Nos Limites da Terra

UM

A FOME

A multidão avançou para a frente, agitando seus porretes e bastões. Gritos de raiva e desespero impulsionados pela fome irromperam de suas gargantas. Eles precisavam de comida para si mesmos e para suas famílias. Se não houvesse comida, a vingança serviria como substituto, pois morreriam de fome ou pelos abomináveis soldados britânicos.

Três homens estavam no caminho deles. Um deles era um cidadão servindo de guia para os outros dois. Sendo assim, ele imediatamente desapareceu. Seu salário como guia não era adequado para justificar passar por esse perigo. Um cavalheiro alto de cabelos ruivos e vestindo roupas elegantes e botas finas, deu um passo à frente, com um olhar sereno em seu rosto, quando ele apontou o dedo indicador para a multidão que se aproximava. O outro era seu servo, um enorme jovem de cabelos escuros vestindo roupas negras. Ele olhou para a multidão e começou a se afastar para trás, abrindo e fechando os punhos. Isto é uma loucura, pensou o jovem, eles são muitos. Nem mesmo o meu poder poderá detê-los.

O homem que apontou o dedo para a multidão se deu conta de que sua mente não conseguia penetrar em nenhuma mente das pessoas no primeiro plano e uma expressão intrigada se formou em seus olhos. Ele direcionou sua mente por entre a multidão até poder encontrar uma que ele pudesse controlar.

Você deve atacar a pessoa ao seu lado, sua mente ordenou. O comando mental chegou tarde.

O homem que deu a instrução mental parou, retirou o seu taco e começou a balançá-lo violentamente para o homem próximo a ele. A multidão avançou e o derrubou. Com um rugido, os homens irritados atacaram o intrusos de cabelos ruivos, finamente vestidos e com os estranhos olhos acobreados.

Gritos por comida e gritos para procurar sua carteira vieram de outro grupo. Outros a levaram depois que os jovens fugiram pela estrada. Eles estavam muito fracos por causa da fome, apesar de serem jovens fortes e de boa ossadura. Os jovens cambalearam até o bar onde eles estavam alojados e ofegantes contaram a história de um mestre que estava morrendo. Um homem foi enviado para informar o padre local. O padre então enviou uma mensagem para o seu senhorio. No final da tarde, um grupo de homens a cavalo chegou da estrada rural e recuperaram o corpo despido e mutilado do estranho.

O corpo foi devolvido à aldeia e seu senhorio enviou um homem de confiança para falar com um jovem chamado Llewellyn. Para a surpresa da maioria, os jovens tinham desaparecido e o quarto estava desocupado.

Dois forasteiros estavam em uma estranha busca. O proprietário do bar assegurou ao servo do Senhor. Eles perguntaram sobre um homem ruivo e estranho com olhos acobreados e um anel dourado ao redor da pupila e se estavam aqui. O homem perguntou sobre os cemitérios locais. Queria verificar as lápides, ele disse. Seu ouro era bom. O criado do cavalheiro tinha uma expressão forte. Ele provavelmente era do outro lado do oceano. O proprietário engoliu saliva antes de ousar fazer qualquer pergunta para um homem tão importante.

Vós pensais que estamos em perigo devido às multidões que rondam por aí?

Vossa senhoria enviou uma mensagem urgente para a brigada que está posicionada a poucos quilômetros daqui. Tenho certeza de que eles atenderão a seu pedido de ajuda.

Isso não vai silenciar todas as pessoas. Eles não podem comer e nem vender suas batatas podres. O proprietário do bar entendeu porque a multidão com fome rondava essa parte da Irlanda. Ainda assim, era preocupante.

É verdade, mas o ano de 1842 tem que ser um ano melhor para as colheitas do que os dois últimos anos. Teremos proteção até então. Nos informe se o jovem criado retornar. Ele se virou e deixou o estabelecimento cheio de fumaça.

Ele provavelmente correu até sua casa ou pegou um navio para o novo mundo. O último foi resmungar com o proprietário. Por que, em nome de Deus, ele se perguntou, alguém em seu perfeito juízo ficaria na Irlanda agora?

DOIS

LIBERDADE

Llewellyn sentou-se sob um afloramento de pedra, protegido contra o nevoeiro e refletia sobre suas opções. Que ele era Maca de Don, um administrador vindo de um continente no planeta Thalia, que significava mais para os seres da Terra do que os Justines que venceram Thalia. Os seres da Terra pensavam que ele tinha cerca de vinte e um anos, mas ele já tinha quase sessenta e três, de acordo com os dados a bordo da Golden One, quando ele as verificou cerca de trinta dias antes do pouso. De todos os lugares que haviam olhado e escaneado por sinais do desembarque de Toma, Ricca, o Justine, considerou que este planeta fosse como aquele que possuía áreas onde as pessoas tinham cabelos vermelhos e olhos castanhos.

Ricca postulou que esses seres poderiam ter a capacidade de evoluir para Justine como ser. Com o tempo, esses seres da Terra poderiam aumentar o o grupo genético de Justine. Pode ser possível que Toma e Justine que estão desaparecidos, tenham feito as mesmas perguntas. Na Golden One do Toma, não havia nenhum vestígio, também não havia outro planeta habitável que correspondesse às codificações dos cristais que Toma tinha deixado nos bancos de dados da Justine. Eles haviam investigado dois outros países e depois foram até a chamada Irlanda. Ricca deixou essa área como plano dois, já que a Irlanda era um desastre econômico. Outra região, os Estados Unidos, era uma vasta área de espaço vazio e de cidades que pareciam doentes. Sua população dispersa significava que qualquer busca lá levaria anos. Pesquisas em Londres mostraram que poderia haver pequenos grupos de pessoas espalhadas pela Europa e Ásia, mas essas áreas eram lugares improváveis para que Toma estivesse morando.

Llewellyn acreditou que Ricca tinha planejado abandoná-lo neste planeta. Até então, Ricca o usara como um criado. Foi também a maneira de Ricca evitar o contato mental com essas criaturas primitivas, pois lhe causavam dor de cabeça. A constatação de que não eram os métodos primitivos desse planeta que incomodavam Ricca, mas o fato de que muitos desses seres pudessem bloquear suas mentes da sondagem mental de Justine dava a Llewellyn uma imensa satisfação.

Essa mistura de genes Thalian - Justine o dotou com as habilidades de Justine de conversar mentalmente e entrar na mente de outra pessoa. Ricca ensinou-lhe o controle enquanto estava a bordo da Golden One, para evitar que ele matasse qualquer um da tripulação da Krepyon. O único vômito de Krepyon enquanto ele se esticava antes de Llewellyn tinha sido um acidente. O Kreppie (como Thalians os chamou) o atingiu e ele atacou sua mente ao invés de seus punhos. Ele acreditou que o uso de punhos teria levado Ricca a bloqueá-lo. Llewellyn não sabia como ele conseguiu canalizar diretamente para a mente do Kreppie.

Ricca ensinou-lhe o poder da mente, como construir bloqueios na mente quando a privacidade ou a meditação fossem necessárias, e como dirigir sua mente para a dos outros. Como Ricca, Llewellyn não pode entrar nas mentes de todos os seres da Terra que encontram. Ele havia suposto que era por causa de sua juventude ou o fato de que suas habilidades eram menores do que as de um Justine de sangue puro. Ele percebeu que Ricca não podia entrar em sua mente quando um hoteleiro da última cidade os trapaceou, e a ordem da mente de Ricca não pôde fazer o homem pagá-los. A dor de cabeça de Ricca tinha sido muito forte naquela noite, e Llewellyn sorriu com a lembrança.

Ele deveria ser abandonado para completar a condenação dada a ele quando ele pegou de um a vinte anos. Os Justines negavam a possibilidade de um mutante nascer de pais de planetas diferentes, mas ele existia. Eles se limitaram em acreditar ou em ensinar que os mutantes poderiam existir. Para se livrar de um problema perplexo e uma contestação de seus ensinamentos biológicos, os Justines o condenaram ao isolamento. Os últimos estranhos quarenta anos haviam sido uma escuridão. Thalians precisavam tocar, abraçar, dormir com outra pessoa, e ele não teve nada disto!

Ricca detestava que um criado fosse o encarregado dos fundos. Os costumes desta terra ordenavam que os cavalheiros não sujassem suas mãos com dinheiro. Mais recursos financeiros poderiam ser obtidos na nave Golden One se alguém soubesse como proceder de forma correta. A nave espacial, tripulada por quatro Krepyons, estava no lado escuro da lua em relação a Terra, onde os telescópios primitivos da Terra não o veriam. O Explorador da Golden One foi cuidadosamente escondido, não muito longe daqui. Está protegido por dois Krepyons no caso de um transeunte curioso calhar de aparecer.

Llewellyn poderia reservar uma passagem em um navio para as novas terras se ele tivesse mais da moeda e ouro da Golden One. Se ele tentasse contratar um marinheiro em um dos navios que navegavam para as Américas, ele temia que poderia matar um desses seres da Terra antes de chegarem. Ele viu uma parte da brutalidade que os marinheiros sofreram durante suas viagens neste planeta. Se a nave Exploradora estivesse em sua propriedade, ele poderia voar para um lugar chamado América e tentar encontrar um lugar para se esconder, mas ele ainda ficaria sem dinheiro em uma terra estranha. Havia também a chance de os Kreppies procurarem a nave Exploradora e localizá-la. Mesmo que ele os evitasse, ele morreria aqui. Sem Ricca, os Kreppies podiam matá-lo de qualquer maneira. Se a Golden One fosse dele, sempre haveria a possibilidade de que ele vivesse o suficiente para adquirir a informação necessária dos cristais de conhecimento a bordo da espaçonave para retornar ao seu planeta e completar a vingança de Mither contra os Justines. Sua Mither havia destruído o planeta Justine. Ele destruiria o Refúgio de Justine e Thalia seria livre. Tudo era um sonho até que ele resgatou a Golden One.

A noite estava começando quando ele se aproximou da caverna. Uma leve névoa estava caindo, parecia como na Irlanda na maioria das vezes. Uma lua em quarto crescente lutava contra uma nuvem e a nuvem estava ganhando. Llewellyn enfiou a mão na valise. Estava escondida dentro da brisa rebuscada. Ele girou para trás a tampa para acessar o áudio.

Eu fui enviado para recuperar o resto das reservas. Ricca está descansando para a véspera. Deve ter possivelmente soado quando o alto e rápido Kreppie chamado de Aloyed respondeu.

Você deve esperar lá fora. Um de nós irá trazê-lo para você. O comando ficou em silêncio.

Dentro de dois minutos, a voz estava de volta. Por que o precioso Ricca não apareceu?

Eu disse, ele está descansando. Os pensamentos primitivos da população desgastam sua mente.

Mais uma vez a comunicação foi cortada. Os arbustos se separaram e o Kreppie apareceu, olhando em todas as direções. Ele não ousou deixar que os seres da Terra vissem seu rosto com sua pele esverdeada e marrom e escamas nas bochechas. Ele usava o habitual manto ajustado do espaço, mas, como Krepyon, seu uniforme era verde claro.

Esta é a última das moedas e do ouro que trouxemos conosco. O grandioso disse se devemos pedir mais?

Sim, ele fez de tudo para que não descobríssemos nenhum sinal de Toma. Llewellyn estendeu a mão para pegar a valise apresentada e, em vez disso, agarrou o Kreppie pela cabeça e no pescoço e torceu. Aloyed morreu sem fazer nenhum barulho.

Llewellyn arrancou a arma do estojo de couro de Kreppie, levantou o corpo inerte e o levou de volta para o Explorador. Quaten apareceu na entrada. O que há de errado ?

Segure. Llewellyn jogou o cadáver para Quaten.

Quando Quaten cambaleou e caiu, Llewellyn se estendeu e agarrou o delicado corpo dele. Com uma torcida rápida no pescoço o corpo de Quaten se juntou ao de Aloyed atrás da nave Exploradora. Llewellyn recuperou a valise antes de embarcar e sentou-se no banco do piloto.

Ele esperou por uma hora até que a escuridão da noite caísse sobre a Terra antes de levantar voo. A maioria da população abaixo dormia e não veria a raia dourada subir da Terra. Dois dos Kreppies a bordo da nave também dormiam porque trabalharam em seus turnos de trabalho. Não era possível eles decepcionarem Ricca ao cuidar da Golden One. Era possível que os três dormissem, pois não havia perigo no arredores do espaço da Terra.

Após a acoplagem, ele deixou os corpos dentro da sentinela e correu para o elevador. Um leve brilho azulado emanava das paredes curvas e do chão. Ele ficou surpreso com o ruído das batidas que os sapatos da Terra faziam no piso metálico. Uma vez no elevador, ele tirou os sapatos. O silêncio era essencial, pois ele havia decidido assumir o controle do Centro de Comando primeiro. E haveria o despertar dos Kreppie ou Kreppies. Se os Kreppies estivessem despertos, eles deveriam saber que alguém havia retornado ao Explorador, mas ninguém havia enviado uma mensagem de voz.

Era como se o Gar, como seu povo o chamava de o Criador, abençoasse seus esforços. Uma explosão de vitória passou por Llewellyn quando ele entrou no Comando Central e viu o Kreppie dormindo e encurralado sobre o painel de controle. A vingança era doce enquanto ele torcia outro pescoço. Isso foi por todo o sofrimento que os Kreppies haviam imposto a Thalia e aos danos que tinham causado ao seu Ancião Lamar quando encolheram o seu braço direito e tomaram sua descendência. Determinado, Llewellyn marchou pelo corredor em direção ao dormitório.

O brilho azulado das paredes era mais fraco aqui, como se ao fornecer menos luz estaria simulando a noite. Um dos Kreppies tinha se vangloriado de que seu pai morreu tentando evitar que a mãe de Llewellyn, LouElla, escapasse dos asteroides. Ele tinha se especializado em tornar a existência de Llewellyn miserável e fazer falsas alegações contra ele. Ricca o silenciou. Um Justine sabia quando um Krepyon mentia. Nenhum dos três quartos estavam trancados. Llewellyn entrou em cada sala e executou o ato físico de matar os outros. Ele os envolveu em seus cobertores e pegou três cobertores extras antes de levá-los adiante.

O corpo no Centro de Comando foi envolvido em um dos cobertores. Ele iria precisar limpar os quartos e o Explorador. Ele não se importou. Ele teve tempo. Em breve, todos os seis corpos envoltos flutuariam e cairiam em direção a Terra e queimariam quando entrassem na atmosfera da Terra.

Ricca o ensinou a pilotar a Golden One dentro de uma órbita gravitacional, mas não o necessário com o uso de matemática e sistemas para traçar rotas entre as estrelas. Ele ficou contido até que ele conseguiu adquiriu o conhecimento para voar entre as estrelas. Ele e a Golden One precisavam de um paraíso onde este planeta violento não poderia destruí-los. Um lugar quieto e longe de olhos curiosos. Ele atravessou o planeta deixando os vasculhadores geológicos fazerem uma inspeção embaixo. Sendo assim, ele se escondeu atrás da lua enquanto os dados baixavam, então, ele dormiu.

Quando ele acordou, ele encontrou as melhores áreas e então começaria o processo de selecionar uma para ocultar a nave antes de começar uma nova vida. Ele percebeu que levaria semanas, possivelmente mais para esconder algo tão grande. Começar uma nova vida demoraria muito mais.

TRÊS

O HOMEM DA MONTANHA

Zebadiah L. MacDonald inspecionou a cabana de madeira e empurrou seu chapéu preto através de seus negros e lisos cabelos. Como muitas construções na fronteira Americana, as decadentes construções eram compostas por toras, tábuas planas e pedras. Os construtores usavam argila como argamassa e então a argila, as tábuas planas e chaminé haviam sido esbranquiçadas. Por que uma das fortes tempestades de vento e chuva não haviam demolido o lugar permaneceria um profundo mistério. Um encharcado, esculpido letreiro anunciava TAVERNA, pintado em letras negras desbotadas. A letra N foi quase destruída por uma rachadura grande. Talvez eles tenham uma cerveja ele pensou. Aquele pensamento foi muito otimista. Americanos dão a impressão de preferir whisky ou rum nestas terras selvagens.

Ele ouviu gritos de dentro como se alguem tivesse seus rins esmagados em um trilho.

Holandês Condenado! Todos vocês tinham um soberano corrompido.

Quando ele atravessou a porta ele piscou seus olhos na fumaça cegante. Quatro homens estavam sentados numa mesa torta jogando whist e o fortíssimo homem com longos cabelos loiros estava falando.

Que Inferno. Eu não preciso esconder uma carta enquanto jogo com um pequeno tolo como você!

O grosseiro e cabeludo homem deu um pulo, suas mãos lançaram a mesa em direção ao último que estava falando.

O homem que eles estavam atacando era mais baixo, peito de barril e troncudo. Ele estava vestido com peles de caça e mocassins. Ele provou ser suficientemente ágil para evitar a mesa e puxar sua própria faca bowie. Ele se agachou, seus braços levemente estendidos, e seus olhos ficaram fixos.

Por um momento os três homens pararam, surpresos pela sua rapidez. Então eles se separaram para cercá-lo de diferentes lados.

MacDonald deu uma olhada, encolheu os ombros ao pensar que perdeu a chance de uma bebida fermentada e caminhou para trás de um dos homens. Socou a cabeça do homem com seu punho fechado e o homem tombou no chão.

O homem do bar gritou enquanto apontava para eles com um velho mosquete Flintlock. Deem o fora, seus bastardos, saiam. Vocês todos não vão destruir meu estabelecimento.

O homem loiro vestido de couro estava se inclinando para a frente para espancar seus rivais. Um dos agressores movimentou seus braços para um alcance longo. O homem baixo rodopiou para sair da frente, voltou e dirigiu sua faca para o flanco do outro, acertando de raspão superficialmente e se virou para achar o outro sujeito. Ele se endireitou e olhou fixamente. Um homem perto estava chutando e virando o rosto avermelhado enquanto um gigante de homem o tinha em torno de seus braços e estava sufocando o ar de seu peito. Um outro homem estava esticado no chão. O dono do lugar agora tinha seu mosquete apontado para o gigante. A faca bowie dele se moveu suave e rapidamente pelo ar, acertando o ombro do dono.

O rifle disparou para cima e a bala acertou as vigas do teto. Então a bala e as lascas de madeira desabaram no chão. O rugido do mosquete, entretanto, fez com que o gigante virasse e jogasse o homem que ele estava espremendo.

Parece que está num esquema para nos roubar. Surpresa e revolta misturadas na voz do gigante.

"Sim, certamente, provavelmente o contrataram. Você os conhece?

Oh, não, eu apenas estava comprando uma cerveja.

O homem loiro meneou sua cabeça. Tolo maldito, você poderia ter sido morto. Ele caminhou até o dono que estava segurando uma toalha suja sobre seu ombro e tentando encontrar outra bala para cravar no mosquete.

O homem montanhês puxou o mosquete das mãos do dono e sua faca do ombro dele. Um berro ecoou ao redor do pequeno salão.

Eu vou deixar isto lá fora. Você pode aborrecer seus amigos. Ele sacudiu a cabeça para os três que estavam em diferentes estados de lucidez.

Para MacDonald ele disse: Se você não é amigo destes camaradas, seria melhor o amigo me acompanhar.

Algo nos rudes olhos azuis, a postura do guerreiro competente e a autoconfiança masculina pareciam ganhar o respeito do grande homem. Ele acenou com a cabeça para o proprietário ferido e seguiu o homem até lá fora.

Você conhece essa região?

Não, eu acabei de chegar.

O homem resmungou. Pensei muito sobre se vestir assim. Você parece com algum garoto procurando por aventura. Nós viajamos por algum tempo, então podemos nos apresentar.

Eles pararam em um bosque de carvalhos e árvores cinzentas perto de um riacho grande e com correnteza forte que estava cheio por causa de uma chuva de verão. O homem loiro montou num cavalo marrom resistente e levou duas mulas carregadas com armadilhas e parafernália de acampamento. Ele desmontou e amarrou as rédeas num tronco de árvore e MacDonald fez o mesmo.

Por um momento, eles se entreolharam e depois uma mão bronzeada se estendeu.

Eu sou Herman Rolfe e obrigado, ah, agradeço a você. Um contra três era demais. Um sorriso acendeu seu rosto e os olhos.

Os olhos castanhos de MacDonald se encheram de contentamento e ele devolveu o sorriso enquanto apertava as mãos. Eu me chamo Zebadiah L. MacDonald. Como ele queria que ele pudesse ter usado Llewellyn, Maca de Don, mas isso deve permanecer tão escondido quanto o Golden One.

Quero saber para onde você está indo ou você não quer falar sobre isso?

Eu não tenho certeza. Eu pensei em ir para o Texas. Dizem que lá é um bom lugar para um homem .

Você sabe como cruzar as terras indígenas?

Eu tenho um mapa que comprei em St. Louis.

Por um momento, o olho azul o encarou. Você vai se matar, menino. Solte um pouco. Ele afundou em suas ancas e MacDonald seguiu o exemplo.

Rolfe pegou um galho do chão e o usou para desenhar um mapa rústico. Nós estamos por aqui. Para chegar ao Texas, você tem que atravessar o Missouri e o Território Indígena ou Arkansas. Então, dependendo por onde fores, estará atravessando partes do Texas que ainda não são seguros. Existem os Kiowa, Osage, Platte, Choctaw, Cherokee, as tribos Comanche e Apache. Todos eles atacam pelos cavalos ou por qualquer outro motivo. A maioria dos Cherokee são mais como nós, mas sempre há um grupo selvagem. Se eles te param, eles vão querer algo em troca para deixar que você passe, ou eles vão pegar seu couro cabeludo e seu cavalo. Eles poderiam fazer isso de qualquer maneira, se não soubermos como evitá-los. Depois, há homens fugitivos da lei. Alguns são perigosos, alguns apenas querem ficar sozinhos.

MacDonald engoliu seco. Ele não teve o treinamento de Guerreiro Thalian para estar entre os primitivos. Sim, ele não havia estado nessa terra, mas o Golden One estava enterrado nas terras do Texas. Ele passou meses procurando por um lugar seguro e depois mais meses ampliando um túnel e uma caverna para abrigar sua nave espacial. Toda a escavação foi feita à noite e longe dos olhos curiosos de qualquer pessoa que pudesse atravessar a área. Ele não viu ninguém. Parecia ser uma terra livre, mas este homem estava dizendo que havia habitantes.

Ele pegou um dos Exploradores e o escondeu perto de uma pequena cidade. Lá, ele comprou roupas que não lhe cabiam. Llewellyn mudou seu nome e alugou um quarto antes de contratar uma mulher para costurar suas calças e camisas. Ela também fez meias de malha e um sapateiro fez as botas que ele estava vestindo. Só então ele comprou um cavalo, uma sela e um equipamento que o dono da loja disse que precisaria se viajasse sozinho pelas planícies. De alguma forma, ele tinha que possuir a terra onde a Golden One estava estacionada.

Rolfe olhou para ele. Eu, eu sou um caçador de pele. Estou voltando para o Ft. Laramie. Uma vez que estiver frio o suficiente, vou começar a colocar as minhas armadilhas. É por isto que as duas mulas estão carregadas. Meu parceiro não vai voltar quando ele estiver casado. Eu vou ensinar você a fazer uma armadilha para sobreviver. Você vai ganhar dez por cento dos lucros que der.

Sou grato pela oferta, mas não sei o quanto isso é ou quanto tempo isso demoraria.

Depende do mercado de peles. Este ano não está tão bom, mas fiz o suficiente para guardar cerca de mil dólares. Nós vamos depois de dividir o bolo. O que significa que você teria cerca de cem dólares ou mais.

Quanto tempo isso leva? Ele lembrou quão rapidamente seus fundos haviam diminuído.

Cerca de seis meses.

Isso seriam dezesseis dólares por mês.

Os olhos azuis se endureceram. Sim, mas é uma maldita boa vaga, e eu forneço o equipamento. Você pode ficar vivo e aprender a sobreviver. Eu ensino a você como. Os únicos melhores do que eu são os índios. E eu forneço comida.

Ele viu a expressão franzida no rosto de MacDonald. Não é comida, garoto. Não entende o americano?

Parece que eu não sabia do que ele estava dizendo. Não o que eu sei é que a recompensa está aqui.

Rolfe suspirou. Se houver um bom lucro e aprender rápido, eu aumentarei para quinze por cento. Mas você compra o casaco e o cobertor que você precisará. Uma vez que estivermos na pradaria, eu posso matar um búfalo. Se houver tempo, vamos curtir seu couro o suficiente para fazer uma barraca quente.

Suas palavras deixaram a mente de MacDonald confusa. Este homem era do tipo que não deixaria a mente de MacDonald entrar na dele. Era óbvio que ele devia voltar para a nave espacial, ele precisava de dinheiro para sobreviver e ele precisava aprender os caminhos dos homens nesta terra.

Isso é muito mais justo. Eu ganharei aqueles quinze por cento. Ele sorriu e ambos ficaram em pé.

Agora a gente vai agitar.

Nenhum dos homens tentou mostrar sua força no aperto de mãos. Rolfe porque sabia que o grande homem / menino era mais forte. MacDonald também não, porque não precisava provar o que era óbvio.

"Eu também vou te ensinar