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FONTES DE INFORMAÇÃO
– COMO ENCONTRÁ-LAS?
Fonte: Pixabay3
3
CARE, Nino. livros-porta-entrada-itália-cores-1655783. Disponível em: <https://pixabay.com/pt/
livros-porta-entrada-itália-cores-1655783/>. Acesso em: 25 de outubro de 2018.
Multimídia
Em um blog de alunos da Facultad de Biblioteconomia y Do-
cumentación da Universidad de Granada você pode conhecer um
pouco da vida dessa grande estudiosa da bibliografia. Para tanto,
consulte:
<http://http://www.ugr.es/~anamaria/mujeres-doc/biografia_loui-
se_noelle_malcles.htm>.4
4
FACULTAD DE BIBLIOTECONOMIA Y DOCUMENTACIÓN. Mujeres documentalistas. Louise-
Nöelle Malclès (1899-1977). Disponível em: <http://www.ugr.es/~anamaria/mujeres-doc/
biografia_louise_noelle_malcles.htm>. Acesso em: 28 de junho de 2017.
26 Fontes de Informação I
A bibliografia como produto varia, tendo em vista sua funcionalida-
de. Pode ser uma pequena lista de referências de documentos sobre
assunto bem específico, de interesse de um grupo restrito de leitores,
elaborada por uma única pessoa, como, por exemplo, a Bibliografia bra-
sileira sobre aves urbanas, de Martha Argel, ou publicada como artigo
de periódico, como Homossexualidade no Brasil: uma bibliografia ano-
tada, ou até uma obra que inclui a produção bibliográfica de um país,
como a Bibliografia Brasileira, de responsabilidade de uma instituição, a
Biblioteca Nacional (BN).
É importante que o bibliotecário entenda o conceito de bibliografia,
já que alguns dos títulos dessas obras apresentam uma variedade termi-
nológica que dificulta sua caracterização. É o caso do Guia Bibliográfico
Brasileiro de Museologia, do Jovens e músicas: um guia bibliográfico, do
Arquivos universitários: repertório bibliográfico preliminar, do Catálo-
go bibliográfico Brasil, Rússia, Índia, China e África Do Sul – BRICS, que
exemplificam essa variedade terminológica. Assim, palavras como guia,
catálogo, repertório e outras podem denominar bibliografias.
Para o bibliotecário, o importante é conhecer a qualidade e a utilidade
das bibliografias que podem auxiliar sua prática.
Assim, é necessário ler com cuidado o texto introdutório da bibliogra-
fia que deve esclarecer os seguintes aspectos:
a) seu propósito ou objetivo, ou seja, uma explicação do porquê, ou
em que circunstâncias a bibliografia foi ou está sendo elaborada;
b) seu alcance, explicando a abrangência temporal e geográfica;
c) o tipo de material que inclui;
d) seu arranjo (alfabético, sistemático, cronológico, geográfico, etc.);
e) o tipo de informação que fornece para cada documento (referên-
cia, resumo, comentário crítico, url ou biblioteca onde possa ser
localizado, etc.);
f) os critérios para inclusão do material.
2.5 TIPOS DE
BIBLIOGRAFIA
Os diversos termos específicos usados para qualificar uma bibliogra-
fia revelam a diversidade de formas em que elas podem se apresentar.
Algumas delas são:
a) analítica, anotada, crítica ou avaliativa: uma bibliografia analíti-
ca (Ex.: Bibliografia Analítica de Etnografia Portuguesa), ou anotada
(Ex.: Homossexualidade no Brasil: uma bibliografia anotada) inclui,
além dos elementos descritivos dos documentos, comentários/re-
sumos sobre eles. A bibliografia crítica ou avaliativa (Ex. Bibliografia
Crítica da Etnologia Brasileira) vai além, pois os comentários fazem
a apreciação sobre a importância ou valor do documento;
5
PORTAL Jesuítas Brasil. Bibliografia. Disponível em: <http://www.padrevaz.com.br/index.php/
bibliografia/bibliografia-completa/233-artigos-editoriais-verbetes-e-notas-bibliograficas>. Acesso
em: 26 de outubro de 2018.
28 Fontes de Informação I
Atenção
Na disciplina Fontes de Informação II você vai estudar os serviços
de indexação e resumo, que é como são denominadas as bibliogra-
fias especializadas correntes.
Multimídia
Para entender os problemas de produção da bibliografia nacio-
nal brasileira, desde o seu início em 1918, quando foi criada com o
título de Boletim Bibliográfico da Biblioteca Nacional, leia o artigo
A Bibliografia Nacional Brasileira: histórico, reflexões e inflexões.
Para isso, basta acessar o link a seguir: <http://www.revistas.usp.
br/incid/article/view/118769/116240>.6
6
JUVÊNCIO, C. H.; RODRIGUES, G. M. A Bibliografia Nacional Brasileira: histórico, reflexões
e inflexões. InCID: Revista de Ciência da Informação e Documentação, Ribeirão Preto,
v. 7, p. 165-182, ago. 2016. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/incid/article/
view/118769/116240>. Acesso em: 26 de junho de 2017.
Multimídia
Para ter uma idéia do que foi o trabalho bibliográfico empreen-
dido por Otlet e La Fontaine no Instituto Internacional de Bibliogra-
fia, em Bruxelas, Bélgica, assista ao vídeo Présentation du Répertoi-
re bibliographique universel (o vídeo é mudo, e as legendas são em
francês): <https://www.youtube.com/watch?v=3MiUsHQumrU>.8
7
YOUTUBE. Conrad Gesner, Bibliotheca Universalis (1583). Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=Kj-qL1xAuFo>. Acesso em: 3 de julho de 2017.
8
YOUTUBE. Présentation du Répertoire bibliographique universel. Disponível em: <https://
www.youtube.com/watch?v=3MiUsHQumrU>. Acesso em: 30 de junho de 2017.
cronologicamente é a Bibliografia Machadiana: 1959-2003, que
referencia trabalhos sobre Machado de Assis, separados por
ano. O acesso por autor é feito por meio do índice onomástico
no final da bibliografia;
n) biobibliografia: são repertórios que incluem informações so-
bre a vida de uma pessoa, além de suas obras. Exemplo é Pau-
lo Freire: uma biobibliografia, organizada por Moacir Gadotti
e a Biobibliografia de Anísio Teixeira, publicada pelo Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
(INEP), na Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. A apre-
sentação das características das bibliografias conforme feita
acima serve apenas para chamar atenção para a variedade de
formas em que elas podem se apresentar e não para estabele-
cer uma tipologia rígida. É bom observar que a tecnologia trou-
xe modificações na produção de bibliografias (elas passaram
a ser entendidas como base de dados) e que, muitas vezes, a
versão eletrônica de uma antiga bibliografia impressa, recebe
um título diferente. Por exemplo, o Engineering index, biblio-
grafia sobre engenharia que teve início em 1884, é conhecida
hoje como Compendex.
2.6 LOCALIZAÇÃO DE
FONTES NA INTERNET
As bibliografias foram, portanto, bastante úteis para auxiliar na
localização de informações no universo do impresso, e continuam
necessárias no ambiente virtual, funcionando como instrumentos es-
truturantes no processo de recuperação de informação, em razão
da clareza de seus objetivos e dos critérios de seleção dos documen-
tos que incluem. Nesse sentido, pode-se ver a bibliografia como um
mecanismo de mediação entre o usuário e a informação, já que o
material ali incluído representa uma filtragem, geralmente feita por
especialistas.
Já na internet, a lógica da localização de informações é diferente.
A natureza da web encoraja a independência do usuário, eliminando
a necessidade de mediação proporcionada pelas bibliografias. Aqui o
usuário “navega” ou “surfa” – verbos que caracterizam bem as prá-
ticas de utilização da internet – localizando ele próprio o que deseja
ver/ler. Mas, o desenvolvimento de instrumentos sofisticados permite
atualmente uma busca mais estruturada. Há diversos mecanismos de
busca (também conhecidos como “motores de busca” – em inglês,
search engine –, ou simplesmente “buscadores”) à disposição dos
usuários.
2.6.1 Atividade
A introdução de qualquer bibliografia deve servir para revelar
o seu conteúdo e suas condições de produção, dando ao usuário
clareza sobre o que ela pode oferecer como fonte de informação.
Estude os textos introdutórios da Bibliografia brasileira de Antô-
nio Carlos Gomes e da Bibliografia sobre financiamento da educa-
ção no Brasil e verifique se eles apresentam com clareza os aspectos
acima citados, e outros que esclareçam as peculiaridades da obra.
Para orientar sua tarefa você pode fazer as seguintes perguntas:
a) O objetivo da bibliografia está claro? Com que finalidade ela
foi elaborada?
b) Qual a sua abrangência temporal: que período de tempo
abarca?
c) Qual a abrangência geográfica? O material só foi publicado
no Brasil? Só em português?
d) Que tipo de material inclui? Livros, artigos, trabalhos acadê-
micos, outros?
e) Há explicação sobre o arranjo (alfabético, sistemático, crono-
lógico, geográfico, etc.)? E sobre a existência de índices que
forneçam outros pontos de acesso?
f) Há explicação sobre que tipo de informação fornece para
cada documento incluído?
g) Que critérios foram usados para a inclusão do material?
9
BLAKE, A. V. A. S. Diccionario bibliographico brazileiro. Rio de Janeiro: Typographia Nacional,
1883-1902. Disponível em: <http://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/221681>. Acesso em: 26
de junho de 2017.
32 Fontes de Informação I
Você pode organizar os dados em um quadro, conforme exemplifi-
cado abaixo. O primeiro item (Objetivo) está preenchido. Preencha os
outros e veja como esse recurso facilitará sua análise.
Resposta comentada
Lembre-se de que você não vai estudar as bibliografias propria-
mente ditas, mas a qualidade dos seus textos introdutórios. Em
ambas as bibliografias analisadas, os aspectos que você procura
podem não estar presentes, ou estarão pouco claros ao longo do
texto. Comparando, você vai perceber a diferença entre a quan-
tidade e a qualidade de informações que cada uma oferece para
esclarecer seu conteúdo e apoiar sua utilização. Sua tarefa é fazer
um comentário crítico sobre a qualidade dos textos introdutórios,
isto é, se eles explicam com clareza o que as bibliografias podem
oferecer como fonte de informação. Então você estará preparado
para fazer um bom trabalho quando for preparar bibliografias para
seus usuários.
10
SOCIEDADE BRASILEIRA DE GEOLOGIA. In Memorian. Revista Brasileira de Geociências, v. 14,
p. 2, 1984. Disponível em: <http://bjg.siteoficial.ws/1984/n1/inmemorian.pdf>. Acesso em: 24 de
outubro de 2017.
34 Fontes de Informação I
Multimídia
Leia a ata em que a Sociedade Paulista de Leprologia homena-
geia Luiza Keffer, concedendo-lhe o título de Sócia Benemérita e
descrevendo a carreira desta bibliotecária, que é um modelo a ser
seguido.
Disponível em: <http://hansen.bvs.ilsl.br/textoc/revistas/brasleprol/1962/PDF/v30n1-2/
v30n1-2splepro.pdf>.11
Multimídia
A base PERI está disponível em <http://bases.eci.ufmg.br/peri.
htm>, e a LIBES, em <http://libes.eci.ufmg.br/>.
Outro tipo de produção que deve ser assumida pelo bibliotecário são
guias que ajudam o usuário novato a conhecer de forma ampla a literatu-
ra de determinada área. Em bibliotecas universitárias esses guias auxiliam,
por exemplo, os calouros, a se familiarizarem com as fontes de informa-
ção de sua área, apresentando uma gama de recursos informacionais e
funcionando como um roteiro para seus estudos e pesquisas.
Multimídia
A Biblioteca Albert B. Alkek, da Universidade Estadual do Texas,
disponibiliza uma lista de mais de cem desses research guides, que
estão disponíveis em: <http://guides.library.txstate.edu/research>.
11
BARROS, J. M. de. Sociedade Paulista de Leprologia. Ata da Assembleia Geral Ordinária realizada
em 12 de fevereiro de 1962. Revista Brasileira de Leprologia. Disponível em: <http://hansen.
bvs.ilsl.br/textoc/revistas/brasleprol/1962/PDF/v30n1-2/v30n1-2splepro.pdf>. Acesso em: 24 de
outubro de 2017.
RESUMO
O conceito de bibliografia como instrumento que possibilita a identi-
ficação de materiais e, em alguns casos, a sua localização é importante
para o bibliotecário, que precisa desses mecanismos organizadores para
orientar sua prática de mediador entre o universo informacional e o usuá-
rio, mesmo com as mudanças nas maneiras de localizar informações tra-
zidas pela internet.
As fontes bibliográficas se apresentam de variadas formas e, nas in-
troduções dessas fontes, é possível verificar o escopo, a abrangência e os
critérios que orientaram a seleção dos materiais incluídos.
INFORMAÇÕES SOBRE A
PRÓXIMA UNIDADE
Na próxima unidade você vai estudar uma fonte que a maioria das
pessoas conhece e que provavelmente você já utilizou tanto na escola
quanto em casa: o dicionário.
36 Fontes de Informação I