2017 Mauricio Veiga Dasilva
2017 Mauricio Veiga Dasilva
2017 Mauricio Veiga Dasilva
maiores inspiradores.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pelo fôlego de vida e pela sabedoria fornecida nesta etapa
de estudo. Obrigado Deus!
Aos meus pais por sempre me incentivar a estudar e a valorizar o
conhecimento.
A minha esposa e ao meu filho que estiveram o tempo todo comigo nesta
longa caminhada.
Ao professor Dr. Wolmir José Bö ckel e à professora Dra. Sônia Elisa Marchi
Gonzatti agradeço de forma especial. Além das orientações e contribuições sempre
me apoiaram. São profissionais que levo como exemplo para a minha caminhada na
educação.
À direção, coordenação e alunos da 2ª série do ensino médio do Centro
Educacional Isolina Ruttmann, que participaram com interesse e entusiasmo desta
pesquisa.
À professora Dra. Márcia Jussara Hepp Rehfeldt e ao professor Dr. Ítalo
Gabriel Neide pela participação na minha banca de qualificação, que muito
contribuíram com sugestões e melhorias naquele momento. Agradeço (mais uma
vez) à professora Dra. Márcia Jussara Hepp Rehfeldt por aceitar o convite para
participar da minha banca de defesa juntamente com o professor Dr. José Cláudio
Del Pino e a professora Dra. Míriam Inês Marchi, a quem também estendo meus
agradecimentos.
Enfim, obrigado a todos que de alguma forma me apoiaram e me
incentivaram a realizar esta pesquisa.
RESUMO
This dissertation addresses the use of Robotics activities as technology resource for
the exploration of concepts related to heat transfer in high school. The problem that
served the survey was: what are the implications of using Robotics activities in
exploration of concepts related to the transfer of heat in a second grade class from
high school to a private school? The study was conducted in a private school in the
municipality of Vilhena, Rondônia, having, as participants, twenty-three students in
the second grade of high school. The specific objectives proposed in the research
aimed to explore physics concepts related to heat transfer in practice making use of
Robotics activities; develop a pedagogical practice, making the use of Robotics
activities with students in the second grade of high school involving concepts related
to heat transfer and analyze how the activities developed during the teaching practice
can contribute to the understanding of concepts related to heat transfer. The
research is qualitative in nature. Survey data were used to a structured
questionnaire, questions during educational intervention, observations made in a field
journal, and finally, photos and footage. The data analyzed showed that: a)
the students showed, the structured questionnaire, before educational intervention
the difficulty to differentiate heat and temperature, because many students reported
that both concepts were synonymous; b) the material used during the pedagogical
practice developed with students contributed to exploration and enrichment of the
concepts related to heat transfer as the perception of the difference between the
three ways that heat can be transferred, as well as your relationship with the
everyday; c) students in the proposal, were eager and predisposed to explore
concepts related to the transfer of heat through the use of Robotics activities; d)
analyses of each activity, as well as the questions and discussions during each step
between student and student and student and researcher pointed out that the use of
Robotics in the classroom can be a technological resource to assist in the exploration
of concepts related to heat transfer.
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 9
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.............................................................. 40
3.1 Caracterização da pesquisa ............................................................................. 40
3.2 Delineamento da pesquisa ............................................................................... 42
3.3 Organização da pesquisa ................................................................................. 43
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 78
APÊNDICES ............................................................................................................. 83
ANEXOS ................................................................................................................... 96
9
1 INTRODUÇÃO
Nasci em São Luiz Gonzaga, no Rio Grande do Sul em 1987, morei na minha
cidade natal até os dois anos de idade com meus pais e um irmão mais velho. Residi
com minha família nos Estados do Mato Grosso do Sul, São Paulo e Mato Grosso.
Atualmente resido na cidade de Vilhena em Rondônia desde 2009. Minha infância e
adolescência escolar ficaram marcadas quando permaneci por dez anos no Estado
de Mato Grosso na cidade de Tangará da Serra, onde concluí meu ensino
fundamental em uma escola pública e o ensino médio em uma instituição privada.
As marcas que ficaram registradas na minha memória durante a fase escolar na
educação básica foram os professores que tive (alguns), em especial os da área das
ciências exatas. A forma de como conduziram suas aulas, suas personalidades,
suas didáticas, enfim, isso tudo me motivou fortemente a dedicar-me ao campo das
ciências exatas.
para não perderem o raciocínio. Após o término de cada aula, fazia algumas
comparações com aulas que tive com e sem experimentos. O resultado era
surpreendente, aulas com atividades experimentais eram sempre as melhores e as
mais interessantes. Por meio delas eu conseguia relacionar a teoria com a prática.
Diante disso, esta pesquisa tem como tema “A robótica como ferramenta
para a exploração de conceitos relacionados à de transferência de calor”
seguido do problema de pesquisa: Quais as implicações do uso de atividades de
12
1
Em informática, Logo é uma linguagem de programação interpretada, voltada para crianças, jovens
e até adultos. É utilizada com grande sucesso como ferramenta de apoio ao ensino regular e por
aprendizes em programação de computadores. Ela implementa, em certos aspectos, a
13
Assim como a tartaruga foi utilizada para ensinar geometria segundo Papert
(1986), pensei que o uso de atividades de robótica poderia ser um aliado para
contribuir na exploração de conceitos físicos, pois acreditei que despertaria o
interesse nos alunos em querer explorar de uma forma lúdica e desafiadora, que
uniria aprendizado e prazer. Além de incentivar a exploração de teorias na prática
mediante a construção de maquetes, protótipos e robôs controlados por computador.
Outro motivo que incentivou-me a pesquisar este tema foi a falta de material
na área da Física, voltada ao ensino contemplando robótica, ou seja, encontrei
poucas pesquisas na área de robótica, mais especificamente, com o uso de
materiais tecnológicos, como o kit de robótica LEGO MINDSTORMS® NXT e
software LEGO MINDSTORMS® NXT.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Borba e Penteado (2007) afirmam que nas escolas percebem-se cada vez
mais alunos com dispositivos móveis como celulares, tablets e smartphones,
trocando informações e interagindo entre si. Neste contexto, entendo que o uso das
tecnologias em sala de aula como meio de aprendizagem se torna cada vez mais
importante.
Ó (2007) ainda enfatiza que o modelo educacional que nós temos está mais
próximo do século XIX do que do século em que estamos vivendo. E os nossos
alunos evidentemente são mais do século XXI do que do século XIX.
De acordo com Prensky (2001), nossos alunos sabem lidar diariamente com
as tecnologias do presente século e, por isso, os professores devem inseri-las em
suas aulas. Isto fará com que os docentes se aproximem tanto da linguagem quanto
do cotidiano dos estudantes.
Segundo Castilho (2002), o termo robô surgiu, pela primeira vez, em 1921 na
Tchecoslováquia em uma peça de teatro. A palavra tcheca robota significa trabalho
e foi usada no sentido de uma máquina substituir o trabalho humano. A palavra
Robótica refere-se ao estudo e manipulação de Robôs. Foi inicialmente utilizada em
grandes indústrias para substituir o trabalho humano no intuito de acelerar o
processo de produção e diminuir a mão-de-obra.
Feitosa (2013) afirma que Seymour Papert foi o criador da LOGO e um dos
maiores apoiadores do uso de tecnologias na educação, em especial, a Robótica.
Em 1980, Papert usava o LOGO para ensinar geometria, ou seja, os alunos
programavam o computador para que uma tartaruga andasse conforme a
programação.
Papert (1986) menciona que o uso da Robótica em sala de aula faz o aluno
descobrir e explorar o conhecimento. Nos últimos anos, a Robótica passou a ser
utilizada também na educação. Castilho (2002) afirma que utilizar a Robótica em
sala de aula permite ao aluno desenvolver o raciocínio, a criatividade e o seu
conhecimento em diferentes áreas, além de incentivar a convivência em grupos.
Diante deste contexto, Heineck (2007) afirma que a Física é uma ciência
experimental, e que mesmo o professor em meio às dificuldades, não pode se
restringir apenas à fundamentação teórica, pois esta pode acarretar em uma aula
desmotivadora e fora da realidade do aluno.
Na mesma linha, Rodrigues (2005) afirma que cada vez mais vemos alunos
desmotivados em relação às disciplinas, em especial, às das áreas das ciências
naturais, como a Física, por exemplo. Esta desmotivação dos alunos pela Física que
Rodrigues (2005) se refere está de acordo com a fala de Feyerabend (1989):
A ciência moderna não é tão difícil e tão perfeita quanto à propaganda quer
levar-nos a crer. Disciplina como a Física, a Química, a Biologia ou as
tecnológicas só parecem difíceis porque são mal ensinadas, porque as
lições comuns estão repletas de material redundante e porque a elas nos
dedicamos já muito avançados na vida (FEYERABEND, 1989, p. 463).
refletir tem papel fundamental. Melo (2009) aponta que a Robótica proporciona a
curiosidade pela investigação que, consequentemente, leva ao desenvolvimento
intelectual do aluno.
Feitosa (2013) relata que uma das competências em fazer o uso da Robótica
Educacional em sala de aula é desafiar o aluno a mobilizar recursos numa situação-
problema para tomar decisões favoráveis a seus objetivos. Ou seja, o uso da
Robótica no ensino de Física possibilita que os alunos utilizem conhecimentos
aprendidos em sala de aula para resolver situações-problema do cotidiano.
Feitosa (2013) ainda relata que o aluno ao utilizar a Robótica para estudar e
compreender conteúdos de Física, o mesmo fica à frente de uma situação concreta,
reconhece a natureza dos fenômenos envolvidos, se situa dentro do conjunto de
fenômenos da Física e identifica as grandezas relevantes em cada caso. A propósito
do papel da robótica no Ensino de Física, compartilha-se outra reflexão:
O nosso kit é o Kit Base 9797 e é composto por 431 peças: 3 servomotores,
4 sensores (toque, som, luz e ultrassom), 7 cabos para conexões com
motores e sensores, um cabo para interface USB, o Brick Inteligente NXT,
que é o corpo central do robô, bateria carregável, base giratória, rodinhas
com pneus e várias peças [...] como blocos, vigas, eixos, rodas,
engrenagens e polias (SUZUKI et al, 2010, p. 4).
Fonte: http://robotsquare.com/wp-content/uploads/2012/02/NXTEducation-9797Box.jpg.
Fonte: http://zoom.education/t/produtos/lego-mindstorms-nxt
Figura 3 – NXT conectado com quatro sensores (da direita para a esquerda: sensor
de distância; sensor de luz; sensor de som e sensores de toque)
Fonte: http://mlb-s1-p.mlstatic.com/lego-mindstorms-9797-nxt-education-base-set-aulas-robotica-
617211-MLB20516211366_122015-O.jpg
Suzuki et al (2010) afirmam que são vários os protótipos que podem ser
montados com o kit de robótica LEGO MINDSTORMS® NXT, protótipos estes, que
podem ser até criados por alunos, professores ou admiradores da robótica. Como já
citado anteriormente, acompanha o kit de robótica LEGO MINDSTORMS® NXT um
cabo USB para o envio de dados entre o computador e o bloco lógico NXT. Os
dados enviados ao bloco lógico NXT são desenvolvidos por meio de uma
programação pelo software LEGO MINDSTORMS® NXT, ou seja, é possível criar
programações com vários comandos e transferir ao robô para que o mesmo as
execute. A Figura 4 apresenta um exemplo de protótipo construído com o kit de
Robótica LEGO MINDSTORMS® NXT.
27
Fonte: http://www.ingeniu.com/ecommerce/control/product/~product_id=MINDST289
®
Fonte: Software LEGO MINDSTORMS NXT
28
®
Fonte: Software LEGO MINDSTORMS NXT
Moreira (1998) afirma que o conceito mais importante para a Física e para a
ciência de um modo geral é o conceito de energia. Concordando com
Moreira (1998), Marques e Araujo (2009) ainda relatam que o termo energia, mesmo
sendo um dos mais importantes da Física, é muito abstrato, pois abrange muitos
fenômenos distintos entre si.
A energia afeta tudo que existe na natureza e as leis que governam seu
comportamento estão entre as mais importantes e abrangentes da ciência.
Podemos pensar em energia como algo que se transforma continuamente e
que pode ser usado para realizar trabalho. (MARQUES e ARAUJO, 2009, p.
7).
Diante deste contexto, outro termo muito utilizado em nossa vida diária é o
calor. Marques e Araujo (2009) afirmam que o senso comum associa calor como
uma forma de energia e só está presente em corpos com temperaturas mais altas.
Logo, no estudo da transferência de calor é importante a definição de alguns
conceitos como calor e temperatura, que geralmente, são confundidos por muitas
pessoas.
Cabe salientar que nenhum trabalho foi encontrado com as palavras chaves
“robótica educacional lego ensino Física”. Quando utilizadas as palavras chaves
“robótica educacional lego” no portal de periódicos da Capes encontrou-se apenas
três registros.
[...] foi possível, por meio das atividades realizadas, perceber que os
estudantes melhoraram sua predisposição em trabalhar conteúdos
matemáticos, realizando as atividades com entusiasmo e demonstrando
interesse em trabalhar conteúdos por meio dela. Outro aspecto importante
foi o desenvolvimento de habilidades para calcular área e perímetro das
figuras regulares e irregulares. Percebi que, à medida que os participantes
interagiam e discutiam geometria, surgiam novas formas de calcular e
encontrar a área e o perímetro.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
vista os objetivos e a temática escolhida. De acordo com Gil (2010, p. 37), o estudo
de caso é “adequado para a investigação de um fenômeno contemporâneo dentro
do seu contexto real, no qual os limites entre o fenômeno e o contexto não são
claramente percebidos”.
Foi disponibilizado um robô por grupo (Anexo A) construído com peças do kit
base 9797 LEGO MINDSTORMS® NXT pelos próprios alunos da intervenção
pedagógica em aulas de robótica, e um computador com o software LEGO
MINDSTORMS® NXT já instalado com a programação (Anexo B) que foi utilizada
durante as atividades.
Apresentação do Projeto
de Pesquisa.
Aula 2 Questionário estruturado - Identificar os conhecimentos prévios
(Apêndice C) dos alunos acerca de conceitos de
temperatura, calor e processos de
transferência de calor.
Aulas 3 e 4 Atividade de robótica - Explorar a propagação de calor por
sobre irradiação – parte I irradiação;
(Apêndice D) - Explorar situações do cotidiano que
envolvam a propagação de calor por
irradiação.
Aulas 5 e 6 Atividade de robótica - Reconhecer a diferença na taxa de
sobre irradiação – parte II absorção de calor por irradiação entre
(Apêndice E) materiais de cores escuras (preto) e
claras (branco).
Aula 7 e 8 Atividade de robótica - Explorar a transferência de calor por
sobre convecção convecção;
(Apêndice F) - Entender a formação de correntes
de convecção.
Aulas 9 e 10 Atividade de robótica - Explorar a transferência de calor por
sobre condução condução;
(Apêndice G) - Verificar a condutibilidade térmica
em diferentes materiais.
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Fonte: Autor
anteriores, pois esta resposta mostra a implícita noção de que o fluxo de energia
ocorre do corpo mais para o menos aquecido. A Figura 13 (que retrata o perfil de
resposta de 100% dos alunos) apresenta a resposta dos estudantes E4, E6 e E11.
Fonte: Autor
quando estão fazendo uma caminhada expostos ao Sol preferem usar roupas mais
claras a escuras.
Figura 14 – Respostas dadas à questão 4 pelos estudantes E6, E7, E13 e E20,
respectivamente
Fonte: Autor
por meio das paredes, mas não esclarecem como ocorre esta transferência. A
Figura 15 apresenta as respostas dos estudantes E6, E11 e E19.
Fonte: Autor
Vale ressaltar ainda que todas as respostas acima pressupõem que os alunos
têm a noção de transferência da energia proveniente da radiação solar, mas é
previsível que, no questionário estruturado, não consigam definir que o processo é
de condução de molécula a molécula. Por outro lado, na primeira resposta se
superpõe uma ideia de calor como algo armazenado. A lógica seria que eles
associassem que a energia transferida provocou aumento de temperatura no interior
da casa.
estão fechadas, o cômodo se torna uma estufa; por isso, nota-se um aumento quase
linear da temperatura com o passar do tempo”. A Figura 16 destaca as respostas
fornecidas pelos estudantes E3 e E13.
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Fonte: Autor
3
A linha amarela representa o registro de temperatura interna da caixa sem a lâmpada e a linha azul
representa ao registro de temperatura interna com a lâmpada acesa.
58
aluno relatou oralmente que ficaria mais difícil entender como ocorre o modo de
transferência de calor por irradiação se tivesse apenas estudado com apoio de um
livro didático. Pietrocola (2012) menciona que o uso de atividades de robótica
juntamente com a análise de gráficos gerados pelo software Data Logging auxilia na
exploração de conteúdos de Física como, por exemplo, modos de transferência de
calor, tornando-os mais compreensíveis pelos alunos.
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Muitos alunos indagaram se realmente a cor preta absorvia mais calor do que
a cor branca, o que provocou uma discussão entre toda a turma, aguçando mais
ainda a curiosidade e o interesse de se verificar por meio da atividade de robótica a
veracidade ou não da diferença da taxa de absorção de calor por irradiação entre
cores escuras (preto) e claras (branco). Moran et al (2003) afirmam que a
curiosidade de um aluno faz despertar o interesse em querer saber o porquê das
evidências e dos fatos.
Fonte: Autor
Fonte: Autor
4
A linha verde representa o registro da temperatura interna da caixa com revestimento preto e a linha
vermelha representa o registro da temperatura interna da caixa com revestimento branco.
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É importante ressaltar que dois dos cinco grupos perceberam que o gráfico
gerado pelo software Data Logging durante a leitura interna da temperatura da caixa
com o revestimento branco registrou uma queda de temperatura após alguns
segundos. Nesse momento, os alunos começaram a fomentar uns com os outros o
porquê estava acontecendo somente com as caixas deles. Lembrei a todos os
alunos a charge da questão de número 4 do questionário estruturado (Apêndice C) e
solicitou que os estudantes chegassem a uma conclusão acerca da diminuição
interna de temperatura da caixa quando se revestiu com papel branco. Após
algumas discussões entre os alunos, um estudante afirmou em voz alta: “Se com a
roupa branca sentimos menos calor do que com a roupa preta, então a cor branca
reflete o calor”. Essa afirmação respondeu uma das perguntas do roteiro da
atividade. A Figura 26 apresenta a resposta do grupo G5.
Fonte: Autor
Fonte: Autor
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É importante destacar que o grupo que estava com o robô de frente para o ar
condicionado registrou uma diferença de temperatura de exatamente –2 ºC,
enquanto que o robô que estava do lado esquerdo do aparelho registrou uma
diferença –1,8 ºC. A discussão entre a turma após os registros de temperatura pelos
robôs foi extremamente “calorosa”, pois surgiram vários questionamentos quanto a
estas diferenças. Uma estudante mencionou em alta voz “Como pode isso
acontecer?!. Estamos todos na mesma sala utilizando o mesmo ar condicionado!”.
Fonte: Autor
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térmica, pois para este ocorrer, é necessário primeiramente haver uma diferença de
densidade entre as substâncias, no qual uma tende a descer (mais densa) e a outra
tende a subir (menos densa) por meio da ação da gravidade.
Fonte: Autor
Vale destacar que outro estudante indagou: “Então por que ao ligarmos um
ventilador, sentimos uma sensação de frescor?”.
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5
A linha amarela representa o registro da temperatura da água no copo de vidro e a linha azul
representa o registro de temperatura da água no copo de alumínio.
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Fonte: autor
estudante até mencionou verbalmente: “Ah professor, agora entendi! É por isso
então que uma latinha de refrigerante de metal gela muito mais rápido do que uma
garrafa de vidro ou de plástico”.
Fonte: Autor
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pela análise das afirmações dos alunos, foi possível evidenciar a exploração
e a compreensão dos conceitos relacionados à transferência de calor. Frases como:
“ah!!!, agora entendi a diferença entre temperatura e calor, agora sei como usar
esses termos!”; “Ficou muito mais fácil entendermos para que serve o estudo desses
conceitos físicos na nossa vida!”; “Estudar Física com atividades de robótica deixa
tudo mais claro e mais interessante!”. Neste sentido, pode-se inferir que o uso de
tecnologias, em especial, o da robótica, vem ao encontro do interesse dos
estudantes e de sua vivência diária.
Vale ressaltar ainda que percebi uma evolução em meu processo de ensino
após a realização desta pesquisa quando comparado com minha maneira
(anteriormente citada na introdução deste trabalho) de ministrar aulas somente do
tipo tradicionais ou expositivas. Foi possível perceber que o modo de como conduzir
e intermediar uma aula com a utilização de tecnologias (como a robótica, por
exemplo) auxilia na concepção dos conceitos em estudo e envolve os estudantes
(uns com os outros ou com o professor) com as atividades propostas instigando-os a
descobrirem as soluções dos problemas.
REFERÊNCIAS
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
HEINECK, Renato; VALIATI, Eliane Regina Alemida; ROSA, Cleci Teresinha Werner
da. Software educativo no ensino de Física: análise quantitativa e qualitativa.
Revista Iberoamericana de Educación, Espanha, n. 42, 10 maio 2007.
KELLER, Frederick J. et al. Física Volume 1. São Paulo: Makron Books, 1997.
80
MARIANO, Wilson de Melo; PAZ, Maria Regina de Almeida. Física, 2ª série: Ensino
Médio: Ciências da Natureza e suas Tecnologias. Belo Horizonte: Educacional,
2015.
MEIRIEU, P. Aprender... sim, mas como? São Paulo: Artes Médicas, 1998.
NETO, Geraldo Furtado et al. Utilização do kit lego Mindstorms NXT no ensino
de controle de processos. Artigo publicado no XL Congresso Brasileiro de
Educação em Engenharia. Belém, Pará, 2012. Disponível em
<http://www.abenge.org.br/CobengeAnteriores/2012/artigos/104237.pdf>. Acesso
em 30 de maio de 2016.
PEREIRA, M.M.; “Ufa!! Que calor é esse?! Rio 40ºC” – Uma proposta para o
ensino dos conceitos de calor e temperatura do Ensino Médio. Dissertação
(Mestrado em Ensino de Física) – Instituto de Física, Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro, 2010.
PRENSKY, Marc. Digital Natives, Digital Immigrants. MCB University Press, 2001.
TIPLER, Paul Allen; MOSCA Gene. Física para cientistas e engenheiros. Volume
1. Rio de Janeiro: LTC, 2013.
YOUNG, H.; FREEDMAN I. Física II: Termodinâmica e Ondas. São Paulo: Addison
Wesley, 2008.
83
APÊNDICES
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3) Como você pode explicar o fato de ao colocar suas mãos em uma parede de
alvenaria de uma residência que ficou exposta ao Sol por várias horas, e sentir
que a parede está quente?
Fonte: MÁXIMO, Antônio; ALVARENGA, Beatriz. Curso de Física, volume 2. 5ª ed, São Paulo:
Scipione, 2000.
5) Uma residência de alvenaria (com portas e janelas fechadas) fica exposta ao Sol
por um longo período de tempo. Uma pessoa ao entrar nessa residência, nota
que a sensação de calor dentro da casa está muito acima do que no ambiente
externo. Como você explica tal fato?
6) Ainda com relação à questão anterior, o que você faria para diminuir o “calor” no
interior da residência? Justifique.
7) Você acha que o tipo de material do qual uma residência é feita interfere nas
condições de conforto térmico? Comente.
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IRRADIAÇÃO (parte I)
OBJETIVO:
– Explorar a transferência de calor por irradiação;
– Compreender situações do cotidiano que envolva a propagação de calor por
irradiação;
PROCEDIMENTO:
a) Montar o equipamento conforme o esquema.
Por que ao utilizar o celular por muito tempo ocorre o aquecimento deste?
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MATERIAIS (por grupo): Robô Lego, computador, duas caixas de papelão (mesma
espessura, largura, altura e comprimento), papel cartão de cor preto, papel cartão de
cor branco, 1 lâmpada de 150 W e 1 base luminária.
OBJETIVOS
– Reconhecer a diferença na taxa de absorção de calor por irradiação entre
materiais de cores escuras (preto) e claras (branco);
– Listar as suas aplicações no cotidiano.
PROCEDIMENTO:
a) Pegar uma caixa de papelão e revesti-la internamente com papel cartão
preto.
b) Montar o equipamento conforme o esquema.
Em qual das duas caixas, com revestimento interno preto ou com revestimento
interno branco, houve maior aumento interno de temperatura?
Explique de que maneira a cor dos objetos interfere na taxa de absorção de energia.
Observação: Esta atividade será realizada de forma coletiva (com todos os alunos
ao mesmo tempo) com a utilização de três robôs.
OBJETIVOS:
– Explorar a transferência de calor por convecção;
– Entender a formação de correntes de convecção;
– Listar as suas aplicações no cotidiano.
PROCEDIMENTO:
a) Ligar o ar condicionado.
b) Deixar um robô ventilador com o sensor de temperatura direcionado para
cima em cada ponto da sala (um ao lado esquerdo do aparelho de ar
condicionado, outro ao lado direito e outro a frente).
c) Conectar cada NXT no computador por meio de um cabo USB.
d) Executar a programação (pressionando o botão laranja do NXT) para que os
dados comecem a ser coletados durante 360 segundos e registrados em um
gráfico temperatura (ºC) versus tempo (segundos) no software LEGO
MINDSTORMS® NXT.
e) Salvar os dados no computador.
f) Analisar, comparar os gráficos e responder:
Qual dos três robôs posicionados em um dos pontos da sala registrou maior
diferença de temperatura?
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Se você embarcasse em um automóvel que ficou exposto ao Sol por muito tempo,
com as janelas e portas fechadas, de que forma usaria o ar condicionado do
automóvel, a fim de resfriá-lo mais rapidamente?
___________________________________________________________________
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MATERIAIS (por grupo): Robô Lego, computador, copo de vidro, copo de alumínio,
vela e fósforo.
OBJETIVOS:
– Explorar a transferência de calor por condução;
– Observar que materiais diferentes têm diferentes coeficientes de condutibilidade
térmica;
– Listar as suas aplicações no cotidiano.
PROCEDIMENTO:
ANEXOS
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