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No começo da década de 2010, nos Estados Unidos debatia-se a legalização do casamento entre pessoas do mesmo gênero e o consumo de conteúdo audiovisual foi posto no centro do debate que tinha foco na audiência de seriados com personagens... more
No começo da década de 2010, nos Estados Unidos debatia-se a legalização do casamento entre pessoas do mesmo gênero e o consumo de conteúdo audiovisual foi posto no centro do debate que tinha foco na audiência de seriados com personagens gays.
O fenômeno do efeito contágio na mídia não é novo, mas muito atual. No Brasil a mídia é a terceira maior causa de suicídio em jovens de 15 a 29 anos, e um grave problema de saúde pública. Nesse ensaio desvelamos por meio de uma revisão... more
O fenômeno do efeito contágio na mídia não é novo, mas muito atual. No Brasil a mídia é a terceira maior causa de suicídio em jovens de 15 a 29 anos, e um grave problema de saúde pública. Nesse ensaio desvelamos por meio de uma revisão bibliográfia as evidências que suportam o efeito epidêmico de suicídio na mídia e seus modos de operação por meio de teorias como a de Albert Bandura e sua Teoria da Aprendizagem Social. Tal relação é aqui prestigiada em função dos mais recentes sucessos como 13 Reasons Why e Euphoria, que descrevem o suicídio e comportamentos autodestrutivos de forma curiosamente descuidada. Apontamos como urgente a necessidade de normatização legal da produção e distribuição dessas mensagens nos meios de comunicação social brasileiros, que venha a contemplar os diversos gêneros audiovisuais e, sobretudo, os novos suportes de veiculação caracterizados por seu modelo assincrônico de distribuição de conteúdo.
A presente pesquisa buscou compreender o que motiva o público brasileiro a se expor ao seriado estadunidense RuPaul's Drag Race, transmitido no Brasil atualmente pelo canal por assinatura Multishow e disponível no serviço sob demanda... more
A presente pesquisa buscou compreender o que motiva o público brasileiro a se expor ao seriado estadunidense RuPaul's Drag Race, transmitido no Brasil atualmente pelo canal por assinatura Multishow e disponível no serviço sob demanda Netflix, já tendo passado pelo canal VH1. Para tanto fomos a campo para compreender o que leva um produto protagonizado por drag queens a ser consumido de tal forma a levar a cultura de homens que se vestem de mulher ao auge. A Teoria Fundamentada em Dados foi o método utilizado para descobrir as motivações do público para assistir ao programa, sendo elas 1. integração social, 2. bandeira identitária, 3. aprendizagem e 4. curiosidade.
O artigo analisa a representação da comunidade LGBT na primeira e na quarta minisséries do universo “Crônicas de São Francisco”, ambas baseadas nos escritos do autor Armistead Maupin. As produções audiovisuais que são objeto deste artigo,... more
O artigo analisa a representação da comunidade LGBT na primeira e na quarta minisséries
do universo “Crônicas de São Francisco”, ambas baseadas nos escritos do autor
Armistead Maupin. As produções audiovisuais que são objeto deste artigo, lançadas
respectivamente em 1993 e 2019, têm em comum histórias cujo sujeito dos
microuniversos é Mary Ann Singleton, uma jovem branca hétero de Cleveland, que lida
com uma São Francisco rodeada de pessoas LGBTs e feministas, todas num espectro
progressista de liberdade dos corpos, tendo cenas de choque cultural entre
protagonista e coadjuvantes em ambas produções. Para analisar as minisséries, foi
utilizado o método de leitura crítica da mídia proposto por Kellner (2001) tendo como
escopo teórico os Estudos Culturais, os Estudos Queer e os Estudos de Gênero. Esta
produção em dois tempos ajuda-nos a compreender a representação em curso e como
ela se difere do contexto histórico anterior — sobretudo no contexto progressista —
para a luta contra opressão sistêmica.
O fenômeno do efeito contágio na mídia não é novo, mas muito atual. No Brasil a mídia é a terceira maior causa de suicídio em jovens de 15 a 29 anos, e um grave problema de saúde pública. Nesse ensaio desvelamos por meio de uma revisão... more
O fenômeno do efeito contágio na mídia não é novo, mas muito atual. No Brasil a mídia é a terceira maior
causa de suicídio em jovens de 15 a 29 anos, e um grave problema de saúde pública. Nesse ensaio desvelamos
por meio de uma revisão bibliográfica as evidências que suportam o efeito epidêmico de suicídio na mídia e
seus modos de operação por meio de teorias como a de Albert Bandura e sua Teoria da Aprendizagem Social.
Tal relação é aqui prestigiada em função dos mais recentes sucessos como 13 Reasons Why e Euphoria, que
descrevem o suicídio e comportamentos autodestrutivos de forma curiosamente descuidada. Apontamos
como urgente a necessidade de normatização legal da produção e distribuição dessas mensagens nos meios
de comunicação social brasileiros, que venha a contemplar os diversos gêneros audiovisuais e, sobretudo,
os novos suportes de veiculação caracterizados por seu modelo assincrônico de distribuição de conteúdo.
A presente pesquisa buscou compreender o que motiva o público brasileiro a se expor ao seriado estadunidense RuPaul's Drag Race, transmitido no Brasil atualmente pelo canal por assinatura Multishow e disponível no serviço sob demanda... more
A presente pesquisa buscou compreender o que motiva o público brasileiro a se expor ao
seriado estadunidense RuPaul's Drag Race, transmitido no Brasil atualmente pelo canal por
assinatura Multishow e disponível no serviço sob demanda Netflix, já tendo passado pelo
canal VH1. Para tanto fomos a campo para compreender o que leva um produto
protagonizado por drag queens a ser consumido de tal forma a levar a cultura de homens
que se vestem de mulher ao auge. A Teoria Fundamentada em Dados foi o método
utilizado para descobrir as motivações do público para assistir ao programa, sendo elas 1.
integração social, 2. bandeira identitária, 3. aprendizagem e 4. curiosidade
Em seu canal institucional no Youtube, a Netflix afirma ser uma aliada de grupos minorizados, dentre eles LGBTAs. Esse posicionamento nos impulsiona a estudar a forma como essas identidades dissidentes são representadas nas séries do... more
Em seu canal institucional no Youtube, a Netflix afirma ser uma aliada de grupos minorizados, dentre eles LGBTAs. Esse posicionamento nos impulsiona a estudar a forma como essas identidades dissidentes são representadas nas séries do serviço de streaming. Para isso, optamos por fazer uma análise das produções do gênero televisivo sitcom da Netflix e, mais além, buscamos entender se a comicidade dessas séries serve à comunidade de forma progressista, reacionária ou neutra. Como recorte para a composição do corpus, o presente trabalho selecionou as nove sitcoms originais da Netflix da década de 2010, tendo como base amostral até 10 episódios mais bem qualificados no site IMDb. O resultado foi um corpus composto por 88 episódios, estudados a partir da Análise de Conteúdo proposta por Bardin (2011) numa abordagem quantitativa/qualitativa com categorias analíticas desenvolvidas a partir de proposições teóricas de Greimas (1973), Propp (1992) e Colling (2012), bem como o marco teórico dos Estudos Culturais, dos Estudos Queer e dos Estudos de Gênero. Deparamo-nos com um padrão representacional das personagens da comunidade LGBTA que aponta a plataforma como um espaço potencialmente conservador cuja demografia é constituída por 52,5% de gays, 60% homens e 70% brancos, demonstrando a dificuldade das pessoas que não correspondem ao padrão do status quo de se reconhecerem na tela. Constatamos que há a ausência de diversas identidades, como as pessoas intergênero, as de sexualidade fluida e pansexuais, as que possuem relações poliamorosas, além de identidades que partem de uma lógica não eurocêntrica, como as travestis brasileiras, as pessoas de dois-espíritos, da cultura dos povos originários estadunidenses, ou o terceiro gênero Hijra, da cultura indiana. Os dados encontrados nesta pesquisa apontam para uma modificação apenas parcial da forma como esta comunidade aparecia em produções seriadas ao longo da história, considerando a delimitação do corpus. Já quanto à produção de humor nas séries, localizamos 67 situações cômicas no campo reacionário, divididas nas categorias “Limitação da identidade à prática sexual”, “Reforço da inferiorização das identidades desviantes”, “Reforço de estereótipos de gênero e sexualidade análogo a determinadas identidades”, “A busca pela natureza da homossexualidade” e “Reforço da heteronormatividade”; foram também localizas 42 situações cômicas numa suposta neutralidade; 40 no campo progressista, divididas nas categorias “Repensa a hierarquização das sexualidades e condições de gênero”, “A normalidade de uma identidade é construção social”, “Binarismo é uma construção”, “Respeito a quem quer estar na margem”, “Politização do abjeto” e “Problematização da heteronormatividade”. Foram ainda localizadas duas situações cômicas que possuem teor tanto reacionário quanto progressista e a colocamos na categoria “dúbia”. Notamos que nem sempre a mensagem enviada pela comicidade é coerente com o restante da narrativa, já que há séries que despontam discursos progressistas que questionam a estrutura social, mas que possuem piadas reacionárias. Há nas sitcoms, por exemplo, validação e difusão de diversos estereótipos inerentes, como a desmasculinização inata aos gays. Concluímos que para combater as representações reacionárias, deve-se criar representações progressistas que exponham tais personagens/identidades de forma complexa, desenvolvendo a personagem para além de participações pontuais que por vezes reforçam estereótipos que se tornam risíveis para a audiência.