PATRIMÔNIO: ACESSIBILIDADE E SUSTENTABILIDADE NA
CIDADE DE ANÁPOLIS
HERITAGE: ACCESSIBILITY AND SUSTAINABILITY IN THE CITY OF
ANÁPOLIS
WILKER LEONEL1
GABRIEL COUTO2
Resumo
Patrimônio constitui-se nas edificações que materializam a história e identidade de um povo. Atuam no processo
de construção da sociedade, registros vivos da memória coletiva local. Considerar as relações existentes entre
patrimônio, espaço urbano e qualidade de vida demanda uma reflexão em torno de valores sociais e culturais tendo
como base a condição homem-ambiente. Anápolis possui seus bens patrimoniais e sua importância relacionada às
suas transformações socioeconômicas e culturais desenvolvidas no tempo, materializações que retratam as
mudanças de cidade interiorana, para uma cidade moderna, principalmente, depois da chegada dos trilhos em 1935.
Edificações que hoje, se revelam mais como fragmentos dispersos no tempo, sob as novas dinâmicas que o centro
comporta. Deste modo, tem-se como objetivo nesse estudo, avaliar a acessibilidade e a sustentabilidade necessidade vigente, devido às transformações urbanas ocorridas nos centros ao longo dos anos - em duas
edificações, o Mercado Municipal Carlos de Pina e o Museu Histórico Alderico Borges de Carvalho, importantes
monumentos que sintetizam a cidade em sua essência.
Palavras Chave: Patrimônio. Acessibilidade. Sustentabilidade. Memória.
Abstract
Heritage is constituted in the buildings that materialize the history and identity of a people. They act in the process
of building society, living records of local collective memory. Considering the relationships between heritage,
urban space and quality of life requires a reflection around social and cultural values based on the manenvironment condition. Anápolis has its heritage assets and its importance related to its socioeconomic and
cultural transformations developed in time, materializations that portray the changes of interior city, to a modern
city, mainly, after arrival of the tracks in 1935. Buildings that today reveal themselves more as fragments scattered
in time, under the new dynamics that the center entails. Thus, the objective of this study is to evaluate accessibility
and sustainability - a need in force, due to the urban transformations that have occurred in the centers over the
years - in two buildings, the Carlos de Pina Municipal Market and the Museum Historical Alderico Borges de
Carvalho, important monuments that synthesize the city in its essence.
Keywords: Heritage. Accessibility. Sustainability. Memory.
Introdução:
Ao caracterizar a cidade de Anápolis, a primeira definição que nos vem em mente é o
seu desenvolvimento como entreposto comercial. Ao discorrer sobre cidade é necessário pensar
em organização, acessibilidade, sustentabilidade e patrimônio, nosso objetivo nesse estudo foi
avaliar a acessibilidade e a sustentabilidade em dois patrimônios histórico: o Mercado
1
Estudante de arquitetura e urbanismo na UniEvangélica. ORCID 0000-0002-1686-6090 E-mail:
wilkerleonel@outlook.com.
2Arquiteto e urbanista graduado pela UniEvnagélica, atualmente pós-graduando em Docência no ensino superior.
ORCID 0000-0003-1477-6750 E-mail: arq.gabrielribeiro@gmail.com
Municipal Carlos de Pina e o Museu Histórico Alderico Borges de Carvalho, importantes
monumentos que sintetizam a cidade em sua essência. Participando ativamente no cotidiano do
centro da cidade, que se assume como local de trocas e convergências o Mercado Municipal
existe há 78 anos, e continuam desenvolvendo todas as suas funções como centro distribuidor
de hortifrutigranjeiros. O Museu Histórico, com mais de 100 anos de existência, constitui na
sua edificação, uma referência sobre a história do município. Devido a temporalidade e ao fato
de serem registros vivos da história do município as duas edificações constituem importante
fonte de estudos e pesquisas para jovens estudantes de arquitetura. A metodologia aplicada ao
estudo pautou-se na observação, levantamento de dados in loco e avaliação das edificações a
partir das ABNT-9050; e ASBEA (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura).
O Mercado Municipal Carlos de Pina (M.M.C.P.), e o Museu Histórico de Anápolis
(M.H.A) possuem grande importância no quadro edificações patrimoniais do município. O
M.M.C.P é um edifício que atrai grande quantidade de fluxos, se inserindo num contexto de
“conflitos”, onde “comércio formal e informal competem entre si na disputa pelo espaço
(COUTO, 2019)”. Isso reflete diretamente em como o M.M.C.P. se abre para a cidade e
pedestre. O M.H.A possui relevância como contribuinte na preservação da história local. A casa
construída para abrigar a família Batista em 1907, atualmente contém fotos, peças, documentos
e livros que narram a história municipal. Esses dois edifícios mantêm uma relação de
proximidade, participando da dinâmica cotidiana do centro.
O aumento populacional de Anápolis sucedeu algumas transformações na dinâmica
urbana, que flexibilizou mudanças no decorrer dos tempos, com isso há a necessidade de se
preocupar no que concerne à acessibilidade e sustentabilidade nos centros urbanos. Para o
M.H.A. e o M.M.C.P. serem adequados aos parâmetros de eficiência energética e acessibilidade
seria necessário uma série de intervenções nos dois patrimônios, sendo a arquitetura
sustentável, uma continuação natural da bioclimática, considerando também a integração do
edifício à totalidade do meio ambiente, de forma a torna-lo parte de um conjunto maior.
ANÁLISE DE SUSTENTABILIDADE NO MERCADO MUNICIPAL CARLOS DE
PINA
Figura 01 – Corte longitudinal e transversal e esquema gráfico - Ventilação,
incidência solar junto à influência da materialidade no conforto interno do Mercado
Municipal Carlos de Pina.
Fonte: Prefeitura de Anápolis – PROANA e acervo pessoal, 2019
O mercado Municipal Carlos de Pina (M.M.C.P.) se insere num contexto onde as
características do clima quente e seco ou quente e úmido da região, são acentuadas pela
densidade das edificações do entorno, bem como a falta de arborização e pelo tráfego intenso.
Está localizado num quarteirão entre ruas 14 de julho e Engenheiro Portela, atravessando a
quadra perpendicularmente de um lado a outro, cercado por uma grande quantidade de edifícios
do mesmo gabarito. Seu eixo principal se dispõe quase que exatamente na direção Leste-Oeste,
que é a orientação de suas principais fachadas, além da norte, maior, separada pelo seu corredor
de carga e descarga, praticamente colada ao edifício que ladeia, não favorecendo a circulação
de ventos que é indissociável da orientação e da implantação do edifício no terreno. Em
Anápolis, há uma maior predominância dos ventos para as direções leste (L) e sudeste (SE) na
maior parte do ano, com exceção dos meses de setembro a dezembro, em que os ventos estão
voltados para o noroeste (NO). Estes são mais constantes e secos. Devido a influência de seu
entorno e de sua orientação; não recebe uma quantidade de ventilação ideal, conseguindo captar
apenas os ventos da direção Leste (L), mais secos.
Por possuir, apenas duas grandes aberturas, seu fluxo de ar fica comprometido, pois,
num edifício dessa natureza, a mistura de cheiros que exala das diferentes lojas, bancas e
açougues que compõem o interior do mercado o qual não seguem uma setorização devido à má
distribuição de equipamentos como as câmaras frias, que aliado à limitada taxa de fluxos e
movimentação de ar, trazem até incomodo aos visitantes. Grande parte do desempenho térmico
do M.M.C.P. é em função da inércia térmica de sua “casca” que também serve de invólucro
para proteção da grande quantidade de ruídos externos. Suas paredes externas são de alvenaria
autoportante compostas por tijolos cozidos, bem espessas, são uma vantagem na nossa região
com predominância de clima seco e grande amplitude térmica, onde as variações da temperatura
ao longo do dia são maiores.
A influência termo reguladora, é um dos maiores problemas de desempenho e devem
ao insuficiente controle solar vindo de sua cobertura, onde o sol incide o dia todo. O M.M.C.P.
passou por adaptações, com a alteração da cobertura do galpão central, anterior de telha
francesa, substituído por telhas ecológicas que não soluciona problemas térmicos e de
iluminação. Essas telhas de fibropapelão, não conseguem absorver radiação solar suficiente,
devido sua transmitância ser alta, portanto, quanto maior o valor da transmitância térmica,
maior serão as trocas térmicas entre os ambientes internos e externos. Além disso, foi
adicionada uma cobertura metálica nos corredores que antes eram abertos às intempéries, que
possuem alta condutividade térmica; em algumas partes do corredor encontram-se elevações da
cobertura para ventilação que ajudam, mas não resolvem o problema no todo. Esses ganhos de
calor interno podem induzir flutuações nas temperaturas internas, que podem ser amortecidas
pela inércia térmica de seus materiais e acabamentos internos. A materialidade interna, somada
a estrutura auxiliam no conforto interno da edificação. Outro fator que pode ser considerado no
projeto de iluminação é sua integração com as necessidades térmicas e acústicas do edifício. A
luz natural penetra nos ambientes internos pelas aberturas, que também podem transmitir calor
e som para o interior. Além disso, a natureza do M.M.C.P. não tolera uma iluminação muito
direta, devido à exposição das mercadorias.
O M.M.C.P. com todas suas limitações de implantação, carece de aberturas que incida
iluminação no local, que é mal distribuída; se limitando apenas a algumas partes dos corredores
periféricos com o uso de telhas de plástico transparente. Nos extremos e no galpão central do
edifício nota-se a carência de luz durante o dia, causando uma sensação de enclausuramento
em quem passa. Um fator que minimiza esse desconforto é o pé direito alto. Daí a necessidade
de uso iluminação artificial, que no M.M.C.P. é composta por lâmpadas incandescentes, todas
ligadas durante o período de funcionamento (diurno), que possuem uma vida útil muito curta e
gera muito gasto de energia elétrica, além de aumentar a carga térmica no ambiente.
Tabela 01 – Dados da análise e sugestões de adequação no Mercado Municipal
ITEM
ANALISADO
Entorno /
Lugar
Conforto
térmico
Conforto
acústico
Conforto
visual
SITUAÇÃO EXISTENTE
SUGESTÕES
Entorno denso; Falta de arborização;
tráfego intenso.
Implantação de árvores para diminuição do calor
excessivo no meio, além de humanizar mais o
ambiente.
Ventilação limitada aos acessos
principais e pouca movimentação de ar;
poucas aberturas; Boa inércia térmica;
Coberturas de cor e material
inapropriados;
- Substituição da cobertura de fibropapelão por
telhas termo acústicas na cor branca, que além de
serem isolantes térmicos, transmitem pouco calor
e refletem melhor a luz para dentro do edifício.
- Promover aberturas na cobertura (efeito
chaminé), para melhor fluxo e movimentação de
ar no edifício.
-Substituição das telhas transparentes de plástico
por cobertura de policarbonato alveolar na cor
branca opaco, para melhor isolamento e
transmitância térmica.
Bom isolamento acústico em relação ao
exterior;
Iluminação natural limitada aos
corredores; Iluminação artificial por
lâmpadas incandescentes de vida útil
curta; poucas aberturas além de mal
distribuídas; Pouca e mal explorada
iluminação zenital.
------------
- Implantação de Sheds na cobertura com material
branco opaco;
-Substituição das telhas transparentes de plástico
por cobertura de policarbonato alveolar na cor
branca opaco; distribuir igualmente nos
corredores e cobertura do galpão central.
Fonte: Acervo pessoal, 2019.
ANÁLISE DE SUSTENTABILIDADE NO MUSEU HISTÓRICO DE ANÁPOLIS
Figura 02 – Corte longitudinal e esquema gráfico - Ventilação, incidência solar junto à influência da
materialidade no conforto interno do Museu Histórico de Anápolis.
Fonte: Prefeitura de Anápolis – PROANA e acervo pessoal, 2019
O M.H.A está localizado em uma área próxima à massas de vegetação, que exerce
tímida influência na edificação, que recua para formar um pátio arborizado, fundamental para
ventilação interna, a qual é muito receptivo, acolhendo ventos vindo de leste e sudeste, e em
outra parte os ventos noroeste devido ao baixo gabarito das edificações de seu entorno,
configurando um caráter de índices favoráveis em conforto térmico.
O ambiente construído é composto por vários elementos arquiteturais, tais como
cobertura, piso, paredes, aberturas. Componentes deste “invólucro”, as aberturas servem para
posicionar uma ligação do exterior com o interior, pelo menos uma passagem para a entrada e
saída do ambiente, fazendo assim com que uma edificação funcione adequadamente. As
aberturas servem a esse propósito, e ao mesmo tempo admitem luz natural, ar fresco, visão para
o exterior a estratégia climática do M.H.A, é caracterizada por portas e janelas em faces opostas,
oferecendo então ventilação cruzada dentro de todos os recintos, dessa forma e eficiência
energética é positiva, que proporciona a ausência de ventilação mecânica auxiliar, como
ventilador e ar-condicionado. O desempenho térmico do M.H.A é obtido pela inércia térmica
em sua “casca” parede, piso e cobertura que serve como invólucro no conforto térmico e
acústico, na qual, as paredes externas de adobe com 0,15m de espessura e as telhas de barro
colonial ajudam na inércia térmica e o assoalho de madeira no teto e nos fechamentos das
janelas desempenham um papel de isolamento térmico da edificação, apresentando vantagens
para o clima da região, de grande amplitude térmica. Como objeto de estudo suas atividades
são exposições e um espaço destinado a pesquisa, que necessita de conforto visual para
conseguir ver as exposições com clareza, sem causar desconforto visual, alguns espaços tomam
como partido a luz natural que permite uma qualidade diurna para a visibilidade; Em relação a
sua orientação solar, a fachada está a noroeste o que influencia desconforto visual em alguns
períodos do ano na sala de exposição da fachada, recepção e sala de pesquisa, podendo
prejudicar o acervo. Os ruídos podem proporcionar, perda de audição, perda de atenção e outros
problemas de saúde, a materialidade interna do edifício composta pelo assoalho de madeira e o
forro de madeira mata-juta, proporciona conforto acústico no controle de ruído, e proporciona
conforto acústico em relação ao tempo de reverberação interna no edifício.
Tabela 02 – Dados da análise e sugestões de adequação no Museu Histórico de Anápolis
ITEM
ANALISADO
SITUAÇÃO EXISTENTE
SUGESTÕES
Entorno / Lugar
Entorno denso; possui arborização no
lote;
------------
Conforto
térmico
Aberturas na fachada noroeste; Boa
inércia térmica; cobertura favorável;
paredes de adobe; forro de madeira;
------------
Conforto
acústico
Bom isolamento acústico em relação
ao exterior;
Conforto visual
------------
Estudo de conforto ambiente, para a
Fachada Noroeste; Iluminação natural
implantação de uma solução na fachada
limitada nos corredores; muitas
Noroeste.
aberturas;
Fonte: Acervo pessoal, 2019.
ANÁLISE DE ACESSIBILIDADE NO MERCADO MUNICIPAL CARLOS DE PINA
Figura 03 – Planta térreo Mercado Municipal ”Carlos de Pina”
Fonte: Prefeitura de Anápolis - PROANA, 2019.
O acesso pela Rua General Joaquim Inácio (A1), há dificuldade de locomoção que o
usuário enfrenta. As calçadas são ausentes de rebaixamento para pessoas de mobilidade
reduzida, parte dela possui um passeio livre de 3,00m adequado ao fluxo existente, e outra parte,
com 1,35m de passeio livre que obedece a largura mínima, estabelecida pela NBR 9050. A
situação na calçada de acesso da Rua 14 de julho (A2) é mais prejudicada, devido ao
estacionamento que adentra à faixa livre da calçada, sendo ausente de rebaixamento, não
atendendo à norma, além de não garantir uma faixa de circulação de pedestre que tenha um
trajeto seguro com largura mínima de 1,20m até o acesso do M.M.C.P. que é de 0,75m, contém
obstáculos, pisos irregulares, instáveis, ausência de sinalização e vaga acessível. O M.M.C.P.
dispõe de dois acessos principais e um de carga e descarga. Localizado na Rua General Joaquim
Inácio, ausente de sinalização tátil e visual, O mesmo acontece no acesso da Rua 14 de Julho.
O acesso de carga e descarga, localizado lateralmente (A3), dependendo do fluxo e da natureza
das mercadorias a porta não consegue suprir sua demanda, além de dificultar o processo e o
tempo de movimentação. Em contrapartida é seguida com inclinação de 33,33%, de material
inapropriado e derrapante.
No que tange a circulação interna do M.M.C.P, os corredores (C) são ausentes de
qualquer sinalização, seja tátil ou visual como estabelece a NBR 9050. Tudo isso, aliado ao
layout sem ordenamento, com variedade nas bancas que gera percursos confusos e
conflituosos, nos quais cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida e deficientes visuais
encontram dificuldades de se locomover, possui degraus, ausentes de rebaixamentos e
sinalização, para manobras com cadeiras de roda. A circulação de acesso interno é feita na sua
maioria por rampas (R), com declividade igual ou superior a 5%, as quais, passaram adaptações
por parte dos permissionários para melhorar a acessibilidade. Quanto a circulação, entre as
bancas, seu layout dificulta o tráfego, gerando diferença de larguras, quantidade de manobras
e quebras de percurso em curtos espaços se comparados à escala do Mercado.
No M.M.C.P. altura das bancas varia obedecendo o que a NBR 9050, estabelece para
os alcances frontais máximos e confortáveis, para uma pessoa em pé, e para pessoa em cadeira
de rodas sendo de 1,20m e seu alcance lateral com esforços – pegar uma fruta – de 1,00m de
altura. Algumas bancas possuem partes mais baixas de mercadorias, que por um lado facilita o
alcance, mas dificulta para as partes superiores. O M.M.C.P. dispõe de banheiro masculino e
feminino localizados no corredor. Quanto ao acesso, os banheiros são ausentes de sinalização
tátil. Eles possuem sinalização visual tímida e improvisada; o acesso principal aos banheiros é
por rampa que não supre a inclinação estabelecida pela NBR 9050. Além disso os banheiros
possui sanitário acessível com porta de acesso que atende a norma, mas não possui dimensões
internas que comportem uma circulação com o giro de 360° de 1,50m de diâmetro para pessoas
com cadeiras de rodas, possui barras de apoio laterais, que são necessárias para garantir o uso
com segurança e autonomia das pessoas com deficiência ou mobilidade, mas não possui, junto
à bacia sanitária, na parede do fundo, uma barra reta com comprimento mínimo de 0,80m, não
atendendo a norma.
Tabela 03 – Dados da análise e sugestões de adequação no Mercado Municipal
ITEM ANALISADO
Calçadas, Rua
General Joaquim
Inácio
Rebaixamentos, Rua
General Joaquim
Inácio
Calçada, Rua 14 de
Julho
Rebaixamentos, Rua
14 de Julho
Estacionamento, Rua
14 de Julho.
A1
A2
A3
C1
C2
C3
C4
C5
C6
C7
C8
R1
R2
R3
ATENDE A NORMA
SUGESTOES
Parcialmente
Alargamento do passeio livre para 1,50m /
Fiscalização das bancas.
Atende
--
Não atende
Não atende
Não atende
Atende
Atende
Parcialmente
Realocação de estacionamento e remoção de
obstáculos; Regularização do piso.
Colocação de dois rebaixamentos de 1,50m
de largura na calçada.
Realocação de estacionamento e remoção de
obstáculos.
----
1,00m - Não atende
Reestabelecer layout / Corredor de 1,50m.
1,80m - Atende
-1,60m a 2,10m - Atende
-1,10m a 1,30m - Não
Reestabelecer layout / Corredor de 1,50m.
atende
75cm a 1,50m Reestabelecer layout / Corredor de 1,50m.
Parcialmente
1,50m a 1,90m - Atende
-1,80m a 2,20m - Atende
-1,20 a 1,90m Reestabelecer layout / Corredor de 1,50m.
Parcialmente
Inclinação de 12,93% Rampa mínimo de 2,40m de comprimento.
Não atende
Inclinação de 7% Atende
Inclinação de 13,34% Rampa mínimo de 3,00m de comprimento.
Não atende
Fonte: Acervo pessoal, 2019.
BANHEIROS
Tabela 04 – Dados da análise e sugestões de adequação dos banheiros no Mercado
Municipal
ITEM ANALISADO B1
Quantidade mínima
ATENDE A NORMA
Atende
Localização
Não atende
Sinalização
Parcialmente
Rampa acesso
Porta Entrada
Não atende
Atende
SUGESTÕES
-Realocar ao lado do
masculino.
Instalação de sinalização tátil /
visual e melhor adequação da
existente.
Rampa no mínimo de 6,36m.
--
Circulação
Atende
Áreas mínimas
Parcialmente
Barras de apoio
Parcialmente
-Adequação do sanitário
acessível para o giro de 360°
de 1,50m de diâmetro.
Instalação de barra na parede
ao fundo do banheiro
acessível.
Fonte: Acervo pessoal, 2019.
Tabela 05 – Dados da análise e sugestões de adequação dos banheiros no Mercado
Municipal
ITEM ANALISADO B2
Quantidade mínima
Localização
Sinalização
Rampa acesso
Porta Entrada
Circulação
Áreas mínimas
Barras de apoio
ATENDE A NORMA
Atende
Não atende
SUGESTÕES
-Realocar ao lado do feminino.
Instalação de sinalização tátil / visual de
Não atende
símbolo universal.
Não atende
Rampa no mínimo de 1,32m de comprimento.
Atende
-Atende
-Adequação do sanitário acessível para o giro
Parcialmente
de 360° de 1,50m de diâmetro.
Instalação de barra na parede ao fundo do
Parcialmente
banheiro acessível.
Fonte: Acervo pessoal, 2019.
ANÁLISE DE ACESSIBILIDADE NO MUSEU HISTÓRICO DE ANÁPOLIS
Figura 05– Planta do “Museu Histórico de Anápolis”
Fonte: Autor desconhecido (2019)
O acesso disponível ao museu é pela rua Coronel Batista, no qual o passeio público
possui algumas barreiras, na calçada de 1,94m com passeio livre variável ausente de piso tátil;
A passagem de pedestres que dá acesso a calçada do museu possui barreiras, e não possui o
rebaixamento para o percurso da travessia. O M.H.A dispõe de um acesso por rampa com
largura de 0,80m e inclinação inadequada ausente de piso tátil e visual, o que dificulta a
acessibilidade de pessoa portadora de deficiência ou mobilidade reduzida.
A circulação pelos ambientes do museu possui dimensões variadas, de modo que essa
diversidade não limita o passeio entre os recintos. O museu por possuir um caráter de exposição,
e ter objetos ao longo do percurso interno atende a largura mínima estabelecida pela NBR 9050.
O piso é firme estável e não trepidante, o que não gera insegurança, as portas e passagens in
loco são largas, o que possibilita permeabildiade entre os ambientes. O M.H.A, possui um pátio
na parte posterior ao edifício principal, em que o único acesso disponível é por uma escada (E)
que não atende a NBR 9050, no que concerne ao piso tátil e corrimão com a altura adequada.
Quanto ao mobiliário o M.H.A obedece aos parâmetros, estabelecidos pela NBR 9050 com
altura variável entre 0,90m a 1,05m. O M.H.A dispõe de um banheiro para o público de
visitação, localizado em uma das salas de exposição, porém o acesso ao mesmo, está
interditado, no que compete a largura estabelecida pela norma para aceso, não atende a NBR
9050.
Tabela 06 – Dados da análise e sugestões de adequação no Museu Histórico de Anápolis.
ITEM ANALISADO
Calçadas de acesso.
Rebaixamentos
Rampa de acesso
H
A
S1
S2
S3
S4
S5
S6
S7
Escada (E)
ATENDE A NORMA
SUGESTÕES
Alargamento da calçada para 3,00m e remoção dos
obstáculos; regularização do piso e aumento do passeio
Não atende
livre para 1,50m.
Colocação de dois rebaixamentos de 1,50m de largura
na calçada e inclinação constante, e não superior a
Não atende
8,33% com largura mínima de 1,50m.
Aumentar a largura da rampa para 1,50m ou mínimo de
Largura de 0,80m e
1,20m, e aumentar o comprimento para obter
inclinação de 38,87% inclinação entre 6,25% ou 8,33% e colocar corrimão no
Não atende
sentido do caminhamento ao longo da área da
circulação ou fixado na parede com altura de 0,70m.
2,60m x 3,57m Atende
-5,39m x 5,35m Atende
-2,74m x 2,51m Atende
-5,49 x 2,19m Atende
-5,49 x 1,32m Atende
-4,02m x 3,99m Atende
-4,02m x 3,80m Atende
-3,99m x 3,92m Atende
-3,92m x 9,18m Atende
-Largura de 1,35m não
Colocar uma rampa adequando a medida existente a
possui piso tátil e corrimão
largura de 1,35m com inclinação entre 6,25% ou
com adequação necessária
8,33%; colocar corrimão no sentido do caminhamento
- Não atende
ao longo da área da circulação com altura de 0,70m.
Fonte: Acervo pessoal, 2019.
Para portas (P) e passagens a NBR 9050 (ABNT,2015) prescreve que para sequência de
portas é necessário um espaço de transposição com círculo de 1,50m de diâmetro somando as
dimensões da largura das portas, além dos 0,60m ao lado da maçaneta de cada porta; E para o
deslocamento lateral as portas devem ter vão livre de no mínimo 0,80m de largura, em portas
de duas ou mais folhas, pelo menos uma delas deve ter o vão livre de 0,80m.
Figura 71 – Planta do “Museu Histórico de Anápolis”
Fonte: Mamedes et. Al (2019)
Tabela 07– Dados da análise e sugestões de portas no Museu Histórico de Anápolis.
P1
P2
P3
P4
P5
P6
P7
P8
P9
P10
P11
P12
P13
P14
ATENDE A NORMA
1,05m atende
1,07m atende
1,06m atende
1,04m atende
1,05m atende
0,60m não atende
1,05m atende
1,06m atende
1,02m atende
1,04m atende
1,06m atende
1,05m atende
1,06m atende
1,05m atende
SUGESTÕES
---------------
P15
P16
P17
P18
P19
P20
1,05m atende
1,06m atende
1,06m atende
1,04m atende
0,80m atende
0,60m não atende
Fonte: Acervo pessoal, 2019.
-------
USO DE ÁGUA E DESCARTE DE RESÍDUOS NO M.M.C.P. E M.H.A
O manejo do lixo e a conservação da água são itens ligados entre si. Um edifício
sustentável ajuda a reduzir a quantidade de lixo gerado pelos ocupantes, fornecendo simples
soluções locais tais como lixeiras para coleta seletiva, e com isso reduzindo a quantidade de
resíduos que iriam para os depósitos de lixo. Tanto o M.M.C.P. quanto o M.H.A não possuem
nenhum sistema de coleta de lixo.
Em conversa com um dos permissionários do M.M.C.P., há um descontentamento
com relação a isso, para com os órgãos públicos. O edifício descarta grande quantidade de
alimentos que são jogados fora e não reaproveitados. Um deles fala: “Aqui joga muita coisa
fora. Daria para alimentar 10 famílias com isso.” O M.M.C.P. também gera quantidade
considerável de resíduos de construção e demolição, devido à dinâmica de mudança nas
divisões e layout das bancas que também são descartados de qualquer forma. Conforme Goulart
(2007), como parte da eficiência energética no edifício, também há que se considerar a análise
da energia embutida nos materiais, através do seu ciclo de vida; desde a sua produção, processo,
incorporação na obra, e reciclagem posterior.
Segundo Goulart (2007), refugos domésticos e comerciais, lixos de rua, resíduos de
construção e demolição e outros tipos de resíduos, juntamente com o esgoto geram problemas
ambientais. Algumas estratégias podem ser adotadas para minimizar impactos locais, como:
Reduzir os resíduos na fonte; selecionar o lixo; reusar ou reciclar e depositar o lixo de forma
segura. Concomitante a isso, está o reaproveitamento da água, foco de inúmeras discussões,
devido seu uso descontrolado e os altos índices de poluição que podem comprometer sua
disponibilidade.
O M.M.C.P. e o M.H.A não dispõem de reservatórios de captação de água para
reaproveitamento. Ambos necessitam, mas a demanda do Mercado é muito superior devido a
quantidade de permissionários, fluxos de mercadorias e atividades simultâneas no dia a dia.
Para Mascaró e Yoshinaga (2005) “Uma forma alternativa de captar água e que pode dar
excelente resultado é usar o telhado como captador de águas pluviais.” (MASCARÓ;
AZAMBUJA, 2010. p. 77) “A água da chuva é coletada, por exemplo, pelo telhado e levada a
um primeiro reservatório de onde sairá para a ducha e para a pia do banheiro, geralmente é
suficientemente limpa para esses usos.” (MASCARÓ; YOSHINAGA, 2005. p. 110). O
Mercado tem grande potencial, devido seu telhado possuir grande área de captação de água,
mas se encontra com problemas de infiltração em consequência de a largura das calhas ser
insuficiente para demanda de volume de água. O Museu possui um pátio com vegetação, que
poderia ser regado com água reutilizada e o Mercado poderia utilizar para limpar diariamente
seu piso, manutenção dos banheiros, entre outros. Portanto, são várias as utilizações que podem
ser feitas à baixo custo se comparado a importância e efeitos à longo prazo.
Tabela 18 – Dados da análise e sugestões de adequação no Mercado Municipal.
ITEM
ANALISADO
Uso de água e
Descarte de
resíduos
SITUAÇÃO EXISTENTE
SUGESTÕES
Ausência de coleta de lixo e
reaproveitamento de águas; Grande
quantidade de descarte de resíduos e
alimentos;
- Implantação de lixeiras seletivas nos principais
acessos;
- Implantação de coleta seletiva de lixo e
reaproveitamento de alimentos com adequação a
programas sociais.
- Implantação de reservatórios para
reaproveitamento de água pluvial e alargamento
das calhas para evitar desperdício e problemas de
infiltração internos.
Fonte: Acervo pessoal, 2019.
Tabela 19 – Dados da análise e sugestões de adequação no Museu Histórico de Anápolis.
ITEM
ANALISADO
Uso de água
SITUAÇÃO EXISTENTE
SUGESTÕES
Implantação de reservatórios para
reaproveitamento de água pluvial e alargamento
Ausência no reaproveitamento de água; das calhas para evitar desperdício e problemas de
infiltração internos.
Fonte: Acervo pessoal, 2019.
CONCLUSÃO
Os estudos realizados no Mercado Municipal Carlos de Pina e no Museu Histórico de
Anápolis, apontaram para a existência de alguns elementos que não se adequam as diretrizes de
sustentabilidade e acessibilidade que foram levantadas; como isso são necessárias algumas
diretrizes para obter melhoria de interação desses patrimônios com a comunidade local. Não
obstante é importante salientar que as duas edificações foram construídas em períodos que não
eram exigidos parâmetros normativos e técnicos de sustentabilidade e acessibilidade, a avalição
desses patrimônios a luz desses dois conceitos faz pertinente quando exige-se que esses prédios
por serem públicos necessitam de adequar as novas exigências para melhor atenderem aos seus
públicos.
REFERÊNCIAS
ASBEA: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS ESCRITÓRIOS DE ARQUITETURA. Guia
sustentabilidade na arquitetura: diretrizes de escopo para projetistas e contratantes /
Grupo de Trabalho de Sustentabilidade AsBEA. São Paulo: Prata design gráfico, 2012.
Disponível em: https://www.caubr.gov.br/wp-content/uploads/2017/05/asbeasustentabilidade.pdf. Acesso em: 22 nov. 2018.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: Acessibilidade a
edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro, 2015.
COUTO, Gabriel Ribeiro. Entre quadras: de fluxos à permanências. Uma intervenção no
centro de Anápolis, 2019. Disponível em:
https://issuu.com/cadernostc/docs/gabriel_ribeiro_couto-revista_web-2019-2
GOULART, Solange. Sustentabilidade nas Edificações e no Espaço Urbano. Laboratório
de Eficiência Energética em edificações, UFSC, 2007.
MASCARÓ, Juan Luis; AZAMBUJA, Giovani Baseggio de. Sustentabilidade e
urbanizações de pequeno porte. Porto Alegre: Masquatro editora, 2010.
MASCARÓ, Juan Luis; YOSHINAGA, Mário. Infra-estrutura urbana. Porto Alegre:
Masquatro editora, 2005.