Volume 12
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Volume 12
CNPJ 29.288.827/0001-24
ISSN 2764-7838
CLEONILDO DE LIMA CAMPOS
DIRETOR
EDITOR (ES)
JEFFERSON FERNANDO DE PINHO E SILVA
JENNYFER DE PINHO E SILVA
DESIGNER GRÁFICO
WENDER TALLIS LARA
VOLUME 12 DIGITAL
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RESUMO
O objetivo deste artigo é discutir as contribuições que o brinquedo pode oferecer à
aprendizagem e ao desenvolvimento infantil. Para tanto foi feita uma pesquisa bibliográfica
sobre as definições, os tipos e como podem ser trabalhados os brinquedos na educação. O
brinquedo é um recurso que pode estimular o desenvolvimento infantil e proporcionar meios
facilitadores para a aprendizagem escolar. Utilizar o brinquedo como recurso escolar é
aproveitar uma motivação própria da criança tornando a aprendizagem mais atraente.
Entretanto, o meio escolar encontra dificuldades como falta de espaços estruturados,
profissionais despreparados, entre outros fatores que impedem a utilização do brinquedo como
recurso facilitador no processo daaprendizagem.
Palavraschave: Brinquedos. Aprendizagem. Prática Pedagógica
INTRODUÇÃO
Este artigo analisa como os brinquedos influenciam a aprendizagem na educação
infantil. Este tipo de aprendizagem inclui o lúdico como instrumento de ensino, dando à
criança objetos reais para que possa manipulá-los. As vantagens de se trabalhar com os
brinquedos no processo de educação é permitir à criança ação, afetividade, construção de
representações mentais, manipulações dos objetos que desenvolvem raciocínio, habilidade
sensório-motor além das trocas nas interações que estimulam múltiplas inteligências,
contribuindo para o desenvolvimento cognitivoinfantil.
O brincar alegra, desperta sentimentos, contribui para o desenvolvimento global e para
a socialização, pois dificilmente brincamos sozinhos. O brinquedo torna- se objeto de
comunicação, meio pelo qual a criança sai de uma relação centralizada em um objeto, para
torná-lo um utensílio mediador entre ela e as outras crianças, entre ela e o mundo. O
brinquedo traduz o mundo para a realidade infantil possibilitando o desenvolvimento da
inteligência, sensibilidade, habilidade e criatividade, proporcionando a socialização entre
crianças e adultos.
Na teoria de Carr, citado por Barros (1988, p.185), “admite-se que o brinquedo tem a
função de descarregar as tendências anti-sociais que são naturais na criança, mas que se
mostram incompatíveis com o estágio atual de nossa civilização. O brinquedo tem, portanto
uma função catártica, isto é purificada”.
O lúdico é uma opção de trabalhar o conhecimento de forma prazerosa, pois é
através do brincar que a criança aprende a lidar com o mundo e contribui para formação de sua
personalidade, recriando situações vivenciadas por elas e por suas experiências. Dentro dessa
compreensão Kishimoto (2003, p.18) afirma:
Admite-se que o brinquedo represente certas realidades. Uma
representação é algo presente no lugar de algo. Representar é
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
No decorrer deste artigo foram elencados argumentos que evidenciam o brinquedo
como uma ferramenta para estimular o desenvolvimento infantil e a aprendizagem no
contexto escolar. A pesquisa realizada oferece aos profissionais de educação a oportunidade
de reverem e se, necessário, reestruturarem seus planos de ensino para deixá-los mais atrativos
e eficazes no trabalho com crianças.
Quanto à aprendizagem, utilizar o brinquedo como recurso é aproveitar a motivação
interna que as crianças têm e tornar a aprendizagem de conteúdos escolares mais atraentes.
Entretanto, de acordo com as pesquisas, o meio escolar ainda não está conseguindo utilizar o
brinquedo como facilitador para essa aprendizagem. Muitas dificuldades e barreiras ainda são
encontradas, tais como a falta de espaços adequados, de recursos e principalmente, de
capacitação profissional.
A utilização do brinquedo como uma estratégia a mais para aprendizagem trará
benefícios tanto para as crianças, que terão mais condições facilitadoras para o seu
desenvolvimento, quanto para os professores, que poderão utilizar mais um recurso para
atingir seus objetivos escolares.
O espaço do brinquedo, a Brinquedoteca, é fundamental na escola. Nele, as relações
entre as crianças acontecem (troca, socialização, partilha) evitando atitudes egocêntricas e
promovendo o aprender para a vida, com aproximação entre a realidade, a imaginação, a
criatividade e o saber.
REFERÊNCIAS
CAMPOS, Dinah Martins de Souza. Psicologia da aprendizagem. 10ª ed. Petrópolis: Vozes,
1978.
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O LETRAMENTO E O LÚDICO NAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
LILIANE ALVES PINHEIRO LIMA
RONILDA MARIA DA CRUZ RIBEIRO
ELIZE MARINHO LISBOA
RESUMO
O letramento vem como proposta de alfabetização por meio da prática social. Enquanto a alfabetização
objetiva o conhecimento e o reconhecimento da escrita e da leitura por meio da codificação e
decodificação, o letramento consiste nas práticas sociais da escrita e da leitura. Hoje, sabe - se que a
aprendizagem da linguagem escrita, assim como as práticas de letramento se iniciam muito antes da
entrada na escola, nas leituras que a criança faz do mundo que a rodeia, nas diferentes formas de
interação que estabelece. Conclui-se o estudo, enfatizando a importância do desenvolvimento das
atividades lúdicas, no contexto da educação infantil, reconhecendo-as como reais desencadeadoras,
mediadoras do letramento.
INTRODUÇÃO
Neste artigo queremos relatar que por meio do letramento associado à ludicidade, surge uma
nova perspectiva para o desenvolvimento do ensino escolar, onde os alunos aprendem através de jogos e
brincadeiras. A necessidade de resgatar o valor do brinquedo e das brincadeiras em um ambiente escolar
é essencial e consolida ações de valores e códigos de moral e conduta cidadã. Por se entender que, no
espaço da educação infantil, as atividades lúdicas dão suporte ao protagonismo da criança dentro do
processo de aprendizagem, espera-se salientar sua a importância como mediadoras no processo de
desenvolvimentodosprocessos de letramentodessacriança.
A partir da hipótese de que, pela brincadeira, a criança realiza atividades essenciais para o seu
desenvolvimento e que, por meio desse brincar, ela alcança as formas superiores mentais ao mesmo
tempo se torna participante efetiva de seu meio sociocultural, objetiva-se, dentro deste estudo, entender a
contribuição do ato de brincar para a aquisição das formas superiores de desenvolvimento, como a
apropriação da linguagem escrita e as práticas de letramento nas crianças que integram o espaço da
educação infantil. E por meio da ludicidade as crianças socializam com o mundo atual, tornando a sala
de aula em um ambientemais afetuoso.
Desse modo, o objetivo desse artigo é enfatizando a importância do desenvolvimento das
atividades lúdicas, no contexto da educação infantil, reconhecendo-as como reais desencadeadoras,
mediadoras do letramento.
Assim buscando a dimensão político-estético da aquisição do conhecimento para o bojo da
discussão e a questãodolúdico, do imaginário, da brincadeira e dojogo como elementos capazes de
contribuírem de forma decisiva, noprocesso de construção dalinguagem e do pensamento.
Em sua metodologia, o estudo contou com a pesquisa. Visando oportunizar a discussão sobre a
importância doletramentoe o lúdiconaspráticas pedagógicas.
2. METODOLOGIA
2.1 O Letramento
É a prática social da leitura e da escrita. A palavra letramento surgiu na metade dos anos 80,
nodiscurso de especialistasdessas áreas que desejavamuma educaçãode boa qualidade paratodos.
O termo letramento é um conceito bastante utilizado, tantopor teóricos, quanto por
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Professores que atuam com educação. Sabemos, contudo, que muitos profissionais não sabem ao certo o
significado
desse conceito. Assim, Soares afirma que ‘’[...] letramento é, pois, o resultado da ação de ensinar ou
aprender a ler e escrever: o estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como
consequência de ter-seapropriadoda escrita’’
(SOARES, 2012, p. 18).
Um fator importante a ser ressaltado é que ‘[...] no Brasil os conceitos de alfabetização e
letramento se mesclam, se superpõem, frequentemente se confundem (SOARES, 2003, p. 7). No
entanto, mesmo cada um apresentado os seus próprios significados, ‘[...] a discussão do letramento surge
sempre enraizadano conceitode alfabetização [...]’ (SOARES, 2003, p.8).
Percebemos que o letramento inicia muito antes de ocorrer a alfabetização. Mesmo quando as
crianças não identificamo código
Escrito, mas estão inseridas em uma cultura grafocêntrica, elas podem ser consideradas
indivíduosletrados, poisjá estãosabendo fazer uso da leitura e daescrita. Soares (2012) ressalta que:
[...] só recentemente passamos a enfrentar esta nova realidade social em que não basta apenas
saber ler e escrever, é preciso também fazer uso do ler e do escrever, saber responder às exigências de
leitura e de escrita que a sociedade faz continuamente-daí o recente surgimento do termo letramento
(que, como já foi dito, vem-setornandode usocorrente, emdetrimentodotermoalfabetismo
(SOARES, 2012, p. 20)
No entendimento de Soares (2012, p. 39-40), ‘’[...] um indivíduo alfabetizado não é
necessariamente um indivíduo letrado’’. E acrescenta que ‘’[...] alfabetizado é aquele indivíduo que sabe
ler e escrever; já o indivíduo letrado , o indivíduo que vive em estado de letramento, é não só aqueles
que sabe ler e escrever, mas aquele que usa socialmente a leiturae a escrita [...]’’ (p.39-40).
O nível de letramento é determinado pela variedade de gêneros textuais que a criança ou adulto
reconhece. Uma criança que vive em um ambiente em que se lêem livros revistas, jornais e outros tipos
de leitura, ou os adultos lêem para as crianças em voz alta enriquecendo com gestos e ilustrações, terá
um nível de letramento superior ao de uma criança cujo os pais são analfabetos e não tenha nenhum
acesso a esse mundoletrado. Onde Paulo Freire afirmaque:
Na verdade, o domínio sobre os signos linguísticos escritos, mesmo pela criança que se
alfabetiza, pressupõe uma experiência social que o procede-a da ‘’leitura’’ do mundo, que aqui
chamamos de letramento. ( Freire, 1990, p.).
A prática do Letramento vai além do mundo da escrita tal qual ele é concebido como a família,
igrejas e até mesmoa ruacomo local de trabalhonos mostram diferenciações de letramento.
Letramento é o resultado de ensinar a ler e a escrever. É o estado ou a condição que adquire
um grupo social ou individuo como consequência de ter-se apropriado da escrita. É usar a leitura e a
escrita para seguir instruções.
A palavra letramento não está dicionarizada porque foi introduzida muito recentemente na
línguaportuguesatantoquequase podemos datar com precisãosua entrada nanossalíngua.
O letramento tem início quando a criança começa a conviver com as diferentes manifestações
da escrita na sociedade e se amplia cotidianamente por toda vida, com a participação nas práticas sociais
que envolvem a língua escrita. Abarca as mais diversas práticas de escrita na sociedade e por ir desde
uma apropriação mínima da escrita, tal como o indivíduo que é analfabeto, mas letrado na medida em
que identifica o valor do dinheiro e o ônibus que tomar, consegue fazer cálculos complexos sabe
distinguir marcas de mercadorias etc..., porém não escreve cartas, não lê jornal etc. Se a criança ler, mas
pede que leiam histórias para ela, ou finge estar lendo um livro, se não sabe escrever, mas faz rabiscos
dizendo que aquilo é uma carta que escreveu para alguém, é letrada, embora analfabeta porque conhece
e tenta exercer no limite de suas possibilidades práticas de leitura e de escrita. Um grave problema
é que há
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pessoas que se preocupam com alfabetização sem se preocupar com o contexto social em que os alunos
estão inseridos. ‘’...de que adianta alfabetizar se os alunos não têm dinheiro para comprar um livro ou
uma revista? A escola, além de alfabetizar, precisa dar as condições necessárias para o letramento. E um
dos pontos importantes para letrar é saber que há distinção entre alfabetização e letramento, entre
aprender o código e ter habilidade de usá-lo. Ao mesmo tempo em que é fundamental entender que eles
são indissociáveis e têm as suas especificidades, sem hierarquia ou cronologia: pode-se letrar antes de
alfabetizar ou o contrário. Essa compreensão é o grande problema das salas de aula. As crianças chegam
ao segundo ciclo sem saber ler e escrever, elas precisam ser alfabetizadas convivendo com material
escrito de qualidade. Assim, a criança se alfabetiza sendo, ao mesmo tempo, letrada. É possível
alfabetizar letramentopor meioda prática daleitura e escrita’’.
Socialmente e culturalmente, a pessoa letrada já não é a mesma que era quando era
analfabeta ou iletrada; ela passa a ter outra condição social e cultural ao se trata propriamente de mudar
de nível ou de classe social, cultural, mas de mudar seu lugar social, seu modo de viver na sociedade,
sua inserção na cultura sua relação com os outros, com o contexto, com os bens culturais, tornar-se
diferente.
Há a hipótese de que se tornar letrado é também se tornar letrado é também se tornar
cognitivamente diferente: a pessoa passa a ter uma forma de pensar diferente da forma de pensar de uma
pessoa analfabeta ou iletrada.
Já as crianças convivem com a língua oral em diferentes situações de interação social e, por
meio desta, aprendem sobre si, sobre os seus pares e sobre a realidade que as cercam. Estão igualmente
cercadas de situações nas quais estão presentes as práticas sociais de leitura e escrita, como por
exemplo: escrita de cartas, bilhetes e avisos, leitura de rótulos de embalagens, placas e outdoors, escuta
de histórias, poemas e parlendas, dentre outros.
‘’...não é novidade que o Brasil ainda enfrenta insistentemente o problema do analfabetismo,
tanto de crianças que saem da escola e de outros que não tiveram a oportunidade de se apropriarem do
saber da leitura e escrita. É fato que o nosso país possui um número significativo de indivíduos que não
adquiramo saber necessário paraatender às exigências de uma sociedadeletrada’’.
Na atividade lúdica o que importa não é apenas o produto da atividade e o que dela resulta,
mas a própria ação e movimentos vividos e possibilitando a vivência de encontros com os outros e com
você mesmo.
É com Froebel que o jogo passa a fazer parte do currículo da educação infantil. A criança ira
brincar na escola manipular brinquedos paraaprender conceitos e desenvolver habilidades.
No mundo lúdico, a criança encontra equilíbrio entre o real e o imaginário, alimenta sua vida
interior, descobre o mundo e torna-se operativa. Pelas das brincadeiras, a criança seleciona e apropria-
se de elementos da cultura adulta, incorporando-os ao seu universo infantil. Brincar, para ela, é meio de
expressão, é forma de integrar-se ao ambiente que a cerca. Por meio das atividades lúdicas, a criança
assimila valores, adquire comportamentos, desenvolvendo diferentes áreas de conhecimento. Vale ainda
salientar que, quanto mais rica for a vivência da criança, mais substanciais serão os seu s jogos. O poder
do jogo, de criar situações imaginárias, permite à criança ir além do real, o que colabora para o seu
desenvolvimento.
No jogo simbólico, a criança é mais do que é na realidade, permitindo-lhe o aproveitamento de
todo o seu potencial. Nele, a criança toma iniciativa, executa, avalia. O poder simbólico do jogo do faz
de conta abre um espaço para a apreensão de signif icados de seu contexto, e oferece alternativas para
novas conquistas no seu mundo imaginário. Assim, a forma pela qual a criança constrói conhecimento,
na faixa etáriaque corresponde à Educação Infantil é pelo jogo, pelabrincadeira.
Por meio do lúdico a criança aprende a conhecer e compreender o mundo que a envolve. A
criança reproduz na brincadeira, no jogo, as impressões que vivencia no seu contexto. Logo, a
brincadeira, que caracteriza, claramente, um domínio de atividade infantil, evidencia também clara
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relação como desenvolvimento.
3. RESULTADOS EDISCUSSÕES
Pode-se ressaltar que, por meiodas observações e estudodo trabalho,
é possível concluir que o uso do lúdico como forma de ensinar é uma prática muito relevante
para alcançar o objetivo de introduzir, no contexto da sala de aula, práticas pedagógicas que visem o
letramento. É importante ressaltar que a realização dessa tarefa torna-se mais prazerosa quando se faz de
forma lúdica, com atividades que estejam no campo de interesse dos alunos, com práticas que os faça
vislumbrar o lado interessante da aprendizagem, tirando a insipidez e a monotonia da sala de aula. Isso
vale para todas as séries, etapas e modalidades de ensino, com as adaptações necessárias à idade e ao
campo de interesse do discente. O fato é que a aprendizagem torna-se muito mais significativa e
prazerosa quando o contato entre o aluno e o conhecimento se dá de formas mais agradável, fugindo da
mera relaçãoteórica,cujaabstração por vezes se torna umobstáculoa afetivaaprendizagem.
4. CONCLUSÃO
Procurou-se destacar, no decorrer deste trabalho, a importância das atividades lúdicas no
contexto do letramento no espaço da educação infantil. Nas leituras que subsidiaram esta pesquisa, ficou
claro que o aprendizado da linguagem escrita envolve a elaboração de todo um sistema de representação
da realidade, evidenciando uma espécie de continuidade entre diversas atividades simbólica como os
gestos, o desenho e o brinquedo. Em outras palavras, essas atividades contribuem para o
desenvolvimento da representação simbólica (em que signos representam significados) e,
consequentemente, para o processodeaquisiçãodalinguagem escrita e introduçãonas práticas deletramento.
Evidenciou-se, no decorrer do trabalho que, pela valorização das atividades lúdicas dentro do
espaço da educação infantil, o educador estará proporcionando às crianças uma via de descoberta e
desenvolvimento de suas potencialidades e capacidades linguísticas, além de uma perfeita interação
sociocultural, que facilitará oprocessode introdução às práticas de letramento.
Pode-se afirmar que, mais do que nunca, faz-se necessário ampliar o conceito de alfabetização
presente na maioria das escolas e escolas de educação infantil, trazendo a dimensão político -estético da
aquisição do conhecimento para o bojo como elementos capazes de contribuírem, de forma decisiva, no
processode construção da linguageme dopensamento.
E o papel da ludicidade, todavia, se torna imensurável porque permite que o aluno construa as
suas próprias relações de aprendizagem, de maneira natural, tendo o professor como mediador
facilitador deste processo. Conclui-se como este trabalho que o letramento é um processo que demanda
de muito estudo, aperfeiçoamento e dedicação, acima de tudo, porque é uma fase fundamental na vida
de todas as pessoas, que além de estarem decifrando o código da escrita, que embasa todo nosso
desenvolvimento social, estão interpretando as relações que constroem em seu dia a dia nas instituições
em que participam, sejana família, naescola ou na rua, com os amigos.
5. REFERÊNCIAS
BARBOSA, José Juvêncio. Alfabetizaçãoe Leitura. São Paulo: Cortez 1994. CAGLIARI, Luiz Carlos.
CONCEIÇÃO, Marivania Lellis; LITTIG, Mayara Wasen; ZEFIRINO, Stefania De Freitas; PEREIRA,
Taimara RuthDo Carmo De Almeida. A Ludicidade no processo de Alfabetização.
https://multivix.edu.br/wp-content/uploads/2018/12/a-ludicidade-no-processo-de-alfabetizacao.pdf.
Acesso: 13/09/2021.
CURTO, LIuís Maruny; MORILLO, Ministral; TEIXIDÓ, Manuel Miralles. Escrever e ler: como as
criançasaprendem e como o professor pode ensiná-las a escrever e a ler; Vol. Porto Alegre: Artmed,
2000.
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CURTO, LIuís Maruny; MORILLO, Maribel Ministral; TEIXIDÓ, Manuel Miralles. Escrever e ler:
materiais erecursos para a sala de aula. Vol.II. Porto Alegre: Artmed, 2000.
FERREIRO, Emilia; TEBEROSKY, Ana. Psicogêneseda Língua escrita. Porto Alegre: ArtesMédicas,
1985. KLEIMAN, Angela B (Org). Os significados do Letramento: uma nova perspectiva sobre a
prática social daescrita. Campinas: Mercado de letras, 1995.
LIMA, Adriana Flavia Santos de. Pré-escola e alfabetização: uma proposta baseadaem Paulo Freeire
e J.Piaget..Petropólis: Vozes, 2002.
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Resumo:
O objetivo e investigação da problemática foram “Estratégias de inserção da criança na
escola em um processo menos doloroso para o desenvolvimento infantil”. A abordagem da
pesquisa foi qualitativa com a técnica de cunho bibliográfico. Verificaram-se entre os
estudos categorias comuns, em uma análise conceitual concluiu-se que os envolvidos no
processo: criança, pais, professores e instituição precisam ser interagentes. A afetividade e a
formação dos educadores, o ambiente escolar e o adequado planejamento para a inserção
escolar infantil, são algumas estratégias para a adaptação menos dolorosa e bem sucedida.
INTRODUÇÃO
O devido acolhimento da criança no ambiente escolar modifica sua percepção
social no decorrer do avanço nas séries escolares. A adaptação da criança na Educação
Infantil é um momento muito difícil, sendo esse acontecimento considerado uma transição
do ambiente familiar para outro totalmente desconhecido, que precisa ser explorado,
conhecido, identificado. Conforme Santos (2012), a criança pode ter certa dificuldade de se
adaptar a um ambiente e a uma pessoa que não faça parte do seu convívio familiar, sendo na
escola ou em qualquer outro lugar.
Corroborando com Oliveira (2018), o processo de adaptação escolar precisa do
total envolvimento das famílias, pois a criança necessita do apoio familiar para conseguir se
tornar um membro pertencente à instituição. Sendo os familiares mediadores na
apresentação do novo espaço, pessoas e rotina, a forma em que reagem as famílias que
ressignifica a experiência para a criança.
Justifica-se a escolha e relevância do tema, em virtude da atuação profissional,
fazer parte do processo, experiências e vivências, instigaram a escolha do assunto e
pesquisa
para aprofundar os conhecimentos sobre a adaptação das crianças na creche. Para
isso, elencou-se a problemática do estudo: Quais estratégias de inserção dacriança na
Educação Infantil poderão auxiliar tornando o processo menos doloroso para o
desenvolvimentoinfantil?
Ao investigar o problema, na tentativa de respostas, ideias, soluções,
amenização, foram definidas a metodologia para que isso fosse possível. O estudo teve a
pesquisa teórica, pois esse tipo de pesquisa é aquele cujo questionamento incide sobre um
determinado arcabouço teórico-conceitual. A abordagem da pesquisa foi qualitativa, pois
segundo Lakatos e Marconi (2012) possui a facilidade de poder descrever a complexidade
de um determinado problema, analisar a interação, compreender e classificar processos
dinâmicos experimentados por grupos sociais, apresentar essascontribuições no processo de
mudança com a criação ou formação de opiniões,em maior grau de profundidade. A técnica
e instrumentos de coleta de dados foram bibliográficos, que elucidaram a compreensão do
estudo e problema coma pesquisa em uma parte da bibliografia que já se tornou exposta em
relação ao tema de estudo.
O objetivo geral do estudo foi: Estratégias de inserção da criança na escola em
um processo menos doloroso para o desenvolvimento infantil. Para agregar conhecimento e
obter maior compreensão do estudo, elencaram-se objetivos específicos, sendo: identificar
os envolvidos no processo de adaptação; destacar a importância da afetividade no processo;
sugerir estratégias para a melhor inserção dacriança na creche.
Em busca das respostas para a inquietação do problema elencado, foi possível
encontrar em dezessete trabalhos acadêmicos, com pesquisas qualitativas e quantitativas
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que contribuíram para nortear o assunto. Desses estudos, foram selecionados seis autores
que escreveram sobre a temática abordada. Percebeu-se entre as pesquisas, que houve
pontos comuns, determinando-se categorias. Em concordância com esses estudos, obteve-se
oalcance e as contribuições para os objetivos específicos e respostas ao problema da
pesquisa.
O presente estudo foi estruturado em duas partes, a fundamentação teórica e a
discussão de resultados. Na primeira desenvolveu-se umembasamento teórico, de acordo
com a temática, contemplaram-se os trabalhos científicos já publicados. A partir desses
estudos, obtiveram-se mais informações, ampliando o conhecimento sobre o assunto.
Norteou-se por palavras-chave e foi buscado em livros mais informações, com isso ampliou-
se a visão sobreo tema.
Entre os autores pesquisados, reiterou-se Craidy e Kaercher (2007), que
abordaram sobre a importância do processo de adaptação, a acolhida ao novo ambiente, um
olhar inicial nas rotinas diferenciadas, as exigências da capacidade da criança, bem como
dos participantes que compõem todo o processo sistêmico, família e escola. Logo, no
decorrer da pesquisa, corroborou-se com Silva e Bezerra (2019), que contemplaram a
receptividade das professoras, pois faz toda a diferença nesse acolhimento. Também, os
estudos de Oliveira (2018) reverenciaram a afetividade como algo importante na educação,
na acolhida às crianças, memorou que a educadora deve ser afetiva, contribuindo para que
o processo tenha êxito, cumprindo aos objetivos.
Na segunda parte do estudo, foi aprofundada a leitura, realizando comparativos,
analisando as categorias comuns, construindo um alinhamento para amenizar e encontrar
respostas ao problema do estudo, bem como sequenciar os objetivos específicos. Abordou-
se sobre os envolvidos no processo de adaptação da criança na Educação Infantil, também, a
importânciada afetividade com as crianças, bem como, estratégias para a melhor inserção
das crianças, finalizando a discussão de resultados com a apresentação dos fatores ou
categorias que mais se destacaram sobre os estudosdatemática.
• FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A adaptação com pessoas diferentes, novos espaços, convívio com outras crianças,
transforma a rotina iniciando uma nova fase, essa, devetranscorrer damelhor forma possível.
Deacordo com Craidy e Kaercher, (2007):
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No momento em que a criança, deve iniciar sua rotina escolar, começa uma fase
diferenciada em sua vida. A rotina, hábitos e costumes, vivências e muito mais, irão
agregar ou modificar o que já havia aprendido em casa com os pais, sendo esse fator
positivo ou até inicialmente negativo em relação como a criança irá compreender,
absorver aquilo que não eracostumeiro em seu cotidiano.
Essa rotina poderá ser facilmente adaptada se o ambiente físico for atrativo,
interessante, em acordo com Barbosa (2008) o espaço físico é o lugardo desenvolvimento
de múltiplas habilidades e sensações e, a partir da sua riqueza e diversidade, ele desafia
permanentemente aqueles que o ocupam. Esse desafio constrói-se pelos símbolos e pelas
linguagens que o transformam e o recriam continuamente.
• Educação Infantil
• Acolhimen to afetivo
O adequado acolhimento poderá ser o primeiro passo que deixará a criança mais
calma, o primeiro início do entrelaçamento das relações, que vão se intensificando na
jornada diária, vão revelando as diferentes formas de compreensão que as crianças
constroem acerca de tempos e espaços até então desconhecidos e intensificados com a
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ampliação dos laços sociais e as trocas relacionais entre pares, revelando hipóteses e modos
diversos de ir compreendendo o processo vivido na inserção.
Conforme Oliveira (2018)
A família, precisa estar inserida nesse processo para compreender também que a
partir daquele momento a criança receberá, melhorará e/ou agregará hábitos, costumes e
uma nova vivência.
Em uma visão geral, a conclusão equilibrada entre os estudos analisados, através
das pesquisas realizadas pelos mesmos, reitera que a adaptação das crianças que iniciam sua
vida escolar na creche/EducaçãoInfantil pode ser um processo muito doloroso, para a
criança e complexo para todos os outros envolvidos: pais e professores. Contribuem que a
maneira como é realizada o acolhimento, deve ser interagente, com um bom planejamento
por parte da instituição educadora e professores, priorizarem um ambiente organizado para
recepcionar e acolher as crianças. Os envoltos categóricos dos estudos, em suas perspectivas
constituem-se como os fatores responsáveis para planejar, sua ação detalhada poderá
amenizar o processo doloroso vivido pelas crianças, durante sua adaptação escolar,
tornando o mais natural possível.
CONCLUSÕES
A inserção das crianças na Educação Infantil, com a devida adaptação, é um
assunto comprovado em termos de importância para o desenvolvimento social. Considera-
se todo o conjunto envolvido nesse primeiro acolhimento infantil, englobando o processo de
adaptar como interagente, pois todos envolvidos buscam a participação e um entendimento
integral do que se vivência.
O objetivo é que a inserção na educação formal tenha êxito e seja correto, com
foco na criança, ela gostar, se adaptar, socializar com o novo ambiente e pessoas que ali
compartilham e seguem as novas rotinas, aprendendo ou agregando uma nova cultura.
Corroborando com os autores estudados, os trabalhos acadêmicos já
desenvolvidos trouxeram uma visão contingente sobre o assunto, pois em
cada situação de adaptação, as crianças carregam os preceitos familiares, umarotina e
valores que são a sua essência.
Considera-se a afetividade uma grande aliada nesse processo, bem como a
experiência e formação contínua das educadoras. Também, o correto planejamento da
instituição escolar, a organização para a recepção da família,e o apoio em sua participação
na adaptação dos seus filhos. A responsabilidade de todos os envolvidos, principalmente da
equipe escolar, com a competência de mediar possíveis conflitos, sendo um momento muito
delicado por se tratar de crianças, que em seu elo familiar, nunca saíram de perto de pessoas
conhecidas, tornando-se um momento deconstrução social.
Foram evidenciados os objetivos específicos do estudo, em que se alinharam
com o problema elencado. Reitera-se que a afetividade entre as educadoras e as crianças é
fundamental para uma adaptação bem-sucedida, todos os envolvidos no processo precisam
de estratégias para que a inserção da criança seja a mais acolhedora possível. A família deve
preparar a criança para essa socialização, a escola precisa ter um planejamento adequado e
as professoras uma formação suficiente comhabilidades técnicas e humanas paraa acolhida.
Estudar esse tema foi de extrema relevância, pois profissionalmente houve
aprendizagem significativa, um novo olhar em virtude do processo de inserção de uma
criança na escola. Também, a amplitude de pesquisar no meio acadêmico, possibilitou
contribuir um pouco com a temática escolhida, que ainda é pouco abordada pelos
profissionais, estudantese demais interessados no assunto.
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Sugere-se a continuidadedo estudo, desenvolver pesquisas quantitativas adequando o qualitativo, criar
categorias comestudos de caso, avaliando a culturado local, ambiente escolar e a maneira que as
famílias preparam seus filhos para iniciar sua vida escolar. Também, complementariam estudos
psicossociais com o acompanhamento das famílias, em conjunto com os demais envolvidos no
processo.
REFERÊNCIAS
MOREIRA, Anatonio Flávio & CANDAU, Vera Maria Ferrão. Educação escolar e
cultura(s): construindo caminhos. Revista Brasileira de Educação, n.23, p.156 – 168, mai.-
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ago, 2003.
1. INTRODUÇÃO
A música, por exemplo, era utilizada em situações como casamentos, nascimentos,
fertilizações, morte e até mesmo em curas de doenças. Por estar presente em todos os
lugares, não seria diferente que a natureza estivesse repleta de sons, entre eles o canto dos
pássaros, a chuva, as árvores quando movimentadas pelos ventos, dentre muitos outros
oriundos da natureza, que nos proporcionam o prazer da música. Sendo assim, a dança “foi
muito marcante na vida do homem primitivo, elas eram desenvolvidas de acordo com as
sociedadese homens existentes e pelo seu significado” (GUSSO, 1997, p. 11).
Como visto, a música e a dança são um grande recurso para a construção do
aprendizado infantil, e por seu caráter lúdico torna o aprendizado muito mais
significativo e atraente, fazendo com que as crianças aprendam, de uma maneiradivertida,
descontraída e prazerosa, sem medo de errar.
Sendo assim, quando a música e a dança são introduzidas na educação infantil e nas
séries iniciais, tem-se a possibilidade de trabalhar as diversas características de nossa
cultura nacional, que é tão ampla e rica, sendo uma forma de a criança ter a compreensão do
seu contexto cultural, levando ao entendimento das pluralidades culturais, bem como já
desdea tenra idade, ter empatia e respeito por estas diversidades culturais.
Acrescido a esta ideia, entende-se que a música é uma maravilhosa aliada. Bréscia
(2003) afirma que ela é um subsídio no incentivo à leitura, pois ajuda o aluno a ter percepção
das palavras, que estão presentes na letra, e ainda proporciona habilidades por meio dos
ritmos, sendo possível ter a percepção e memorização das divisões silábicas. Além disso, a
música e dança contribuem para o desenvolvimento motor da criança, como Jeandot (1993)
explica sobre a expressão corporal, pois a realização de ações como bater palmas, dançar,
escutar sons e movimentar no ritmo ditado pela canção, confecção do seu instrumento
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musical e aprender a tocar algum tipo de instrumento são ótimas oportunidades para
estimular e exercitar atividades motoras.
Dentre as justificativas supracitadas, não podemos esquecer de mencionar a
importância da música e da dança no tocante à sociabilização, tornando as crianças mais
participativas, com as comunicações ocorrendo, de fato, de maneira bem harmoniosa. I sso
trará a capacidade de realizar integração e interação das crianças, o que resultará na
ampliação do seu conhecimento de mundo, além de ajudar na expressão de sentimentos,
emoções e cooperação, que é um fator que contribui para intensificar o conceito d e respeito
mútuo.
Assim, mediante as questões supracitadas, o foco da investigação está ligado ao
seguinte problema: até que ponto o ensino da música e da dança podem favorecer a formação
decidadãoscríticos e conscientes?
A metodologia de pesquisa utilizada será uma abordagem qualitativa, com a
finalidade de compreender e interpretar a realidade. Portanto, escolhemos uma pesquisa
teórica, de natureza bibliográfica, respaldada no estudo de vários autores, dentre eles:
Vera Lúcia Pessagno Brescia, Teca Alencar de Brito e Nicole Jeandot, entre outros teóricos
pertinentes.
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sua voz, comunica uma mensagem ao público. Logo, é perceptível como a arte musical está
interligada com as demais artes. Na dança, que é definida como movimento corporal,
percebe-se que na maioria dos casos ela está acompanhada de música. Na arte teatral, que
consiste na combinação de diversos fatores como gestos e discursos, a música está sempre
em atuação, acompanhando coreografias, gestos e declamações, colaborando para abrilhantar
o espetáculo e tornando-o cada vez mais atrativo e interessante para o público (SALES,
2018).
Música é um termo que vem do grego musiké téchne, a arte das musas, sendo
constituída por sons contínuos e interpostos por curtos períodos de silêncio, sistematizados
ao decorrer de um determinado tempo (SALES, 2018). Mas vale lembrar que a definição
de música varia de acordo com o contexto social e cultura de cada povo, pelo fato de cada
cultura possuir concepções e abordagens distintas do que é a música. A música tem sofrido
evolução no decorrer do tempo, resultando em inúmeros gêneros e subgêneros, tais como a
música clássica ou erudita, a folclórica, popular e a tradicional, a sacra ou religiosa (TELES,
2008). Para a dança, por sua vez, como Gusso (1997) nos explica, existem controvérsias no
que diz respeito ao seu primeiro registro, visto que alguns pesquisadores, como Boucier
(1987), acreditam que já existiam cerimônias de dança na pré-história, uma vez que as
mulheres se valiam da dança para obter maior fecundidade. Portinari (1989) corrobora com a
ideia de Boucier quando nos explica que a mais antiga imagem de dança foi descoberta na
caverna de Cogul, no período Mesolítico. Por outro lado, Mendes (1987) não contribui com
essa tese, visto que para ele a dança teve seu primeiro registro no Período Paleolítico
Superior. O que podemos observar é que, independentemente de suas origens, tanto a música
quanto a dança estão entranhadas no desenvolvimento cultural do ser humano.
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Jeandot (1993) nos demonstra a relação da criança com a música nas diversas fases
de desenvolvimento infantil. Com dois anos a criança tem muita afeição por movimentos
rítmicos, consegue cantar alguns fragmentos de músicas e versos soltos. Já com três anos de
idade, ela tem o conhecimento de várias melodias, e é capaz de reproduzir uma canção
inteira. Em alguns casos estas músicas ocorrem fora de tom, mas posteriormente ela começa
a coincidir o seu tom de voz com as músicas mais elementares. Aos quatro anos ela já cria
pequenas canções durante as brincadeiras, gosta muito de dramatizar as músicas e consegue
controlar melhor a voz. Com cinco anos a criança percebe as distinções de timbre, bem como
a intensidade sonora, se o som é fraco ou forte, e se o som é agudo ou grave. Além disso, já
possui condições de sincronizar os movimentos das mãos e pés com a rítmica da canção. Aos
seis anos ela já realiza adaptações de palavras à música, tendo a percepção de andamento e
variação sonora. Com sete anos a criança já consegue fazer a distinção dos diversos ritmos
musicais, canta acentuando a tônica das palavras, e expressa e defende suas ideias. Já com
oito anos ela é capaz de diferenciar e perceber os elementos rítmicos, resultando na criação
de frases rítmicas. Aos nove a criança gosta muito de conversar, já possui o domínio da
harmonia, melodia e ritmo, respondendo, lendo e interpretando fórmulas rítmicas. Já com
dez anos ela canta duas a três vozes, tem afeição por músicas tocadas nos rádios e televisão,
criando trilhas sonoras para novelas e histórias. E por fim a partir dos onze anos a criança
gosta muito de atividades coletivas. Esse período serve como um momento oportuno para
realizações de atividades que visem obras musicais em conjunto. Além de terem uma enorme
atração por músicas americanas, o que acaba sendo uma ótima ferramenta para o trabalho
com interdisciplinaridade.
Dessa forma, pode se afirmar que o trabalho com música e com a dança deve ser
realizado respeitando as fases do desenvolvimento infantil, com propostas que venham a
colaborar com êxito, pois indubitavelmente quem realiza o trabalho com atividades musicais
na educação infantil tem a certeza de um trabalho que resultará em crianças plenamente
desenvolvidas em suas diversas habilidades.
que leve a crianças a aquisição do processo do ensino aprendizagem. Mas quando se refere a
metodologia, não é lançar mão de qualquer metodologia somente para dizer que faz uso de
uma, mas sim uma metodologia adequada, respeitando as fases do desenvolvimento das
mesmas, de modo a alcançar o maior objetivo de todos que é conseguir fazer a aluno
aprender (BARBOSA, 2004). Por exemplo, quando se pensa em geografia, algumas
propostas educacionais são direcionadas somente a decorar nomes de cidades, lugares e
dentre outros, mas quando associamos a geografia a música, é perceptível que o campo de
aprendizado é muito mais amplo. Para se compreender melhor essa ideia nos demonstra o
educador Freire (2001, p. 33) que:
Porque não aproveitar a experiência que têm os alunos de viver em áreas da cidade
descuidadas pelo poder público para discutir, por exemplo, a poluição dos riachos e dos
córregos e os baixos níveis de bem-estar das populações, os lixões e os riscos que oferecem à
saúdedas gentes.
Quando o professor usa a música ou a dança para realizar abordar de temas como o
supracitado pode ser um caminho alternativo de tornar o conhecimento mais lúdico. Essas
discussões são necessárias para mostrar que o docente pode levar o conhecimento aos seus
discentes não ficando restrito somente ao papel.
Assim, percebe-se que a música e a dança abrem um leque de possibilidade para o
trabalho de diversas disciplinas nas series iniciais, bem como de distintos temas que fazem
parte de nossa sociedade contemporânea. Demostrando a existência de outros recursos
didáticos, que não se resume aos livros.
4. SUGESTÕES DE ATIVIDADES
Assim, verifica-se que nem a música e nem a dança deve ser trabalhada somente em
situações isoladas como em momentos de ensaios, datas comemorativas, dentre outras, pois
existem diversas ocasiões em que ela pode ser aplicada na sala de aula. Logo, o professor
que além de realizar o papel de ser unidocente[3] efetuando o ensino de vários conteúdos, a
música e a dança podem ser aliadas do professor. Quando se trata do objetivo com atividade
musical seja alcançado, sempre é necessário pesquisar e planejar com um t rabalho consciente
como nos afirma Bréscia (2003, p. 15):
O trabalho de musicalização deve ser encarado sob dois aspectos: os aspectos
intrínsecos à atividade musical, isto é, inerentes à vivência musical: alfabetização musical e
estética e domínio cognitivo das estruturas musicais; e os aspectos extrínsecos à atividade
musical, isto é, decorrentes de uma vivencia musical orientada por profissionais conscientes,
de maneira a favorecer a sensibilidade, a criatividade, o senso rítmico, o ouvido musical, o
prazer de ouvir música, a imaginação, a memória, a concentração, a atenção, a
autodisciplina, o respeito ao próximo, o desenvolvimento psicológico, a socialização e a
afetividade, além deoriginar a uma efetiva consciência corporal e de movimentação.
No que tange à dança, Ida Freire (2001, p. 35) nos apresenta a argumentação de
composição em dança, visto que:
As crianças precisam desenvolver as habilidades e conhecimentos necessários para
criar, modelar e estruturar movimentos em forma de dança expressiva. A criança, muitas
vezes, usa os movimentos espontaneamente, variando seus gestos e dinâmicas para expressa r
seus sentimentos e idéias. Com um pouco de encorajamento e assistência, elas brincarão e
improvisarão com esses padrões básicos de movimento. Este é um dos objetivos da Dança-
Educação nos anos iniciais para promover e desenvolver todas as suas habilidades naturais,
ou seja, oferecer oportunidades para as crianças criarem simples seqüências, através da
improvisação, interagindo uma com a outra, orientadas por um professor sensível. Com suas
habilidades e conhecimentos desenvolvidos, elas poderão ser capazes de criar danças mais
complexas, as quais terão uma estrutura clara, incluindo aspectos interessantes de
composição, tal como desenvolvimento detema e repetição.
A música e a dança, como apontam os estudos até aqui, despertam o gosto pelo
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aprendizado, cabendo ao docente, aproveitar dessa afeição natural que a criança tem, para ser
um grande incentivador com propostas que visam desenvolver o censo criativo, bem como
propor aos alunos distintas experiências, sempre criando uma aproximação afetiva entre
docente ediscente, ondeo professor canta, dança e brinca com eles.
Assim o trabalho com música e com a dança devem conter uma intencionalidade
pedagógica, isso significa dizer o que se espera desenvolver no aluno com essa determinada
atividade, qual o objetivo, estando sempre em constantes reflexões, pesquisas e análises
sobre sua prática docente, constatando se a proposta foi efetiva, se gerou resultados, mas
para que isso suceda o professor não deve realizar suas aulas sem planejamento como se
verifica em Brasil (1998, p.100-101).
o professor é articulador das aulas, umas com relação às outras, de acordo com o
propósito que fundamenta seu trabalho, podendo desenvolver formas pessoais de articulação
entre o que veio antes e o que vem depois; o professor é avaliador de cada aula particular
(contando com instrumentos de avaliação que podem ocorrer também durante o momento
da aula, realizados por ele e pelos alunos) e do conjunto de aulas que forma o processo de
ensino e aprendizagem; tal avaliação deve integrar-se no projeto curricular da sua unidade
escolar; o professor é imaginador do que está por acontecer na continuidade do trabalho, com
base no conjunto de dados adquiridos na experiência das aulas anteriores e da sequência de
aprendizagens planejadas.
Segundo Parâmetro Curricular Nacional, citado acima fica evidenciado que para se
realizar uma proposta musical e de dança com sucesso, deve-se muito a postura de iniciativa
do professor. Portanto, várias maneiras de se realizar o trabalho com a música na escola, que
pode ser aplicada de forma lúdica e coletiva, utilizando brincadeiras de roda, confecção de
instrumentos dentreoutros.
Assim, podemos propor para educação infantil, algumas sugestões de atividades
dentre elas o bingo sonoro como demostrado na figura 1, que consiste em colocarmos as
crianças sentadas na mesa divididas em grupos, onde é concedida para cada grupo uma
cartela contendo imagens sobre diferentes sons tais como de animais, chuva, carro, pessoas e
etc. Dessa forma, com o auxílio de reprodutor de som que venha emitir esses barulhos pode-
se para que as crianças assinalem o som correspondente a cada imagem. Essa atividade,
ajudará as crianças a terem percepção sobre os diferentes sons emitidos pela natureza bem
como os que são produzidospelo homem, trabalhando a atenção, percepção e o coletivo.
5. CONCLUSÃO
A escola se configura como um local de trocas de saberes e deve-se sempre valorizar
o conhecimento prévio dos alunos e suas vontades. A música e a dança são exemplos de
conhecimentos externos que precisam ser valorizados constantemente dentro dos muros da
escola, visto que quando as crianças começam a frequentar esse espaço já possuem
familiaridade com a música e com a dança, cabendo a escola ser uma incentivadora e
estimuladora.
A música e a dança fazem parte do cotidiano do aluno e quando a escola tenta incluir
essas experiências também na vida acadêmica discente é necessário e importante pensar
formas para que isso seja feito de forma proveitosa, por isso que o ideal é sempre pensar na
formação de professores. Deve-se, então, pensar sempre em estratégias que ajudem na
formação do professor para que o mesmo possa trabalhar a música e a dança na escola, por
exemplo, trocas interdisciplinares. Ressalta-se a importância das trocas interdisciplinares
visto que nem sempre o professor tem acesso as formações complementares. O importante é
que mesmo que o professor não tenha essa formação inicial, não existe o impedimento de
trabalhar com essas artes, fazer o uso dos pequenos recursos que os discentes já possuam,
tais como alguns documentos norteadores e suporte de livros de diversos autores que
abordam o tema música e da dança.
Ainda é importante lembrar que por mais que o trabalho com música e com a dança
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seja divertido, e que a criança aprenda brincando, isso não significa que não seja um
trabalho sério, pois o ato de brincar proporcionado pelas atividades lúdicas
desenvolvem diversas habilidades. Deste modo, conclui-se que a música e a dança
são ótimas ferramentas pedagógicas, que auxiliam corroborando para que as práticas
educacionais do professor venham contribuir para o processo de ensino
aprendizagem do aluno, cooperando para que este venha ser desenvolvido em todas
as suas partes, seja esta social, psicológica, emocional, visando sempre um indivíduo
reflexivo, crítico e pleno com a perspectiva d e um cidadão ativo, um ator social que
atua em prol deum mundo melhor.
REFERÊNCIAS