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Jeovane Camargo

    Jeovane Camargo

    O presente texto se propõe reconstruir algumas das linhas principais do problema da articulação entre percepção e linguagem em Merleau-Ponty. Para tanto, parte-se da questão da origem da linguagem, na Fenomenologia da percepção, e se... more
    O presente texto se propõe reconstruir algumas das linhas principais do problema da articulação entre percepção e linguagem em Merleau-Ponty. Para tanto, parte-se da questão da origem da linguagem, na Fenomenologia da percepção, e se acompanha seus desdobramentos e reformulações ao longo do período intermediário (década de 1950), quando Merleau-Ponty se aproxima da linguística de Saussure, e do período final (década de 1960), quando Merleau-Ponty desenvolve seu conceito de Ser bruto. Paulatinamente, a percepção passa a apresentar a mesma estrutura diacrítica da linguagem, um solo originário mudo, mas expressivo. E a linguagem aparece cada vez mais como a elevação desse solo à expressividade propriamente linguística.
    From the reading and interpretation of Phenomenology of perception (1945), I intend to show how the phenomenological description undert ak n in the first phase of Merleau-Ponty’s thought has the idea of an originary pact between b ody and... more
    From the reading and interpretation of Phenomenology of perception (1945), I intend to show how the phenomenological description undert ak n in the first phase of Merleau-Ponty’s thought has the idea of an originary pact between b ody and world as a starting point. This idea is emphasized in the way of operation of temporalit y, which requires a starting point in order to unfold itself thereafter. The originary pact also r aises the problem of the relationship between body and world because it opens the experience acco rding to sensitive relations. Furthermore, I also try to show that such idea is maintained even in The visible and the invisible (1964), in the way that all Merleau-Ponty’s reflections can be com promised with such presupposition. At last I search to bring to light the unthoughtful that such originary pact enunciates.
    What is the purpose of the self-criticism that Merleau-Ponty addresses to his texts from the 1940s? How we can understand the alleged dualism present in  Phenomenology of perception (1945)? What kind of consciousness Merleau-Ponty calls... more
    What is the purpose of the self-criticism that Merleau-Ponty addresses to his texts from the 1940s? How we can understand the alleged dualism present in  Phenomenology of perception (1945)? What kind of consciousness Merleau-Ponty calls "mythology" in 1964? In which sense can we understand the term not-being in 1945, which appears to be the main point to which Merleau-Ponty‘s self-criticism is directed? In contrast with some scholars who try to show that there is an exteriority between being and not-being in Phenomenology of perception , I try to show that in 1945 being and not-being are two names for the same notion: temporality or expressiveness. Thus, the criticism of  The visible and the invisible (1964) is directed to another point and Phenomenology of perception cannot be read as a simple "psychology" text anymore.
    Qual e o sentido da autocritica que Merleau-Ponty endereca aos textos dos anos de 1940? Como podemos entender o suposto dualismo que estaria presente na Fenomenologia da percepcao (1945)? Que especie de consciencia Merleau-Ponty, em 1964,... more
    Qual e o sentido da autocritica que Merleau-Ponty endereca aos textos dos anos de 1940? Como podemos entender o suposto dualismo que estaria presente na Fenomenologia da percepcao (1945)? Que especie de consciencia Merleau-Ponty, em 1964, chama de ―mitologia‖? Em que sentido podemos entender o termo nao ser em 1945, o qual aparece como o ponto crucial em que recai a autocritica de Merleau-Ponty? Ao contrario de alguns comentadores que tentam mostrar uma exterioridade entre ser e nao ser na Fenomenologia da percepcao, tento mostrar que em 1945 ser e nao ser sao dois nomes para uma mesma nocao: a temporalidade, ou expressividade. Dessa maneira, a critica de O visivel e o invisivel (1964) recai sobre outro ponto e a Fenomenologia da percepcao nao pode mais ser lida como simples texto de ―psicologia‖. Palavras-chave: Ser; Nao ser; Corpo; Consciencia; Linguagem.
    Resumo O propósito deste texto é mostrar que os problemas enfrentados por Merleau-Ponty, ao longo de seu percurso de pensamento, decorrem dos pressupostos dicotômicos dos quais ele parte. Assim, procuramos trazer à tona outras... more
    Resumo O propósito deste texto é mostrar que os problemas enfrentados por Merleau-Ponty, ao longo de seu percurso de pensamento, decorrem dos pressupostos dicotômicos dos quais ele parte. Assim, procuramos trazer à tona outras consequências de se assumir tal pressuposto, o do primado de uma experiência perceptiva muda como solo natal de todas as outras modalidades da experiência. Para tanto, tomam-se em consideração tanto a primeira como a segunda fase do pensamento de Merleau-Ponty.
    We intent to show how Merleau-Ponty, in the courses that form The Nature, understands nature and the human body. In addition, we try to present also how the internal relationship between nature and body realized itself through the notion... more
    We intent to show how Merleau-Ponty, in the courses that form The Nature, understands nature and the human body. In addition, we try to present also how the internal relationship between nature and body realized itself through the notion of desire.
    A partir da leitura e interpretação da Fenomenologia da Percepção (1945), procuro mostrar como a descrição fenomenológica, empreendida na primeira fase do pensamento de Merleau-Ponty, tem como ponto de partida a ideia de um pacto... more
    A partir da leitura e interpretação da Fenomenologia da Percepção (1945), procuro mostrar como a descrição fenomenológica, empreendida na primeira fase do pensamento de Merleau-Ponty, tem como ponto de partida a ideia de um pacto originário entre corpo e mundo. Essa ideia é enfatizada pelo modo de funcionamento da temporalidade, o qual precisa de umponto de partida para, em seguida, se desdobrar. O pacto originário, ao abrir a experiência por meio de relações sensíveis, coloca o problema da articulação entre corpo e mundo. Além disso, tento mostrar, ainda, que tal ideia é mantida até mesmo em O Visível e o Invisível (1964), demaneira que todas as reflexões de Merleau-Ponty podem estar comprometidas com tal pressuposto. Enfim, procuro trazer à luz certo impensado que tal pacto originário enuncia.
    Tradução de “Preleções Sobre Gramática Latina” de Friedrich Nietzche.
    Neste artigo, procuramos mostrar a articulação entre temporalidade e desejo no que diz respeito à Fenomenologia da percepção. Tentamos ainda explicitar como a intenção significativa ganha uma nova possibilidade de compreensão ao ser... more
    Neste artigo, procuramos mostrar a articulação entre temporalidade e desejo no que diz respeito à Fenomenologia da percepção. Tentamos ainda explicitar como a intenção significativa ganha uma nova possibilidade de compreensão ao ser articulada à noção de desejo enquanto “carência que procura se preencher”. Ao invés de ser concebida como a recaída de Merleau-Ponty no intelectualismo, a intenção significativa revela-se como uma das possibilidades da própria temporalidade. Por fim, estabelecemos um possível paralelo entre Merleau-Ponty e o pensamento de R. Barbaras em relação às suas concepções do desejo.
    A investigação do sentido diacrítico da linguagem leva a seentender a estrutura perceptiva como um arranjo opositivo não maisdependente exclusivamente das possibilidades do corpo. Esse ajuste teórico da segunda fase do pensamento de... more
    A investigação do sentido diacrítico da linguagem leva a seentender a estrutura perceptiva como um arranjo opositivo não maisdependente exclusivamente das possibilidades do corpo. Esse ajuste teórico da segunda fase do pensamento de Merleau-Ponty visa a su-perar os problemas da primeira fase. O percebido e a fala significam agora por meio do arranjo de seus termos, não remetendo seu poderexpressivo a algum tipo de positividade ou “interioridade”.
    Propomos investigar a originalidade da poesia de Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa, frente ao pensamento moderno e contemporâneo. Ao aliar uma experiência original da realidade imediata, uma desaprendizagem das abstrações... more
    Propomos investigar a originalidade da poesia de Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa, frente ao pensamento moderno e contemporâneo. Ao aliar uma experiência original da realidade imediata, uma desaprendizagem das abstrações metafísicas/modernas e uma linguagem conciliada com as coisas elas mesmas, a poesia de Caeiro se mostra apta a figurar como uma superação possível das dicotomias características do pensamento moderno, como sujeito e objeto. Ela pode solucionar também os impasses da fenomenologia de Merleau-Ponty, como a articulação corpo e natureza e a passagem da experiência perceptiva muda à linguagem. Para tanto, consideramos pontualmente a experiência caeiriana da coisa, do corpo, da linguagem, e sua negação da Realidade como tempo e como desejo.
    Face às atuais compreensões da violência, que tendem a apresentá-la sempre negativamente, a genealogia de Nietzsche permite entender que a violência também possui um caráter positivo no percurso histórico do ocidente. Ela possibilitou a... more
    Face às atuais compreensões da violência, que tendem a apresentá-la sempre negativamente, a genealogia de Nietzsche permite entender que a violência também possui um caráter positivo no percurso histórico do ocidente. Ela possibilitou a instauração da civilização, na medida em que modelou um determinado tipo humano. A eticidade do costume e o direito primitivo foram mecanismos de violência e crueldade que tornaram o homem responsável, previsível e obediente às normas. Por meio da renúncia à satisfação imediata dos instintos, internalizou-se a culpa e se instituiu o homem civilizado. Mas nesse mesmo percurso cresceu e dominou o niilismo.