Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Aromaterapia e auriculoterapia

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 18

60770

Brazilian Journal of Development

Utilização da aromaterapia e auriculoterapia como métodos não


farmacológicos para alívio da dor em idosos

Use of aromatherapy and auriculotherapy as non-pharmacological methods


for pain relief in the elderly

DOI:10.34117/bjdv6n8-479

Recebimento dos originais: 08/07/2020


Aceitação para publicação:24/08/2020

Rena Maria Martins de Castro


Ensino superior (cursando) enfermagem
Endereço: Rua Maximiano Barreto, 599 - Messejana, Fortaleza (CE)
E-mail: renaenfer1997@outlook.com

David Jeronimo dos Reis Garcia


Ensino superior (cursando)enfermagem
Endereço: Rua Luizito Gema, 57 – Messejana, Fortaleza (CE)
E-mail: enfermagem.davidgarcia@hotmail.com

Emília Maia Chagas


Ensino superior (cursando)enfermagem
Endereço: Av. Visconde do rio branco, 3081- Fortaleza (CE)
E-mail: emiliaamaia@hotmail.com

Fabrício Oliveira dos Santos


Superior (cursando)enfermagem
Instituição de atuação atual: Unimed Fortaleza
Endereço: Rua Dalva de Oliveira, 1440, - Bairro de Fátima, Fortaleza (CE)
E-mail: fabriciosantosenfer@gmail.com

Danielle Sampaio Teixeira


Mestre
Instituição de atuação atual: Frotinha de Messejana e instituição de ensino Uniateneu
Endereço: Rua Idelfonso Albano, 840 –Meireles, Fortaleza (CE)
E-mail: enfadaniellesampaio@hotmail.com

Samuel Ramalho Torres Maia


Enfermeiro. Doutorando e Mestre em Cuidados Clínicos em Enfermagem e Saúde pela
Universidade Estadual do Ceará
Instituição de atuação atual: Instituição de ensino superior UniAteneu e UPA de Quixada
Endereço: Av. Dr. Silas Munguba, 1700 – Serrinha, Fortaleza (CE)
E-mail: samuelrtm@hotmail.com

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 8, p. 60770-60787 aug. 2020. ISSN 2525-8761


60771
Brazilian Journal of Development
Elizabeth Soares Pereira da Silva
Mestre em cuidados clínicos em enfermagem e saúde –Universidade estadual do Ceará (Uece)
Instituição de atuação atual: Instituição de ensino superior UniAteneu
Endereço:Rua José Borba Vasconcelos, número 50,apartamento 102,bairro:Papicu, edifício
Nova Vida
E-mail: elisabeth.soares@outlook.com

Rocilda Maria de Freitas Lima


Graduação Enfermagem no centro universitário estácio (CE). Especialização CC, CME e SRPA
Instituição de atuação atual: Frotinha de Messejana e Alberto Sabin hospital Infantil
Endereço: Avenida Dionísio Leonel Alencar, 1596, Bloco P, apto 103 – Messejana, Fortaleza
(CE)
E-mail: rocildalima@outlook.com

RESUMO
O Brasil passa atualmente por um processo de envelhecimento da população devido ao crescimento
do índice de desenvolvimento humano. Com uma população mais velha, cresce também o consumo
de medicamentos, incluindo o de analgésicos para a promoção do alívio das dores ocasionadas pela
senescência. O trabalho tem como objetivo: Analisar por meio de uma revisão integrativa da
literatura a ação da auriculoterapia e aromaterapia, como alternativas não farmacológicas para o
alívio da dor em idosos. Trata-se de um estudo de revisão integrativa da literatura com abordagem
exploratória. Para a seleção dos artigos foram utilizadas as bases de dados: Biblioteca Nacional de
Medicina dos Estados Unidos (Pubmed); Scientific Electronic Library Online (SciELO); Literatura
Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). A amostra foi composta por 26
artigos, nos idiomas português, japonês e chinês. Diante dos resultados obtidos pelas amostras, foi
identificada a comprovação da eficácia a aromaterapia e auriculoterapia como formas não
farmacológicas para o tratamento no alívio da dor. Expondo a necessidade mediante o contexto
vivido pelos idosos, de dar maior visibilidade a aplicação dessas terapias como alternativas de
tratamento não medicamentoso por profissionais de saúde, na população idosa.

Palavras-chave: Idoso, Aromaterapia, Auriculoterapia.

ABSTRACT
Brazil is currently undergoing a process of population aging due to the growth of the human
development index. With an older population, the consumption of medicines, including analgesics,
also increases, to promote the relief of pain caused by senescence. The objective of this work is to
analyze the action of auriculotherapy and aromatherapy as non-pharmacological alternatives for
pain relief in the elderly through an integrative literature review. This is an integrative literature
review study with an exploratory approach. For the selection of articles, the databases were used:
National Library of Medicine of the United States (Pubmed); Scientific Electronic Library Online
(SciELO); Latin American and Caribbean Literature on Health Sciences (LILACS). The sample
consisted of 26 articles, in Portuguese, Japanese and Chinese languages. In view of the results
obtained by the samples, aromatherapy and auriculotherapy were identified as non-pharmacological
forms for treatment in pain relief. Exposing the need through the context experienced by the elderly,
to give greater visibility to application of these therapies as alternatives of non-drug treatment by
health professionals in the elderly population.

Keywords: Elderly, Aromatherapy, Auriculotherapy.

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 8, p. 60770-60787 aug. 2020. ISSN 2525-8761


60772
Brazilian Journal of Development
1 INTRODUÇÃO
O Brasil vem passando por transformações significativas em diversos aspectos, como
consequências, o índice de desenvolvimento humano (IDH) vem aumentando e a população
envelhecendo. Atualmente, os idosos representam 14,3% dos brasileiros, ou seja, 29,3 milhões de
pessoas. Em 2030, o número de idosos deve superar o de crianças e adolescentes, de zero a quatorze
anos (BRASIL, 2018). Com o aumento no número de idosos, aumenta-se a atenção para o cuidado,
prevenção e manutenção da saúde desse público.
Segundo Teixeira e Guariento (2016), com a chegada da senescência, o corpo começa a
declinar em suas funções; fator esse, relacionado às mudanças fisiológicas ocasionais das células do
corpo com a idade. O processo de envelhecimento estende-se do nascimento até a morte, afetando
as funções do organismo humano, levando ao surgimento de doenças crônicas.
As doenças crônicas ou doenças compridas têm crescido no Brasil e no mundo, essas por sua vez
necessitam de uma aceitação e aprendizagem de convivência, melhorando a qualidade de vida
dessas pessoas decorrente do tratamento dessas patologias, não podendo ser curadas, mas
controladas (FLEISCHER; FRANCH, 2015).
Quanto mais patologias, mais medicamentos são acrescentados no cotidiano dessas pessoas.
Diante do que expõe Cuentro et al. (2016), a poli farmácia está inteiramente interligada ao aumento
do risco de interações medicamentosas, gerando grande impacto na segurança desse paciente;
objetivando assim, o grande desafio imposto ao país ao qual a população idosa vem crescendo
constantemente. Deve-se ter cuidado com os efeitos da poli farmácia, pois seu uso em idosos traz
diversas complicações. Isso é decorrido do processo de envelhecimento das funções do organismo,
mediante a senescência a qual promove mudanças na absorção, distribuição, biotransformação e
eliminação das drogas (OLIVEIRA; SANTOS, 2016).
Em conjunto as patologias, chegam às dores, apresentando-se de forma única em cada
indivíduo. Cada pessoa possui uma mensuração diferenciada ao nível de dor vivenciada. Celich e
Galon (2009) afirmam que a dor na pessoa idosa pode causar várias limitações em seu cotidiano,
assim como a fragilização, perda de autonomia, perda da independência e ameaça de segurança, são
fatores que o impedem de ter uma maior qualidade de vida, tendo como consequências a diminuição
e dificuldade de socialização desses indivíduos.
Dentre as doenças crônicas mais comuns relacionadas ao envelhecimento, segundo Carlos e
Pereira (2015), encontram-se as cardiocirculatórias com maior incidência, dentre elas citadas, a
hipertensão aguda sistêmica (HAS), infarto agudo do miocárdio (IAM), anginas, insuficiência
cardíaca congestiva (ICC) e acidente vascular encefálico (AVE), em seguida as degenerativas mais

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 8, p. 60770-60787 aug. 2020. ISSN 2525-8761


60773
Brazilian Journal of Development
frequentes como alzheimer, osteoporose e osteoartrose, algumas complicações pulmonares, os
diversos tipos de cânceres, infecções e diabetes. Todos esses fatores advindos do processo de
envelhecimento e do estilo de vida durante os anos passados. Acarretarão como consequência o uso
de fármacos para o controle dessas patologias, causando mais complicações resultantes do excesso
de medicamentos administrados durante os anos subsequentes de vida desses idosos.
Todos esses fatores mencionados irão resultar na busca de métodos fáceis e rápidos para o
alívio da dor, seja uma simples dor de cabeça ou dores causadas por neuropatia diabética.
Independente da origem da dor, os profissionais de enfermagem devem buscar meios diversificados,
eficazes e de fácil manipulação para preservar a saúde do idoso. Dentre as maiores preocupações,
identifica-se como relevante, neste trabalho, a qualidade de vida referente ao tratamento do alívio
da dor, usando assim métodos não farmacológicos (Auriculoterapia; Aromaterapia), para evitar
complicações por consequência do uso excessivo de fármacos pelos idosos.
Em uma pesquisa realizada em idosos da Estratégia Saúde da Família de Porto Alegre-RS,
foi realizada uma coleta de dados por agentes comunitários de saúde, aplicando um questionário
com dados sociodemográficos, uso de medicamentos e de saúde. Os anti-inflamatórios e analgésicos
eram usados de forma moderada pelos idosos, sempre optando pelo tratamento farmacológico
quando apresentavam dores leves a moderadas, porém a maior parte dos idosos usavam os
medicamentos de forma contínua (ELY et al., 2015).
Monteiro et al. (2014) relata sobre a crescente predominância de medicamentos prescritos
na população idosa, crescimento também mencionado aos medicamentos oferecidos sem prescrição
médica, mostrando que a automedicação é cada dia mais comum na vida diária dos idosos.
A pesquisa mostra que dentre os medicamentos mais utilizados destacaram-se os analgésicos
com 46,15% e os anti-inflamatórios com 23,31%. Dentre as causas para o uso desses fármacos, a
dor apresentou-se em 65,26%, febre 16,26% e gripe 7,37%. A dor destaca-se, no estudo, como uma
grande influenciadora para o crescente uso de fármacos na população idosa.
A venda dos anti-inflamatórios não-esteroidais (AINEs), em sua maioria é de livre comércio,
gerando grande facilidade de acesso e busca, possuem ação antipirética, anti-inflamatória e
analgésica, sendo utilizados no tratamento tanto da dor aguda, como da crônica.
Rankel, Sato and Santiago mencionam os efeitos adversos dos AINEs, devido sua toxicidade
em diversos sistemas do organismo, ressaltando em seu estudo os efeitos gastrointestinais, podendo
ocasionar como consequência do uso irracional e prolongado, de um desconforto abdominal a piores
complicações, como à erosão da mucosa, levando ao sangramento e perfuração (RANKEL; SATO;
SANTIAGO, 2016).

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 8, p. 60770-60787 aug. 2020. ISSN 2525-8761


60774
Brazilian Journal of Development
Atualmente, no Sistema Único de Saúde (SUS) existe a oferta de opções de tratamentos não
farmacológicos para alívio da dor, tendo como destaque a utilização dos métodos de aromaterapia
e auriculoterapia devido sua praticidade e resultados alcançados com um menor gasto; garantindo
uma melhora na qualidade de vida dos pacientes; diminuindo a exposição aos riscos da utilização
constante dos fármacos para alívio da dor.
A auriculoterapia, segundo Lopes e Seroiska (2013), é uma técnica fácil de ser aplicada e de
boa aceitação por aqueles que aderem seu tratamento terapêutico. A orelha é o órgão utilizado e é
comparado como um feto de cabeça para baixo. Nela, encontram-se pontos, que estimulados,
conferem uma ação analgésica, ela age no combate da dor principalmente em situações de cefaleia,
disfunção temporomandibular (DTM), dores musculoesqueléticas e dismenorreia.
A aromaterapia estudada por Tang e Tse (2014), menciona a utilização dos óleos essenciais
como forma de manter o bem-estar do indivíduo, restauração do seu equilíbrio e o aumento dos
níveis do sistema imunológico, assim como a redução da dor. As formas mais comuns para a
aplicação da aromaterapia, dentre elas encontram-se, a inalação, via oral e massagem. Os óleos
essenciais podem ser retirados de partes diversas das plantas, árvores e ervas, como o caule, folha,
raiz, cascas e flores (GEADA; OSTROVSKY, 2019; HAMLIN; ROBERTSON, 2017).
Este estudo tem como relevância demonstrar a utilização da aromaterapia e auriculoterapia
no alívio da dor em idosos, por meio de revisões bibliográficas, destacando o quão eficazes são esses
processos, para obtenção da melhora na qualidade geral de vida desses idosos, através da diminuição
do uso de medicamentos para a analgesia.
O interesse na realização desta pesquisa originou-se da necessidade da aplicação de métodos
alternativos e não farmacológicos, que em longo prazo não gerasse grandes prejuízos na saúde do
idoso. Com base nesse interesse, formulou-se a seguinte questão: A utilização da auriculoterapia e
aromaterapia no processo não farmacológico de alívio da dor, poderá ser uma alternativa para
auxiliar no tratamento da dor em idosos?

2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Identificar por meio de uma revisão integrativa da literatura a ação da auriculoterapia e
aromaterapia, como alternativas não farmacológicas para o alívio da dor em idosos.

3 REVISÃO DE LITERATURA
3.1 AROMATERAPIA

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 8, p. 60770-60787 aug. 2020. ISSN 2525-8761


60775
Brazilian Journal of Development
A aromaterapia é a pratica terapêutica secular do uso consciente de concentrados voláteis
extraídos de vegetais conhecidos como óleos essenciais (OE), atuando no processo da promoção da
melhora da saúde, bem estar e higiene. No Brasil, a aromaterapia é uma prática de exercício
individual e coletivo, por sua integração no âmbito multidisciplinar, pode ser executada por diversas
classes de profissionais da saúde, incluindo enfermeiros. Pode ser utilizada em conjugação com
outras práticas terapêuticas em diversos tipos de tratamento, ajudando na manutenção do equilíbrio
físico e/ou emocional do indivíduo (BRASIL, 2018).
O uso dos métodos não farmacológicos para o alívio da dor, incluindo a aromaterapia, são
métodos que apresentam diversos pontos positivos em sua utilização, pois se mostram como
alternativas de baixo custo, fácil aplicabilidade e por não serem formas invasivas de aplicação
(LEHUGEUR; STRAPASSOM; FRONZA, 2017).
A aromaterapia para o profissional enfermeiro poderá ser de alta relevância, principalmente
quando se pensa em uma escolha diferenciada como ferramenta a ser aplicada para o auxílio nos
tratamentos que busquem a manutenção do equilíbrio físico e sentimental do indivíduo receptor
(GNATTA et al., 2011).
Os óleos essenciais são extraídos a partir do material que será destilado das plantas e as
substâncias químicas que compõem esse material atuam de diversas formas no organismo, sendo
aplicados diretamente, na pele ou por inalação. Quando inalado, as substâncias químicas atuam
através da absorção pelos nervos olfativos, agindo no sistema nervoso central; já quando aplicado
de forma cutânea, às moléculas são absorvidas e agem através da corrente sanguínea sendo
transportadas para os tecidos e órgãos do corpo; quando ingerido será absorvido pelo intestino e
levado aos diversos tecidos do corpo (GNATTA et al., 2011). Os óleos utilizados na aromaterapia
são extraídos de plantas, raízes, caules e flores,que atuarão farmacologicamente, fisiologicamente e
psicologicamente no corpo. Aromaterapia significa em sua terminologia “a cura do corpo”, mas se
deve ressaltar que a maioria dos óleos essenciais podem agir de forma tóxica se usados puros, isso
por possuírem alto grau de toxidade, sendo que apenas os óleos de lavanda (alfazema) e o melaleuca
(tea-tree) poderão ser usados puros, enquanto os outros deverão ser diluídos junto com outros óleos
a base de vegetais e bem armazenados, pois evaporam com facilidade (PAGANINI; SILVA, 2014).
A aromaterapia possui uma ampla eficiência e formas de manuseios, destacando-se sempre
por seus benéficos para a saúde e a estética, dentre eles, a utilização da terapia no auxílio do
tratamento de pessoas depressivas, redução do estresse, estabilizando comportamentos, promoção
de relaxamento e equilíbrio, queimaduras, redução de manchas corporais, auxílio na cicatrização e

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 8, p. 60770-60787 aug. 2020. ISSN 2525-8761


60776
Brazilian Journal of Development
ação contra diversas doenças, mostrando-se como técnica eficiente e curativa com comprovação
cientifica (CORRÊIA; SCHOTTEN; MARCHADO, 2010).
Diante do que expõe Galli et al. (2012), a utilização das práticas integrativas e
complementares, destacando a utilização da aromaterapia, são de grande importância no processo
de reabilitação e construção da saúde do indivíduo, isso é necessário por identificação de um ser
não somente visto como um agregado de matéria, mas com sentimentos e pensamentos que são
estruturas energéticas e não químicas, atentando o profissional aos adoecimentos de origem
energética, podendo assim expor o indivíduo ao tratamento adequado em relação à origem de sua
enfermidade apresentada.

3.2 AURICULOTERAPIA
A terapia realizada através da auriculoterapia é conhecida como uma área especifica que
associa a acupuntura e a reflexologia, práticas que agem de forma conjunta, atuando no corpo através
de pontos específicos. Uma das formas de alívio da dor encontrada por ação da compreensão desses
pontos pela auriculoterapia, é a liberação de endorfinas, atuando no relaxamento muscular
(MASCARENHAS et al., 2019).
Diante do que é citado na Portaria N° 702 de 21 de março de 2018, foram reconhecidas e
incorporadas às práticas das medicinas tradicionais, atuando de forma a auxiliar no tratamento dos
indivíduos no sistema nacional de saúde, denominadas pelo Ministério da Saúde do Brasil como
Práticas Integrativas e Complementares (BRASIL, 2018). A auriculoterapia através do estímulo
gerado por seus pontos específicos, promove a regulação psiquico-orgânica do corpo, os pontos
energéticos utilizados são encontrados na orelha, onde todo o corpo fica representado como em um
micro-sistema, a técnica estimula as zonas neurorreativas por meio de agulhas, esferas de aço, ouro,
prata, plástico, ou sementes de mostarda, preparadas para a aplicação. A técnica empregada no
Brasil é uma junção da terapia utilizada pelos chineses e franceses (BRASIL, 2018).
Existem pontos específicos para a utilização da técnica. O ponto Shenmen atua na
estimulação do tronco e córtex cerebral no processo de receber, decodificar, modular e condicionar
os reflexos dos próximos pontos estimulados, impedindo desequilíbrios e novas enfermidades,
agindo também através da analgesia por meio da liberação de endorfinas, sendo um dos principais
pontos a ser utilizado no tratamento de alivio da dor (RUELA et al., 2018).
O ponto simpático atua na promoção do equilíbrio geral do organismo, acelerando e
regulando a atividade neurovegetativa, equilibrando as funções simpáticas e parassimpáticas do
indivíduo ao promover o reequilibrio do sistema nervoso autonômo, mostrando-se de alta

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 8, p. 60770-60787 aug. 2020. ISSN 2525-8761


60777
Brazilian Journal of Development
importância na promoção da analgésia, relaxamento de fibras musculares e ação anti-inflamatória,
incluindo ainda outro ponto muito utilizado, identificado como ponto relaxante muscular, que aje
na diminuição da dor e tensões musculares (RUELA et al., 2018).
Segundo o estudo realizado por Moura et al. (2019), no processo de analgesia, a maioria dos
estudos eram realizados com base na abordagem chinesa de aplicação do tratamento, a qual tinham
seus princípios na crença de que o pavilhão auricular está relacionado a todas as partes do corpo e
dos órgãos internos, e que ao realizar a estimulação dos acupontos auriculares, acarretaria na
ativação dos meridianos.
Em uma análise comparativa relacionada à utilização de agulhas e sementes na terapia,
vinculada na diminuição do estresse em profissionais, foram identificados melhores resultados
diante da aplicação utilizando agulhas. Em contra partida esse processo foi tido como
desconfortável, mostrando desvantagem para o tratamento, já o processo realizado com a utilização
das sementes, identificou-se que só é possível obter sucesso, quando a participação do paciente é
ativa, devendo estar sempre exercendo pressão manual sobre as sementes, caso haja o esquecimento
de pressioná-la, não haverá efeito, sendo esse o fator limitante da utilização da mesma (MOURA et
al,. 2019).
Com a implantação do uso da auriculoterapia, é possível um tratamento vinculado a diversos
sinais e sintomas de adoecimentos apresentados pela população, mostrando-se como terapia bem
sucedida na manutenção da saúde, indo além do tratamento biomédico, pois é visto sua eficácia no
tratamento vinculado à dor pela libreração de endorfinas, controle da inflamação vinculado à ação
da acetilcolina e o controle do processamento emocional através do sistema límbico
(HOHENBERGER; DALLEGRAVE, 2016).
Há vários benefícicios identificados para pacientes que fazem o uso do tratamento com as
práticas integrativas e complementares (PICS), são muitas as evidências científicas que enbasam
esses benéficios, assim, o Ministério da Saúde vem apoiando a junção das PICS com a medicina
tradicional para o tratamento da população, diante disso, o Sistema Único de Saúde (SUS)
disponibiliza de forma integral e gratuita o acesso às terapias, iniciando o tratamento na atenção
básica, que é a principal porta de entrada para o SUS (BRASIL, 2019).

4 METODOLOGIA
4.1 TIPO DE ESTUDO
Trata-se de um estudo de revisão integrativa da literatura com abordagem exploratória,
utilizando como referencial teórico, estudos sobre o tema em questão.

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 8, p. 60770-60787 aug. 2020. ISSN 2525-8761


60778
Brazilian Journal of Development
A revisão integrativa da literatura é um estudo sistemático e abrangente, a qual os dados
esperados pelos pesquisadores, serão encontrados por meio de literaturas relacionadas ao tema
escolhido (GERHARDT; SILVEIRA, 2009A).
A pesquisa do tipo exploratória possui como principal eixo de estudo, trazer maior
familiaridade entre o pesquisador e objeto de pesquisa, por meio de revisões integrativas da
literatura ou estudo de caso. Por meio desse estudo, o pesquisador tornará o assunto mais explícito
e poderá fazer indagações sobre o mesmo (GERHARDT; SILVEIRA, 2009B).

4.2 PERÍODO DE ESTUDO


O estudo foi realizado no período de onze meses, com início em julho de 2019 a junho de
2020. Durante o período do estudo, foram planejadas atividades para que o objetivo do trabalho
fosse alcançado. Dentre as atividades realizadas, foi obtido o levantamento de dados por meio da
pesquisa, análise dos dados da pesquisa e posteriormente, a construção bibliográfica.

4.3 LOCAL DA PESQUISA


Base de dados utilizados: Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos (Pubmed);
Scientific Electronic Library Online (SciELO); Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciências da Saúde (LILACS).

4.4 COLETA DE DADOS


Para a construção do trabalho, foi pesquisado o total de 618 artigos científicos, a qual por
meio dos critérios de exclusão estabelecidos foi descartado 577, apresentando apenas 41 artigos que
obtiveram as características necessárias apresentadas dentro dos critérios de inclusão, sendo
utilizados na construção do trabalho 26 artigos, onde 14 encontram-se na introdução e 12 na revisão
bibliográfica.
Para a coleta, foram utilizados dados de referência ao tema e com características textuais
relevantes para a construção bibliográfica. Dentre eles, os seguintes descritores: Idoso,
Auriculoterapia, Aromaterapia.
Foram utilizados outros descritores para o auxílio da construção de outros pontos
importantes a serem mencionados e destacados no trabalho, dentre eles: Dor, Doença crônica,
Analgésicos, Anti-Inflamatórios, Geriatria. Os artigos utilizados apresentam o ano de publicação de
2009 a 2019. Não foi dado preferência a tipos de pesquisas específicas (estudo de caso, descritivo,
explorativo, bibliográfico...).

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 8, p. 60770-60787 aug. 2020. ISSN 2525-8761


60779
Brazilian Journal of Development
Critérios de inclusão: Foram incluídos todos dos artigos que apresentaram anos de
publicação entre 2009 e 2019. Artigos que analisam os efeitos da auriculoterapia e aromaterapia.
Artigos originais. Artigos nas línguas portuguesa, chinesa e japonesa. Artigos indexados nas bases
de dados: Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos (Pubmed); Scientific Electronic
Library Online (SciELO); Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde
(LILACS).
Critérios de exclusão: Artigos de fontes duvidosas, artigos que não contemplavam o público
alvo do trabalho e artigos que se repetiam entre as bases de dados escolhidas.

4.5 ANÁLISE DOS DADOS


Os dados foram analisados por meio dos conceitos presentes na análise dos artigos
selecionados para a construção literária e por meio da formulação de uma tabela. A tabela apresenta
como objetivo, a coleta dos seguintes dados:
Questão 1- Artigos que apresentam o alívio da dor após a aplicação da aromaterapia, diante
de público misto (também se aplica ao idoso).
Questão 2- Artigos que apresentam o alívio da dor após a aplicação da auriculoterapia, diante
de público misto (também se aplica ao idoso).
Questão 3- Artigos que apresentam o alívio da dor exclusivamente no idoso, utilizando a
auriculoterapia.
Questão 4- Artigos que apresentam o alívio da dor exclusivamente no idoso, utilizando a
aromaterapia.
Questão 5- Artigos que mostram a aplicação da auriculoterapia e aromaterapia de forma
conjunta, objetivando o alívio da dor.
Questão 6- Artigos que comprovam a eficácia do alívio da dor, diante da aplicação da
auriculoterapia.
Questão 7- Artigos que comprovam a eficácia do alívio da dor, diante da aplicação da
aromaterapia.
Questão 8- Artigos que comprovam a eficácia do alívio da dor, diante da utilização da
aromaterapia e auriculoterapia, aplicadas de forma conjunta.
Diante dos dados coletados, é possível identificar a eficácia dos métodos não farmacológicos
citados para o alívio da dor, verificar a frequência de aplicação desses métodos de forma exclusiva
em idosos e a eficácia da aplicação de ambas, de forma conjunta ou individualmente.

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 8, p. 60770-60787 aug. 2020. ISSN 2525-8761


60780
Brazilian Journal of Development
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Diante dos resultados obtidos no processo de pesquisa, foram encontrados o total de 688
publicações, todas apresentando pelo menos um dos descritores escolhidos diante dos critérios de
pesquisa estabelecidos. Das 618 publicações, 577 foram descartadas diante dos critérios de exclusão
e apenas 41 do total, apresentaram os critérios de inclusão. Mas foram utilizados apenas 26 artigos
para a construção do trabalho, mostrando características de conteúdo viável para embasamento
literário, diante do objetivo mencionado ao desenvolvimento do trabalho. Dentro do total de 26
artigos citados, 14 encontram-se na introdução e 12 na revisão bibliográfica.

➢ Os dados citados abaixo são referentes ao número de artigos escolhidos, e temas


mencionados na composição de cada citação da construção do trabalho:
Introdução: Estatísticas relacionadas ao crescimento da população idosa no Brasil (1 artigo).
Doenças crônicas advindas da senescência (3 artigos). Dor (1 artigo). Poli farmácia (2 artigos).
Medicamentos mais usados para o alívio da dor por idosos (3 artigos). Auriculoterapia e redução da
dor. (1 artigo). Aromaterapia e redução da dor (3 artigos).
Revisão bibliográfica: Aromaterapia no Brasil (1 artigo). Aromaterapia e ação analgésica (1
artigo). Fisiologia da aromaterapia (1 artigo). Cuidados específicos na aplicação da aromaterapia (1
artigo). Benefícios da aromaterapia (2 artigos). O que é a auriculoterapia (2 artigos). Fisiologia da
auriculoterapia (1 artigo). Auriculoterapia e ação analgésica (1 artigo). Benefícios da auriculoterapia
(2 artigos).
Mediante o interesse na realização de propostas originadas da necessidade da aplicação de
métodos alternativos e não farmacológicos, que em longo prazo não gerassem grandes prejuízos na
saúde do idoso, foram articulados algumas questões a respeito dos artigos usados na construção da
introdução e revisão bibliográfica. As questões foram baseadas nos artigos que possuem como
objeto de estudo ou um dos objetos de estudo, a auriculoterapia ou a aromaterapia no processo de
alívio da dor em sua composição (independente da aplicação das terapias citadas de forma conjunta
ou não).
Para a melhor avaliação e compreensão dos resultados foram formuladas as seguintes
questões:
QUESTÃO 1 - Artigos que apresentam o alívio da dor após a aplicação da aromaterapia,
diante de público misto (também se aplica ao idoso). Total de 04.
QUESTÃO 2 - Artigos que apresentam o alívio da dor após a aplicação da auriculoterapia,
diante de público misto (também se aplica ao idoso). Total de 04.

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 8, p. 60770-60787 aug. 2020. ISSN 2525-8761


60781
Brazilian Journal of Development
QUESTÃO 3 - Artigos que apresentam o alívio da dor exclusivamente no idoso, utilizando
a auriculoterapia. Total de 00.
QUESTÃO 4 - Artigos que apresentam o alívio da dor exclusivamente no idoso, utilizando
a aromaterapia. Total de 01.
QUESTÃO 5 - Artigos que mostram a aplicação da auriculoterapia e aromaterapia de forma
conjunta, objetivando o alívio da dor. Total de 00.
QUESTÃO 6 - Artigos que comprovam a eficácia do alívio da dor, diante da aplicação da
auriculoterapia. Total de 04.
QUESTÃO 7 - Artigos que comprovam a eficácia do alívio da dor, diante da aplicação da
aromaterapia. Total de 04.
QUESTÃO 8 - Artigos que comprovam a eficácia do alívio da dor, diante da utilização da
aromaterapia e auriculoterapia, aplicadas de forma conjunta. Total de 00.
A seguir, estão identificados com título, autor e ano de publicação, os oito artigos que foram
utilizados na análise de dados das questões formuladas, para a retirada dos resultados presentes em
cada questão acima, divididos pelo instrumento aplicado e identificados pelas letras A, B, C, D, E,
F, G, H.

➢ Aromaterapia:
(A)- A aromaterapia pode reduzir a dor menstrual (Título). GEADA; OSTROVSKY,
2019(Autores e ano).
(B)- Manejo não farmacológico de alívio da dor em partos assistidos por enfermeira
obstétrica (Título). LEHUGEUR; STRAPASSOM; FRONZA, 2017 (Autores e ano).
(C)- Dor e terapias complementares (Título). HAMLIN; ROBERTSON, 2017(Autores e
ano).
(D)- Aromaterapia: isso ajuda a aliviar a dor, depressão, ansiedade e estresse em nos
Domicílios pessoas mais velhas? (Título). TANG; TSE, 2014 (Autores e ano).

➢ Auriculoterapia:
(E)- Efetividade da acupuntura auricular no tratamento da dor oncológica: ensaio clínico
randomizado (Título). RUELA et al., 2018 (Autor e ano).
(F)- Acupuntura auricular para dor crônica nas costas em adultos: revisão sistemática e meta-
análise (Título). MOURA et al. 2019 (Autor e ano).

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 8, p. 60770-60787 aug. 2020. ISSN 2525-8761


60782
Brazilian Journal of Development
(G)- Evidências científicas sobre métodos não farmacológicos para alívio a dor do parto
(Título). MASCARENHAS et al., 2019 (Autor e ano).
(H)- Auriculoterapia para a analgesia (Título). LOPES; SEROISKA, 2013 (Autor e ano).
Segue a tabela com os resultados das questões da pag:13.

TABELA 1 – Resultados das questões propostas no estudo

Fonte: Elaborado pelos Autores. (Fortaleza- Ceará, 2020).

Todos os artigos tidos como resposta da questão 2 (Artigos E, F, G, H), se repetem como
resposta da questão 6, demonstrando a eficácia da auriculoterapia aplicada em público misto no
tratamento da dor. Da mesma forma, todos os artigos (A, B, C, D), tidos como resposta da questão
2, repetem-se na questão 7, mas com um dado diferencial, sendo esse o artigo (D), que está presente
na questão 1, 4 e 7. O artigo (D) destaca-se por ser o único artigo que trabalhou a aplicação de uma
das terapias analisadas nesse estudo, no caso a aromaterapia, de forma exclusiva em idosos e
comprovando a sua eficácia, apresentando-se na questão 7.
As questões 3, 5 e 8, obtiveram o valor de 0 em sua totalidade, evidenciando o não achado
de publicações científicas que trabalhassem o binômio auriculoterapia e aromaterapia de forma
conjunta, independente do intervalo de aplicações entre uma e outra. Sendo assim, por falta de
evidências, não foi possível afirmar a eficácia da aplicação da auriculoterapia em conjunto com a
aromaterapia e nem evidenciar a sua atuação na população idosa.
Na introdução e revisão bibliográfica, foram utilizados como base teórica, o total de 8 artigos
no âmbito da auriculoterapia e aromaterapia (independente da aplicação de forma conjunta ou não,

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 8, p. 60770-60787 aug. 2020. ISSN 2525-8761


60783
Brazilian Journal of Development
com o objetivo do alívio da dor). Para a aromaterapia foram 4 do total dos 8 artigos citados e os 4
artigos restantes, referentes a auriculoterapia.
Ainda na revisão bibliográfica foram utilizados outros 4 artigos que envolviam as terapias
citadas (auriculoterapia e aromaterapia), como objetos de atuação em outras assistências (artigos
não usados para a coleta de dados das questões,1,2,3,4,5,6,7e 8 da pag:13), artigos esses que tinham
por finalidade o uso da auriculoterapia e aromaterapia, para a melhora da autoestima e saúde
psicossocial, redução do estresse, a enfatização da utilização da auriculoterapia por profissionais da
saúde e os benefícios das PICS.
A seguir estão identificados com título, autor e ano de publicação, os quatro artigos baseados
na ação da aromaterapia e auriculoterapia na analgesia, aplicados à finalidade de outras assistências
terapêuticas, citadas no parágrafo acima:
O uso da aromaterapia na melhora da autoestima. (GNATTA et al., 2011).
O uso da aromaterapia no combate ao estresse. (PAGANINI; SILVA, 2014).
Saúde e equilíbrio através das terapias integrativas: Relato de experiência. (GALLI et al.,
2012).
Auriculoterapia para profissionais da saúde: Percursos possíveis da aprendizagem à
implantação na Unidade de Saúde. (HOHENBERGER; DALLEGRAVE, 2016).
Foram verificados mediante as buscas dos artigos científicos, poucos trabalhos que
realmente mostrassem o uso da aromaterapia e auriculoterapia no processo de alívio da dor no
âmbito da gerontologia, ou seja, aplicada exclusivamente em idosos. Uma dificuldade ainda maior,
quando relacionada ao uso conjunto das mesmas em idosos. Acredita-se que a escassez de trabalhos
que incluíssem a auriculoterapia e aromaterapia como forma alternativa de redução da dor, esteja
relacionada ao fato de que tais práticas, principalmente no contexto brasileiro, sejam ainda novas
para o sistema de saúde.
Diante dos dados coletados, apenas o artigo por título “Aromaterapia: isso ajuda a aliviar a
dor, depressão, ansiedade e estresse em nos Domicílios de pessoas mais velhas?” por Tang e Tse,
2014, correlacionou o uso da aromaterapia para a ação analgésica “exclusivamente” em idosos, mas
além da dor, também foram avaliados pelo autor, a diminuição da ansiedade e estresse na aplicação
da terapia em questão, não a utilizando exclusivamente para a analgesia.
Já em relação ao uso da auriculoterapia, não foi encontrado nenhum artigo que a relacionasse
ao uso exclusivo em idosos com o objetivo de analgesia, mas em questão a outros públicos e
situações, 7 artigos foram encontrados e usados para as citações (Público misto). Isso mostra a
escassez de publicações científicas que busquem alternativas como as descritas nesse trabalho para

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 8, p. 60770-60787 aug. 2020. ISSN 2525-8761


60784
Brazilian Journal of Development
melhora da qualidade de vida do idoso como forma de ampliar as alternativas que favoreçam essa
qualidade de vida.
Outro dado importante, estar relacionado ao uso da forma conjunta da aromaterapia e
auriculoterapia como práticas alternativas para o alívio da dor ou ainda, relacionada ao tratamento
de algum outro tipo de patologia. Houve achados de várias terapias em utilização, mas nenhuma
que se aplicasse apenas ao uso das duas terapias juntas. Não houve achado de nenhum artigo que
apresentassem as características em questão.
Dentre os artigos usados como base para as citações, todos que correlacionavam a utilização
da aromaterapia ou da auriculoterapia como métodos não farmacológicos e a analgesia, obtiveram
respostas positivas diante a aplicação das práticas, sendo todas classificadas como efetivas para o
tratamento da dor, segundo seus autores.

6 CONCLUSÃO
Diante dos dados apresentados, encontrados em cada estudo escolhido para embasamento
cientifico da revisão integrativa em questão, foram identificados diversos pontos positivos e de
grande interesse para a melhoria e ampliação das formas não medicamentosas de assistência à saúde.
Todos os autores dos artigos citados comprovaram a eficácia da ação da auriculoterapia e
aromaterapia, como prática alternativa e complementar na atuação da analgesia.
Segundo o que diz Monteiro et al. (2014), é de grande predominância o uso medicamentoso
pelos idosos, destacando os analgésicos como o mais utilizado pelos mesmos. Mediante isso, houve
o interesse de pesquisa por métodos não farmacológicos que não implicasse prejuízos para a saúde
do idoso, enfatizando a auriculoterapia e aromaterapia,como formas favoráveis e de benefícios
diversos, destacando-se como terapias diferenciadas quando relacionadas e comparadas aos
fármacos.
Um ponto importante a ser frisado está relacionado a escassez de publicações que trabalhem
essas terapias especificamente na população idosa, principalmente quando associada à aplicação
dessas práticas no Brasil. A auriculoterapia e a aromaterapia, mostraram-se como importantes
aliadas na manutenção e preservação da saúde, podendo agir não somente no alívio da dor, mas
também como auxiliar no tratamento do estresse, ansiedade, na melhora da alto-estima,
queimaduras, além de diversas patologias.
Diante de todos os benefícios e comprovação da eficácia a aromaterapia e auriculoterapia
como formas não farmacológicas para o tratamento no alivio da dor, conclui-se que é de grande
necessidade, frente ao contexto vivido pelos idosos, dar maior visibilidade a aplicação da

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 8, p. 60770-60787 aug. 2020. ISSN 2525-8761


60785
Brazilian Journal of Development
aromaterapia e auriculoterapia como alternativas de tratamento não medicamentoso por
profissionais de saúde para a utilização dessas terapias como formas complementares no auxílio do
alivio da dor, na população idosa.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Práticas Integrativas e Complementares em saúde. Glossário


temático, Brasília, 2018.

BRASIL. Altera a Portaria de Consolidação nº 2/GM/MS, de 28 de setembro de 2017, para incluir


novas práticas na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares -

PNPIC. PORTARIA N° 702, 2018. Disponível em:


http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2018/prt0702_22_03_2018.html. Acesso 16 nov.
2019.

BRASIL. Estudo aponta que 75% dos idosos usam apenas o SUS. 2018. Disponível em:
http://www.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/44451-estudo-aponta-que-75-dos-idosos-usam-
apenas-o-su. Acesso em: 19 ago. 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Práticas Integrativas e Complementares (PICS): quais são e para que
servem. Brasil, 2019. Disponível em:< http://saude.gov.br/saude-de-a-z/praticas-integrativas-e-
complementares>. Acesso em: 16 nov. 2019.

CARLOS, F.S.A.; PEREIRA, F. R. A. Principais doenças crônicas acometidas em idosos.

Anais CIEH.v.2, n. 1, 2015.

CARVALHO, C. S.; CARVALHO, S. A.; PORTELA, F.S. Uso Indiscriminado e Irracional de


Antinflamatórios não Esteroidais (Aines) por Pacientes Idosos em uma Rede de Farmácias do
Sudoeste da Bahia. Revista multidisciplinar e de psicologia. v.12, n. 40, 2018.

CELICH, K, L. S.; GALON, C. Dor crônica em idosos e sua influência nas atividades da vida diária
e convivência social. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol. Rio Grande do Sul. v.12, n.3, p.345-359, 2009.

CORRÊIA, B. M.; SCHOTTEN, L. A.; MARCHADO, M. Aromaterapia na saúde e na beleza:


Desenvolvimento de um manual prático. Trabalho de conclusão de curso I, 2010.

CUENTRO, V.S. et al. Prevalência e fatores associados a polifarmácia entre idosos de um hospital
público. Revista contexto e saúde. v. 16, n.30, p. 28-35, 2016.

ELY, L.S. et al. Uso de anti-inflamatórios e analgésicos por uma população de idosos atendida na
Estratégia Saúde da Família. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol. Rio de Janeiro. v.18, n.3, p. 475-485,
2015.

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 8, p. 60770-60787 aug. 2020. ISSN 2525-8761


60786
Brazilian Journal of Development
FLEISCHER, S.; FRANCH, M. Uma dor que não passa: Aportes teórico-metodológicos de uma
Antropologia das doenças compridas. Revista de Ciências Sociais.n. 42, p. 13-28, 2015.

FROST, E.; OSTROVSKY, D.A. Aromatherapy may reduce menstrual pain in women with primary
dysmenorrehea. Evidence-based integrative medicine updates. v.15, n. 3, p. 241-242, 2019.

GALLI, K. S. B. et al. Saúde e equilíbrio através das terapias alternativas: Relato de experiência.
Revista de Enfermagem, v. 8, n. 8, p. 245-255, 2012.
GERHARDT, T. E; SILVEIRA, D. T. Métodos de pesquisa. 5. ed. Rio Grande do Sul:

UFRGS Editora, 2009, 113p.

GNATTA, J. R. et al. O uso da aromaterapia na melhora da autoestima. Rev Esc Enferm USP, v.
45, n. 5, p. 1113-1120, 2011.

HAMLIN, A.S.; ROBERTSON, M.T. Pain and complementary therapies. Article in press.

EUA. p. 1-12, 2017.

HOHENBERGER, G. F.; DALLEGRAVE, D. Auriculoterapia para profissionais de saúde:


Percursos possíveis da aprendizagem à implantação na Unidade de Saúde. Saúde em Redes. v. 2, n.
4, p. 372-382, 2016.

LEHUGEUR, D.; STRAPASSOM, R.M.; FRONZA, E. Manejo não farmacológico de alívio da dor
em partos assistidos por enfermeira obstétrica. Rev enferm UFPE on line, Recife, v. 11, n.12, p.
4929-4937, 2017.

LOPES, S. S.; SEROISKA, M.A. Auriculoterapia para analgésia. ed. OMNIPAX, 2013, 168 p.

MASCARENHAS, V.H. A. et al. Evidências científicas sobre métodos não farmacológicos para
alívio a dor do parto. Acta Paul Enferm. v. 32, n. 3, p. 350-357, 2019.

MONTEIRO, S. C. M.; AZEVEDO, L.S.; BELFORT, I. K.P. Automedicação em idosos de um


Programa Saúde da Família, Brasil. Infarma. Ciências farmacêuticas. São Luís – MA. v. 26, e.2, p.
90-95, 2014.

MOURA, C. C. et al. Acupuntura auricular para dor crônica nas costas em adultos: revisão
sistemática e metanálise. Rev Esc Enferm USP, v.53, e. 03461, 2019.

OLIVEIRA, L.P.B.A.; SANTOS, S.M.A. Uma revisão integrativa sobre o uso de medicamentos por
idosos na atenção primária à saúde. Rvs Esc Enferm USP. v. 50, n. 1, p. 167-179, 2016.

PAGANINI, T.; SILVA, F.Y. O uso da aromaterapia no combate ao estresse. Arq. Ciênc.

Saúde Unipar, Umuarama, v. 18 n. 1, p. 43-49, 2014.

RUELA, L.O. et al. Efetividade da acupuntura auricular no tratamento da dor oncológica:

ensaio clínico randomizado. Rev Esc Enferm USP, v. 52, e. 03402, 2018.

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 8, p. 60770-60787 aug. 2020. ISSN 2525-8761


60787
Brazilian Journal of Development

TANG, S.K.; TSE, A. Y. M. Aromatherapy: This helps relieve pain, depression, anxiety and stress
in households old people. Biomed Reserch International.v. 12, n. 43, p. 01-95, 2014.

TEIXEIRA, I.N.A.O.; GARIENTO, M.E. Biologia do envelhecimento: teorias, mecanismos e


perspectivas. Ciênc. saúde coletiva. Rio de Janeiro.v. 15, n. 6, p. 2845-2857, 2016.

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 8, p. 60770-60787 aug. 2020. ISSN 2525-8761

Você também pode gostar