- Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Instituto de Economia, Graduate Studentadd
- Doutoranda em Relações Internacionais pelo Programa de Pós Graduação em Relações Internacionais San Tiago Dantas da U... moreDoutoranda em Relações Internacionais pelo Programa de Pós Graduação em Relações Internacionais San Tiago Dantas da Universidade Estadual Paulista, da Universidade Estadual de Campinas e da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (Unesp/Unicamp/PUC-SP), sob orientação do Prof. Dr. Carlos Eduardo de Carvalho. Mestre em Economia Política Internacional pelo Programa de Pós-Graduação em Economia Política Internacional (PEPI) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e bacharela em Relações Internacionais pela mesma universidade. Pesquisadora do Observatório de Regionalismo (ODR), vinculado à Rede de Pesquisa em Política Externa e Regionalismo (REPRI), e do Núcleo de Estudos e Análises Internacionais (NEAI-Unesp). Tem como principais áreas de estudo: Relações Internacionais, Integração Regional, Economia Política Internacional e Estudos Euroasiáticos.edit
Formado por Polônia, Hungria, República Tcheca e Eslováquia, o Grupo de Visegrado é uma área privilegiada de destino dos investimentos alemães, integrando com a indústria alemã a maior cadeia produtiva da Europa. Visando responder como se... more
Formado por Polônia, Hungria, República Tcheca e Eslováquia, o Grupo de Visegrado é uma área privilegiada de destino dos investimentos alemães, integrando com a indústria alemã a maior cadeia produtiva da Europa. Visando responder como se organizam as relações econômicas entre o grupo e a Alemanha, apresentamos a hipótese de que Berlim converteu os países da Europa Central em parte do seu território econômico através de exportações massivas de capital. O objetivo deste artigo é analisar as relações de produção entre Alemanha e Visegrado, de modo a lançar luz sobre a posição de dependência do último. Como referencial teórico, recorremos à obra de Hilferding (1910) e, como metodologia, empregamos uma análise quantitativa dos fluxos de capitais alemães para a região, além de uma análise qualitativa dos efeitos desse processo. Esperamos demonstrar que o grupo desempenha o papel de fábrica dos produtos alemães para o mercado europeu.
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A Europa Centro-Oriental é um espaço de disputa tradicional entre Alemanha e Rússia, tendo sofrido com as ingerências das duas grandes potências entre os séculos XVIII e XX. Atualmente organizadas no Grupo de Visegrado, Polônia, Hungria,... more
A Europa Centro-Oriental é um espaço de disputa tradicional entre Alemanha e Rússia, tendo sofrido com as ingerências das duas grandes potências entre os séculos XVIII e XX. Atualmente organizadas no Grupo de Visegrado, Polônia, Hungria, República Tcheca e Eslováquia ainda fazem parte de uma área de projeção comum de Berlim e Moscou: compõe a periferia econômica da primeira e o entorno estratégico da última. Nos anos 2010, diante do renascimento da ameaça latente russa, da deterioração do relacionamento com a Alemanha e do menor engajamento dos Estados Unidos na região, o grupo passou a buscar parcerias alternativas e a se aproximar da China. Por meio de uma revisão da literatura clássica de geopolítica sobre a Europa Centro-Oriental, como uma zona de pressão competitiva, objetiva-se analisar as geoestratégias das grandes potências para a região. Espera-se demonstrar que essa detém grande importância no equilíbrio de poder europeu e na política internacional.
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A chegada do Partido da Justiça e Desenvolvimento ao poder na Turquia, nos anos 2000, corroeu um antigo ideal turco de integrar a comunidade de Estados europeus. Uma grande inflexão nas relações turco-europeias ocorreu em 2016, quando um... more
A chegada do Partido da Justiça e Desenvolvimento ao poder na Turquia, nos anos 2000, corroeu um antigo ideal turco de integrar a comunidade de Estados europeus. Uma grande inflexão nas relações turco-europeias ocorreu em 2016, quando um golpe frustrado consolidou uma virada autoritária em Ancara. Desde então, a União Europeia tem denunciado as medidas anti-democráticas turcas e, em 2019, o Parlamento Europeu recomendou a suspensão do processo de adesão turco. Procura-se responder à pergunta: quais são as raízes da deterioração do relacionamento turco-europeu? Levanta-se a hipótese de que a Turquia estreitou laços com o Ori-ente, em detrimento da Europa, mediante um novo projeto de nação turca. Empregando o método histórico e os conceitos de “neo-otomanismo” e “espaço geopolítico otomano”, objetiva-se analisar os efeitos para a Europa da reorientação da política externa turca.
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A Europa Central é um espaço tradicional de disputa entre a Rússia e a Alemanha. Organizadas no Grupo de Visegrado, criado em 1991, Polônia, Hungria, República Tcheca e Eslováquia visavam integrar as instituições euroatlânticas,... more
A Europa Central é um espaço tradicional de disputa entre a Rússia e a Alemanha. Organizadas no Grupo de Visegrado, criado em 1991, Polônia, Hungria, República Tcheca e Eslováquia visavam integrar as instituições euroatlânticas, nomeadamente a União Europeia (UE) e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), e sua incorporação individual se materializou em pouco tempo. A organização em grupo se manteve, o que reflete a percepção de que a região se encontra em uma área de competição entre duas grandes potências: é, simultaneamente, periferia econômica de Berlim e parte do entorno estratégico de Moscou. Diante da ameaça latente da Rússia e da dependência econômica da Alemanha, líder do bloco europeu, o Grupo de Visegrado passou a buscar alternativas. Desde 2012, os quatro Estados participam da “Fórmula 16+1”, iniciativa da China que visa intensificar sua cooperação com a Europa Central e Oriental, concentrando mais da metade do comércio e investimento chineses na região. Nesse sentido, o V4, como é mais usualmente chamado o grupo, encontra na emergência de Pequim no continente uma possibilidade de obter maior poder de barganha nos processos decisórios da UE, sobretudo nas políticas migratória e energética do bloco, e de ampliar a defesa de seus interesses estratégicos, de ordem política e securitária. O trabalho parte de documentos e declarações oficiais do grupo para analisar o V4 enquanto espaço de reação à pressão competitiva entre Rússia e Alemanha, cuja identidade tem sido moldada por preocupações securitárias; bem como sua interação com o Império do Meio, um terceiro ator de peso na Eurásia. Apresenta-se a hipótese de que a cooperação do Grupo de Visegrado com Pequim faz parte de uma estratégia de superação das limitações postas pela sua posição geográfica e de busca por maior autonomia na Europa, em particular,
e no sistema internacional, em geral.
e no sistema internacional, em geral.
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Desde o seu nascimento, o maior desejo da República da Turquia era integrar o sistema de Estados europeus. Durante meio século, o país realizou reformas modernizantes, democratizantes e ocidentalizantes para se adequar às exigências... more
Desde o seu nascimento, o maior desejo da República da Turquia era integrar o sistema de Estados europeus. Durante meio século, o país realizou reformas modernizantes, democratizantes e ocidentalizantes para se adequar às exigências postas pela comunidade europeia. Entretanto, a Europa se recusa continuamente a conceder aos turcos uma participação plena no bloco, vetando sua candidatura ou oferecendo alternativas com base nas condições políticas e econômicas da Turquia, insatisfatórias aos olhos europeus. Esse arranjo não interessa aos turcos, ainda que acreditem cada vez menos na possibilidade de integrar o bloco. Isso posto, nota-se que nos últimos anos a Europa tem tido uma posição declinante na política externa turca, que se voltou às relações com o Oriente. Embora depreciado, tal fato fomenta a apreensão dos europeus, para quem a posição geoestratégica turca e seus laços históricos com o Oriente
Médio e o Cáucaso são centrais aos seus interesses, sobretudo securitários e energéticos. Apesar da hierarquização das negociações, a assimetria de poder entre Turquia e Europa vem encolhendo, com a segunda precisando da primeira, tanto quanto a primeira, da segunda.
Médio e o Cáucaso são centrais aos seus interesses, sobretudo securitários e energéticos. Apesar da hierarquização das negociações, a assimetria de poder entre Turquia e Europa vem encolhendo, com a segunda precisando da primeira, tanto quanto a primeira, da segunda.
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A despeito de séculos de ambiguidade, marcada por períodos de convergência e de rivalidade, o relacionamento entre Rússia e Turquia, a partir de 2016, adentrou uma nova fase de aproximação estratégica. Diante da deterioração das suas... more
A despeito de séculos de ambiguidade, marcada por períodos de convergência e de rivalidade, o relacionamento entre Rússia e Turquia, a partir de 2016, adentrou uma nova fase de aproximação estratégica. Diante da deterioração das suas relações com a Europa e os Estados Unidos, Moscou e Ancara passaram a cooperar em três áreas: segurança, energia e moeda. Esse tripé geoeconômico e geopolítico tem guiado a ação conjunta desses atores, em um processo de rearranjos de forças no sistema interestatal capitalista. O presente trabalho se destina a analisar a parceira russo-turca nesses três vértices, avaliando o alcance da mesma e suas consequências, tanto para a vizinhança desses países, quanto para o sistema internacional como um todo. Espera-se demonstrar que tal esforço russo-turco, sendo uma busca por maior autonomia, representa uma resposta às pressões exercidas pelo Ocidente.
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A República das Filipinas sofre com um território fragmentado, composto por 7.641 ilhas, o que dificulta uma administração centralizada e coesa. Outrossim, embora a população seja majoritariamente católica, o país detém um número... more
A República das Filipinas sofre com um território fragmentado, composto por 7.641 ilhas, o que dificulta uma administração centralizada e coesa. Outrossim, embora a população seja majoritariamente católica, o país detém um número considerável de cidadãos muçulmanos concentrados ao sul do arquipélago, tendo, nos últimos anos, emergido confrontos entre as Forças Armadas filipinas e grupos jihadistas afiliados ao Daesh.
Por outro lado, as Filipinas se inserem em uma região de projeção de poder dos Estados Unidos, do qual são ex-colônia e dependem econômica e militarmente, e da China, para quem o arquipélago é estratégico no trânsito das suas importações e exportações pelo Mar do Sul da China. A localidade envolve, ainda, disputas por posições entre outros países, como Rússia e Japão, da qual o governo filipino tem tirado proveito através de uma política de barganha.
O objetivo deste trabalho é analisar a influência da geografia sobre as limitações e potencialidades das políticas doméstica e externa filipinas. No âmbito interno, o território insu-lar fragmentado impõe restrições à circulação, integração e defesa contra ameaças internas – como grupos separatistas e religiosos extremistas – e externas – tal qual o crime trans-nacional –, obstaculizando um controle estatal efetivo. Já no externo, sua localização no atual tabuleiro de maior rivalidade entre as grandes potências confina a estratégia nacional filipina.
Parte-se das obras de Renouvin & Duroselle (1967), Lacoste (1988) e Kaplan (2012) para debater como os fatores geográficos influem sobre a organização político-econômica de um território e de que forma esses constrangem ou impulsionam estratégias de acumulação de poder e riqueza. Simultaneamente, recorre-se à teoria do Poder Global de Fiori (2007) para examinar a competição interestatal no Sudeste Asiático e o papel das Filipinas nesse enfrentamento. Espera-se evidenciar até que ponto a posição geográfica relativa filipina avilta sua soberania interna e a consecução de uma política externa autônoma.
Por outro lado, as Filipinas se inserem em uma região de projeção de poder dos Estados Unidos, do qual são ex-colônia e dependem econômica e militarmente, e da China, para quem o arquipélago é estratégico no trânsito das suas importações e exportações pelo Mar do Sul da China. A localidade envolve, ainda, disputas por posições entre outros países, como Rússia e Japão, da qual o governo filipino tem tirado proveito através de uma política de barganha.
O objetivo deste trabalho é analisar a influência da geografia sobre as limitações e potencialidades das políticas doméstica e externa filipinas. No âmbito interno, o território insu-lar fragmentado impõe restrições à circulação, integração e defesa contra ameaças internas – como grupos separatistas e religiosos extremistas – e externas – tal qual o crime trans-nacional –, obstaculizando um controle estatal efetivo. Já no externo, sua localização no atual tabuleiro de maior rivalidade entre as grandes potências confina a estratégia nacional filipina.
Parte-se das obras de Renouvin & Duroselle (1967), Lacoste (1988) e Kaplan (2012) para debater como os fatores geográficos influem sobre a organização político-econômica de um território e de que forma esses constrangem ou impulsionam estratégias de acumulação de poder e riqueza. Simultaneamente, recorre-se à teoria do Poder Global de Fiori (2007) para examinar a competição interestatal no Sudeste Asiático e o papel das Filipinas nesse enfrentamento. Espera-se evidenciar até que ponto a posição geográfica relativa filipina avilta sua soberania interna e a consecução de uma política externa autônoma.
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Resumo: A economia política, enquanto disciplina acadêmica, tem como objeto de pesquisa o problema da reprodução material, isto é, da produção, da circulação e da distribuição de mercadorias. No entanto, a mesma tem sido dominada – e,... more
Resumo: A economia política, enquanto disciplina acadêmica, tem como objeto de pesquisa o problema da reprodução material, isto é, da produção, da circulação e da distribuição de mercadorias. No entanto, a mesma tem sido dominada – e, consequentemente, empobrecida – por uma mentalidade de mercado, que acaba restringindo o lugar da economia na sociedade aos mecanismos de oferta, de demanda e de preço. O objetivo do presente trabalho é abordar a recondução do debate econômico e a reinserção de aspectos políticos no mesmo pela economia política internacional (EPI), campo voltado ao estudo das relações de poder e de riqueza no sistema internacional. Destarte, através da perspectiva da EPI, procura-se observar as interações do homem com o meio em que esse está inserido e de que modo tal relação, definida por processos políticos e sociais, é anterior às forças de mercado. Nesse sentido, contrapõem-se as visões clássicas dos economistas Adam Smith e Karl Marx, que dão centralidade ao mercado, como elemento basilar da economia, e, em última instância, reduzem a vida social aos seus fundamentos; aos balanços críticos feitos pelo historiador Fernand Braudel, pelo antropólogo Karl Polanyi e pelo cientista político José Luis Fiori, os quais questionam a premissa de uma propensão humana à barganha e procuram pensar a economia de uma maneira mais ampla, para além dos ditames do mercado. Por meio do estabelecimento de um diálogo entre essas teorias, espera-se demonstrar que a vida econômica se institucionalizou, em diferentes épocas e espaços, sob formas que ultrapassam a lógica de mercado e a busca pelo lucro. Embora a teoria econômica ortodoxa privilegie a análise da economia de mercado, a subsistência humana abrange outras práticas, inclusive aquelas que estão fora do circuito do mercado. A reprodução material, por conseguinte, não se limita a esse, devendo ser examinada dentro das múltiplas esferas de atividade econômica existentes.
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Partindo da tese do Duplo Movimento de Karl Polanyi, da sua reinterpretação por José Luís Fiori e dos conceitos geoestratégicos formuladas por Nicholas Spykman, o presente traba-lho tem como objetivo investigar a crise das dívidas... more
Partindo da tese do Duplo Movimento de Karl Polanyi, da sua reinterpretação por José Luís Fiori e dos conceitos geoestratégicos formuladas por Nicholas Spykman, o presente traba-lho tem como objetivo investigar a crise das dívidas soberanas no grupo de países que formam o acrônimo PIIGS: Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha. Por meio de uma análise histó-rica sustentada em elementos geopolíticos e geoeconômicos, espera-se demonstrar a influência dos Estados Unidos sobre a organização do espaço europeu. Sua política econômica teve a Alemanha como pivô, país que se torna o líder da integração, enquanto sua política de segu-rança subordinou a segurança do continente à Organização do Tratado do Atlântico Norte, interditando a formação de uma comunidade de segurança europeia autônoma. Tal configura-ção, asso-ciada à ascensão de uma nova ordem liberal global, embasaria as instituições e regras de funcionamento da União Europeia e da União Monetária Europeia, na origem das desesta-bilizações da zona do euro. Um exame dos efeitos da adoção de políticas liberalizantes, que amarraram as políticas fiscais e cambiais dos PIIGS, e das medidas de austeridade impostas como contrapartida ao resgate financeiro desses países demonstram, ainda, que as movimenta-ções populares e político-partidárias que se materializaram nos mesmos foram guiadas por de-mandas de proteção social e restauração da soberania nacional.