_________________________________________________________________________________ Resumo: Para compreender a questão agrária na atualidade consideramos necessário o uso adequado de determinados conceitos e categorias analíticas. Nesse...
more_________________________________________________________________________________ Resumo: Para compreender a questão agrária na atualidade consideramos necessário o uso adequado de determinados conceitos e categorias analíticas. Nesse aspecto, problematizamos a reprodução do conceito de neoextrativismo proposto por Eduardo Gudynas na Geografia brasileira. O neoextrativismo promove profundos impactos territoriais, daí a necessidade do estudo que objetiva contemplar a materialidade da reprodução do mesmo visando sua operacionalização geográfica. Para isso, a metodologia efetuada contou com a pesquisa empírica realizada em Moçambique em confronto com teses e dissertações geográficas que fazem uso do conceito em pauta relacionando-o com categorias analíticas geográficas. O estudo aqui apresentado resultou na confirmação da reprodução conceitual e em uma aproximação de sua operacionalização no campo da pesquisa em Geografia. Palavras-chave: Geografia. Neoextrativismo. questão agrária. Operacionalização _________________________________________________________________________________ Introdução Minerais sedimentados no tempo profundo dos processos geológicos dominam imaginários mitológicos e geram conflitos com ressonâncias contemporâneas. Extraídos na forma de matérias-primas e transformados em recursos naturais, distintos minerais, desde a acumulação primitiva, alçam o nível de mercadorias com o desenvolvimento do modo de produção capitalista. Essa transmutação se tornou tão forte que se autonomizou e aderiu "... coisas que, em si e para si, naõ saõ mercadorias ... que podem ser postas à venda por dinheiro pelos seus possuidores e assim receber, por meio de seu preço, a forma mercadoria" (MARX, 2013, p. 91), assim, "[...] os objetos tomam o lugar das coisas. No princípio, tudo eram coisas, enquanto hoje tudo tende a ser objeto, já que as próprias coisas, dádivas da natureza, quando utilizadas pelos homens a partir de um conjunto de intenções sociais, passam, também, a ser objetos" (SANTOS, 2009, p. 41). Nesse processo, minerais tornaram-se elementos essenciais na produção de objetos técnicos que compõem as infraestruturas, os meios de transporte e telecomunicações, possibilitando a criação de fixos e fluxos territoriais que permitem a circulação de capitais.