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PATRIMÔNIO: ACESSIBILIDADE E SUSTENTABILIDADE NA CIDADE DE ANÁPOLIS HERITAGE: ACCESSIBILITY AND SUSTAINABILITY IN THE CITY OF ANÁPOLIS WILKER LEONEL1 GABRIEL COUTO2 Resumo Patrimônio constitui-se nas edificações que materializam a história e identidade de um povo. Atuam no processo de construção da sociedade, registros vivos da memória coletiva local. Considerar as relações existentes entre patrimônio, espaço urbano e qualidade de vida demanda uma reflexão em torno de valores sociais e culturais tendo como base a condição homem-ambiente. Anápolis possui seus bens patrimoniais e sua importância relacionada às suas transformações socioeconômicas e culturais desenvolvidas no tempo, materializações que retratam as mudanças de cidade interiorana, para uma cidade moderna, principalmente, depois da chegada dos trilhos em 1935. Edificações que hoje, se revelam mais como fragmentos dispersos no tempo, sob as novas dinâmicas que o centro comporta. Deste modo, tem-se como objetivo nesse estudo, avaliar a acessibilidade e a sustentabilidade necessidade vigente, devido às transformações urbanas ocorridas nos centros ao longo dos anos - em duas edificações, o Mercado Municipal Carlos de Pina e o Museu Histórico Alderico Borges de Carvalho, importantes monumentos que sintetizam a cidade em sua essência. Palavras Chave: Patrimônio. Acessibilidade. Sustentabilidade. Memória. Abstract Heritage is constituted in the buildings that materialize the history and identity of a people. They act in the process of building society, living records of local collective memory. Considering the relationships between heritage, urban space and quality of life requires a reflection around social and cultural values based on the manenvironment condition. Anápolis has its heritage assets and its importance related to its socioeconomic and cultural transformations developed in time, materializations that portray the changes of interior city, to a modern city, mainly, after arrival of the tracks in 1935. Buildings that today reveal themselves more as fragments scattered in time, under the new dynamics that the center entails. Thus, the objective of this study is to evaluate accessibility and sustainability - a need in force, due to the urban transformations that have occurred in the centers over the years - in two buildings, the Carlos de Pina Municipal Market and the Museum Historical Alderico Borges de Carvalho, important monuments that synthesize the city in its essence. Keywords: Heritage. Accessibility. Sustainability. Memory. Introdução: Ao caracterizar a cidade de Anápolis, a primeira definição que nos vem em mente é o seu desenvolvimento como entreposto comercial. Ao discorrer sobre cidade é necessário pensar em organização, acessibilidade, sustentabilidade e patrimônio, nosso objetivo nesse estudo foi avaliar a acessibilidade e a sustentabilidade em dois patrimônios histórico: o Mercado 1 Estudante de arquitetura e urbanismo na UniEvangélica. ORCID 0000-0002-1686-6090 E-mail: wilkerleonel@outlook.com. 2Arquiteto e urbanista graduado pela UniEvnagélica, atualmente pós-graduando em Docência no ensino superior. ORCID 0000-0003-1477-6750 E-mail: arq.gabrielribeiro@gmail.com Municipal Carlos de Pina e o Museu Histórico Alderico Borges de Carvalho, importantes monumentos que sintetizam a cidade em sua essência. Participando ativamente no cotidiano do centro da cidade, que se assume como local de trocas e convergências o Mercado Municipal existe há 78 anos, e continuam desenvolvendo todas as suas funções como centro distribuidor de hortifrutigranjeiros. O Museu Histórico, com mais de 100 anos de existência, constitui na sua edificação, uma referência sobre a história do município. Devido a temporalidade e ao fato de serem registros vivos da história do município as duas edificações constituem importante fonte de estudos e pesquisas para jovens estudantes de arquitetura. A metodologia aplicada ao estudo pautou-se na observação, levantamento de dados in loco e avaliação das edificações a partir das ABNT-9050; e ASBEA (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura). O Mercado Municipal Carlos de Pina (M.M.C.P.), e o Museu Histórico de Anápolis (M.H.A) possuem grande importância no quadro edificações patrimoniais do município. O M.M.C.P é um edifício que atrai grande quantidade de fluxos, se inserindo num contexto de “conflitos”, onde “comércio formal e informal competem entre si na disputa pelo espaço (COUTO, 2019)”. Isso reflete diretamente em como o M.M.C.P. se abre para a cidade e pedestre. O M.H.A possui relevância como contribuinte na preservação da história local. A casa construída para abrigar a família Batista em 1907, atualmente contém fotos, peças, documentos e livros que narram a história municipal. Esses dois edifícios mantêm uma relação de proximidade, participando da dinâmica cotidiana do centro. O aumento populacional de Anápolis sucedeu algumas transformações na dinâmica urbana, que flexibilizou mudanças no decorrer dos tempos, com isso há a necessidade de se preocupar no que concerne à acessibilidade e sustentabilidade nos centros urbanos. Para o M.H.A. e o M.M.C.P. serem adequados aos parâmetros de eficiência energética e acessibilidade seria necessário uma série de intervenções nos dois patrimônios, sendo a arquitetura sustentável, uma continuação natural da bioclimática, considerando também a integração do edifício à totalidade do meio ambiente, de forma a torna-lo parte de um conjunto maior. ANÁLISE DE SUSTENTABILIDADE NO MERCADO MUNICIPAL CARLOS DE PINA Figura 01 – Corte longitudinal e transversal e esquema gráfico - Ventilação, incidência solar junto à influência da materialidade no conforto interno do Mercado Municipal Carlos de Pina. Fonte: Prefeitura de Anápolis – PROANA e acervo pessoal, 2019 O mercado Municipal Carlos de Pina (M.M.C.P.) se insere num contexto onde as características do clima quente e seco ou quente e úmido da região, são acentuadas pela densidade das edificações do entorno, bem como a falta de arborização e pelo tráfego intenso. Está localizado num quarteirão entre ruas 14 de julho e Engenheiro Portela, atravessando a quadra perpendicularmente de um lado a outro, cercado por uma grande quantidade de edifícios do mesmo gabarito. Seu eixo principal se dispõe quase que exatamente na direção Leste-Oeste, que é a orientação de suas principais fachadas, além da norte, maior, separada pelo seu corredor de carga e descarga, praticamente colada ao edifício que ladeia, não favorecendo a circulação de ventos que é indissociável da orientação e da implantação do edifício no terreno. Em Anápolis, há uma maior predominância dos ventos para as direções leste (L) e sudeste (SE) na maior parte do ano, com exceção dos meses de setembro a dezembro, em que os ventos estão voltados para o noroeste (NO). Estes são mais constantes e secos. Devido a influência de seu entorno e de sua orientação; não recebe uma quantidade de ventilação ideal, conseguindo captar apenas os ventos da direção Leste (L), mais secos. Por possuir, apenas duas grandes aberturas, seu fluxo de ar fica comprometido, pois, num edifício dessa natureza, a mistura de cheiros que exala das diferentes lojas, bancas e açougues que compõem o interior do mercado o qual não seguem uma setorização devido à má distribuição de equipamentos como as câmaras frias, que aliado à limitada taxa de fluxos e movimentação de ar, trazem até incomodo aos visitantes. Grande parte do desempenho térmico do M.M.C.P. é em função da inércia térmica de sua “casca” que também serve de invólucro para proteção da grande quantidade de ruídos externos. Suas paredes externas são de alvenaria autoportante compostas por tijolos cozidos, bem espessas, são uma vantagem na nossa região com predominância de clima seco e grande amplitude térmica, onde as variações da temperatura ao longo do dia são maiores. A influência termo reguladora, é um dos maiores problemas de desempenho e devem ao insuficiente controle solar vindo de sua cobertura, onde o sol incide o dia todo. O M.M.C.P. passou por adaptações, com a alteração da cobertura do galpão central, anterior de telha francesa, substituído por telhas ecológicas que não soluciona problemas térmicos e de iluminação. Essas telhas de fibropapelão, não conseguem absorver radiação solar suficiente, devido sua transmitância ser alta, portanto, quanto maior o valor da transmitância térmica, maior serão as trocas térmicas entre os ambientes internos e externos. Além disso, foi adicionada uma cobertura metálica nos corredores que antes eram abertos às intempéries, que possuem alta condutividade térmica; em algumas partes do corredor encontram-se elevações da cobertura para ventilação que ajudam, mas não resolvem o problema no todo. Esses ganhos de calor interno podem induzir flutuações nas temperaturas internas, que podem ser amortecidas pela inércia térmica de seus materiais e acabamentos internos. A materialidade interna, somada a estrutura auxiliam no conforto interno da edificação. Outro fator que pode ser considerado no projeto de iluminação é sua integração com as necessidades térmicas e acústicas do edifício. A luz natural penetra nos ambientes internos pelas aberturas, que também podem transmitir calor e som para o interior. Além disso, a natureza do M.M.C.P. não tolera uma iluminação muito direta, devido à exposição das mercadorias. O M.M.C.P. com todas suas limitações de implantação, carece de aberturas que incida iluminação no local, que é mal distribuída; se limitando apenas a algumas partes dos corredores periféricos com o uso de telhas de plástico transparente. Nos extremos e no galpão central do edifício nota-se a carência de luz durante o dia, causando uma sensação de enclausuramento em quem passa. Um fator que minimiza esse desconforto é o pé direito alto. Daí a necessidade de uso iluminação artificial, que no M.M.C.P. é composta por lâmpadas incandescentes, todas ligadas durante o período de funcionamento (diurno), que possuem uma vida útil muito curta e gera muito gasto de energia elétrica, além de aumentar a carga térmica no ambiente. Tabela 01 – Dados da análise e sugestões de adequação no Mercado Municipal ITEM ANALISADO Entorno / Lugar Conforto térmico Conforto acústico Conforto visual SITUAÇÃO EXISTENTE SUGESTÕES Entorno denso; Falta de arborização; tráfego intenso. Implantação de árvores para diminuição do calor excessivo no meio, além de humanizar mais o ambiente. Ventilação limitada aos acessos principais e pouca movimentação de ar; poucas aberturas; Boa inércia térmica; Coberturas de cor e material inapropriados; - Substituição da cobertura de fibropapelão por telhas termo acústicas na cor branca, que além de serem isolantes térmicos, transmitem pouco calor e refletem melhor a luz para dentro do edifício. - Promover aberturas na cobertura (efeito chaminé), para melhor fluxo e movimentação de ar no edifício. -Substituição das telhas transparentes de plástico por cobertura de policarbonato alveolar na cor branca opaco, para melhor isolamento e transmitância térmica. Bom isolamento acústico em relação ao exterior; Iluminação natural limitada aos corredores; Iluminação artificial por lâmpadas incandescentes de vida útil curta; poucas aberturas além de mal distribuídas; Pouca e mal explorada iluminação zenital. ------------ - Implantação de Sheds na cobertura com material branco opaco; -Substituição das telhas transparentes de plástico por cobertura de policarbonato alveolar na cor branca opaco; distribuir igualmente nos corredores e cobertura do galpão central. Fonte: Acervo pessoal, 2019. ANÁLISE DE SUSTENTABILIDADE NO MUSEU HISTÓRICO DE ANÁPOLIS Figura 02 – Corte longitudinal e esquema gráfico - Ventilação, incidência solar junto à influência da materialidade no conforto interno do Museu Histórico de Anápolis. Fonte: Prefeitura de Anápolis – PROANA e acervo pessoal, 2019 O M.H.A está localizado em uma área próxima à massas de vegetação, que exerce tímida influência na edificação, que recua para formar um pátio arborizado, fundamental para ventilação interna, a qual é muito receptivo, acolhendo ventos vindo de leste e sudeste, e em outra parte os ventos noroeste devido ao baixo gabarito das edificações de seu entorno, configurando um caráter de índices favoráveis em conforto térmico. O ambiente construído é composto por vários elementos arquiteturais, tais como cobertura, piso, paredes, aberturas. Componentes deste “invólucro”, as aberturas servem para posicionar uma ligação do exterior com o interior, pelo menos uma passagem para a entrada e saída do ambiente, fazendo assim com que uma edificação funcione adequadamente. As aberturas servem a esse propósito, e ao mesmo tempo admitem luz natural, ar fresco, visão para o exterior a estratégia climática do M.H.A, é caracterizada por portas e janelas em faces opostas, oferecendo então ventilação cruzada dentro de todos os recintos, dessa forma e eficiência energética é positiva, que proporciona a ausência de ventilação mecânica auxiliar, como ventilador e ar-condicionado. O desempenho térmico do M.H.A é obtido pela inércia térmica em sua “casca” parede, piso e cobertura que serve como invólucro no conforto térmico e acústico, na qual, as paredes externas de adobe com 0,15m de espessura e as telhas de barro colonial ajudam na inércia térmica e o assoalho de madeira no teto e nos fechamentos das janelas desempenham um papel de isolamento térmico da edificação, apresentando vantagens para o clima da região, de grande amplitude térmica. Como objeto de estudo suas atividades são exposições e um espaço destinado a pesquisa, que necessita de conforto visual para conseguir ver as exposições com clareza, sem causar desconforto visual, alguns espaços tomam como partido a luz natural que permite uma qualidade diurna para a visibilidade; Em relação a sua orientação solar, a fachada está a noroeste o que influencia desconforto visual em alguns períodos do ano na sala de exposição da fachada, recepção e sala de pesquisa, podendo prejudicar o acervo. Os ruídos podem proporcionar, perda de audição, perda de atenção e outros problemas de saúde, a materialidade interna do edifício composta pelo assoalho de madeira e o forro de madeira mata-juta, proporciona conforto acústico no controle de ruído, e proporciona conforto acústico em relação ao tempo de reverberação interna no edifício. Tabela 02 – Dados da análise e sugestões de adequação no Museu Histórico de Anápolis ITEM ANALISADO SITUAÇÃO EXISTENTE SUGESTÕES Entorno / Lugar Entorno denso; possui arborização no lote; ------------ Conforto térmico Aberturas na fachada noroeste; Boa inércia térmica; cobertura favorável; paredes de adobe; forro de madeira; ------------ Conforto acústico Bom isolamento acústico em relação ao exterior; Conforto visual ------------ Estudo de conforto ambiente, para a Fachada Noroeste; Iluminação natural implantação de uma solução na fachada limitada nos corredores; muitas Noroeste. aberturas; Fonte: Acervo pessoal, 2019. ANÁLISE DE ACESSIBILIDADE NO MERCADO MUNICIPAL CARLOS DE PINA Figura 03 – Planta térreo Mercado Municipal ”Carlos de Pina” Fonte: Prefeitura de Anápolis - PROANA, 2019. O acesso pela Rua General Joaquim Inácio (A1), há dificuldade de locomoção que o usuário enfrenta. As calçadas são ausentes de rebaixamento para pessoas de mobilidade reduzida, parte dela possui um passeio livre de 3,00m adequado ao fluxo existente, e outra parte, com 1,35m de passeio livre que obedece a largura mínima, estabelecida pela NBR 9050. A situação na calçada de acesso da Rua 14 de julho (A2) é mais prejudicada, devido ao estacionamento que adentra à faixa livre da calçada, sendo ausente de rebaixamento, não atendendo à norma, além de não garantir uma faixa de circulação de pedestre que tenha um trajeto seguro com largura mínima de 1,20m até o acesso do M.M.C.P. que é de 0,75m, contém obstáculos, pisos irregulares, instáveis, ausência de sinalização e vaga acessível. O M.M.C.P. dispõe de dois acessos principais e um de carga e descarga. Localizado na Rua General Joaquim Inácio, ausente de sinalização tátil e visual, O mesmo acontece no acesso da Rua 14 de Julho. O acesso de carga e descarga, localizado lateralmente (A3), dependendo do fluxo e da natureza das mercadorias a porta não consegue suprir sua demanda, além de dificultar o processo e o tempo de movimentação. Em contrapartida é seguida com inclinação de 33,33%, de material inapropriado e derrapante. No que tange a circulação interna do M.M.C.P, os corredores (C) são ausentes de qualquer sinalização, seja tátil ou visual como estabelece a NBR 9050. Tudo isso, aliado ao layout sem ordenamento, com variedade nas bancas que gera percursos confusos e conflituosos, nos quais cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida e deficientes visuais encontram dificuldades de se locomover, possui degraus, ausentes de rebaixamentos e sinalização, para manobras com cadeiras de roda. A circulação de acesso interno é feita na sua maioria por rampas (R), com declividade igual ou superior a 5%, as quais, passaram adaptações por parte dos permissionários para melhorar a acessibilidade. Quanto a circulação, entre as bancas, seu layout dificulta o tráfego, gerando diferença de larguras, quantidade de manobras e quebras de percurso em curtos espaços se comparados à escala do Mercado. No M.M.C.P. altura das bancas varia obedecendo o que a NBR 9050, estabelece para os alcances frontais máximos e confortáveis, para uma pessoa em pé, e para pessoa em cadeira de rodas sendo de 1,20m e seu alcance lateral com esforços – pegar uma fruta – de 1,00m de altura. Algumas bancas possuem partes mais baixas de mercadorias, que por um lado facilita o alcance, mas dificulta para as partes superiores. O M.M.C.P. dispõe de banheiro masculino e feminino localizados no corredor. Quanto ao acesso, os banheiros são ausentes de sinalização tátil. Eles possuem sinalização visual tímida e improvisada; o acesso principal aos banheiros é por rampa que não supre a inclinação estabelecida pela NBR 9050. Além disso os banheiros possui sanitário acessível com porta de acesso que atende a norma, mas não possui dimensões internas que comportem uma circulação com o giro de 360° de 1,50m de diâmetro para pessoas com cadeiras de rodas, possui barras de apoio laterais, que são necessárias para garantir o uso com segurança e autonomia das pessoas com deficiência ou mobilidade, mas não possui, junto à bacia sanitária, na parede do fundo, uma barra reta com comprimento mínimo de 0,80m, não atendendo a norma. Tabela 03 – Dados da análise e sugestões de adequação no Mercado Municipal ITEM ANALISADO Calçadas, Rua General Joaquim Inácio Rebaixamentos, Rua General Joaquim Inácio Calçada, Rua 14 de Julho Rebaixamentos, Rua 14 de Julho Estacionamento, Rua 14 de Julho. A1 A2 A3 C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 R1 R2 R3 ATENDE A NORMA SUGESTOES Parcialmente Alargamento do passeio livre para 1,50m / Fiscalização das bancas. Atende -- Não atende Não atende Não atende Atende Atende Parcialmente Realocação de estacionamento e remoção de obstáculos; Regularização do piso. Colocação de dois rebaixamentos de 1,50m de largura na calçada. Realocação de estacionamento e remoção de obstáculos. ---- 1,00m - Não atende Reestabelecer layout / Corredor de 1,50m. 1,80m - Atende -1,60m a 2,10m - Atende -1,10m a 1,30m - Não Reestabelecer layout / Corredor de 1,50m. atende 75cm a 1,50m Reestabelecer layout / Corredor de 1,50m. Parcialmente 1,50m a 1,90m - Atende -1,80m a 2,20m - Atende -1,20 a 1,90m Reestabelecer layout / Corredor de 1,50m. Parcialmente Inclinação de 12,93% Rampa mínimo de 2,40m de comprimento. Não atende Inclinação de 7% Atende Inclinação de 13,34% Rampa mínimo de 3,00m de comprimento. Não atende Fonte: Acervo pessoal, 2019. BANHEIROS Tabela 04 – Dados da análise e sugestões de adequação dos banheiros no Mercado Municipal ITEM ANALISADO B1 Quantidade mínima ATENDE A NORMA Atende Localização Não atende Sinalização Parcialmente Rampa acesso Porta Entrada Não atende Atende SUGESTÕES -Realocar ao lado do masculino. Instalação de sinalização tátil / visual e melhor adequação da existente. Rampa no mínimo de 6,36m. -- Circulação Atende Áreas mínimas Parcialmente Barras de apoio Parcialmente -Adequação do sanitário acessível para o giro de 360° de 1,50m de diâmetro. Instalação de barra na parede ao fundo do banheiro acessível. Fonte: Acervo pessoal, 2019. Tabela 05 – Dados da análise e sugestões de adequação dos banheiros no Mercado Municipal ITEM ANALISADO B2 Quantidade mínima Localização Sinalização Rampa acesso Porta Entrada Circulação Áreas mínimas Barras de apoio ATENDE A NORMA Atende Não atende SUGESTÕES -Realocar ao lado do feminino. Instalação de sinalização tátil / visual de Não atende símbolo universal. Não atende Rampa no mínimo de 1,32m de comprimento. Atende -Atende -Adequação do sanitário acessível para o giro Parcialmente de 360° de 1,50m de diâmetro. Instalação de barra na parede ao fundo do Parcialmente banheiro acessível. Fonte: Acervo pessoal, 2019. ANÁLISE DE ACESSIBILIDADE NO MUSEU HISTÓRICO DE ANÁPOLIS Figura 05– Planta do “Museu Histórico de Anápolis” Fonte: Autor desconhecido (2019) O acesso disponível ao museu é pela rua Coronel Batista, no qual o passeio público possui algumas barreiras, na calçada de 1,94m com passeio livre variável ausente de piso tátil; A passagem de pedestres que dá acesso a calçada do museu possui barreiras, e não possui o rebaixamento para o percurso da travessia. O M.H.A dispõe de um acesso por rampa com largura de 0,80m e inclinação inadequada ausente de piso tátil e visual, o que dificulta a acessibilidade de pessoa portadora de deficiência ou mobilidade reduzida. A circulação pelos ambientes do museu possui dimensões variadas, de modo que essa diversidade não limita o passeio entre os recintos. O museu por possuir um caráter de exposição, e ter objetos ao longo do percurso interno atende a largura mínima estabelecida pela NBR 9050. O piso é firme estável e não trepidante, o que não gera insegurança, as portas e passagens in loco são largas, o que possibilita permeabildiade entre os ambientes. O M.H.A, possui um pátio na parte posterior ao edifício principal, em que o único acesso disponível é por uma escada (E) que não atende a NBR 9050, no que concerne ao piso tátil e corrimão com a altura adequada. Quanto ao mobiliário o M.H.A obedece aos parâmetros, estabelecidos pela NBR 9050 com altura variável entre 0,90m a 1,05m. O M.H.A dispõe de um banheiro para o público de visitação, localizado em uma das salas de exposição, porém o acesso ao mesmo, está interditado, no que compete a largura estabelecida pela norma para aceso, não atende a NBR 9050. Tabela 06 – Dados da análise e sugestões de adequação no Museu Histórico de Anápolis. ITEM ANALISADO Calçadas de acesso. Rebaixamentos Rampa de acesso H A S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 Escada (E) ATENDE A NORMA SUGESTÕES Alargamento da calçada para 3,00m e remoção dos obstáculos; regularização do piso e aumento do passeio Não atende livre para 1,50m. Colocação de dois rebaixamentos de 1,50m de largura na calçada e inclinação constante, e não superior a Não atende 8,33% com largura mínima de 1,50m. Aumentar a largura da rampa para 1,50m ou mínimo de Largura de 0,80m e 1,20m, e aumentar o comprimento para obter inclinação de 38,87% inclinação entre 6,25% ou 8,33% e colocar corrimão no Não atende sentido do caminhamento ao longo da área da circulação ou fixado na parede com altura de 0,70m. 2,60m x 3,57m Atende -5,39m x 5,35m Atende -2,74m x 2,51m Atende -5,49 x 2,19m Atende -5,49 x 1,32m Atende -4,02m x 3,99m Atende -4,02m x 3,80m Atende -3,99m x 3,92m Atende -3,92m x 9,18m Atende -Largura de 1,35m não Colocar uma rampa adequando a medida existente a possui piso tátil e corrimão largura de 1,35m com inclinação entre 6,25% ou com adequação necessária 8,33%; colocar corrimão no sentido do caminhamento - Não atende ao longo da área da circulação com altura de 0,70m. Fonte: Acervo pessoal, 2019. Para portas (P) e passagens a NBR 9050 (ABNT,2015) prescreve que para sequência de portas é necessário um espaço de transposição com círculo de 1,50m de diâmetro somando as dimensões da largura das portas, além dos 0,60m ao lado da maçaneta de cada porta; E para o deslocamento lateral as portas devem ter vão livre de no mínimo 0,80m de largura, em portas de duas ou mais folhas, pelo menos uma delas deve ter o vão livre de 0,80m. Figura 71 – Planta do “Museu Histórico de Anápolis” Fonte: Mamedes et. Al (2019) Tabela 07– Dados da análise e sugestões de portas no Museu Histórico de Anápolis. P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13 P14 ATENDE A NORMA 1,05m atende 1,07m atende 1,06m atende 1,04m atende 1,05m atende 0,60m não atende 1,05m atende 1,06m atende 1,02m atende 1,04m atende 1,06m atende 1,05m atende 1,06m atende 1,05m atende SUGESTÕES --------------- P15 P16 P17 P18 P19 P20 1,05m atende 1,06m atende 1,06m atende 1,04m atende 0,80m atende 0,60m não atende Fonte: Acervo pessoal, 2019. ------- USO DE ÁGUA E DESCARTE DE RESÍDUOS NO M.M.C.P. E M.H.A O manejo do lixo e a conservação da água são itens ligados entre si. Um edifício sustentável ajuda a reduzir a quantidade de lixo gerado pelos ocupantes, fornecendo simples soluções locais tais como lixeiras para coleta seletiva, e com isso reduzindo a quantidade de resíduos que iriam para os depósitos de lixo. Tanto o M.M.C.P. quanto o M.H.A não possuem nenhum sistema de coleta de lixo. Em conversa com um dos permissionários do M.M.C.P., há um descontentamento com relação a isso, para com os órgãos públicos. O edifício descarta grande quantidade de alimentos que são jogados fora e não reaproveitados. Um deles fala: “Aqui joga muita coisa fora. Daria para alimentar 10 famílias com isso.” O M.M.C.P. também gera quantidade considerável de resíduos de construção e demolição, devido à dinâmica de mudança nas divisões e layout das bancas que também são descartados de qualquer forma. Conforme Goulart (2007), como parte da eficiência energética no edifício, também há que se considerar a análise da energia embutida nos materiais, através do seu ciclo de vida; desde a sua produção, processo, incorporação na obra, e reciclagem posterior. Segundo Goulart (2007), refugos domésticos e comerciais, lixos de rua, resíduos de construção e demolição e outros tipos de resíduos, juntamente com o esgoto geram problemas ambientais. Algumas estratégias podem ser adotadas para minimizar impactos locais, como: Reduzir os resíduos na fonte; selecionar o lixo; reusar ou reciclar e depositar o lixo de forma segura. Concomitante a isso, está o reaproveitamento da água, foco de inúmeras discussões, devido seu uso descontrolado e os altos índices de poluição que podem comprometer sua disponibilidade. O M.M.C.P. e o M.H.A não dispõem de reservatórios de captação de água para reaproveitamento. Ambos necessitam, mas a demanda do Mercado é muito superior devido a quantidade de permissionários, fluxos de mercadorias e atividades simultâneas no dia a dia. Para Mascaró e Yoshinaga (2005) “Uma forma alternativa de captar água e que pode dar excelente resultado é usar o telhado como captador de águas pluviais.” (MASCARÓ; AZAMBUJA, 2010. p. 77) “A água da chuva é coletada, por exemplo, pelo telhado e levada a um primeiro reservatório de onde sairá para a ducha e para a pia do banheiro, geralmente é suficientemente limpa para esses usos.” (MASCARÓ; YOSHINAGA, 2005. p. 110). O Mercado tem grande potencial, devido seu telhado possuir grande área de captação de água, mas se encontra com problemas de infiltração em consequência de a largura das calhas ser insuficiente para demanda de volume de água. O Museu possui um pátio com vegetação, que poderia ser regado com água reutilizada e o Mercado poderia utilizar para limpar diariamente seu piso, manutenção dos banheiros, entre outros. Portanto, são várias as utilizações que podem ser feitas à baixo custo se comparado a importância e efeitos à longo prazo. Tabela 18 – Dados da análise e sugestões de adequação no Mercado Municipal. ITEM ANALISADO Uso de água e Descarte de resíduos SITUAÇÃO EXISTENTE SUGESTÕES Ausência de coleta de lixo e reaproveitamento de águas; Grande quantidade de descarte de resíduos e alimentos; - Implantação de lixeiras seletivas nos principais acessos; - Implantação de coleta seletiva de lixo e reaproveitamento de alimentos com adequação a programas sociais. - Implantação de reservatórios para reaproveitamento de água pluvial e alargamento das calhas para evitar desperdício e problemas de infiltração internos. Fonte: Acervo pessoal, 2019. Tabela 19 – Dados da análise e sugestões de adequação no Museu Histórico de Anápolis. ITEM ANALISADO Uso de água SITUAÇÃO EXISTENTE SUGESTÕES Implantação de reservatórios para reaproveitamento de água pluvial e alargamento Ausência no reaproveitamento de água; das calhas para evitar desperdício e problemas de infiltração internos. Fonte: Acervo pessoal, 2019. CONCLUSÃO Os estudos realizados no Mercado Municipal Carlos de Pina e no Museu Histórico de Anápolis, apontaram para a existência de alguns elementos que não se adequam as diretrizes de sustentabilidade e acessibilidade que foram levantadas; como isso são necessárias algumas diretrizes para obter melhoria de interação desses patrimônios com a comunidade local. Não obstante é importante salientar que as duas edificações foram construídas em períodos que não eram exigidos parâmetros normativos e técnicos de sustentabilidade e acessibilidade, a avalição desses patrimônios a luz desses dois conceitos faz pertinente quando exige-se que esses prédios por serem públicos necessitam de adequar as novas exigências para melhor atenderem aos seus públicos. REFERÊNCIAS ASBEA: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS ESCRITÓRIOS DE ARQUITETURA. Guia sustentabilidade na arquitetura: diretrizes de escopo para projetistas e contratantes / Grupo de Trabalho de Sustentabilidade AsBEA. São Paulo: Prata design gráfico, 2012. Disponível em: https://www.caubr.gov.br/wp-content/uploads/2017/05/asbeasustentabilidade.pdf. Acesso em: 22 nov. 2018. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro, 2015. COUTO, Gabriel Ribeiro. Entre quadras: de fluxos à permanências. Uma intervenção no centro de Anápolis, 2019. Disponível em: https://issuu.com/cadernostc/docs/gabriel_ribeiro_couto-revista_web-2019-2 GOULART, Solange. Sustentabilidade nas Edificações e no Espaço Urbano. Laboratório de Eficiência Energética em edificações, UFSC, 2007. MASCARÓ, Juan Luis; AZAMBUJA, Giovani Baseggio de. Sustentabilidade e urbanizações de pequeno porte. Porto Alegre: Masquatro editora, 2010. MASCARÓ, Juan Luis; YOSHINAGA, Mário. Infra-estrutura urbana. Porto Alegre: Masquatro editora, 2005.