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ARTIGOS / ARTICLES DOI: 10.5433/1679-0367.2017v38n1p35 Concepção dos profissionais de serviço de emergência sobre qualidade de vida CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE Conception the professionals of emergency service on quality of life Maria Antonia Ramos Costa1, Verusca Soares de Souza2, Jaqueline Dias1, Lais Cussunoque3, Gisele Francine3, Verônica Francisqueti4 Resumo O objetivo do estudo foi descrever a concepção dos profissionais de enfermagem que atuam no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) sobre qualidade de vida. Foi desenvolvido um estudo descritivo, qualitativo, realizado em uma base descentralizada do SAMU do noroeste do Paraná-PR. Foram entrevistados 17 profissionais de enfermagem, no período de agosto de 2015. Para análise das informações utilizou-se a técnica de análise de conteúdo de Bardin. Obteve-se as categorias temáticas: concepção dos profissionais de enfermagem sobre qualidade de vida e fatores facilitadores e dificultadores à qualidade de vida na visão dos profissionais de enfermagem. Observou-se, por meio das respostas dos participantes, que o fator que mais implica na qualidade de vida é a remuneração, e a partir dela surgem as demais preocupações, como condições de trabalho, família, lazer e alimentação. Conclusão: Na concepção dos profissionais, qualidade de vida é o bem-estar em diferentes áreas da vida como trabalho, moradia, educação, saúde, família e lazer. Palavras chave: Qualidade de vida. Saúde do trabalhador. Equipe de enfermagem. Emergências Abstract The aim of this study was to describe the conception of nursing professionals working in the Mobile Emergency Care Service (SAMU) on quality of life. A descriptive, qualitative study carried out on a decentralized basis of SAMU in northwestern Paraná-PR. We interviewed 17 nursing professionals in the period of August 2015. For the analysis of the information, we used the Bardin content analysis technique. The thematic categories were: nursing professionals’ conception of quality of life and factors that facilitate and impede the quality of life in the view of nursing professionals. It was observed, through the participants’ answers, that remuneration is the most important factor in quality of life, and other concerns arise, such as working conditions, family, leisure and food. In the design of professionals, quality of life is the well-being in different areas of life such as work, housing, education, health, family and leisure. Keyword: Quality of life. Occupational health. Nursing team. Emergencies. 1 Doutora em Enfermagem pela Universidade Estadual de Maringá. Docente do Curso de Enfermagem da Universidade Estadual do Paraná; Paranavaí, Paraná, Brasil. E-mail: enfunespar1982@hotmail.com 2 Doutoranda da Universidade Estadual de Maringá. Docente do Curso de Enfermagem da Universidade Estadual do Paraná; Paranavaí, Paraná, Brasil. 3 Enfermeira da Universidade Estadual do Paraná; Paranavaí, Paraná, Brasil. 4 Acadêmica do Curso de Enfermagem da Universidade Estadual do Paraná; Paranavaí, Paraná, Brasil. 35 Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 38, n. 1, p. 35-44, jan./jun. 2017 Ramos, M. A. et al. Introdução A Qualidade de Vida (QV) relaciona-se a vários aspectos da vida humana como saúde, família, relações sociais, trabalho, condição financeira estável e meio-ambiente, entre outros fatores (FERNANDES et al, 2012; SANTOS et al, 2010). A partir da 2ª Guerra Mundial o termo passou a ser associado com a melhoria do padrão de vida, principalmente em relação à obtenção de bens materiais adquiridos. Atualmente, a QV tem importante significado na sociedade e principalmente no campo da saúde, ao qual foi incorporado fatores relacionados à satisfação, realização pessoal e bem-estar (FOGAÇA; CARVALHO; NOGUEIRA-MARTINS, 2010). O termo tem sido frequentemente associado à definição mais ampla de saúde que contempla ter trabalho, saúde, educação, moradia, transporte e segurança. Neste contexto, a qualidade de vida dos trabalhadores tem sido foco de discussão e sua análise pode subsidiar medidas de promoção e educação em saúde. Isso porque, embora o trabalho possa gerar bem-estar e satisfação pessoal e profissional, por vezes pode ser o responsável por fatores que interferem negativamente na QV dos profissionais (MARCITELLI, 2011). Dentre os fatores que podem influenciar na percepção de QV dos trabalhadores, citam-se as jornadas de trabalho excessivas e altas cargas de trabalho. Em especial em Serviços de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), destaca-se a exposição constante a riscos ambientais, bem como situações físicas e emocionalmente desgastantes, que resultam em menor tempo para o lazer e convívio familiar e, com isso, uma percepção ruim de sua QV (FOGAÇA; CARVALHO; MARCITELLI, 2011; NOGUEIRAMARTINS, 2010). Além da tensão psicológica e física comum ao cotidiano dos trabalhadores do SAMU, acresce-se a isso maior tensão psicológica em virtude da cobrança de um tempo resposta reduzido visto serem os profissionais responsáveis pelo primeiro atendimento às vítimas (VEGIAN; MONTEIRO, 2011). Cumpre destacar que o trabalhador do SAMU, mesmo nos seus momentos de folga deve se manter alerta a possíveis convocações do trabalho, pelas situações excepcionais como em casos de acidentes com múltiplas vítimas, provocando um impacto negativo no seu bem-estar (LOPES; RIBEIRO; MARTINHO, 2012). Vale ressaltar que os riscos ambientais aos quais o profissional do SAMU está exposto, tais como, toque de telefone, buzinas, ruídos de limpeza, fluxo de carros e luminosidade, também são determinantes para a qualidade de vida, pois esses fatores influenciam diretamente na saúde do trabalhador. Além disso, condições inadequadas de trabalho podem gerar frustrações pessoais, irritação e fadiga (FREITAS et al., 2014). A garantia e manutenção da qualidade de vida do trabalhador exigem práticas assistenciais voltadas à promoção, prevenção e tratamento em saúde. Isto se torna particularmente necessário em relação aos profissionais de saúde do SAMU, visto sua rotina desgastante permeada por situações de estresse com consequente fadiga física e mental que, por sua vez, leva a uma maior predisposição a acidentes e doenças relacionadas ao trabalho (MARCITELLI, 2011; SILVEIRA et al., 2012). Neste aspecto questiona-se: Como profissionais de enfermagem que atuam no SAMU conceituam qualidade de vida? E para responder a esta questão o objetivo deste trabalho foi descrever a concepção dos profissionais de enfermagem que atuam no SAMU sobre qualidade de vida. Materias e Método Estudo descritivo de abordagem qualitativa, que é definido como aquele capaz de incorporar a questão do significado e da intencionalidade como inerentes aos atos, às relações, e às estruturas sociais, na qual essas últimas, tomadas tanto no seu advento quanto na sua transformação, como construções humanas significativas (MINAYO, 2010). O estudo foi realizado em um SAMU, de um município da região noroeste do estado do Paraná, que possui aproximadamente 86 mil habitantes (IBGE, 2015). Esse serviço possui uma unidade de suporte avançado e duas unidades de suporte básico de vida, e é coordenado pelo Consórcio Intermunicipal de Saúde em Urgência e Emergência da Região Noroeste do Paraná. A equipe de profissionais que trabalham no serviço pesquisado é composta por 26 trabalhadores. Destes, 18 compõem a equipe de enfermagem, em que 12 são técnicos de enfermagem e seis são enfermeiros, o que representa 65,38% dos profissionais da equipe do SAMU. Foram convidados a participar todos os profissionais que cumpriam os critérios de inclusão, a saber: ser profissional de enfermagem, atuar no SAMU há mais de um ano, ter dupla jornada de trabalho e ser casado(a) ou chefe de família. 36 Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 38, n. 1, p. 35-44, jan./jun. 2017 Concepção dos profissionais de serviço emergência sobre qualidade de vida A escolha da abordagem exclusiva da equipe de enfermagem se justifica pelo fato de que tal categoria corresponde ao maior número de profissionais dos serviços de saúde. Ainda, a atuação há mais de um ano permite que o profissional tenha vivenciado situações diversas na sua rotina de trabalho. Além disso, a dupla jornada de trabalho e a situação conjugal interferem no número de horas disponíveis para o autocuidado e lazer, e com isso, na QV deste trabalhador. Para a coleta de dados utilizou-se de um questionário elaborado pela Organização Mundial da Saúde (FLECK et al., 1999), que foi adaptado pelos pesquisadores para atender aos objetivos desta pesquisa. O questionário constava de duas partes, em que a primeira se referia à caracterização sociodemográfica dos profissionais e, a segunda, tinha questões abertas que abordavam o conceito, dificuldades e facilidades referentes à QV. A coleta de dados ocorreu no mês de agosto de 2015, no local de trabalho dos profissionais e durante seus plantões. Conforme autorização da chefia, foi disponibilizada uma sala reservada a fim de garantir a privacidade dos participantes. Desta forma, os profissionais de enfermagem eram abordados e convidados à participação na pesquisa através da orientação acerca dos objetivos da mesma. Após o aceite formal, por meio da leitura e assinatura em duas vias do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, era fornecido então o questionário e os pesquisadores aguardavam até o fim do plantão para o recolhimento dos instrumentos. As respostas dos participantes foram transcritas na íntegra e analisadas por meio da técnica de análise de conteúdo de Bardin (2011), que consistiu em leitura e organização dos dados coletados e classificação e interpretação das respostas agrupando-as em categorias temáticas. As respostas obtidas por meio dos questionários foram apresentadas de forma descritiva, classificadas por categorias com as respectivas unidades de registro, por sua vez identificadas pela sigla E (enfermagem) seguida pelo número arábico, conforme a sequência de entrega dos questionários respondidos, a fim de garantir o sigilo. Todos os preceitos éticos foram respeitados e o projeto desta pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos da Universidade Estadual de Maringá sob o parecer nº 1.159.110 de 22/06/15. Resultados Dentre os 18 profissionais da equipe de enfermagem, um foi excluído por encontrar-se em licença maternidade no período da coleta de dados, o que resultou na participação de 17 profissionais de enfermagem, dos quais 12 (70,58%) eram do sexo feminino e cinco (29,42%) do sexo masculino. A idade média dos participantes foi de 34,58 anos e a média do tempo de atuação no SAMU de dois anos. Quanto ao estado civil nove (52,94%) eram solteiros e oito (47,06%) casados. Em relação à escolaridade, 11 (64,71%) possuíam o ensino médio completo e seis (35,29%) completaram o ensino superior. A seguir apresentam-se os resultados referentes às questões relacionadas à percepção sobre qualidade de vida e os fatores facilitadores e dificultadores para se ter qualidade de vida na visão dos profissionais de enfermagem do SAMU na forma de dois eixos temáticos. Concepção dos profissionais de enfermagem sobre qualidade de vida A apreensão das percepções dos profissionais de enfermagem entrevistados sobre QV possibilitou verificar que este termo denota um sentido genérico e complexo, de difícil definição para os participantes da pesquisa. Porém, destaca-se que algumas falas mostram uma relação direta com a sensação de bem estar sob diferentes aspectos da vida, como é possível observar nas respostas a seguir: É o bem estar biopsicossocial e educacional diário em minha vida. (E1) É viver sem ter prejuízos físicos, mentais e espirituais, ter uma vida saudável com atividade física, boa alimentação, ter uma boa saúde física e mental. (E3) Dormir bem, praticar esportes, ler, ter lazer, se alimentar corretamente, ter uma vida espiritual equilibrada, ter tempo para a família. (E5) Os profissionais de enfermagem também relacionaram a QV à satisfação (ou não) de necessidades apresentadas pelos indivíduos nas diferentes dimensões de suas vidas, com destaque àquelas relacionadas ao trabalho e à remuneração, 37 Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 38, n. 1, p. 35-44, jan./jun. 2017 Ramos, M. A. et al. deixando transparecer a importância do equilíbrio dessa dimensão, como mostram os relatos abaixo: Poder trabalhar no que gosta, ter convivência social, familiar, lazer, passeios e padrão de vida satisfatório com renda familiar satisfatória, saúde entre outros. (E16) Ter boa saúde, bom emprego ter tempo para praticar esportes, sair com a família, se divertir sem atrapalhar ou comprometer sua renda financeira. (E4) Ter uma vida saudável com práticas de esporte, lazer, uma boa alimentação, vida espiritual, tempo com a família e amigos e um trabalho que te realiza. (E6) Outro aspecto da qualidade de vida citada pelos profissionais pesquisados foi relacionado à satisfação em estar perto da família e ter momentos de lazer, como se destaca nos discursos a seguir: Poder estar em momentos de lazer com amigos e família e poder trabalhar sem sobrecarga de horário. (E10) Ter saúde, trabalho, moradia, educação e lazer, ou pelo menos ter acesso a tudo isso sem passar por necessidade. (E11) Qualidade de vida pra mim e ter saúde principalmente física e mental, para aproveitar a vida e tudo que ela nos oferece. (E13) Seria o conjunto de condições propicias para que cada um pudesse ter uma vida tranquila, isso inclui a parte física, mental, acredito que cada indivíduo tem o direito de ter sua habitação com saneamento, poder frequentar uma escola, ter direito a uma boa qualidade na saúde e também ter seu lazer. (E14) E ter um bem estar físico, psíquico e emocional, é poder realizar atividades que lhe dão prazer. (E15) Fatores facilitadores e dificultadores à qualidade de vida na visão dos profissionais de enfermagem Observa-se nas falas dos participantes que vários fatores relacionados ao trabalho contribuem como facilitadores para se ter qualidade de vida como: “Um bom salário”. (E7) “Ter uma situação financeira estável, ter tempo para desfrutar, isto é, ter lazer e interação social”. (E14) Por outro lado alguns profissionais de enfermagem citaram a remuneração como um fator dificultador para a qualidade de vida a partir do momento que não é adequada para a manutenção das necessidades básicas do individuo e sua família, como mostra os excertos abaixo. Trabalho excessivo, falta de sono, situação financeira inadequada. (E2) Falta de dinheiro. (E7) Ganho financeiro, pois tudo aumenta menos nossos salários. (E4) Baixa remuneração, as coisas todas caras, a gente acaba trabalhando muito e esquecendo de viver, pois hoje em dia a gente vive em função do dinheiro. (E17) Destaca-se que as influências negativas do excesso de trabalho também foram citadas pelos profissionais participantes desta pesquisa, como mostram as falas abaixo. Na minha casa tenho dificuldade de administrar o meu tempo devido à carga horária do meu trabalho e ser dona de casa, filhos marido isso faz com que deixe a desejar. (E6) Trabalho em excesso. (E10) Como trabalho a noite, durante o dia preciso recuperar o sono e acabo não encontrando tempo para diversão e interação familiar. (E17) Entende-se que a boa qualidade de vida dos profissionais de enfermagem é influenciada pela existência de fatores dificultadores relacionados tanto aos aspectos físicos, psíquicos, culturais e sociais, entre estes fatores, o sono e a falta de tempo para atividades de lazer foram citados pelos profissionais de enfermagem, como mostram as falas, “Sono, como trabalho a noite passo muito tempo dormindo de dia, isso atrapalha o meu dia a dia”. (E6) “Disponibilidade dos horários para lazer cultura, atividades físicas, convivência sócio familiar”. (E16) 38 Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 38, n. 1, p. 35-44, jan./jun. 2017 Concepção dos profissionais de serviço emergência sobre qualidade de vida Discussão Destaca-se que os dados referentes a caracterização sócio demográfica dos profissionais corrobora com um estudo realizado em Minas Gerais, pois este apontou que a faixa etária predominante em um SAMU foi de 77,76% entre 26 e 35 anos. Nota-se que os trabalhadores dos serviços de urgência se enquadram na população jovem adulta, o que pode estar relacionado às características do serviço que exige esforço físico; disposição para o trabalho diurno e noturno e; plantões longos (SANTANA et al., 2015). Ainda em relação ao sexo e idade, constatou-se que os dados se apresentam coerentes com estudos que tiveram como participantes profissionais de enfermagem, sendo a maioria de profissionais do sexo feminino (REZENDE et al, 2012; RIBEIRO et al., 2014; SANTOS et al., 2014). Tal achado é compatível com a literatura reforçando a história da categoria que é marcada pela presença feminina durante a consolidação da profissão. Dos 17 profissionais de enfermagem 11 (64,70%) eram técnicos de enfermagem e seis (35,29%) eram enfermeiros. Destaca-se que dos seis enfermeiros, cinco (29,41%) realizaram curso de Pós-graduação. Este dado pode estar relacionado ao fato de que, cada vez mais se tem exigido a capacitação técnicocientífica na enfermagem, o que desencadeia a procura por aprimoramento e ocasiona maior disputa no mercado de trabalho (GUIDO et al., 2011). Concepção dos profissionais de enfermagem sobre qualidade de vida Os excertos de E1, E3 E E5, que considera qualidade de vida como viver bem, sem ter prejuízos físicos, mentais e espirituais, praticar atividade física, ter uma alimentação adequada e ter tempo para família, corroboram com estudo que destaca que alcançar a qualidade de vida é a verdadeira vontade do ser humano, que busca tudo que possa proporcionar maior bem estar e o equilíbrio físico, psíquico e social, ou uma regra para se obter uma vida mais satisfatória (CARVALHO et al., 2013). Diante da subjetividade e abrangência de requisitos necessários para uma boa qualidade de vida, faz-se necessário considerar o homem em sua totalidade, isto é, um ser biopsicosocioespiritual. A insatisfação em relação a um desses requisitos pode interferir decisivamente na qualidade de vida do indivíduo que pode adotar assim uma postura reducionista (ARAÚJO; SOARES; HENRIQUES, 2009). Observa-se que em alguns depoimentos dos profissionais (E9, E10) há uma relação significativa com a concepção de saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS). A OMS instituiu um conceito abrangente definindo a saúde não apenas como a ausência de doença ou simplesmente desequilíbrio na saúde, mas o perfeito bem-estar físico, mental e social (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2015). Devido às repercussões negativas que podem ser geradas pelas mudanças no mundo do trabalho, surge o desafio de sincronizar o bem-estar profissional e as demais áreas que envolvem a qualidade de vida. Para que se alcance essa sincronização, há um despontar de interesse pela qualidade de vida no trabalho, pois se acredita que o trabalho também pode gerar bemestar e satisfação pessoal e profissional (AMARAL; RIBEIRO; PAIXÃO, 2015). Percebe-se que os profissionais em suas falas conceituam QV em vários aspectos, mas todos com uma linha tênue que separa a importância do trabalho, saúde, família e lazer. Este dado corrobora com um estudo que refere que a análise da qualidade de vida relacionada com a saúde deve incidir sobre quatro áreas que se sobrepõem e inter-relacionam. A primeira área diz respeito à competência comportamental, que se refere aos comportamentos que o indivíduo teve e tem relativamente à sua saúde, a segunda área está relacionada às condições ambientais, que dizem respeito aos atributos do meio físico que rodeiam o indivíduo. A terceira área relaciona-se a qualidade de vida percebida, dimensão subjetiva que depende do julgamento do individuo sobre a sua funcionalidade física, social e psicológica. E a quarta e última área é a sua competência comportamental ou bem-estar psicológico, que reflete a avaliação pessoal sobre as três dimensões anteriores e depende da capacidade do indivíduo se adaptar às perdas, à sua capacidade de recuperação de eventos estressantes tais como, a doença, morte de familiares, desemprego, violência física, e da capacidade de encarar essas situações pelo lado positivo (ALMEIDA; GURGEL; SILVA, 2013). Percebe-se na análise desta categoria que, de maneira geral, os profissionais compreendem a ampla dimensão da qualidade de vida, que vai além das questões específicas de saúde física. Nesta perspectiva, conhecer a amplitude e importância de tal fator na manutenção da saúde permite que os profissionais busquem o bem-estar nas diversas dimensões de vida. 39 Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 38, n. 1, p. 35-44, jan./jun. 2017 Ramos, M. A. et al. Fatores facilitadores e dificultadores à qualidade de vida na visão dos profissionais de enfermagem Qualidade de vida é considerada como a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais vive em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações e mesmo como uma questão ética que deve, primordialmente, ser analisada a partir da percepção individual de cada um (MARCITELLI, 2011). Alguns fatores podem interferir diretamente na motivação do profissional e na sua qualidade de vida, dentre estes diversos fatores, pode-se elencar a remuneração, os benefícios sociais, as condições físicas e psicológicas e a questão de segurança no ambiente de trabalho (CARVALHO et al., 2013). Na percepção individual da maioria dos profissionais pesquisados, a remuneração financeira digna constituise de um dos principais fatores facilitadores na determinação da qualidade de vida. Sabe-se que a remuneração condizente com as atividades exercidas adquire um significado importante para o trabalhador, pois, além de responder às necessidades básicas, assume um papel de reconhecimento pelas ações desenvolvidas (AMARAL; RIBEIRO; PAIXÃO, 2015). Destaca-se que o fator remuneração aparece nas entrelinhas dos relatos dos participantes de outro estudo, como positivo à qualidade de vida, o que corrobora com o achado desta pesquisa. Um bom salário pode ser considerado um fator facilitador a partir do momento que possibilita ter condições melhores de vida como, morar perto do trabalho, de áreas de lazer, perto de locais para exercícios e possibilita também ter um plano de saúde. Porém, só se caracterizará como positivo, se as pessoas tiverem essa consciência (SOARES et al., 2011). A literatura traz que o profissional que tem boas condições de trabalho adoece menos, tem poucas faltas e desenvolve seu trabalho com eficiência tornando o ambiente mais favorável a promoção da saúde e prevenção de doenças, visando à melhoria na qualidade de vida (SABÓIA; PONTE, 2013). O acúmulo de vínculos empregatícios, percebido nas falas dos trabalhadores de enfermagem do SAMU, tem provocado excesso de horas trabalhadas e, consequentemente, o tempo para as demais dimensões da vida, como o lazer e atividade física, acaba por ficar sempre em segundo plano. Agregam-se as questões de mais de um emprego o fato de que o mercado de trabalho tem se tornado mais exigente mediante o avanço tecnológico, requerendo um profissional mais qualificado, ou seja, mais especializado, o que requer participar em cursos de capacitações, que muitas vezes são incluídos no orçamento do próprio trabalhador. Possivelmente, esses fatores têm prejudicado não só a vida pessoal, mas também a interação familiar (SABÓIA; PONTE, 2013). Os excertos de E6, E10 e E17, corroboram com um estudo realizado com 42 enfermeiros da cidade de Santa Maria – RS que objetivou a percepção por parte dos enfermeiros sobre as alterações na saúde decorrentes do trabalho noturno. Os resultados evidenciaram que 27 profissionais relataram alterações em seu estado de saúde como a má qualidade do sono, sensação de cansaço, ganho ponderal e mal estar gástrico. Como consequência, foram identificados distúrbios relacionados aos hábitos alimentares, perda de atenção, acumulação de erros e dificuldade de relacionamento familiar (SILVA et al., 2011). Verifica-se nas falas E2, E6 e E17 que o padrão de sono interfere na qualidade de vida dos mesmos, este dado corrobora com estudo realizado com enfermeiros que trabalhavam no período noturno, sendo identificado que 11,90% mencionavam dispor de má qualidade de repouso/sono, podendo prejudicar o ambiente familiar e social, comprometendo o estado comportamental, físico e emocional desses profissionais (SILVA et al., 2011). O sono na maioria das vezes não consegue ser recuperado pelo individuo que realiza as atividades noturnas, se persistente e acumulativo, o sono pode proporcionar a exaustão física e a atenuação da capacidade mental (AMARAL; RIBEIRO; PAIXÃO, 2015; VEGIAN; MONTEIRO, 2011). Constata-se nos depoimentos E2, E10 e E17, o trabalho excessivo como fator dificultador para se ter qualidade de vida, este dado é comprovado no estudo realizado com enfermeiros intensivistas atuantes no período noturno, em unidade de terapia intensiva de cinco instituições hospitalares, da região Oeste do Estado do Paraná, onde o enfermeiro tende a exceder a sua carga horária, afetando seus vínculos afetivos e de lazer, proporcionando uma deterioração física e uma horrível qualidade de vida (VERSA et al., 2012). Destaca-se que o aumento da jornada de trabalho expõe o profissional por mais tempo a riscos inerentes às atividades que desempenham, além de diminuir seu tempo para a recuperação das energias físicas, o desenvolvimento de atividades de lazer e a convivência familiar (VEGIAN; MONTEIRO, 2011). 40 Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 38, n. 1, p. 35-44, jan./jun. 2017 Concepção dos profissionais de serviço emergência sobre qualidade de vida Neste aspecto tem-se que o profissional de enfermagem, diversas vezes, apresenta uma sobrecarga e um excesso na jornada de trabalho levando a um desgaste físico, emocional o que o afasta do convívio social e familiar, contrariando o que os autores retratam acerca da importância deste convívio para a qualidade de vida. Conclusão A concepção dos profissionais de enfermagem pesquisados neste estudo sobre qualidade de vida encontra-se na relação direta com a sensação de bem estar sob diferentes aspectos da vida como, dormir bem, praticar esportes, ter lazer, alimentarse corretamente, ter uma vida espiritual equilibrada, ter tempo para a família. Diversos aspectos inerentes ao trabalho repercutindo na qualidade de vida do profissional foram evidenciados neste estudo, os mais abordados pela equipe foram o baixo salário, seguido da falta de tempo para família e para o lazer. As diversas preocupações do dia a dia e o acúmulo de vínculos empregatícios são fatores que colaboram para um distanciamento da qualidade de vida desejada, causando situações constantes de estresse e preocupação, como as vivenciadas pelos profissionais do serviço pesquisado de Urgência e Emergência. Identificou-se que os aspectos físicos, sociais, biológicos, espirituais e econômicos foram citadas nas concepções dos profissionais como sendo essenciais para se ter qualidade de vida, e destaca-se que fatores dificultadores citados pelos profissionais alertam para as causas do distanciamento da qualidade de vida desejada. Percebe-se então que a remuneração é o fator principal e inicial de um ciclo na busca da qualidade de vida que se espera alcançar, para o grupo de trabalhadores pesquisados. Sendo a remuneração baixa, o profissional busca melhorar suas condições financeiras realizando uma dupla jornada, o que leva a uma sobrecarga de trabalho, desgaste físico e emocional, alimentação ruim e menor tempo livre para lazer, sono e família, fatores fundamentais para a qualidade de vida, na concepção dos mesmos. Espera-se que esta pesquisa contribua para subsidiar a discussão no Serviço de Urgência e Emergência entre equipe de trabalho e gestores para a melhoria das condições de trabalho, levando, assim, a melhoria da qualidade de vida dos profissionais que refletirá no atendimento à população. Referências ALMEIDA, A. N. F.; GURGEL, E. R. S.; SILVA, S. R. Qualidade de vida relacionada à saúde dos profissionais de enfermagem do centro cirúrgico do hospital de clínicas Dr. Alberto Lima. Revista de Ciências da Amazônia, Macapá, v. 1, n. 2, p. 60-70, 2013. Disponível em: <http://periodicosueap.com.br/index.php/RCA/ article/view/64/pdf_26>. Acesso em: 27 nov. 2015. AMARAL, J. F.; RIBEIRO, J. P.; PAIXÃO, D. X. Qualidade de vida no trabalho dos profissionais de enfermagem em ambiente hospitalar: uma revisão integrativa. Revista Espaço para a Saúde, Londrina, v. 16, n. 1, p. 66-74, 2015. Disponível em: <http:// pesquisa.bvsalud.org/enfermagem/resource/pt/lil76380 >. Acesso em: 19 nov. 2015. 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