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24 02 domingo 24 Fevereiro 2013 19:00h – Grande Auditório Divino Sospiro Coro Gulbenkian Enrico Onofri direção musical MUSICA.GULBENKIAN.PT parceiro institucional parceiros media domingo 24 Fevereiro 2013 19:00h – Grande Auditório 24 02 Divino Sospiro Coro Gulbenkian Enrico Onofri direção musical Artur Carneiro maestro do coro Fulvio Bettini barítono (orfeo) Ana Quintans soprano (la musica / euridice) Fernando Guimarães tenor (apollo / pastore) Romina Basso meio-soprano (speranza / proserpina) Luciana Mancini meio-soprano (messaggera) Hugo Oliveira barítono (plutone) Antonio Abete baixo (caronte) Joana Nascimento contralto (pastore) Carolina Figueiredo contralto (ninfa) Pedro Cachado tenor (spirito) Manuel Rebelo barítono (pastore / eco) Luca Dordolo tenor (pastore) Claudio Monteverdi L’ Orfeo Hora prevista para o fim do concerto: 21h Sem Intervalo 033 História ao Lado por gonçalo frota salman rushdie © dr Vida e morte O mito grego de Orfeu e Eurídice, deificado nas obras dos poetas Virgílio e Ovídio, tem alimentado a criação nas mais variadas disciplinas artísticas. Na música, o caso será mais flagrante, dada a natureza da história de um Orfeu que parte para a salvação da sua amada (Eurídice) munido apenas da lira de Apolo, das suas canções e da crença na música como superadora da morte. Mas a história produziu igualmente o seu encanto na pintura, na dança, na literatura e em toda a sorte de espectáculos multidisciplinares. Nalgumas encenações da ópera de Monteverdi, na década de 90, Orfeu foi recriado como estrela punk-rock. Nessa mesma década, o escritor indo-britânico Salman Rushdie abordou também o mito, recentrando a história nos anos 60 e 70 em Mumbai, no seu romance O Chão que Ela Pisa. Orfeu e Eurídice, na transfiguração operada por Rushdie, dão pelos nomes Ormus Cama e Vina Apsara e são as duas maiores estrelas do mundo rock, assombrados pelo passado 04 de um amor também ele de vida ou morte. As canções de Cama, que o tornam objeto de adoração universal, são-lhe sopradas por um gémeo ausente, nado-morto. Então sob a fatwa decretada pelo ayatollah Komeini na sequência do lançamento d’Os Versículos Satânicos, a história de Orfeu ou Ormus Cama serve de rastilho para a reflexão do autor sobre a possibilidade de a sua obra lhe valer a eternidade, de nenhuma morte poder apagá-la, colocando em análise a capacidade de uma obra suplantar e fintar a mortalidade. A recontextualização na área do pop rock não é acidental e é escolhida por Rushdie enquanto pináculo da transitoriedade e da fugacidade, atribuindo-lhe uma legitimação em que a música, mesmo na sua forma mais popular e descartável, pode almejar à vida eterna. O facto de a obra de Monteverdi, com mais de 400 anos, continuar a ser objeto de novas encenações, parece ser a mais cabal prova de que o mito de Orfeu tem a sua validade renovada regularmente. Claudio Monteverdi monteverdi, por bernardo strozzi, 1640, gallerie dell’accademia, veneza © dr cremona, 15 de maio 1567 (batizado) veneza, 29 de novembro de 1643 L’ Orfeo estreia: mântua, 24 de fevereiro de 1607 duração: c. 2h No dia de hoje, 24 de fevereiro, corria o ano de 1607, no Palácio Ducal dos Gonzaga, em Mântua, foi estreada L’Orfeo, favola in musica [fábula musical], composta por Claudio Monteverdi. De importância cimeira no contexto da História da Ópera, L’Orfeo, não sendo a primeira ópera mas sim a primeira referência deste género musical, substancializa o apogeu de uma corrente com raízes bem mais profundas do que comummente se pensa. O drama musical não surgiu do nada, de uma eureka, de um achado de determinado compositor. Foi o resultado de uma gestação lenta, ao longo de todo o séc. XVI. A tradição bucólica greco-romana, presente em vários escritos da antiguidade clássica, foi, segundo Joachim Steinheuer, o modelo dos músicos e dramaturgos da Itália renascentista. Cenas exteriores e campestres são, recorrentemente, o pano de fundo aos amores entre deuses e semi-deuses, pastores e ninfas. A Fabula di Orfeo, do humanista Angelo Poliziano (1454-1494), representada em Florença em 1480, é tida como a primeira fábula musical, uma peça teatral com forte componente musical. Em meados do séc. XVI surgem os intermezzi [intermédios], madrigais, canções a solo e secções instrumentais interpretadas entre atos de peças de teatro, um entretenimento contido noutro entretenimento, atingindo a sua expressão máxima em 1589 com La Pellegrina, para o casamento de Ferdinando de’ Medici (1549-1609) e Cristina de Lorena (1565-1637). São seis intermédios, cada um com uma pequena história independente, musicada por diversos compositores e cuja partitura, publicada em 1591 por Cristofano Malvezzi (1547-1599), felizmente sobreviveu. Paralelamente, em Florença, um grupo de humanistas, músicos e poetas procuravam ressuscitar a declamação cantada do drama grego, influenciados por Girolamo Mei (1519-1594) e pelo seu tratado De modis musicis antiquorum [Sobre os modos da música antiga], c. 1573, no qual proclamara que o sistema musical havia sido corrompido e que a música deixara de ser um veículo da palavra, 055 orphée et eurydice, por nicolas poussin, 1648, musée du louvre © dr preconizando, por isso, o regresso à forma e ao estilo musical dos antigos gregos, salvando a música da decadência total e, com isso, a própria sociedade. Era a reafirmação da crença clássica platónica nas virtudes sobrenaturais da música, capaz de manipular as acções humanas. Este cenóbio passaria à História como Camerata Fiorentina ou Camerata di Bardi, por existir sob o patrocínio de Giovanni de’ Bardi (1534-1612), dela fazendo parte, entre outros, Giulio Caccini (1551-1618) e Jacopo Peri (1561-1633), compositores fundamentais na génese de um novo estilo musical: a ópera. Refutando os excessos da prática polifónica da época, centrada na exibição do contraponto e remetendo o texto poético para um segundo plano, a Camerata procurou reconstituir o estilo musical da tragédia greco-romana (bem como o cantus obscurior de Cícero, (106-43 a.C.), figura de retórica na arte 06 da oratória que preconizava cantar passagens mais emotivas do discurso, assim realçando a veracidade de tais sentimentos), com o que criou o estilo ou género rappresentativo: a prevalência da palavra sobre a música, representando os afectos e as emoções humanas através da monodia, uma única linha melódica, de carácter simples, acompanhada por um instrumento: o contínuo, base harmónica. Assistia-se à teorização de uma prática que, esparsamente, decorria há vários anos, como podemos constatar numa carta de Poliziano ao humanista Pico della Mirandola (1463-1494) sobre o cantor Fabio Orsini, datada de 1488: “a voz não era a de um leitor, nem claramente a de um cantor. Foi simples ou modulada, variando de acordo com as passagens do poema […], calmo, apaixonado ou veemente; sempre verdadeiro, claro e agradável ao ouvido…”. A expensas de Jacopo Corsi (1561-1602), mecenas florentino, o Carnaval de 1598 assistiria à estreia de La favola di Dafne, com libreto de Ottavio Rinuccini (1562-1621) e música de Jacopo Peri. Dafne foi a primeira das fabulas rappresentata in musica, o primeiro drama inteiramente cantado, passando à posteridade como a primeira ópera da História, apesar de nenhum exemplar da partitura ter chegado aos nossos dias. O sucesso de Dafne entre os círculos eruditos da cidade fica patente na encomenda à mesma dupla de uma nova obra, L’Euridice, estreada em Florença em 1600, por ocasião do casamento de Maria de’ Medici (1575-1642) com Henrique IV de França (1553-1610). Em 1602, Caccini publicaria a sua versão musical de L’Euridice, sobre o mesmo libreto de Rinuccini. A figura de Claudio Monteverdi surge com maior relevância em 1605, no auge de uma polémica que animava os círculos musicais da península itálica, e que opunha Giovanni Artusi (1540-1613) ao compositor. Nascido em Cremona, e tendo entrado ao serviço de Vincenzo I Gonzaga (1562-1612), duque de Mântua, em 1589, Monteverdi cedo mostrara os seus dotes, alcançando em 1602 o cargo de maestro della musica (compositor da corte). Na introdução do Quinto Livro de Madrigais, Monteverdi, em resposta a Artusi, propõe a divisão da música em duas correntes: a prima pratica, devedora dos ideais polifónicos do séc. XVI, e a seconda pratica, baseada na verdade das palavras, sendo estas a controlar a harmonia. A mudança dos paradigmas estéticos da Itália seiscentista ganhara redobrado fôlego. Nesse sentido, não poderia ser mais eloquente a escolha do mito de Orfeu para a composição de uma nova obra a estrear durante os festejos carnavalescos promovidos pela Accademia degli Invaghiti [Academia dos Enamorados], da qual faziam parte os filhos mais velhos do duque de Mântua: Francesco (1586-1612) e Ferdinando (1587-1626). Filho de Apolo e da musa Calíope, Orfeu era dotado de um talento musical inultrapassável, hipnotizando toda a Natureza com o seu canto e o som da sua lira. Desesperado pela morte de sua amada, a ninfa Eurídice, com quem recentemente se casara, decide ir resgatá-la ao mundo dos mortos. Comovendo às lágrimas Plutão, rei dos mortos, consegue levar Eurídice, mas com uma condição: não poderá olhar para a sua amada até estarem cobertos pelos raios do Sol. Durante o longo trilho que os conduzirá ao mundo dos vivos, Orfeu é assaltado pela dúvida: terá Plutão cumprido a sua palavra?, estará Eurídice atrás de si como pensa?… Ao virar-se para trás, em busca da sua amada, a figura da ninfa começa a esfumar-se e Orfeu perde-a para sempre. L’Orfeo estreou-se a 24 de fevereiro de 1607. O pouco que se sabe sobre este acontecimento deve-se à correspondência coeva: por um lado, as cartas de Francesco para Ferdinando Gonzaga (que em 1607 estudava Teologia na Universidade de Pisa) e de Carlo Magno, oficial da corte de Mântua, para seu irmão Giovanni. A 23 de fevereiro, véspera da estreia, Magno relata alguns detalhes: “Será muito inusual pois todos os atores irão cantar a sua parte. Irei com toda a certeza tal é o meu grau de curiosidade, a não ser que a falta de espaço na sala assim mo impeça.”. Mais adiante conta que foram dadas instruções para a impressão e distribuição do libreto “para que todos na audiência possam ter uma cópia para acompanhar enquanto é cantado.”. Numa carta posterior, Magno dá conta de uma segunda representação, a 1 de março, por ordens do duque, para todas as damas residentes, o que dá a entender que a assistência presente na estreia de L’Orfeo era unicamente masculina. Dado a dimensão da obra e os recursos vocais e instrumentais requeridos é de presumir que participaram todos os músicos ao serviço da corte de Mântua. Quanto aos principais cantores, John Whenham avança, não sem reticências, os seguintes nomes: os castrados Giovanni Magli (A Música / Proserpina) e Girolamo Bacchini (Eurídice) e o tenor Francesco Rasi (Orfeu). O autor do libreto foi Alessandro Striggio (c.1573-1630), filho do compositor homónimo, membro da Accademia degli Invaghiti e secretário privado do duque Vincenzo. Baseando-se no Livro XI das Metamorfoses 07 de Ovídio (43 a.C. – c. 18 d.C.) e do Livro IV das Geórgicas de Virgílio (70 a.C. – 19 d.C.), Striggio escreveu um libreto muito próximo das versões de Poliziano, Guarini e Rinuccini, articulando a ação em cinco atos e acrescentando um prólogo. Este, na tradição grega, era de suma importância, ao enunciar o recorte da ação dramática que seria narrada e captar a simpatia do ouvinte para que este pudesse ser tocado pelas mesmas paixões das personagens. A exiguidade da sala e o facto de o palco ser estreito, segundo palavras do próprio Monteverdi, explica a simplicidade dos meios cénicos, centrando-se toda a ação em dois locais distintos: os campos da Trácia (atos I, II e V) e no Mundo Inferior, o Tártaro (atos III e IV), o que em termos práticos significava apenas dois cenários. A publicação da partitura em 1609 (e de novo em 1615), em Veneza, por Ricciardo Amadino (1572-1621), deixa em aberto uma série de premissas: Monteverdi lista um conjunto de instrumentos, não especificando o que cada um toca mas, antes sim, onde toca. A partitura é mais um esqueleto que um corpo, um ponto de partida para a ornamentação e embelezamento do discurso musical, segundo o que o próprio compositor preconizou em diversas situações. Assim, cada interpretação de L’Orfeo tem um som e uma identidade distinta de todas as outras. Monteverdi é inovador ao votar os géneros do passado e do presente à coexistência, percorrendo uma diversidade de estilos ao longo da obra. Com uma compreensão intuitiva da relação entre texto e música, o compositor alargou os recitativos, tornando-os mais amplos e contínuos, procurou uma cuidadosa organização tonal e deu largas a um profundo lirismo nos momentos-chave, essencial para a caracterização e acentuação do tonus dramaticus, acrescentando indicações precisas sobre os instrumentos que deveriam tocar em diversas cenas (a especificidade tímbrica ao serviço da interpretação psicológica do carácter quer de personagens quer de ambientes). A grande inovação monteverdiana é a utilização recorrente de ritornelos, um refrão (quer vocal quer instrumental) que 08 permite unificar cenas inteiras, conferindo-lhes coerência narrativa e grande intensidade emocional. Monteverdi confere ao coro um papel preponderante, personificando ao longo da obra pastores, ninfas, espíritos do inferno, comentando a ação à imagem do coro das tragédias clássicas... Por último, a organização interna, cada ato musicalmente bem delimitado, terminando sempre com uma intervenção coral e instrumental, desenrolando-se toda a obra à volta de um eixo musical, o clímax, Possente Spirto, no III ato, com os seus ecos virtuosos para diversos instrumentos. L’Orfeo começa com uma toccata instrumental, precedendo a entrada da Música personificada (A Música). Depois de dar as boas-vindas à audiência, enuncia os vários poderes da música e apresenta Orfeu, que com o seu canto “seduzia as feras e o próprio Inferno cedeu às suas súplicas”. Toda a narrativa está uniformizada por um ritornelo de grande eficácia musical. O ato I centra-se nos esponsais de Orfeu e Eurídice; no ato II, Orfeu recebe a notícia da morte de Eurídice, narrada por uma mensageira: “In um fiorito prado”. Promete ir resgatá-la ao mundo dos mortos no pungente lamento “Tu se morta”. O ato III conta como o herói, depois de hipnotizar Caronte com o seu canto, “Possente Spirto”, consegue atravessar o rio Styx e chegar ao mundo dos mortos. No ato IV assistimos ao encontro com Hades e o fatídico regresso ao mundo dos vivos de Eurídice. Por último, no ato V, Orfeu é resgatado por Apolo para gozar das graças divinas. É a moral cristã a prevalecer sobre os preceitos da antiguidade clássica, um final feliz (lieto fine) ao invés do final trágico (mesto fine) mitológico. Inovação conservadora, L’Orfeo é, nas palavras de Denis Arnold, a primeira “ópera viável”: encerra o Renascimento musical, inaugura o Barroco e é ponto de partida para o desenvolvimento do género ao longo da primeira metade do séc. XVII. Passados 406 anos, o poder dramático e emocional desta obra-prima permanece intocável. josé bruto da costa 9 orfeo ed euridice, atribuído a tiziano, c. 1508, accademia carrara, bergamo (pormenor) © dr Notas Biográficas Enrico Onofri enrico onofri © colletti maestro Enrico Onofri nasceu em Ravena, Itália, tendo aí iniciado os seus estudos musicais. Mais tarde deslocou-se para Milão, sendo entretanto convidado por Jordi Savall para ocupar o lugar de concertino da Capella Reial de Catalunya. Desde então, colaborou com outros prestigiados agrupamentos de música antiga como o Concentus Musicus Wien, o Ensemble Mosaïques ou o Concerto Italiano. Em 1987 assumiu as funções de concertino e violino solista do Il Giardino Armonico. Desde 2002, Enrico Onofri tem-se apresentado também como maestro, com grande sucesso, recebendo convites para dirigir inúmeras orquestras em festivais na Europa e no Japão. Em 2000 fundou o grupo de câmara Imaginarium. É o maestro principal da orquestra Divino Sospiro desde 2005. 10 Apresentou-se em muitas das principais salas de concerto a nível internacional, tendo colaborado com artistas de renome como Nikolaus Harnoncourt, Gustav Leonhardt, Christoph Coin, Cecilia Bartoli ou Katia e Marielle Labèque. As suas gravações foram distinguidas com prestigiados prémios internacionais: Grammophone Award, Grand Prix des Discophiles, Echo-Deutsche, Caecilia e ainda inúmeros Diapason d’Or, Choc de la Musique e 10 de Répertoire. Enrico Onofri é professor de violino barroco e interpretação de música barroca no Conservatório Bellini, em Palermo, na Sicília. É regularmente convidado a orientar cursos de aperfeiçoamento na Europa, no Japão e na Juilliard School de Nova Iorque. Fulvio Bettini soprano ana quintans © dr fulvio bettini © dr barítono Ana Quintans Fulvio Bettini estudou no Pontifício Instituto de Música Sacra e, sob orientação de Margareth Hayward, no Conservatório de Milão. Depois de frequentar cursos de especialização nos Países Baixos e na Alemanha, colaborou com os mais importantes agrupamentos de instrumentos de época (tais como Le Concert des Nations, La Capella Reial de Catalunya, The English Concert, L’Arpeggiata, Ensemble Baroque de Limoges, Il Giardino Armonico, Accademia Bizantina, entre outros), apresentando-se em inúmeros teatros e festivais europeus e colaborando regularmente com os maestros Christina Pluhar, René Jacobs, Jordi Savall, Sigiswald Kuijken, Giovanni Antonini, Ottavio Dantone e Diego Fasolis. O seu vasto repertório percorre vários séculos – da polifonia renascentista à música contemporânea –. Cantou óperas de Monteverdi, Carissimi, Cavalli, Conti, Draghi, Galuppi, Glass, Gluck, Händel, Haydn, Mozart, Porpora, Sarro, Sellitto, Telemann e Vivaldi. Dentre as suas interpretações, destacam-se Walpurgisnacht de Mendelssohn, Apollo e Dafne e Agrippina de Händel, Lélio de Berlioz, Don Giovanni de Mozart (em que interpretou Leporello), Il mondo della luna de Haydn, Satyagraha de Philip Glass e a estreia moderna da oratória Martirio di San Sebastiano de Conti, em Salzburgo. Com L’Arpeggiata e Christina Pluhar, participou na gravação discográfica das Vespro della beata Vergine de Monteverdi. Em L’Orfeo, interpretou tanto Orfeo como Apollo em várias produções – uma das quais, com Jordi Savall e Gilbert Deflo, foi editada em DVD –. Ana Quintans concluiu a licenciatura em Escultura na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa e formou-se em canto no Conservatório Nacional. Estudou posteriormente no Flanders Operastudio (Gent) com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian. No domínio da ópera interpretou, entre outros papéis, Poppea e Amore (L’incoronazione di Poppea), Belinda e Segunda Feiticeira (Dido and Aeneas), Pamina, Primeira Dama e Papagena (A Flauta Mágica), Lisetta (Il mondo della luna, de Avondano), Atalanta (Serse, de Händel), Argie (Les Paladins, de Rameau), Spinalba (La Spinalba, de Francisco António de Almeida) e Olympia (Les contes d’Hoffmann). Em concerto, cantou como solista em Salve Regina e Stabat Mater de Pergolesi, Magnificat de Bach, Gloria de Vivaldi, Beatus Vir de Francisco António de Almeida, Fantasia Coral de Beethoven, Stabat Mater de Domenico Scarlatti, Requiem Missa em Dó menor e Exsultate Jubilate de Mozart, Dixit Dominus e Messias de Händel, Petite messe solennelle de Rossini, Requiem de Fauré e Gloria de Poulenc e estreou, em setembro de 2008, From the Depth of Distance de Luís Tinoco. Apresentou-se nos principais palcos nacionais e em vários países europeus, no Japão e nos Estados Unidos da América, incluindo a Opéra de Lyon, o Landestheater Bregenz, a Cité de la Musique e a Opéra Comique de Paris, o Carnegie Hall de Nova Iorque e o Barbican Center de Londres. 11 Fernando Guimarães meio-soprano romina basso © dr fernando guimarães © dr tenor Romina Basso Fernando Guimarães nasceu no Porto, onde se licenciou em canto pela Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa, na classe de António Salgado. Foi galardoado em 2007 com o Prémio Jovens Músicos e com o 2º Prémio do Concurso Luísa Todi. Como vencedor do Concurso Internacional de Canto “L’Orfeo”, em Verona, cantou o papel principal da ópera homónima de Monteverdi em Mântua (no 400º aniversário da sua estreia), Berlim e Budapeste. É convidado habitual de grupos como Cappella Mediterranea e Clematis (Leonardo García Alarcón), L’Arpeggiata (Christina Pluhar), Pygmalion (Raphäel Pichon), Le Parlement de Musique (Martin Gester), Les Muffatti (Peter Van Heyghen), Al Ayre Español (Eduardo López-Banzo) e Orquestra Barroca de Sevilha, apresentando-se regularmente como solista nas principais salas e festivais europeus. Tem-se apresentado também com regularidade na Fundação Calouste Gulbenkian e no Centro Cultural de Belém, trabalhando frequentemente com as principais orquestras e grupos de música antiga portugueses, nomeadamente o Divino Sospiro. Apresentou-se recentemente no papel de Orphée, em La Descente d’Orphée aux Enfers de Charpentier, com Les Arts Florissants, na Ópera de Versalhes e na Cité de la Musique. Outros êxitos recentes incluem o papel de Abramo na estreia moderna de Isacco, figura del Redentore de Nicola Conti (Festival da Flandres), e a ópera Il Paride, de Giovanni Bontempi, com L’Arpeggiata, no Festival Sanssouci de Potsdam e no Festival de Innsbruck. 12 Nascida em Gorizia, Itália, estudou no Conservatório de Veneza “B. Marcello” e na Universidade de Trieste. Participou em masterclasses com Peter Maag, Regina Resnick, Rockwell Blake, Claudio Desderi, Elio Battaglia e Claudio Strudthoff, especializando-se em repertório barroco e em Rossini. Conquistou vários prémios como o Seghizzi, Palma D’Oro, Città di Conegliano, ModenaMusica, Toti dal Monte, As.Li.Co e Operalia de Placido Domingo. Apresenta-se regularmente em Itália – Accademia di Santa Cecilia, Academia Chigiana – e um pouco por toda a Europa: Barbican Centre, La Monnaie de Bruxelas, Théatre des Champs-Élysées, Cité de la Musique e, óperas de Montpellier, Bordeaux, Madrid, Nice e Nimes, entre outros. Ao longo da sua carreira tem colaborado com os prestigiados agrupamentos Accademia Bizantina, Concerto Italiano, Il Complesso Barocco, Le Concert des Nations, Les Arts Florissants e Les Musiciens du Louvre. Foi dirigida pelos prestigiados maestros Mackerras (Flauta Mágica), Jordi Savall (Orfeo, Madrigali Guerrieri et Amorosi), Bruggen (Requiem de Mozart), Alan Curtis (Montezuma, Tolomeo, Rodelinda, Lotario, Dido and Aeneas, Giulio Cesare), Minkowski (Alcina, Stabat Mater de Pergolesi), Paul McCreesh (La Resurrezione, Il trionfo del Tempo e del Disinganno) e Spinozi (Orlando Furioso), entre muitos outros. Algumas das suas atuações foram gravadas e transmitidas pela RAI, BBC3, Radio France, Arte e Mezzo. Gravou ainda para diversas etiquetas como a Deutsche Grammophon, Naïve e EMI. Luciana Mancini barítono hugo oliveira © dr luciana mancini © dr meio-soprano Hugo Oliveira De nacionalidade chilena e sueca, estudou canto lírico e interpretação de música antiga no Real Conservatório de Haia, sob orientação de Rita Dams, Jill Feldman, Michael Chance, Peter Kooij e Diane Forlano. Apresentou-se recentemente como Vita Mondana e Prudentio em Rappresentatione di Anima et di Corpo de Cavalieri, na Staatsoper de Berlim, com direção de René Jacobs; Volupia e Didone em Egisto de Cavalli, na Opéra Comique, em Paris; e Amastre em Serse de Händel. Destaca-se igualmente a sua participação em Il Paride de Bontempi, sob direção de Christina Pluhar. Para além dos maestros já citados, tem trabalhado com Enrico Onofri, Jean-Christophe Spinosi, Neeme Järvi, Klaas Stok, Jean Tubery e Wolfgang Katschner, e tem participado nos mais importantes festivais mundiais, tais como o Festival de Música Antiga de Bruges, o Festival de Música Sacra de Cuenca, o Festival da Semana Santa em Valladolid e o Festival de Sablè. O seu vasto repertório inclui ainda obras de Luigi Rossi (Bradamante em Il palazzo incantato), Jacopo Peri (Dafne em L’Euridice), J. S. Bach (oratórias diversas) e Händel (Matilde em Lotario, Galatea em Aci, Galatea e Polifemo, e Cleofe na oratória Resurrezione). Nos próximos meses interpretará Die sieben letzten Worte unseres Erlösers am Kreuze de Haydn, de novo Egisto no Grande Teatro de Luxemburgo, e Annio em La clemenza di Tito de Mozart, no Teatro de Drottningholm, em Estocolmo. Nascido em Lisboa, Hugo Oliveira estudou na Escola Superior de Música e, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, no Real Conservatório de Haia. Em 2009 venceu o 3º Concurso de Canto da Fundação Rotária Portuguesa e o Stichting Nederlands Vocalisten Presentatie. Com o Estúdio de Ópera do Porto – Casa da Música, participou em produções de Joaz, de Benedetto Marcello, e L’Ivrogne Corrigé, de Gluck, além de Frankenstein!, de Heinz-Karl Gruber, com Pierre-André Valade e com a Sinfónica de Londres e François-Xavier Roth, no Barbican Centre. Na série de ópera do Concertgebouw – Zaterdagmatinée: NPS – participou em La Wally, de A. Catalani, Samson et Dalila, de Saint-Saëns e Lohengrin de Wagner. No Festival de Aix-en-Provence foi o protagonista da ópera Un Retour, de Oscar Strasnoy. Interpretou também Orphée em Les malheurs d’Orphée de Milhaud, na Cité de la Musique, Fauteuil em L’enfant et les sortilèges no Concertgebouw de Amesterdão, Aeneias em Dido and Aeneias de Purcell, Adonis em Venus and Adonis de John Blow, Momus em Le Carnaval et La Folie de Destouches, e Anima Dannata em Rappresentatione di anima et di corpo de Cavalieri, com L’Arpeggiata e Christina Pluhar. O seu vasto repertório inclui oratória e obras como o Requiem de Mozart, Die Legende von der Heiligen Elisabeth de Liszt, Pulcinella de Stravinsky, e ainda Jetzt immer Schnee de Gubaidulina. 13 António Abete contralto antónio abete © dr joana nascimento © dr baixo Joana Nascimento Depois de ganhar, em 1992, o William Walton Foundation Competition, que lhe permitiu cantar Don Geronimo em Il Matrimonio Segreto de Cimarosa, a carreira de Antonio Abete tem vindo a acumular diversas distinções – tais como o primeiro prémio no As.Li.Co –. Cantou com Ivor Bolton em L’incoronazione di Poppea na Opéra Bastille, Orfeo ed Euridice de Haydn com Cecilia Bartoli, sob a direção de Hogwood, no Thêatre du Châtelet, e Tamerlano de Händel, sob a direção de Trevor Pinnock – produção editada em CD e DVD –. Dedica-se com especial ênfase ao repertório dos séculos XVII e XVIII, colaborando com o pianista Maurizio Pollini e os maestros Giovanni Antonini, Rinaldo Alessandrini, William Christie, Alan Curtis, René Jacobs, Jordi Savall e Sigiswald Kuijken, entre outros. Foi já acompanhado pelos prestigiados agrupamentos Il Giardino Armonico, Hesperion XXI, Les Arts Florissants, Concerto Italiano e Concerto Barocco, apresentando-se no Concertgebouw de Amesterdão, Teatro Massimo em Palermo, Teatro Regio em Parma, Théâtre des Champs-Élysées, Théâtre Royal de La Monnaie, Teatro Real de Madrid e Salle Pleyel. A sua discografia contempla ainda Orlando finto pazzo de Vivaldi, Vespro della Beata Vergine e L’Orfeo de Monteverdi – tendo estas duas últimas gravações sido distinguidas com o Diapason d’Or –, bem como Il primo omicidio de Scarlatti – com a qual ganhou o Grammy Music Award 1998 na categoria de Melhor Interpretação Vocal Barroca –. 14 Joana Nascimento estudou na Escola de Música do Conservatório Nacional com Manuela de Sá. Posteriormente, trabalhou com Liliana Bizineche e Susana Teixeira. Como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian, estudou no Trinity College of Music, em Londres, sob a orientação de Hazel Wood. Participou em cursos de aperfeiçoamento de Jill Feldman, Peter Harvey, Peter Harrison, Helmut Lips, Marius van Altena, Max van Egmond, Martyn Hill, Iris dell’Acqua, Omar Ebrahim, Ian Pastridge, Dorothy Dorow, Robert Tear e Ron Murdock, entre outros. Como solista, cantou obras de Monteverdi, Vivaldi, J. S. Bach, Händel, Pergolesi, Mozart (tais como o Requiem), Haydn, Mendelssohn, Beethoven, Rossini, Saint-Saëns, Bruckner, Vaughan Williams, Honegger, Stockhausen e Louis Andriessen (26os Encontros Gulbenkian de Música Contemporânea). Desempenhou os papéis de Joaz, na ópera homónima de Benedetto Marcello; Fatima, na ópera Zaira de Marcos Portugal; Strawberry Woman, em Porgy and Bess de Gershwin; e Mrs. Noye, em Noye’s Fludde de Britten. Apresentou-se com a Orquestra Gulbenkian no Festival ao Largo (iniciativa do Teatro Nacional de São Carlos), tendo interpretado El amor brujo de Manuel de Falla. Em recital, apresentou-se com os pianistas Helena Rodrigues, João Crisóstomo e Nicholas McNair. É membro fundador do grupo vocal Voces Caelestes. Colabora regularmente com o grupo vocal Officium e o Coro Gulbenkian. Paralelamente ao seu trabalho artístico, desenvolve intensa atividade na área da pedagogia da voz. contralto Pedro Cachado tenor pedro cachado © dr carolina figueiredo © dr Carolina Figueiredo Carolina Figueiredo licenciou-se em Direito e concluiu uma pós-graduação em Tradução Jurídica. Formou-se em canto lírico na Escola de Música do Conservatório Nacional de Lisboa em 2005, na classe de Filomena Amaro, e trabalha regularmente com Manuela de Sá. Participou em masterclasses e workshops de interpretação com Lucia Mazzaria, Tom Krause e João Paulo Santos, e frequenta regularmente os workshops da European Network of Opera Academies (ENOA) organizados pela Fundação Gulbenkian. Cantou, como solista, no Messias de Händel; Missa da Coroação, Spatzenmesse e Missa brevis em Sol maior de Mozart; Te Deum de Sousa Carvalho; Heiligemesse de Haydn; Gloria de Vivaldi; várias obras sacras de J. S. Bach, Purcell, Schutz, Fauré, Francisco António de Almeida e Carlos Seixas. No domínio da ópera, interpretou Bastien em Bastien e Bastienne de Mozart, Marthe em Faust de Gounod, Pastora em Peer Gynt de Grieg e Vorsangerinnen em Turandot de Busoni. Trabalhou sob a direção de Martin André, Moritz Gnann, Michael Corboz, Jorge Matta, António Lourenço, Jorge Alves e José Robert, em colaboração com a Orquestra Sinfónica Portuguesa, a Orquestra Gulbenkian, o Divino Sospiro, a Orquestra do Norte e a Orquestra do Algarve. É membro efetivo do Coro Gulbenkian desde 1998. Pedro Nunes Cachado é natural da Golegã e estudou na Escola de Música do Conservatório Nacional com Ana Paula Russo e, na Escola Superior de Música de Lisboa, com Luís Madureira. Participou em cursos de aperfeiçoamento em canto e interpretação de Lucia Mazzaria, Susan Waters, João Paulo Santos e Tom Krause. Como solista, cantou nas primeiras audições modernas dos Te Deum de David Perez e António Leal Moreira, com a orquestra Divino Sospiro, no auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, sob a direção de Enrico Onofri. Destaca-se igualmente a sua interpretação de In Festo assumptiones de Carlos Seixas, Magnificat de J. S. Bach, Saul (Jonathan) de Händel, Oratória de Natal de Saint-Saëns, Missa em Sol maior de Carlos Seixas, e Weinachthistorie (Evangelista) de Schütz – na abertura do Festival de Música Sacra de São Roque –. Recentemente, interpretou os papéis de Monostatos, em A Flauta Mágica de Mozart, e Le Petit Veillard, em L’Enfant et les Sortilèges de Ravel. É membro do Coro Gulbenkian desde 2010. 15 Manuel Rebelo tenor luca dordolo © dr manuel rebelo © dr barítono Luca Dordolo Manuel Rebelo começou a estudar música aos seis anos de idade. Concluiu o curso de Canto da Escola de Música do Conservatório Nacional com a classificação máxima e diplomou-se em Formação Musical pela Escola Superior de Música de Lisboa. Frequenta atualmente o Mestrado em Direção Coral do Instituto Piaget, sob a orientação de Paulo Lourenço. É membro de vários grupos vocais de renome, como o Coro Gulbenkian ou o grupo Chapella Patriarcal. Em 2006 estreou-se no domínio da ópera, na Fundação Calouste Gulbenkian, no elenco de Salomé de Richard Strauss, sob a direção de Lawrence Foster. Nos anos seguintes interpretou Professor Barroso na ópera Orquídea Branca, de Jorge Salgueiro, em estreia absoluta, e In Paradisum, de Eurico Carrapatoso, com o quarteto Tetvocal, a Sinfonietta de Lisboa e o coro Ricercare, obra que também gravou. Em 2008 foi solista em A Sea Symphony, de Vaughan Williams, no Grande Auditório do CCB, com a Orquestra Sinfónica Nacional. Em 2009 integrou o elenco do musical Deus. Pátria. Revolução., com direção musical de Luís Bragança Gil, também no CCB. Em 2007 dirigiu um concerto de solidariedade preenchido com obras para coro de câmara e contínuo de Eurico Carrapatoso, Alessandro Scarlatti e J. S. Bach. Em 2009 dirigiu o concerto de encerramento do Festival de Música da Cartuxa, com repertório para coro a cappella. 16 Nascido em Monfalcone, Itália, desde cedo mostrou ter interesse pelo canto lírico, vindo a integrar a Schola Cantorum S. Ambrogio na mesma cidade, sob direção do maestro Pietro Poclen. Paralelamente, estuda piano com Danilo Tuzzi no Conservatório de Trieste e flauta barroca num curso de música antiga da cidade de Urbino. Conclui o curso de Canto com a classificação máxima no Conservatório de Veneza “B. Marcello”. Depois de ganhar o prémio As.Li.Co., aperfeiçoou-se com Leyla Gencer, Renata Scotto, Serge Wilfart e Jean-Claude Malgoire. Apresentou-se em diversos festivais europeus no âmbito da música barroca, colaborando com prestigiados agrupamentos – tais como o Concerto Italiano, La Cappella della Pietà dei Turchini, Il Complesso Barocco, Barocchisti e Cantar Lontano – e com os maestros Rinaldo Alessandrini, Antonio Florio, Alan Curtis, Diego Fasolis e Marco Mencoboni, entre outros. Destaca-se, na sua carreira, a interpretação de Telemaco em Il ritorno d’Ulisse in patria (no Théâtre des Champs-Élysées) e de Don Ottavio em Don Giovanni de Mozart, para além dos vários outros papéis, aclamados pelo público e pela crítica, em que foi dirigido por Riccardo Muti, Zubin Meta, Rinaldo Alessandrini, René Jacobs e Claudio Scimone, e com os quais pisou os palcos do La Scala de Milão (onde cantou Pastore em L’Orfeo), São Carlos de Nápoles, Academia de Música de Brooklyn em Nova Iorque, entre outros. Luca Dordolo tem também trabalhado no domínio da música contemporânea, sendo de sublinhar a sua participação na estreia mundial de Mal’akhim – Angels de Riccardo Piacentini. divino sospiro © dr Divino Sospiro Desde a sua criação, o agrupamento Divino Sospiro já participou em alguns dos mais prestigiados festivais e em algumas das salas mais importantes da Europa, bem como nos Dias da Música, Festival de Música de Leiria, Festival d’Île de France – espectáculo gravado pela Radio France –, Teatro Nacional de São Carlos, Folle Journée de Nantes, Folle Journée au Japon, Festival de Varna, Fevereiro Lírico em San Lorenzo de L’Escorial, Mozartiana Festival em Gdansk, Auditório Nacional de Espanha em Madrid e o conceituado Festival d’Ambronay. Entretanto, foram muitos os registos e gravações deste agrupamento, dos quais destacamos os realizados para a Radio France, Antena 2, RTP e Mezzo, e a gravação de um CD para a editora japonesa Nichion, com repertório dedicado a W. A. Mozart – que mereceu o galardão de bestseller naquele país –. Divino Sospiro conta com a participação frequente dos prestigiados artistas Enrico Onofri, Chiara Banchini, Christina Pluhar, Rinaldo Alessandrini, Maria Cristina Kiehr, Alexandrina Pendatchanska, Gemma Bertagnolli, Alfredo Bernardini, Katia e Marielle Labèque, Christophe Coin e Maria Bayo. Em janeiro de 2011, em estreia mundial moderna, apresentou no Centro Cultural de Belém a ópera Antigono de Antonio Mazzoni e, em fevereiro de 2012, apresentou em estreia mundial a edição critica de Morte d’Abel, oratória de Pedro António Avondano. Em 2012 apresentou ainda o CD 1700, Século dos portugueses, rapidamente aclamado pela crítica internacional. Atualmente, o repertório da orquestra não se restringe apenas ao período barroco, tendo-se alargado também aos períodos clássico e até romântico, com algumas incursões pela música contemporânea. Desde a temporada 12/13, o Divino Sospiro mantém com o Coro Gulbenkian uma colaboração regular em projetos artísticos no âmbito da música antiga, incluindo a realização de digressões internacionais e de gravações discográficas. 17 Divino Sospiro Enrico Onofri maestro primeiros violinos Alessandro Tampieri Concertino Iskrena Yordanova Alfia Bakieva segundos violinos Paolo Perrone Maria Cristina Vasi Leonor de Lera terceiros violinos Elisa Bestetti Reyes Gallardo violas Massimo Mazzeo Miriam Macaia viola da gamba / lirone Rodney Prada viola da gamba Sofia Diniz violoncelos Diana Vinagre Ana Raquel Pinheiro violones Marta Vicente chitarrone e ceterone Pietro Prosser alaúde Diego Cantalupi 18 primeiro cornetto Doron Sherwin segundo cornetto Josué Melendéz dulçaína José Gomes flautins Pedro Castro Inez Moz Caldas trombones Adam Woolf Ole-Kristian Andersen Joost Swinkels Erik Björkqvist David Yacus trompete Stephen Mason cravo / órgão Mariangiola Martello Marcin Swiatckievicz harpa Marta Graziolino percussão Rui Silva Fundado em 1964, o Coro Gulbenkian conta presentemente com uma formação sinfónica de cerca de 100 cantores, atuando igualmente em grupos vocais reduzidos, conforme a natureza das obras a executar. Assim, tanto pode apresentar-se como grupo a cappella, como colaborar com a Orquestra Gulbenkian ou outros agrupamentos para a execução de obras coral-sinfónicas do repertório clássico e romântico. Na música do século XX tem interpretado, frequentemente em estreia absoluta, inúmeras obras contemporâneas de compositores portugueses e estrangeiros. Tem sido igualmente convidado para colaborar com as mais prestigiadas orquestras mundiais, sob a direção de maestros como Sir Colin Davis, Claudio Abbado, Emmanuel Krivine, Frans Brüggen, Franz Welser-Möst, Rafael Frübeck de Burgos, Gerd Albrecht e Theodor Guschlbauer. Para além da sua apresentação regular em Lisboa, e das suas digressões em Portugal, o Coro Gulbenkian atuou em numerosos países em todo o mundo. Em 1992, uma digressão por várias cidades da Holanda e da Alemanha, com a Orquestra do Século XVIII, deu origem à gravação ao vivo da Nona Sinfonia de Beethoven, que foi incluída na edição integral das sinfonias de Beethoven que Frans Brüggen realizou para a Philips com aquela orquestra. Paralelamente a estas colaborações e digressões, o Coro Gulbenkian tem participado em alguns importantes festivais internacionais. coro gulbenkian © rita santos - arte das musas Coro Gulbenkian No plano discográfico, o nome do Coro Gulbenkian encontra-se associado às editoras Philips, Archiv / Deutsche Grammophon, Erato, Cascavelle, Musifrance, FNAC-Music, Aria-Music e Pentatone, tendo ao longo dos anos registado um repertório diversificado, com particular incidência na música portuguesa do século XVI ao século XX. Algumas gravações receberam prémios internacionais, como o Prémio Berlioz da Academia Nacional Francesa do Disco Lírico, o Grand Prix International du Disque da Academia Charles Cros e o Orphée d’Or. Em 2006, por ocasião do cinquentenário da morte de Luís de Freitas Branco, assinalado no ano anterior, o Coro Gulbenkian registou a primeira integral dos Madrigais Camonianos deste compositor. Neste mesmo ano, gravou para a editora Portugaler obras a cappella de Pero de Gambôa e Lourenço Ribeiro, e vilancicos negros do século XVII, de Santa Cruz de Coimbra, e para a editora Portugalsom obras corais de Fernando Lopes-Graça. Em 2010 gravou em DVD a Missa Solemnis de Beethoven, com a Orquestra de Câmara da Europa, dirigida por John Nelson, tendo esta atuação sido transmitida em direto pela plataforma audiovisual www.medici.tv. Desde 1969, Michel Corboz é o Maestro Titular do Coro, sendo as funções de Maestro Adjunto desempenhadas por Jorge Matta desde janeiro de 2012. 19 Coro Gulbenkian Michel Corboz maestro titular Jorge Matta maestro adjunto sopranos Mariana Moldão Marisa Figueira Rosa Caldeira Susana Duarte Teresa Duarte contraltos Fátima Nunes Joana Nascimento * Manon Marques Patrícia Mendes tenores Frederico Projecto João Branco Pedro Cachado * Pedro Miguel Sérgio Fontão baixos Artur Carneiro Manuel Rebelo * Ricardo Martins Rui Borras * Cantores solistas Coordenadora: Mariana Portas Produtora: Fátima Pinho 20 gabriela montero © colin bell-licensed to emi classics Agenda 25 02 segunda 25 Fevereiro 2013 19 :00h – Grande Auditório ciclo de piano Gabriela Montero Johannes Brahms piano Intermezzo, op. 117 © joana dilão Fryderyk Chopin Scherzo nº 3, em Dó sustenido menor, op. 39 e obras de Ernesto Lecuona, Alberto Ginastera, Ernesto Nazareth, Moisés Moleiro Improvisos sobre temas fornecidos pelo público rené jacobs © philippe matsas quinta 28 Fevereiro 2013 21:00h – Grande Auditório sexta 01 Março 2013 19:00h – Grande Auditório Orquestra Gulbenkian René Jacobs maestro Jörg Widmann clarinete 28 01 02 03 Joseph Haydn Sinfonia nº 104, em Ré maior, Londres, Hob.I:104 Wolfgang Amadeus Mozart Concerto para Clarinete e Orquestra, em Lá maior, K.622 Franz Schubert Sinfonia nº 6, em Dó maior, D. 589 21 26 - 27 - 28 Março terça, 21:00h — Grande Auditório quarta, 19:00h — Grande Auditório quinta, 21:00h — Grande Auditório Coro e Orquestra Gulbenkian Michel Corboz maestro Rachel Harnisch soprano Fernando Guimarães Rudolf Rosen barítono tenor Um Requiem Alemão michel corboz ©dr brahms MUSICA.GULBENKIAN.PT 22 Não é permitido tirar fotografias nem fazer gravações sonoras ou filmagens durante os concertos. Desligue o alarme do seu relógio ou telemóvel antes do início dos concertos. Programas e elencos sujeitos a alteração sem prévio aviso. direção criativa Ian Anderson design e direção de arte The Designers Republic design gráfico AH–HA impressão e acabamento Textype - Artes Gráficas, Lda tiragem 600 exemplares preço 2€ Lisboa, Fevereiro 2013 MUSICA.GULBENKIAN.PT