Bibliografia - Caminhos Da História Contada e Da História Vivida - Alentejo
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Bibliografia - Caminhos Da História Contada e Da História Vivida - Alentejo
Introdução
Início do Séc XIX: nos países desenvolvidos era ofertado a produção científica nacional
produtos e serviços bibliográficos especializados e com valor para o desenvolvimento
técnico-científico. Enquanto no Brasil, na metade do século, houve disposição para
consultar o exterior em auxílio e atualização para criação do centro bibliográfico, voltado
para a informação científica e com ambição institucional em desenvolver ciência e
tecnologia brasileiras.
Segundo Pensato (1994, p. 35-36) reconhece três visões vigentes sobre Bibliografia: a)
termo banalizado, desprovido de conceito; b) visão instrumental mediana, compartilhada
entre estudiosos de qualquer campo cultural; c) visão erudita e profissional, compartilhada
por aqueles que estudam as técnicas, os procedimentos, a teoria, a história, a
estrutura em seu campo científico e seus resultados. Gabriel Naudé, secretário e
bibliotecário do Cardeal Mazarino, sua obra 'Bibliographia politica' de 1633 designava como
uma relação de livros. Luis Jacob de Saint-Charles, 2 trabalhos "biliographia gallica
universalis y la bibliografia parisina", publicamos em 1645 e 1654.
O termo bibliografia é definido em sua base etimológica pelo agrupamento dos vocábulos
em grego Biblion, livro; graphé, descrição; descrição dos livros. Junção das palavras do
grego Biblion (livro) e Graphein (escrever) resultando no termo Bibliographos para significar
copistas de manuscritos (Harmon, 2998, p. 2) VER Segundo Alentejo (2015) o exame
historiográfico da bibliografia "explorado por vários teóricos da área em distintas épocas,
tanto para estabelecer as relações bibliográficas produzidas de acordo com as
contingências históricas em que cada época as revelou quanto para as analisar em
termos conceituais" p. 32
Segundo Condit (1937, p. 564) VER talvez pela primeira vez o termo bibliografia foi
empregado sob o especto profissional, o bibliógrafo, na obra "Bibliographie Instructive" de
1763 do bibliotecário francês DeBure. Ainda segundo o autor, mesmo considerando a
existência do trabalho bibliográfico desde a antiguidade, explica que o conceito de
bibliografia foi compreendido praticamente quatro séculos antes de Conrad Gesner, sendo
batizado durante o Séc. XVIII pelo DeBure. No início do Séc XX, com a possível nova
denominação de "nova bibliografia", campo de estudos explorado que a literatura
denominou como ramos da bibliografia analítica com as pesquisas de Sir Walter Wilson
Greg (1914), Alfred William Pollard, and Ronald Brunlees Mckerrow (HARMON, 1981, 1998)
VER
"estudo envolve a análise detalhada destes materiais como recursos primários,com foco
na produção física, aspectos materiais e estruturais, publicação e divulgação de
informações úteis para determinadas comunidades de leitores e a longevidade de um livro
ou outros materiais" (MCCRANK, 1979, p. 175).
Início do Séc. XX, Harmon (1998) fala que a bibliografia era percebida na literatura
especializada por 2 formas de escopos: foco no conteúdo e nas propriedades físicas.
Reuben (1937, p. 67) divide a bibliografia sob 2 aspectos: 'bibliografia intelectual',
caracterizada por favorecer acesso aos conteúdos registrados, 'bibliografia material' visa
proporcionar estudos em torno das características extrínsecas do livro, como a produção,
preços, edições, etc. Alentejo (2015) fez uma análise de modos diferentes de se
dimensionar o trabalho bibliográfico, uma pela análise das correntes da bibliografia segundo
Reyes-Gómez (2010) e o outro pela sua classificação em ramos de Harmon (1981, 1998).
A primeira dividida por duas grandes correntes: a tradicional ou continental e a anglo-
saxônica. A segunda são classificados como: o enumerativo ou sistemática, enfatiza a
função secular das bibliografias, e o analítico, contempla aspectos que superam a limitação
estritamente bibliográfica de transmissão de ideias.
Bibliografia material: "[...] envolve o conhecimento da arte de publicação – não de fato como
processo mecânico, mas sua história e desdobramentos, e, na verdade, de todas as partes
constituintes dos livros, como meio de identificar produções específicas." (ALVARES
JUNIOR, SALDANHA, 2017, p. 1992) Podemos perceber que a bibliografia enquanto
atividade é uma das mais antigas profissões exercidas desde a invenção da escrita, por
bibliotecários e bibliógrafos, uma ciência persistente e que moldou por séculos a sua
formação enquanto ciência.
Malclès (1956) fez uma importante análise sobre a evolução e história da bibliografia,
apresenta "um conceito operacional sobre Bibliografia que a enuncia como sendo o
conhecimento de todos os textos impressos ou multigrafados que se fundamenta na
pesquisa, na transcrição, na descrição e no arranjo desses textos visando à organização de
serviços ou à elaboração de repertórios destinados a facilitar o trabalho intelectual".
(MALCLÈS, 1956, p. 16 apud ALENTEJO, 2015, p.39)
Alentejo (2015) cita Placer (1955) referente a advertir que a bibliografia vai muito além de
apenas uma categoria de simples técnica de catalogação e classificação, pois depende-se
da análise dos princípios técnicos da verificação, probidade intelectual e planejamento.
Sobre o exame historiográfico Alentejo cita autores como Placer (1955), Cruz e Beckmann
(1995), que fizeram o uso desse exame para analisar as bibliográficas; Shera e Egan (1952)
sobre as perspectivas desses autores puderam analisar a bibliografia sob o ponto de vista
social de acesso a informação como também a identificação e avaliação das diferentes
bibliográficas de acordo com âmbitos de sua aplicação; Harmon (1998) parte do que
produziu foi sobre o que foi concebido sobre as épocas evolutivas da bibliografia, podem
teve avanço ao incluir em suas análises, a partir da tradição inglesa, o exame da bibliografia
do ramo analítico ou científico; Reyes-Gómez (2010) concebeu a evolução como semântico-
cronológica, com o uso do termo ordenação temporal, determinando a bibliografia como
"[...] lista de livros, estudo dos manuscritos, ciência dos livros, ciência das bibliotecas,
ciência dos repertórios, parte da Documentação que se ocupa dos registros impressos."
(Tradução do autor, p.35); Gaskell (1972) descreve a bibliografia como ciência da
transmissão de documentos e de seus conteúdos e a evolução está ligada a história da
tecnologia de produção dos livros e outros materiais e explica a história da produção de
livros sob dois grupos históricos relacionados a tecnologia: "a) período artesanal, de 1500
a 1800; b) período mecanização em larga escala, de 1800 a 1950." (p. 40)
Historiografia da bibliografia
No começo do período pré-histórico: a maioria das bibliotecas eram compostas por listas de
obras de um autor em uma bibliografia. No período moderno: trabalho bibliográfico mudou
seu foco, sendo ele as coleções em bibliotecas monásticas, tendo os instrumentos de
guarda submetidos a algum tipo de padrão, como: "Catálogo",
"Bibliotheca','Index','Registrum 'ou' Repertorium" quadro p. 45