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Zooparasitologia - Apostila 2

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Curso Online:

Zooparasitologia
Introdução à parasitologia....................................................................................2

Artrópodes...........................................................................................................4

Filariose linfática..................................................................................................6

Doença de Chagas..............................................................................................9

Malária...............................................................................................................12

Leishmanioses...................................................................................................15

Esquistossomose...............................................................................................17

Amebíase, giardíase e tricomoníase.................................................................19

Cestoides e nematoides....................................................................................25

Toxoplasmose....................................................................................................30

Referências bibliográficas..................................................................................33

1
INTRODUÇÃO À PARASITOLOGIA

Parasitologia é a especialidade da biologia que estuda os parasitas, os


seus hospedeiros e relações entre eles.

Engloba os filos Protozoa (protozoários), do


reino Protista e Nematoda (nematódes), annelida (anelídeos), Platyhelminthes (
platelmintos) e Arthropoda (artrópodes), do reino Animal. Os protozoários são
unicelulares, enquanto os nematódeos, anelídeos, platelmintos e artrópodes
são organismos multicelulares. Temos também parasitismo em plantas
(holoparasita e hemiparasita) como é o caso do cipó-chumbo. temos
parasitismo em fungos (micose) e em bactérias e até virus.

Como disciplina biológica, o campo da parasitologia não é determinado pelo


organismo ou ambiente em questão, mas pelo seu modo de vida. Isto significa
que forma uma síntese com outras disciplinas, e traz para si técnicas de
campos com biologia celular, bioinformática, bioquímica, biologia
molecular, imunologia, genética, evolução e ecologia.

A parasitologia médica também se preocupa com o estudo do vetor.

A parasitologia é a ciência que estuda o parasitismo. O parasitismo ocorre


quando um organismo (parasita) vive em associação com outro organismo
(hospedeiro), do qual retira os meios para sua sobrevivência, causando
prejuízos – ou seja, doenças – ao hospedeiro durante este processo. Estes
organismos podem ser animais, vegetais, fungos, protozoários, bactérias ou
vírus. Portanto, para definir o campo da parasitologia, o foco não é determinado
tipo de organismo ou ambiente, mas a constatação de um comportamento

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parasitário. Quando a interação é benéfica para ambas as partes, recebe o
nome de simbiose, e não faz parte do campo de estudos da parasitologia.

As pesquisas em parasitologia têm como objetivo identificar os processos de


desenvolvimento de epidemias parasitárias, criar métodos de profilaxia de
doenças causadas pelos parasitas (tanto em seres humanos quanto em
animais) e desenvolver tratamentos. O parasitologista precisa conhecer muito
bem o ciclo de vida, as formas de infestação e os fatores que influenciam na
distribuição e densidade dos parasitas.

Os seres humanos são hospedeiros de cerca de 300 espécies de vermes


parasitas e mais de 70 espécies de protozoários, alguns derivados de nossos
ancestrais primatas e alguns obtidos a partir dos animais que temos
domesticado ou que entraram em contato conosco durante a nossa história
relativamente curta na Terra.

Os protozoários são unicelulares, enquanto os nematódeos,


anelídeos, platelmintos e artrópodes são organismos multicelulares.

Temos também parasitismo em plantas (holoparasita e hemiparasita) como é o


caso do cipó-chumbo. Há também parasitismo em fungos (micose) e em
bactérias e até vírus.

Como disciplina biológica, o campo da parasitologia não é determinado pelo


organismo ou ambiente em questão, mas pelo seu modo de vida.

Isto significa que forma uma síntese com outras disciplinas, e traz para si
técnicas de campos com biologia celular, bioinformática, bioquímica, biologia
molecular, imunologia, genética, evolução e ecologia.

Parasitas ou parasitos são organismos que vivem em associação com outros


dos quais retiram os meios para a sua sobrevivência, normalmente
prejudicando o organismo hospedeiro, um processo conhecido por parasitismo.

Todas as doenças infecciosas e as infestações dos animais e das plantas são


causadas por seres considerados parasitas.

O efeito de um parasita no hospedeiro pode ser mínimo, sem lhe afetar


as funções vitais, como é o caso dos piolhos, até poder causar a sua morte ou
uma grave doença, como é o caso de muitos vírus e bactérias patogénicas.
Neste caso extremo, o parasita normalmente morre com o seu hospedeiro, mas
em muitos casos, o parasita pode ter-se reproduzido e disseminado os
seus descendentes, que podem ter infestado outros hospedeiros, perpetuando
assim a espécie, como no caso do Plasmodium.

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ARTRÓPODES

Compõem o maior filo de animais existentes, representados por animais como


os gafanhotos (insetos), as aranhas (aracnídeos), os caranguejos (crustáceos),
as centopeias (quilópodes) e os piolhos-de-cobra (diplópodes). Têm cerca de
um milhão de espécies descritas, e estima-se que os representantes
deste filo equivalem a cerca de 84% de todas as espécies de animais
conhecidas pelo homem. Possuem uma ampla gama de cores e formatos, e no
que diz respeito ao tamanho, alguns vão desde as formas microscópicas, como
no plâncton (com menos de 1/4 de milímetro), até crustáceos com mais de
3 metros de espessura.

Um grupo tão numeroso e diversificado, tanto em espécies atuais


como extintas, como os artrópodes teria de ser necessariamente difícil
de classificar, assim como de definir as suas relações filogenéticas.

Tradicionalmente, considerava-se que os artrópodes teriam tido origem


nos anelídeos, por causa da semelhante segmentação do corpo. No entanto,
estudos genéticos recentes mostraram que não é assim e que os filos mais
próximos dos artrópodes são os Onychophora e os Tardigrada, formando um
grupo monofilético: os Panarthropoda. Além disso, parece aceitável que estes
filos e os restantes Ecdysozoa formam um clado monofilético. Os anelídeos,
por outro lado, têm características embrionárias em comum com os moluscos e
são atualmente classificados no clado Trochozoa (ou Lophotrochozoa,
juntamente com os rotíferos e outros animais antes
considerados pseudocelomados).

As relações internas de Arthropoda também são controversas. Parece haver


consenso de que os animais possuidores de mandíbulas formem um grupo
monofilético, os Mandibulata. No entanto, as relações dentro de Mandibulata
ainda não estão muito claras, havendo duas hipóteses alternativas:

Atelocerata: (Crustacea, (Myriapoda, Hexapoda))

Pancrustacea: (Myriapoda, (Crustacea, Hexapoda)).

Por esta razão, foi adotada aqui a classificação em cinco sub-filos, que é a
mais consensual.

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A subdivisão dos artrópodes em grupos que possam igualmente ser
considerados clados é também contenciosa. Alguns autores consideram que
os Hexapoda e os Myriapoda formam o clado Uniramia, com apêndices não
divididos e que seriam um "clado-irmão" dos crustáceos, mas a filogenia destes
grupos ainda não está bem estabelecida, pelo que se adotou aqui a
classificação em cinco sub-filos, que é a mais aceita.

Na fauna dos solos são encontrados os Artrópodes do subfilo Hexapoda, que


são os insetos, principalmente com as classes Coleoptera (besouros)
e Hymenoptera (formigas), os do
subfilo Myriapoda (Diplopoda, Chilopoda, Pauropoda e Symphyla) e os da
classe Arachnida (aracnídeos).

No Pantanal mato-grossense foram feitas coletas na região de Pirizal por


Figueiredo (2007), Oliveira-Silva (2007), Tissiani (2009) e Anjos (2009), e em
áreas vizinhas por Pinho (2003), Castilho (2005) e Battirola (2007). Nessas
áreas do Pantanal há uma ocorrência e desenvolvimento de migrações
horizontais e verticais por parte dos artrópodes terrestres, que são estratégias
de sobrevivência durante períodos de cheia. E nas coletas acontecidas, em
2007, foram coletados 29.321 artrópodes distribuídos entre insetos
(Hexapoda), aracnídeos (Arachnida) e miriápodes (Myriapoda). Os insetos
somaram 82,2% do total de artrópodes coletados, e os grupos predominantes,
ou seja, que mais se locomoveram no solo foram os colêmbolos (Collembola),
besouros e himenópteros (Hymenoptera), a maioria formigas, correspondendo,
respectivamente, a 39,5%, 20,4% e 17,3% do total de insetos amostrados na
grade do Pirizal. Os aracnídeos compreenderam 17, 6% dos artrópodes e
foram representados por 15,8% de ácaros (Acari) e 0,9% de aranhas.

Alguns táxons de miriápodes comuns na Amazônia, como sínfilos (Symphyla) e


paurópodes (Pauropoda), são pouco encontrados no Pantanal e outros como
diplópodes (Diplopoda), conhecidos como piolhos-de-cobra ou centopeia, e
quilópodes ou lacraias (Chilopoda), apresentaram baixa densidade nesta
região.

Entre os Chelicerata, a ordem Acari (ácaros) tem o maior número de


representantes associados a ambientes aquáticos.Os adultos atingem
geralmente um tamanho de 0,5 mm até 2 mm. Ocorrem em todos os corpos
d’água, em cavidades de arvores, nascentes quentes e cascatas.

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FILARIOSE LINFÁTICA

A Filariose Linfática (Elefantíase) é uma doença parasitária crônica,


considerada uma das maiores causas mundiais de incapacidades permanentes
ou de longo prazo. É causada pelo verme nematoide Wuchereria Bancrofti e
transmitida basicamente pela picada do mosquito Culex quiquefasciatus
(pernilongo ou muriçoca) infectado com larvas do parasita.

Entre as manifestações clínicas mais importantes da Filariose Linfática estão


edemas (acúmulo anormal de líquido) de membros, seios e bolsa escrotal, que
podem levar a pessoa à incapacidade. Em casos mais graves, algumas
complicações podem surgir.

O diagnóstico da Filariose Linfática (Elefantíase) deve ser bem específico e


detalhado, para descartar a hipótese de outras doenças. Os testes laboratoriais
que comprovam a presença do verme parasita causador da doença são:

 exame direto em lâmina;


 hemoscopia positiva;
 testes imunológicos, especialmente apoiados em cartões ICT;
 ultrassonografia, que pode demonstrar a presença de filarias nos canais
linfáticos.

A transmissão da Filariose Linfática se dá basicamente pela picada do


mosquito Culex quiquefasciatus (pernilongo ou muriçoca) infectado com larvas
do parasita. Após a penetração na pele, por meio da picada do mosquito, as
larvas infectantes migram para região dos linfonodos (gânglios), onde se
desenvolvem até a fase adulta.

Havendo o desenvolvimento de parasitos de ambos os sexos, haverá também


a reprodução deles, com eliminação de grande número de microfilárias para a
corrente sangüínea, o que propiciará a infecção de novos mosquitos, iniciando-
se um novo ciclo de transmissão.

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A Filariose Linfática, popularmente conhecida como elefantíase, é uma
doença parasitária crônica, considerada uma das maiores causas mundiais de
incapacidades permanentes ou de longo prazo.

A doença é causada pelo verme nematoide Wuchereria Bancrofti, transmitido


pela picada do mosquito Culex Quiquefasciatus infectado com larvas do
parasita. Após a penetração na pele, as larvas infectantes migram para região
dos linfonodos e se desenvolvem até a fase adulta. Muitas vezes, é possível
haver o desenvolvimento de parasitas de ambos os sexos e, por consequência,
sua reprodução e eliminação de grande número de microfilárias na corrente
sanguínea, o que propiciará a infecção de novos mosquitos, iniciando-se um
novo ciclo de transmissão.

Quando a presença do vírus é detectada, um tratamento antifilarial específico


deve ser adotado para conter a infecção. Nesses casos, o medicamento mais
utilizado atualmente é a Dietilcarbamazina (DEC) na forma de comprimidos de
50mg da droga ativa. Sua administração é por via oral e apresenta rápida
absorção e baixa toxicidade. Esta droga tem efeito micro e macro filaricida,
com redução rápida e profunda da densidade das microfilárias no sangue.

A infecção pode resultar em microfilaremia sem manifestações clínicas


evidentes. Os sinais e sintomas são causados principalmente por vermes
adultos. A microfilaremia desaparece de forma gradual depois de a pessoa
deixar a área endêmica.

A filariose inflamatória aguda consiste em 4 a 7 dias de episódios (na maioria


das vezes recorrentes) de febre e inflamação de linfonodos com linfangite,
denominando-se adenolinfangite (ADL) aguda ou epididimite aguda e
inflamação de cordão espermático. O envolvimento localizado de um membro
afetado pode resultar em abscesso, que drena externamente e deixa uma
cicatriz. A ADL é frequentemente associada a infecções bacterianas
secundárias. Episódios de ADL normalmente precedem a doença crônica
por ≥ 2 décadas. A filariose aguda é mais grave em imigrantes não expostos
anteriormente do que em residentes nativos.

A filariose crônica desenvolve-se insidiosamente em muitos anos. Na maioria


dos pacientes, ocorre dilatação linfática assintomática, mas respostas
inflamatórias crônicas aos vermes adultos e infecções bacterianas secundárias
podem resultar em linfedema crônico da área afetada do corpo. Maior
suscetibilidade local a infecções bacterianas e fúngicas contribui ainda mais
para seu desenvolvimento. Linfedema depressivo crônico das extremidades
inferiores pode progredir para elefantíase (obstrução linfática crônica). W.
bancrofti podem causar hidrocele e elefantíase escrotal. Outras formas de

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doença filarioide crônica são causadas pelo rompimento dos vasos linfáticos ou
drenagem anômala das linfas, provocando quilúrias e quiloceles.

Os sinais extralinfáticos são hematúria microscópica crônica, proteinúria e


poliartrite leve, presume-se que todas resultem da deposição de
imunocomplexos.

Eosinofilia pulmonar tropical é uma manifestação incomum com broncospasmo


recorrente, infiltrado pulmonar transitório, febre de baixo grau e eosinofilia
intensa. É mais provável que seja decorrente de reações de hipersensibilidade
a microfilárias. A eosinofilia pulmonar tropical crônica pode provocar fibrose
pulmonar.

Detecção de antígeno: teste rápido imunocromatográfico de para antígenos W.


bancrofti

Diagnóstico molecular: ensaios de reação em cadeia da polimerase para W.


bancrofti e B. malayi

Detecção de anticorpos: alternativamente, testes de ensaio imunoenzimático


para IgG1 e IgG4 antifilarioide

Pacientes com infecção ativa por filária tipicamente têm altos níveis de IgG4
antifilarioide no sangue. Mas há reatividade cruzada antigênica significativa
entre as filárias e outros helmintos, e um teste sorológico positivo não
diferencia entre infecção atual e passada.

Existem nove nematóides filariais conhecidos, que usam os humanos como


hospedeiros definitivos. São divididos em três grupos de acordo com o nicho
que ocupam dentro do corpo:

 filariose linfática
 filariose subcutânea
 filariose da cavidade serosa.

A filariose linfática é causada pelos vermes Wuchereria bancrofti , Brugia


malayi e Brugia timori. Essas filárias ocupam o sistema linfático, incluindo
os gânglios linfáticos, causando linfedema e, em casos crônicos, levando à
doença conhecida como elefantíase.

A filariose subcutânea é causada por loa loa (a "larva do olho"), Mansonella


streptocerca , Onchocerca volvulus e Dracunculus medinensis (o "verme da
Guiné"). Esses vermes ocupam a camada subcutânea de gordura.

A filariose da cavidade serosa é causada pelos vermes Mansonella


perstans e Mansonella ozzardi , que ocupam a cavidade serosa do abdômen.

8
DOENÇA DE CHAGAS

A Doença de Chagas pode apresentar sintomas distintos nas duas fases que
se apresenta, que é a aguda e a crônica. A fase aguda, que é a mais leve, a
pessoa pode apresentar sinais moderados ou até mesmo não sentir nada.

Na fase aguda, os principais sintomas são:

 febre prolongada (mais de 7 dias);


 dor de cabeça;
 fraqueza intensa;
 inchaço no rosto e pernas.

Na fase crônica, a maioria dos casos não apresenta sintomas, porém algumas
pessoas podem apresentar:

 problemas cardíacos, como insuficiência cardíaca;


 problemas digestivos, como megacolon e megaesôfago.

O período de incubação da Doença de Chagas, ou seja, o tempo que os


sintomas começam a aparecer a partir da infecção, é dividido da seguinte
forma:

Transmissão vetorial – de 4 a 15 dias.

Transmissão transfusional/transplante – de 30 a 40 dias ou mais.

Transmissão oral – de 3 a 22 dias.

Transmissão acidental – até, aproximadamente, 20 dias.

A prevenção da doença de Chagas está intimamente relacionada à forma de


transmissão.

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A tripanossomíase americana, posteriormente denominada doença de Chagas
em homenagem ao seu descobridor o pesquisador brasileiro Carlos Chagas, é
uma importante doença parasitária resultante da infecção pelo protozoário
parasito hemoflagelado Trypanosoma cruzi, tendo insetos triatomíneos como
vetores. As formas mais importantes de transmissão da doença de Chagas
ainda são as vetoriais (seja via lesão resultante da picada, seja por mucosa
ocular ou oral), contudo apresentam também importância epidemiológica a
transmissão transfusional e congênita.

Na décade de 80 do século XX, diversos autores estimavam que a doença


atingia cerca de 18-20 milhões de indivíduos nas áreas endêmicas da América
Latina. Dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgados
após encontro de especialistas na Argentina em 2005, indicavam a existência
de 16-18 milhões de infectados pelo T. cruzi, contudo em recente
publicação estima este número em 12-14 milhões de indivíduos na América
Latina, sendo ainda encontrados indivíduos contaminados em países da
Europa e América do Norte, na maioria das vezes resultante da migração de
indivíduos infectados em busca de melhores condições de vida. Estes dados
mostram a inexistência de inquérito epidemiológico recente e indicam,
como apontado pela OMS, a necessidade ainda atual de conhecimento da
prevalência e incidência da doença. De qualquer modo, os números indicam a
importância social da doença de Chagas100 anos após sua descoberta.

No Brasil, é compulsória a notificação de casos agudos da doença de Chagas,


segundo a Portaria 5 de 21 de fevereiro de 2006 da Secretaria de Vigilância em
Saúde do Ministério da Saúde. Devido aos recentes surtos de infecção aguda
pelo T. cruzi, principalmente infecção por via oral, após reunião de
especialistas e cientistas em 2005 a Secretaria de Vigilância em Saúde do
Ministério da Saúde lançou o I Consenso Brasileiro em Doença de Chagas , foi
revisto e atualizado em 2015 na forma do II Consenso Brasileiro em Doença
de Chagas . Em 2011, a Sociedade Brasileira de Cardiologia lançou a I Diretriz
Latino-Americana para Diagnóstico e Tratamento da Cardiopatia chagásica .
Informações oficiais do Ministério da Saúde do Brasil sobre diversos aspectos
da doença de Chagas podem ser obtidas no Portal da Saúde do Ministério da
Saúde.

No Brasil, cerca de três milhões de pessoas estão infectadas com a Doença de


Chagas. A boa notícia é que esse número corresponde somente a pessoas que
foram infectadas no passado e que continuam com o tratamento da doença.
Em 2006, o Brasil recebeu o certificado internacional de interrupção da
transmissão da doença. Isso se deu graças a ações sistematizadas e bem-
sucedidas de controle químico instituídas a partir de 1975, época em que a
área endêmica da Doença de Chagas cobria 18 estados nacionais e mais de

10
2.200 municípios. Hoje, a transmissão da doença não se dá mais por meio do
contato direto do parasita, mas principalmente pelo contato indireto – por meio
da ingestão de alimentos contaminados com fezes do parasita ou com o inseto
que contenha este parasita, por exemplo.

A doença de Chagas tem dois estágios: agudo e crônico. A fase aguda pode
apresentar sintomas moderados ou nenhum sintoma. Entre os principais
sintomas estão:

 Febre
 Mal-estar
 Inchaço de um olho
 Inchaço e vermelhidão no local da picada do inseto
 Fadiga
 Irritação sobre a pele
 Dores no corpo
 Dor de cabeça
 Náusea, diarreia ou vômito
 Surgimento de nódulos
 Aumento do tamanho do fígado e do baço.

Os sintomas deste estágio da Doença de Chagas podem desaparecer


sozinhos. Se eles persistirem e não forem tratados, a doença pode evoluir para
sua fase crônica, mas somente após a fase de remissão. Podem-se passar
anos até que outros sintomas apareçam. Quando os sintomas finalmente se
desenvolverem, eles podem incluir:

 Constipação
 Problemas digestivos
 Dor no abdômen
 Dificuldades para engolir
 Batimentos cardíacos irregulares

A doença apresenta dois estágios em seres humanos: uma fase aguda, que
ocorre pouco tempo após a infecção, e uma fase crônica, que se desenvolve
ao longo de muitos anos.

11
MALÁRIA

A malária é uma doença infecciosa febril aguda, causada por protozoários


transmitidos pela fêmea infectada do mosquito Anopheles.

Toda pessoa pode contrair a malária. Indivíduos que tiveram vários episódios
de malária podem atingir um estado de imunidade parcial, apresentando
poucos ou mesmo nenhum sintoma. Porém, uma imunidade esterilizante, que
confere total proteção clínica, até hoje não foi observada. Caso não seja
tratado adequadamente, o indivíduo pode ser fonte de infecção por meses ou
anos, de acordo com a espécie parasitária.

No Brasil, a maioria dos casos de malária se concentra na região Amazônica,


composta pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso,
Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Na região extra-Amazônica, composta
pelas demais unidades federativas e o Distrito Federal, apesar das poucas
notificações, a doença não pode ser negligenciada, pois se observa uma alta
letalidade que chega a ser 128 vezes (dado preliminar de 2019) maior que na
região Amazônica.

Os sintomas mais comuns da malária são:

 febre alta;
 calafrios;
 tremores;
 sudorese;
 dor de cabeça, que podem ocorrer de forma cíclica.

Muitas pessoas, antes de apresentarem estas manifestações mais


características, sentem náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite.

O diagnóstico correto da infecção malárica só é possível pela demonstração do


parasito, ou de antígenos relacionados, no sangue periférico do paciente, pelos
métodos diagnósticos especificados a seguir:

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Gota espessa

É o método oficialmente adotado no Brasil para o diagnóstico da malária.


Mesmo após o avanço de técnicas diagnósticas, este exame continua sendo
um método simples, eficaz, de baixo custo e de fácil realização. Quando
executado adequadamente, é considerado padrão-ouro pela Organização
Mundial da Saúde (OMS). Sua técnica baseia-se na visualização do parasito
por meio de microscopia óptica, após coloração com corante vital (azul de
metileno e Giemsa), permitindo a diferenciação específica dos parasitos, a
partir da análise da sua morfologia, e dos seus estágios de desenvolvimento
encontrados no sangue periférico. A determinação da densidade parasitária,
útil para a avaliação prognóstica, deve ser realizada em todo paciente com
malária, especialmente nos portadores de P. falciparum. Por meio desta
técnica é possível detectar outros hemoparasitos, tais como Trypanosoma sp. e
microfilárias.

Esfregaço delgado

Possui baixa sensibilidade (estima-se que a gota espessa é cerca de 30 vezes


mais eficaz na detecção da infecção malárica). Porém, este método permite,
com mais facilidade, a diferenciação específica dos parasitos a partir da análise
de sua morfologia e das alterações provocadas no eritrócito infectado.

Testes rápidos

Testes rápidos para a detecção de componentes antigênicos de plasmódio –


testes imunocromatográficos representam novos métodos de diagnóstico
rápido de malária. São realizados em fitas de nitrocelulose contendo anticorpo
monoclonal contra antígenos específicos do parasito. Em parasitemia superior
a 100 parasitos/μL, pode apresentar sensibilidade de 95% ou mais quando
comparados à gota espessa. Grande parte dos testes hoje disponíveis
discrimina, especificamente, o P. falciparum das demais espécies. Por sua
praticidade e facilidade de realização, são úteis para a confirmação
diagnóstica, no entanto seu uso deve ser restrito a situações onde não é
possível a realização do exame da gota espessa por microscopista certificado e
com monitoramento de desempenho, como áreas longínquas e de difícil
acesso aos serviços de saúde e áreas de baixa incidência da doença. Estes
testes não avaliam a densidade parasitária nem a presença de outros
hemoparasitos e não devem ser usados para controle de cura, devido a
possível persistência de partes do parasito, após o tratamento, levando a
resultado falso positivo.

13
Técnicas moleculares

O diagnóstico molecular para malária começou a ser testado em meados dos


anos 80 e tem mostrado grande progresso para aprimoramento e simplificação
das técnicas de extração do DNA. As técnicas moleculares mais utilizadas para
o diagnóstico da malária são o Nested PCR ou PCR convencional e o PCR em
tempo real. No entanto, em virtude do custo elevado, da necessidade de
infraestrutura e mão de obra especializada seu uso ainda é restrito a
laboratórios de referência. Estudos tem demonstrado que técnicas de PCR são
mais sensíveis e específicas quando comparadas às técnicas microscópicas e
ao teste imunocromatográfico, portanto com capacidade de detecção do
parasito em pacientes com baixa parasitemia, mas a interpretação dos
resultados positivos ainda é discutida. Existe ainda, um método molecular com
possível utilização em campo, chamado de amplificação isotérmica circular
fluorescente em tempo real (RealAmp) ainda em fase de validação.

Diagnóstico diferencial da malária

O diagnóstico diferencial da malária é feito com a febre tifoide, febre amarela,


leptospirose, hepatite infecciosa, leishmaniose visceral, doença de Chagas
aguda, febres hemorrágicas e outros processos febris. Na fase inicial,
principalmente na criança, a malária confunde-se com outras doenças
infecciosas dos tratos respiratório, urinário e digestivo, quer de etiologia viral ou
bacteriana. No período de febre intermitente, as principais doenças que se
confundem com a malária são as infecções urinárias, tuberculose miliar,
salmoneloses septicêmicas, leishmaniose visceral, endocardite bacteriana e as
leucoses. Todas apresentam febre e, em geral, esplenomegalia. Algumas delas
apresentam anemia e hepatomegalia.

Entre as principais medidas de prevenção individual da malária estão o uso de


mosquiteiros, roupas que protejam pernas e braços, telas em portas e janelas e
uso de repelentes.

Por outro lado, as medidas de prevenção coletiva contra malária são borrifação
intradomiciliar, uso de mosquiteiros, drenagem, pequenas obras de
saneamento para eliminação de criadouros do vetor, aterro, limpeza das
margens dos criadouros, modificação do fluxo da água, controle da vegetação
aquática, melhoramento da moradia e das condições de trabalho e uso racional
da terra.

14
LEISHMANIOSES

A leishmaniose é transmitida por insetos hematófagos (que se alimentam de


sangue) conhecidos como flebótomos ou flebotomíneos. Os flebótomos medem
de 2 a 3 milímetros de comprimento e devido ao seu pequeno tamanho são
capazes de atravessar as malhas dos mosquiteiros e telas. Apresentam cor
amarelada ou acinzentada e suas asas permanecem abertas quando estão em
repouso. Seus nomes variam de acordo com a localidade; os mais comuns
são: mosquito palha, tatuquira, birigüi, cangalinha, asa branca, asa dura e
palhinha. O mosquito palha ou asa branca é mais encontrado em lugares
úmidos, escuros, onde existem muitas plantas.

As fontes de infecção das leishmanioses são, principalmente, os animais


silvestres e os insetos flebotomíneos que abrigam o parasita em seu tubo
digestivo, porém, o hospedeiro também pode ser o cão doméstico e o cavalo.

Na leishmaniose cutânea os animais silvestres que atuam como reservatórios


são os roedores silvestres, tamanduás e preguiças. Na leishmaniose visceral a
principal fonte de infecção é a raposa do campo.

Sintomas:

Leishmaniose visceral: febre irregular, prolongada; anemia; indisposição;


palidez da pele e ou das mucosas; falta de apetite; perda de peso; inchaço do
abdômen devido ao aumento do fígado e do baço.

Leishmaniose cutânea: duas a três semanas após a picada pelo flebótomo


aparece uma pequena pápula (elevação da pele) avermelhada que vai
aumentando de tamanho até formar uma ferida recoberta por crosta ou
secreção purulenta. A doença também pode se manifestar como lesões
inflamatórias nas mucosas do nariz ou da boca.

Para os cães acometidos pela doença, já existe tratamento autorizado no país,


conforme Nota Técnica nº 11/2016, devendo ser prescrito e acompanhado por
médico veterinário.

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Prevenção:

- evitar construir casas e acampamentos em áreas muito próximas à mata;

- fazer dedetização, quando indicada pelas autoridades de saúde;

- evitar banhos de rio ou de igarapé, localizado perto da mata;

- utilizar repelentes na pele, quando estiver em matas de áreas onde há a


doença;

- usar mosquiteiros para dormir;

- usar telas protetoras em janelas e portas.

Outras medidas importantes são manter sempre limpas as áreas próximas às


residências e os abrigos de animais domésticos; realizar podas periódicas nas
árvores para que não se criem os ambientes sombreados; além de não
acumular lixo orgânico, objetivando evitar a presença mamíferos comensais
próximos às residências, como marsupiais e roedores, que são prováveis
fontes de infecção para os flebotomíneos.

A Leishmania é um protozoário parasita de células do sistema fagocítico


mononuclear de mamíferos e répteis, especialmente de macrófagos. As formas
promastigotas (infecciosas) são alongadas e possuem um flagelo locomotor
anterior, que utilizam nas fases extracelulares do seu ciclo de vida. O
amastigota (intracelular) possui um flagelo rudimentar.

Os parasitos causadores das leishmanioses são transmitidos pela picada das


fêmeas de insetos dípteros da
subfamília Phlebotominae (Diptera:Psychodidae).

Os flebotomíneos são cruciais na transmissão da leishmaniose, que ocorre


quando os insetos se alimentam de humanos ou animais infectados. A seguir, o
crescimento dos flagelados no tubo digestivo do vetor torna-se suficiente para
assegurar sua inoculação em hospedeiros susceptíveis.

Se, pouco depois de infectar-se, o flebotomíneo volta a alimentar-se com


sangue, o crescimento dos flagelados pode ser inibido. Mas se a segunda
refeição for feita com sucos de plantas (ou, nas condições de laboratório, com
passas ou soluções açucaradas), as formas promastigotas multiplicar-se-ão
abundantemente no tubo digestivo do inseto. Quando ele ingere novamente
sangue, poderá regurgitar grumos de formas promastigotas infectantes
(metacíclicas) que se concentram na válvula estomodial.

16
ESQUISTOSSOMOSE

A esquistossomose é uma doença parasitária causada pelo Schistosoma


mansoni. Inicialmente a doença é assintomática, mas pode evoluir e causar
graves problemas de saúde crônicos, podendo haver internação ou levar à
morte. No Brasil, a esquistossomose é conhecida popularmente como ―xistose‖,
―barriga d’água‖ ou ―doença dos caramujos‖.

A pessoa adquire a infecção quando entra em contato com água doce onde
existam caramujos infectados pelos vermes causadores da esquistossomose.
Os vermes, uma vez dentro do organismo da pessoa, vivem nas veias do
mesentério e do fígado. A maioria dos ovos do parasita se prende nos tecidos
do corpo humano e a reação do organismo a eles pode causar grandes danos
à saúde.

O período de incubação, ou seja, tempo que os primeiros sintomas começam a


aparecer a partir da infecção, é de duas a seis semanas.

A maioria dos portadores são assintomáticos. No entanto, na fase aguda, o


paciente infectado por esquistossomose pode apresentar diversos sintomas,
como:

 febre;
 dor de cabeça;
 calafrios;
 suores;
 fraqueza;
 falta de apetite;
 dor muscular;
 tosse;
 diarreia.

Na forma crônica da doença, a diarreia se torna mais constante, alternando-se


com prisão de ventre, e pode aparecer sangue nas fezes. Além disso, o
paciente pode apresentar outros sinais, como:

 tonturas;
 sensação de plenitude gástrica;

17
 prurido (coceira) anal;
 palpitações;
 impotência;
 emagrecimento;
 endurecimento e aumento do fígado.

Se não tratada adequadamente, a esquistossomose pode evoluir e provocar


algumas complicações, como, por exemplo:

 aumento do fígado;
 aumento do baço;
 hemorragia digestiva;
 hipertensão pulmonar e portal;
 morte.

A esquistossomose, também conhecida como barriga d'água, febre do


caramujo ou bilharzíaze, é uma doença causada pelos platelmintos do
gênero Schistosoma. O trato urinário e/ou intestinos podem ser infectados.

Existem seis espécies de Schistosoma que podem causar a esquistossomose


ao homem: S. hematobium, S. intercalatum, S. japonicum, S. malayensis, S.
mansoni e S. mekongi. Destas, apenas S. mansoni é encontrada no continente
americano.

Esses vermes se reproduzem dentro de caramujo, seu hospedeiro


intermediário, e suas metacercárias penetram ativamente na pele e mucosas
das pessoas que nadam ou ficam períodos dentro de rios e lagos com
caramujos contaminados. Ou ainda podem ser deglutidos em alimentos
contaminados com as cercárias, porém se elas atingirem o estômago são
destruídas pelo suco gástrico (altamente ácido), entretanto na maioria dos
casos relacionados a ingestão das cercárias, as larvas penetram nas mucosas
antes de chegar ao estômago e dessa forma dão continuidade ao ciclo.

A fase de penetração corporal é o nome dado a sintomas que podem ocorrer


quando da penetração da cercária na pele, mas frequentemente é
assintomática, exceto em indivíduos já infectados antes. Nestes casos é
comum surgir eritema (vermelhidão), reação de sensibilidade
com urticária (dermatite cercariana) e prurido e pele avermelhada ou pápulas
na pele no local penetrado, que duram alguns dias. Na fase inicial ou aguda,
geralmente aparece após três a nove semanas após a penetração das
cercárias quando há disseminação das larvas pelo sangue, e principalmente o
início da postura de ovos o paciente apresenta a síndrome de Katayama.

18
AMEBÍASE, GIARDÍASE E TRICOMONÍASE

A amebíase é uma infecção do intestino grosso e, por vezes, do fígado e outros


órgãos, que é causada pelo protozoário unicelular Entamoeba histolytica, uma
ameba.

As amebas podem ser transmitidas de pessoa para pessoa, ou pelos alimentos


ou água.

As pessoas podem não ter sintomas ou podem ter diarreia, constipação,


cólicas abdominais, sensibilidade no abdome superior e febre.

Os médicos baseiam o diagnóstico na análise de uma amostra de fezes e, se


necessário, em outros testes, como colonoscopia ou ultrassonografia e exames
de sangue.

As pessoas recebem um medicamento que mata as amebas, seguido de um


medicamento que mata a forma dormente (cistos) das amebas no intestino
grosso.

A infecção começa quando se ingere os cistos. Os cistos se abrem, liberando


os trofozoítos que se multiplicam e provocam úlceras no revestimento
intestinal. Ocasionalmente, eles se espalham para o fígado ou outras partes do
corpo. Alguns trofozoítos se tornam cistos que são excretados nas fezes
juntamente com os trofozoítos. Fora do corpo, os trofozoítos frágeis morrem.
No entanto, os cistos resistentes podem sobreviver.

Os cistos podem ser transmitidos diretamente de pessoa para pessoa, ou de


forma indireta pelos alimentos ou pela água. A amebíase também pode se
disseminar por sexo oral-anal.

Nas áreas com más condições sanitárias, a amebíase é adquirida pela


ingestão de alimentos ou água contaminada com fezes. As frutas e os legumes
podem ser contaminados quando crescem em terras fertilizadas com fezes
humanas, quando são lavados com água poluída ou são preparados por
alguém que está infectado. A amebíase pode ocorrer e se disseminar em locais
com condições sanitárias adequadas se pessoas infectadas forem
incontinentes ou houver má higiene (por exemplo, em centros de cuidados
diurnos ou instituições de saúde mental).

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A maioria das pessoas infectadas apresenta poucos ou nenhum sintoma. No
entanto, elas excretam os cistos nas fezes e, dessa forma, podem disseminar a
infecção.

Os sintomas de amebíase normalmente se desenvolvem ao longo de uma a


três semanas e podem incluir

Diarreia, às vezes com sangue visível nas fezes

Dor abdominal acompanhada de cólicas

Perda de peso e febre

Em algumas pessoas, as amebas são transmitidas para o fígado, onde podem


causar um abscesso. Os sintomas incluem febre, suores, calafrios, fraqueza,
enjoo, vômito, perda de peso e dor ou desconforto na região superior direita do
abdômen sobre o fígado.

Raramente, as amebas são transmitidas para outros órgãos (incluindo os


pulmões ou o cérebro). A pele pode ficar igualmente infectada, especialmente
ao redor das nádegas (infecção que se disseminou de fezes contaminadas),
genitais (por exemplo, úlceras no pênis decorrentes de relação sexual anal com
uma pessoa infectada) ou feridas causadas por lesão ou cirurgia abdominal.

Não existe vacina. A prevenção da amebíase consiste na melhoria das


condições de saneamento, principalmente separar a água e alimentos das
fezes. Existem duas opções de tratamento, dependendo da localização da
infeção. A amebíase nos tecidos é tratada
com metronidazol, tinidazol, nitazoxanida, desidroemetina ou cloroquina,
enquanto a infeção nos intestinos é tratada com furoato de
diloxanida ou diiodohidroxiquinoleína. O tratamento eficaz de todos os estádios
da doença pode necessitar de uma associação entre medicamentos. As
infeções sem sintomas não necessitam de tratamento. No entanto, uma vez
que as pessoas afetadas podem transmitir o parasita, o tratamento pode ser
considerado. Não é necessário tratamento para infeções por
outros Entamoeba para além do E. histolytica.

A amebíase pode provocar de uma simples disenteria (diarreia) até o


comprometimento de algum órgão ou tecido. Ela ocorre em todo o mundo e
geralmente está associada a condições econômica e de higiene precárias. Por
que? Pelo simples fato de que só se pega amebíase ingerindo cistos que
contaminam a água e os alimentos.

20
Giardíase é a infecção causada pelo protozoário flagelado Giardia
duodenalis (G. lamblia, G. intestinalis). A infecção pode ser assintomática ou
provocar sintomas que variam de flatulência intermitente a má absorção
crônica. O diagnóstico é feito por meio da identificação do agente nas fezes a
fresco ou do conteúdo duodenal, ou por análise de antígeno de Giardia nas
fezes. O tratamento é feito com metronidazol, tinidazol, ou nitazoxanida; ou,
durante a gestação, paromomicina.

Os sintomas da giardíase aguda em geral se manifestam 1 a 14 dias (média de


7 dias) depois da infecção. São normalmente leves e incluem diarreia aquosa
fétida, cólicas e distensão abdominais, flatulência e eructação, náuseas
intermitentes, desconforto epigástrico e, algumas vezes, leve grau de mal-estar
e anorexia. A giardíase aguda normalmente dura 1 a 3 semanas. A má
absorção de gordura e açúcar pode provocar perda ponderal significante em
casos graves. Não são encontrados sangue ou leucócitos nas fezes.

Um subgrupo de pacientes infectados desenvolve diarreia crônica com fezes


fétidas, distensão abdominal e eructação fétida. Perda ponderal significativa
pode ocorrer. A giardíase crônica ocasionalmente provoca desenvolvimento
precário em crianças.

Diagnóstico:

 EIA para antígenos nas fezes


 Exame microscópico das fezes

O EIA para detectar antígeno de parasita em fezes é mais sensível que o


exame microscópico. Trofozoítos característicos ou cistos em fezes confirmam
o diagnóstico, mas a eliminação de parasita é intermitente e em baixos níveis
nas infecções crônicas. Portanto, o diagnóstico microscópico pode requerer
exames de fezes repetidos.

A amostra dos conteúdos intestinais superiores também pode apresentar


trofozoítos, mas é raramente necessária.

Há sondas de DNA específicas. Testes estão disponíveis no CDC e é provável


que sejam cada vez mais disponibilizados nos laboratórios de referência.

Prevenção requer:

Tratamento adequado de água pública

Preparação higiênica de alimentos

Higiene fecal-oral adequada

21
A água pode ser descontaminada por meio de fervura. Cistos
de Giardia resistem a níveis rotineiros de cloração. A eficácia da antissepsia
com compostos contendo iodo é variável e depende da turvação e da
temperatura da água e da duração do tratamento. Alguns dispositivos portáteis
de filtração podem remover cistos de Giardia da água contaminada, mas a
eficácia de vários sistemas de filtragem não foi avaliada completamente.

O tratamento para eliminação de cisto assintomático pode reduzir,


teoricamente, a disseminação da infecção, mas o custo-benefício permanece
incerto.

Giardíase é uma infecção intestinal causada por um parasita microscópico que


é encontrado em todo o mundo, especialmente em áreas com más condições
de saneamento e água contaminada. A giardíase é marcada por cólicas
abdominais, flatulência, náuseas e episódios de diarreia aquosa.

A maneira mais comum de se infectar com giardíase é depois de


engolir água contaminada. Parasitas são encontrados em lagos, lagoas, rios e
córregos em todo o mundo, bem como no abastecimento de água, poços,
cisternas, piscinas, parques e spas de água municipais. Águas subterrâneas e
superficiais podem ser contaminadas a partir de fezes de escoamento agrícola,
de descarga de águas residuais ou de animais. Crianças que usam fraldas e
pessoas com diarreia pode acidentalmente contaminar piscinas e spas.

Os profissionais de saúde que podem diagnosticar e tratar a giardíase incluem:

 Profissionais de enfermagem
 Clínico geral
 Infectologista
 Pediatra.

Durante o exame físico, o médico pode pedir para o paciente se deitar e


pressionar suavemente várias partes do abdômen. Ele ou ela também pode
verificar a boca e pele para detectar sinais de desidratação. Por fim, pode ser
pedida uma amostra de fezes para que sejam feitos testes.

Os medicamentos mais usados para o tratamento de giardíase são:

 Albentel
 Annita
 Benzoilmetronidazol
 Flagyl
 Flagyl Pediátrico  Metronidazol
 Helmizol (comprimido)  Secnidazol
 Helmizol (suspensão)

22
Tricomoníase é uma IST causada por causada por um protozoário,
o Trichomonas vaginalis, encontrado com mais frequência na genitália
feminina. A transmissão é sexual e o uso da camisinha masculina ou feminina
é a melhor forma de prevenção.

Sinais e sintomas:

Corrimento amarelado, amarelo-esverdeado ou acinzentado com mau cheiro,


geralmente lembrando peixe.

Às vezes ocorre prurido, sangramento após relação sexual, dor durante relação
sexual e dor ao urinar.

A tricomoníase pode ser assintomática, mas é um facilitador para a


transmissão de outros agentes infecciosos agressivos, como gonorreia e
infecção por clamídia, e na gestação, quando não tratada, pode evoluir para
rompimento prematuro da bolsa.

T. vaginalis é um protozoário flagelado sexualmente transmitido que infecta


homens com menos frequência do que mulheres (aproximadamente 20% das
mulheres em idade fértil). A infecção pode ser assintomática em ambos os
sexos, mas assintomática é a regra para homens. Em homens, o organismo
pode persistir por longos períodos no trato geniturinário sem provocar sintomas
e pode ser transmitido involuntariamente a parceiros sexuais. Tricomoníase
pode responder por 5 a 15% das uretrites masculinas não gonocócicas e não
clamídicas em algumas áreas.

Mulheres podem apresentar sintomas que variam de nenhuma secreção


vaginal à secreção vaginal copiosa, amarelo-esverdeada e espumosa, com
sensibilidade na vulva e no períneo, dispareunia e disúria. Uma infecção
previamente assintomática pode se tornar sintomática a qualquer momento,
com inflamação da vulva e do períneo e edema de lábios. As paredes vaginais
e a superfície da cérvice podem apresentar lesões puntiformes, em tom
―vermelho-morango‖. Uretrite e, possivelmente, cistite também podem ocorrer.

Homens normalmente são assintomáticos; porém, algumas vezes, a uretrite


resulta em uma secreção que pode ser passageira, espumosa ou purulenta, ou
causar disúria e polaciúria, em geral no início da manhã. Com frequência, a
uretrite é leve e causa apenas irritação uretral mínima e umidade ocasional no
meato uretral, sob o prepúcio, ou em ambos. Epididimite e prostatite são
complicações raras.

23
Exame microscópico é o método mais simples e permite que os médicos
testem a tricomoníase e a vaginose bacteriana ao mesmo tempo. Os testes
para as duas infecções devem ser feitos porque elas causam sintomas
semelhantes e/ou podem coexistir. Secreção vaginal é obtida do fórnix
posterior. O pH é medido. Em seguida, as secreções são colocadas enre 2
lâminas e diluídas com hidróxido de potássio a 10% em uma lâmina (exame a
fresco com KOH) e com cloreto de sódio a 0,9% na outra (exame a fresco com
soro fisiológico). Para o teste do cheiro, a amostra de KOH é marcada por odor
de peixe, decorrente das aminas produzidas na vaginite por tricomonas ou
vaginite bacteriana. A lâmina úmida com solução salina é examinada ao
microscópio óptico o mais rápido possível para detectar tricomonas, que podem
se tornar imóveis e mais difíceis de reconhecer minutos após a preparação da
lâmina. (Os tricomonas tem a forma de pera com flagelos, muitas vezes
móveis, e em média têm 7 a 10 μm — aproximadamente o tamanho dos
leucócitos, mas ocasionalmente alcançam 25 μm.) Se houver tricomoníase,
haverá também numerosos neutrófilos. Tricomoníase também é comumente
diagnosticada visualizando o organismo quando o teste de Papanicolaou (Pap)
é feito.

Tricomoníase (CID 10 - A59) é uma infecção do trato vaginal inferior feminino


ou trato genital masculino causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis.
Pode ser assintomática ou causar sintomas como uretrite e vaginite e,
ocasionalmente, cistite, epididimite e prostatite.

O agente causador da tricomoníase é um protozoário unicelular


chamado Trichomonas vaginalis ou T. vaginalis, um tipo de parasita minúsculo
que se transmite entre as pessoas durante a relação sexual. O período de
incubação entre a exposição e a infecção pode variar de cinco a 28 dias.

Os principais fatores de risco para tricomoníase são:

 Fazer sexo sem camisinha


 Fazer sexo com múltiplos parceiros(as)
 Histórico de outras DSTs
 Episódio prévio de tricomoníase
 Baixa imunidade
 Problemas afetivos com o parceiro(a)
 Uso de piscina

Muitas mulheres e maioria dos homens com tricomoníase não apresentam


sintomas, pelo menos não no início.

24
CESTOIDES E NEMATOIDES

Cestoda é uma classe do filo Platyhelminthes que se caracterizam pela


ausência do sistema digestório. Os alimentos são absorvidos pela pele que tem
revestimento semelhante aos dos trematódeos. Todos os representantes desta
classe são parasitas internos.

Os adultos habitam o intestino de vertebrados, enquanto as larvas instalam-se


em outros hospedeiros. Possuem o corpo dividido em três
regiões: escólex, colo e proglotes.

A teníase é uma parasitose intestinal, decorrente da ingestão de cisticercos; o


verme adulto, no intestino humano, provoca aumento da motilidade intestinal e
inflamação crônica eosinofílica. Os sintomas são: dor abdominal, sensação de
fome, astenia, náuseas, diarreia e perda de peso mesmo na vigência de bom
apetite. O diagnóstico é feito pela visualização de ovos ou proglotes nas fezes.

O indivíduo adulto possui ventosas e ganchos no escólex, onde há a


eliminação de proglotes.

Esses proglotes vindos de um homem contaminado, possui milhares de ovos.


O hospedeiro intermediário (porco ou homem) ingere os ovos e desenvolve o
cisticerco nos seus tecidos, principalmente no tecido muscular. Depois, o
homem pode ingerir carne contaminada e mal cozida, levando ao
desenvolvimento da tênia adulta no intestino. O período pré-patente é de
sessenta a setenta dias. .

A cisticercose se constitui no desenvolvimento de cisticercos no tecido


humano, decorrentes da ingestão acidental de ovos da Taenia. Ocorre em
locais diversos do organismo, principalmente no cérebro (neurocisticercose),
olhos, músculos e fígado. Manifesta-se por convulsões, perda da acuidade
visual, psicoses, fadiga, cãibras. O diagnóstico é feito por métodos de imagem
e sorologia.

A prevenção inclui saneamento básico e cozimento adequado da carne. O


congelamento e o resfriamento da carne reduzem a viabilidade dos cisticercos
para alguns dias.

25
A teníase é uma infecção intestinal que leva à inflamação crônica eosinofílica
da mucosa intestinal; manifesta-se por dor abdominal, sensação de fome,
astenia, perda de peso mesmo na vigência de bom apetite, náuseas, diarreia.
O adulto não possui ganchos no escólex, apenas ventosas.

Seu ciclo constitui-se:

Na eliminação de proglotes nas fezes da pessoa contaminada, cada uma


possuindo vinte a setenta mil ovos. O hospedeiro intermediário (boi) ingere os
ovos e desenvolve o cisticerco nos músculos. Depois, o homem pode ingerir
carne contaminada e mal cozida, levando ao desenvolvimento da tênia adulta
no intestino. O período pré-patente é de sessenta a setenta dias.

A prevenção inclui saneamento básico e cozimento adequado da carne. O


congelamento e o resfriamento da carne permitem a viabilidade dos cisticercos
por alguns dias. O homem é o grande agente de contaminação do ambiente e
por isso deve ser tratado adequadamente com medicação tenicida.

O ciclo de vida de Taenia saginata começa, quando os ovos são passados nas
fezes de um ser humano infectado em uma proglotide ou um segmento de
tênia. Eles podem sobreviver alguns meses fora no ambiente. Se uma vaca (o
hospedeiro intermediário) se alimenta de vegetação contaminada, ingere ovos
maduros ou proglótides gravidas.

No intestino delgado larvas chamadas oncosferas eclodem, penetram na


parede intestinal, entram na corrente sanguínea e migram para o tecido
muscular, onde se diferenciam em cisticercos.

Os cisticercos minúsculos podem sobreviver por anos e ainda infectar os seres


humanos quando comem a carne. Se a carne não é cozida corretamente, os
cisticercos não morrem e assim se alojam no intestino delgado e se
desenvolvem em adultos dentro de dois meses. Os adultos se anexam à
parede intestinal com seu usando seus ganchos, localizados na cabeça da
escólex. Os proglótides amadurecem e crescem à medida que se afastam do
pescoço. São cerca de 16-20 mm de comprimento e 5-7 mm de largura e tem
seus próprios órgãos reprodutivos. Eles absorvem nutrientes através de suas
membranas e produzem até 100 000 ovos por dia. Eles se movem com a
cauda e podem se movem nas fezes para fora do corpo humano.

Uma Taenia saginata completa é de cor esbranquiçada e tem cerca de 1000-


2000 proglótides e cerca de seis deles destacam todos os dias. Os ovos
geralmente permanecem dentro dos proglótides até que eles estão fora no
ambiente. Quando a proglótide se rompe, libera os ovos. Se as fezes caem em
pastagem para gado, uma vaca pode ingerir acidentalmente proglótides ou
ovos e recomeçar seu ciclo. A Taenia saginata pode viver até 25 anos e

26
crescer até 5 metros, mas em alguns casos pode atingir comprimentos de mais
de 10 metros.

O ciclo de vida de todos os cestódeos (vermes em fita) caracteriza-se por 3


etapas — ovos, larvas e fase adulta. Os adultos habitam os intestinos de
hospedeiros definitivos, mamíferos carnívoros. Várias tênias adultas que
infectam seres humanos são denominadas de acordo com seu hospedeiro
intermediário:

A tênia de peixe (Diphyllobothrium latum)

A tênia da carne bovina (Taenia saginata)

A tênia da carne de porco (Taenia solium)

Uma exceção é a tênia asiática (Taenia asiatica), que é semelhante a T.


saginata em muitos aspectos, mas é adquirida pela ingestão de carne de porco
na Ásia.

As tênias possuem 3 porções reconhecíveis:

O escólex (cabeça) funciona como um órgão ancorado que se prende à


mucosa intestinal.

O pescoço é uma região não segmentada de capacidade regenerativa alta. Se


o tratamento for falho ao eliminar o pescoço e o escólex, o verme inteiro poderá
se regenerar.

O resto do verme consiste em numeroso proglotes (segmentos). Proglotes


mais próximos do pescoço não são diferenciados. Como os proglotes se
movem pela cauda, cada um desenvolve órgãos sexuais hermafroditas.
Proglotes distais ficam prenhes e contêm ovos no útero.

Tratamento:

Fármacos anti-helmínticos

O fármaco anti-helmínticos praziquantel é eficaz para infecções intestinais por


tênia. A niclosamida é uma alternativa que não está disponível nos EUA. A
nitazoxanida pode ser utilizada para infecções por H. nana.

Algumas infecções extraintestinais respondem ao tratamento anti-helmíntico


com albendazole e/ou praziquantel; outras requerem intervenção cirúrgica.

27
Nematoda (nematódeos), nematelmintos, ou ainda nematelmintas, são
um filo de animais cilíndricos espetacularmente alongados. São
animais triblásticos, protostômios, pseudocelomados. Seu corpo cilíndrico,
alongado e não segmentado exibe simetria bilateral. Possuem sistema
digestivo completo, sistemas circulatório e respiratório; sistema
excretor composto por dois canais longitudinais (renetes-formato de
H); sistema nervoso parcialmente centralizado, com anel nervoso ao redor
da faringe.

Os nematódeos de vida livre são pequenos, geralmente menores do que


2,5 mm de comprimento e têm o corpo construído no mesmo plano
fundamental, um cilindro quase perfeito, nu, delgado e alongado, com
aspecto filiforme, em sua maioria, ou fusiforme. O animal é essencialmente um
tubo dentro de outro tubo: o tubo externo é a parede corpórea, constituída,
externamente, por uma cutícula complexa e, internamente, por uma camada
de músculos longitudinais. O tubo interno é o trato digestivo, que é terminal na
extremidade anterior mas subterminal posteriormente. Entre a parede e o tubo
digestivo há a cavidade corpórea ou pseudoceloma, preenchida por líquido,
que funciona como um "esqueleto hidrostático", além de favorecer a
distribuição de nutrientes e recolher excretas, e na qual se encontram
os órgãos reprodutores.

A epiderme é sincicial, ou seja, formada por uma massa celular multinucleada,


ou celular, dependendo da espécie, e produz uma cutícula depositada
externamente a ela. A cutícula é acelular, lisa, resistente e oferece proteção
para o animal; em algumas formas, ela apresenta projeções que ajudam
na locomoção. A cutícula tem de ser mudada para o animal crescer, um
processo denominado ecdise - que coloca este filo no grupo dos Ecdysozoa,
juntamente com os artrópodes e outros filos.

Seus músculos são exclusivamente longitudinais, dispostos no sentido do


comprimento do corpo. Isso faz com que a sua capacidade de locomoção seja
mais limitada que a dos platelmintos. Os músculos são ativados pelas
cadeias nervosas, que se encontram ao longo de todo o corpo do animal, uma
na região ventral e outra na dorsal. Ao contrário de outros animais, em que os
nervos se ramificam para os músculos, nos nematódeos são os músculos que
se ramificam para atingirem os cordões nervosos. Estes cordões ligam-se a um
anel à volta da faringe e possuem vários gânglios adicionais perto da
extremidade anterior, mas sem formar um verdadeiro cérebro. Nessa região
encontram-se órgãos sensoriais reduzidos.

Os nematóides são organismos que escapam à nossa percepção devido ao


seu intimo tamanho e à sua coloração quase transparente. Estas criaturas
ativas alongadas se movem como serpentes e habitam solo, rios, lagos e

28
mares, e podem ser encontradas desde regiões extremamente frias até regiões
de desertos. Os nematóides podem ser de vida livre, parasitas de plantas, de
insetos ou de animais.

Um grande número de nematóides parasitam plantas, atacando principalmente


seus órgão subterrâneos, como raízes, bulbos, tubérculos e rizomas, e também
os órgãos aéreos, como caule, folhas e sementes. Todas as espécies de
plantas cultivadas são parasitadas por nematóides, porém, devido ao pequeno
tamanho deste grupo de nematóides (0,3 a 3mm de comprimento e 0,015 a
0,050 mm de diâmetro) e em razão de os sintomas causados nas plantas se
confundirem com os de deficiência mineral ou de outra origem, estes serem
passam despercebidos pelos agricultores.

Estes organismos, ao se alimentarem ou ao penetrarem e se movimentarem


nos tecidos das plantas, causam danos mecânicos. Além disso, retiram
nutrientes da planta para seu próprio sustento. Contudo, os danos maiores são
geralmente devido à ação tóxica das substâncias que os nematóides injetam
nas plantas. A formação de galhas nas raízes, causadas por Meloidogyne spp.,
é um exemplo da ação direta destas substâncias. Elas também tornam as
plantas mais suscetíveis ao ataque de outros patógenos, como fungos e
bactérias.

Verminoses é um grupo de doenças causadas por vermes parasitas que se


instalam no organismo. Causadas especialmente pela falta de saneamento
básico e hábitos de higiene, os vermes geralmente se alojam nos intestinos,
mas podem abrigar-se também em órgãos, como o fígado, pulmões e cérebro.

A contaminação acontece através do contato, principalmente a ingestão, de


água e alimentos infectados e por meio de feridas na pele. Os principais
sintomas das verminoses são dores abdominais, náuseas, vômitos, diarreia,
falta de apetite, perda de peso, anemia, problemas respiratórios.

O diagnóstico é feito por meio de exames laboratoriais, como o de fezes e de


sangue. O tratamento deve ser feito com vermífugos específicos. Pequenos
cuidados como lavar as mãos com frequência, lavar os alimentos e beber água
filtrada colaboram bastante no combate das verminoses.

29
TOXOPLASMOSE

A toxoplasmose é uma infecção causada por um protozoário chamado


―Toxoplasma Gondii‖, encontrado nas fezes de gatos e outros felinos, que pode
se hospedar em humanos e outros animais. É causada pela ingestão de água
ou alimentos contaminados e é uma das zoonoses (doenças transmitidas por
animais) mais comuns em todo o mundo.

A maioria das pessoas infectadas pela primeira vez não apresenta sintomas e,
por isso, não precisam de tratamentos específicos. A doença em outros
estágios, no entanto, pode trazer complicações, como sequelas pela infecção
congênita (gestantes para os filhos), toxoplasmose ocular e toxoplasmose
cerebral em pessoas que têm o sistema imunológico enfraquecido, como
transplantados, pacientes infectados com o HIV ou em tratamento oncológico.

As principais vias de transmissão da toxoplasmose são:

 Via oral (ingestão de alimentos e água contaminados)


 Congênita (transmitido de mãe para filho durante gestação), sendo raros
os casos de transmissão por inalação de aerossóis contaminados,
inoculação acidental, transfusão sanguínea e transplante de órgãos.

A toxoplasmose normalmente evolui sem sequelas em pessoas com boa


imunidade, desta forma não se recomenda tratamento específico, apenas
tratamento para combater os sintomas. Pacientes com imunidade
comprometida ou que já tenham desenvolvido complicações da doença
(cegueira, diminuição auditiva) são encaminhados para acompanhamento
médico especializado.

O diagnóstico da toxoplasmose é baseado, principalmente, em exames de


sangue.

30
Contaminação por água e alimentos: a confirmação de casos de
toxoplasmose decorrentes de surtos de transmissão por água ou alimentos
deve ser feita, necessariamente, por critério laboratorial específico a partir dos
resultados dos exames de sangue, uma vez que a doença é comum em
diversas regiões.

Adquirida ou congênita: é diagnosticada principalmente pela identificação de


anticorpos específicos contra o parasito. A sorologia é sensível, específica e
possível de ser realizada em laboratórios de menor complexidade. Em
situações de surto, a identificação do vínculo de casos à fonte de transmissão
deve ser feita criteriosamente, considerando sempre os achados laboratoriais
que indicam o tempo provável da infecção.

A principal medida de prevenção da toxoplasmose é a promoção de ações de


educação em saúde, principalmente em mulheres que estão em idade fértil e
pessoas com imunidade comprometida. É fundamental manter uma higiene
alimentar. Saiba mais sobre as medidas de prevenção e controle que devem
ser adotados para evitar a infecção por toxoplasmose.

Toxoplasmose, ou ―Doença do Gato‖, (CID 10 B58. 8) é uma doença infecciosa


causada pelo protozoário chamado Toxoplasma gondii, encontrado nas fezes
dos gatos e outros felinos. Pode causar sintomas semelhantes aos da gripe em
algumas pessoas e até infectar o cérebro.

Contudo, homens e outros animais também podem hospedar o parasita. Para


crianças nascidas de mães infectadas e de pessoas com sistema imunológico
enfraquecido, a toxoplasmose pode causar complicações sérias.

Os felinos são os únicos animais em que o protozoário pode completar o seu


ciclo e se tornar hospedeiro definitivo.

O oocisto é formado no tubo digestivo do hospedeiro e eliminado. Após a


eliminação se dá a esporulação, que é caracterizada pelo aumento de volume
do parasito e pela produção de esporozoítos no seu interior.

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Referências Bibliográficas

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