DIREITO PENAL Prof. Tácito Alves
DIREITO PENAL Prof. Tácito Alves
DIREITO PENAL Prof. Tácito Alves
Fato típico
Crime
Fato ilícito
Sujeito
Devido processo
culpável
penal Culpabilidade
Pena
4.DO FATO TÍPICO:
4.1.Conceito:é o primeiro substrato do crime.
Fato humano social consistente numaconduta
produtora de um resultado com ajuste (formal e
material) a um tipo penal.
4.2.Elementos:
a)Conduta;
b)Resultado;
c)Nexo causal; e
d)Tipicidade.
4.2.1.CONDUTA: comportamento
humanovoluntário, psiquicamente dirigido a um
fim.
O comportamento humano involuntário é
causa deexclusão da CONDUTAe torna o fato
atípico (não criminoso). São exemplos o
sonambulismo, os atos reflexos, infartos etc.
4.2.1.1.Espécies de conduta:Consciência
VontadePrevisibilidade
FCON
ação Dolosa
omissão culposa
Conduta
Comissiva
Omissiva
4.2.1.1.1.CONDUTA DOLOSA:(artigo 18, I, Código
Penal).
-Diz-se que o crime é doloso quando o agente
quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-
lo;
-Dolo é mais que mera INTENÇÃO, é vontade
direcionada à consecução de um fim previsto ou
aceito;
-Existe duas espécies de Dolo:
-A) Dolo direto: configura-se quando o agente
prevê um determinado resultado, dirigindo sua
conduta na busca de realizá-lo; e
-B) Dolo indireto: configura-se quando o agente
prevê um determinado resultado, dirigindo sua
conduta na busca de realizá-lo (dolo alternativo
ou dolo eventual).
4.2.1.1.2.CONDUTA CULPOSA:(artigo 18, II,
Código Penal).
-“Art. 33, inc. II - CPM - culposo, quando o
agente, deixando de empregar a cautela,
atenção, ou diligência ordinária, ou especial, a
que estava obrigado em face das
circunstâncias,não prevê o resultado que podia
prever(culpa inconsciente) ou,prevendo-o,
supõe levianamente que não se realizaria ou que
poderia evitá-lo (culpa consciente).”
-Portanto, seus elementos são A
PREVISIBILIDADE e a FALTA DE CUIDADO
OBJETIVO NECESSÁRIO, caracterizado
pelaimprudência,negligênciaouimperícia.
4.2.1.1.3.CONDUTA COMISSIVA:É aquela em que
a conduta do agente se movimenta na busca do
resultado, ou seja, toda sua conduta é ativa na
busca do resultado;
**Questão de concurso: “X, Policial Militar de serviço num dia de jogo dos
times Gama eCeilândia, ao final do jogo presencia uma jovem de 18 anos ser
cercada por torcedores rivais que, ato contínuo, arrancam a camisa da
torcedora. Como a mesma não usava roupa de baixo, os seus seios ficam à
mostra. Mesmo armado com pistola e podendo intervir para evitar a situação,
ao ver os belos seios da torcedora, “X” se mantém inerte apreciando a cena. Os
torcedores rivais aproveitam e estupram a torcedora, momento em que o
policial aproveita para se masturbar, excitado que ficara com a situação. Por
qual crime responderá o PM “X”?
Vejamos no quadro adiante:
4.2.2.NEXO CAUSAL:No Fato Típico, a conduta é
causa do resultado e o resultado é o efeito da
conduta. Essa relação de causa e efeito é
chamada de nexo causal (ou nexo de
causalidade). Trata-se de condição de existência
do Fato Típico e a sua exclusão implica na
exclusão do próprio crime e, por conseguinte, da
pena.
Veja o Art. 13, CP:
“Art. 13 - O resultado, de que depende a
existência do crime,somente é imputável a quem
lhe deu causa. Considera-secausa a ação ou
omissão sem a qual o resultado não teria
ocorrido.”
4.2.3.RESULTADO:É o efeito da conduta, sua
consequência .
Podem ser:
-Espécies:
-A)Tipicidade formal:é o perfeito ajuste da
conduta ao tipo penal expresso em lei;
-B)Tipicidade material:é a conduta enquanto ato
de lesão ou perigo de lesão ao BJP.
-Para que haja tipicidade na conduta, é
necessário que estejam presentes as duas
espécies, sob pena do fato tornar-se atípico, ou
seja, o fato não será considerado como crime.
5.ILICITUDE OU ANTIJURIDICIDADE: Por ilicitude,
entende-se a relação de contrariedade entre o
fato típico e o ordenamento jurídico como um
todo, não existindo qualquer exceção
determinando, incentivando ou permitindo a
conduta típica. É uma conduta típica não
justificada.
Imputabilidade
Potencial
Culpabilidade consciência
da ilicitude
Exibilidadadede
conduta diversa
2º Ponto: DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL:
1.Princípio da Legalidade
-Encontra-se previsto no art. 5.º, XXXIX, da
Constituição Federal, bem como no art. 1.º do
Código Penal. Trata-se de cláusula pétrea.
-É vedada a edição de medidas provisórias sobre
matéria relativa a Direito Penal (CF, art. 62, § 1.º,
I, alínea b), seja ela prejudicial ou
mesmofavorável ao réu.
-Supremo Tribunal Federal historicamente
firmou jurisprudência no sentido de que as
medidas provisórias podem ser utilizadas na
esfera penal, desde que benéficas ao agente.
-STF no RHC 117.566/SP, rel. Min. LuizFux, 1.ª
Turma, j. 24.09.2013.
Como exemplo de medida provisória benéfica,
pode-se citar a Medida Provisória nº 417, de
2008 (posteriormente convertida na Lei n"
- FUNÇÕES DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
O princípio da legalidade possui quatro funções
fundamentais:
a)proibir a retroatividade da lei penal
(nullumcrimennullapoenasinelegepraevia) ;
b)proibir a criação de crimes e penas pelos
costumes (nullumcrimennullapoena sine lege
scripta);
c) proibir o emprego de analogia para
criar crimes, fundamentar ou agravarpenas
(nullum crimen nulla poena sine lege stricta);
d) proibir incriminações vagas e
indeterminadas
(nullumcrimennullapoenasinelegecerta).
- Temos um exemplo bem nítido do que seja um conceito vago ou
impreciso no art. 9ª da Lei de Segurança Nacional (Leinª7.1 70/83), assim
redigido:
(Lei 7.170/83) Art. 9ª Tentar submeter o território nacional, ou parte dele, ao
domínio ou à soberania de outro país:
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 20 (vinte) anos.
- Sempre benéfica.
•Aplicação danovatiolegisinpejusnos crimes
permanentes e continuados :
•Súmula 711/STF: A lei penal mais grave aplica-
se ao crime continuado ou ao crime
permanente, se a sua vigência é anterior à
cessação da continuidade ou da permanência.
Lei excepcional
Aplicadas em situações de emergência (guerra,
calamidade, epidemia, etc.), perdurando durante
todo período excepcional.
Em ambos os casos tais leis serão sempreULTRA-
ATIVAS, UMA VEZ QUE NÃO SE MOVIMENTAM
NO TEMPO, SENDO APLICADAS FORA DE SUA
VIGÊNCIA COMO SE AINDA EXISTISSEM.
LUGAR DO CRIME
EXTRATERRITORIALIDADE
•Fato ocorre no estrangeiro
•Lei aplicável: brasileira
•Art. 7º do CP
INTRATERRITORALIDAE
•Fato ocorre no Brasil
•Lei aplicável: estrangeira
•Ex: Imunidade Diplomática, TPI.
EXCEÇÕES:
Imunidades diplomática e consular: Art. 5º caput do CP (convenções tratados e
regras de Direito Internacional)
Imunidades Parlamentares: Art. 53 caput e § 3º da CF;
Requisitos:
Unidade de Fato;
Pluralidade de leis penais;
Vigência simultânea de todas elas
Finalidade
Manter a coerência sistemática do
ordenamento jurídico, bem como, preservar
ainaceitabilidadedobis in idem.
Diferença com o concurso de crimes
Concurso: É a situação que ocorre quando,
mediante uma ou mais condutas, o agente
pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não.
São disciplinado pelosarts. 69 a 72 do CP
Principais diferenças:
O conflito aparente de normas não possui
regramento legislativo,
tratando-se de construção doutrinária e
jurisprudencial, ao passo que o concurso foi
regulamentado à risca pelo CP;
No concurso de crimes, todas as leis violadas
serão aplicadas no caso em concreto, implicando
a soma ou majoração das penas previstas para
cada uma delas. Em suma, tudo que foi
Princípios para solução de
conflito:
S=Subsidiariedade
E=Especialidade
C=Consunção
A=Alternatividade.
Especialidade –Lexspecialisderogatgenerali.
Especial é a norma que possui todos os elementos da geral e mais alguns,
denominadosespecializantes, que trazem umminusou umplusde severidade.
A lei especial prevalece sobre a geral, a qual deixa de incidir sobre aquela
hipótese.
Não é necessário analisar o fato concreto praticado, sendo suficiente que se
comparem abstratamente as descrições contidas nos tipos penais.
O tipo fundamental é excluído pelo qualificado ou privilegiado.
Ex.: Um sujeito que está dirigindo um automotor e atropela alguém e mata.
Usamos o 121 do CP ou o 302 do CTB?
R: Usa-se o 302 do CTB, de forma culposa, porque é lei especial.
Subsidiariedade–“Lex
primariaderogatsubsidiariae”
Subsidiária é a norma que descreve um grau
menor de violação de um mesmo bem jurídico,
isto é, um fato menos amplo e menos grave, o
qual, embora definido como delito autônomo,
encontra-se também compreendido em outro
tipo como fase normal de execução de crime
mais grave.
A norma primária prevalece sobre a
subsidiária.
É imprescindível a análise do caso concreto.
Não existe elementoespecializante, mas
descrição típica de fato mais abrangente e mais
grave.
Subsidiariedade–“Lex primariaderogatsubsidiariae”
Expressa ou explícita: a própria norma reconhece seu caráter
subsidiário(arts. 132, 129, § 3º);
Ex.: Art. 15 da Lei de Armas – “desde que essa conduta não tenha
como finalidade a pratica de outro crime”. Só aplica o 15 se você
disparar por disparar, sem colocar qualquer bem jurídico em risco. Se o
tiro foi dado para matar, desconsidere o 15 e considere o CP. O 15 é
subsidiário.
Tácitaou implícita: norma nada diz, mas diante do caso concreto
verifica-se.
Disposição legal:
Disposição legal:
•Punição na tentativa:
redução inversamente proporcional à
proximidade com a consumação.
Arrependimento posterior
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa,
reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da
queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
Crime impossível
17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por
absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
CONCURSO DE CRIMES
CONCEITO: Ocorre quando o agente com uma ou
várias condutas realiza mais de um crime.
ESPÉCIES
a) Concurso Material
b) Concurso Formal
c) Crime Continuado
REQUISITOS:
-Pluralidadede condutas.
- Pluralidade de crimes.
ESPÉCIES DE CONCURSO MATERIAL:
É possível continuidade delitiva entre roubo (art. 157) e extorsão (art. 158)?
Não é possível continuidade delitiva neste caso.
É possível continuidade delitiva entre roubo (art. 157) e latrocínio (art. 157,
§ 3º)?
Não é possível, pois protegem bens jurídicos diversos. Roubo – patrimônio;
Latrocínio – vida. Posição do STF.
-Elo de continuidade– nas mesmas condições de:
--Tempo: só existe crime continuado quando as
infrações se distanciam uma da outra até 30
diascriação jurisprudencial.
EXCEÇÃO: o tempo suplanta 30 dias, mas a
jurisprudência acata a continuidade delitiva:
Crimes Contra a Ordem Tributária – intervalo
temporal de até 3 anos.
--Lugar: apenas os delitos cometidos na mesma
comarca ou em comarcas vizinhas admitem
continuidadecriação jurisprudencial.
--Modo de Execução.
REGRAS DE FIXAÇÃO DA PENA NO CRIME CONTINUADO GENÉRICO:Sistema da
Exasperação.
Vários crimes praticados em continuidade delitiva, o juiz trabalha com a pena de
um só crime, aplica o critério trifásico e na 3ª fase, a pena é aumenta de 1/6
(menos crimes) a 2/3 (mais crimes).
Súmula 605/STF: “Não se admite a continuidade delitiva nos crimes dolosos contra a
vida”.
Não obstante, a jurisprudência recente, mas ainda isolada, tem admitido a incidência
do crime continuado nos homicídios (uma verdadeira promoção contra a vida
humana!”.
§ 2º- Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a
pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o
resultado mais grave.
EX: Caio eTíciocombinam furtar objetos da residência deMévio. Enquanto Caio, do lado de fora,
observa a aproximação de estranhos,Tícioentrou no imóvel para subtrair pertences.Tício,
surpreso, se depara comMévio, empregando violência para subtrair os objetos desejados.
O furto se transformou em roubo. Qual crime praticaTícioe qual pratica Caio?
Tíciopraticou roubo (empregou violência); já Caio vai responder de acordo:
Desdobramento (violência) imprevisível– Caio responde por furto;
Desdobramento (violência) previsível– Caio responde por furto com a pena aumentada de 1/2;
Desdobramento (violência) previsto e aceito– Caio responde por roubo (dolo eventual).
É possível participação por omissão?
Sim, desde que:
Oomitentetenha o dever jurídico de evitar o resultado (Art. 13,§2º do
CP );