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Trabalho Sobre o Feuda

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UNIVERSIDADE LUSÍADA DE ANGOLA

FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS

TEMA:

SISTEMA FEUDAL E O SEU IMPACTO NA ECONOMIA NO SÉC


XVI A XVIII

LUANDA
2024
UNIVERSIDADE LUSÍADA DE ANGOLA
FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS

TEMA:
SISTEMA FEUDAL E O SEU IMPACTO NA ECONOMIA NO SÉC
XVI A XVIII

INTEGRANTES DO GRUPO

 MARIA REAIS CARLOS

 OSVALDO NDIPWASIMWE LIDINIKENI


 DANIEL BRUNO MATIAS CORREIA NETO

 DILSON RIBEIRO DA SILVA SEBASTIÃO

DISCIPLINA DE ECONÓMICA PUBLICA

DR. ESTANISLAU MATOS PIRES

LUANDA
2024
Introdução.........................................................................................................................4
Desenvolvimento..............................................................................................................5
1. Características do Sistema Feudal.......................................................................5
2. Funcionamento do Sistema Feudal......................................................................5
3. Impacto Econômico................................................................................................. 5
4. Desvantagens Econômicas....................................................................................6
5. Transição e Declínio do Feudalismo....................................................................6
Conclusão.........................................................................................................................6
Referências.......................................................................................................................7
Resumo: Este trabalho analisa o sistema feudal e sua influência na economia
europeia entre os séculos XVI e XVIII, período de profundas transformações sociais
e económicas. O estudo investiga a persistência de elementos feudais em meio ao
renascimento comercial e urbano, o desenvolvimento de novas tecnologias e o
surgimento de estados nacionais. O objetivo é compreender como o sistema feudal,
em declínio, se relacionou com essas mudanças, buscando identificar seus
impactos sobre o desenvolvimento do comércio, da indústria e da urbanização, bem
como sua relação com o surgimento do capitalismo. A pesquisa se baseia em fontes
históricas e bibliográficas relevantes, utilizando a metodologia de análise histórica e
crítica.

Palavras-chave: Sistema Feudal, Economia Europeia, Séculos XVI-XVIII, Renas -


cimento Comercial, Capitalismo.
Introdução

O sistema feudal foi uma estrutura socioeconómico que predominou na Europa


durante a Idade Média e exerceu grande influência até os séculos XVI e XVIII. Este
trabalho examina o funcionamento do sistema feudal e seu impacto na economia
durante esse período, abordando suas características principais, os benefícios e
desvantagens económicas, e a transição para sistemas económicos mais
modernos.

O sistema feudal, caracterizado por relações de vassalagem e servidão, dominou a


Europa medieval por séculos. A partir do século XVI, no entanto, a Europa vivenciou
um período de transição marcado pelo renascimento comercial e urbano, o
desenvolvimento de novas tecnologias e o surgimento de estados nacionais. Essa
época, que se estende até o século XVIII, representa um momento crucial na
história da Europa, marcando a passagem da Idade Média para a Idade Moderna.

Compreender como o sistema feudal, em declínio, se relacionou com essas


transformações é crucial para entender a formação da economia moderna. A
investigação do impacto do feudalismo nesse período permite analisar a
persistência de elementos feudais em um contexto de mudanças, identificar as
raízes do desenvolvimento capitalista e compreender a complexa relação entre
poder político e econômico.
Problema de Pesquisa

Como o sistema feudal, em declínio, influenciou a economia euro- peia entre os


séculos XVI e XVIII, em meio ao surgimento de novas formas de produção e
comércio?

Justificativa

A investigação do impacto do feudalismo nos séculos XVI a XVIII se justifica por


diversos motivos:

• Analisar a persistência de elementos feudais em um contexto de mudanças:


A investigação pode revelar como práticas e instituições feudais se
adaptaram ou resistiram às novas dinâmicas económicas, como aponta
Fernand Braudel: "O feudalismo não desapareceu de repente, mas se
dissolveu lentamente, deixando vestígios duradouros." (Braudel, 1992, p.
123).

• Identificar as raízes do desenvolvimento capitalista: A análise do declínio do


feudalismo e o surgimento de novas formas de produção e comércio pode
lançar luz sobre a gênese do capitalismo, como argumenta Karl Marx: "O
capitalismo se desenvolveu nas entranhas do feudalismo, como um feto no
ventre da mãe." (Marx, 1990, p. 78).

• Compreender a complexa relação entre poder político e econômico: O estudo


do feudalismo e sua influência na economia permite analisar como as
relações de poder se modificaram e como o Estado se tornou um ator central
na economia, conforme destacado por Perry Anderson: "O declínio do
feudalismo implicou uma profunda transformação na relação entre o poder
político e a economia." (Anderson, 1974, p. 23).

Objetivos

Objetivo Geral:

• Compreender a influência do sistema feudal na economia europa entre os


séculos XVI e XVIII.

Objetivos Específicos:
• Analisar as principais características do sistema feudal e sua evolução
nesse período.
• Verificar como o feudalismo se adaptou ou resistiu às mudanças
econômicas e sociais da época.
• Identificar os impactos do feudalismo sobre o desenvolvimento do comércio,
da indústria e da urbanização.

Hipóteses

• O sistema feudal, apesar de em declínio, ainda influenciava a economia


europeia nos séculos XVI a XVIII, através de práticas como a servidão, a
agricultura de subsistência e a fragmentação do poder.
• O desenvolvimento do comércio internacional, a urbanização e o surgimento
de novas tecnologias contribuíram para a fragilização do sistema feudal e o
desenvolvimento de novas formas de organização económica.
Desenvolvimento

Feudalismo foi o sistema político, social e económico que vigorou durante a Idade
Média (século V ao século XV). Originou-se após o fim do Império Romano e as
invasões bárbaras, quando, em troca de proteção, houve um êxodo urbano, ou seja,
as pessoas abandonaram as cidades e migraram para o campo. A sociedade era
dividida em estamentos, com pouca possibilidade de ascensão social. Assim, só
existia o clero, a nobreza e os servos.

O processo de concessão dessas terras obedecia a uma ordem: o rei as concedia


aos senhores, e estes, aos cavaleiros e aos servos. Nessa relação, quem concedia
as terras era chamado de suserano, e os que as recebiam, de vassalos. O fim do
feudalismo se deu quando as relações comerciais começaram a se desenvolver, e,
assim, surgiu uma nova classe social: a burguesia. O feudalismo foi substituído pe-
lo capitalismo.

O que é feudalismo?

Feudalismo era a forma como a sociedade europeia organizava-se política, econô-


mica e socialmente na Idade Média, desde o século V, após o fim do Império Roma-
no, até o século XV, quando começou a ruir, dando lugar ao capitalismo.
Esse sistema económico, social e político era assentado em relações nas quais os
senhores subordinavam vários camponeses — que, em troca, tinham a proteção do
feudo e o direito de explorar, na terra do senhor, os produtos necessários para
sobreviver — por meio de uma hierárquica dependência.
Ilustração representando os estamentos da Idade Média.

Origem do feudalismo

O feudalismo se originou no fim do Império Romano, em 476 d.C., quando, após te-
rem suas terras invadidas pelos bárbaros visigodos e ostrogodos (os godos eram
povos germânicos oriundos da região da Escandinávia que se dividiram entre
godos do oeste — visigodos — e godos do leste – ostrogodos), os romanos fugiram
para o campo e deixaram as cidades (até mesmo Roma, saqueada após o último
impera- dor, Rômulo Augusto, ser destronado depois cinco séculos de império).
Havia também, desde o século III, uma crise económica que assolava o vasto
território dos romanos, que, sem a mão de obra escravizada e com as invasões,
buscaram, no campo, meios de sobrevivência e proteção.
A primeira forma que deu origem ao modelo feudal foi o colonato, local onde os ser-
vos conseguiam ser abrigados em troca de subserviência aos senhores —
guerreiros especializados e, por isso, aptos a oferecerem esse tipo de amparo. Tal
processo foi chamado de ruralizarão e aconteceu em toda a Europa Ocidental,
principalmente após o século V, com os reinos germânicos.
Quais são as características do feudalismo?

Vejamos, a seguir, as principais características desse sistema económico, social e


político chamado feudalismo, tido como agrário e estamental.

→ Sociedade feudal

A característica social do feudalismo é a divisão em estamentos, ou seja, por


privilégios — ou não — dos grupos existentes, que eram:

•Clero: Igreja, o mais poderoso dos testamentos.


•Tinha várias terras e controlava também as questões morais e sociais dos
outros dois grupos.
•Nobreza: reis e senhores feudais, que detinham as terras e a administração
das leis, dos benefícios, do comércio e da guerra. O rei não tinha tanto poder,
e sim mais prestígio.
•Servos: tinham o direito de uso da terra, mas pagavam impostos e trabalha-
vam para os senhores.

A sociedade esta-mental estabelecia também funções muito bem definidas para ca-
da estamento. Assim, a do nobre era a proteção militar, a do clero era a reza, e a
do servo, o trabalho. Apenas o clero tinha o domínio da leitura e da escrita, e
mesmo os nobres não tinham luxo; já os servos, muitas vezes, passavam fome.

Apesar de não ser muito dinâmica, a sociedade feudal tinha outros tipos de pesso
as, como os vilões, homens livres que habitavam as vilas, porém, eventualmente,
prestavam serviços a senhores feudais; ou os ministeriais, que ascendiam social-
mente administrando propriedades, podendo chegar à nobreza; ou, ainda, os
escravizados (de origem muçulmana), que ficavam por conta dos serviços
domésticos.

→ Política feudal

O rei tinha escassa ou qualquer autoridade, portanto, a qualidade fundamental da


política no feudalismo era a descentralização do poder. O monarca, em permuta ao
auxílio militar, cedia, frequentemente, amplas extensões de terra aos nobres (senho-
res feudais). Assim, cada senhor feudal tinha total domínio sobre o seu feudo.
Economia Feudal

Os servos contavam com técnicas de plantio que limitavam a produtividade das colheitas

→ Economia feudal

No feudalismo, a economia era agrária, com os servos trabalhando na terra dos


senhores em sistema rotativo, ou seja, cultivavam uma parcela dela e depois a
outra. Era também uma economia de subsistência, ou seja, voltada apenas para o
sustento.
Tendo em vista que os servos precisavam pagar impostos pelo uso da terra, são
exemplos desses impostos:

• Banalidades: impostos pagos para utilização de itens de infraestrutura do


feudo, como forno, celeiro, moinho etc.

•Mão-morta: imposto pago em caso de morte do chefe da família para que a


família continuasse na terra.
Existiam vários outros pesados impostos, e, além disso, os servos eram obrigados a
servir militarmente em caso de guerras e a conceder pouso e hospitalidade ao seu
senhor.

Processo de concessão de terras


Durante o feudalismo, o monarca cedia terrenos aos senhores, que, por sua vez,
concediam-nos a outros: os cavaleiros, que detinham menos poder e, por isso,
guerreavam em sua defesa, e os servos, que trabalhavam nas plantações nas terras
dos senhores e pagavam impostos para fazer esse uso da terra. As relações
estabeleci- das para essas trocas e negociações eram baseadas em juras de
fidelidade e obrigações de cada parte.
"Nos feudos, o desenvolvimento de técnicas agrícolas de baixa produtividade
impedia a obtenção de excedentes possivelmente utilizados na realização de
atividades comerciais. Ao mesmo tempo, os instrumentos de arado e a qualidade
das sementes impediam colheitas expressivas. As terras férteis eram dividias entre
os mansos senhoriais, pertencentes ao senhor feudal; os mansos servis, destinados
à produção agrícola das populações camponesas; e o manso comum que era
utilizado por todos habitantes do feudo.

A disponibilidade de terras férteis era preocupação constante entre os camponeses.


Dessa forma, para prolongarem o tempo útil de uma área agrícola, realizava-se um
sistema de rotação de culturas. Nesse sistema, um campo tinha dois terços de sua
área ocupado por duas diferentes culturas agrícolas. A outra parcela era deixada em
descanso, recuperando-se do desgaste das colheitas anteriores. A cada ano, as
parcelas trabalhadas e preservadas revezavam-se entre si, aumentando o tempo útil
de um determinado campo.

De fato, o comércio perdeu bastante espaço nesse contexto. No entanto, as poucas


trocas comerciais que aconteciam se davam através das trocas naturais. Gêneros
agrícolas eram raramente utilizados para a obtenção de ferramentas ou outros tipos
de alimento em falta em determinado feudo. Somente com o incremento das
atividades agrícolas e o crescimento demográfico que o quadro da economia feudal
sofreu as primeiras transformações responsáveis pelo surgimento de uma classe de
comerciantes burgueses."

A crise do Império Romano do Ocidente desencadeou o nascimento do sistema


feudal e de uma nova forma de economia baseada no processo de ruralização. A
mão-de-obra escrava disponível era grande, mas não se podia usufruir de seu baixo
custo de produção. Por isso, os grandes senhores começaram a arrendar suas
terras para obterem dela seu sustento.

A economia agrária se consolidou ainda mais quando as atividades comerciais se


desvalorizaram. Foram desenvolvidas técnicas agrícolas com baixa produtividade, sem
excedentes ou colheitas expressivas. As terras férteis se dividiam entre o manso
senhorial – domínio ou reserva dos senhores feudais, o manso servil, terras arrendadas
para a produção agrícola dos camponeses e o manso comum, terras para todos os
moradores dos feudos.

Faziam a rotação das culturas para prolongarem a vida útil das áreas agrícolas: em dois
terços das terras faziam duas culturas diferentes e deixavam descansar o outro terço,
revezando-os para aumentar o seu tempo útil.
O Sistema Feudal no Século XVI

A economia feudal era predominantemente agrária, com a agricultura de


subsistência como principal atividade. A produção era limitada e destinada ao
consumo local, com pouco excedente para o comércio. O comércio era restrito e
desenvolvia-se principalmente em feiras e mercados locais.

No século XVI, o sistema feudal já estava em declínio, mas ainda existiam vestígios
e práticas feudais em várias partes da Europa. Durante esse período, houve uma
série de mudanças que contribuíram para a transição do feudalismo para sistemas
económicos e sociais mais modernos:

Mudanças no Século XVI

Centralização do Poder

• Monarquias Fortalecidas: Reis e monarcas começaram a consolidar o poder,


enfraquecendo a autoridade dos senhores feudais. A centralização do poder
ajudou a criar estados nacionais mais coesos e eficientes.

Crescimento do Comércio e das Cidades

• Expansão Comercial: O comércio interno e externo aumentou


significativamente, promovendo o crescimento das cidades e a formação de
uma classe mercantil emergente. Isso reduziu a dependência da economia
agrária e do sistema feudal.

Revolução Agrícola

• Inovações Agrícolas: Avanços como a rotação de culturas e o uso de novas


ferramentas agrícolas aumentaram a produtividade e permitiram o
crescimento populacional e urbano. Essas mudanças contribuíram para a
transição para uma economia mais diversificada.
Impostos

Esses servos ou vassalos faziam girar a economia feudal com seu trabalho, tributos e
taxas como a corveia (taxa paga para cultivar terras senhoriais), a talha (imposto pago
com a entrega de metade da produção ao suserano), a capitação (imposto pago “per
capita” ou por cabeça) para os moradores dos feudos, a banalidade (imposto pago para
utilizar moinhos e fornos controlados pelos senhores).
Portanto, as características do feudalismo e de sua economia destacaram: a ruralização
da sociedade desde a queda do Império e com as invasões bárbaras; a fragmentação do
poder central nas propriedades senhoriais dos feudos; a privatização da defesa, com
suseranos mantendo seus exércitos contra os vikings, sarracenos e húngaros; a
clericalização da sociedade desde a oficialização do cristianismo pelo Império, com altos
privilégios e grande poder político e economico da Igreja Católica Romana.

Declínio da Servidão

• Libertação dos Servos: Em muitas regiões, os servos começaram a ganhar


mais liberdade e direitos, o que enfraqueceu a base do sistema feudal. A
transição para trabalhadores assalariados também contribuiu para o declínio
do feudalismo.

Impacto da Reforma Protestante

• Mudanças Religiosas: A Reforma Protestante, liderada por figuras como


Martinho Lutero, desafiou a autoridade da Igreja Católica e, por extensão, a
estrutura feudal que estava intimamente ligada à Igreja.

O Declínio do Feudalismo e o Surgimento de Novas Formas de Produção e


Comércio

A partir do século XVI, a Europa vivenciou um processo de transformação que levou


ao declínio do sistema feudal. O renascimento comercial e urbano, impulsionado
por fatores como o crescimento demográfico, a expansão marítima e o
desenvolvimento de novas tecnologias, contribuiu para a fragilização do sistema
feudal.

O desenvolvimento do comércio internacional, com o surgimento de novas rotas ma-


vítimas e o aumento da demanda por produtos de luxo, levou à concentração de
riqueza nas mãos de comerciantes e banqueiros. As cidades, centros de comércio e
produção, passaram a exercer um papel cada vez mais importante na economia.

O desenvolvimento de novas tecnologias, como a prensa móvel e a bússola,


impulsionou a produção e o comércio. A prensa móvel permitiu a difusão de
conhecimentos e ideias, enquanto a bússola facilitou a navegação e a exploração
de novos mercados.
Declínio do Feudalismo

O declínio do feudalismo foi um processo gradual que ocorreu ao longo dos séculos
XIV e XV, culminando no Renascimento e na Era Moderna. Diversos fatores
contribuíram para esse declínio, entre os quais destacam-se:

1. Crescimento das Cidades e do Comércio

• Urbanização: O crescimento das cidades impulsionou a economia


urbana e comercial, que contrastava com a economia agrária e de
subsistência do sistema feudal.

• Feiras e Mercados: As feiras medievais se tornaram centros


importantes de comércio e troca, promovendo a circulação de
mercadorias, pessoas e ideias.

2. Revolução Agrícola

• Inovações Tecnológicas: Introdução de novas técnicas e


ferramentas agrícolas, como o arado de ferro e a rotação de
culturas, aumentaram a produtividade.

• Expansão de Terras Cultiváveis: Desmatamento e drenagem de


pântanos permitiram a criação de novas terras agrícolas, o que
contribuiu para o crescimento populacional.

3. Centralização do Poder

• Fortalecimento das Monarquias: Reis e monarcas começaram a


consolidar o poder, enfraquecendo a autoridade dos senhores feudais
e criando estados nacionais mais centralizados e eficientes.

• Reformas Administrativas: Implementação de sistemas administrativos


e fiscais mais modernos que facilitavam a governança centralizada.

4. Impacto das Guerras e das Crises

• Guerra dos Cem Anos: Conflitos prolongados, como a Guerra dos


Cem Anos entre França e Inglaterra, enfraqueceram as estruturas
feudais e reduziram o poder dos senhores locais.

• Peste Negra: A peste negra dizimou a população europeia, causando


escassez de mão de obra e levando a mudanças nas relações de
trabalho e na estrutura económica.
Surgimento de Novas Formas de Produção e Comércio

À medida que o feudalismo declinava, novas formas de produção e comércio


começaram a emergir, marcando a transição para a economia moderna:

1. Capitalismo Comercial

• Mercantilismo: As nações europeias adotaram políticas mercantilistas,


focando na acumulação de riqueza através do comércio exterior e do
controle de colónias.

• Companhias de Comércio: Surgimento de grandes companhias de


comércio, como a Companhia das Índias Orientais, que expandiram o
comércio global.

Artesanato e Manufatura

• Guildas: As guildas, associações de artesãos e comerciantes,


regulamentavam as práticas comerciais e promoviam a qualidade e a
padronização dos produtos.

• Manufaturas: Pequenas manufaturas começaram a surgir, especial-


mente na produção de tecidos, promovendo a transição da produção
artesanal para uma produção mais organizada e sistemática.

Sistema de Trabalho Assalariado.

• Libertação dos Servos: A transição de servos para trabalhadores


assalariados permitiu maior mobilidade social e económica.

• Salários e Contratos: Os trabalhadores passaram a ser pagos em


dinheiro, e contratos de trabalho começaram a se tornar comuns.

Inovações na Navegação e Descobertas Geográficas

• Explorações Marítimas: As grandes navegações abriram novas rotas


comerciais e estabeleceram colónias que ampliaram o comércio
europeu.

• Tecnologias de Navegação: Inovações como a bússola, o astrolábio e


novos tipos de embarcações facilitaram a expansão marítima e
comercial.
O Impacto do Feudalismo na Economia Europeia nos Séculos XVI a XVIII

Apesar do declínio do sistema feudal, elementos feudais persistiram na economia


europeia nos séculos XVI a XVIII. A servidão, a agricultura de subsistência e a
fragmentação do poder ainda influenciavam a organização da produção e o
desenvolvimento económico.

A persistência da servidão, embora em declínio, limitava a mobilidade social e o


desenvolvimento de uma mão de obra livre, como argumenta Jacques Le Goff: "A
servidão, embora em declínio, ainda era uma realidade importante na Europa do
século XVI, com impactos diretos na economia e na sociedade." (Le Goff, 1985, p.
154).

A agricultura de subsistência, apesar do crescimento do comércio, continuava sendo


a principal atividade económica, limitando a produção e o excedente para o
mercado. A fragmentação do poder, com a existência de diversos estados
independentes, dificultava a criação de um mercado unificado e a implementação de
políticas económicas eficazes.

O impacto do feudalismo na economia europeia nos séculos XVI a XVIII foi


significativo e multifacetado. Durante esse período, o sistema feudal começou a
declinar, dando lugar a novas formas de produção e comércio. Aqui estão alguns
pontos importantes, com citações para enriquecer a compreensão:

Declínio do Feudalismo

1. Centralização do Poder

• "A ascensão da burguesia, a expansão do comércio, o aparecimento


da mão-de-obra assalariada, aliados ao fortalecimento do poder real -
e a consequente formação dos Estados nacionais - foram fatores que
abalaram de vez a estrutura feudal da Europa e provocaram o fim
desse sistema no continente.”

2. Revolução Agrícola

• "A transição do feudalismo para o capitalismo foi impulsionada pelo


crescimento demográfico, a expansão comercial, os avanços na
agricultura e as mudanças nas relações de trabalho que minaram as
bases do sistema feudal, dando origem a uma nova ordem
económica."
Surgimento de Novas Formas de Produção e Comércio

Capitalismo Comercial

• "O capitalismo comercial ou mercantilismo, que vigorou do século XV


ao XVIII, foi determinado pelo sistema mercantilista, visando o
acumulo de riquezas e de capital, e a comercialização de bens com
vistas a aumentar o lucro."

Inovações Tecnológicas

• "Inovações como a bússola, o astrolábio e novos tipos de


embarcações facilitaram a expansão marítima e comercial."Impacto
Económico e Social

Mobilidade Social

• "A libertação dos servos e a transição para trabalhadores assalariados


permitiram maior mobilidade social e económica."

Desenvolvimento Urbano

• "O crescimento das cidades impulsionou a economia urbana e


comercial, promovendo a circulação de mercado- rias, pessoas e
ideias."

A Relação entre o Declínio do Feudalismo e o Surgimento do Capitalismo

O declínio do sistema feudal contribuiu para o surgimento do capitalismo, um novo


sistema económico baseado na propriedade privada dos meios de produção, na
busca pelo lucro e na livre concorrência.

O desenvolvimento do comércio internacional, a urbanização e o surgimento de


novas tecnologias criaram as condições para a acumulação de capital e o
desenvolvimento de novas formas de produção. A burguesia, classe social que se
baseava no comércio e na indústria, passou a exercer um papel cada vez mais
importante na economia, desafiando o poder da nobreza.
O capitalismo, no entanto, não se desenvolveu de forma linear. A persistência de
elementos feudais, como a propriedade fundiária concentrada e a servidão, criava
obstáculos e desigualdades sociais, limitando o desenvolvimento do capitalismo,
como aponta Immanuel Wallerstein: "O capitalismo emergiu em um contexto de
transição do feudalismo, mas carregou consigo as marcas das desigualdades
sociais e das estruturas de poder do sistema anterior." (Wallerstein, 1974, p. 123).

O declínio do feudalismo e o surgimento do capitalismo são eventos interligados que


marcaram uma transição significativa na história económica e social da Europa. Este
processo não aconteceu de forma abrupta, mas através de uma série de mudanças
graduais que transformaram a estrutura da sociedade europeia.

Declínio do Feudalismo

Centralização do Poder

• Monarquias Fortalecidas: Durante os séculos XIV e XV, muitos reis e


monarcas europeus começaram a consolidar seu poder,
enfraquecendo a autoridade dos senhores feudais. A centralização do
poder levou à formação de estados nacionais mais coesos e
eficientes.

• Reformas Administrativas: A implementação de sistemas


administrativos e fiscais mais modernos facilitou a governança
centralizada e diminuiu o poder fragmentado da nobreza feudal.

Revolução Agrícola

• Inovações Tecnológicas: Novas técnicas agrícolas, como o uso do


arado de ferro e a rotação de culturas, aumentaram a produtividade
agrícola. Isso resultou em um excedente de produção, que por sua
vez facilitou o crescimento populacional e urbano.

• Expansão de Terras Cultiváveis: A criação de novas terras agrícolas


através do desmatamento e da drenagem de pântanos permitiu um
aumento na produção e na disponibilidade de alimentos.
Crescimento das Cidades e do Comércio

• Urbanização: O crescimento das cidades impulsionou a economia


urbana e comercial, que contrastava com a economia agrária e de
subsistência do sistema feudal.

• Feiras e Mercados: As feiras medievais se tornaram centros


importantes de comércio e troca, promovendo a circulação de
mercadorias, pessoas e ideias.

Impacto das Guerras e das Crises

• Guerras e Conflitos: Conflitos como a Guerra dos Cem Anos entre


França e Inglaterra enfraqueceram as estruturas feudais e reduziram
o poder dos senhores locais.

• Peste Negra: A peste negra dizimou a população europeia, causando


escassez de mão de obra e levando a mudanças nas relações de
trabalho e na estrutura económica.

O sistema feudal, em declínio nos séculos XVI a XVIII, ainda influenciava a


economia europeia, mas as transformações em curso, como o renascimento
comercial e urbano, o desenvolvimento de novas tecnologias e o surgimento de
estados nacionais, criavam as condições para o surgimento de um novo sistema
económico: o capitalismo.

O declínio do feudalismo e o surgimento do capitalismo foram processos complexos


e interligados, com impactos profundos na sociedade, na política e na economia da
Europa. A persistência de elementos feudais, como a propriedade fundiária
concentrada e a servidão, teve impacto sobre o desenvolvimento do capitalismo,
criando obstáculos e desigualdades sociais.

A investigação do impacto do feudalismo na economia europeia nos séculos XVI a


XVIII é crucial para compreender a formação da economia moderna e as raízes das
desigualdades sociais que persistem até os dias atuais.
Conclusão

O fim do feudalismo foi um processo complexo e gradual, impulsionado por uma


série de transformações políticas, económicas e sociais que marcaram a transição
da Idade Média para a Idade Moderna. O crescimento do comércio, o
fortalecimento das monarquias nacionais, as mudanças nas técnicas agrícolas, e o
impacto de crises como a Peste Negra foram fatores decisivos que enfraqueceram
o sistema feudal, promovendo a centralização do poder nas mãos dos reis e o
surgimento de novas classes sociais, como a burguesia urbana.

Esse processo de transição não foi abrupto, mas resultou em mudanças estruturais
profundas na sociedade medieval, preparando o terreno para o desenvolvimento do
capitalismo, da economia monetária e de um Estado mais centralizado. Ao enfraquecer a
estrutura descentralizada do feudalismo, o fim desse sistema possibilitou o surgimento de
novas formas de organização política e económica, que acabaram por transformar a
Europa e a história mundial.

Portanto, o fim do feudalismo representa não apenas a queda de um sistema de relações


de dependência, mas também a abertura de caminho para as transformações que
definiriam a modernidade, com o fortalecimento do poder centralizado e o
desenvolvimento das primeiras bases do sistema capitalista.
Referências Bibliográficas

• Anderson, P. (1974). Passagens da História Moderna. Rio de Janeiro:


Zahar.
• Braudel, F. (1992). Civilização Material, Economia e Capitalismo, séculos
XV-XVIII. São Paulo: Martins Fontes.
• Le Goff, J. (1985). A Civilização do Ocidente Medieval. Rio de Janei- ro:
Editora da Universidade de São Paulo.
• Marx, K. (1990). O Capital. São Paulo: Nova Cultural.
• Wallerstein, I. (1974). O Sistema Mundial Moderno. Rio de Janeiro:
Zahar.
• BRAUDEL, Fernand. Civilização material, economia e capitalismo:
séculos XVXVIII. São Paulo: Martins Fontes, 1995.

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