de saneamento básico e do meio ambiente, com as políticas federal e estadual
de recursos hídricos (art. 145, inciso II, da Lei 2.602/2008). A Lei municipal de concessões prevê também que o prazo de contrato não poderá exceder
a 25 (vinte e cinco) anos, permitida a prorrogação, por uma só vez e, no máximo, por igual
Outra significativa legislação criada pela câmera municipal com objetivo de proteção período, desde que comprovada à prestação adequada do serviço (art. 3º da Lei nº
ambiental foi a Lei nº 2.370, de 20 de julho 2007, cujo objetivo é a obrigação das edificações 1.639/1998), sendo condicionada a permanente fiscalização do poder concedentes as obras
estabelecerem conexão com a rede coletora de esgotos sanitários, sendo compreendido e permissão de serviço público.
como sistema de tratamento compacto às fossas sépticas, tanques sépticos, filtros
anaeróbicos e sumidouro, nos termos do artigo 1º, incisos I ao IV, da Lei nº 2.370/2007, No que tange às cláusulas contratuais de concessão, deve constar no contrato o objeto, a
ficando estabelecido o prazo de 60 dias para que sejam realizadas as adaptações (art. 2º, área, prazo de concessão e a forma que se realizará o serviço. Outro dado importante que
da Lei nº 2370/2007), estando de acordo com o Decreto nº 41.310, de 15 maio de 2008, que fará parte do contrato é o valor do serviço prestado, as formas de pagamentos e seus
outorgou o prazo de 60 (sessenta) dias para que condomínios e edificações no âmbito do reajustes, assim como os direitos e garantias e obrigações do Poder Concedente e da
Estado do Rio de Janeiro se conectem à rede de esgoto da CEDAE ou da concessionária concessionária.
prestadora de serviços de saneamento básico.
Quanto ao saneamento básico propriamente dito, certamente, um dos maiores avanços é a
A Lei nº 1.470/1995 dispõe sobre o uso do solo urbano no município de Niterói. Devendo ser instituição do Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB.
destacado na legislação em tela o artigo 129, que trata das áreas desprovidas de rede de
esgotamento sanitário e de abastecimento de água, ficando condicionados à execução de Com a aprovação do PMSB o Município de Niterói estará em conformidade com os ditames
sistema individual ou coletivo de tratamento e disposição dos efluentes sanitários a nível da Lei Federal nº 11.445/2007, vez que possuirá planejamento para universalizar, nos
secundário e de abastecimento de água. próximos anos, os serviços de abastecimento de água, tratamento de esgoto sanitário,
drenagem e manejo de resíduos e limpeza urbana, bem como estará apto a receber recursos
Com relação às legislações com fito de proteção do ecossistema trazidas pela cidade de da União e de entidades da administração pública federal, destinados ao saneamento,
Niterói, destacamos a Lei 2.630/2009, que disciplinou os procedimentos relativos ao recursos estes que, após 31 de dezembro de 2019, somente serão repassados àqueles
armazenamento de águas pluviais para reaproveitamento e retardo da descarga na rede municípios que tiverem concluído e aprovado os seus respectivos Planos Municipais de
pública. Saneamento Básico (art. 1º do Decreto Federal nº 9.254, de 21 de março de 2017, que
prorrogou o prazo fixado no § 2º do art. 26 do Decreto Federal nº 7.217/10).
Ainda no âmbito das legislações sancionadas pelo Município de Niterói, podemos destacar
a Lei nº 1.639/1998, que dispõe sobre o regime de concessões e permissões de obras No tocante às especificações trazidas pela Le Federal nº 11.445/2007, observa-se que o
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Município de Niterói não possui agência reguladora de serviços públicos, bem como não se Com base nisso, o Município de Niterói publicou no dia 30 de junho de 1989 a Lei nº 744,
tem notícia da criação de Órgão Colegiado, sendo exigências da Legislação Federal em autorizando o Poder Executivo constituir a Companhia Municipal de Limpeza Urbana de
vigor, para exercer o controle social dos serviços de saneamento, conforme exigido no art. Niterói – CLIN, cujas atribuições são: limpeza de logradouros públicos; a coleta de lixo
47 da Lei nº 11445/2007 e no art. 34, inciso IV, do Decreto nº 7.217/10, que a regulamentou. residencial, comercial, industrial e hospitalar; o destino final dos resíduos sólidos; a
industrialização do lixo e venda de todo o material dele recuperado a instituição; a cobrança
Imperioso advertir que, em conformidade com o prescrito no § 5o do art. 25 do Decreto e a arrecadação de preços ou tarifas pela prestação de serviços especiais de limpeza ou de
Federal nº 7217/10, o PMSB tem efeito vinculante, sujeitando não só a atual Administração, remoção do lixo (art. 1º, inciso I, II, III e IV, da Lei nº744/1989).
com também todas as que irão sucedê-la ao longo do período planejado, a cumprir e
desenvolver as ações nele estabelecidas. A mesma obrigação também se aplica em relação Em 26 de junho de 2014, a Câmara Municipal de Niterói sancionou a Lei nº 3.093, alterando
aos concessionários dos serviços públicos municipais de saneamento, podendo, no caso de o artigo 537, da Lei 2.624/2008, passando para a competência da CLIN o controle e
inobservância do Plano por parte destes, tanto o Município, como também o Ministério fiscalização dos resíduos sólidos até a efetiva implantação dos quadros de fiscalização da
Público, tomarem as providências que entenderem cabíveis. Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade. O Município
sancionou, outrossim, a Lei nº 1.438, de 24 de outubro de 1994, ficando vigente a cobrança
Do ponto de vista orçamentário e financeiro, analisando a Lei Municipal nº 3.419/2019, que pela CLIN de taxa de terceiros que vierem a depositar resíduos sólidos no aterro municipal.
dispõe sobre as diretrizes orçamentárias para o exercício de 2020, não existe referência
reportada em relação ao saneamento básico. Notório esclarecer, que não está se articulando Em 1993, também foi aprovada pela Câmara Municipal a Lei nº 1.212, que concebeu o
que o Município não esteja investindo em saneamento básico. O fato de não haver Código de Limpeza Urbana do Município de Niterói, que passou a gerir as atividades de
segregação orçamentária específica de recursos para estes serviços, não pode ser limpeza urbana, assim como deu tratamento adequado aos resíduos sólidos gerados na
compreendida como a inexistência dos mesmos, pois estes podem estar inseridos nas cidade.
Saúde, entre outras. de 1994, a Lei 1.324, dispondo sobre informações sobre o gerador de resíduos deverá
fornecer ao transportador as características do material assim como os riscos da operação.
Temática Resíduos Sólidos Da mesma maneira deverá exigir do transportador o uso de veículo e equipamento em boas
condições operacionais e adequadas à carga (art. 1º, inciso I, II e III, da Lei nº 1.324/1994).
Em sequência ao arcabouço legal do Município de Niterói, especificamente será tratado às A legislação determina, outrossim, que a realização de transporte de resíduos por terceiros,
legislações referentes a resíduos sólidos. As questões de caráter ambiental receberam classificados como entulhos, terra e sobra de materiais de construção civil, será feito com
destaque no cenário nacional nas últimas décadas, principalmente em relação ao prévia autorização da CLIN, advertindo, também, que somente poderão ser transportados
desenvolvimento sustentável. Às Políticas Públicas vêm buscando mecanismos de modo a os resíduos tratados com direção diversa do Aterro do Morro do Céu, que necessitará de
minimizar as alterações no Meio Ambiente, buscando estratégias para conciliar o autorização expressa do proprietário do imóvel objeto da destinação. (Art.2º, e Parágrafo
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
O Código de Posturas do Município, aprovado em 29 de dezembro de 2008, criado pela Lei Sendo criando pela aludida legislação o Núcleo Permanente de Gestão, responsável pela
nº 2.624/2008, normatizou o Poder de Polícia da Administração Municipal, da mesma forma coordenação das ações integradas, previstas no Plano Integrado de Gerenciamento dos
que definiu quais os atos constituem infrações e as consequências para o infrator. O Resíduos da Construção Civil.
mencionado código veda o descarte de detritos ou resíduos de qualquer natureza nos
logradouros públicos, praças, jardins, nos canais e nos demais cursos de água, sendo que O Código Municipal Ambiental, criado pela Lei nº 2.602 e publicado em 14 de outubro de
o veículo que for visto fazendo o descarte nos locais acima mencionados ficará apreendido 2008, é uma importante ferramenta do Município, que regulamenta a ação da Prefeitura com
(Art. 13 caput e parágrafo único da Lei 2.624/2008). os cidadãos e instituições públicas e privadas, visando à preservação, conservação, defesa,
melhoria, recuperação e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem esse
No que diz respeito à coleta, o Município, juntamente com a CLIN implantarão sistema de de natureza difusa e essencial à sadia qualidade de vida (art. 1º, da Lei nº 2.602/2008). O
coleta, tratamento e destinação dos resíduos sólidos urbanos, excetuando os resíduos código exige que o Município implante sistema de coleta, tratamento e destinação dos
industriais e perigosos, incentivando a coleta seletiva, segregação, reciclagem, resíduos sólidos, estimulando a reciclagem, assim como deve desenvolver métodos que
compostagem e outras técnicas que promovam a redução do volume total dos resíduos promovam a redução do volume total dos resíduos sólidos gerados (art. 152, da Lei nº
sólidos gerados, em conformidade com a Lei Municipal nº 1.212 de 21/09/1993 e alterações 2.602/2008).
posteriores, e Resoluções Técnicas Normativas expedidas pela CLIN (Art. 25, da Lei nº
2.624/2008). Outra importante legislação aprovada pelo município é o Código Sanitário, instituído pela Lei
nº 2.564 de 2008, que preleciona em seu Capítulo III, sobre Resíduos, tratando no artigo 13,
Em 10 de agosto de 2012, o Governo de Niterói publicou o decreto de nº 11.203/2012, que todo e qualquer sistema, individual ou coletivo, público ou privado, de geração,
aprovando o Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos do Município, em observância armazenamento, coleta, transporte, tratamento, reciclagem e destinação final de resíduos
com o artigo 18, da Lei Federal, estando o Município apto a ter acessos aos recursos da de qualquer natureza, gerados ou introduzidos na cidade de Niterói, estão sujeitos à
União, ou por ela controlados, destinados a empreendimentos e serviços relacionados à fiscalização da autoridade sanitária competente.
limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por incentivos
ou financiamentos de entidades federais de crédito ou fomento para tal finalidade (Art. 18, No que diz respeito aos estabelecimentos de assistência à saúde, o Código Sanitário
da Lei nº 12.305/2010). Municipal determina que constem nos manuais de boas práticas orientações sobre o manejo
de seus resíduos, devendo ser tratado no que refere ao acondicionamento no local da
Corroborando com o atual cenário nacional e, ainda, com espeque no desenvolvimento geração, o armazenamento interno, o armazenamento externo e o transporte no interior dos
sustentável, a Municipalidade de Niterói instituiu a Lei nº 2.730/2010, aprovando o Plano estabelecimentos e a destinação final dos mesmos (art. 14, da Lei 2.564 de 2008). A aludida
Integrado de Gerenciamento dos Resíduos advindos da Construção Civil, cujo objetivo é a lei também veda a reciclagem de resíduos infectantes gerados por estabelecimentos
facilitação da correta disposição, disciplinamento dos fluxos e dos agentes envolvidos e a prestadores de serviços de saúde, inclusive para alimentação animal (art. 14, da lei 2.564
destinação adequada dos resíduos da construção civil, gerados no Município de Niterói (art. de 2008).
1º, da Lei nº 2.730/2010). Os resíduos da construção Civil gerados na cidade devem ser
destinados às áreas indicadas nos incisos I, II e III e VII do artigo 4º desta Lei Municipal. A cidade de Niterói, conhecedora da importância de ser elaborar Políticas Públicas que
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
direcionem o adequado manejo dos resíduos sólidos, elaborou a Lei nº 3.160/2015, (art. 2º, da Lei 2.735/2010).
regimentando sobre a instalação de tubulação apropriada para canalização do óleo vegetal
saturado, em edificações no âmbito do município. Importante frisar que os novos projetos da A Lei 1.886/2001 autorizou o convênio entre os “Shopping Centers” localizados no município
cidade deverão, obrigatoriamente, fazer a instalação da tubulação para canalização de óleo com intuito de implantarem a coleta seletiva de resíduos sólidos que, depois de
vegetal saturado para fins de reaproveitamento. reaproveitados, poderão ser vendidos e colocados à venda. A renda obtida será revertida
em favor de entidades beneficentes do bairro a que pertençam os referidos Centros
Ainda no tocante ao óleo de cozinha, aqui em especial, a Lei 2.942 de 2012 estabeleceu Comerciais, ficando a critério dos administradores especificarem, através de cláusula do
que mercados e supermercados do município, cuja construção seja de área superior a 50 Convênio, as entidades a serem beneficiadas (art. 2º e 4º, da Lei nº 1.886/2001).
metros quadrados de área destinada ao consumidor, deverá impreterivelmente manter em
local visível e de fácil acesso recipiente para do descarte do óleo usado, assim como Ainda no tocante a implantação de coleta seletiva, no ano de 2008, a Câmara Municipal de
informações no local esclarecendo os perigos do descarte inadequado no meio ambiente Niterói promulgou a Lei 2.568, obrigando os estabelecimentos comerciais (shopping,
(art. 1º e 2º, da Lei nº 2.942/2012). Após a coleta, os recipientes serão encaminhados pelo supermercado, escola, universidades, repartições públicas, dentre outras arroladas no artigo
estabelecimento comercial aos fabricantes ou representantes legais para a reciclagem 1º, inciso de I ao VI) a implantar coleta seletiva de lixo devendo acondicionar,
competente (Art. 3º, da Lei 2.942/2012). separadamente, seguintes resíduos produzidos de papel, plástico, metal, vidro, material
orgânico e resíduo não reciclável (Art. 2º, inciso I, II, III, IV, V, VI, da Lei nº 2.568/2008).
No mesmo sentido, o Governo de Niterói sancionou a Lei nº 2.943 de 26 de abril de 2012,
passando a regulamentar aos estabelecimentos comerciais que vendam lâmpadas No que concerne ao descarte de resíduos ou lixo tecnológicos, dentre eles podemos citar
fluorescentes, ou que contenham em suas composições mercúrio e seus compostos, a computadores, televisão, eletrodoméstico, o Município editou a lei 2.759 de 2010, dispondo
manter em local visível e de fácil acesso, recipiente especial para o seu descarte, bem como sobre a coleta, reciclagem, tratamento e descarte final com escopo de abrandar os impactos
são obrigados a fixarem cartazes com informações sobre o descarte indevido. Após o negativos, assim como garantir um meio ambiente ecologicamente equilibrado (Parágrafo
recolhimento, as lâmpadas serão encaminhadas pelos estabelecimentos comerciais ao único, inciso I, II, III e IV, da Lei nº 2.759/2010).
respectivo fabricante ou seu representante legal para reciclagem competente. É de Importante ressaltar, também que a Lei 3.419/2019, estabeleceu as diretrizes orçamentárias
competência do Poder Executivo criar meios de transporte seguros e eficazes, bem como do Município de Niterói para o exercício de 2020, estando entre os objetivos do plano o
instalações adequadas para o depósito, armazenamento e destinação final das lâmpadas incentivo a preservação do meio ambiente, com atenção especial à gestão e destinação final
por ele utilizado ou que, de qualquer modo, venham a ficar sob sua responsabilidade. de resíduos sólidos.
No que diz respeito ao reaproveitamento das garrafas de politereflalato de etila (PET) em Por fim, à pesquisa legislativa demonstrou que a cidade de Niterói tem uma ampla gama de
escolas públicas, o Governo Municipal sancionou a Lei nº 2.735/2010, devendo o material, leis visando à proteção do Meio Ambiente aliado com o desenvolvimento sustentável. Um
fruto da reciclagem, servir para a confecção de objetos de decoração natalina, dos principais avanços por parte do Município é a aprovação do Plano Municipal de Gestão
ornamentando a comunidade onde está inserida a unidade escolar e até mesmo a Cidade Integrada de Resíduos Sólidos - PMGIRS, sancionado pelo Decreto Municipal 11.203/2012,
como um todo, dando-lhes destinação final adequada, de forma a preservar o meio ambiente estando o Município em consonância com a Lei Federal 12.305/2010, que estabeleceu que
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
a elaboração do PMGIRS como condição de o Município dispor de acesso a recursos vislumbra-se que o Município ao constituir a CLIN, deu a ela a incumbência, dentre muitas,
federais, de acordo com artigo 18 do aludido diploma legal. A importância da gestão a coleta de lixo hospitalar, em conformidade com a legislação do Estado do Rio de Janeiro,
municipal de resíduos sólidos, balizado pelo PMGIRS é particularidade imprescindível para que firmou convênios entre a Secretaria de Estado de Saúde com as Prefeituras e Empresa
a proteção da saúde pública e ambiental, permitindo o desenvolvimento sustentável, de Limpeza Urbana.
promovendo a destinação correta dos resíduos.
Face ao exposto, denota-se no arcabouço em comento, que o Município de Niterói editou
Com relação ao Sistema de Logística Reversa o Município de Niterói demonstra de forma diversas legislações tratando especificamente de resíduos sólidos, anteriormente à vigência
inicial mudanças no tocante à aplicação da logística reversa, o que pode ser observado nas da Lei da Política dos Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010) e à Lei do Saneamento Básico
Leis 2.942/2012 e 2.943/2012, que viabilizaram em seu corpo legal instrumentos de ações (Lei nº 11.445/2007), o que demonstram comprometimento e preocupação com o meio
para a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para ambiente por parte do Município.
reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final
ambientalmente adequada, de acordo com o artigo 3º, inciso XII, da Lei 12.305/2010. Não obstante o Município disponha de legislações para reciclagem e destinação
ambientalmente adequada de alguns produtos inservíveis (lâmpadas e óleo de cozinha),
No tocante às especificações trazidas pela Lei Federal nº 11.445/2007, observa-se que o não se verificou a existência de leis específicas de incentivo às Associações de Catadores
Município de Niterói não possui agência reguladora de serviços públicos, bem como não se e à elaboração de Planos de Gerenciamento por parte dos estabelecimentos públicos e
tem notícia da criação de Órgão Colegiado, sendo exigências da Legislação Federal em privados que exerçam atividades poluidoras.
vigor, para exercer o controle social dos serviços de saneamento, conforme exigido no art.
47 da Lei nº 11445/2007 e no art. 34, inciso IV, do Decreto nº 7.217/10, que a regulamentou. Com a aprovação do Plano Municipal de Saneamento Básico o Governo de Niterói poderá
realizar adequações específicas objetivando promover uma melhor Gestão Integrada de
Observou-se, também, que o Município está empenhando-se para aparelhar-se à Lei Resíduos Sólidos no âmbito do Munícipio.
Estadual, no que tange ao reaproveitamento das garrafas de politereflalato de etila (PET), é
o caso da Lei Municipal nº 2.735/2010, que instituiu o reaproveitamento das garrafas tipo
(PET) em escolas públicas, prevendo sua reutilização na criação de peças de decoração de ANÁLISE DOS CONVÊNIOS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS, RELACIONADOS
natal, todavia, a legislação municipal em vigor carece de normas quanto à logística reversa À RESÍDUOS SÓLIDOS
desses materiais.
O Governo de Niterói, através da COMPANHIA MUNICIPAL DE LIMPEZA URBANA DE
Ainda nesta senda, não se avistou no âmbito do Município de Niterói, lei ou campanhas que NITERÓI – CLIN efetivou contrato com a empresa ECONIT ENGENHARIA AMBIENTAL S.A.,
objetivem a redução de copos plásticos em repartições públicas, assim como prevê a por meio de licitação, em 01/08/2014, recebendo o número 16/11, cujo objeto é a contratação,
legislação Estadual nº 8.438/2019. em regime de Concessão Administrativa de serviços integrantes do sistema de limpeza
pública municipal, sendo responsável a contratada por:
No que diz respeito ao Sistema de Tratamento de Resíduos Sólidos de Serviços da Saúde,
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Coleta e Transporte de resíduos sólidos urbanos público (RSU) gerado no município; As obrigações da Contratada estão previstas na Cláusula 11ª, alíneas de “a” a “q”, assim
Coleta e Transporte de resíduos sólidos de serviços de saúde públicos (RSS) gerados como as obrigações da Contratante na cláusula 12ª, alíneas de “a” a “m”, do contrato.
no município;
Coleta e Transporte de resíduos sólidos inertes públicos (RI) gerados no município; No tocante às obrigações acima previstas, o contrato prevê que a fiscalização e a aferição
Coleta e Transporte de resíduos sólidos recicláveis (coleta seletiva); das obras e serviços concedidos serão realizadas diariamente e diretamente pela
Varrição mecanizada de vias públicas; Contratante, sendo obrigação da contratada a preparação e apresentação a Contratante,
Serviços complementares de limpeza pública abrangendo as atividades de capina semestralmente, um relatório das atividades, obras, serviços, com fotos, eventos e marcos
manual, roçada manual, roçada manual com empresa de roçadeiras costais, coleta técnicos representativos e suas datas de ocorrência (Parágrafo único da Cláusula 16ª).
como também, para atendimento a frentes de mutirão de limpeza pública e limpeza termos da Lei Municipal nº 2.682/2009, ressaltando que até 12 meses antes do final do prazo
de encostas e morros, limpeza manual e mecanizada de areias de praias no perímetro contratual, deverá ser encaminhado à contratante, que decidirá expressamente a respeito, no
municipal, e limpeza, lavagem e desodorização de áreas após a realização de feiras prazo de até 06 (seis) meses do encerramento do contrato se manterá a contratada.
livres;
Fornecimento e instalação de mobiliário urbano; Com relação ao valor do Contrato este restou estipulado, inicialmente em R$
1.591.504.200,00 (Hum bilhão, quinhentos e noventa e um milhões, quinhentos e quatro mil
Elaboração de projeto, obtenção de licenças ambientais pertinentes, aquisição e
e duzentos Reais). O Contrato prevê que em caso de atraso, será aplicada a multa de 2,0%
implantação de unidade de tratamento de resíduos sólidos de saúde pelo processo de
(dois por cento) sobre o montante devido e acrescido de juros de 1%(um por cento) ao mês,
autoclavagem, e operação da unidade de atendimento prioritário ao tratamento dos
calculados “pro-rata-die” sobre o montante devido, a partir do primeiro dia de atraso até a
resíduos sólidos de saúde públicos;
efetiva liquidação, da mesma forma no caso de antecipação do pagamento, está previsto
Obtenção de licenças ambientais pertinentes, aquisição, implantação e operação de
desconto de 1% (um por cento) ao mês, calculados “pro-rata-die” sobre o montante pago
unidade de beneficiamento de resíduos inertes públicos (UBRI) com capacidade de
relativo ao número de dias correspondentes aos da antecipação do pagamento. A
operação de pelo menos 15m³/hora;
remuneração da Contratada pela Contratante será realizada por tarifas mensais globais no
Manutenção do Aterro Controlado Morro do Céu (ACMC) pelo prazo de vigência
valor de R$ 6.631.267,50 (seis milhões, seiscentos e trinta e um mil, duzentos e sessenta e
contratual;
sete Reais e cinquenta centavos).
Operação da Célula Emergencial do Projeto de Remediação do Morro do Céu
(CEMC), até o seu encerramento;
O contrato 16/11, em 01 de novembro de 2018, constituindo objeto do termo aditivo o reajuste
Construção, implantação e operação do aterro sanitário de Niterói (ASN);
da tarifa, que a partir do mês de abril de 2018, no valor de 4,5%, equivalente aos valor de R$
Destinação e disposição final, de forma ambientalmente correta, dos resíduos públicos
6.927.096,73 (Seis milhões, novecentos e vinte e sete mil, noventa e seis Reais e setenta e
durante a vigência contratual.
três centavos).
270
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
No que diz respeito a garantia do contrato, está será prestada mediante apresentação de de Niterói e da EMUSA (autos 0054671-35.2018.8.19.0002).
Guia de recolhimento no valor de 1% (um por cento) do valor global do contrato, renovada
anualmente, assim como será restituída quando na renovação após o recebimento definitivo Com relação à legislação Federal de Resíduos Sólidos, primeiramente cumpre cortejar o
do objeto do contrato. Município por já ter aprovado o Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, muito antes
de ser sancionada a Lei nº 12.305/2010.
CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE O ARCABOUÇO LEGAL MUNICIPAL No tocante ao sistema de coleta seletiva e logística reversa, notou-se uma grande evolução
também do Município em possuir em seu arcabouço legal normas que trazem a participação
O Município de Niterói apresentou um crescente avanço com o desenvolvimento do Plano do poder público local na coleta seletiva e na logística reversa, assim como a participação e
Municipal de Saneamento Básico, requisito indispensável para capitanear recursos junto à responsabilidade dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes acerca do
União Federal. ciclo de vida dos produtos. Contudo, não foram detectadas na pesquisa outras normas que
tratem de diferentes tipos de resíduos, por exemplo:
Na análise do arcabouço jurídico do Município, constatou-se, que o município de Niterói
inovou trazendo avanço em sua legislação, antes mesmo da aprovação da Lei Federal nº Embalagem de produtos agrotóxicos;
11.445/2007. A Lei municipal nº 909/1991, estabeleceu em seu bojo orientações para o Pilhas;
tratamento, a coleta e a disposição de esgotos, com vistas ao controle de poluição das águas Baterias automotivas, de aparelhos celulares;
interiores, superficiais e subterrâneas, bem como das águas costeiras, nos limites da Pneus;
competência do órgão municipal de proteção ambiental (art. 1º, da Lei nº 909/1991). Embalagens e resíduos de óleo lubrificante
Sacolas plásticas
O marco regulatório do saneamento básico no Brasil (Lei nº 11.445/2007) exige a criação de
agência reguladora para nortear trabalhos das concessões públicas, como condição Assim, a pesquisa aponta a necessidade de, além dos mecanismos legais já existentes (óleo
indispensável para a delegação da prestação dos serviços. de cozinha, lâmpadas, lixo eletrônico e vidro), aprimore instrumentos legislativos,
sistematizando a logística reversa de forma mais abrangente, conforme rol acima citado, na
Desta forma, sugere-se a concepção de agência reguladora pelo Município de Niterói, forma do Capítulo III do Decreto Federal nº 7.404/2010, incluindo a celebração de Acordos
promovendo a correta utilização de recursos públicos, amparada pelos preceitos legais e Setoriais (art. 19 e seguintes do mesmo Diploma Legal), e do Capítulo III da Lei Federal nº
operacionais de melhoria contínua de atendimento da sociedade, assim como a criação de 12.305/2010.
Órgão Colegiado para exercer o controle social dos serviços de saneamento básico,
assegurando a representatividade de que trata o inciso III do art. 47 da Lei n. 11.445/2007. Notou-se também, a falta de legislação mais eficientes com relação às garrafas tipo “PET”,
devendo o Município estabelecer normas às empresas que utilizam garrafas e embalagens
Observou-se, outrossim, que a falta de agência reguladora no município impulsionou o plásticas na comercialização de seus produtos responsabilizando-as pela destinação final
Ministério Público Estadual a promover Ação Civil Pública em desfavor da Municipalidade ambientalmente adequada, nos termos do art. 1º, da Lei Estadual nº 3.369/2000.
271
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
De acordo ainda com o arcabouço jurídico Municipal, não foi encontrado regimento e/ou Por mais que a Lei Municipal nº 3.385/2019, que regulamentou o novo Plano Diretor de
campanha de racionalização do uso de copos plásticos e de substituição de copos Niterói sugira em diversos artigos medidas de prevenção de enchentes, aconselha-se o
descartáveis no âmbito dos órgãos públicos estaduais, pelo contrário, no Código de Normas Município estabelecer políticas públicas própria de combate às inundações, assim como
do Município vislumbraram-se regras para bares e/ou quiosques que vendam bebidas que criar no calendário letivo escolar a Semana de Combate às enchentes, realizando atividades
estas somente poderão ser servidas, quando for o caso, em copos descartáveis (Parágrafo de conscientização, explicando sobre os riscos da chuva, assim como as atitudes que devem
único do artigo 198, a Lei nº 2.624/2008), que instituiu o Código de Normas do Município de tomar para ajudar a evitar esses problemas.
Niterói.
No que tange, ainda, a proposta de lei de medidas de combate às inundações, recomenda-
A Lei Estadual nº 8.006/2018 determinou no âmbito do Estado do Rio de Janeiro a se que o Município de Niterói desenvolva através de parcerias com o Governo Estadual
substituição e recolhimento de sacolas plásticas em estabelecimentos comerciais. Desta programas de incentivos à criação de Brigadas Voluntárias, para a limpeza das ruas e
forma, recomenda-se ao Município que faça campanhas reforçando a necessidade da distribuição de propaganda de educação ambiental, bem como atendimento aos
retirada das sacolas plásticas dos comércios do Município, uma vez que, as sacolas são um desabrigados atingidos pelas enchentes, com base na Lei Estadual nº 3.970/2002.
dos elementos que acabam contribuindo com enchentes e com a degradação do meio
ambiente desde a sua fabricação. Deve o Município de Niterói estabelecer em suas Leis Orçamentárias assuntos específicos
para cada um dos serviços que integram o conceito de saneamento básico (abastecimento
Aponta-se, ainda, que o Município crie dispositivos legais visando incentivar a participação de água, tratamento de esgoto sanitário, drenagem e coleta e destinação final de resíduos
de cooperativas e outras associações de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis sólidos).
formadas por pessoas físicas de baixa renda, em consonância com o inciso II do art. 18 da
Lei nº 12.305/2010 e do Título V do Decreto Federal nº 7.404/2010. Por fim, registre-se que a presente análise se limitou a examinar a legislação municipal,
obtida junto ao Município de Niterói, cotejando-a com a Constituição Federal, as Leis
Aconselha-se ao Município de Niterói que providencie estudos e/ou convênios com outros Federais infraconstitucionais e as Leis Estaduais atualmente vigentes. Sem prejuízo de que
municípios no seu entorno, a fim de buscar soluções consorciadas com a finalidade de obter sejam recomendadas novas proposições legislativas, ou alteradas as já propostas, na
prioridade no acesso de recursos federais, nos termos do artigo 18, §1o, inciso I, da Lei nº hipótese de surgirem novos elementos no decorrer da elaboração do Plano de Gestão
No que diz respeito à drenagem urbana verificou-se que por intermédio do plano diretor do
município foi criado estratégias de ações destinadas a minimizar o impacto ambiental devido
ao escoamento das águas pluviais. O Plano Diretor trouxe também em seus artigos
projeções de crescimento do Município, uso do solo, parcelamento, saneamento básico,
drenagem urbana, recursos hídricos, dentre outros, estando devidamente integrado com os
instrumentos da Política Urbana e da Política Nacional de Recursos Hídricos.
272
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Até 2005, os resíduos sólidos urbanos eram coletados e encaminhados para um lixão
municipal, localizado no Morro do Céu. Em 2005 foi firmado um TAC entre o Ministério Público
do Estado do Rio de Janeiro, o município de Niterói, a CLIN e a Águas de Niterói, prevendo
diversas melhorias e recuperação ambiental da área. Em 2010, foi realizada a recuperação
da área através de obras de recuperação do maciço, cobertura dos resíduos, implantação de
drenagem pluvial, cobertura vegetal e chorumeduto. Em 2011, deu-se início ao contrato de
concessão dos serviços integrantes do sistema de Limpeza Pública de Niterói, firmado entre
a CLIN e a empresa ECONIT (Contrato 16/01). A partir de então, os resíduos domiciliares
passaram a ser enviados para o Centro de Tratamento de Resíduos – CTR de Alcântara –
São Gonçalo.
Na Figura 203 pode-se visualizar a transformação do Morro do Céu de 2002 a 2019. Nota-se
que em 2002 o local funcionava como um lixão, com a massa de resíduos exposta e sem
nenhum tipo de controle ambiental. Nas imagens de 2009 e 2011, após execução das ações
previstas no TAC de 2005, como coleta e tratamento de chorume, obras de estabilização do
maciço e recobrimento vegetal, o aterro foi controlado. Já em 2019, destaca-se nas imagens
a nova célula preparada de acordo com os critérios técnicos, legais e ambientais, e
devidamente licenciada para receber os resíduos da limpeza pública-varrição.
273
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
274
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Figura 203: Imagens da região do Morro do Céu em 2002, 2009, 2001 e 2019.
275
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
I - de origem domiciliar;
II - de material de varredura, limpeza de Logradouros Públicos e limpeza de praias;
III - em aterros ou usinas de tratamento. (Redação dada pela Lei nº 2685/2009).
276
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
277
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
279
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
A coleta seletiva é realizada pela CLIN através do modelo porta-a-porta (Econit) e itinerante
(CLIN), sendo os materiais coletados encaminhados para a Cooperativa de Catadores do
Morro do Céu, que opera um galpão de triagem em área próxima ao aterro Morro do Céu. Há
também o modelo de coleta seletiva através de Pontos de Entrega Voluntária – PEV`s, uma
parceria entre CLIN e a empresa de distribuição de energia- ENEL.
280
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
281
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
3.1.2. Coleta Domiciliar Convencional A seguir apresentam-se os dados operacionais sobre a coleta convencional: cobertura dos
serviços, veículos e equipamentos, mão-de-obra envolvida nas atividades, área de
A coleta domiciliar convencional consiste no recolhimento dos resíduos sólidos com abrangência e setores da coleta, entre outros, com base em informações obtidas junto à CLIN
características domiciliares geradas nos domicílios e estabelecimentos comerciais (geração e pela empresa prestadora do serviço.
até 120l/dia), Lei Nº 1.212/1993 devidamente acondicionados, e o seu transporte em veículos
apropriados, do ponto de geração ao local de disposição final. 3.1.2.1. Cobertura do Serviço
A coleta convencional, também conhecida como coleta regular domiciliar, possui taxa de
Conforme já mencionado, esta coleta é realizada no município pela empresa ECONIT, Figura
cobertura de 100% considerando a população total do município, segundo dados do SNIS
208, a qual possui veículos, equipamentos e funcionários próprios para execução das
2017.
atividades. O serviço ocorre de maneira planejada através de setores de coleta com
frequência pré-determinada, em 2019 tem-se uma média diária de 489 toneladas de resíduos
3.1.2.2. Setores e Frequência da Coleta Domiciliar Convencional
coletados por esta modalidade de coleta.
O mapeamento apresentado abaixo (Figura 209) foi elaborado para o presente Plano
Municipal de Saneamento Básico, de acordo com mapas de setores apresentados na
Proposta Técnica da ECONIT (Concorrência Pública nº. 01/2011 Processo nº. 520/0245/11).
A coleta de resíduos urbanos em Niterói requer a adoção de um sistema integrado contando município, exceto aos domingos. As frequências são: Diária Noturna; Alternada Diurna
com a utilização dos tradicionais veículos coletor compactador e veículos alternativos para a (segundas-feiras, quartas-feiras e sextas-feiras); Alternada Diurna (terça-feira, quinta-feira e
coleta em áreas de difícil acesso ou de acesso restrito, tais como o poliguindaste e o roll‐on sábados), conforme visualiza-se no mapeamento constante da Figura 210.
roll‐off.
282
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
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Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
284
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
3.1.2.3. Veículos e Equipamentos auxiliares utilizados na atividade. A empresa prestadora considera a vida útil dos caminhões
compactadores de 7 anos.
Para a realização dos serviços de coleta domiciliar convencional são utilizados veículos e
equipamentos disponibilizados pela empresa prestadora do serviço a ECONIT. Em 2019, tem-se uma média diária de resíduos coletados pela coleta domiciliar (inclui coleta
domiciliar e coleta diferenciada) de 489 toneladas/dia. Considerando os mesmos parâmetros
Os caminhões coletores compactadores possuem carregamento pela traseira, dispositivo de número de viagem e capacidade dos equipamentos adotados pela empresa ECONIT na
superior de carregamento, compartimento para captação de chorume oriundo da carga e Proposta Técnica, tem-se:
dispositivo para descarga lateral deste chorume, a fim de evitar o derramamento pelas vias
públicas. nº de veículos = 489 t/dia / (2,3 viagens / veículo x 7,2 t/viagem)
nº de veículos = 29,5 coletores compactadores
Cada veículo encontra-se equipado com ferramentas de apoio, tais como pá, garfo,
vassourão e outros, para auxiliar no recolhimento de resíduos eventualmente derramados Assim considerando-se a frota atual de caminhões compactadores da coleta domiciliar e
nas vias públicas. A Figura 211 apresenta-se modelo do caminhão utilizado na coleta coleta diferenciada de 34 caminhões, verifica-se que os equipamentos disponíveis atendem
domiciliar de Niterói. à demanda necessária, inclusive com os veículos de reserva.
285
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
286
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Quadro de Funcionários - ECONIT Figura 212: Material de divulgação dos horários da coleta domiciliar.
Modalidade Função Quantidade
Motorista Caminhão Coletor 4
Coletor 6
Coleta Diferenciada Diurna
Motorista Caminhão 1
Supervisor Turma 1
Motorista Caminhão 1
Coleta Diferenciada Noturna
Coletor 3
Motorista Caminhão Coletor 2
Coleta Manual em Locais de Difícil
Motorista Caminhão 2
Acesso
Coletor 6
Fonte: Empresa ECONIT, 2019.
O conhecimento dos dias e horário da coleta domiciliar por parte da população é essencial
para o sucesso do serviço. Além de conhecer, a população deve dispor seus resíduos sempre
no horário da coleta em seu bairro, evitando assim, que os resíduos fiquem dispostos por
muito tempo na rua. A divulgação dos horários é realizada pela CLIN através de folders Fonte: CLIN, 2019.
disponibilizados à população, além, da informação também estar contida e com fácil acesso
no site da CLIN (Figura 212). 3.1.3. Coleta em Áreas de Difícil Acesso
Apesar destas ações visando maior e efetiva participação da população em respeitar o horário Nas áreas de difícil acesso e em comunidades, a coleta domiciliar ocorre de forma manual,
da coleta, observa-se a prática rotineira de resíduos dispostos nas ruas em dias em que não onde os resíduos são transportados até os lixodutos (Figura 213) ou caçambas estacionárias
há coleta programada. posicionadas no local mais próximo que permita o acesso dos veículos da coleta regular.
287
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Figura 213: Exemplo de Lixodutos em comunidades. Quadro 84: Características dos veículos utilizados para a coleta manual em locais de difícil acesso.
COLETA MANUAL EM LOCAIS DE DIFÍCIL ACESSO
ANO DE ANO DE
PLACA EQUIPAMENTO MODELO MARCA
FABRIC. VENC.
KVU5C05 Caminhão Basculante De Pequeno Porte Sprinter 515 Mercedes Benz 2012 2019
AVZ 9820 Caminhão Basculante De Pequeno Porte Sprinter 515 Mercedes Benz 2012 2019
EHH 9068 Caminhão Basculante De Pequeno Porte Sprinter 515 Mercedes Benz 2018 2025
- Coletor Seletivo Satélite 4 M³ Usimeca 2008 2015
- Coletor Seletivo Satélite 4 M³ Usimeca 2012 2019
- Caçamba Para Satélite Satélite 4 M³ Rossetti 2018 2025
Fonte: Empresa ECONIT, 2019.
Figura 214: Exemplo da frota de Caminhões tipo satélite que realiza a coleta em locais de difícil
acesso- Empresa ECONIT.
A coleta manual em locais de difícil acesso é realizada com os equipamentos listados a seguir.
Na Figura 214 apresenta-se modelo do caminhão satélite utilizado na em locais de difícil
acesso.
288
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Quadro 85: Corpo funcional da coleta em locais de difícil acesso. 3.1.4.1. Veículos e Equipamentos
Quadro de Funcionários - ECONIT
Modalidade Função Quantidade
A coleta seletiva é realizada com veículos disponibilizados pela empresa prestadora do
Motorista Caminhão Coletor 2
Coleta Manual em Locais de Difícil
Acesso Motorista Caminhão 2 serviço a ECONIT. A frota atual é apresentada no Quadro 86. Além dos compactadores
Coletor 6 listados abaixo a coleta seletiva é realizada com um caminhão baú pequeno que realiza a
Fonte: Empresa ECONIT, 2019.
coleta seletiva porta-a-porta em são Francisco e Charitas.
As equipes de coleta realizam as atividades devidamente uniformizadas e munidas de todos
os equipamentos necessários, inclusive os equipamentos de proteção individual – EPI’s, tais Quadro 86: Características dos veículos utilizados para a coleta Seletiva.
COLETA SELETIVA - ECONIT
como luvas próprias e sapatos especiais.
ANO DE ANO DE
PLACA EQUIPAMENTO MODELO MARCA
FAB. VEN.
3.1.4. Coleta Seletiva Porta-a-Porta BCV6I24 Caminhão Compactador Accelo 1016 Agilix Mercedes Benz 2019 2026
BCV6I26 Caminhão Compactador Accelo 1016 Agilix Mercedes Benz 2019 2026
A coleta seletiva em Niterói teve início em 1991 através de um projeto experimental BCV6I314 Caminhão Compactador Accelo 1016 Agilix Mercedes Benz 2019 2026
desenvolvido no Condomínio Grotão em Itaipu. No ano de 1997 o programa recebeu maior - Compactador De Lixo 6 M³ Planalto 2014 2021
- Compactador De Lixo 6 M³ Planalto 2012 2019
infraestrutura, o que permitiu expandir e aprimorar o sistema de recolhimento porta-a-porta.
- Compactador De Lixo 6 M³ Planalto 2012 2019
Assim, desde sua implantação pela CLIN, a coleta seletiva em Niterói vem se aprimorando
Fonte: Empresa ECONIT, 2019.
visando expandir os modelos de coleta utilizados. Na Figura 215 apresenta-se um exemplo do caminhão utilizado na coleta seletiva de Niterói.
O sistema de recolhimento seletivo porta-a-porta é realizado de segundas-feiras à sábado, Figura 215: Exemplo da frota de Caminhões Compactadores que Realizam a Coleta Seletiva -
Empresa ECONIT.
das 07:00hrs às 17:00hrs, em toda a cidade de forma setorizada e de acordo com os bairros
e a demanda de geração de resíduos. O serviço é disponibilizado mediante cadastramento
do munícipe junto à CLIN. Conforme já mencionado, a coleta seletiva porta-a-porta é
realizada pela empresa ECONIT, com veículos e funcionários próprios.
Após cadastro na CLIN, que pode ser feito através do telefone ou direto pelo site da, é
repassado ao munícipe as instruções sobre o processo correto de separação seletiva dos
resíduos, além de envio de material informativo.
289
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
A coleta seletiva porta-a-porta é realizada com 3 caminhões dotados de equipamento Figura 216: Exemplos de Materiais Informativos de divulgação da Coleta Seletiva.
compactadores, conforme Quadro 87. Observa-se que parte da frota está com vida útil
vencida. Esta situação pode comprometer a execução adequada dos serviços, gerando muita
manutenção na frota
A CLIN realiza campanhas informativas sobre como proceder com relação aos materiais
recicláveis e para participação na coleta seletiva (Figura 216)
290
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
291
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
3.1.5. Coleta Seletiva Itinerante Figura 219: Modelo de unidade de apoio da coleta seletiva itinerante.
A coleta seletiva itinerante é realizada pela CLIN na Região Oceânica como um modelo
auxiliar à coleta seletiva porta-a-porta. Neste modelo utiliza-se um caminhão baú com
identificação visual da Coleta Seletiva, o qual fica estacionado em pontos específicos
em conjunto com uma unidade de divulgação, assim as pessoas podem entregar seus
materiais recicláveis e receber informações sobre a coleta.
Quadro 89: Características do caminhão que realiza a Coleta Seletiva Itinerante - Empresa ECONIT.
COLETA SELETIVA ITINERANTE - ECONIT
Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019. PLACA EQUIPAMENTO MODELO MARCA ANO DE FAB. ANO DE VEN.
292
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
3.2. RESÍDUO EXTRAORDINÁRIO OU EXCEDENTE Figura 221: Material informativo sobre Lixo Excedente.
A Lei 1.212/93 também define que o recolhimento de resíduos realizados pela CLIN seja de
até 120 l de resíduos por dia de coleta, porém apenas para grandes geradores, o que não
inclui a coleta domiciliar.
A CLIN atua fiscalizando o cumprimento da Lei através de equipes específicas para este
tema, bem como as equipes de coleta são orientadas para recolher apenas os resíduos
específicos da coleta domiciliar, informando ao seu respectivo supervisor quando da
ocorrência de situações fora da rotina, para que assim possam ser avaliadas e tomadas as
providências necessárias, bem como a notificação de estabelecimentos. O mesmo é feito
para orientar no caso de resíduos sistematicamente mantidos fora do disposto nas normas
vigentes para a coleta. Ainda, são realizadas campanhas junto aos comerciantes de Niterói
para que possam se engajar na responsabilidade da gestão compartilhada de resíduos
sólidos.
293
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
A CLIN no sentido de disciplinar os procedimentos relacionados ao manejo por parte dos Razão Social Nome Fantasia Telefone
geradores de resíduos excedentes desenvolve instruções normativas, como a Resolução Plus Eco Serviços
Plus Eco Serviços Ambientais Ltda (21)2168-8967
Ambientais Ltda
01/2017 a qual estabelece a obrigatoriedade do geradores de lixo excedente contratar
Resíduo All De Copacabana Serviço De Bio -
empresa especializada em coleta, transporte, visando o tratamento e destinação final dos (21)2260-5345
Segurança Ltda. Me
resíduos ou requisitar os serviços da CLIN, desde que remunera tal serviço. Rinobrilho Transportes Ltda - Me Jlf Transportes (21)3570-1476
Rodocon Construções Rodoviárias Ltda - (21)2707-7600
Adicionalmente é cobrado das empresas que prestam o serviço de coleta e transporte para Ultrasol Ambiental Ltda - Epp - (21)2633-5299
V3 Oportunidades E Negócios Ambientais Ltda Me V3 Oportunidades (21)3639-3035
fins de tratamento e destinação final do lixo excedente/extraordinário de grandes geradores
Fonte: www.CLIN.rj.gov.br
para que façam o cadastramento junto à CLIN, para então serem autorizadas a executarem
os serviços na cidade.
3.3. SERVIÇOS DE LIMPEZA URBANA
294
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
295
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Os veículos e equipamentos são apresentados no Quadro 91 e no Quadro 92 tem-se a Quadro 93: Características dos veículos de coleta dos resíduos da varrição.
COLETA VARRIÇÃO MANUAL DIURNA
relação de funcionários envolvidos diretamente nas atividades.
ANO DE ANO DE
PLACA EQUIPAMENTO MODELO MARCA
FAB. VENC.
Quadro 91: Características dos equipamentos da varrição mecanizada.
LLE 1360 Caminhão Compactador Accelo 1016 Agilix Mercedes Benz 2018 2025
VARRIÇÃO MECANIZADA - ECONIT
KXR 4835 Caminhão Compactador Accelo 1016 Agilix Mercedes Benz 2018 2025
ANO DE ANO DE
PLACA EQUIPAMENTO MODELO MARCA KUU 9054 Caminhão Compactador Accelo 1016 Agilix Mercedes Benz 2018 2025
FAB. VENC.
Fonte: Empresa ECONIT, 2019.
- Varredeira Mecanizada Mc 50 Karcher 2012 2022
- Vassoura Mecânica Colpion Pioneira 2010 2017
Quadro 94: Relação de funcionários da coleta dos resíduos da varrição.
LQZ 7103 Reboque Plataforma 01 Eixo Garra Industria 2013 2023 Quadro de Funcionários - ECONIT
AWC 6373 Caminhão Varredor 15.190 Volkswagen 2012 2019 Modalidade Função Quantidade
LMO5J23 Caminhão Varredor Atron 1719 Mercedes Benz 2018 2025 Coleta Varrição Manual Diurna Motorista Caminhão Coletor 4
- Varredeira Mecânica Colpion 6 M³ Pioneira 2012 2019 Fonte: Empresa ECONIT, 2019.
Fonte: Empresa ECONIT, 2019.
3.3.3. Limpeza de Praias
Quadro 92: Relação de funcionários da varrição mecanizada.
Quadro de Funcionários - ECONIT
Modalidade Função Quantidade No município de Niterói pela sua característica de cidade litorânea, a limpeza das praias
Motorista Caminhão Coletor 1 apresenta bastante visibilidade, sendo as areias das praias mantidas limpas através de várias
Coletor 1 providências complementares entre si.
Varrição Mecanizada Diurno
Operador Varredeira 1
Servente Limpeza Urbana 1
evitar sujar: são colocados recipientes nas areias e nas calçadas junto às praias, para
Coletor 3
Varrição Mecanizada Noturno que os frequentadores depositem os resíduos produzidos. Campanhas de motivação
Operador Varredeira 1
Fonte: Empresa ECONIT, 2019. são repetidas a cada temporada verão;
limpeza manual superficial: realizada no final de cada dia de sol, com uso de ancinhos
3.3.2. Coleta dos Resíduos da Varrição Manual (em geral com 20 a 25 dentes, espaçados em 1cm para ajuntar os detritos), forçados
de 10 dentes e cestos de tela, sacos plásticos ou contêineres para levar os resíduos
A varrição manual é realizada por funcionários da CLIN, alocados por Distritos de Limpeza até um veículo compactador ou basculante, que acompanham a turma de limpeza;
Urbana - DLU, que serão descritos posteriormente. No entanto, a ECONIT disponibiliza podem ser empregados contêineres para acondicionamento do resíduo da praia ou
veículos e funcionários para realizar a coleta dos resíduos desta atividade, conforme recipientes especiais como latões e manilhas;
apresentado nos Quadro 13 e 14. em praias com acesso para os equipamentos são empregados tratores agrícolas, com
tração nas quatro rodas, tracionando carretas, os quais acompanham a turma de
limpeza na praia e transportam os resíduos até o caminhão que trafega na pista junto
à areia;
296
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
no período de menor frequência (noturno), a maioria das praias são limpas com Quadro 95: Características dos equipamentos da limpeza de praias noturna.
LIMPEZA DE PRAIAS NOTURNO
máquinas que revolvem a areia e a fazem passar por peneira vibratória, a fim de
ANO DE ANO DE
recolher os detritos menores e promover uma ação bactericida pela exposição das EQUIPAMENTO MODELO MARCA
FAB. VENC.
camadas inferiores de areia à luz do sol. Para tanto se utiliza máquina para limpeza de Trator De Pneus Agrícola Mf-275/4 Massey-Ferguson 2014 2024
praias rebocada por trator. O acionamento da máquina é totalmente mecânico. A areia Trator De Pneus Agrícola (Reserva) 8030 New Holland 2006 2016
é revolvida até a profundidade máxima de 10 cm, sendo peneirada, arejada e devolvida Trator De Pneus Agrícola Mf-275/4 Massey-Ferguson 2012 2022
Trator De Pneus Agrícola Mf-275/4 Massey-Ferguson 2013 2023
à praia.
Trator De Pneus Agrícola Mf-275/4 Massey-Ferguson 2010 2020
Limpadora De Praias Hm-Iv Gamma Cobra 2013 2023
Os serviços são realizados de segunda a segunda, através da combinação de atividades Limpadora De Praias Hm-Iv Gamma Cobra 2010 2020
manual e mecânica e consiste na remoção de materiais soltos ocorrentes na superfície das Limpadora De Praias Hm-Iv Gamma Cobra 2012 2022
praias, de forma contínua e permanente. Os serviços são executados de forma mecanizada, Limpadora De Praia (Reserva) Hm-Iv Gamma Cobra 2006 2016
complementadas de maneira manual, definida em função das condições locais ao longo da Limpadora De Praia Hm-Iv Gamma Cobra 2017 2027
Fonte: Empresa ECONIT, 2019.
orla.
A limpeza manual das praias é realizada pela CLIN com funcionários próprios alocados por
Distritos de Limpeza Urbana – DLU. A equipe munida de rastelos, pás, sacos plásticos, que
removem todos os detritos existentes sobre a superfície e depositarão esses materiais em
cestas metálicas que são destinados para um caminhão que auxilia na atividade e transporta
os resíduos até o Morro do Céu.
Na Figura 224 seguir observa-se a limpeza manual de praia sendo realizada por equipe da
CLIN.
Fonte: Proposta Técnica ECONIT.
297
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Figura 224: Equipe da CLIN realizando a Limpeza Manual de praias. Na Figura 225 apresentam-se lixeiras dispostas nas praias para contribuir com o estado de
limpeza das praias.
A limpeza de encostas é realizada pela CLIN através de setor específico que conta com 46
funcionários. Para realização desta atividade, a CLIN conta com equipe capacitada em
técnicas de rapel integrada por 16 garis. O despejo irregular de resíduos nas encostas em
298
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Niterói é recorrente sendo os pontos críticos frequentemente limpos, no geral em ações de Figura 228: Limpeza de encostas através de mutirão de limpeza (continuação).
mutirões.
O rapel foi instituído na CLIN há mais de dez anos como ação corretiva. Considerada de risco,
a atividade é feita por garis treinados anualmente pelo Corpo de Bombeiros, atividade esta
que vem ganhando reforço, à medida que os pontos de despejo irregular aumentam. Nas
Figuras 226, 227 e 228 pode-se visualizar a limpeza de encostas sendo realizada.
Fonte: www.CLIN.gov.rj.br
A CLIN conta com o Programa Gari Comunitário desenvolvido nas principais comunidades
do município. Atualmente há 74 garis atuando em 32 comunidades, conforme descrição do
Quadro 97.
Fonte: www.CLIN.gov.rj.br
299
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Quadro 97: Relação de garis por comunidade. A limpeza nas comunidades é realizada através de mutirões de limpeza, que percorrem todas
Comunidade Quantidade de Garis
as vias das comunidades. Nas Figuras 229 a 230 pode-se visualizar algumas ações sendo
Alarico Souza 3
Amorbela 1 realizadas através do gari comunitário. Os garis também são orientados a prestar orientações
Amigos das Ladeiras 1 à população sobre limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.
Albino Pereira (Grota) 3
Bairro Chic 1 Figura 229: Garis comunitários realizando a varrição.
Beltrão 1
Boa Vista 10
Bonfin 2
Caramujo 5
Carangueijo 2
Cinco de Março 1
Dionisio Mendes 2
Dona Zinha 1
Ilha da Conceição 1
Juca Branco 1
Jurujuba 6
Leopoldina 1
Fonte: www.CLIN.gov.rj.br
Morro do Castro 3
Morro do Cavalão 4 Figura 230: Garis comunitários realizando a limpeza e conscientização da população.
Morro do Holofote 3
Morro do Palácio 3
Morro da Luz 1
Maceió 2
Marítimos 3
Martins Torres 1
Maruí Grande 1
Morro da Penha 3
Morro do Preventório 2
Salgado Filho 1
Sapé 1
Viradouro 2
Fonte: www.CLIN.gov.rj.br
Vital Brazil 2
Total de Funcionários 74
Total de Comunidades 32
Fonte: CLIN, 2019
300
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Figura 231: Garis comunitários realizando a limpeza e conscientização da população. Figura 232: Limpeza em um ponto crítico.
Fonte: www.CLIN.gov.rj.br
Os serviços de limpeza urbana executados diretamente pela CLIN são realizados através da
organização pelos Distritos de Limpeza Urbana – DLU’s, cuja divisão no município é
apresentada na Figura 233, totalizando 14 DLU’s (não existe o 13).
Cada DLU possui pessoal e maquinário próprio da CLIN, além de atuarem também equipes
padrão (veículos, equipamentos e operadores), em forma de rodízio entre os DLUs, cedidos Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019.
pela empresa concessionária ECONIT.
3.4.1. Área de abrangência por DLU
Os pontos críticos de limpeza nos DLUs relacionam-se, geralmente, às comunidades, onde
ocorrem vazadouros de lixo em encostas, resíduos depositados em vielas e outras Nas Figuras 233 a 247 apresentam-se as áreas de abrangência de cada DLU, com destaque
dificuldades relacionadas à falta de infraestrutura de coleta e manejo de resíduos sólidos para a sede do DLU, as comunidades existentes e a extensão de vias de cada distrito.
nestes locais. Na Figura 232 exemplifica-se um ponto crítico de limpeza, onde as equipes da
CLIN, alocadas por DLU, realizam a limpeza rotineira.
301
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,2
Fonte: Elaborado por Ampla, 2019.
310
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316
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SEDE - 1o DLU A sede deste DLU encontra-se dentro do Horto do Fonseca, sendo o local cedido pelo Estado
do Rio de Janeiro.
A área do 1o DLU caracteriza-se pela presença de Estaleiros, com destaque para alguns
resíduos de embarcações com características específicas, como óleo queimado, que Possui dois veículos fixos para auxílio as atividades: um caminhão satélite que percorre as
frequentemente encontra-se dispostos em vias próximas ao estaleiro. Também se destaca ruas mais estreitas em comunidades e coleta dos resíduos da varrição e, um caminhão
nesta região o mercado de peixes. A lavagem do mercado é realizada pela ECONIT, que basculante para coleta de entulhos.
utiliza água de reuso. Ainda, na região observa-se bastante resíduos gerados por moradores
de rua e de transeuntes em direção as barcas. Destaca-se como pontos críticos de limpeza neste DLU: Vila Ipiranga, Bumba, Comunidade
do Sem-terra, Comunidade das Palmeiras, Bonfim, XXII de novembro, Riodades Teixeira
As áreas críticas relacionadas às comunidades destacam-se: Penha, Comunidade do Sabão; Nogueira e Rua Teixeira de Freitas.
Morro da Boa vista; Fátima/Pé pequeno; Morro do Estado; Morro da Chácara.
ICARAÍ – 4o DLU
BARRETO - 2o DLU
Este DLU funciona com 3 turnos de trabalho, sedo eles: 7:00- 16:00hrs; 13:00-22hrs e 22:00-
Na área deste DLU existe um PEV do projeto ECOCLIN/ ECOENEL em uma escola localizada 06:00hrs. Este DLU possui um PEV EcoCLIN/Ecoenel localizado na rua à frente da sede.
na Ilha da Conceição. Possui um ponto de coleta de óleo, pertencente ao projeto ReciCLIN, Possui diariamente um caminhão basculante da CLIN para auxílio às atividades. As principais
sendo este óleo encaminhado para a Cooperativa de Coleta e Reciclagem de óleo – Brilho dificuldades são referentes à limpeza das comunidades.
Natural, que possui Termo de Compromisso celebrado com a CLIN (Termo Aditivo N
02/2017). CHARITAS – 5o DLU
As áreas mais críticas relacionadas à limpeza são as comunidades: Buraco do Boi, Neste DLU os pontos críticos de limpeza são relacionados às comunidades de pescadores
Leopoldina, Maritmo, Pires, Coronel Leoncio, Nova Brasília e Morro da Ilha da Conceição. Jurujuba e comunidade do Preventório. Nas ruelas de difícil acesso são utilizadas caçambas
estacionárias para armazenamento dos resíduos sólidos.
Este DLU recebe auxílio de pá mecânica (terças e quintas) da CLIN e retroescavadeira
(sábado) da ECONIT, além de 02 caminhões, também da ECONIT. Estes veículos são Os principais pontos críticos de limpeza são: Preventório, Grota do Surucucu, Cavalão, São
utilizados para coleta dos resíduos da varrição e resíduos domiciliares que por ventura Francisco. Em muitos destes locais a CLIN disponibiliza caçambas e galões para
estejam nas ruas. A equipe da ECONIT faz a roçada do Morro do Cemitério. armazenamento dos resíduos. Este DLU conta com 2 caminhões basculantes diariamente
para auxílio as atividades, além do conjunto retroescavadeira e basculanteda ECONIT, às
terças e sextas-feiras.
317
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Junto a este DLU existe um PEV ECOCLIN/ECOENEL, e um ponto de recebimento de pneus Este DLU possui diariamente 1 caminhão basculante da ECONIT utilizado para distribuir os
inservíveis. garis da varrição, pois este DLU abrange longas distâncias dos serviços a serem realizados.
Os principais pontos críticos estão relacionados à rua João Nunes, onde encontra-se uma
CARAMUJO – 8o DLU caçamba e no Rio do Ouro Pequeno. As longas distâncias dificultam a logística do pessoal e
gera dificuldade em em vistoriais as atividades. Este DLU ainda possui muitas ruas de terra.
Este DLU opera em um imóvel alugado. Possui para auxílio as atividades diariamente um
caminhão basculante, fornecido pela ECONIT. Ainda, as segundas, quartas e sextas conta ITAIPU - 11o DLU
com o apoio operacional de um caminhão satélite também da ECONIT. Este DLU está
próximo ao Morro do Céu. Os locais críticos estão relacionados na rua Projetada, Campo Belo e Avenida 2, Maravista.
A limpeza das praias é executada pela ECONIT.
Os pontos críticos de limpeza urbana neste DLU situam-se majoritariamente: Carvalho,
Estrada do Baldiador, Laboratório, Vila Guarani, Rua do Coelho, Jeronimo Afonso, Mundoi SANTA BARBARA - 12o DLU
Novo, Nilo Peçanha, Lagoinha e Belarmino Cavalcanti.
Pontos críticos na comunidade Pedro Pestana e na Olavo de Paula. Possui um Pev Ecoenel
PIRATININGA - 9o e 15o DLU e coleta de óleo.
O 9 o e 15 o DLU`s localizam-se na mesma sede, embora com estruturas próprias. Este distrito GRAGOATÁ - 14o DLU
de limpeza foi dividido em dois, pois houve aumento das vias asfaltadas, demandando maior
número de trabalhadores na varrição e limpeza. Junto a sede deste DLU encontra-se um Destaca-se neste DLU a limpeza das praias da Baía, como: praia de Gragoatá, praia da Boa
PEV. Viagem, praia das Flechas e praia de Icaraí.
318
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
A limpeza manual das praias ocorre diariamente com 9 garis e 4 encarregados, com horário Quadro 99: Características dos veículos da CLIN.
CARACTERÍSTICAS DOS VEÍCULOS DA CLIN
das 6 às 15 horas. São utilizados ancinhos, garfos, cesto e padiola. Para coleta dos resíduos
Tipo Marca Modelo Placa Ano
é destinado um caminhão basculante. Ainda, são dispostos na área da praia de Icarai
Caminhão 1.06 MBB Poli 1313 KQB 2243 1981
Poli Guindaste
contêineres para armazenamento de resíduos, sendo estes equipamentos facilmente
Caminhão 1.44 Ford Cargo Poli 1617 LNY 5503 2002
perdidos em virtude de ressacas do mar. Ainda, em períodos pós chuva há aumento da Caminhão 1.10 MBB Madeira Pequeno KQB 2245 1981
quantidade de resíduos nas praias, vindo dos canais de drenagem que deságuam na areia. Caminhão 1.34 Ford F12000 Madeira Pequeno KOE 0165 1995
Caminhão 1.40 VW8140 Madeira Pequeno KRJ 4898 1999
Caminhão 1.41 VW8141 Madeira Pequeno KRJ 4614 1999
Ainda são realizados neste DLU os serviços de varrição de ruas. Estes serviços são
Caminhão 1.42 Ford Cargo Madeira Pequeno KRE 9470 2000
realizados em 2 turnos, das 7 às 16 horas e das 13 às 22 horas.
Caminhão Madeira Caminhão 1.45 Ford Cargo Madeira Grande LNY 5507 2002
Caminhão 1.46 VW 17.180 Madeira Grande LPA 8644 2007
Este DLU recebe às segundas-feiras da ECONIT um conjunto de caminhão basculante mais Caminhão 1.47 VW 17.180 Madeira Grande LKL 7838 2007
retroescavadeira. Ainda, possui para as atividades diárias 1 caminhão basculante da CLIN. Caminhão 1.48 VW 17.180 Madeira Grande KMT 9729 2007
Caminhão 1.49 VW 5.140 Madeira Pequeno LPA 8595 2007
Caminhão 1.50 VW 5.140 Madeira Pequeno KPG 4252 2007
3.4.3. Estrutura Operacional da CLIN
Caminhão 1.01 VW 16170 BT Basculante KRJ 0608 1998
Caminhão 1.51 VW 17.180 Munck LKL 7830 2007
A estrutura operacional da CLIN conta com veículos, equipamentos, funcionários e
Caminhão 1.52 VW 17.180 Munck KOW 1039 2007
infraestrutura física para desenvolver as atividades em cada DLU. Com relação aos veículos Caminhão 1.54 VW 17.180 Basculante LPA 8601 2007
e equipamentos, conforme informações dos Quadros 98 e 99, observa-se uma frota com vida Caminhão 1.55 VW 17.180 Basculante LUN 1737 2007
útil comprometida, necessitando assim de complementação com veículos novos, conforme Caminhão 1.56 VW 17.180 Basculante LKL 7804 2007
Caminhão 1.57 VW 17.180 Basculante LKL 7858 2007
ocorre atualmente através do fornecimento de veículos da ECONIT. Caminhão Basculante
Caminhão 1.58 VW 17.180 Basculante KWV 1148 2007
Caminhão 1.59 VW 17.180 Basculante LPA 8646 2007
Quadro 98: Relação de veículos CLIN.
Caminhão 1.61 VW 17.180 Basculante LKL 7829 2007
RELAÇÃO DE VEÍCULOS DA CLIN
Tipo Quantidade Caminhão 1.62 VW 17.180 Basculante LPA 8602 2007
Caminhão poliguindaste 2 Caminhão 1.63 VW 17.180 Basculante LKL 7834 2007
Caminhão madeira 11 Caminhão 1.64 VW 17.180 Basculante KUW 3021 2007
Caminhão Basculante 14 Caminhão 1.65 VW 17.180 Basculante LPL 2066 2007
Varredeira 1
Varredeira Caminhão 1.60 VW 17.180 Varredeira KNR 4494 2007
Ônibus 5
Fiorino 3 Ônibus MBB 1513 KUC 6203 1989
Bob Cat 1 Ônibus MBB 1513 KRJ 7378 1989
Retroescavadeira 1
Ônibus Ônibus MBB 1513 KZW 0123 2000
Pá Mecânica 2
Ônibus MBB 1513 KOY 0507 2000
Fonte: CLIN, 2019.
Ônibus MBB 1513 LFC 6665 2000
319
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
A relação de funcionários por DLU apresenta grande variação nos cargos e quantitativos,
conforme visualiza-se no Quadro 100. A variação se dá pelas especificidades de cada DLU,
considerando que cada região possui características próprias.
320
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
321
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
No Quadro 101 apresenta-se a extensão de vias por DLU, extraída com auxílio de pontos de coleta voluntária (PEV) de materiais recicláveis (papel, vidro, metal, plásticos e
ferramentas de geoprocessamento e relação de garis por DLU, obtendo-se assim o indicador outros objetos) no qual os clientes participantes recebem em troca bônus na forma de
de quilômetros percorrido por gari (km/gari). Considerou-se nesta metodologia que são descontos em sua próxima fatura da conta de luz ou os participantes podem eleger a conta
percorridas todas as vias dos DLU`s com os serviços de varrição e limpeza. de luz de qualquer outra unidade consumidora para receber o benefício (como de instituições
beneficentes, etc). Na Figura 248 apresenta-se material de divulgação do programa.
Assim, observa-se grande variação no indicador, sendo em alguns DLUs tem-se que um gari
percorre 500 metros e em outros até 4 km. Recomenda-se que um gari percorra de 1 a 2 km Figura 248: Material informativo do Programa ECOCLIN/ECOENEL.
por dia.
Quadro 101: Dados operacionais dos DLU`s e indicador.
DLU Extensão de vias(km) Quantidade Gari Indicador (km/gari)
DLU 01 76,64 104 0,74
DLU 02 65,6 69 0,95
DLU 03 74,86 57 1,31
DLU 04 28,14 55 0,51
DLU 05 70,06 32 2,19
DLU 06 60,08 53 1,13
DLU 07 112,63 41 2,75
DLU 08 37,7 20 1,89
DLU 09 78,04 16 4,88
DLU 10 112,76 30 3,76
DLU 11 144,88 34 4,26
DLU 12 40,29 28 1,44
DLU 14 24,68 45 0,55
DLU 15 168,88 38 4,44
Fonte: Elaborado por Ampla, 2019.
322
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
323
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
3.5.2. Descrição dos PEVs Implantados Assim, o programa EcoCLIN/Ecoenel é uma alternativa mais eficiente e reduz os custos do
serviço em relação ao sistema de recolhimento porta-a-porta. O local não só recebe o resíduo
Na Figura 250 pode-se visualizar o modelo de PEV ECOCLIN/ECOENEL implantado dentro reciclável tradicional (plástico, papel, vidro e papelão), como também pilhas e óleos
do Horto do Fonseca. O munícipe traz os materiais recicláveis nos PEV`s, onde o material é comestíveis, contribuindo com a implementação da logística reversa destes materiais.
pesado e o valor em bônus é creditado automaticamente na conta de energia. Cada resíduo
tem seu valor em quilo, unidade ou litro. Caso o valor da bonificação seja superior ao total da Nas Figuras 51 e 52, apresenta-se o PEV- EcoCLIN/Ecoenel de Icaraí. Destaca-se que este
conta, o excedente é creditado automaticamente na fatura seguinte. É possível realizar PEV recebe também eletroeletrônicos, através de convênio firmado entre a Eneel e a
quantas trocas o beneficiário quiser durante o mês. Startapp Techtrash, a qual dá o destino adequado aos materiais.
Figura 251: PEV – EcoCLIN/Ecoenel dentro do Horto do Fonseca – 3 DLU- destaque para balança e Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019.
tabela de descontos.
324
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Figura 254: Vista externa do PEV EcoCLIN/Ecoenel localizado na Ilha da Conceição. Figura 256: Vista externa do PEV EcoCLIN/Ecoenel localizado 12 DLU Santa Bárbara, destaque para
Coleta seletiva de óleo vegetal
Figura 255: Vista geral do PEV EcoCLIN/Ecoenel do largo do Batata. Na Figura 263 pode-se visualizar o PEV EcoCLIN/Ecoenel localizado na Sede do 9o e
15o DLU em Piratinga.
325
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Quadro 102: Quantidade de materiais recebidos nos PEV`s. 3.6. DESTINAÇÃO E DISPOSIÇÃO FINAL
Quantidade Recebida nos PEV`s (kg)
Tipo 2015 2016 2017 2018
Total papel 192.341 251.110 290.919 328.036
3.6.1. CTR Morro do Céu
Total plástico 33.894 49.095 59.529 70.699
Total metal 25.482 30.377 34.205 30.786 O aterro do Morro do Céu vem se adequando à legislação atual referente ao manejo dos
Outros 6.924 10.667 13.718 22.069 resíduos sólidos, sendo atualmente um local para a disposição final apenas dos resíduos da
Total 258.641 341.248 398.371 451.590
limpeza urbana, como varrição, entulhos em geral e limpeza de praias, hoje denominado
Fonte: Adaptado de CLIN, 2019.
Centro de Tratamento de Resíduos – CTR Morro do Céu. No local, os resíduos domiciliares
são descarregados na Estação de Transbordo e após são destinados ao CTR de Alcântara,
Este quantitativo é referente à comercialização dos materiais recebidos, que ocorre através
em São Gonçalo.
de leiloes realizados pela CLIN. O valor obtido pela venda destes materiais é revertido para
a ENEL, tendo em vista que a mesma dá desconto na conta de energia pelo recebimento dos
O Morro do Céu, localizado no Caramujo, apresenta localização estratégica no município,
materiais nos Ecopontos.
conforme visualiza-se na Figura 259. Com relação aos Distritos de Limpeza Urbana – DLU`s,
o Morro do Céu encontra-se inserido no 8º, quase na divisa com 7º DLU.
Figura 258: Quantidade por tipo de material recebido nos PEV`s.
326
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
327
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Na Figura 260 apresenta-se imagem ilustrativa da situação operacional atual do Morro do Vale destacar que a CLIN possui projeto para o CTR do Morro do Céu que inclui
Céu. tratamento de resíduos orgânicos por meio da biodigestão com geração de energia
O processamento dos resíduos orgânicos será realizado por um digestor, que deverá
Figura 260: Imagem ilustrativa da situação atual do Morro do Céu. trabalhar na decomposição dos resíduos de forma contínua, visando obter regularmente o
biogás e composto orgânico. Este processo, utilizado mundialmente, é realizado em uma
caixa de concreto pré-moldado hermética que retém todos os gases gerados durante o
tratamento
A CLIN, em parceria com outras empresas, está na fase de aprovação documental para
instalação do empreendimento.
Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019. Através da utilização de uma Estação de Transbordo diminui-se o número de viagens até o
aterro sanitário, em virtude do aumento da carga a ser transportada utilizando-se um
A célula emergencial do Morro do Céu conta com monitoramento da qualidade das águas, do
equipamento com maior capacidade de armazenamento.
ar, geotécnico e ambiental. A operação da área é realizada pela empresa ECONIT com
funcionários e equipamentos próprios. A célula remediada em 2010 possui coleta de
A Estação de Transbordo recebe os resíduos sólidos urbanos coletados pela ECONIT no
chorume, sendo o mesmo encaminhado via chorumeduto até a estação de tratamento de
município de Niterói, não recebendo de resíduos de empresas particulares. Assim,
esgoto (ETE) de Icaraí operada pela Águas de Niterói.
inicialmente os caminhões ao chegarem na unidade são cadastrados e pesados. Na Figura
261 pode-se observar a sala operacional e balança rodoviária para pesagem dos caminhões.
Hoje, a célula emergencial do Morro do Céu recebe apenas resíduos provenientes de poda
de árvores e varrição das ruas da cidade
328
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Figura 261: Vista lateral da sala operacional e balança rodoviária. Figura 263:Vista Geral da Estação de Transbordo.
Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019. Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019.
Figura 262: Vista frontal da sala operacional e balança rodoviária. Na Figura 264 pode-se observar o caminhão compactador na Plataforma de Descarga
descarregando os resíduos diretamente nas caçambas roll‐on roll‐off que fará o transporte
até o Aterro Sanitário.
Na Figura 263 pode-se observar uma visão geral da Estação de Transbordo, sendo adotado
o sistema de descarga direta nos veículos de transferência, visando uma boa eficiência /
produtividade na operação da UT. Assim, os resíduos são descarregados pelos veículos
Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019.
coletores diretamente nas caçambas roll‐on roll‐off. Essas caçambas são dotadas de calha
Os resíduos no caminhão roll-on roll-off recebem ainda leve compactação com auxílio de uma
de captação de chorume e vedação da tampa traseira, de modo que não ocorra o
pá carregadeira, conforme observa-se na Figura 265. Após carregados, as caçambas são
derramamento de chorume nas vias de Niterói.
329
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
cobertas por lona para evitar o derramamento de resíduos durante o trajeto até o aterro TRANSPORTE DE RESÍDUOS
Quadro 104: Veículos para transporte dos resíduos sólidos. Ainda, a célula emergencial conta com os dispositivos de controle ambiental de drenagem do
TRANSPORTE DE RESÍDUOS
líquido percolado, drenagem de gases, drenagem superficial e revestimento dos taludes com
ANO DE ANO DE
PLACA EQUIPAMENTO MODELO MARCA grama em placas. No Quadro 105 há a relação do maquinário utilizado pela empresa ECONIT
FAB. VENC.
para a operação da célula emergencial. Como já mencionado, esta célula recebe os resíduos
AZG 6842 Cavalo Mecânico Axor 1933s/36 Mercedes Benz 2014 2014
AZG 6844 Cavalo Mecânico Axor 1933s/36 Mercedes Benz 2014 2014 da varrição e limpeza pública.
KXE 9142 Cavalo Mecânico Axor 1933s/36 Mercedes Benz 2015 2015
KXE 9144 Cavalo Mecânico Axor 1933s/36 Mercedes Benz 2015 2015
AZG 6849 Carreta Carreta Basculante 03 Eixos 55m³ Mercedes Benz 2014 2014
AZG 7050 Carreta Carreta Basculante 03 Eixos 55m³ Mercedes Benz 2014 2014
KRM 9529 Carreta Carreta Basculante 03 Eixos 55m³ Rossetti 2016 2016
LSK 4465 Carreta Carreta Basculante 03 Eixos 55m³ Rossetti 2016 2016
330
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Quadro 105: Equipamentos para operação da célula emergencial. Figura 267: Vista geral do maciço.
OPERAÇÃO CÉLULA EMERGENCIAL DIURNO
ANO DE ANO DE
PLACA EQUIPAMENTO MODELO MARCA
FABR. VENC.
- Trator De Esteiras D6n Caterpillar 2009 2019
- Trator De Esteiras D6n Caterpillar 2012 2022
- Escavadeira Hidráulica 320dl Caterpillar 2010 2020
- Retroescavadeira 1cx Jcb 2012 2022
Saveiro Cs Starline 1.6
KWX 7750 Utilitário Volkswagen 2015 2020
T.Flex 8v
AXX 4899 Caminhão Basculante 2423k Mercedes Benz 2013 2020
AXX 4832 Caminhão Basculante 2423k Mercedes Benz 2013 2020
HCR 2503 Motocicleta Nxr 150 Bros Ks Honda 2005 2010
Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019.
- Motocicleta Quadriciculo Xr125 4x4 Honda 2013 2013
Caçamba Para Figura 268: Vista da célula licenciada para recebimento de resíduos da varrição.
- 14 M³ Rossetti 2013 2020
Basculante
Caçamba Para
- 14 M³ Rossetti 2013 2020
Basculante
Caçamba Para
- 12 M³ Rossetti 2001 2008
Basculante
Fonte: Empresa ECONIT, 2019.
Na imagem apresentada na Figura 267 pode-se observar vista geral do maciço do aterro do
Morro do Céu, na Figura 268 vista geral da célula licenciada e na Figura 269 detalhe para a
drenagem superficial do entrono do aterro.
331
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Figura 269: Drenagem superficial. do processo operacional do aterro sanitário, observadas em visita técnica no local em
fevereiro de 2019.
As unidades principais que compõe o aterro sanitário são:
Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019. Tratamento de Efluentes: local de armazenamento do efluente gerado pela
.
decomposição dos resíduos (chorume) composto por tanque pulmão e lagoas de
armazenamento. Destaca-se que todo o efluente tratado é reutilizado no próprio aterro.
3.6.2. CTR – Alcântara em São Gonçalo
O Aterro Sanitário de São Gonçalo é operado desde 2011 pelo Consórcio Foxx/Hazteg e
atende aos municípios de Niterói e São Gonçalo, além de receber resíduos de empresas
privadas.
A empresa ECONIT possui contrato vigente para o envio dos resíduos urbanos de Niterói
para o Aterro Sanitário de São Gonçalo.
332
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
333
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Na Figura 271 apresenta-se imagem da entrada do aterro sanitário. Inicialmente, após a Figura 273: Prédio administrativo – unidades de apoio.
entrada, estão localizadas balanças para pesagem dos caminhões coletores, Figura 272.
Todo líquido percolado (chorume) gerado é coletado e enviado para Estação de Tratamento
Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019.
de Chorume composta por: Lagoa de Recirculação, Lagoas de Estoque, Osmose Reversa,
334
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
sendo o efluente tratado reutilizado no próprio aterro. Ainda, na CTR encontra-se em fase de Sistema de Impermeabilização da base do aterro;
implantação de uma usina de geração de energia. Drenagem superficial e de gases;
Acessos compatíveis com o tráfego de veículos pesados;
Figura 275: Lagoas de armazenamento temporário do chorume.
Sistema de Controle do recebimento dos resíduos, através de pesagem dos caminhões;
Sistema de tratamento de chorume;
Sistema de monitoramento de águas subterrâneas e superficiais.
Cabe mencionar que a fiscalização do empreendimento cabe ao órgão licenciador, neste caso
ao Instituto Estadual do Meio Ambiente - INEA, sendo as informações apresentadas no
presente trabalho apenas de cunho informativo.
Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019. A Cooperativa Morro do Céu realiza suas atividades em um galpão de triagem que foi
construído pela CLIN em 2006, localizado na rua Ten. Marinelson Soares de Abreu. O galpão
Figura 276: Vista geral da Estação de Tratamento – Osmose Reversa.
conta com equipamentos necessários para a atividade de triagem e comercialização dos
materiais recicláveis.
Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019. Área destinada à recepção e triagem dos materiais (Figura 277);
Unidades auxiliares: Refeitório, banheiros e vestiários, escritório;
Por fim, através de visita técnica ao local, pode-se observar que o aterro sanitário possui:
335
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Figura 277: Vista geral da área interna do galpão de triagem da Cooperativa Morro do Céu. Figura 279: Esteira transportadora – em manutenção.
Escritório
Refeitório, banheiros
e vestiários
Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019. Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019.
Figura 278: Vista geral da área interna do galpão de triagem da Cooperativa Morro do Céu. Nas esteiras ocorre a etapa inicial de triagem, onde cada material reciclável é separado e
colocado em bags de acordo com o tipo predominante. Nesta linha cada trabalhador é
responsável pela separação de um material específico. Em junho de 2019 a esteira
encontrava-se em manutenção, assim os cooperados estavam realizando a triagem
diretamente sobre os bags.
336
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Após a triagem, os materiais como papel, papelão, plástico, embalagens tetra pack, e outros, Figura 282: Equipamentos: Prensas.
Os materiais que não serão enviados para a reciclagem (rejeitos em geral) são dispostos em
contêiner e coletados pela ECONIT sendo encaminhados para aterro sanitário.
Ao final os materiais recicláveis processados pela Cooperativa Morro Do Céu são vendidos
para empresas de reciclagem. A renda obtida com a venda é repartida entre os cooperados.
337
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Figura 283: Refeitório. Figura 284: Vista geral externa do galpão de triagem no pátio da CLIN.
Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019. Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019.
Observou-se que:
Figura 285: Vista externa galpão de triagem no pátio da CLIN.
Nas Figuras 284 e 285 pode-se visualizar área externa do galpão de triagem no pátio da
CLIN.
338
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Figura 286: Imagem interna do galpão de triagem. Figura 287: Equipamentos: Prensas e esteira, respectivamente.
Após a triagem, os materiais como papel, papelão, plástico, embalagens tetra pack, e outros,
armazenados em bags são prensados e enfardados. Na Figura 287 pode-se visualizar as
prensas e na Figura 288 alguns materiais enfardados.
339
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
4. MANEJO DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL – RCC Razão Social Nome Fantasia Telefone
(21)2712-
Peg Entulho Locação De Caçambas Ltda - Me Peg Entulho
Os Resíduos da Construção Civil - RCC são os provenientes de construções, reformas, 6468
(21)2603-
reparos e demolições de obras de construção civil, também chamados de entulhos de obras Ph Resíduos Ambientais Ltda - Me
9578
conforme classificação constante na Res. CONAMA n° 307/2002. A responsabilidade pelo
(21)2707-
gerenciamento destes resíduos é do gerador conforme Lei Federal n° 12.305/2010. Rodocon Construções Rodoviárias Ltda Rodocon
7600
(21)3710-
Simeia Dos Santos Silva Dutra Disk Caçamba
No município de Niterói a CLIN atua na fiscalização das empresas que dispõe de caçambas 0632
coletoras para a atividade de coleta, transporte e destino adequado destes resíduos e Thais Fornecedora De Mat. De Construção Ltda- (21)3709-
Me 9929
também atua no cadastramento dessas empresas, conforme listagem do mês de referência
(21)2718-
(agosto/2019) apresentada no Quadro 107. Transpor Serviço De Trans. E Loc. De Equip.Ltda Telentulho
7247
V3 Oportunidades E Negócios Ambientais Ltda (21)3639-
V3 Oportunidades
Quadro 107: Relação de empresas de Coleta de RCC em Niterói. Me 3035
Razão Social Nome Fantasia Telefone
(21)2625-
(21)2712- Valmaq Prestadora De Serviços Ltda Ed Entulho
Cem Entulhos Resíduos Ltda 100 Entulho 1449
2636
(21)96434110
(21)3819- Wv Silva Locação Transporte E Serviços Me
Delurb Ambiental Ltda 5
6731
Fonte: Adaptado de CLIN, 2019.
Deposito De Aparas De Papel S B Ltda (21)2289-
Deposito De Aparas De Papel S B Ltda-Me
Me 3693
Há problemática no município quanto à disposição irregular dos resíduos da construção civil
(21)2662-
Deposito De Papel Santa Cecilia Ltda em vias públicas, em lotes/terrenos vagos, ou em equipamentos de apoio à limpeza como as
6000
(21)3867- caçambas estacionárias. Estes resíduos são coletados pelas equipes de limpeza e
Eco Rio Soluções Ambientais Ltda. - Epp Ecorio
1149 encaminhados para o Aterro do Morro do Céu e segundo suas características são utilizados
F A Fonseca Materiais De Construção Me 9647-80587 para cobertura ou como base de estradas internas do aterro.
(21)6488-
Ferplan Transportes Ltda- Me Ferplan Terraplanagem
0712
(21)3104-
Galpão Ambiental Coleta De Resíduos Ltda Galpão Ambiental
6744
Irmãos Ribeiro Comercio De Resíduos E
Irmãos Ribeiro 3134-3798
Transporte
(21)3701-
Jc Caçambas Ltda - Epp Jc Caçambas
4059
(21)3605-
Multipla Construção E Terraplanagem Ltda-Me Multipla
8644
340
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
5. MANEJO DOS RESÍDUOS DOS SERVIÇOS DE SAÚDE (RSS) Quadro 108: Mão-de-obra Coleta dos RSS municipais.
Quadro de Funcionários - ECONIT
Modalidade Função Quantidade
Os Resíduos de Serviço de Saúde - RSS, por definição são os resíduos resultantes de
Motorista Caminhão 1
atividades exercidas por estabelecimentos geradores que, por suas características, Coleta Hospitalar
Coletor 2
necessitam de processos diferenciados no manejo conforme as diretrizes da RDC ANVISA Fonte: Empresa ECONIT, 2019.
N° 222/2018.
Quadro 109: Veículos para coleta dos RSS.
COLETA HOSPITALAR
O gerenciamento dos resíduos dos serviços de saúde – RSS é de responsabilidade do PLACA EQUIPAMENTO MODELO MARCA ANO DE FAB. ANO DE VENC.
gerador, cabendo ao Poder Público Municipal o gerenciamento quando ele próprio for o LLQ 2283 Utilitário Doblo 1.4 Cargo Fiat 2012 2017
gerador e realizar a fiscalização dos geradores privados. KYQ 9555 Utilitário Furgão Master Renault 2018 2023
Fonte: Empresa ECONIT, 2019.
Neste sentido, o município de Niterói, através da CLIN, possui contrato com a empresa
ECONIT para realizar a coleta, transporte, tratamento e disposição final deste tipo de
resíduos.
No Quadro 110 apresenta-se a relação dos locais geradores de RSS municipais onde a
empresa realiza a coleta dos resíduos.
Nos locais acima citados a empresa ECONIT realiza a coleta semanalmente e disponibiliza
funcionários e veículos adequados, conforme apresentado nos Quadros 108 e 109.
341
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
342
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Policlínica Comunitária de Jurujuba Avenida Carlos Ermelindo Marins, s/nº Jurujuba 1 x Semana (3ª)
Médico de Família Preventório I - Abel Santamaria Travessa Carmita, s/nº Charitas 1 x Semana (3ª)
Médico de Família Preventório II - Calixto Garcia Avenida Quintino Bocaiúva, s/nº Charitas 1 x Semana (3ª)
Médico de Família Souza Soares - José Antonio Echeverria Bianchi Rua Lions Clube, nº 37 Santa Rosa 1 x Semana (2ª)
Médico de Família Viradouro - Camilo Cienfuegos Rua Mário Viana, nº 790 Santa Rosa 1 x Semana (6ª)
Médico de Família Vital Brazil - Carlos J. Finlay Rua João Dalossi, nº 08 Vital Brazil 1 x Semana (2ª)
Policlínica Almir Madeira Rua Professor Hernani Melo, nº 103 São Domingos 1 x Semana (2ª)
Policlínica Regional Doutor Sérgio Arouca Praça do Vital Brazil, s/nº Santa Rosa 2 x Semana (3ª e 6ª)
Clínica Comunitária da Família Badu Rua Alcebíades Pinto, s/nº Cantagalo 2 x Semana (3ª e 5ª)
Clínica Comunitária da Família Ilha da Conceição - Célia Sanchez Rua Jornalista Sardo Filho, nº 196 Ilha da Conceição 1 x Semana (6ª)
Policlínica de Especialidades Doutor Sylvio Picanço Avenida Ernani do Amaral Peixoto, nº 169 Centro 1 x Semana (4ª)
Policlínica Regional Doutor Carlos Antônio da Silva Avenida Jansen de Melo, nº 174 - Centro Centro 2 x Semana (3ª e 6ª)
Policlínica Regional de Itaipu Assistente Social Maria Aparecida da Costa Avenida Irene Lopes Sodré, s/nº Itaipu 1 x Semana (5ª)
Policlínica Regional do Largo da Batalha Doutor Francisco da Cruz Nunes Rua Reverendo Armando Ferreira, nº 30 Largo da Batalha 2ª à Sábado
Policlínica Regional da Engenhoca Doutor Renato Silva Avenida Professor João Brasil, s/nº Engenhoca 3 x Semana (3ª, 5ª e Sáb.)
Policlínica Regional Doutor Guilherme Taylor March Rua Desembargador Lima Castro, nº 238 Fonseca 2 x Semana (3ª e 5ª)
Médico de Família Vila Ipiranga - Wilma Espin Rua Tenente Osório, s/nº Fonseca 2 x Semana (2ª e 5ª)
Policlínia Regional do Barreto - João da Silva Vizella Rua Doutor Luis Palmier, nº 726 Barreto 3 x Semana (2ª, 4ª e 6ª)
UBS Centro Doutor Eduardo Imbassay Rua Visconde do Uruguai, nº 531 - 3º e 4º Andar Centro 1 x Semana (4ª)
UBS Engenhoca - Policlínica Regional Norte II Doutor Renato Silva Rua Coronel Guimarães, nº 724 Engenhoca 2 x Semana (3ª e 6ª)
UBS Morro do Estado Doutor Mario Pardal Rua Araújo Pimenta, s/nº Morro do Estado 1 x Semana (2ª)
UBS Santa Bárbara Adelino de Mendonça e Silva Rua Jandira Pereira, nº 625 Santa Bárbara 2 x Semana (3ª e 6ª)
Clínica Comunitária da Família Várzea das Moças Avenida Plínio de Matos Filho, s/nº Várzea das Moças 1 x Semana (5ª)
UBS Baldeador Deputado José Sally Loteamento Bento Pestana, s/nº Baldeador 2 x Semana (3ª e 5ª)
Unidade de Urgência Mário Monteiro Estrada Francisco da Cruz Nunes, s/nº Piratininga 5 x Semana (2ª, 4ª, 5ª, 6ª e Sáb.)
Médico de Família Maceió - João Sampaio Rua Manoel Lourenço de Freitas, s/nº Maceió 1 x Semana (4ª)
Médico de Família Grota II - José Martí II Rua Arcedino Pereira, nº 335 São Francisco 1 x Semana (3ª)
Unidade de Controle de População Animal Rua General Silvestre Rocha, nº 02 Icaraí 1 x Semana (6ª)
Médico de Família Viçoso - Tayssa Erminda Alves Estrada Viçoso Jardim, s/nº Viçoso Jardim 1 x Semana (6ª)
Clínica Comunitária da Família Teixeira de Freitas Rua Teixeira de Freitas, s/nº Fonseca 2 x Semana (3ª e 6ª)
Base Descentralizada do Serviço Móvel de Urgência - SAMU Alameda São Boaventura, nº 144 Fonseca 2 x Semana (4ª e 6ª)
Médico de Família Martins Torres Rua Martins Torres, n.º 281 Santa Rosa 1 x Semana (4ª)
Médico de Família Sapê Rua E, s/nº Sapê 1 x Semana (4ª)
343
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Médico de Família Ponta da Areia Rua Coronel Miranda, nº 18 Ponta da Areia 1 x Semana (4ª)
CCPAD - Centro de Controle Populacional de Animais Domésticos Travessa Luiz de Matos, nº 105 Fonseca 1 x Semana (5ª)
Policlínica Regional de Piratininga Rua Marcolino Gomes Candau nº 111 Piratininga 1 x Semana (2ª)
CAPS Largo da Batalha Avenida Presidente Roosevelt, nº 465 São Francisco 1 x Semana (4ª)
Médico de Familia Boa Vista Rua Indígena, nº 200 São Lourenço 1x Semana (4ª)
Fonte: Empresa ECONIT, 2019.
344
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
5.1.3. Tratamento e Destinação Final: CTR Itaboraí Figura 290: Vista externa da Unidade de Tratamento dos RSS.
A CTR de Itaboraí possui Licença de Operação LO No IN033015emitida pelo INEA e com Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019.
Pode-se visualizar na Figura 289 a entrada da CTR Itaboraí, com destaque para a balança
onde todos os caminhões são pesados; Figura 290 vista externa e interna da Unidade de
Tratamento, através de autoclave, e por fim, na Figura 291, vista geral da célula do aterro
sanitário, a qual recebe os RSS após tratamento.
345
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
346
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
5.2. RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE - RSS DE ESTABELECIMENTOS PRIVADOS 6. DESCRIÇÃO DAS FORMAS E LIMITES DO PODER PÚBLICO NA LOGÍSTICA
REVERSA OBRIGATÓRIA
Com relação aos geradores privados, a Vigilância Sanitária Municipal realiza a fiscalização
dos estabelecimentos privados geradores. Quando é realizada a emissão/renovação da A logística reversa é entendida como (Item XII, Art. 3°, Lei Federal n° 12.305/2010):
Licença de Funcionamento Sanitário é cobrado dos estabelecimentos a apresentação do
Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde - PGRSS e cópia do contrato XII – logística reversa: instrumento de desenvolvimento econômico e
social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios
com empresa especializada para coleta dos RSS e comprovantes de recolhimento dos destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao
setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros
mesmos, conforme determina legislação aplicável ao tema. ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada;
O Art. 33 da Lei Federal n° 12.305/2010 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos
– PNRS menciona que:
347
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Figura 293: Relação entre responsabilidade compartilhada, logística reversa e acordos setoriais Há também a opção de encaminhar os eletroeletrônicos no PEV Ecoclin/Ecoenel em Icaraí,
segundo PNRS.
que possui convênio firmado com a Startapp Techtrash, que coleta e dá o destino adequado.
Os pneus inservíveis, devem ser acondicionados nas borracharias e geradores em geral, que
deverão dar o descarte adequado. A CLIN/ECONIT quando realizam a coleta dos pneus que
foram descartados de forma irregular, encaminham para um Ponto de Coleta, localizado no
pátio do 7º DLU (Figura 294). Após, eles são coletados por empresa especializada para o
descarte adequado.
Quanto aos resíduos eletrônicos existem alguns pontos de coleta na cidade que são
Fonte: Arquivo Técnico Ampla, 2019.
divulgados através do site da CLIN, estando apresentados no Quadro 111:
348
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
7. INDICADORES EXISTENTES
Estes indicadores são importantes para caracterizar o cenário atual do município e auxiliar na
tomada de decisões na fase de planejamento futuro.
7.1. SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE O SANEAMENTO BÁSICO - SNIS
Em 1996, foi criado em nível Nacional, o Sistema de Informações sobre o Saneamento Básico
– SNIS com o objetivo de disponibilizar e compilar informações acerca de aspectos
institucionais, administrativos, operacionais, gerenciais, econômico-financeiros e de
qualidade sobre os serviços de saneamento básico.
I006 Despesa per capita com manejo de RSU em relação à pop. Urbana; R$/habitante 347,99 412 420,87 479,55
I007 Incidência de empregados próprios no total de empregados no manejo de RSU; % 83,35 85,49 84,41 84,16
I008 Incidência de empregados de empresas contratadas no total de empregados no manejo de RSU; % 16,65 14,51 15,59 15,84
I010 Incidência de empregados gerenciais e administrativos no total de empregados no manejo de RSU; % 5,51 4,24 5,73 4,91
Receita arrecadada per capita com taxas ou outras formas de cobrança pela prestação de serviços
I011 R$/habitante/ano 347,99 412 420,87 479,55
de manejo de RSU;
I015 Taxa de cobertura do serviço de coleta de RDO(2) em relação à pop. Total (urbana + rural) % 100 100 100 100
Coleta de Resíduos Sólidos
I016 Taxa de cobertura do serviço de coleta de RDO em relação à pop. Urbana; % 100 100 100 100
I014 Taxa de cobertura da coleta RDO em relação à pop. Total % 100 100 100 100
I017 Taxa de terceirização do serviço de coleta de RDO + RPU(3) em relação a quantidade coletada. % 90,31 90,75 91,98 92,67
Produtividade média dos empregados na coleta (coletadores + motoristas) na coleta (RDO + RPU)
I018 Kg/empregado/dia 1879,15 2.457,72 2.241,46 1.415,72
em relação à massa coletada.
Taxa de empregados (coletadores + motoristas) na coleta (RDO + RPU) em relação à população
I019 Empregados/1000 habitantes 0,63 0,49 0,5 0,79
urbana;
I021 Massa coletada (RDO + RPU) per capita em relação à pop. Urbana. Kg/hab./dia 1,1 1,12 1,06 1,08
I022 Massa (RDO) coletada per capita em relação à pop. Atendida com serviço de coleta. Kg/hab./dia 0,88 0,89 0,87 0,89
I023 Custo unitário médio do serviço de coleta (RDO + RPU) R$/tonelada 120,47 129,51 139,42 144,35
I024 Incidência do custo do serviço de coleta (RDO + RPU) no custo total do manejo de RSU. % 13,02 11,95 11,69 10,66
349
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Ano
Indicadores Identificação Descrição Unidade
2014 2015 2016 2017
I025 Incidência de (coletadores + motoristas) na quantidade total de empregados no manejo de RSU % 12,97 8,95 9,86 15,22
Taxa de resíduos sólidos na construção civil (RCC (4)) coletada pela Pref. Em relação à quantidade
I026 % - - - -
total coletada de RDO + RPU;
Taxa da quantidade total coletada de res. púb. (RPU) em relação à quantidade total coletada de
I027 % 25,77 26,26 22,36 21,7
resíduos sólidos dom. (RDO);
Massa de Res. Dom. e púb. (RDO + RPU) coletada per capita em relação à pop. Total (urbana e
I028 Kg/habitante/dia 1,1 1,12 1,06 1,08
rural) atendida pelo serviço.
I029 Massa de RCD per capita/ano em relação à pop. urbana Kg/habitante/dia - - - -
I030 Taxa de cobertura da col. Seletiva porta-a-porta em relação a pop. Urbana % 33,06 39,87 40,78 41,21
Coleta Seletiva de Resíduos
I031 Taxa de recuperação de recicláveis em relação à quantidade de RDO e RPU % 1,01 0,96 0,96 1,17
I032 Massa recuperada per capita Kg/(hab. x ano) 4,05 3,93 3,71 4,62
I053 Relação entre quantidades da coleta seletiva e RDO % 1,39 1,38 1,17 1,45
Sólidos
I034 Incid. de papel/papelão sobre total mat. recuperado % 54,99 47,75 47,79 73,04
I035 Incid. de plásticos sobre total material recuperado % 18,89 30,7 30,56 14,94
I038 Incid.de metais sobre total material recuperado % 4,92 5,68 5,71 8,59
I039 Incid.de vidros sobre total de material recuperado % 11,49 12,49 12,53 1,78
I040 Incidência de ''outros'' sobre total material recuperado % 9,71 3,38 3,41 1,66
I054 Massa per capita recolhida via coleta seletiva Kg/(hab. x ano) 4,44 4,47 3,71 4,72
Saúd
Res.
I036 Massa de RSS coletada per capita em relação à pop. Urbana; Kg/(1000hab. x dia) 0,64 0,69 0,69 0,79
e
I037 Taxa de RSS coletada em relação à quantidade total coletada. % 0,06 0,06 0,06 0,07
Serviços de Varrição Capina e
I045 Taxa de varredores em relação à pop. Urbana. Empregado/1000 hab. 3,41 3,19 3,16 3,12
I046 Incidência do custo do serviço de varrição no custo total com manejo de RSU; % 30,52 31 31,79 29,43
I047 Incidência de varredores no total de empregados no manejo de RSU; % 70,01 58,31 62,65 60,24
I048 Extensão total anual varrida per capita. Km/hab./ano - - - -
I051 Taxa de capinadores em relação à pop. Urbana; Empregado/1000 hab. 0,04 0,1 0,1 0,13
I052 Incidência de capinadores no total de empregados no manejo de RSU; % 0,91 1,88 1,99 2,43
350
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
O Índice de Sustentabilidade na Limpeza Urbana (ISLU) foi criado em 2016, através de uma
parceria técnica entre o Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana (SELURB) e a 8.1. ANÁLISE GRAVIMÉTRICA
PricewaterhouseCoopers (PwC), com o objetivo de avaliar os municípios frente as metas e
diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS, Lei Federal n° 12.305/2010. A caracterização qualitativa dos resíduos domiciliares pode ser realizada através da análise
gravimétrica que consiste no conhecimento do percentual das diferentes frações de resíduos
O índice é calculado considerando os parâmetros: cobertura dos serviços, reciclagem, presentes na massa total analisada.
arrecadação específica e destinação correta.
Niterói possui estudo da caracterização gravimétrica apresentado no Plano de
No Quadro 113 apresenta-se a pontuação e classificação de Niterói nos anos analisados. Gerenciamento de Resíduos Sólidos - PGRS (Prefeitura de Niterói, 2012) o qual apresenta a
Destaca-se que a pontuação média ISLU para municípios com população superior à 250 mil caracterização conforme Figura 295.
habitantes, em 2018, foi de 0,665. Nesta faixa populacional, dentre os municípios
participantes, Niterói foi a cidade melhor avaliada da região Sudeste, sendo a segunda melhor De acordo com o estudo realizado, os resíduos domiciliares de Niterói são compostos por:
351
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Figura 295: Estudo Gravimétrico de Niterói. Observa-se também que a quantidade de resíduos coletados pela coleta domiciliar de Niterói
em 2019 está em torno de 417 toneladas ao dia.
352
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Figura 296: Representação gráfica da quantidade coletada pela coleta domiciliar nos últimos 5 anos. Coleta Seletiva
Mês/Ano 2015 2016 2017 2018 2019
Mai 167,4 136,4 248,2 165,8 230,07
Jun 169,0 151,7 233,2 176,3 194,35
Jul 171,3 146,2 218,0 188,4 244,74
Ago 165,8 155,6 228,8 209,1 247,6
Set 166,1 158,9 193,3 177,9 205,03
Out 171,1 155,6 188,3 206,9 251,16
Nov 150,6 160,2 186,3 185,9 225,54
Dez 195,7 174,5 207,8 208,1 248,15
Total (ano) 2020,9 1849,6 2353,9 2277,8 2.780,6
Média mensal 168,4 154,1 196,2 189,8 231,7
Média Diária 5,5 5,1 6,4 6,2 13,2
Fonte: Adaptado de CLIN, 2019.
Figura 297: Representação gráfica da quantidade coletada pela coleta seletiva nos últimos 5 anos.
Em 2019 coletou-se em média 13,2 toneladas por dia de materiais recicláveis pelo programa
de coleta seletiva. Fonte: Elaborado por AMPLA 2019.
Quadro 115: Quantidade em toneladas coletada pelo programa de coleta seletiva. O impacto da coleta seletiva pode ser mensurado através do desvio destes resíduos do aterro
Coleta Seletiva sanitário. Assim, considerando que a geração total de resíduos domiciliares é composta pela
Mês/Ano 2015 2016 2017 2018 2019
Jan 173,8 177,0 160,5 207,9 273,7 quantidade coleta pela coleta convencional e coleta seletiva, temos os percentuais de desvio
Fev 154,2 147,5 138,1 179,9 232,82 de materiais recicláveis secos apresentado no Quadro 116.
Mar 169,2 152,1 170,2 183,2 217,91
Abr 166,7 133,9 181,3 188,4 209,56
353
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
percentual coletado representa pequeno desvio de materiais do aterro sanitário, Mês/Ano 2015 2016 2017 2018 2019
Jul 3.467,3 2.788,8 2.998,9 2.480,5 980,7
representando em torno de 1,79 % em 2019.
Ago 2.945,3 2.813,7 2.841,7 2.776,1 -
Set 3.149,2 2.581,2 2.450,2 2.470,6 -
Quadro 116: Desvio de materiais recicláveis pela coleta seletiva.
Out 2.925,8 2.475,4 2.601,8 2.742,6 -
Participação da Coleta Seletiva 2015 2016 2017 2018 2019
Nov 2.939,3 2.503,2 2.612,2 2.536,0 -
Total coletado (Coleta Domiciliar e Coleta
Dez 3.416,8 2.615,8 2.822,1 2.618,2 -
Seletiva) (t/ano) 189.038,8 158215,2 162688,0 158191,4 155136,7
Total (ano) 39.879,4 33.274,5 32.713,3 30.981,3 7.366,9
Coleta Seletiva (t/ano) 2020,9 1849,6 2353,9 2277,8 2780,6
Média mensal 3.323,3 2.772,9 2.726,1 2.581,8 1.052,4
Desvio de Recicláveis pela Coleta Seteiva (%) 1,06 1,16 1,44 1,43 1,79
Média Diária 109,3 91,2 89,6 84,9 35,1
Fonte: Elaborado por AMPLA 2019.
Fonte: Adaptado de CLIN, 2019.
Deve-se destacar que não se encontram inseridos neste índice o percentual de materiais Figura 298: Representação gráfica da quantidade coletada pela pelos serviços de varrição (manual e
recicláveis que são desviados do aterro sanitário através de práticas espontâneas de mecanizada) nos últimos 5 anos.
354
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
355
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Figura 300: Representação gráfica da quantidade coletada de entulho nos últimos 5 anos. Galhos/Troncos/Madeiras
Entulhos Mês/Ano 2015 2016 2017 2018
Dez 120,3 85,6 65,0 72,6
4000
Total (ano) 1.799,4 1.473,7 1.530,6 1.022,9
Média mensal 149,9 122,8 127,5 85,2
Quantidade de Resíduos (t)
3600
Média Diária 4,9 4,0 4,2 2,8
Fonte: Adaptado de CLIN, 2019.
3200
2800
Figura 301: Representação gráfica da quantidade coletada de galhos nos últimos 5 anos.
2400
2000
1600
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
8.2.5. Galhos/Troncos/Madeiras
356
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Para o cálculo da geração per capita do presente estudo, utilizaram-se os dados referentes 9. IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DA SITUAÇÃO ECONÔMICA-FINANCEIRA
à projeção populacional apresentada pelo IBGE. Considerou-se que a população total do
A Lei Federal n° 11.445/2007 estabelece que os serviços públicos de saneamento básico
Quadro 121: Geração Per Capita. terão sustentabilidade econômico-financeira assegurada, sempre que possível, mediante
Dados para geração per capita de Resíduos Sólidos Domiciliares
remuneração pela cobrança dos serviços (Art. 29). A cobrança é possível e prevista nos
2015 2016 2017 2018 2019
População Total (hab.) Projeção IBGE 496.696 497.883 499.028 511.786 513.584 termos da Lei também para os serviços de manejo de águas pluviais urbanas, na forma de
Resíduos Domiciliares (t/dia) 599,4 501,2 513,9 499,7 488,3 tributos, taxas, em conformidade com o regime de prestação dos serviços ou de suas
Geração per capita atividades, assim como para os demais serviços de saneamento.
Per capita resíduos domiciliares
1,03 0,86 0,88 0,83 0,81
(kg/hab.dia)
Fonte: Elaborado por Consultoria Ampla, 2019.
A Lei discorre que a estrutura de remuneração e cobrança dos serviços públicos de
saneamento poderão levar em consideração alguns fatores como: categoria de usuários,
distribuídas por faixas ou quantidades de utilização ou consumo; padrões de uso ou qualidade
requeridos; quantidade mínima de consumo ou utilização dos serviços como garantia de
objetivos sociais, preservação da saúde pública, adequado atendimento dos usuários,
proteção ao meio ambiente etc; custo mínimo para disponibilidade dos serviços em
quantidade e qualidade adequados; entre outros fatores considerados no Art. 30.
Em Niterói a Taxa de coleta imobiliária de lixo – TCIL é cobrada juntamente com o Imposto
sobre a Propriedade Territorial Urbana – ITPU, conforme estabelecido no Código Tributário
Municipal, Lei No 2.597/2008.
357
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
9.2. DESPESAS COM OS EXECUTORES DOS SERVIÇOS DE MANEJO DOS RSU Varrição mecanizada de vias públicas;
Serviços complementares de limpeza pública abrangendo as atividades de
Os dados das despesas dos serviços de manejo de resíduos sólidos referem-se ao tipo de capina manual, roçada manual, roçada manual com emprego de roçadeiras costais,
serviço executado e forma de execução, se própria ou por empresa. No Quadro 122 coleta manual de resíduos em locais inacessíveis aos equipamentos da coleta regular,
apresentam-se os custos fornecidos pela CLIN dos anos de 2018 e 2019. fornecimento de equipe padrão para limpeza após realização de eventos públicos,
como também, para atendimento a frentes de mutirão de limpeza pública, limpeza
Quadro 122: Despesas com os executores dos serviços. manual e mecanizada de areias de praias no perímetro municipal, e limpeza, lavagem
ORÇAMENTO 2018 2019
e desodorização de áreas após a realização de feiras livres;
CLIN R$ 245.089.294,41 R$ 275.947.636,58
Manutenção do Aterro Controlado do Morro do Céu (ACMC) pelo prazo vigência
ECONIT R$ 85.964.256,84 R$ 91.192.011,51
contratual;
Percentual de despesas - ECONIT 35% 33%
Fonte: CLIN, 2020. Operação da Célula Emergencial do Morro do Céu (CEMC) até o seu
encerramento;
No quadro acima, observamos que em 2018 o percentual de despesas da ECONIT em Construção, implantação e operação do Aterro Sanitário de Niterói (ASN);
relação às despesas da CLIN foi de 35% e em 2019 33%. Destinação e disposição final, de forma ambientalmente correta, dos resíduos
domiciliares durante a vigência contratual.
Os custos apresentados são referentes aos serviços executados pela concessionária Econit
Engenharia Ambiental S/A, contratada para a execução de serviços integrantes do Sistema Serviços da CLIN:
de Limpeza Pública de Niterói, cujo valor global estimado da concessão administrativa de Coleta Diferenciada;
20 anos, objeto de Concorrência Pública nº. 01/2011 Processo nº. 520/0245/11, é de Limpeza de Túneis;
R$1.632.312.000,00 (um bilhão seiscentos e trinta e dois milhões, trezentos e doze mil reais), Limpeza de Monumentos;
bem como o orçamento e as despesas realizadas nos anos de 2018 e 2019: Coleta Seletiva Itinerante;
Limpeza de Eventos Públicos;
Serviços ECONIT: Roçada Mecanizada;
Coleta e transporte de resíduos sólidos urbanos públicos (RSU) gerados no Varrição Manual de Logradouros;
358
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Raspagem Manual de Logradouros; 10. PROGRAMAS AMBIENTAIS VOLTADOS À TEMÁTICA RESÍDUOS SÓLIDOS
Varrição Manual de Logradouros;
Gari Comunitário; A CLIN realiza constantemente campanhas informativas e ambientais voltadas a temática
Limpeza Manual de Praias (16 praias); resíduos sólidos, com destaque para a coleta seletiva e reciclagem. Ainda, ações de
Orientação e Fiscalização; educação ambiental e eventos são realizados anualmente, em especial quanto às datas
Limpeza e Higienização de Feiras; comemorativas do meio ambiente e da água, exemplo: dia mundial da água; Clean up Day
Limpeza de Encostas; (mutirões de limpeza em praias e espaços urbanos, áreas verdes); realização da Semana do
Meio Ambiente em Junho; criação e divulgação de materiais educativos e gráficos, etc.
Limpeza de Comunidades;
Serviços de Capina e Roçada;
Coleta de Difícil Acesso;
10.1. PROGRAMA PRÓ-SUSTENTÁVEL
Coleta Especial.
359
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
Algumas das ações e projetos acima citados têm relação direta ou indireta com as questões Impulsionar pesquisas, desenvolvimento de tecnologias e metodologias para combater
do saneamento básico, com destaque para o manejo adequado dos resíduos sólidos. Por o lixo no mar;
isso o desenvolvimento do Programa na Região Oceânica tende a beneficiar os objetivos do Realizar atividades de educação ambiental, engajamento da sociedade e comunicação
PMSB, uma vez que já se observa através das iniciativas em execução a busca pelo sobre os impactos do lixo no mar, e sobre a necessidade da melhor gestão de resíduos
desenvolvimento sustentável e a implantação de infraestrutura nessa porção do município sólidos.
em franca expansão urbana.
Por ser um município costeiro, Niterói apresenta os problemas relacionados a lixos no mar
e nas praias. De acordo com os dados de coleta dos resíduos da limpeza de praias, 2019
já foram coletadas 1.290 toneladas de resíduos recolhidos pela Companhia de limpeza de
10.2. PLANO DE COMBATE AO LIXO NO MAR
Niterói (CLIN) apenas nos sete primeiros meses do ano. Segundo a Associação Brasileira
do Lixo Marinho – ABLM (2014), Niterói já possui elaborado uma Versão Preliminar do
Estima-se que aproximadamente 80% do lixo no mar, constituído principalmente por
Plano de Ação Niteroiense do Lixo Marinho, o qual fez um diagnóstico da situação do lixo
plásticos, filtros de cigarro, borrachas, metais, vidros, têxteis e papéis, sejam originados nos
marinho na zona costeira do município e propôs ações de redução do mesmo.
continentes, estando a questão intimamente relacionada à geração e gestão de resíduos
sólidos (MMA, 2019).
De acordo com Thedin (2007) as praias vêm sofrendo potencialmente com o aumento da
produção de lixo, este é um significativo problema já que no Brasil ao longo de 8.500 km de
costa, existem 274 municípios costeiros defrontantes ao mar.
Devido a essa problemática foi elaborado o Plano Nacional de Combate ao Lixo no Mar, que
constitui uma das metas nacionais prioritárias da Agenda de 100 dias do Governo Federal e
representa a primeira fase de uma Agenda Nacional de Qualidade Ambiental Urbana.
Segundo o MMA (2019) o Plano tem como objetivos:
Reduzir a quantidade e os impactos do lixo no mar, originado de fontes terrestres;
Reduzir a quantidade e os impactos de 20 resíduos de fontes marítimas, incluindo
resíduos sólidos, cargas perdidas, artefatos de pesca abandonados, perdidos ou
descartados, e embarcações abandonadas;
Diminuir a quantidade e os impactos de resíduos sólidos acumulados na costa e em
águas costeiras e oceânicas;
360
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
11. CONSIDERAÇÕES FINAIS A Cooperativa de Catadores do Morro do Céu realiza as atividades em Galpão de
Triagem disponibilizado pela Prefeitura de Niterói, com infraestrutura adequada, porém
A partir do levantamento de informações na fase de diagnóstico quanto ao manejo de necessitando de manutenção dos equipamentos, como esteira e prensas.
resíduos sólidos urbanos e dos aspectos da operacionalização das atividades foi possível é A coleta domiciliar convencional é disponibilizada em todo município, sendo realizada
possível destacar como os principais pontos relevantes: nos locais de difícil acesso através de modelo específico.
Niterói possui legislação municipal específica (Código de Limpeza urbana Lei No
O município de Niterói possui a gestão dos resíduos sólidos regulamentada através do 1.212/1993) a qual define o grande gerador de resíduos sólidos urbanos e estabelece
Plano Municipal de Resíduos Sólidos, elaborado em 2012 pela CLIN, Decreto No cobrança de preço público diferenciado decorrente da prestação de serviços de coleta,
11.203/2012. transporte e destinação final pela CLIN.
Está em atual processo de elaboração de seu Plano Municipal de Saneamento Básico Para o ano de 2019 identificou-se um índice de geração per capita de resíduos sólidos
– PMSB tocante à Política Federal de Saneamento Básico, Lei n° 11.445/07. domiciliares de aproximadamente 0,81 kg/hab.dia.
A CLIN executa diretamente os serviços de varrição e limpeza de logradouros públicos Não foi identificada a atuação de Agência Reguladora para o sistema de limpeza
através dos Distritos de Limpeza Urbana DLU`s, sendo o município de Niterói dividido urbana e manejo dos resíduos sólidos em Niterói.
em 14 DLU`s, que facilita a operacionalização das atividades. Há diversos pontos de descarte irregular de resíduos sólidos observados no município,
Os serviços de coleta domiciliar, coleta seletiva, coleta em locais de difícil acesso, geralmente associados às comunidades (aglomerados subnormais) os quais
varrição mecanizada, e limpeza urbana são realizados pela empresa ECONIT. contribuem para a poluição visual e ambiental, a disseminação de vetores, bem como
O município de Niterói possui área denominada CTR – Morro do Céu, onde já maximizam esforços e custos envolvidos em ações de limpeza e conservação urbana.
funcionou o lixão de Niterói, esta área foi remediada e atualmente conta com aterro Nestes locais as equipes de limpeza urbana realizam a limpeza constantemente.
licenciado para disposição final dos resíduos da varrição, além de possuir também uma A determinação do índice de reciclagem do município foi estimada em 1,79% em 2019
estação de transferência dos RSU. representando pequeno desvio de materiais recicláveis do aterro sanitário.
Na Estação de Transbordo, no CTR Morro do Céu, os resíduos são transferidos dos
caminhões compactadores convencionais de menor volume para um caminhão de
maior volume. Desta forma, há uma redução do número de viagens até o aterro
sanitário, e uma otimização da operação de coleta.
A coleta seletiva no município é disponibilizada através do modelo porta-a-porta,
mediante cadastro prévio na CLIN, modelo itinerante na região oceânica, e através de
Pontos de Entrega Voluntária – PEV`s, também chamados de Ecopontos, uma
parceria entre a CLIN e ENEL.
Os materiais recicláveis coletados pelo município através do modelo porta-a-porta e
itinerante são encaminhados para Cooperativa de Catadores do Morro do Céu.
361
Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
12. REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos;
altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Diário Oficial da
República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Seção 1 - 3/8/2010, Página 3.
CEMPRE/IPT, 2010. Lixo Municipal: Manual de Gerenciamento Integrado 3º ed. São Paulo.
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