Direito Constitucional - Damásio
Direito Constitucional - Damásio
Direito Constitucional - Damásio
PODER CONSTITUINTE:
a) Poder Constituinte Originário/1º Grau/Primário: é o poder para criar a primeira
ou uma nova constituição para um país. A nova constituição revoga totalmente
a anterior. Não pode violar tratados internacionais (vedação do retrocesso). Ao
criar uma constituição devem ser respeitados os direitos previstos em tratados
de direito humanos, sob pena de sanções no plano internacional. De uma
norma infraconstitucional, não recepcionada (viola direito na nova
constituição) cabe ADPF (arguição de descumprimento de preceito
fundamental).
1) Desconstitucionalização / Rebaixamento:
a. A nova Constituição REBAIXA a constituição anterior a categoria de
norma legal. Para ocorrer deve ser EXPRESSO (A CF/88 não previu esse
fenômeno).
2) Prorrogação:
a. A nova Constituição prorroga a eficácia (efeitos) das normas da antiga
constituição enquanto os novos institutos estão sendo
estruturados/organizados. Trata-se de uma regra de transição.
b. Para ocorrer deve ser EXPRESSO.
c. A CF/88 previu esse fenômeno expressamente no art. 27 e 34 do ADCT.
3) Recepção:
a. A nova Constituição RECEPCIONA as normas infraconstitucionais a do
antigo ordenamento que forem materialmente compatíveis. Ex.: Lei da
Ação Popular e da Ação Civil Pública etc.
i. Há uma relação entre as normas constitucionais e as normas
infraconstitucionais (leis e decretos).
ii. Cuidado: para que haja a recepção, deve existir a
compatibilidade material (não violem direitos) = que o conteúdo
da norma não contrarie o conteúdo da nova Constituição.
iii. Caso a norma infraconstitucional seja incompatível
materialmente haverá a NÃO RECEPÇÃO OU REVOGAÇÃO.
iv. A recepção é presumida. Todavia, a NÃO RECEPÇÃO deve ser
declarada expressamente pelo Poder Judiciário (controle difuso
ou concentrado). Ex.: ADPF.
v. E a compatibilidade formal? A incompatibilidade formal é
irrelevante.
vi. Se no ordenamento jurídico anterior, determinado tema deveria
ter sido criado mediante uma espécie normativa específica e ,
depois, o novo ordenamento estabelece forma distinta, a norma
será recepcionada com a forma/estrutura exigida pela nova
Constituição. Ex.: CTN é lei ordinária na sua criação. Todavia,
tem natureza de Lei Complementar (art. 146 da CF).
4) Repristinação:
a. Plano Constitucional: A nova CF restaura/revalida a norma
infraconstitucional que fora revogada pela Constituição anterior.
i. Para ocorrer deve ser expressa.
ii. A CF/88 NÃO previu esse fenômeno.
b. Plano Legal: Nosso ordenamento admite a repristinação no plano legal.
Logo, se houve menção expressa, a lei revogada se restaura se a lei
revogadora for revogada (art. 2º, §3, LINDB – lei revogando lei).
5) Repristinação e Controle de Constitucionalidade : Efeito repristinatório da ADI
Genérica.
a. É uma consequência do julgamento da ADI. Caso a Lei B que revogada a
Lei A tiver um vício de inconstitucionalidade, é proposta uma ADI contra
a lei B. O STF analisa a lei B e julga como inconstitucional = nula. Nesse
caso, não produziu efetios de modo que a lei B não revogou a lei A, de
modo que haverá a repristinação.
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE:
Conceito: É o mecanismo de verificação da compatibilidade de um ato
normativo (infraconstitucional) em face da Constituição. Tem por objeto atos
legislativos (art. 59 CF) ou normativos (portarias, decretos etc.)
o Cabe controle de Emendas Constitucionais.
b. Por omissão: não foi feita uma norma requerida pela Constituição. Existe uma
norma constitucional de eficácia limitada não regulamentada pelo legislador.
Ex.: impostos sobre grandes fortunas (art. 153, VII da CF).
a. Pode ser parcial (normal parcialmente produzida) ou total (norma não
produzida).
b. Obs.:
i. Buscar o exercício do direito: Mandado de Injução.
ii. Buscar a Regulamentação para todos (art. 103): ADI por
Omissão.
2) Legislativa:
a. Exclusiva: art. 21 da CF – Só da União. Ex.: anistia de crimes
b. Privativa: art. 22 da CF – Da União, mas cabe delegação aos Estados e
DF mediante Lei Complementar sobre questões específicas.
c. Concorrente: art. 24 da CF – Tem regras de aplicação, conforme §1 ao
§4 (LER).
i. União faz normas gerais (leis federais)
ii. Estados podem suplementar
iii. Inexistindo lei federal, os Estados legislam plenamente (normas
gerais e especiais)
iv. A superveniência de lei federal suspende a estadual no que for
contrário (normas gerais).
d. Local: art. 30, I e II da CF – Dos Municípios. Ex.: IPTU, horário de
funcionamento.
i. Obs.: Os Municípios podem legislar sobre competência
legislativa concorrente, desde que seja no interesse local e
suplementando a legislação federal e estadual no que couber.
e. Cumulativa: art. 32, §1 da CF – Competência do DF – Lei distrital pode
ter conteúdo estadual e municipal. Obs.: ar. 147 e 155 da CF.
f. Residual: art. 25, §1 da CF – Dos Estados.
FEDERALISMO:
1) Novos Estados: art. 18, §3 da CF
a. É vedado a separação/secessão do Brasil (aet. 60, 4 da CF)
b. Desmembramento do Estado: Plebiscito + Lei Complementar ->
Congresso Nacional.
PODER LEGISLATIVO:
Peculiaridades e Funcionamento do Poder Legislativo:
1) Fundamento: art. 44 a 75 da CF/88
2) Funções:
a. Típica: legislar, inovar a ordem jurídica.
b. Atípica: Administrar/Gerenciar (Ex. servidores, órgãos) ou Julgar (Ex.
processo de impeachment do Presidente da República).
3) Estrutura do Legislativo:
a. Federal: Congresso Nacional (Câmara + Senado) BICAMERAL –
deputados federais (povo) e Senadores (Estados).
b. Estadual: Assembleias Legislativas – Deputados Estaduais.
c. Distrital: Câmara Legislativa – Deputados Distritais.
d. Municipal: Câmara Municipal – Vereadores.
5) Comissões:
a. São reuniões dos parlamentares para discussão e deliberação de
propostas legislativas de interesse do país, como no caso da Saúde,
educação, segurança, tributação, meio ambiente etc.
b. Há comissões permanentes (duram toda a legislatura, com temas
recorrentes) e temporárias (certo período de tempo).
c. Art. 50 da CF: A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer
de suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer
titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da
República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto
previamente determinado, importando crime de responsabilidade a
ausência sem justificação adequada.
d. Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI):
i. Art. 58, §3 da CF: Possui poderes de investigação próprios das
autoridades judiciais, a CPI apura um fato determinado (NÃO
genérico) e por prazo certo.
1. Ex.: CPI da COVID, CPI da Fake News, CPI da Petrobrás
etc.
ii. Iniciativa: 1/3 da Câmara (171) ou 1/3 do Senado (27) ou Mista.
Obs.: art. 53, §8 diz que essas imunidades subsistirão durante o estado de sítio, e
podem ser suspensas por 2/3 dos membros das respectivas casas, nos casos praticados
fora do recinto do Congresso.
2 anos 2 anos
4 anos
PODER JUDICIÁRIO:
1. Conceito e Funções: O Poder Judiciário é o responsável pela interpretação das
leis, solucionando conflitos e construindo o direito diante de casos concretos. É
um poder que exerce duas funções:
a. Típica: trata-se da função preponderante exercida por esse poder, ou
seja, é a função jurisdicional (julgamento de casos concretos).
b. Atípica: de modo secundário, é possível que o Poder Judiciário exerça as
funções legislativa e administrativa. A primeira ocorre, por exemplo,
quando os Tribunais editam seus Regimentos Internos. E a segunda
pode ser exemplificada através de atividades como realização de
licitação, organização de concurso público ou celebração de contratos
administrativos.
NACIONALIDADE:
1. Dispositivos:
a. Art. 12 e 13 da CF
b. Art. 5, LI e LII da CF
5. Cuidado: art. 5, LI da CF
a. Brasileiro Nato não pode ser extraditado.
b. Mas deve ser entregue ao Tribunal Penal Internacional se for requerido.
6. Brasileiro Naturalizado: é o estrangeiro que optou por ser brasileiro. Vide art.
12, II da CF
a. Alínea A: estrangeiros de países de língua portuguesa apenas residência
por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
b. Alínea B: estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes no Brasil
há mais de 15 anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que
requeiram a nacionalidade brasileira.
6) Anualidade:
a. Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data
de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da
data de sua vigência.
7) Partidos Políticos:
a. Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos
políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o
pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e
observados os seguintes preceitos:
i. caráter nacional
ii. Registro no TSE
iii. Não pode receber dinheiro do estrangeiro
iv. Não pode ter característica paramilitar