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Pontos de vista em diversidade e inclusão Volume 2 Neuza Rejane Wille Lima Cristina Maria Carvalho Delou (Organizadoras) Universidade Federal Fluminense Curso de Mestrado Profissional em Diversidade e Inclusão Associação Brasileira de Diversidade e Inclusão 2016 Copyright by Associação Brasileira de Diversidade e Inclusão. 5 Sumário Três anos do CMPDI: desafios e avanços .................................................................................. 11 O Ensino Profissional e Indicadores de Altas Habilidades......................................................... 21 Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade: fatos, mitos e outras coisas ...................... 28 Desafios da Avaliação em um contexto de Escola Inclusiva ..................................................... 37 Dupla exclusão: o superdotado das camadas populares .......................................................... 46 Imagens que Falam: a áudio-descrição em materiais didáticos ............................................... 56 A Construção de Conceitos no Ensino das Ciências da Natureza e a Educação de Surdos....... 62 A Evolução do Desporto Surdo.................................................................................................. 66 Políticas Públicas para Altas Habilidades ou Superdotação ...................................................... 74 Processo de criação e produção de material didático em LIBRAS ............................................ 85 LIBRAS e Cultura Surda na perspectiva tecnológica.................................................................. 89 Altas Habilidades ou Superdotação: breve contexto histórico ................................................. 95 O INES e o Surdo no cenário da Educação Inclusiva sob a ótica da Arte ................................ 100 Percorrendo as legislações sobre ensino para surdos no Brasil ............................................. 108 Habilidade Lógica e Avaliação Interativa: modelos inovadores na Educação Inclusiva .......... 116 O Bocha Paralímpico como Esporte Adaptado para Paralisados Cerebrais............................ 123 Explorando a Dupla Excepcionalidade .................................................................................... 128 Altas Habilidades ou Superdotação: uma análise da produção científica no Brasil ............... 134 Produção de material didático em Braille no Instituto Benjamin Constant ........................... 141 Adaptação de livros didáticos para o Sistema Braille: uma proposta Inclusiva ...................... 147 Oficina de Capacitação para Impressão Braille nas Salas de Recursos Multifuncionais ......... 151 Aprendizagem da leitura, escrita e raciocínio lógico- matemático através de material didático digital ....................................................................................................................................... 155 Oà “i alà Fo oaudi logo à e à LIB‘á“:à u aà efle oà so eà aà I o i idadeà à aà iaç oà deà sinais ........................................................................................................................................ 167 Pensando Inclusivamente sobre o Ensino Inclusivo................................................................ 172 9 Capítulo 24 Pensando Inclusivamente sobre o Ensino Inclusivo Paulo Pires de Queiróz¹ e Sueli Soares de Sá Mancebo² 1 Paulo Pires de Queiroz é professor da graduação e PósGraduação na Universidade Federal Fluminense. Orientador do doutorado. 2 Sueli Soares de Sá Mancebo é doutoranda pela Universidade Nacional de Rosário, Faculdade de Humanidades y Artes, Escuela de Pósgrado. Essa reflexão tem como objetivo problematizar a diversidade no cotidiano escolar pensando inclusivamente sobre o Ensino Inclusivo. Num primeiro momento estaremos apresentando a nossa compreensão de uma escola inclusiva, em seguida refletiremos, inclusivamente, sobre o ensino inclusivo e, finalmente, desenharemos as implicações dessa reflexão no cotidiano escolar. Uma escola inclusiva na qual todos os alunos se sintam reconhecidos, valorizados e respeitados, implica cuidar dos conteúdos ensinados e da maneira como o currículo é transmitido. Não somente as estratégias de ensino devem ser designadas e as áreas curriculares determinadas para responder a uma ampla variedade de diferenças entre os alunos, mas o próprio currículo deve destinar-se às muitas maneiras em que os alunos se diferenciam. Comunidades inclusivas são aquelas em que todos os membros consideram-se pertencentes e aptos a dar uma contribuição; os alunos não podem constituir uma comunidade, não podem ficar à vontade, caso considerem que o preço a pagar é a indiferença às suas próprias diferenças e às de seus colegas. Nosso objetivo, como membros da comunidade, não deve ser tornamo-nos indiferente às diferenças, desatentos à diversidade que nos cerca. Encorajar os alunos a ignorar as diferenças não é um objetivo realista nem desejável. O mesmo aluno que percebe que uma determinada personagem está usando um lápis na página 4 e não está usando o lápis na página 5, certamente percebe que há colegas maiores ou menores que ele, que utilizam cadeira de rodas, possuem a cor de pele diferente, falam línguas diferentes, comemoram feriados diferentes ou vêm de famílias não tradicionais. Não lidar diretamente com as diferenças, ignorar nossas diferenças [assim como nossas semelhanças], transmite aos alunos a mensagem de que as diferenças são algo que não pode ou não deve ser comentado. Se os professores não se referem às diferenças, as discussões dos alunos sobre como elas diferem, ocorrem em segredo e transformam-se em ocasiões para cochichos e risadinhas - para exclusão e isolamento. 172 Os alunos diferenciam-se em muitos aspectos e a identidade de cada um é moldada por sua participação como membro de grupos variados. Descrever Paulo, de seis anos de idade,àape asà o oàu aà ia çaà o à desafiosàfísi os ,à àig o a àoàfatoàdeà ueàeleà àta à judeu e filho único. Discutir Cristina apenas como uma criança que requer extensos materiais de enriquecimento devido a seu desempenho acelerado, pode mascarar o fato de que ela é descendente de uma família hispânica e filha de mãe solteira. Assim como rótulos isolados para os alunos não são importantes para o oferecimento de uma programação educacional adequada, tornar alguns aspectos do currículo inclusivo sem atender à identidade geral ou à vida geral do aluno, é também inadequado. A crescente diversidade da nossa sociedade e das nossas escolas torna imperativo que os programas e os currículos escolares sejam sensíveis às diferenças entre os alunos. RAMSEY (1987) descreveu oito objetivos para o ensino, a partir de uma perspectiva multicultural, e todos são aplicáveis ao conceito da Inclusão. O autor relacionou esses objetivos da seguinte forma: 1. Ajudar as crianças a desenvolver identidades positivas de gênero, raça, cultura, classe e individuais, reconhecer e aceitar suas participações como membros de muitos grupos diferentes; 2. Capacitar as crianças a enxergarem-se como parte de uma sociedade mais ampla; identificarem-se, ter empatia e relacionarem-se com indivíduos de outros grupos; 3. Estimular o respeito e a apreciação pelos diversos modos de viver das pessoas; 4. Encorajar, nos primeiros relacionamentos sociais das crianças, a abertura e o interesse pelos outros, a disposição para incluí-los e o desejo de cooperar; 5. Promover o desenvolvimento de uma consciência realista da sociedade contemporânea, um sentido de responsabilidade social e um interesse ativo que se estenda além da família ou do grupo da própria pessoa; 6. Capacitar as crianças para tornarem-se analistas e ativistas autônomos e críticos em seu ambiente social; 7. Apoiar o desenvolvimento de habilidades educacionais e sociais necessárias para as crianças tornarem-se participantes plenos da sociedade, de maneira mais adequada aos estilos, orientações culturais e origem linguística individual; 8. Promover relacionamentos eficazes e recíprocos entre as escolas e as famílias. Como declararam Sleeter e Grant (1998), a educação multicultural pode não ser adequada para criar uma sociedade justa, a menos que trate diretamente de questões estruturais de desigualdade social, de poder e opressão. Esses autores argumentaram que p e isa osài àal àdaàsi plesà ele aç oàdaàdi e sidade àeàe si a àaosàalu osàaàe te de àasà desigualdades sociais e capacitá-los para trabalhar ativamente na mudança da sociedade. 173 Nosso ensino deve ser especificamente antirracista e antissexista a fim de superar as mensagens predominantes que as crianças recebem em outros ambientes da sociedade. Pensar inclusivamente sobre o ensino inclusivo é objetivar a criação de uma comunidade que englobe as diferenças, use-as entre os alunos como parte do currículo, e respeite as diferenças dos alunos por meio de todos os aspectos do programa da escola. Frente a todos os aspectos abordados e pontuados até esse momento da nossa reflexão, questiona-se: Como é possível transformar as nossas salas de aula aprendendo com todas as diferenças existenciais? Aprender sobre as diferenças raciais não pode ser uma atividade separada do currículo. Uma feira multicultural de um dia pode ser uma experiência de aprendizagem interessante para os alunos, mas pouco contribui para comunicar a mensagem de que pessoas de cor fazem parte de toda a história da humanidade e que as contribuições dos homens e das mulheres de cor não são uma coisa à parte do currículo-padrão. O respeito e o reconhecimento positivos das diferenças raciais podem permear tudo o que acontece na sala de aula, incluindo não somente as aulas de estudos sociais, mas também os quadros de avisos, os livros da biblioteca da turma e as canções aprendidas na aula de educação artística. Há muitos recursos excelentes disponíveis para ajudar os professores a refletir sobre a inclusão de diferenças raciais em tudo o que ensinam, incluindo diretrizes curriculares sobre educação multicultural, fontes para livros infantis sobre crianças de cor e currículos para ensinar sobre as diferenças. Praticamente todas as atividades ou todos os projetos curriculares podem ser expandidos ou redefinidos para tornarem-se inclusivos. Quando nos propomos a aprender sobre as diferenças culturais precisamos partir do pressuposto de que toda pessoa tem uma cultura, uma origem, uma história e costumes que informam sua vida cotidiana, suas crenças, suas atitudes e seu comportamento. Embora possa se àte tado àa edita à ueàape asàosàg uposà i o it ios à isí eisàt àu aà ultu a,àissoà oà é verdade. Mesmo dentro de uma sala de aula que parece ser homogênea, há muitas diferenças nas origens culturais. Por isso, é melhor abordar a aprendizagem das diferenças culturais a partir da perspectiva de que toda pessoa tem uma cultura, todas as culturas são importantes e merecem respeito, e a diversidade enriquece a sala de aula. Whaley e Swadener à e pli a a à ueà aà edu aç oà ulti ultu alà desdeà oà início não é um currículo; é uma perspectiva e um compromisso com a equidade, com a sensibilidade e com a apa itaç o .à Uma maneira particularmente útil de começar a falar sobre origens e culturas diferentes é através dos nomes dos alunos. Quando as crianças são solicitadas a contar a origem de seus nomes completos, emergem muitos detalhes interessantes de origem cultural e histórica. Rebecca tem este nome em homenagem à sua bisavó judia Rivka, que veio da Rússia para o Brasil na virada do século. Por que a avó de Rebecca veio para o Brasil? O que estava acontecendo com o mundo naquela época? Que tipo de nome é Rebecca? Um exercício como esse deixa claro que todos os alunos têm uma cultura e uma origem singulares e permite 174 que as crianças e os adultos tenham orgulho da sua própria herança e enxerguem as suas similaridades e distinções. As diferenças de linguagem apresentam outra maneira excelente de aprendizagem sobre a diversidade. Por exemplo, alguns alunos desta classe falam espanhol, Carlos tem paralisia cerebral e é preciso chegar muito perto dele para conseguir entendê-lo, dois alunos estudam hebraico depois da escola, outro aluno fala japonês com os seus pais em casa. O que todos esses alunos têm em comum é a necessidade de comunicarem-se, de serem entendidos e de conectarem-se com outras pessoas. As salas de aula inclusivas encorajam os alunos a tornarem-se o mais multilíngues possível. Todas as crianças podem aprender os rudimentos da linguagem dos sinais, podem aprender o alfabeto braile e podem aprender dizer frases importantes em outros idiomas. O professor pode enfatizar o valor desses repertórios múltiplos, fazendo alguns sinais da sala de aula em outros idiomas, contando histórias em linguagem de sinais ou convidando um pai ou uma mãe de origem asiática para ir até à classe e contar uma história em seu próprio idioma. A mensagem é importante. Há muitas maneiras de comunicarmo-nos, e podemos aprender como falar um com o outro, se realmente quisermos fazê-lo. Com relação às diferenças familiares, há muitos tipos de famílias. Alguns alunos moram com um dos pais; outros moram com as famílias ampliadas, ou seja, com primos, tios e tias na mesma casa; alguns moram em famílias mescladas; alguns moram com pais adotivos e outros moram com famílias de criação. Como podemos comunicar aos alunos que há muitos tipos de famílias, muitas maneiras de oferecer às pessoas apoio e amor? Alunos muito pequenos podem ser ajudados a fazer cartazes ou livros artesanais sobre as pessoas de suas famílias. Uma reação do professor à diversidade pode proporcionar um modelo de aceitação de vários arranjos familiares. Alunos mais velhos podem envolver-se em lições mais sofisticadas sobre padrastos e madrastas, meio-irmão, adoção e cuidado de criação, famílias constituídas por um casal de homossexuais ou custódias conjuntas, por exemplo. Os professores devem ter em mente que não estão levantando questões difíceis ou constrangedoras com os alunos; estão reconhecendo e validando as situações que os alunos já estão vivenciando e deixando claro que não há nenhum problema em falar sobre essas diferenças. No tocante a diferença de gênero, tal qual acontece em outras áreas de diferenciação, nosso propósito deve ser o de propiciar aos alunos reconhecimento e aceitação das diferenças de sexo e não as limitar a essas características. Dois objetivos nessa área são fundamentais: a) Libertar as cria çasà deà is esà o st a gedo asà eà este eotipadasà tipo:à asà e i asà pode à faze à eà osà e i osà pode à se ,à a i doà assi à aio esà opç esà pa aà oà es i e toà eà oà desenvolvimento; b) Encorajar as crianças a interagirem e entenderem umas às outras, a partir do que é, i feliz e te,à ha adoàdeà oàse oàoposto . 175 Os professores devem estar atentos a sua própria linguagem, a seus comportamentos na sala de aula e aos materiais e atividades que apresentam aos alunos. Os professores devem continuamente examinar seus materiais e suas atividades para garantir que todos os alunos se sintam incluídos e bem recebidos. Com relação às diferenças religiosas e os feriados, no tocante às diferenças religiosas, a Constituição Brasileira afirma ser o Brasil um país laico. Entretanto, na realidade muitas escolas e professores comportam-se de maneira diferente. Diversos professores organizam suas salas de aula e atividades de um dia santo para o outro. Abril é Paixão de Cristo, junho Corpus Christi e dezembro é Natal. Enfeites dos quadros de avisos, histórias, músicas, projetos de arte e o currículo, em geral, giram em torno desses feriados. Há muitas razões pelas quais os professores concentram a atenção de suas aulas e dos currículos em torno dos feriados: eles promovem uma maneira excelente de programar as áreas disciplinares em torno de um tema, os símbolos são conhecidos de muitas crianças, e muitas atividades características dos feriados [ festas, peças, cânticos e projetos comunitários ] representam uma agradável fonte de oportunidades de desenvolvimento social e afetivo (SAPON-SHEVIN, KING & HANHAN, 1988 ). Contudo, as crianças que são testemunhas de Jeová podem não comemorar nenhum santo e o período do Natal pode ser difícil para as crianças cujas famílias não o comemoram ou o celebram de forma religiosa, não material. Aprender sobre as diferenças religiosas pode estar intimamente associado a aprender sobre diferenças culturais, raciais e familiares; os professores devem encontrar maneiras de ensinar sobre as diferenças religiosas e respeitar as maneiras em que os alunos diferem, sem fragmentar sua turma ou destruir o sentido de comunidade. Assim como acontece com outras áreas de diferença, é importante que os p ofesso esàe ite àaàli guage àdoà s àeà eles ,àpo àe e plo.àE ua toànós estamos tendo o nosso dia de santo, Julia e sua família estão tendo o deles. A mensagem não deve ser a de que a maioria de nós é igual, enquanto alguns de nós somos diferentes, mas que todos nós temos origens e características singulares. Em se tratando da aprendizagem sobre as diferenças entre aptidões e habilidades, embora algumas diferenças nas aptidões e nas habilidades possam ser mais prontamente aparentes em uma sala de aula inclusiva – por exemplo, Jamile tem uma deficiência auditiva e usa um aparelho no ouvido, Sueli termina sua lição de matemática antes de todo mundo, Carlos não consegue andar e usa cadeira de rodas – a realidade é que todos os alunos têm potencialidades e debilidades, áreas de competências e outras em que precisam de ajuda. Para contradizer e desafiar algumas hierarquias típicas que se estabelecem nas salas de aula, partindo do desempenho dos alunos numa determinada área [ o melhor do grupo de leitura, o corredor mais rápido], os professores podem fazer com que todos os alunos sejam envolvidos em uma grande variedade de atividades e projetos durante o ano inteiro, permitindo assim que muitos tipos de talentos e especialidades sejam admirados e compartilhados. 176 Osà p ofesso esà ta à pode à p o o e à de atesà so eà oàte aà ajuda à e podem fazer com que os alunos gerem e pratiquem maneiras adequadas de oferecer e receber ajuda, taisà o oà Possoà ajud -lo? à e à ezà deà Dei eà ueà euà façoà isso,à o à à uitoà pe ue o/ o o/le to ,à eà a ei asà deà a eita à eà e usa à ajudaà a a el e te,à o oà N o,à o igado,àestouài doà e àe à ezàdeà Vo àa haà ueàeuàsouà o oàouà oisaàdoàg e o ?ààEstesà são repertórios que todas as pessoas necessitam, não somente aquelas cujas habilidades são limitadas. Os professores podem ajudar os alunos a refletirem sobre perguntas como: a) b) c) d) Quais são as três atividades em que eu sou bom? Quais são as três atividades nas quais tenho dificuldades? De que maneira posso proporcionar ajuda às pessoas? Em que atividade preciso de ajuda, e que tipo de ajuda eu gostaria de receber? Essas questões vão gerar respostas de tal forma que os alunos e o professor possam ver que todos têm aptidões e habilidades e que todos precisam de ajuda em algumas áreas. As salas de aula podem tornar-se comunidades de apoio mútuo se os professores promoverem o respeito pelas diferenças e proporcionarem oportunidades diversificadas para os alunos enxergarem uns aos outros de muitas maneiras. No aprender e desafiar os estereótipos e a discriminação, não podemos perder de vista que para criarmos e mantermos escolas e comunidades realmente inclusivas, alunos e professores devem enxergar-se como agentes ativos da mudança, dispostos e capazes de enfrentar e desafiar os estereótipos e o comportamento opressivo e discriminatório. Dependendo da idade dos alunos, diferentes níveis de ação e reação social são adequados, mas até mesmo as crianças pequenas podem reconhecer e reagir aos estereótipos e aos preconceitos. Uma professora das primeiras séries do ensino fundamental poderia trabalhar com seusàalu osàe pli a doàaàdife e çaàe t eà oàgosta àeà p e o eito .àElaàpe iti iaà ueàosà alunos não gostassem de alguma coisa ou alguma pessoa, ou seja, tivessem uma reação negativa depois de terem tido muita experiência com ela, mas não permitiria que prejulgassem asà pessoasà ouà oisasà se à sufi ie teà e pe i iaà [à E pe i e teià olisà eà detestei à ouà Claudioà ateà asà ia çasàeàeuà oà ue oà i a à o àele à]. Outra ação possível de se trabalhar na educação infantil é ensinando aos alunos a pa ti àdeà f asesài lusi as àeà f asesàe lude tes .àásàf asesàe lude tesàafasta àasàpessoas:à Vo à oàpodeà i a à o os o àeà N oàh àluga àpa aà o àa ui .àásàf asesàinclusivas unem asàpessoas:à Vo à ue àe t a à oà ossoàg upo? àeà Va osàa i àu àespaçoàpa aàaàCa la? . Os alunos podem aprender a enfrentar o racismo, o sexíssimo e a discriminação em seus próprios ambientes. Um professor pode designar a seus alunos a tarefa de realizar uma verificação da acessibilidade da escola na qual estudam. Os alunos sairão com normas de procedimentos para verificar se aqueles que utilizam cadeiras de rodas, os que leem em braile e que não conseguem ouvir, poderiam ter pleno acesso à escola e a seus programas. Essas 177 atividades são importantes porque as crianças e os jovens sentem que podem contribuir para uma mudança. As salas de aula inclusivas trabalham para capacitar todos os alunos a melhorarem em suas próprias situações e a de seus colegas. Essas atividades de ensino propostas trazem a seguinte mensagem: Somos uma comunidade, estamos todos juntos nisso, vamos assumir a responsabilidade um pelo outro, não vamos abandonar as pessoas por causa de suas diferenças ou dificuldades. Enfim, pensar inclusivamente um ensino inclusivo que honre e respeite todos os alunos e suas diferenças é um desafio contínuo e que demanda tempo. Como professores, precisamos continuar a lutar com o nosso próprio idioma, linguagem, ensino e currículo, na tentativa de implementar a inclusão, a justiça e o respeito. A coisa mais importante que os professores podem fazer é explorar seus próprios conhecimentos, valores e crenças sobre a diversidade. Por exemplo, quando e como você tomou conhecimento das diferenças raciais e o que lhe foi comunicado? Quando criança, com que grupo de pessoas você teve contato contínuo e com quem você nunca interagiu? Você se sente à vontade com afrodescendentes? Com homossexuais? Com mães solteiras? Somente explorando nossas próprias histórias e experiências, podemos tentar desvendar os efeitos da nossa criação, fortalecendo assim nossos compromissos adultos para criar escolas inclusivas que exemplifiquem justiça social e igualdade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, V. M. M. Dificuldades Escolares e o Desenvolvimento da Criança. 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