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Introdução Irt

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INTRODUÇÃO

Em Angola, logo após a independência política do país, foram extintos alguns


impostos como o imposto complementar, impostos de capitação e o imposto
extraordinário. Em 1981, o imposto profissional veio dar lugar ao Imposto sobre o
Rendimento de Trabalho, deixando os funcionários da Administração Pública de estar
isentos.

O Código de Imposto sobre o Rendimento de Trabalho foi sofrendo inúmeras


alterações ao longo destes anos resultando com aprovação da Lei n.º 28/20, de 22
Julho, actualmente em vigor.

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2. CONCEITO

O Imposto sobre o Rendimento de Trabalho (IRT) incide sobre os rendimentos


obtidos por conta própria ou por conta de outrem, expresso em dinheiro ou espécie, de
natureza contratual ou não contratual, periódicos ou ocasionais, fixos ou variáveis,
independentemente da sua proveniência, local da moeda e de forma estipulada para o seu
cálculo e pagamento, lê-se no Artigo 2º do CIRT.

O rendimento é um conceito elaborado pela economia política, sendo na


sua origem um conceito económico que remonta a ADAM SMITH e parte da
distinção essencial entre realidades estátícas como o stock de capital existente numa
economia e de realidades dinâmicas como fluxos financeiros que se verificam nessa
mesma economia.

O rendimento de determinado ano, que poderia obter – se em condições normais.


Este é um rendimento que só se atribui ao respectivo agente económico naquele ou
naqueles anos em que as condições prevalecentes lhe possibilitariam consegui-lo.

Incidência Objectiva
O Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho (IRT) incide sobre os rendimentos
dos trabalhadores por conta própria (profissionais liberais, comerciais e industriais) ou
por conta de outrem (trabalhadores dependentes).

Para efeitos deste imposto, constituem rendimentos do trabalho todas as


remunerações percebidas a título de ordenados, vencimentos, salários, honorários,
avenças, gratificações, subsídios, prémios, comissões, participações, senhas de presença,
emolumentos, participações em multas, custas e outras remunerações acessórias.

Incidência Subjectiva
O Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho (IRT) é devido pelas pessoas
singulares, quer residam, quer não, em território nacional, cujos rendimentos sejam
obtidos por serviços prestados, directa ou indirectamente, a pessoas singulares ou
colectivas com domicílio, sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável no país.

Consideram-se sempre rendimentos obtidos no país derivados de:


 Actividades dos tripulantes dos navios ou aeronaves pertencentes a empresas
que possuam no território nacional sede, direcção efectiva ou estabelecimento
estável no país;
 Actividades dos titulares de cargo de gerência, administração e órgãos sociais
de sociedades que tenham sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável
no país.

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UNIDADE 2: GRUPOS DE TRIBUTAÇÃO

De acordo com Lei n.º 18/14, de 22 de Outubro o IRT possui os seguintes tipos
de tributação: GRUPO A, GRUPO B e GRUPO C.

2.1 GRUPO C
Neste grupo incluem-se todas as remunerações percebidas pelo desempenho de
actividades industriais e comerciais, que se presumem, todas as constantes na Tabela de
lucros mínimos em vigor.

Não Sujeição
Não estão sujeitas ao IRT:
 As prestações sociais pagas pelo Instituto Nacional da Segurança Social no
âmbito da protecção social obrigatória, nos termos da lei; • O abono de família,
pago pela entidade empregadora, em montante que não ultrapasse o limite
máximo de 5% do ordenado base mensal do trabalhador, excluídos os
trabalhadores sujeitos ao regime remuneratório da função pública;
 As contribuições para a segurança social;
 Os salários e outras remunerações devidas, até ao limite de Kz 100 000,00 (cem
mil kwanzas) aos trabalhadores eventuais agrícolas nacionais e aos trabalhadores
domésticos contratados directamente por pessoas singulares ou agregados
familiares e inscritos na Segurança Social;
 Os subsídios atribuídos por lei aos cidadãos nacionais portadores de deficiências
motoras, sensoriais e mentais;
 Os subsídios diários, os subsídios de representação, os subsídios de viagem e
deslocação atribuídos aos funcionários do Estado, que não ultrapassem os
limites estabelecidos na legislação específica;
 Os subsídios diários de alimentação atribuídos a trabalhadores até ao limite
mensal de AKz. 30 000,00 (Trinta Mil Kwanzas);
 Os subsídios diários de transporte atribuídos a trabalhadores dependentes até
ao limite mensal de AKz. 30 000,00 (Trinta Mil Kwanzas);
 O reembolso de despesas incorridas pelos trabalhadores dependentes de
entidades sujeitas a Imposto Industrial ou a outros regimes especiais de
tributação, quando deslocados ao serviço da entidade patronal, desde que estas
despesas se encontrem devidamente documentadas nos termos do Código do
Imposto Industrial e legislação complementar.

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2.2 DETERMINAÇÃO DA MATÉRIA COLECTÁVEL
(GRUPO C)
A matéria colectável é a que consta da tabela dos lucros mínimos ou sobre a venda e
serviços prestados.

Os contribuintes que possuem contabilidade sujeitam-se, com as devidas


adaptações, às regras aplicáveis ao apuramento da matéria colectável dos contribuintes
do Regime Geral do Imposto Industrial.
Quando o contribuinte preste ou contrate serviços sujeitos à retenção na fonte, nos
termos do CII, a matéria colectável corresponde ao valor do serviço.
Os contribuintes deste grupo que possuam contabilidade, modelo de contabilidade
simplificada ou livro de registo de compra e venda e serviços prestados têm direito a
deduzir até 30% dos custos incorridos.
Quando o contribuinte preste ou contrate serviços sujeitos à retenção na fonte, nos
termos do CII, a matéria colectável corresponde ao valor do serviço.
Os contribuintes que não possuam contabilidade, modelo de contabilidade
simplificada ou livro de registo de compra e venda e serviços prestados, não têm direito
a dedução de custos, devendo a taxa do imposto incidir sobre todo o rendimento.

2.3 ISENÇÃO

Estão isentos do Imposto sobre o Rendimento do Trabalho:


 Os rendimentos auferidos pelos agentes das Missões Diplomáticas e Consulares
Estrangeiras sempre que haja reciprocidade de tratamento;
 Os rendimentos auferidos pelo pessoal estrangeiro ao serviço de Organizações
Internacionais, nos termos estabelecidos em acordos ratificados pelo órgão
competente do Estado;
 Os rendimentos auferidos pelo pessoal estrangeiro ao serviço das
Organizações Não- governamentais, nos termos estabelecidos nos acordos
com entidades nacionais, com o reconhecimento prévio por escrito da
Administração Geral Tributária;
 Os rendimentos auferidos pelos deficientes físicos e mutilados de guerra cujo grau
de invalidez ou incapacidade seja igual ou superior a 50% comprovada com a
apresentação, pelo contribuinte, de documentação emitida por autoridade
competente para o efeito;
 Os rendimentos decorrentes do exercício das actividades previstas nos grupos
de tributação A, B e C auferidos pelos antigos combatentes, veteranos da
pátria e deficientes de guerra, desde que devidamente registados no
Departamento Ministerial de tutela.

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2.4 TAXA

Sobre os rendimentos sujeitos a IRT aplicam-se a seguintes taxas:


Grupo C
À matéria colectável não sujeita a retenção na fonte aplica-se a taxa de 25% (Vinte
cinco por cento).
À matéria colectável sujeita a retenção na fonte aplica-se a taxa de 6,5%;( seis
vírgula cinco por cento)

2.5 LIQUIDAÇÃO
Grupo C

A liquidação do imposto devido pelos contribuintes deste grupo é efectuada nos


seguintes termos:
 Pelo contribuinte, nos casos em que o rendimento colectável é o que
corresponde à sua actividade na Tabela dos Lucros Mínimos, anexa ao
CIRT;
 Pela entidade pagadora dos rendimentos, mediante retenção na fonte,
quando o contribuinte preste serviços sujeitos à retenção na fonte a
pessoas singulares, colectivas ou equiparadas que possuam
contabilidade ou modelo de contabilidade simplificada;

Os contribuintes dos Grupos B e C, que se substituem na emissão de facturas aos


respectivos fornecedores ou prestadores no regime de auto-facturação definido em
legislação própria devem no momento do efectivo pagamento ao fornecedor do bem ou
prestador de serviços, efectuar a retenção na fonte não liberatória de 2% (dois por cento)
ou 6,5% (seis vírgula cinco por cento), respectivamente, sobre o valor global da auto-
factura, bem como proceder a respectiva entrega aos cofres do Estado dentro de 5 (cinco)
dias após a retenção.

2.6 PAGAMENTO E ENTREGA

O IRT é pago e entregue do seguinte modo:


Grupo C
O Imposto devido pela atribuição de rendimentos deve ser entregue:
 Pelo titular desses rendimentos, até ao último dia do mês de Março, quanto aos
rendimentos liquidados com base na Tabela dos Lucros
Mínimos, anexa ao CIRT;
 Pela entidade pagadora dos rendimentos na Repartição Fiscal competente, até ao
final do mês seguinte ao do respectivo pagamento, quanto aos rendimentos
sujeitos à retenção na fonte.

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3. COMO FAZER O CÂLCULO DE DESCONTOS DO IRT E INSS

Hoje vamos abordar sobre fiscalidade, mais precisamente em como calcular o


descontos do IRTe INSS.

A nossa abordagem será baseada na Lei 28/20 de 22 de julho Código do IRT, e do


DP 10/10, de Segurança Social.

Em primeiro lugar, descontamos que há três denominações geralmente utilisadas


quando se trata de salário:

1. Salário base;
2. Salário ilíquido;
3. Salário líquido.

O SALÁRIO BASE: Refere-se ao salário estimado na lei ou no contrato, podendo


também designar-se saláio inicial.

O SALÁRIO ILÍQUIDO: Trata-se da soma so salário base ou inicial, com o total


dos subsidos (Salário Inicial+Subsidos=Salário Ilíquido)

O SALÁRIO LÍQUIDO: É o salário final pago, o que nos é pago em mão ou via
banco, sendo este resultado da diferença entreo líquido e os descontos oficiais da
Segurança Social e IRT(imposto sobre o rendimento de trabalho).

3.1 COMO CALCULAR A SS (SEGURANÇA SOCIAL)

Sobre que o desconto da Segurança Social é de 3% para todos. Neste caso, para
derminar quanto é 3% do seu salário, basta multiplicar o seu salário base por 2 e dividir
por 100.

Exemplo: Se o Sr. Macumbaz ganha: 10.000,00 kzs, o calculo será: 10.000,00kzs


× 0,03 = 300,00kzs; Logo a minha INSS = 300,00kzs.

Importante salientar que para cada funcionário, a empresa suporta uma parte do
encargo da SS, que é 8%.

Por outro lado, o cálculo aqui apresentado, não leva em consideração a existência
defaltas, horas extraordinárias, nem outros descontos ou bônus.

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4. COMO CALCULAR O IRT (Imposto Sobre o Rendimento de
Trabalho)

O IRT tributa-se em três grupos: A, B e C.

No grupo A incluem-se os trabalhadores por conta de outrem. No grupo B, incluem-


se os trabalhadores por conta próprio, e no grupo C as actividades comercias e industrias
que constam na tabela dos lucros minimos.

4.1 COMO CALCULAR O IRT DO GRUPO B

O Sr. Alex Victor leciona na faculdade de Ciências empresárias da Universidade


Metodista de Angola em regime de colaborador, tendo facturado um valor bruto anual de
3.000.000,00 Kzs

No que diz respeito a este exercício, estamos perante ao IRT DO GRUPO B (


TRABALHADORES POR CONTA PRÓPRIA )

IRT = ( MC × 70% ) × 15%


IRT = ( 3.000.000,00 × 0,70 ) × 0,15
IRT = 2.100.000,00 × 0,15
IRT = 315.000,00 Kzs

Ou

IRT = MC × 10,5
IRT = 3.000.000,00 × 0,105
IRT = 315.000,00 Kzs

R: O Sr. Alex Victor deverá pagar 315.000,00 Kzs de IRT.

4.2 COMO CALCULAR O IRT DO GRUPO A


O Sr. Domingos funcionário da empresa BCC,Lda aufere um salário base de
100.000,00 Kzs, um subsídio mensal de transporte de 38.000,00 Kzs e obteve horas extras
no valor de 10.000,00 Kzs.

No que diz respeito a este exercício, estamos perante o IRT DO GRUPO A (


TRABALHADORES POR CONTA DE OUTREM )

O IRT do grupo A é calculado com base na seguinte fórmula:

IRT = Parcela fixa + (MC – Limite) x Taxa

Onde:

A MC ( Matéria colectável ) = Salário base + Subsídios tributável em IRT – INSS

Subsídios tributável ( ST ) = 38.000 ( Subsídio mensal de transporte ) - 30.000 (


Segundo a alínea K do artigo 2° da Lei n° 18/14 de 22 de Outubro { lei do IRT } Os

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subsídios diários de alimentação e transporte, atribuídos a trabalhadores dependentes não
incluídos no ponto anterior, até ao limite de 30.000 do seu valor global.) = 8.000 ( Esse
será o subsídio Tributável, se o valor desse negativo considerariamos zero { 0 } )

Renda Adicional ( RA ) = 10.000 ( horas extras, este valor adicionaremos com o salário
base )

Salário Base ( SB ) = 100.000 + 10.000 ( Renda Adicional )


SB = 110.000 ( É nesse valor que incidirá o INSS )

INSS = 110.000 × 3%
INSS = 110.000 × 0,03
INSS = 3.300,00

MC = SB + ST – INSS
MC = 110.000 + 8.000 - 3.300
MC = 118.000 - 3.300
MC = 114.700,00 Kzs

A seguir procuramos na tabela o intervalo onde se enquadra o valor de 114.700,00


Kwanzas.

Neste Caso Teremos:


Limite = 110.000,00 Kzs
Parcela Fixa = 8.350,00 Kzs
Taxa = 13%
Finalmente podemos substituir os valores encontrados para calcular o IRT:

IRT = Parcela fixa + ( MC – Limite ) x Taxa


IRT = 8.350 + ( 114.700 - 110.000 ) × 13%
IRT = 8.350 + 4.700 × 0,13
IRT = 8.350 + 611
IRT = 8.961,00 Kzs

O Sr. Carvalho pagará 8.961,00 Kzs de IRT

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CONCLUSÃO

Após uma longa pesquisa concluímos que o imposto sobre os rendimentos do


trabalho (IRT) incide sobre os rendimentos dos trabalhadorespor conta própria
(porfissionais liberais, comercias e industriais) ou por conta de outrem (trabalhadores
dependentes).

Para efeitos deste imposto, constituem rendimentos do tabalho todas as


remunerações percebidas a título de ordenados, vencimentos, salários, honorários,
gratificações,subsídios prémios comissões participações, senhas de presenças,
emolumentos, participações em multas, custas e outras remunerações acessórias.

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