Escrava Marcada
De Alba Duro
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Sobre este e-book
Não era ninguém, não era nada.
Encapuzada, magra, faminta, órfã e sem-teto nas ruas de Miami.
Uma latina de 19 anos sem passaporte, sem identidade e sem futuro.
Até Bill Morgan me encontrar, líder indiscutível da máfia.
Um terno preto, gravata, sapatos de grife e gel no cabelo. Poderia ser meu pai.
Perguntou-me quanto custava minha vida. Perguntou-me se poderia matar para sobreviver.
Disse que sim.
Uma tatuagem em forma de uma flor negra e três cadáveres depois, era oficialmente “a filha” de Bill, protegida acima de todos os seus homens.
Até chegar Darren, o grande chefe da concorrência, tão podre de dinheiro como meu “pai”.
Faria qualquer coisa por Bill… incluindo entregar-me a Darren.
E assim fiz.
Agora, pertencia a aquele homem. Um metro e noventa, braços fortes, pele tatuada e cheia de cicatrizes. Era bonito, muito bonito. E perigoso, mais perigoso que todos os que já havia enfrentado, incluindo Bill. Mas também me desejava como ninguém nunca havia desejado.
Por um lado, era a filha de um chefe e a garota de outro, o que me tornava… poderosa. Mas, por outro, minha vida pertencia-lhes, e agora não era só “a filha de Bill” ou “a garota de Darren”, mas também, quando entrava em sua cobertura, era sua submissa, sua escrava e sua maior paixão.
Advertência: Uma história romântica e erótica com elementos de BDSM (Dominação e Submissão) com conteúdo explícito, doses de ação e linguagem adulta, que relata a vida dentro da máfia e um caso por conveniência de uma princesa da máfia com outro mafioso milionário. Dirigida a um público adulto.
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Escrava Marcada - Alba Duro
Dedicado a Mar e a Sara
I
Era um dia qualquer, porém era um feriado. A única coisa que as pessoas podiam fazer era sair para a rua ou ir aos centros comerciais para caminhar e distrair-se um pouco. Se tinha sorte, era possível encontrar algum banco aberto par fazer um depósito rápido ou olhar como estava a conta caso não tenha tivesse tempo nos outros dias.
Sim, era como um dia qualquer, as pessoas formavam filas esperando e abanando-se porque fazia calor. De repente, um estrondo poderoso sacudiu a agência e as expressões de surpresa e temor foram instantâneas.
Outro ruído ensurdecedor, mas desta vez foi acompanhada de uma espessa cortina de fumaça e de um cheiro tão penetrante que as pessoas se contorciam e seu olhos lacrimejavam. Entre palavras confusas escutou-se um som de um disparo.
Um.
Dois.
Três no total.
As poucas pessoas que estavam com os pensamentos claros e atentos ao que se sucedia concluíram que se tratava de um roubo.
— NÃO, POR FAVOR, NÃO, NÃO, POR FAVOR.
Gritava uma mulher morena, de cabelo preto e longo, quem atendia aos clientes.
— Pare.
— NÃO, POR FAVOR, SENHOR, EU LHE IMPLORO, TENHA PIEDADE.
Ela continuava gritando, os outros dirigiram-se até o cofre para pegar o dinheiro.
— Mexam-se, pois não temos tempo!
Eram seis. Dois estavam do lado de fora, vigiando e os outros quatro pareciam os Cavaleiros do Apocalipse. Dentre eles saiu uma figura pequena e magra, completamente tapada com exceção dos olhos. Estendeu sua mão e segurou o cabelo da mulher que gritava.
— Cale a boca!
Era surpreendente que uma pessoa com esse porte arrastasse quase sem problemas a uma mulher com o dobro de seu peso. Mas sim, o fazia com facilidade.
Dois apontavam para os reféns, os outros dois estavam no cofre com grandes sacos de lona.
— Encha!
Disse essa figura em tom de ordem. Ela acatou enquanto controlava seus nervos.
— Rápido, estúpida!
Disse o cúmplice à mulher. Em alguns minutos agonizantes, ela finalmente colocou nos sacos tanto quanto pôde e ambos ladrões ficaram satisfeitos.
— Vou saindo, ande rápido.
Disse um e deixou sozinhas a executiva e a mulher de preto. Aproximou-se lentamente e pegou uma faca com uma lâmina brilhante.
— Isto é para que se lembre de nós.
Com a ponta afiada, fez uma linha irregular desde a têmpora até o queixo. Os gritos e soluços aumentaram o terrível suspense naquele ambiente.
Guardou a faca e, finalmente, a mulher jogou-se no chão sem dizer nada, salvo o sangue que escorria em seu rosto. Todos saíram tão rápido quanto entraram. O centro comercial havia ficado vazio, mas era possível ouvir as sirenes dos carros dos policiais aproximando-se.
Um furgão branco, no estilo de uma van, esperava-os pronto para arrancar.
— VAI COM TUDO, GAROTO!
Escutou-se o chiado dos pneus e a marca ficou no asfalto quente.
Permaneciam tapados até que se deram conta de que haviam conseguido uma boa distância entre eles e as autoridades.
— Droga, essa mulher atrapalhou demais. Quase nos pegam por culpa dela!
— Não só isso, a Katrina também demorou um pouco com ela lá dentro. Você tem que ter cuidado, hein.
Em um canto da van, a moça tirou o capuz e deixou descoberto seu cabelo curto, quase raspado, e seu olhar frio.
— Só queria dar um presente a ela.
— É, ok, mas pense que isso também nos custa tempo.
Ela parou de responder. Para ela não fazia diferença já que, no fim das contas, conseguiram alcançar o objetivo.
Depois de uma hora, chegaram a uma zona bem afastada da cidade. Aproximaram-se de um centro de lavagem de roupa industrial e entraram todos em um estacionamento subterrâneo.
O ambiente estava tenso principalmente porque, apesar da operação ter tido sucesso, quase arriscaram a vida do grupo.
Os seis desceram e passaram por enormes lavadoras industriais e grandes cestos de roupa para passar. Katrina era a última, caminhando como se estivesse no automático.
Chegaram em pouco tempo. Subiram uma escada comprida até chagar a uma sala. Ao entrar, encontraram-se com um homem branco, de cabelo preto e penteado com gel para trás e de costas largas. Falava ao telefone e suas largas costas serviam como uma barreira para ignorar a presença de quem estava ali.
— Sim, estou de acordo. Certo, então esperarei o carregamento à tarde.
Desligou e virou-se.
Os grandes olhos claros de Bill Morgan fixaram-se nos seis que estavam ali, porém concentrou o olhar em Katrina, que se encontrava afastada dos outros.
— E então, garotos, como foi?
— Chefe, fomos bem. Conseguimos pegar duas bolsas com quase 500 mil dólares. Poderia ter sido mais, porém houve alguns inconvenientes.
— Excelente, garotos. Espero que se tenham divertido com esta, digamos, experiência em campo. Terei que pedir-lhes que deixem minha sala, por favor... Menos você, Katrina. Precisamos conversar.
Os demais saíram e perceberam o tom autoritário daquela ordem. Alguns sorriram porque, enfim, ela provaria uma dose do seu próprio veneno.
Um completo silêncio. Foram saindo até deixá-los a sós.
— Deixe-me ver você direito.
Katrina, de má vontade, deu um passo à frente e a luz do teto iluminou-a por completo. Cabelo curto, uma tatuagem em forma de flor, uma caveira no antebraço, roupa preta e um olhar duro e desafiante.
Bill levantou-se da cadeira e demonstrou seu tamanho. Perto dela, ele parecia praticamente um gigante. Deu alguns poucos passos e apoiou-se na mesa.
Com tom cansado, disse.
— Kat, disseram-me que você fez algo que colocou em risco toda a operação.
— Você sabe que isso é como uma brincadeira de criança para nós.
— Eu sei, da mesma forma temos que ter cuidado com cada passo que damos. Já lhe disse incontáveis vezes.
Katrina suspirou alto.
— Kat, olhe para mim, aham, assim. Não tem que demonstrar ser forte ou ser uma boa líder, isso já ficou claro