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Sergio Bento
  • São Paulo, São Paulo, Brazil
Resumo O presente artigo se propõe a analisar a origem e os desdobramentos do poema curto na literatura brasileira, desde os seus precursores no século XIX até o seu uso na contemporaneidade. Essa concisão poemática, geralmente associada... more
Resumo O presente artigo se propõe a analisar a origem e os desdobramentos do poema curto na literatura brasileira, desde os seus precursores no século XIX até o seu uso na contemporaneidade. Essa concisão poemática, geralmente associada ao humor, ganharia, no Modernismo, epítetos como “piada”, “pílula”, “comprimido” e “minuto”, e graças a sua vasta proliferação, tornou-se - não sem polêmicas e detratações - uma espécie de gênero recorrente na produção poética nacional. Sua experiência de leitura difere da fruição do verso tradicional, pois é fluida e de compreensão imediata, flash linguístico que desestabiliza o discurso corrente do utilitarismo cotidiano e capta o leitor em um instante catártico a partir da deflagração do riso e/ou da percepção do insurgente valor conceitual inerente ao “poema-piada”. Como suas possíveis modulações, o poema concreto, a geração marginal e a poesia publicada nas redes sociais contemporâneas são investigados.
O presente artigo se propõe a analisar a origem e os desdobramentos do poema curto na literatura brasileira, desde os seus precursores no século XIX até o seu uso na contemporaneidade. Essa concisão poemática, geralmente associada ao... more
O presente artigo se propõe a analisar a origem e os desdobramentos do poema curto na literatura brasileira, desde os seus precursores no século XIX até o seu uso na contemporaneidade. Essa concisão poemática, geralmente associada ao humor, ganharia, no Modernismo, epítetos como "piada", "pílula", "comprimido" e "minuto", e graças a sua vasta proliferação, tornou-se-não sem polêmicas e detratações-uma espécie de gênero recorrente na produção poética nacional. Sua experiência de leitura difere da fruição do verso tradicional, pois é fluida e de compreensão imediata, flash linguístico que desestabiliza o discurso corrente do utilitarismo cotidiano e capta o leitor em um instante catártico a partir da deflagração do riso e/ou da percepção do insurgente valor conceitual inerente ao "poema-piada". Como suas possíveis modulações, o poema concreto, a geração marginal e a poesia publicada nas redes sociais contemporâneas são investigados.
Resumo: O texto visa a refletir sobre o impacto das tecnologias computacionais e digitais sobre a poesia brasileira recente e contemporânea, não a partir de ciberpoesia ou produções que contemplem escrita automática a partir de softwares,... more
Resumo: O texto visa a refletir sobre o impacto das tecnologias computacionais e digitais sobre a poesia brasileira recente e contemporânea, não a partir de ciberpoesia ou produções que contemplem escrita automática a partir de softwares, mas no escopo da criação poética dita "tradicional", publicada em livros ou em revistas, ou ainda canções populares. Para tal, serão usados poemas de autores como Eduardo Sterzi, Fabiano Calixto, Marcos Siscar, Leila Míccolis, Angélica Freitas, entre outros. Percebe-se, nessa análise, que os avanços da informática e da internet não apenas transformam a temática de parte desse recorte poético, mas principalmente influem em sua construção estrutural. Assim, tenta-se compreender como esse novo contexto tecnológico introjetou-se enquanto forma. Um dos procedimentos mais recorrentes, e por isso aprofundado, foi o do objet trouvé, apropriação de textos existentes em sites e transpostos ao poema.
Análise da obra de José Paulo Paes, Ferreira Gullar e Carlos de Oliveira.
Research Interests:
A poesia de Fernando Assis Pacheco apresenta dois momentos fundamentais: a sua experiência de guerra e a sua obra " pós-guerra ". Na primeira, trata-se de uma " literatura de testemunho " , em que o trauma é revisitado por meio de imagens... more
A poesia de Fernando Assis Pacheco apresenta dois momentos fundamentais: a sua experiência de guerra e a sua obra " pós-guerra ". Na primeira, trata-se de uma " literatura de testemunho " , em que o trauma é revisitado por meio de imagens chocantes, abjetas. Na segunda, há uma poética de deflação lírica com forte carga irônica, como se o poeta tivesse expurgado a sua tragédia. É a análise de tal passagem que motiva esse artigo.
Palavras-chave: Fernando Assis Pacheco; poesia e guerra; poesia contemporânea; poesia abjeta; literatura de testemunho.

Abstract

Fernando Assis Pacheco's poetry has two important moments: his experience in war and his postwar writings. At the former, the poems constitute a testimonial literature, in which the trauma comes about by shocking abject images. At the latter, there's a lyric economy poetics, as if the poet had expurgated his own tragedy. The transition from the first to the second moment is the motivation to this article.
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A leitura da obra poética da argentina Alejandra Pizarnik revela ao leitor atento um emaranhado de imagens que remetem a um dos ícones da poesia moderna, o francês Stéphane Mallarmé. Entretanto, nota-se, ao mesmo tempo, uma radical... more
A leitura da obra poética da argentina Alejandra Pizarnik revela ao leitor atento um emaranhado de imagens que remetem a um dos ícones da poesia moderna, o francês Stéphane Mallarmé. Entretanto, nota-se, ao mesmo tempo, uma radical mudança de comportamento do sujeito poético da autora, que em vez de desaparecer no teatro autorreferente do significante – como na obra mallarmaica –, infla-se e transforma o mundo externo em sua extensão. O que tal artigo sustenta é que esse movimento se dá em resposta ao enfraquecimento e à fragmentação que caracterizam o dito sujeito contemporâneo.
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Em seu conceito moderno, o mito é um paradigma comportamental, um sistema semiológico de algum referente externo. Baseado nisto, este trabalho sustenta que o poema “Um lance de dados”, de Stéphane Mallarmé, adquire status mítico, quer... more
Em seu conceito moderno, o mito é um paradigma comportamental, um sistema semiológico de algum referente externo. Baseado nisto, este trabalho sustenta que o poema “Um lance de dados”, de Stéphane Mallarmé, adquire status mítico, quer pelo seu caráter cosmogônico – comumente ignorado pela crítica – quer pela sua inovação formal – fato que o consagrou, e sob cujo prisma é unicamente lembrado. Em virtude disso, sofreu ao longo do século XX um processo de mitificação ao ser promovido à condição de uma das mais importantes fontes de inspiração da poesia recente e contemporânea. Para que tal abordagem fosse possível, buscou-se delimitar o estudo do texto proposto em correlação com sua recriação em língua portuguesa, feita por Haroldo de Campos. Tal diálogo tradução/original não apenas atualiza o mito “Um lance de dados” pelo valor ritualístico que possui o ato de traduzir, mas também permite à análise uma aproximação da contemporaneidade. Como instrumento de exegese, as teorias da Gestalt – princípios de organização da forma; máxima de que o todo não é a mera soma das partes, mas possui uma qualidade diferenciada destas; e o fenômeno da correlação psiconeural na percepção visual humana – asseguraram que a obra fosse considerada em sua totalidade, enquanto entidade visual, verbal e sonora. Deste modo, chegou-se à conclusão que “Um lance de dados” é um relato da (re-) criação do Universo, do ser humano e da Arte não sob a condução de uma força divina, mas gerada pelo pensamento humano, novo fator-chave na sociedade iluminista-burguesa da Modernidade. Está formado o mito moderno.
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