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domingo 24 Fevereiro 2013
19:00h – Grande Auditório
Divino Sospiro
Coro Gulbenkian
Enrico Onofri direção musical
MUSICA.GULBENKIAN.PT
parceiro
institucional
parceiros
media
domingo 24 Fevereiro 2013
19:00h – Grande Auditório
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Divino Sospiro
Coro Gulbenkian
Enrico Onofri direção musical
Artur Carneiro
maestro do coro
Fulvio Bettini barítono (orfeo)
Ana Quintans soprano (la musica / euridice)
Fernando Guimarães tenor (apollo / pastore)
Romina Basso meio-soprano (speranza / proserpina)
Luciana Mancini meio-soprano (messaggera)
Hugo Oliveira barítono (plutone)
Antonio Abete baixo (caronte)
Joana Nascimento contralto (pastore)
Carolina Figueiredo contralto (ninfa)
Pedro Cachado tenor (spirito)
Manuel Rebelo barítono (pastore / eco)
Luca Dordolo tenor (pastore)
Claudio Monteverdi
L’ Orfeo
Hora prevista para o fim do concerto: 21h
Sem Intervalo
033
História ao Lado
por gonçalo frota
salman rushdie © dr
Vida e morte
O mito grego de Orfeu e Eurídice, deificado
nas obras dos poetas Virgílio e Ovídio,
tem alimentado a criação nas mais variadas
disciplinas artísticas. Na música, o caso
será mais flagrante, dada a natureza
da história de um Orfeu que parte para
a salvação da sua amada (Eurídice) munido
apenas da lira de Apolo, das suas canções
e da crença na música como superadora
da morte. Mas a história produziu igualmente
o seu encanto na pintura, na dança,
na literatura e em toda a sorte de espectáculos
multidisciplinares. Nalgumas encenações
da ópera de Monteverdi, na década de 90,
Orfeu foi recriado como estrela punk-rock.
Nessa mesma década, o escritor indo-britânico
Salman Rushdie abordou também o mito,
recentrando a história nos anos 60 e 70 em
Mumbai, no seu romance O Chão que Ela Pisa.
Orfeu e Eurídice, na transfiguração operada
por Rushdie, dão pelos nomes Ormus Cama
e Vina Apsara e são as duas maiores estrelas
do mundo rock, assombrados pelo passado
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de um amor também ele de vida ou morte.
As canções de Cama, que o tornam objeto
de adoração universal, são-lhe sopradas por
um gémeo ausente, nado-morto. Então
sob a fatwa decretada pelo ayatollah Komeini
na sequência do lançamento d’Os Versículos
Satânicos, a história de Orfeu ou Ormus Cama
serve de rastilho para a reflexão do autor
sobre a possibilidade de a sua obra lhe valer
a eternidade, de nenhuma morte poder apagá-la,
colocando em análise a capacidade de uma
obra suplantar e fintar a mortalidade.
A recontextualização na área do pop rock não
é acidental e é escolhida por Rushdie enquanto
pináculo da transitoriedade e da fugacidade,
atribuindo-lhe uma legitimação em que
a música, mesmo na sua forma mais popular
e descartável, pode almejar à vida eterna.
O facto de a obra de Monteverdi, com mais
de 400 anos, continuar a ser objeto de novas
encenações, parece ser a mais cabal prova
de que o mito de Orfeu tem a sua validade
renovada regularmente.
Claudio Monteverdi
monteverdi, por bernardo strozzi, 1640, gallerie dell’accademia, veneza © dr
cremona, 15 de maio 1567 (batizado)
veneza, 29 de novembro de 1643
L’ Orfeo
estreia: mântua, 24 de fevereiro de 1607
duração: c. 2h
No dia de hoje, 24 de fevereiro, corria o ano
de 1607, no Palácio Ducal dos Gonzaga,
em Mântua, foi estreada L’Orfeo, favola
in musica [fábula musical], composta por
Claudio Monteverdi. De importância cimeira
no contexto da História da Ópera, L’Orfeo,
não sendo a primeira ópera mas sim
a primeira referência deste género musical,
substancializa o apogeu de uma corrente
com raízes bem mais profundas do que
comummente se pensa.
O drama musical não surgiu do nada,
de uma eureka, de um achado de determinado
compositor. Foi o resultado de uma gestação
lenta, ao longo de todo o séc. XVI. A tradição
bucólica greco-romana, presente em vários
escritos da antiguidade clássica, foi, segundo
Joachim Steinheuer, o modelo dos músicos
e dramaturgos da Itália renascentista. Cenas
exteriores e campestres são, recorrentemente,
o pano de fundo aos amores entre deuses
e semi-deuses, pastores e ninfas. A Fabula
di Orfeo, do humanista Angelo Poliziano
(1454-1494), representada em Florença
em 1480, é tida como a primeira fábula musical,
uma peça teatral com forte componente musical.
Em meados do séc. XVI surgem os intermezzi
[intermédios], madrigais, canções a solo
e secções instrumentais interpretadas entre
atos de peças de teatro, um entretenimento
contido noutro entretenimento, atingindo
a sua expressão máxima em 1589 com
La Pellegrina, para o casamento de Ferdinando
de’ Medici (1549-1609) e Cristina de Lorena
(1565-1637). São seis intermédios, cada um
com uma pequena história independente,
musicada por diversos compositores e cuja
partitura, publicada em 1591 por Cristofano
Malvezzi (1547-1599), felizmente sobreviveu.
Paralelamente, em Florença, um grupo de
humanistas, músicos e poetas procuravam
ressuscitar a declamação cantada do drama
grego, influenciados por Girolamo Mei
(1519-1594) e pelo seu tratado De modis musicis
antiquorum [Sobre os modos da música antiga],
c. 1573, no qual proclamara que o sistema
musical havia sido corrompido e que a música
deixara de ser um veículo da palavra,
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orphée et eurydice, por nicolas poussin, 1648, musée du louvre © dr
preconizando, por isso, o regresso à forma
e ao estilo musical dos antigos gregos, salvando
a música da decadência total e, com isso, a própria
sociedade. Era a reafirmação da crença clássica
platónica nas virtudes sobrenaturais da música,
capaz de manipular as acções humanas.
Este cenóbio passaria à História como Camerata
Fiorentina ou Camerata di Bardi, por existir
sob o patrocínio de Giovanni de’ Bardi
(1534-1612), dela fazendo parte, entre outros,
Giulio Caccini (1551-1618) e Jacopo Peri
(1561-1633), compositores fundamentais
na génese de um novo estilo musical: a ópera.
Refutando os excessos da prática polifónica
da época, centrada na exibição do contraponto
e remetendo o texto poético para um segundo
plano, a Camerata procurou reconstituir
o estilo musical da tragédia greco-romana
(bem como o cantus obscurior de Cícero,
(106-43 a.C.), figura de retórica na arte
06
da oratória que preconizava cantar passagens
mais emotivas do discurso, assim realçando
a veracidade de tais sentimentos), com
o que criou o estilo ou género rappresentativo:
a prevalência da palavra sobre a música,
representando os afectos e as emoções
humanas através da monodia, uma única linha
melódica, de carácter simples, acompanhada
por um instrumento: o contínuo, base harmónica.
Assistia-se à teorização de uma prática que,
esparsamente, decorria há vários anos, como
podemos constatar numa carta de Poliziano
ao humanista Pico della Mirandola (1463-1494)
sobre o cantor Fabio Orsini, datada de 1488:
“a voz não era a de um leitor, nem claramente
a de um cantor. Foi simples ou modulada, variando
de acordo com as passagens do poema […], calmo,
apaixonado ou veemente; sempre verdadeiro, claro
e agradável ao ouvido…”.
A expensas de Jacopo Corsi (1561-1602), mecenas
florentino, o Carnaval de 1598 assistiria
à estreia de La favola di Dafne, com libreto
de Ottavio Rinuccini (1562-1621) e música de
Jacopo Peri. Dafne foi a primeira das fabulas
rappresentata in musica, o primeiro drama
inteiramente cantado, passando à posteridade
como a primeira ópera da História, apesar
de nenhum exemplar da partitura ter chegado
aos nossos dias.
O sucesso de Dafne entre os círculos eruditos
da cidade fica patente na encomenda à mesma
dupla de uma nova obra, L’Euridice, estreada
em Florença em 1600, por ocasião do casamento
de Maria de’ Medici (1575-1642) com Henrique
IV de França (1553-1610).
Em 1602, Caccini publicaria a sua versão
musical de L’Euridice, sobre o mesmo libreto
de Rinuccini.
A figura de Claudio Monteverdi surge com
maior relevância em 1605, no auge de uma
polémica que animava os círculos musicais
da península itálica, e que opunha Giovanni
Artusi (1540-1613) ao compositor. Nascido
em Cremona, e tendo entrado ao serviço
de Vincenzo I Gonzaga (1562-1612), duque
de Mântua, em 1589, Monteverdi cedo mostrara
os seus dotes, alcançando em 1602 o cargo de
maestro della musica (compositor da corte).
Na introdução do Quinto Livro de Madrigais,
Monteverdi, em resposta a Artusi, propõe
a divisão da música em duas correntes: a prima
pratica, devedora dos ideais polifónicos
do séc. XVI, e a seconda pratica, baseada na
verdade das palavras, sendo estas a controlar
a harmonia. A mudança dos paradigmas estéticos
da Itália seiscentista ganhara redobrado fôlego.
Nesse sentido, não poderia ser mais eloquente
a escolha do mito de Orfeu para a composição
de uma nova obra a estrear durante os festejos
carnavalescos promovidos pela Accademia
degli Invaghiti [Academia dos Enamorados],
da qual faziam parte os filhos mais velhos
do duque de Mântua: Francesco (1586-1612)
e Ferdinando (1587-1626).
Filho de Apolo e da musa Calíope, Orfeu era
dotado de um talento musical inultrapassável,
hipnotizando toda a Natureza com o seu canto
e o som da sua lira. Desesperado pela morte
de sua amada, a ninfa Eurídice, com quem
recentemente se casara, decide ir resgatá-la
ao mundo dos mortos. Comovendo às lágrimas
Plutão, rei dos mortos, consegue levar Eurídice,
mas com uma condição: não poderá olhar para
a sua amada até estarem cobertos pelos raios
do Sol. Durante o longo trilho que os conduzirá
ao mundo dos vivos, Orfeu é assaltado pela
dúvida: terá Plutão cumprido a sua palavra?,
estará Eurídice atrás de si como pensa?…
Ao virar-se para trás, em busca da sua amada,
a figura da ninfa começa a esfumar-se e Orfeu
perde-a para sempre.
L’Orfeo estreou-se a 24 de fevereiro de 1607.
O pouco que se sabe sobre este acontecimento
deve-se à correspondência coeva: por um
lado, as cartas de Francesco para Ferdinando
Gonzaga (que em 1607 estudava Teologia
na Universidade de Pisa) e de Carlo Magno,
oficial da corte de Mântua, para seu irmão
Giovanni.
A 23 de fevereiro, véspera da estreia, Magno
relata alguns detalhes: “Será muito inusual pois
todos os atores irão cantar a sua parte. Irei com
toda a certeza tal é o meu grau de curiosidade,
a não ser que a falta de espaço na sala assim mo
impeça.”. Mais adiante conta que foram dadas
instruções para a impressão e distribuição
do libreto “para que todos na audiência possam
ter uma cópia para acompanhar enquanto
é cantado.”. Numa carta posterior, Magno
dá conta de uma segunda representação,
a 1 de março, por ordens do duque, para todas
as damas residentes, o que dá a entender que
a assistência presente na estreia de L’Orfeo
era unicamente masculina.
Dado a dimensão da obra e os recursos vocais
e instrumentais requeridos é de presumir
que participaram todos os músicos ao serviço
da corte de Mântua. Quanto aos principais
cantores, John Whenham avança, não sem
reticências, os seguintes nomes: os castrados
Giovanni Magli (A Música / Proserpina)
e Girolamo Bacchini (Eurídice) e o tenor
Francesco Rasi (Orfeu).
O autor do libreto foi Alessandro Striggio
(c.1573-1630), filho do compositor homónimo,
membro da Accademia degli Invaghiti
e secretário privado do duque Vincenzo.
Baseando-se no Livro XI das Metamorfoses
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de Ovídio (43 a.C. – c. 18 d.C.) e do Livro IV
das Geórgicas de Virgílio (70 a.C. – 19 d.C.),
Striggio escreveu um libreto muito próximo
das versões de Poliziano, Guarini e Rinuccini,
articulando a ação em cinco atos e acrescentando
um prólogo. Este, na tradição grega, era de
suma importância, ao enunciar o recorte da ação
dramática que seria narrada e captar a simpatia
do ouvinte para que este pudesse ser tocado
pelas mesmas paixões das personagens.
A exiguidade da sala e o facto de o palco ser
estreito, segundo palavras do próprio Monteverdi,
explica a simplicidade dos meios cénicos,
centrando-se toda a ação em dois locais
distintos: os campos da Trácia (atos I, II e V)
e no Mundo Inferior, o Tártaro (atos III e IV),
o que em termos práticos significava apenas
dois cenários.
A publicação da partitura em 1609 (e de novo
em 1615), em Veneza, por Ricciardo Amadino
(1572-1621), deixa em aberto uma série
de premissas: Monteverdi lista um conjunto
de instrumentos, não especificando o que
cada um toca mas, antes sim, onde toca.
A partitura é mais um esqueleto que um
corpo, um ponto de partida para a ornamentação
e embelezamento do discurso musical,
segundo o que o próprio compositor preconizou
em diversas situações. Assim, cada interpretação
de L’Orfeo tem um som e uma identidade
distinta de todas as outras.
Monteverdi é inovador ao votar os géneros
do passado e do presente à coexistência,
percorrendo uma diversidade de estilos
ao longo da obra. Com uma compreensão
intuitiva da relação entre texto e música,
o compositor alargou os recitativos, tornando-os
mais amplos e contínuos, procurou uma
cuidadosa organização tonal e deu largas
a um profundo lirismo nos momentos-chave,
essencial para a caracterização e acentuação
do tonus dramaticus, acrescentando indicações
precisas sobre os instrumentos que deveriam
tocar em diversas cenas (a especificidade
tímbrica ao serviço da interpretação psicológica
do carácter quer de personagens quer de
ambientes). A grande inovação monteverdiana
é a utilização recorrente de ritornelos, um
refrão (quer vocal quer instrumental) que
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permite unificar cenas inteiras, conferindo-lhes
coerência narrativa e grande intensidade
emocional. Monteverdi confere ao coro
um papel preponderante, personificando
ao longo da obra pastores, ninfas, espíritos
do inferno, comentando a ação à imagem
do coro das tragédias clássicas... Por último,
a organização interna, cada ato musicalmente
bem delimitado, terminando sempre com
uma intervenção coral e instrumental,
desenrolando-se toda a obra à volta de um
eixo musical, o clímax, Possente Spirto, no III
ato, com os seus ecos virtuosos para diversos
instrumentos.
L’Orfeo começa com uma toccata instrumental,
precedendo a entrada da Música personificada
(A Música). Depois de dar as boas-vindas
à audiência, enuncia os vários poderes da
música e apresenta Orfeu, que com o seu canto
“seduzia as feras e o próprio Inferno cedeu às suas
súplicas”. Toda a narrativa está uniformizada
por um ritornelo de grande eficácia musical.
O ato I centra-se nos esponsais de Orfeu
e Eurídice; no ato II, Orfeu recebe a notícia
da morte de Eurídice, narrada por uma
mensageira: “In um fiorito prado”. Promete
ir resgatá-la ao mundo dos mortos no pungente
lamento “Tu se morta”. O ato III conta como
o herói, depois de hipnotizar Caronte com o seu
canto, “Possente Spirto”, consegue atravessar
o rio Styx e chegar ao mundo dos mortos.
No ato IV assistimos ao encontro com Hades
e o fatídico regresso ao mundo dos vivos
de Eurídice. Por último, no ato V, Orfeu
é resgatado por Apolo para gozar das graças
divinas. É a moral cristã a prevalecer sobre
os preceitos da antiguidade clássica, um final
feliz (lieto fine) ao invés do final trágico (mesto
fine) mitológico.
Inovação conservadora, L’Orfeo é, nas palavras
de Denis Arnold, a primeira “ópera viável”:
encerra o Renascimento musical, inaugura
o Barroco e é ponto de partida para
o desenvolvimento do género ao longo
da primeira metade do séc. XVII. Passados
406 anos, o poder dramático e emocional
desta obra-prima permanece intocável.
josé bruto da costa
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orfeo ed euridice, atribuído a tiziano, c. 1508, accademia carrara, bergamo (pormenor) © dr
Notas Biográficas
Enrico Onofri
enrico onofri © colletti
maestro
Enrico Onofri nasceu em Ravena, Itália,
tendo aí iniciado os seus estudos musicais.
Mais tarde deslocou-se para Milão, sendo
entretanto convidado por Jordi Savall para
ocupar o lugar de concertino da Capella Reial
de Catalunya. Desde então, colaborou com
outros prestigiados agrupamentos de música
antiga como o Concentus Musicus Wien,
o Ensemble Mosaïques ou o Concerto Italiano.
Em 1987 assumiu as funções de concertino
e violino solista do Il Giardino Armonico.
Desde 2002, Enrico Onofri tem-se apresentado
também como maestro, com grande sucesso,
recebendo convites para dirigir inúmeras
orquestras em festivais na Europa e no
Japão. Em 2000 fundou o grupo de câmara
Imaginarium. É o maestro principal da
orquestra Divino Sospiro desde 2005.
10
Apresentou-se em muitas das principais
salas de concerto a nível internacional, tendo
colaborado com artistas de renome como
Nikolaus Harnoncourt, Gustav Leonhardt,
Christoph Coin, Cecilia Bartoli ou Katia
e Marielle Labèque.
As suas gravações foram distinguidas
com prestigiados prémios internacionais:
Grammophone Award, Grand Prix des
Discophiles, Echo-Deutsche, Caecilia e ainda
inúmeros Diapason d’Or, Choc de la Musique
e 10 de Répertoire.
Enrico Onofri é professor de violino
barroco e interpretação de música barroca no
Conservatório Bellini, em Palermo, na Sicília.
É regularmente convidado a orientar cursos
de aperfeiçoamento na Europa, no Japão
e na Juilliard School de Nova Iorque.
Fulvio
Bettini
soprano
ana quintans © dr
fulvio bettini © dr
barítono
Ana
Quintans
Fulvio Bettini estudou no Pontifício Instituto de
Música Sacra e, sob orientação de Margareth
Hayward, no Conservatório de Milão. Depois
de frequentar cursos de especialização nos
Países Baixos e na Alemanha, colaborou com
os mais importantes agrupamentos de
instrumentos de época (tais como Le Concert
des Nations, La Capella Reial de Catalunya,
The English Concert, L’Arpeggiata, Ensemble
Baroque de Limoges, Il Giardino Armonico,
Accademia Bizantina, entre outros),
apresentando-se em inúmeros teatros e festivais
europeus e colaborando regularmente com os
maestros Christina Pluhar, René Jacobs, Jordi
Savall, Sigiswald Kuijken, Giovanni Antonini,
Ottavio Dantone e Diego Fasolis.
O seu vasto repertório percorre vários séculos
– da polifonia renascentista à música
contemporânea –. Cantou óperas de Monteverdi,
Carissimi, Cavalli, Conti, Draghi, Galuppi,
Glass, Gluck, Händel, Haydn, Mozart, Porpora,
Sarro, Sellitto, Telemann e Vivaldi.
Dentre as suas interpretações, destacam-se
Walpurgisnacht de Mendelssohn, Apollo e Dafne
e Agrippina de Händel, Lélio de Berlioz,
Don Giovanni de Mozart (em que interpretou
Leporello), Il mondo della luna de Haydn,
Satyagraha de Philip Glass e a estreia moderna
da oratória Martirio di San Sebastiano de Conti,
em Salzburgo. Com L’Arpeggiata e Christina
Pluhar, participou na gravação discográfica
das Vespro della beata Vergine de Monteverdi.
Em L’Orfeo, interpretou tanto Orfeo como
Apollo em várias produções – uma das quais,
com Jordi Savall e Gilbert Deflo, foi editada
em DVD –.
Ana Quintans concluiu a licenciatura em
Escultura na Faculdade de Belas Artes da
Universidade de Lisboa e formou-se em
canto no Conservatório Nacional. Estudou
posteriormente no Flanders Operastudio
(Gent) com uma bolsa da Fundação Calouste
Gulbenkian.
No domínio da ópera interpretou, entre
outros papéis, Poppea e Amore (L’incoronazione
di Poppea), Belinda e Segunda Feiticeira
(Dido and Aeneas), Pamina, Primeira Dama
e Papagena (A Flauta Mágica), Lisetta
(Il mondo della luna, de Avondano), Atalanta
(Serse, de Händel), Argie (Les Paladins,
de Rameau), Spinalba (La Spinalba,
de Francisco António de Almeida) e Olympia
(Les contes d’Hoffmann).
Em concerto, cantou como solista em Salve
Regina e Stabat Mater de Pergolesi, Magnificat
de Bach, Gloria de Vivaldi, Beatus Vir
de Francisco António de Almeida, Fantasia
Coral de Beethoven, Stabat Mater de Domenico
Scarlatti, Requiem Missa em Dó menor
e Exsultate Jubilate de Mozart, Dixit Dominus
e Messias de Händel, Petite messe solennelle
de Rossini, Requiem de Fauré e Gloria de
Poulenc e estreou, em setembro de 2008,
From the Depth of Distance de Luís Tinoco.
Apresentou-se nos principais palcos
nacionais e em vários países europeus,
no Japão e nos Estados Unidos da América,
incluindo a Opéra de Lyon, o Landestheater
Bregenz, a Cité de la Musique e a Opéra
Comique de Paris, o Carnegie Hall de Nova
Iorque e o Barbican Center de Londres.
11
Fernando
Guimarães
meio-soprano
romina basso © dr
fernando guimarães © dr
tenor
Romina
Basso
Fernando Guimarães nasceu no Porto, onde
se licenciou em canto pela Escola das Artes
da Universidade Católica Portuguesa, na classe
de António Salgado. Foi galardoado em 2007
com o Prémio Jovens Músicos e com o 2º Prémio
do Concurso Luísa Todi. Como vencedor
do Concurso Internacional de Canto “L’Orfeo”,
em Verona, cantou o papel principal da ópera
homónima de Monteverdi em Mântua (no 400º
aniversário da sua estreia), Berlim e Budapeste.
É convidado habitual de grupos como Cappella
Mediterranea e Clematis (Leonardo García
Alarcón), L’Arpeggiata (Christina Pluhar),
Pygmalion (Raphäel Pichon), Le Parlement
de Musique (Martin Gester), Les Muffatti
(Peter Van Heyghen), Al Ayre Español
(Eduardo López-Banzo) e Orquestra Barroca
de Sevilha, apresentando-se regularmente
como solista nas principais salas e festivais
europeus. Tem-se apresentado também
com regularidade na Fundação Calouste
Gulbenkian e no Centro Cultural de Belém,
trabalhando frequentemente com as
principais orquestras e grupos de música
antiga portugueses, nomeadamente
o Divino Sospiro.
Apresentou-se recentemente no papel
de Orphée, em La Descente d’Orphée aux
Enfers de Charpentier, com Les Arts
Florissants, na Ópera de Versalhes e na Cité
de la Musique. Outros êxitos recentes incluem
o papel de Abramo na estreia moderna
de Isacco, figura del Redentore de Nicola Conti
(Festival da Flandres), e a ópera Il Paride,
de Giovanni Bontempi, com L’Arpeggiata,
no Festival Sanssouci de Potsdam e no
Festival de Innsbruck.
12
Nascida em Gorizia, Itália, estudou
no Conservatório de Veneza “B. Marcello”
e na Universidade de Trieste. Participou
em masterclasses com Peter Maag, Regina
Resnick, Rockwell Blake, Claudio Desderi,
Elio Battaglia e Claudio Strudthoff,
especializando-se em repertório barroco
e em Rossini. Conquistou vários prémios
como o Seghizzi, Palma D’Oro, Città di
Conegliano, ModenaMusica, Toti dal Monte,
As.Li.Co e Operalia de Placido Domingo.
Apresenta-se regularmente em Itália
– Accademia di Santa Cecilia, Academia
Chigiana – e um pouco por toda a Europa:
Barbican Centre, La Monnaie de Bruxelas,
Théatre des Champs-Élysées, Cité de la
Musique e, óperas de Montpellier, Bordeaux,
Madrid, Nice e Nimes, entre outros. Ao
longo da sua carreira tem colaborado com
os prestigiados agrupamentos Accademia
Bizantina, Concerto Italiano, Il Complesso
Barocco, Le Concert des Nations, Les Arts
Florissants e Les Musiciens du Louvre.
Foi dirigida pelos prestigiados maestros
Mackerras (Flauta Mágica), Jordi Savall
(Orfeo, Madrigali Guerrieri et Amorosi), Bruggen
(Requiem de Mozart), Alan Curtis (Montezuma,
Tolomeo, Rodelinda, Lotario, Dido and Aeneas,
Giulio Cesare), Minkowski (Alcina, Stabat Mater
de Pergolesi), Paul McCreesh (La Resurrezione,
Il trionfo del Tempo e del Disinganno) e Spinozi
(Orlando Furioso), entre muitos outros.
Algumas das suas atuações foram gravadas
e transmitidas pela RAI, BBC3, Radio France,
Arte e Mezzo. Gravou ainda para diversas
etiquetas como a Deutsche Grammophon,
Naïve e EMI.
Luciana
Mancini
barítono
hugo oliveira © dr
luciana mancini © dr
meio-soprano
Hugo
Oliveira
De nacionalidade chilena e sueca, estudou
canto lírico e interpretação de música antiga
no Real Conservatório de Haia, sob orientação
de Rita Dams, Jill Feldman, Michael Chance,
Peter Kooij e Diane Forlano.
Apresentou-se recentemente como Vita
Mondana e Prudentio em Rappresentatione
di Anima et di Corpo de Cavalieri, na Staatsoper
de Berlim, com direção de René Jacobs;
Volupia e Didone em Egisto de Cavalli,
na Opéra Comique, em Paris; e Amastre
em Serse de Händel. Destaca-se igualmente
a sua participação em Il Paride de Bontempi,
sob direção de Christina Pluhar.
Para além dos maestros já citados, tem
trabalhado com Enrico Onofri, Jean-Christophe
Spinosi, Neeme Järvi, Klaas Stok, Jean Tubery
e Wolfgang Katschner, e tem participado nos
mais importantes festivais mundiais, tais como
o Festival de Música Antiga de Bruges, o Festival
de Música Sacra de Cuenca, o Festival da Semana
Santa em Valladolid e o Festival de Sablè.
O seu vasto repertório inclui ainda obras
de Luigi Rossi (Bradamante em Il palazzo
incantato), Jacopo Peri (Dafne em L’Euridice),
J. S. Bach (oratórias diversas) e Händel
(Matilde em Lotario, Galatea em Aci, Galatea
e Polifemo, e Cleofe na oratória Resurrezione).
Nos próximos meses interpretará Die sieben
letzten Worte unseres Erlösers am Kreuze
de Haydn, de novo Egisto no Grande Teatro
de Luxemburgo, e Annio em La clemenza
di Tito de Mozart, no Teatro de Drottningholm,
em Estocolmo.
Nascido em Lisboa, Hugo Oliveira estudou
na Escola Superior de Música e, como
bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian,
no Real Conservatório de Haia. Em 2009
venceu o 3º Concurso de Canto da Fundação
Rotária Portuguesa e o Stichting Nederlands
Vocalisten Presentatie.
Com o Estúdio de Ópera do Porto – Casa
da Música, participou em produções de Joaz,
de Benedetto Marcello, e L’Ivrogne Corrigé,
de Gluck, além de Frankenstein!, de Heinz-Karl
Gruber, com Pierre-André Valade e com a
Sinfónica de Londres e François-Xavier Roth,
no Barbican Centre.
Na série de ópera do Concertgebouw –
Zaterdagmatinée: NPS – participou em La Wally,
de A. Catalani, Samson et Dalila, de Saint-Saëns
e Lohengrin de Wagner. No Festival
de Aix-en-Provence foi o protagonista da ópera
Un Retour, de Oscar Strasnoy. Interpretou
também Orphée em Les malheurs d’Orphée
de Milhaud, na Cité de la Musique, Fauteuil
em L’enfant et les sortilèges no Concertgebouw
de Amesterdão, Aeneias em Dido and Aeneias
de Purcell, Adonis em Venus and Adonis
de John Blow, Momus em Le Carnaval et La Folie
de Destouches, e Anima Dannata em
Rappresentatione di anima et di corpo
de Cavalieri, com L’Arpeggiata e Christina
Pluhar.
O seu vasto repertório inclui oratória e obras
como o Requiem de Mozart, Die Legende von
der Heiligen Elisabeth de Liszt, Pulcinella
de Stravinsky, e ainda Jetzt immer Schnee
de Gubaidulina.
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António
Abete
contralto
antónio abete © dr
joana nascimento © dr
baixo
Joana
Nascimento
Depois de ganhar, em 1992, o William Walton
Foundation Competition, que lhe permitiu
cantar Don Geronimo em Il Matrimonio Segreto
de Cimarosa, a carreira de Antonio Abete
tem vindo a acumular diversas distinções –
tais como o primeiro prémio no As.Li.Co –.
Cantou com Ivor Bolton em L’incoronazione
di Poppea na Opéra Bastille, Orfeo ed Euridice
de Haydn com Cecilia Bartoli, sob a direção
de Hogwood, no Thêatre du Châtelet,
e Tamerlano de Händel, sob a direção
de Trevor Pinnock – produção editada em
CD e DVD –. Dedica-se com especial ênfase
ao repertório dos séculos XVII e XVIII,
colaborando com o pianista Maurizio Pollini
e os maestros Giovanni Antonini, Rinaldo
Alessandrini, William Christie, Alan
Curtis, René Jacobs, Jordi Savall e Sigiswald
Kuijken, entre outros. Foi já acompanhado
pelos prestigiados agrupamentos Il Giardino
Armonico, Hesperion XXI, Les Arts
Florissants, Concerto Italiano e Concerto
Barocco, apresentando-se no Concertgebouw
de Amesterdão, Teatro Massimo em Palermo,
Teatro Regio em Parma, Théâtre des Champs-Élysées, Théâtre Royal de La Monnaie, Teatro
Real de Madrid e Salle Pleyel.
A sua discografia contempla ainda Orlando
finto pazzo de Vivaldi, Vespro della Beata Vergine
e L’Orfeo de Monteverdi – tendo estas duas
últimas gravações sido distinguidas com o
Diapason d’Or –, bem como Il primo omicidio
de Scarlatti – com a qual ganhou o Grammy
Music Award 1998 na categoria de Melhor
Interpretação Vocal Barroca –.
14
Joana Nascimento estudou na Escola de Música
do Conservatório Nacional com Manuela de Sá.
Posteriormente, trabalhou com Liliana
Bizineche e Susana Teixeira. Como bolseira
da Fundação Calouste Gulbenkian, estudou
no Trinity College of Music, em Londres,
sob a orientação de Hazel Wood. Participou
em cursos de aperfeiçoamento de Jill
Feldman, Peter Harvey, Peter Harrison,
Helmut Lips, Marius van Altena, Max van
Egmond, Martyn Hill, Iris dell’Acqua, Omar
Ebrahim, Ian Pastridge, Dorothy Dorow,
Robert Tear e Ron Murdock, entre outros.
Como solista, cantou obras de Monteverdi,
Vivaldi, J. S. Bach, Händel, Pergolesi, Mozart
(tais como o Requiem), Haydn, Mendelssohn,
Beethoven, Rossini, Saint-Saëns, Bruckner,
Vaughan Williams, Honegger, Stockhausen
e Louis Andriessen (26os Encontros
Gulbenkian de Música Contemporânea).
Desempenhou os papéis de Joaz, na ópera
homónima de Benedetto Marcello; Fatima,
na ópera Zaira de Marcos Portugal; Strawberry
Woman, em Porgy and Bess de Gershwin;
e Mrs. Noye, em Noye’s Fludde de Britten.
Apresentou-se com a Orquestra Gulbenkian
no Festival ao Largo (iniciativa do Teatro
Nacional de São Carlos), tendo interpretado
El amor brujo de Manuel de Falla. Em recital,
apresentou-se com os pianistas Helena
Rodrigues, João Crisóstomo e Nicholas McNair.
É membro fundador do grupo vocal Voces
Caelestes. Colabora regularmente com
o grupo vocal Officium e o Coro Gulbenkian.
Paralelamente ao seu trabalho artístico,
desenvolve intensa atividade na área
da pedagogia da voz.
contralto
Pedro
Cachado
tenor
pedro cachado © dr
carolina figueiredo © dr
Carolina
Figueiredo
Carolina Figueiredo licenciou-se em Direito
e concluiu uma pós-graduação em Tradução
Jurídica. Formou-se em canto lírico na Escola
de Música do Conservatório Nacional de Lisboa
em 2005, na classe de Filomena Amaro,
e trabalha regularmente com Manuela de Sá.
Participou em masterclasses e workshops
de interpretação com Lucia Mazzaria,
Tom Krause e João Paulo Santos, e frequenta
regularmente os workshops da European
Network of Opera Academies (ENOA)
organizados pela Fundação Gulbenkian.
Cantou, como solista, no Messias de Händel;
Missa da Coroação, Spatzenmesse e Missa brevis
em Sol maior de Mozart; Te Deum de Sousa
Carvalho; Heiligemesse de Haydn; Gloria
de Vivaldi; várias obras sacras de J. S. Bach,
Purcell, Schutz, Fauré, Francisco António
de Almeida e Carlos Seixas. No domínio
da ópera, interpretou Bastien em Bastien
e Bastienne de Mozart, Marthe em Faust
de Gounod, Pastora em Peer Gynt de Grieg
e Vorsangerinnen em Turandot de Busoni.
Trabalhou sob a direção de Martin André,
Moritz Gnann, Michael Corboz, Jorge Matta,
António Lourenço, Jorge Alves e José Robert,
em colaboração com a Orquestra Sinfónica
Portuguesa, a Orquestra Gulbenkian,
o Divino Sospiro, a Orquestra do Norte
e a Orquestra do Algarve.
É membro efetivo do Coro Gulbenkian
desde 1998.
Pedro Nunes Cachado é natural da Golegã
e estudou na Escola de Música do Conservatório
Nacional com Ana Paula Russo e, na Escola
Superior de Música de Lisboa, com Luís
Madureira. Participou em cursos de
aperfeiçoamento em canto e interpretação
de Lucia Mazzaria, Susan Waters, João Paulo
Santos e Tom Krause.
Como solista, cantou nas primeiras audições
modernas dos Te Deum de David Perez
e António Leal Moreira, com a orquestra
Divino Sospiro, no auditório da Fundação
Calouste Gulbenkian, sob a direção
de Enrico Onofri. Destaca-se igualmente
a sua interpretação de In Festo assumptiones
de Carlos Seixas, Magnificat de J. S. Bach,
Saul (Jonathan) de Händel, Oratória de Natal
de Saint-Saëns, Missa em Sol maior de Carlos
Seixas, e Weinachthistorie (Evangelista)
de Schütz – na abertura do Festival de
Música Sacra de São Roque –. Recentemente,
interpretou os papéis de Monostatos, em
A Flauta Mágica de Mozart, e Le Petit Veillard,
em L’Enfant et les Sortilèges de Ravel.
É membro do Coro Gulbenkian desde 2010.
15
Manuel
Rebelo
tenor
luca dordolo © dr
manuel rebelo © dr
barítono
Luca
Dordolo
Manuel Rebelo começou a estudar música
aos seis anos de idade. Concluiu o curso
de Canto da Escola de Música do
Conservatório Nacional com a classificação
máxima e diplomou-se em Formação Musical
pela Escola Superior de Música de Lisboa.
Frequenta atualmente o Mestrado em Direção
Coral do Instituto Piaget, sob a orientação
de Paulo Lourenço. É membro de vários
grupos vocais de renome, como o Coro
Gulbenkian ou o grupo Chapella Patriarcal.
Em 2006 estreou-se no domínio da ópera,
na Fundação Calouste Gulbenkian, no elenco
de Salomé de Richard Strauss, sob a direção
de Lawrence Foster. Nos anos seguintes
interpretou Professor Barroso na ópera
Orquídea Branca, de Jorge Salgueiro,
em estreia absoluta, e In Paradisum, de Eurico
Carrapatoso, com o quarteto Tetvocal,
a Sinfonietta de Lisboa e o coro Ricercare,
obra que também gravou.
Em 2008 foi solista em A Sea Symphony,
de Vaughan Williams, no Grande Auditório
do CCB, com a Orquestra Sinfónica Nacional.
Em 2009 integrou o elenco do musical Deus.
Pátria. Revolução., com direção musical de Luís
Bragança Gil, também no CCB.
Em 2007 dirigiu um concerto de solidariedade
preenchido com obras para coro de câmara
e contínuo de Eurico Carrapatoso, Alessandro
Scarlatti e J. S. Bach. Em 2009 dirigiu
o concerto de encerramento do Festival
de Música da Cartuxa, com repertório para
coro a cappella.
16
Nascido em Monfalcone, Itália, desde cedo
mostrou ter interesse pelo canto lírico, vindo
a integrar a Schola Cantorum S. Ambrogio na
mesma cidade, sob direção do maestro Pietro
Poclen. Paralelamente, estuda piano com Danilo
Tuzzi no Conservatório de Trieste e flauta barroca
num curso de música antiga da cidade de Urbino.
Conclui o curso de Canto com a classificação
máxima no Conservatório de Veneza “B. Marcello”.
Depois de ganhar o prémio As.Li.Co.,
aperfeiçoou-se com Leyla Gencer, Renata
Scotto, Serge Wilfart e Jean-Claude Malgoire.
Apresentou-se em diversos festivais europeus
no âmbito da música barroca, colaborando
com prestigiados agrupamentos – tais como o
Concerto Italiano, La Cappella della Pietà dei
Turchini, Il Complesso Barocco, Barocchisti e
Cantar Lontano – e com os maestros Rinaldo
Alessandrini, Antonio Florio, Alan Curtis,
Diego Fasolis e Marco Mencoboni, entre outros.
Destaca-se, na sua carreira, a interpretação
de Telemaco em Il ritorno d’Ulisse in patria
(no Théâtre des Champs-Élysées) e de Don
Ottavio em Don Giovanni de Mozart, para além
dos vários outros papéis, aclamados pelo
público e pela crítica, em que foi dirigido
por Riccardo Muti, Zubin Meta, Rinaldo
Alessandrini, René Jacobs e Claudio Scimone,
e com os quais pisou os palcos do La Scala de
Milão (onde cantou Pastore em L’Orfeo), São
Carlos de Nápoles, Academia de Música de
Brooklyn em Nova Iorque, entre outros.
Luca Dordolo tem também trabalhado no
domínio da música contemporânea, sendo
de sublinhar a sua participação na estreia
mundial de Mal’akhim – Angels de Riccardo
Piacentini.
divino sospiro © dr
Divino
Sospiro
Desde a sua criação, o agrupamento Divino
Sospiro já participou em alguns dos mais
prestigiados festivais e em algumas das salas
mais importantes da Europa, bem como nos
Dias da Música, Festival de Música de Leiria,
Festival d’Île de France – espectáculo gravado
pela Radio France –, Teatro Nacional de São
Carlos, Folle Journée de Nantes, Folle Journée
au Japon, Festival de Varna, Fevereiro Lírico
em San Lorenzo de L’Escorial, Mozartiana
Festival em Gdansk, Auditório Nacional
de Espanha em Madrid e o conceituado
Festival d’Ambronay.
Entretanto, foram muitos os registos
e gravações deste agrupamento, dos quais
destacamos os realizados para a Radio France,
Antena 2, RTP e Mezzo, e a gravação de um
CD para a editora japonesa Nichion, com
repertório dedicado a W. A. Mozart – que
mereceu o galardão de bestseller naquele país –.
Divino Sospiro conta com a participação
frequente dos prestigiados artistas Enrico
Onofri, Chiara Banchini, Christina Pluhar,
Rinaldo Alessandrini, Maria Cristina
Kiehr, Alexandrina Pendatchanska,
Gemma Bertagnolli, Alfredo Bernardini,
Katia e Marielle Labèque, Christophe Coin
e Maria Bayo.
Em janeiro de 2011, em estreia mundial
moderna, apresentou no Centro Cultural
de Belém a ópera Antigono de Antonio
Mazzoni e, em fevereiro de 2012, apresentou
em estreia mundial a edição critica de Morte
d’Abel, oratória de Pedro António Avondano.
Em 2012 apresentou ainda o CD 1700, Século
dos portugueses, rapidamente aclamado pela
crítica internacional. Atualmente,
o repertório da orquestra não se restringe
apenas ao período barroco, tendo-se alargado
também aos períodos clássico e até romântico,
com algumas incursões pela música
contemporânea.
Desde a temporada 12/13, o Divino Sospiro
mantém com o Coro Gulbenkian uma
colaboração regular em projetos artísticos
no âmbito da música antiga, incluindo
a realização de digressões internacionais
e de gravações discográficas.
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Divino Sospiro
Enrico Onofri
maestro
primeiros violinos
Alessandro Tampieri Concertino
Iskrena Yordanova
Alfia Bakieva
segundos violinos
Paolo Perrone
Maria Cristina Vasi
Leonor de Lera
terceiros violinos
Elisa Bestetti
Reyes Gallardo
violas
Massimo Mazzeo
Miriam Macaia
viola da gamba / lirone
Rodney Prada
viola da gamba
Sofia Diniz
violoncelos
Diana Vinagre
Ana Raquel Pinheiro
violones
Marta Vicente
chitarrone e ceterone
Pietro Prosser
alaúde
Diego Cantalupi
18
primeiro cornetto
Doron Sherwin
segundo cornetto
Josué Melendéz
dulçaína
José Gomes
flautins
Pedro Castro
Inez Moz Caldas
trombones
Adam Woolf
Ole-Kristian Andersen
Joost Swinkels
Erik Björkqvist
David Yacus
trompete
Stephen Mason
cravo / órgão
Mariangiola Martello
Marcin Swiatckievicz
harpa
Marta Graziolino
percussão
Rui Silva
Fundado em 1964, o Coro Gulbenkian conta
presentemente com uma formação sinfónica
de cerca de 100 cantores, atuando igualmente
em grupos vocais reduzidos, conforme
a natureza das obras a executar. Assim, tanto
pode apresentar-se como grupo a cappella,
como colaborar com a Orquestra Gulbenkian
ou outros agrupamentos para a execução
de obras coral-sinfónicas do repertório
clássico e romântico. Na música do século XX
tem interpretado, frequentemente em estreia
absoluta, inúmeras obras contemporâneas
de compositores portugueses e estrangeiros.
Tem sido igualmente convidado para colaborar
com as mais prestigiadas orquestras mundiais,
sob a direção de maestros como Sir Colin
Davis, Claudio Abbado, Emmanuel Krivine,
Frans Brüggen, Franz Welser-Möst, Rafael
Frübeck de Burgos, Gerd Albrecht e Theodor
Guschlbauer.
Para além da sua apresentação regular
em Lisboa, e das suas digressões em Portugal,
o Coro Gulbenkian atuou em numerosos países
em todo o mundo. Em 1992, uma digressão
por várias cidades da Holanda e da Alemanha,
com a Orquestra do Século XVIII, deu origem
à gravação ao vivo da Nona Sinfonia de Beethoven,
que foi incluída na edição integral das sinfonias
de Beethoven que Frans Brüggen realizou
para a Philips com aquela orquestra.
Paralelamente a estas colaborações e digressões,
o Coro Gulbenkian tem participado em alguns
importantes festivais internacionais.
coro gulbenkian © rita santos - arte das musas
Coro
Gulbenkian
No plano discográfico, o nome do Coro
Gulbenkian encontra-se associado às editoras
Philips, Archiv / Deutsche Grammophon,
Erato, Cascavelle, Musifrance, FNAC-Music,
Aria-Music e Pentatone, tendo ao longo dos
anos registado um repertório diversificado,
com particular incidência na música
portuguesa do século XVI ao século XX.
Algumas gravações receberam prémios
internacionais, como o Prémio Berlioz
da Academia Nacional Francesa do Disco
Lírico, o Grand Prix International du Disque
da Academia Charles Cros e o Orphée d’Or.
Em 2006, por ocasião do cinquentenário
da morte de Luís de Freitas Branco,
assinalado no ano anterior, o Coro
Gulbenkian registou a primeira integral
dos Madrigais Camonianos deste compositor.
Neste mesmo ano, gravou para a editora
Portugaler obras a cappella de Pero
de Gambôa e Lourenço Ribeiro, e vilancicos
negros do século XVII, de Santa Cruz
de Coimbra, e para a editora Portugalsom
obras corais de Fernando Lopes-Graça.
Em 2010 gravou em DVD a Missa Solemnis
de Beethoven, com a Orquestra de Câmara
da Europa, dirigida por John Nelson, tendo
esta atuação sido transmitida em direto
pela plataforma audiovisual www.medici.tv.
Desde 1969, Michel Corboz é o Maestro
Titular do Coro, sendo as funções de Maestro
Adjunto desempenhadas por Jorge Matta
desde janeiro de 2012.
19
Coro Gulbenkian
Michel Corboz maestro titular
Jorge Matta maestro adjunto
sopranos
Mariana Moldão
Marisa Figueira
Rosa Caldeira
Susana Duarte
Teresa Duarte
contraltos
Fátima Nunes
Joana Nascimento *
Manon Marques
Patrícia Mendes
tenores
Frederico Projecto
João Branco
Pedro Cachado *
Pedro Miguel
Sérgio Fontão
baixos
Artur Carneiro
Manuel Rebelo *
Ricardo Martins
Rui Borras
* Cantores solistas
Coordenadora: Mariana Portas
Produtora: Fátima Pinho
20
gabriela montero © colin bell-licensed to emi classics
Agenda
25
02
segunda 25 Fevereiro 2013
19 :00h – Grande Auditório
ciclo de piano
Gabriela Montero
Johannes Brahms
piano
Intermezzo, op. 117
© joana dilão
Fryderyk Chopin
Scherzo nº 3, em Dó sustenido menor, op. 39
e obras de
Ernesto Lecuona, Alberto Ginastera,
Ernesto Nazareth, Moisés Moleiro
Improvisos
sobre temas fornecidos pelo público
rené jacobs © philippe matsas
quinta 28 Fevereiro 2013
21:00h – Grande Auditório
sexta 01 Março 2013
19:00h – Grande Auditório
Orquestra Gulbenkian
René Jacobs maestro
Jörg Widmann clarinete
28
01
02
03
Joseph Haydn
Sinfonia nº 104, em Ré maior, Londres, Hob.I:104
Wolfgang Amadeus Mozart
Concerto para Clarinete e Orquestra, em Lá maior,
K.622
Franz Schubert
Sinfonia nº 6, em Dó maior, D. 589
21
26 - 27 - 28 Março
terça, 21:00h — Grande Auditório
quarta, 19:00h — Grande Auditório
quinta, 21:00h — Grande Auditório
Coro e Orquestra
Gulbenkian
Michel Corboz maestro
Rachel Harnisch soprano
Fernando Guimarães
Rudolf Rosen barítono
tenor
Um Requiem Alemão
michel corboz ©dr
brahms
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nem fazer gravações sonoras ou filmagens
durante os concertos.
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design gráfico
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tiragem
600 exemplares
preço
2€
Lisboa, Fevereiro 2013
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