Senhor Das Moscas Diurno Branca
Senhor Das Moscas Diurno Branca
Senhor Das Moscas Diurno Branca
1. Chama-se Semiótica o “estudo dos signos (linguísticos ou não) que funcionam para a comunicação”
(AULETE, 2017). O signo é, pois, uma noção complexa que designa todo o meio de encarnar a representação
mental de um objeto, de uma ideia, de um desejo. Numerosos signos permeiam a obra “Senhor das Moscas”
com o propósito de reconfigurar a noção de “sociedade” ou de “civilização”.
Sendo assim, assinale a alternativa INCORRETA:
a) A concha: representa o embate entre a selvageria e a civilização e o respeito pela lei e a ordem. Vai perdendo
influência à medida que os garotos vão se tornando mais bárbaros, retornando ao estado de natureza;
b) Ralph: representa a democracia, uma vez que ele é o líder por escolha da maioria e tenta tomar as decisões
que sejam melhores para todos;
c) Os óculos: representam a razão e a habilidade de se ver com clareza;
d) Simon: representa o fascismo, uma vez que é cruel e tenciona controlar a todos na ilha;
e) A fumaça: simboliza a conexão dos garotos com a civilização.
Gabarito: letra D. O signo descrito na alternativa refere-se ao personagem Jack, o qual, ao longo da narrativa,
apresenta o perfil comentado. Por sua vez, Simon simboliza outros valores, tais como religião/fé, esperança
etc.
II- Praticou atos de violência física contra outros meninos presentes na ilha;
É correto afirmar:
3. Distopia é uma palavra do âmbito da Medicina que caracteriza a localização anormal de um órgão. O termo
é de origem grega, formado por "dys" que significa "mau, ruim" e pelo radical "topos" que significa "lugar".
Em Filosofia, por meio da mesma raiz etimológica, surge o termo distopia (ou antiutopia) como o oposto de
utopia. A distopia é um pensamento filosófico que caracteriza uma sociedade imaginária controlada pelo
Estado ou por outros meios extremos de opressão, criando condições de vida insuportáveis aos indivíduos.
Normalmente tem como base a realidade da sociedade atual idealizada em condições extremas no futuro.
Com base no exposto, pode-se afirmar que “Senhor das Moscas”:
a) é uma obra do tipo “distópica”, tendo em vista que explora características como dilemas morais, crítica
social, poder e totalitarismo, banalização da violência;
b) é uma obra do tipo “distópica”, uma vez que sua proposta se aproxima do perfil de livros de autoajuda em
que a literatura mergulha num mundo subjetivo e introspectivo;
c) é uma obra do tipo “distópica”, já que revela uma concepção ou descrição de uma sociedade justa, sem
desequilíbrios sociais e econômicos, em que todo o povo usufrui de boas condições de vida;
d) não é uma obra do tipo “distópica”, pois ao final da leitura chega-se à conclusão de que a democracia, por
seus vícios e suas condicionantes, não é a melhor forma de organização social;
e) não é uma obra do tipo “distópica”, na medida em que a obra não lança nenhum olhar acerca das condições
da vida em sociedade, sendo esse um assunto em segundo plano.
Gabarito: letra A. Considerando que “distopia” é uma ideia ou uma descrição de uma sociedade imaginária
em que tudo está organizado de maneira opressiva, assustadora ou totalitária (PRIBERAMN, 2017), pode-se
afirmar que a obra em análise é sim do tipo “distópica”. O romance, por meio da sociedade criada pelo grupo
de meninos, explora, a todo instante, os itens mencionados pela alternativa A.
4. “E o menino que tinha tocado a concha, que ficou sentado na plataforma é espera deles com aquela coisa
delicada equilibrada nos joelhos, só podia se destacar.
O da concha.
Ralph! Ralph!
(...)
Ralph sorriu, e ergueu a concha, pedindo silêncio.”
Senhor das Moscas contém inúmeros simbolismos e níveis de leitura. Em narrativas como essa, uma
concha provavelmente não será apenas um enfeite. Ciente do poder conferido ao portador da mesma, pode-
se afirmar que a concha representa, sobretudo:
Gabarito: letra A. A concha garantia o direito à fala, o que remete à ordem e à democracia.
5. No final do século XIX, o doutor Sigmund Freud revoluciona a Medicina com suas teorias sobre
mecanismos de defesa e repressão psicológica e por propor a utilização clínica da psicanálise como tratamento
das psicopatologias, por meio do diálogo entre o paciente e o psicanalista. Durante muitos anos, em Viena,
Freud trabalhou com dedicação e persistência, cuidando de doentes e observando pessoas sãs. Assim, Freud
tornou-se um grande conhecedor da mente humana.
A fase da infância se torna um dos objetos de estudo de Freud, que queria entender a origem de
pensamentos e desejos reprimidos. Quanto à infância, seria ADEQUADA a afirmativa de que “Senhor
das Moscas”:
a) assim como Freud, investiga conflitos de ordem sexual na vida infantil, período em que estão as experiências
de caráter traumático, reprimidas;
b) toma a fase da infância como alegoria para discutir a fragilidade da vida em sociedade, uma vez que a
inexistência dos “adultos” descortina um “estado de natureza” e viver em sociedade é um aprendizado;
c) lança um olhar a respeito da pureza da infância, já que a ilha mostra um grupo de crianças que ainda não
fora corrompido pelos regramentos sociais;
d) trabalha de forma não proposital com a idade dos personagens, tendo em vista que outros temas como
“direita e esquerda” (concepção e polarização política) se revelam mais importantes à consecução dos
objetivos da obra;
e) indiscutivelmente quer apresentar uma sociedade futurística e, por isso, um enredo com crianças
problematiza a possibilidade de a ilha ser aquilo que sobrou num momento pós-guerra.
Gabarito: letra B. Na história, a sobrevivência de meninos em idade escolar, sem nenhum adulto, não pode
ser tomada como fato aleatório. Escrever sobre a recriação das condições de vida em sociedade feita por
crianças é um mecanismo de Golding para evidenciar a fragilidade dessa sociedade, uma vez que crianças
ainda estariam “aprendendo” a viver em grupo, e o romance explora essas deficiências o tempo todo (por
exemplo, discussões banais sobre “o fogo”, “o monstro” etc).
6. Na obra intitulada Leviatã, de autoria de Thomas Hobbes, publicada no ano de 1651, há a conhecida frase
“O homem é o lobo do homem”. ESTABELEÇA uma INTERTEXTUALIDADE (um diálogo) entre essa
frase e o enredo do romance Senhor das Moscas.
Gabarito: Inicialmente, mister registrar o significado da frase do filósofo inglês, Thomas Hobbes - “O homem
é o lobo do homem”, que pode ser traduzido como o homem é o pior inimigo do próprio homem. Feitas essas
considerações, percebe-se que é íntima a relação existente com o enredo do romance Senhor das Moscas, no
qual “as crianças” acabaram se tornando inimigas figadais, praticando atos de covardia contra os próprios
colegas (isto é, contra a própria espécie).
7. O mito de Pandora, da mitologia grega, busca explicar a existência dos males do mundo. Segundo a crença,
Epimeteu tentou fechar a caixa, restava dentro dela a Esperança, uma criatura alada que estava prestes a voar,
mas que ficou aprisionada na caixa. E é graças a ela que os homens conseguem enfrentar todos os males e não
desistem de viver.
Senhor das Moscas é, antes de tudo, uma obra que versa sobre a sombra e a escuridão da essência humana.
É possível afirmar que, nessa obra, William Golding NÃO possui uma visão esperançosa/otimista da
humanidade. Justifique essa afirmativa. Inclua, em sua argumentação, uma reflexão sobre o desfecho
do livro.
Gabarito: Analisando a obra como um todo, vê-se que Golding apresenta uma visão pessimista da humanidade.
A vida em coletivo pode ser violenta, cruel. O homem pode, a exemplo da cena da morte de Simon, agir de
forma sanguinária. A repetição de “Mata o monstro! Corta a goela! Espalha o sangue!” entoada em coro como
“desejo denso, urgente, cego” (p. 166) revela isso. Ao final, os meninos são resgatados, mas a dúvida que resta
é “aonde teriam chegado se não fosse o resgate?”.