É professor do curso de Administração Pública da Universidade Federal de Alagoas - UFAL. Coordenador da Incubadora Tecnológica de Economia Solidária - ITES/UFAL. Em 2015 foi ganhador do Prêmio ICE - Finanças Sociais e Negócios de Impacto - 2015. Doutorando em Ciência Política pelo Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL) e Universidade de Brasília (UnB). Possui Mestrado em Administração (Organização, Poder e Gestão) pela Universidade Federal da Bahia (2013) e Graduação em Administração pela Universidade do Estado da Bahia (2009). Coordenador de projetos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico nos seguintes temas: Economia Solidaria, Bens Comuns, Gestão Social, Ação Coletiva e Políticas Públicas.
Este texto discute a natureza solidaria das praticas elaboradas em iniciativas da sociedade civil... more Este texto discute a natureza solidaria das praticas elaboradas em iniciativas da sociedade civil brasileira no contexto da crise provocada pela pandemia de Covid-19. Partindo de um panorama critico sobre como a crise pandemica explicita as vulnerabilidades da sociedade brasileira, o texto analisa o conteudo e a forma das respostas trazidas pelos movimentos sociais. Salienta-se seus desafios e carater inovador, conformadores de suas novas tendencias e problematiza-se sua dimensao de solidariedade publica e democratica em contraponto as formas de solidariedade filantropica. O intuito e de ressaltar um entendimento renovado da solidariedade enquanto vetor de acao politica para repensar as relacoes entre Estado, mercado e sociedade na busca de um efetivo equilibrio entre suas instituicoes.
A exclusão financeira é o processo em que pessoas estão excluídas ou encontram dificuldades em su... more A exclusão financeira é o processo em que pessoas estão excluídas ou encontram dificuldades em suas práticas financeiras, de forma que estejam impedidos de usufruir os benefícios que essas práticas propiciam na vida cotidiana (Gloukoviezoff, 2004). As consequências desse processo têm como resultado pessoas submetidas à condição de privação, de insuficiência ou de precariedade de acesso aos recursos financeiros.
Este trabalho tem o intuito de explorar como os efeitos da atual conjuntura sociopolítica e da pa... more Este trabalho tem o intuito de explorar como os efeitos da atual conjuntura sociopolítica e da pandemia do Covid-19 no Brasil estão impactando a Rede de Pesquisadores em Gestão Social (RGS) e a organização do Encontro Nacional de Pesquisadores em Gestão Social (ENAPEGS). Para tanto, utiliza-se como recurso analítico, os relatos sociopolíticos, as ações governamentais e a uma visão geral sobre a situação da pandemia do Covid-19. Os resultados são apresentados como um conjunto de considerações sobre como essas incertezas estão impactando a gestão social como um campo de pesquisa, como uma prática no contexto da RGS e como está impactando a organização do ENAPEGS. Acima de tudo, o trabalho apresenta algumas oportunidades que estão surgindo e reflete sobre como usá-las para consolidar o campo epistemológico e tecnológico da gestão social.Palavras-chave:
O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma perspectiva de incubação de empreendimentos ... more O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma perspectiva de incubação de empreendimentos de finanças solidárias com base na metodologia de Bancos Comunitários de Desenvolvimento (BCDs), a partir da experiência realizada pela Incubadora Tecnológica de Economia Solidária da Universidade Federal de Alagoas (ITES/UFAL), Campus Arapiraca na cidade de Igaci, estado de Alagoas, em que foi realizado o trabalho de incubação do Banco Comunitário Olhos D’Água. A metodologia consiste na análise do caso em questão, visando proporcionar uma visão detalhada do Banco Comunitário Olhos D’água, permitindo uma investigação empírica dentro de seu contexto real. A metodologia adotada, também, está sintonizada com uma perspectiva teórica da gestão coletiva dos bens comuns de Ostrom (2000). Busca-se demonstrar um conjunto de princípios e métodos úteis à avaliação e incubação de iniciativas de finanças solidárias, de um modo geral, e dos bancos comunitários em particular. Ademais, o intuito é contr...
O texto propõe uma revisão do debate antropológico sobre a moeda, permitindo escapar ao reducioni... more O texto propõe uma revisão do debate antropológico sobre a moeda, permitindo escapar ao reducionismo economicista que a identifica com a ideia de neutralidade. Com esta ampliação do olhar sobre a moeda, discute-se o uso de moedas sociais nas práticas dos Bancos Comunitários de Desenvolvimento no Brasil. O intuito é refletir sobre a experiência do BCD Ilhamar e da moeda social Concha, implementados, desde 2007, na comunidade Matarandiba, no município de Vera Cruz, na Bahia. As reflexões baseadas nesta experiência permitiram identificar alguns desafios como a construção da confiança por parte dos próprios moradores no sistema de moeda social local; a capacidade de manter níveis elevados de coesão social na comunidade; o nível de organização já existente na comunidade, o que pode ser útil a outras experiências do uso de moedas sociais.
Este trabalho apresenta e discute a realidade do conjunto dos Bancos Comunitários de Desenvolvime... more Este trabalho apresenta e discute a realidade do conjunto dos Bancos Comunitários de Desenvolvimento (BCDs) da região Nordeste do Brasil, no âmbito da política pública de finanças solidárias que se delineia. A metodologia consistiu num levantamento-diagnóstico em 26 BCDs desta região, de julho a setembro de 2012. Os resultados afirmam os BCDs como tecnologias sociais adequadas a uma política pública de finanças solidárias que pretende atingir as pessoas mais pobres. Suas estruturas coletivas de gestão e a metodologia de concessão e cobrança de empréstimos baseadas nas relações de proximidade parecem mais adequadas para a transposição das barreiras formais e institucionais que os bancos tradicionais colocam no tocante a concessão de crédito para a população de baixa renda. No entanto, a realidade que se apresenta diante dos BCDs aponta dificuldades que podem comprometer a plenitude das ações destas organizações nos territórios. A principal dificuldade esta relacionada à formação do f...
O objetivo deste relatório de pesquisa é o de fornecer um mapeamento e análise das candidaturas c... more O objetivo deste relatório de pesquisa é o de fornecer um mapeamento e análise das candidaturas coletivas ao poder legislativo nas eleições municipais brasileiras de 2020. Também é objetivo desta pesquisa levantar questões e indicar uma agenda de pesquisas sobre as implicações, dilemas, contradições e potencialidades dos mandatos coletivos como inovações sociais ainda em fase de experimentação no Brasil. Ademais, busca-se apresentar um conjunto de orientações e recomendações dirigidas à sociedade civil em geral, aos mandatos coletivos, casas legislativas e parlamentares em particular.
No ano em que Jair Bolsonaro chega ao poder, a participação política democrática no Brasil sofre ... more No ano em que Jair Bolsonaro chega ao poder, a participação política democrática no Brasil sofre um grande revés. O engajamento da sociedade civil através de conselhos e comitês de políticas públicas foi revogado, quando no dia 11 de abril, Bolsonaro carregou as tintas da caneta para assinar um decreto governamental pondo fim a cerca de 35 instâncias deste gênero. Desde 1988 o repertório da democracia brasileira deixou de ser apenas sobre as estruturas formadas pela eleição e a atribuição política. Democracia é, mais fundamentalmente, sobre como a autoridade repousa ou é distribuída na sociedade. Uma sociedade democrática é onde você tem o cidadão comum em condições suficientes para fazer exigências políticas, para ser levado a sério, e isto não está claro para o governo Bolsonaro.
No ano em que comemoramos o 20.º aniversário da Declaração das Nações Unidas sobre Defensores dos... more No ano em que comemoramos o 20.º aniversário da Declaração das Nações Unidas sobre Defensores dos Direitos Humanos, o ativismo político está em apuros. A longue durée democrática de países como o Brasil, Hungria e Turquia parece ter chegado ao fim. No final do século XX estas nações foram representativas de uma nova vaga de democratização; num contexto de democracias monótonas do velho mundo, eram “a novidade da estação”. Já neste início de século, muitos países democráticos pintaram com verniz governos iliberais, deixando para trás os legados do demoliberalismo. Sob a aparência de um estado democrático de direito, como numa espécie de “número de magia” transformam-se na forma que desejam para se apresentar ao mundo.
No Brasil, o autoritarismo sempre se apresentou como uma força nacional-desenvolvimentista, arrog... more No Brasil, o autoritarismo sempre se apresentou como uma força nacional-desenvolvimentista, arrogando-se capaz de realizar as reformas que os governos democráticos seriam inaptos para lograr êxito. Foi assim com Vargas (primeiro ditador brasileiro), em 1937, e também com os militares e sua ditadura, em 1964.
Assim, não há qualquer razão na história, na política, na economia ou na ciência social para acreditar que o autoritarismo dará qualquer solução melhor para os problemas do Brasil. O desempenho de países com governos autoritários em geral é muito pífio, com algumas exceções como China e Singapura, mas há dezenas de governos autoritários falhados. Há muito pouco a ganhar, mas muito a perder com o autoritarismo. E, em qualquer caso, o respeito liberal e democrático pela soberania popular requer sempre o integral respeito pelos direitos das maiorias e das minorias, do governo e das oposições. Mas nada disso está garantido com Bolsonaro, antes pelo contrário.
É o passado que, agora como sempre, atormenta os brasileiros: entre 12 presidentes que governaram... more É o passado que, agora como sempre, atormenta os brasileiros: entre 12 presidentes que governaram durante os períodos democráticos, apenas quatro terminaram o mandato. A democracia brasileira está de novo sofrendo algum tipo de golpe. Nessa difícil travessia, corre-se um sério risco de o país ficar perdido no seu labirinto.
Le paysage universitaire brésilien témoigne d’un décloisonnement de l’enseignement supérieur à l’... more Le paysage universitaire brésilien témoigne d’un décloisonnement de l’enseignement supérieur à l’égard de la société. Promesse d’une démocratisation des connaissances savantes, la diversité des pratiques suppose toutefois d’être examinée en détail afin de repérer les soubassements sur lesquels reposent ces interventions qui se réclament de l’innovation sociale participative. Parmi les expériences emblématiques de ce mouvement, les incubateurs solidaires sont de bons analyseurs de la variété des principes sur lesquels se construisent les liens entre les savoirs scientifiques et les savoirs populaires. Sur la base de l’étude de ces expérimentations multiformes et de la littérature qui leur est consacrée, l’article propose une classification des activités regroupées sous le vocable d’Incubateurs technologiques en économie solidaire. Quatre axes d’interventions non exclusifs les uns des autres sont identifiés : l’incubation comme « extension universitaire », l’incubation comme technologie sociale, l’incubation comme acte pédagogique, l’incubation comme stratégie de développement territorial.
Incubadoras tecnológicas de economia solidária: Concepção, metodologia e avaliação - Volume I, 2018
O objetivo deste artigo é sistematizar uma tipologia de incubação tecnológica em economia solidár... more O objetivo deste artigo é sistematizar uma tipologia de incubação tecnológica em economia solidária, baseada na especialização dos campos de ação das incubadoras, na geração, na abordagem metodológica de incubação adotada e na origem e trajetória das incubadoras da economia solidária no Brasil. Com base nas reflexões sobre os resultados da pesquisa que avaliou o Programa Nacional de Incubadoras de Cooperativas Populares (Proninc), são delineados diferentes tipos e modalidades de incubadoras e ações de incubação, de forma didática e sintética, para pesquisadores e profissionais da economia solidária, elaboramos um esquema geral na forma de uma matriz. As quatro classes delineadas na matriz possibilitam uma interpretação do campo de incubação de empreendimentos de economia solidária.
Palavras-chave: Economia solidária; Tipologia de incubação; Extensão universitária; Pesquisa de ação; Incubação de empreendimentos solidários.
This paper presents an innovative alternative led by the Federal University of Bahia, Brazil: the... more This paper presents an innovative alternative led by the Federal University of Bahia, Brazil: the incubation of local Solidarity Economy Networks.
O texto propõe uma revisão do debate antropológico sobre a moeda permitindo escapar ao reducionis... more O texto propõe uma revisão do debate antropológico sobre a moeda permitindo escapar ao reducionismo economicista que a identifica com a idéia de neutralidade. Com esta ampliação do olhar sobre a moeda discute-se o uso de moedas sociais nas praticas dos Bancos Comunitários de Desenvolvimento no Brasil. O intuito é refletir sobre a experiência na comunidade de Matarandiba, no município de Vera Cruz, na Bahia, nos quatro anos de existência do BCD Ilhamar e da moeda social Concha implementados à quatro anos na comunidade. As reflexões baseadas nesta experiência permitiram identificar alguns desafios como a construção da confiança por parte dos próprios moradores no sistema de moeda social local; a capacidade de manter níveis elevados de coesão social na comunidade; o nível de organização já existente na comunidade que podem ser úteis à outras experiências do uso de moedas sociais.
This is part of a series of think pieces by scholars and practitioners working on a broad range o... more This is part of a series of think pieces by scholars and practitioners working on a broad range of issues within the field of Social and Solidarity Economy. The series is being published in conjunction with the UNRISD conference " Potential and Limits of Social and Solidarity Economy ". The conference took place on 68 May 2013 in collaboration with the International Labour Organization and the UN NonGovernmental Liaison Service. Community Development Banks (CDBs) are a growing and dynamic manifestation of the solidarity economy in Brazil. This unique system of solidarity finance is currently in place in more than 100 Brazilian municipalities. Created by local associations to (re)organize local economies, they develop financial tools (microcredit, social currency, correspondent banking) governed and organized by the users themselves. In this article, we outline a general overview of these initiatives. First, we explain some characteristics of CDBs. Second, we present the experience of two CDBs, Banco Palmas and Banco Bem, which have excelled in promoting access to the means of production, consumption, education and training for large sections of the population of the neighbourhoods in which they work. Finally, we study the relations between these CDBs and public banks. Camille Meyer is a PhD candidate at the Université libre de Bruxelles (Belgium) with previous degrees in both European and development studies. His research interests are social finance (microfinance and social currencies), common goods, and facilitators in social economy. Leonardo Leal is a member of the Incubator in Solidarity Economy and Territorial Development Management at the Federal University of Bahia (UFBABrazil) UFBA. Since 2007, he has been coordinating the development and expertise of diverse solidarity economy initiatives in Brazil, especially community development banks in the northeast region.
¿Cómo pueden el ahorro, el crédito, la moneda, los seguros y otros servicios financieros ser gobe... more ¿Cómo pueden el ahorro, el crédito, la moneda, los seguros y otros servicios financieros ser gobernados colectivamente? ¿Los recursos financieros pueden ser concebidos como bienes comunes? ¿Cómo fortalecer instituciones colectivas para gerenciar la complejidad de esos recursos e involucrar actores en un territorio?
No Estado de Alagoas é recente a venda de produtos orgânicos em feiras de produtores familiares, ... more No Estado de Alagoas é recente a venda de produtos orgânicos em feiras de produtores familiares, principalmente pelas mudanças no perfil dos mesmos, que atualmente vem produzindo hortaliças e frutíferas para atender a crescente demanda da sociedade. Nesse contexto, o objetivo desse estudo foi analisar o perfil do consumidor de produtos orgânicos em feiras do produtor na cidade de Maceió. Foram realizadas entrevistas estruturadas na Feira Orgânica da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e na Feira do Jaraguá, sendo esses, os principais pontos de comercialização de orgânicos na cidade. As entrevistas foram realizadas durante 4 semanas, no mês de abril de 2016, totalizando 85 consumidores pesquisados. Verificou-se que a faixa etária varia entre 30 a 60 anos, com 55% dos entrevistados com escolaridade de nível superior e 92% com acesso à internet. A compra é motivada pela preferência no consumo de orgânicos e 50% recebe acima de três salários mínimos, reforçando outras pesquisas que evidenciam que o principal consumidor de orgânicos no Brasil se enquadra em faixas de renda mais alta. Pelo tempo de existência dessas feiras (acima de 3 anos), nota-se um processo de fidelização do consumidor, com a maioria dos entrevistados comprando há mais de um ano. Os principais produtos adquiridos são frutas e hortaliças, além de espécies sazonais. O valor médio com a compra de produtos na feira varia entre R$50,00 a R$200,00 ao mês por consumidor, porém a maioria complementa a compra desses produtos em outros locais. O consumidor de produtos orgânicos em Maceió é semelhante ao perfil dos demais consumidores das principais capitais do Brasil.
O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma perspectiva de incubação de empreendimentos ... more O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma perspectiva de incubação de empreendimentos de finanças solidárias com base na metodologia de Bancos Comunitários de Desenvolvimento (BCDs), a partir da experiência realizada pela Incubadora Tecnológica de Economia Solidária da Universidade Federal de Alagoas (ITES/UFAL), Campus Arapiraca na cidade de Igaci, estado de Alagoas, em que foi realizado o trabalho de incubação do Banco Comunitário Olhos D’Água. A metodologia consiste na análise do caso em questão, visando proporcionar uma visão detalhada do Banco Comunitário Olhos D’água, permitindo uma investigação empírica dentro de seu contexto real. A metodologia adotada, também, está sintonizada com uma perspectiva teórica da gestão coletiva dos bens comuns de Ostrom (2000). Busca-se demonstrar um conjunto de princípios e métodos úteis à avaliação e incubação de iniciativas de finanças solidárias, de um modo geral, e dos bancos comunitários em particular. Ademais, o intuito é contribuir com o debate acadêmico pelo exame dos desafios associado à prática de incubação em economia solidária.
Este texto discute a natureza solidaria das praticas elaboradas em iniciativas da sociedade civil... more Este texto discute a natureza solidaria das praticas elaboradas em iniciativas da sociedade civil brasileira no contexto da crise provocada pela pandemia de Covid-19. Partindo de um panorama critico sobre como a crise pandemica explicita as vulnerabilidades da sociedade brasileira, o texto analisa o conteudo e a forma das respostas trazidas pelos movimentos sociais. Salienta-se seus desafios e carater inovador, conformadores de suas novas tendencias e problematiza-se sua dimensao de solidariedade publica e democratica em contraponto as formas de solidariedade filantropica. O intuito e de ressaltar um entendimento renovado da solidariedade enquanto vetor de acao politica para repensar as relacoes entre Estado, mercado e sociedade na busca de um efetivo equilibrio entre suas instituicoes.
A exclusão financeira é o processo em que pessoas estão excluídas ou encontram dificuldades em su... more A exclusão financeira é o processo em que pessoas estão excluídas ou encontram dificuldades em suas práticas financeiras, de forma que estejam impedidos de usufruir os benefícios que essas práticas propiciam na vida cotidiana (Gloukoviezoff, 2004). As consequências desse processo têm como resultado pessoas submetidas à condição de privação, de insuficiência ou de precariedade de acesso aos recursos financeiros.
Este trabalho tem o intuito de explorar como os efeitos da atual conjuntura sociopolítica e da pa... more Este trabalho tem o intuito de explorar como os efeitos da atual conjuntura sociopolítica e da pandemia do Covid-19 no Brasil estão impactando a Rede de Pesquisadores em Gestão Social (RGS) e a organização do Encontro Nacional de Pesquisadores em Gestão Social (ENAPEGS). Para tanto, utiliza-se como recurso analítico, os relatos sociopolíticos, as ações governamentais e a uma visão geral sobre a situação da pandemia do Covid-19. Os resultados são apresentados como um conjunto de considerações sobre como essas incertezas estão impactando a gestão social como um campo de pesquisa, como uma prática no contexto da RGS e como está impactando a organização do ENAPEGS. Acima de tudo, o trabalho apresenta algumas oportunidades que estão surgindo e reflete sobre como usá-las para consolidar o campo epistemológico e tecnológico da gestão social.Palavras-chave:
O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma perspectiva de incubação de empreendimentos ... more O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma perspectiva de incubação de empreendimentos de finanças solidárias com base na metodologia de Bancos Comunitários de Desenvolvimento (BCDs), a partir da experiência realizada pela Incubadora Tecnológica de Economia Solidária da Universidade Federal de Alagoas (ITES/UFAL), Campus Arapiraca na cidade de Igaci, estado de Alagoas, em que foi realizado o trabalho de incubação do Banco Comunitário Olhos D’Água. A metodologia consiste na análise do caso em questão, visando proporcionar uma visão detalhada do Banco Comunitário Olhos D’água, permitindo uma investigação empírica dentro de seu contexto real. A metodologia adotada, também, está sintonizada com uma perspectiva teórica da gestão coletiva dos bens comuns de Ostrom (2000). Busca-se demonstrar um conjunto de princípios e métodos úteis à avaliação e incubação de iniciativas de finanças solidárias, de um modo geral, e dos bancos comunitários em particular. Ademais, o intuito é contr...
O texto propõe uma revisão do debate antropológico sobre a moeda, permitindo escapar ao reducioni... more O texto propõe uma revisão do debate antropológico sobre a moeda, permitindo escapar ao reducionismo economicista que a identifica com a ideia de neutralidade. Com esta ampliação do olhar sobre a moeda, discute-se o uso de moedas sociais nas práticas dos Bancos Comunitários de Desenvolvimento no Brasil. O intuito é refletir sobre a experiência do BCD Ilhamar e da moeda social Concha, implementados, desde 2007, na comunidade Matarandiba, no município de Vera Cruz, na Bahia. As reflexões baseadas nesta experiência permitiram identificar alguns desafios como a construção da confiança por parte dos próprios moradores no sistema de moeda social local; a capacidade de manter níveis elevados de coesão social na comunidade; o nível de organização já existente na comunidade, o que pode ser útil a outras experiências do uso de moedas sociais.
Este trabalho apresenta e discute a realidade do conjunto dos Bancos Comunitários de Desenvolvime... more Este trabalho apresenta e discute a realidade do conjunto dos Bancos Comunitários de Desenvolvimento (BCDs) da região Nordeste do Brasil, no âmbito da política pública de finanças solidárias que se delineia. A metodologia consistiu num levantamento-diagnóstico em 26 BCDs desta região, de julho a setembro de 2012. Os resultados afirmam os BCDs como tecnologias sociais adequadas a uma política pública de finanças solidárias que pretende atingir as pessoas mais pobres. Suas estruturas coletivas de gestão e a metodologia de concessão e cobrança de empréstimos baseadas nas relações de proximidade parecem mais adequadas para a transposição das barreiras formais e institucionais que os bancos tradicionais colocam no tocante a concessão de crédito para a população de baixa renda. No entanto, a realidade que se apresenta diante dos BCDs aponta dificuldades que podem comprometer a plenitude das ações destas organizações nos territórios. A principal dificuldade esta relacionada à formação do f...
O objetivo deste relatório de pesquisa é o de fornecer um mapeamento e análise das candidaturas c... more O objetivo deste relatório de pesquisa é o de fornecer um mapeamento e análise das candidaturas coletivas ao poder legislativo nas eleições municipais brasileiras de 2020. Também é objetivo desta pesquisa levantar questões e indicar uma agenda de pesquisas sobre as implicações, dilemas, contradições e potencialidades dos mandatos coletivos como inovações sociais ainda em fase de experimentação no Brasil. Ademais, busca-se apresentar um conjunto de orientações e recomendações dirigidas à sociedade civil em geral, aos mandatos coletivos, casas legislativas e parlamentares em particular.
No ano em que Jair Bolsonaro chega ao poder, a participação política democrática no Brasil sofre ... more No ano em que Jair Bolsonaro chega ao poder, a participação política democrática no Brasil sofre um grande revés. O engajamento da sociedade civil através de conselhos e comitês de políticas públicas foi revogado, quando no dia 11 de abril, Bolsonaro carregou as tintas da caneta para assinar um decreto governamental pondo fim a cerca de 35 instâncias deste gênero. Desde 1988 o repertório da democracia brasileira deixou de ser apenas sobre as estruturas formadas pela eleição e a atribuição política. Democracia é, mais fundamentalmente, sobre como a autoridade repousa ou é distribuída na sociedade. Uma sociedade democrática é onde você tem o cidadão comum em condições suficientes para fazer exigências políticas, para ser levado a sério, e isto não está claro para o governo Bolsonaro.
No ano em que comemoramos o 20.º aniversário da Declaração das Nações Unidas sobre Defensores dos... more No ano em que comemoramos o 20.º aniversário da Declaração das Nações Unidas sobre Defensores dos Direitos Humanos, o ativismo político está em apuros. A longue durée democrática de países como o Brasil, Hungria e Turquia parece ter chegado ao fim. No final do século XX estas nações foram representativas de uma nova vaga de democratização; num contexto de democracias monótonas do velho mundo, eram “a novidade da estação”. Já neste início de século, muitos países democráticos pintaram com verniz governos iliberais, deixando para trás os legados do demoliberalismo. Sob a aparência de um estado democrático de direito, como numa espécie de “número de magia” transformam-se na forma que desejam para se apresentar ao mundo.
No Brasil, o autoritarismo sempre se apresentou como uma força nacional-desenvolvimentista, arrog... more No Brasil, o autoritarismo sempre se apresentou como uma força nacional-desenvolvimentista, arrogando-se capaz de realizar as reformas que os governos democráticos seriam inaptos para lograr êxito. Foi assim com Vargas (primeiro ditador brasileiro), em 1937, e também com os militares e sua ditadura, em 1964.
Assim, não há qualquer razão na história, na política, na economia ou na ciência social para acreditar que o autoritarismo dará qualquer solução melhor para os problemas do Brasil. O desempenho de países com governos autoritários em geral é muito pífio, com algumas exceções como China e Singapura, mas há dezenas de governos autoritários falhados. Há muito pouco a ganhar, mas muito a perder com o autoritarismo. E, em qualquer caso, o respeito liberal e democrático pela soberania popular requer sempre o integral respeito pelos direitos das maiorias e das minorias, do governo e das oposições. Mas nada disso está garantido com Bolsonaro, antes pelo contrário.
É o passado que, agora como sempre, atormenta os brasileiros: entre 12 presidentes que governaram... more É o passado que, agora como sempre, atormenta os brasileiros: entre 12 presidentes que governaram durante os períodos democráticos, apenas quatro terminaram o mandato. A democracia brasileira está de novo sofrendo algum tipo de golpe. Nessa difícil travessia, corre-se um sério risco de o país ficar perdido no seu labirinto.
Le paysage universitaire brésilien témoigne d’un décloisonnement de l’enseignement supérieur à l’... more Le paysage universitaire brésilien témoigne d’un décloisonnement de l’enseignement supérieur à l’égard de la société. Promesse d’une démocratisation des connaissances savantes, la diversité des pratiques suppose toutefois d’être examinée en détail afin de repérer les soubassements sur lesquels reposent ces interventions qui se réclament de l’innovation sociale participative. Parmi les expériences emblématiques de ce mouvement, les incubateurs solidaires sont de bons analyseurs de la variété des principes sur lesquels se construisent les liens entre les savoirs scientifiques et les savoirs populaires. Sur la base de l’étude de ces expérimentations multiformes et de la littérature qui leur est consacrée, l’article propose une classification des activités regroupées sous le vocable d’Incubateurs technologiques en économie solidaire. Quatre axes d’interventions non exclusifs les uns des autres sont identifiés : l’incubation comme « extension universitaire », l’incubation comme technologie sociale, l’incubation comme acte pédagogique, l’incubation comme stratégie de développement territorial.
Incubadoras tecnológicas de economia solidária: Concepção, metodologia e avaliação - Volume I, 2018
O objetivo deste artigo é sistematizar uma tipologia de incubação tecnológica em economia solidár... more O objetivo deste artigo é sistematizar uma tipologia de incubação tecnológica em economia solidária, baseada na especialização dos campos de ação das incubadoras, na geração, na abordagem metodológica de incubação adotada e na origem e trajetória das incubadoras da economia solidária no Brasil. Com base nas reflexões sobre os resultados da pesquisa que avaliou o Programa Nacional de Incubadoras de Cooperativas Populares (Proninc), são delineados diferentes tipos e modalidades de incubadoras e ações de incubação, de forma didática e sintética, para pesquisadores e profissionais da economia solidária, elaboramos um esquema geral na forma de uma matriz. As quatro classes delineadas na matriz possibilitam uma interpretação do campo de incubação de empreendimentos de economia solidária.
Palavras-chave: Economia solidária; Tipologia de incubação; Extensão universitária; Pesquisa de ação; Incubação de empreendimentos solidários.
This paper presents an innovative alternative led by the Federal University of Bahia, Brazil: the... more This paper presents an innovative alternative led by the Federal University of Bahia, Brazil: the incubation of local Solidarity Economy Networks.
O texto propõe uma revisão do debate antropológico sobre a moeda permitindo escapar ao reducionis... more O texto propõe uma revisão do debate antropológico sobre a moeda permitindo escapar ao reducionismo economicista que a identifica com a idéia de neutralidade. Com esta ampliação do olhar sobre a moeda discute-se o uso de moedas sociais nas praticas dos Bancos Comunitários de Desenvolvimento no Brasil. O intuito é refletir sobre a experiência na comunidade de Matarandiba, no município de Vera Cruz, na Bahia, nos quatro anos de existência do BCD Ilhamar e da moeda social Concha implementados à quatro anos na comunidade. As reflexões baseadas nesta experiência permitiram identificar alguns desafios como a construção da confiança por parte dos próprios moradores no sistema de moeda social local; a capacidade de manter níveis elevados de coesão social na comunidade; o nível de organização já existente na comunidade que podem ser úteis à outras experiências do uso de moedas sociais.
This is part of a series of think pieces by scholars and practitioners working on a broad range o... more This is part of a series of think pieces by scholars and practitioners working on a broad range of issues within the field of Social and Solidarity Economy. The series is being published in conjunction with the UNRISD conference " Potential and Limits of Social and Solidarity Economy ". The conference took place on 68 May 2013 in collaboration with the International Labour Organization and the UN NonGovernmental Liaison Service. Community Development Banks (CDBs) are a growing and dynamic manifestation of the solidarity economy in Brazil. This unique system of solidarity finance is currently in place in more than 100 Brazilian municipalities. Created by local associations to (re)organize local economies, they develop financial tools (microcredit, social currency, correspondent banking) governed and organized by the users themselves. In this article, we outline a general overview of these initiatives. First, we explain some characteristics of CDBs. Second, we present the experience of two CDBs, Banco Palmas and Banco Bem, which have excelled in promoting access to the means of production, consumption, education and training for large sections of the population of the neighbourhoods in which they work. Finally, we study the relations between these CDBs and public banks. Camille Meyer is a PhD candidate at the Université libre de Bruxelles (Belgium) with previous degrees in both European and development studies. His research interests are social finance (microfinance and social currencies), common goods, and facilitators in social economy. Leonardo Leal is a member of the Incubator in Solidarity Economy and Territorial Development Management at the Federal University of Bahia (UFBABrazil) UFBA. Since 2007, he has been coordinating the development and expertise of diverse solidarity economy initiatives in Brazil, especially community development banks in the northeast region.
¿Cómo pueden el ahorro, el crédito, la moneda, los seguros y otros servicios financieros ser gobe... more ¿Cómo pueden el ahorro, el crédito, la moneda, los seguros y otros servicios financieros ser gobernados colectivamente? ¿Los recursos financieros pueden ser concebidos como bienes comunes? ¿Cómo fortalecer instituciones colectivas para gerenciar la complejidad de esos recursos e involucrar actores en un territorio?
No Estado de Alagoas é recente a venda de produtos orgânicos em feiras de produtores familiares, ... more No Estado de Alagoas é recente a venda de produtos orgânicos em feiras de produtores familiares, principalmente pelas mudanças no perfil dos mesmos, que atualmente vem produzindo hortaliças e frutíferas para atender a crescente demanda da sociedade. Nesse contexto, o objetivo desse estudo foi analisar o perfil do consumidor de produtos orgânicos em feiras do produtor na cidade de Maceió. Foram realizadas entrevistas estruturadas na Feira Orgânica da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e na Feira do Jaraguá, sendo esses, os principais pontos de comercialização de orgânicos na cidade. As entrevistas foram realizadas durante 4 semanas, no mês de abril de 2016, totalizando 85 consumidores pesquisados. Verificou-se que a faixa etária varia entre 30 a 60 anos, com 55% dos entrevistados com escolaridade de nível superior e 92% com acesso à internet. A compra é motivada pela preferência no consumo de orgânicos e 50% recebe acima de três salários mínimos, reforçando outras pesquisas que evidenciam que o principal consumidor de orgânicos no Brasil se enquadra em faixas de renda mais alta. Pelo tempo de existência dessas feiras (acima de 3 anos), nota-se um processo de fidelização do consumidor, com a maioria dos entrevistados comprando há mais de um ano. Os principais produtos adquiridos são frutas e hortaliças, além de espécies sazonais. O valor médio com a compra de produtos na feira varia entre R$50,00 a R$200,00 ao mês por consumidor, porém a maioria complementa a compra desses produtos em outros locais. O consumidor de produtos orgânicos em Maceió é semelhante ao perfil dos demais consumidores das principais capitais do Brasil.
O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma perspectiva de incubação de empreendimentos ... more O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma perspectiva de incubação de empreendimentos de finanças solidárias com base na metodologia de Bancos Comunitários de Desenvolvimento (BCDs), a partir da experiência realizada pela Incubadora Tecnológica de Economia Solidária da Universidade Federal de Alagoas (ITES/UFAL), Campus Arapiraca na cidade de Igaci, estado de Alagoas, em que foi realizado o trabalho de incubação do Banco Comunitário Olhos D’Água. A metodologia consiste na análise do caso em questão, visando proporcionar uma visão detalhada do Banco Comunitário Olhos D’água, permitindo uma investigação empírica dentro de seu contexto real. A metodologia adotada, também, está sintonizada com uma perspectiva teórica da gestão coletiva dos bens comuns de Ostrom (2000). Busca-se demonstrar um conjunto de princípios e métodos úteis à avaliação e incubação de iniciativas de finanças solidárias, de um modo geral, e dos bancos comunitários em particular. Ademais, o intuito é contribuir com o debate acadêmico pelo exame dos desafios associado à prática de incubação em economia solidária.
Hablamos con Leonardo Leal, docente de Administración Pública en la Universidad Federal de Alagoa... more Hablamos con Leonardo Leal, docente de Administración Pública en la Universidad Federal de Alagoas, en el Nordeste de Brasil. Leal está especializado en desarrollo local, gobernanza colectiva, economía social y solidaria y políticas públicas. Todas estas temáticas se materializan en Brasil en los Bancos Comunitarios, una figura bancaria específica de este país que en los últimos años, gracias al apoyo del gubernamental, ha conseguido una fuerte implantación a lo largo del territorio.
A finalidade deste trabalho é explorar um tema ainda muito pouco investigado, qual seja, os siste... more A finalidade deste trabalho é explorar um tema ainda muito pouco investigado, qual seja, os sistemas de finanças solidárias auto-organizados com base em Bancos Comunitários de Desenvolvimento (BCDs). Busca-se demonstrar sob quais condições um BCD é capaz de promover o acesso a serviços financeiros e bancários para uma população que vive em condições de pobreza. Trata-se de uma prática que tem por finalidade o suporte às economias de territórios empobrecidos, na tentativa de apoiar iniciativas individuais e coletivas, além do consumo local. Tal prática utiliza-se de uma série de instrumentos financeiros e não-financeiros para gerar renda no território, entre eles, microcrédito solidário, moeda social circulante local, educação financeira, correspondência bancária, apoio à comercialização, além de outros serviços financeiros e bancários como microsseguros. Para o alcance desse objetivo, buscou-se realizar um levantamento da literatura existente acerca do tema, procedendo um exercício teórico com base no paradigma paraeconômico de Ramos (1989) e na gestão coletiva dos bens comuns de Ostrom (2000). Em seguida, realizou-se um estudo exploratório do caso do BCD Ilhamar, situado na comunidade de Matarandiba, em Vera Cruz/BA. O intuito não é apresentar resultados conclusivos, porém, ampliar o entendimento sobre o tema e apontar suas possibilidades e desafios. Os resultados encontrados sugerem que o BCD Ilhamar contribui para a superação do acesso precário a serviços financeiros e bancários, bem como evidenciam que comunidades vivendo nessas condições podem se auto-organizar e criar iniciativas de cooperação, atuando por longos períodos, realizando a gestão dos recursos e solucionando problemas de acesso aos serviços financeiros. The purpose of this paper is to explore a subject that is still little investigated, there is, systems of solidarity finance self-organized on the basis of the Communitary Development Banks (CDBs). It seeks to demonstrate under what conditions one CDB is able to promote access to banking and financial services to a population that lives in poverty conditions. It is a practice that aims to support the economies of impoverished territories in an attempt to support individual and collective initiatives, besides local consumption. This practice makes use a number of financial and non-financial tools to generate income in the territories, among them: in solidarity microcredit, local social currency, financial education, bank correspondence, marketing support, as well as other banking and financial services as microinsurance. To achieve this goal, we sought to conduct a survey of existing literature on the subject, doing a theoretical exercise based on the para-economic paradigm of Ramos (1989) and the collective management of the commons Ostrom (2000). Then performed an exploratory case study of the BCD Ilhamar, situated in the Matarandiba, community in Vera Cruz / BA. The intent is not to provide conclusive results, however, broaden the understanding of the topic and point out their possibilities and challenges. The results suggest that the BCD Ilhamar helps overcome the poor access to financial services and banking, as well as evidence that communities living in these conditions can self-organize and create cooperative initiatives, operating over long periods, performing resource management and solving problems of access to financial services.
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Papers by Leonardo Leal
Desde 1988 o repertório da democracia brasileira deixou de ser apenas sobre as estruturas formadas pela eleição e a atribuição política. Democracia é, mais fundamentalmente, sobre como a autoridade repousa ou é distribuída na sociedade. Uma sociedade democrática é onde você tem o cidadão comum em condições suficientes para fazer exigências políticas, para ser levado a sério, e isto não está claro para o governo Bolsonaro.
Assim, não há qualquer razão na história, na política, na economia ou na ciência social para acreditar que o autoritarismo dará qualquer solução melhor para os problemas do Brasil. O desempenho de países com governos autoritários em geral é muito pífio, com algumas exceções como China e Singapura, mas há dezenas de governos autoritários falhados. Há muito pouco a ganhar, mas muito a perder com o autoritarismo. E, em qualquer caso, o respeito liberal e democrático pela soberania popular requer sempre o integral respeito pelos direitos das maiorias e das minorias, do governo e das oposições. Mas nada disso está garantido com Bolsonaro, antes pelo contrário.
Palavras-chave: Economia solidária; Tipologia de incubação; Extensão universitária; Pesquisa de ação; Incubação de empreendimentos solidários.
desafios como a construção da confiança por parte dos próprios moradores no sistema de moeda social local; a capacidade de manter níveis elevados de coesão social na comunidade; o nível de organização já existente na comunidade que podem ser úteis à outras experiências do uso de moedas sociais.
Desde 1988 o repertório da democracia brasileira deixou de ser apenas sobre as estruturas formadas pela eleição e a atribuição política. Democracia é, mais fundamentalmente, sobre como a autoridade repousa ou é distribuída na sociedade. Uma sociedade democrática é onde você tem o cidadão comum em condições suficientes para fazer exigências políticas, para ser levado a sério, e isto não está claro para o governo Bolsonaro.
Assim, não há qualquer razão na história, na política, na economia ou na ciência social para acreditar que o autoritarismo dará qualquer solução melhor para os problemas do Brasil. O desempenho de países com governos autoritários em geral é muito pífio, com algumas exceções como China e Singapura, mas há dezenas de governos autoritários falhados. Há muito pouco a ganhar, mas muito a perder com o autoritarismo. E, em qualquer caso, o respeito liberal e democrático pela soberania popular requer sempre o integral respeito pelos direitos das maiorias e das minorias, do governo e das oposições. Mas nada disso está garantido com Bolsonaro, antes pelo contrário.
Palavras-chave: Economia solidária; Tipologia de incubação; Extensão universitária; Pesquisa de ação; Incubação de empreendimentos solidários.
desafios como a construção da confiança por parte dos próprios moradores no sistema de moeda social local; a capacidade de manter níveis elevados de coesão social na comunidade; o nível de organização já existente na comunidade que podem ser úteis à outras experiências do uso de moedas sociais.
empobrecidos, na tentativa de apoiar iniciativas individuais e coletivas, além do consumo local. Tal prática utiliza-se de uma série de instrumentos financeiros e não-financeiros para gerar renda no território, entre eles, microcrédito solidário, moeda social circulante local, educação financeira, correspondência bancária, apoio à comercialização, além de outros serviços financeiros e bancários como microsseguros. Para o alcance desse objetivo, buscou-se realizar um levantamento da literatura existente acerca do tema, procedendo um exercício teórico com
base no paradigma paraeconômico de Ramos (1989) e na gestão coletiva dos bens comuns de Ostrom (2000). Em seguida, realizou-se um estudo exploratório do caso do BCD Ilhamar, situado na comunidade de Matarandiba, em Vera Cruz/BA. O intuito não é apresentar resultados conclusivos, porém, ampliar o entendimento sobre o tema e apontar suas possibilidades e desafios. Os resultados encontrados sugerem que o BCD Ilhamar contribui para a superação do acesso precário a serviços financeiros e bancários, bem como evidenciam que comunidades
vivendo nessas condições podem se auto-organizar e criar iniciativas de cooperação, atuando por longos períodos, realizando a gestão dos recursos e solucionando problemas de acesso aos serviços financeiros.
The purpose of this paper is to explore a subject that is still little investigated, there is, systems of solidarity finance self-organized on the basis of the Communitary Development Banks (CDBs). It seeks to demonstrate under what conditions one CDB is able to promote access to banking and financial services to a population that lives in poverty conditions. It is a practice that aims to support the economies of impoverished territories in an attempt to support individual and
collective initiatives, besides local consumption. This practice makes use a number of financial and non-financial tools to generate income in the territories, among them: in solidarity microcredit, local social currency, financial education, bank correspondence, marketing support, as well as other banking and financial services as microinsurance. To achieve this goal, we sought to conduct a survey of existing literature on the subject, doing a theoretical exercise based on the para-economic paradigm of Ramos (1989) and the collective management of the commons Ostrom (2000). Then performed an exploratory case study of the BCD Ilhamar, situated in the Matarandiba, community in Vera Cruz / BA. The intent is not to provide conclusive results, however, broaden the understanding of the topic and point out their possibilities and challenges. The results suggest that the BCD Ilhamar helps overcome the poor access to financial services and banking, as well as evidence that communities living in these conditions can self-organize and create cooperative initiatives, operating over long periods, performing resource management and solving problems of access to financial services.