Modulo 4
Modulo 4
Modulo 4
1
©2013 Ministério da Saúde.
Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a
fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial.
A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é da área técnica.
Elaboração e edição
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Vigilância em Saúde
Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador – DSAST
Organização: Coordenação-Geral de Vigilância em Saúde Ambiental – CGVAM/SVS/MS
Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública – CGLAB/SVS/MS
Endereço
SCS Quadra 4 Bloco A – 5º andar
CEP: 70.304-000 Brasília/DF
Endereço eletrônico: www.saude.gov.br/svs/pisast
Equipe de Elaboração
Coordenação Geral de Vigilância em Saúde Ambiental/DSAST/SVS/MS
Demetrius Brito Viana
Fernanda Barbosa de Queiroz
Mariely Helena Barbosa Daniel
Rodrigo Matias de Sousa Resende
Simone KrügerSabbag
2
SUMÁRIO
Apresentação 4
Etapa 1 – Planejamento 5
Etapa 2 – Infra-estrutura 5
Etapa 3- Operacional 6
Referências 9
Glossário 10
Tabelas 11 a 18
3
APRESENTAÇÃO
A vigilância da qualidade da água para consumo humano (Vigiagua) consiste no conjunto de
ações adotadas continuamente pelas autoridades de saúde pública para garantir que a água
consumida pela população atenda ao padrão de potabilidade estabelecido na legislação vigente
(Portaria MS nº 2.914/2011), bem como avaliar e prevenir os possíveis riscos que os sistemas e
as soluções alternativas de abastecimento de água podem representar à população abastecida. O
campo de atuação do Vigiagua engloba todas as formas de abastecimento de água, coletivas e
individuais, utilizadas pela população cujas características e complexidades variam conforme
especificidades locais, tais como: qualidade da água bruta, estrutura do serviço de
abastecimento, técnica de tratamento de água aplicada, população abastecida, renda da
população e, ou disponibilidade de recursos do município (BRASIL, 2005).
Dentre as ações do Vigiagua está a aferição da qualidade da água fornecida à população por
meio de exames analíticos realizados em laboratório e em campo. Basicamente, o
monitoramento realizado pela vigilância da qualidade da água para consumo humano visa
(BRASIL, 2005):
• avaliar a qualidade da água consumida pela população ao longo do tempo;
• subsidiar a associação entre agravos à saúde e situações de vulnerabilidade;
Neste sentido, o objetivo deste documento é auxiliar as ações de vigilância em saúde, no que se
refere aos procedimentos de coleta e preservação de amostras de água para consumo humano,
propiciando maior qualidade às amostras coletadas, maior confiabilidade aos resultados
analíticos disponibilizados e maior segurança ao processo de tomada de decisões inerentes ao
Sistema Único de Saúde (SUS).
4
Procedimentos e programação de coleta de amostras de água para consumo
humano
Etapa 1 – Planejamento
Etapa 2 – Infra-estrutura
5
Levar sempre frascos/bolsas sobressalentes para o caso de ocorrência de contaminação
ou danificação;
Selecionar e checar equipamentos ou kits de medições de campo (cloro residual total e
livre, turbidez, pH), verificar calibração de equipamentos, a existência de reagentes e
seu prazo de validade;
Separar todo o material de apoio necessário para a coleta: álcool 70º, algodão, avental,
barbante para amarrar frascos de coleta para amostragem de água em profundidade,
caixa térmica, etiquetas para identificação de amostras, fita crepe, gelo reciclável, luvas
e máscaras descartáveis, papel-toalha, pincel atômico e caneta esferográfica, fichas de
solicitação de análise(GAL), sacos plásticos para acondicionamento dos frascos e para
descartes de resíduos; termômetro; tesoura;
Confirmar a disponibilidade de transporte.
Etapa3- Operacional
3.1.Procedimentos de coleta de águas no sistema de distribuição
6
Se houver medida de temperatura, encher um frasco de plástico com um pouco de água
para fins de medição de temperatura, enquanto se realizam os demais procedimentos,
pois é necessário um tempo de contato entre a água e o termômetro para fins de
estabilização da temperatura;
Identificar os frascos/bolsas de amostras;
Ajustar a abertura da torneira em fluxo médio, calçar as luvas de procedimentos e
efetuar as coletas na seguinte sequência:
i. coleta para análise microbiológica;
ii. coleta para análise físico-química;
iii. medições de campo (pH, cloro residual total e livre e turbidez).
Deve-se ter o cuidado de não encher o frasco/bolsa até a boca (até ¾), permitindo desta
forma a homogeneização do seu conteúdo;
Encher o balde de aço inox ou a garrafa de Van Dorn de fluxo horizontal e distribuir seu
volume proporcionalmente nos diversos frascos destinados aos ensaios químicos, como
forma de garantir a homogeneidade da amostra, tomando o cuidado de manter um
espaço vazio no frasco para sua posterior homogeneização;
A água do poço deve ser bombeada por tempo suficiente para eliminar a água estagnada
na tubulação.
A coleta deve ser realizada em uma torneira próxima da saída do poço ou na entrada do
reservatório.
Caso necessário, a torneira pode ser desinfetada com a aplicação de uma solução de
hipoclorito de sódio 100mg/L. Neste caso, o excesso de hipoclorito de sódio deve ser
removido antes da coleta.
A coleta deve ser realizada com auxílio de balde de aço inox e corda estéril. O conjunto
balde e corda devem ser desembalados no momento da coleta, para evitar
contaminação.
Observações Gerais:
http://arquivos.ana.gov.br/resolucoes/2011/724-2011.pdf
8
REFERÊNCIAS
9
GLOSSÁRIO
ÁGUA BRUTA — Água que não passou por nenhum tipo de tratamento simplificado ou convencional ("in natura"), proveniente de rio,
represa, lago, poço freático, nascente, estuário, mar entre outros.
ÁGUA BRUTA EM PROFUNDIDADE — Todas as profundidades superiores a 30cm da lâmina d'água até 1m acima do fundo.
ÁGUA INDUSTRIAL — Água utilizada exclusivamente em processamento industrial, como matéria-prima ou parte do sistema de produção.
ÁGUA PLUVIAL — Água proveniente da precipitação atmosférica. 0 mesmo que água meteórica e água de chuva.
ÁGUA RESIDUÁRIA — Despejo ou resíduo líquido proveniente de atividades domésticas (efluentes domésticos), industriais (efluentes
industriais), comerciais, agrícolas e outras, bem como as de sistemas de tratamento de disposição de resíduos sólidos.
ÁGUA SUBTERRÂNEA — Água de subsolo que ocupa a zona saturada; num sentido geral, toda a água situada abaixo da superfície do
solo.
ÁGUA SUPERFICIAL — Aquela que ocorre entre a superfície e 30cm da lâmina d'água
ÁGUA TRATADA — Água destinada ao consumo humano que é submetida a algum tipo de tratamento convencional (ETA - Estação de
Tratamento de Água) ou simplificado (filtração, cloração, fluoretação etc.).
CÓDIGOS DOS TIPOS DAS AMOSTRAS - utilizados nas tabelas - Armazenamento e Preservação de amostras para análises laboratoriais.
10
Tabela 1 Armazenamento e preservação de amostras para ensaios físico-químicos inorgânicos – Água e Sedimento
Classe
Recipiente Volume de
Ensaio da Preservação Armazenamento Prazo de Validade (2)
(1) amostra
Amostra
Acidez A, B P, VB 250mL Resfriamento(em gelo) Refrigeração a 4º C +/- 2ºC 24h
Legenda: (1) Recipientes: V = Frasco de vidro neutro; VDBO = Frasco do tipo DBO (300mL), com tampa esmerilhada; LE = Limpeza especial ( responsabilidade do Laboratório, ver Capitulo
3 do Guia nacional de Coleta de Amostras); P = Frasco plástico descartável (de polímero inerte); PP = Frasco plástico descartável (de polímero inerte) do tipo pote; (2) A partir do momento
da coleta das amostras; (3) Filtrar em campo em membrana 0,45mm e adicionar HNO3 (1+1)até pH<2 ; * Bário, Cádmio, Chumbo, Cromo, Mercúrio, Níquel, Alumínio, Ferro, Manganês,
Sódio, Zinco, Antimônio, Arsênio, Selênio, Urânio. ** Alumínio, Cromo,Cobre, Ferro, Manganês, Chumbo, Zinco, Cádmio, Níquel, Potássio, Cálcio, Vanádio.
11
Tabela 2 Armazenamento e preservação de amostras para ensaios de compostos químicos orgânicos —Água e Sedimento
12
Classe da Volume de Prazo de
Ensaio Recipiente (1) Preservação Armazenamento
Amostra amostra Validade (2)
Na2
Herbicidas fenóxiácidos Refrigeração a 4º C
A (5) VA LE 1L S2O3(9)Resfriamento(em 7 dias
clorados (2,4-D) +/- 2ºC
gelo)
Herbicidas
fenóxiácidosclorados(2,4-
Refrigeração a 4º C
D;2,4,5-T; 2,4,5-TP) B,C (5) VA LE 1L Resfriamento (em gelo) 7 dias
+/- 2ºC
monoclorobenzeno,
triclorobenzeno
HAP (Hidrocarbonetos
Policíclicos Aromáticos) / (9) Na2
Refrigeração a 4º C
Benzo(a)Pireno ; 1,1 A (5) VA LE 1L S2O3Resfriamento(em 7 dias
+/- 2ºC
Dicloroetano; 1,2 gelo)
Dicloroeteno; Diclorometano
Refrigeração a 4º C
HAP / Benzo(a)Pireno B,C (5) VA LE 1L Resfriamento (em gelo) 7 dias
+/- 2ºC
Pesticidas organoclorados /
PCB (Aldrin, (9) Na2
Refrigeração a 4º C
Diedrin,Atrazina, Clordano, A (5) VA LE 1L S2O3Resfriamento(em 7 dias
+/- 2ºC
Endrin, Endosulfan, Lindano, gelo)
( Bifenilaspolicloradas)
Pesticidas organoclorados / Refrigeração a 4º C
B,C (5) VA LE 1L Resfriamento (em gelo) 7 dias
PCB +/- 2ºC
Pesticidas
organofosforadosClorpirifós,
(9) Na2
Metamidofos, Refrigeração a 4º C
A (5) VA LE 1L S2O3Resfriamento(em 7 dias
ParationaMetilica, +/- 2ºC
gelo)
Profenofós, Terbufós,
Trifuralina,
13
Classe da Volume de Prazo de
Ensaio Recipiente (1) Preservação Armazenamento
Amostra amostra Validade (2)
Pesticidas
organofosforadosClorpirifós,
Metamidofos, Refrigeração a 4º C
B,C (5) VA, LE 1L Resfriamento (em gelo) 7 dias
ParationaMetilica, +/- 2ºC
Profenofós, Terbufós,
Trifuralina,
(9) Na2
Pesticidas carbamatos( Refrigeração a 4º C
A (5) VA, LE 1L S2O3Resfriamento(em 7 dias
Aldicarbe, carbofurano) +/- 2ºC
gelo)
Pesticidas carbamatos( Refrigeração a 4º C
B,C (5) VA, LE 1L Resfriamento (em gelo) 7 dias
Aldicarbe, carbofurano) +/- 2ºC
Refrigeração a 4º C
Surfactantes aniônicos A,B P 250mL Resfriamento (em gelo) 48h
+/- 2ºC
THMFP (potencial de 3 frascos de Refrigeração a 4º C
B VA BE Resfriamento (em gelo) (7)
formação de THM) 1L +/- 2ºC
(9) Na2
Refrigeração a 4º C
Trihalometanos (THM) A (4) V "Vial"LE 40 mL(8) S2O3Resfriamento(em 14 dias
+/- 2ºC
gelo)
Refrigeração a 4º C
Trihalometanos (THM) B (4) V "Vial"LE 40 mL(8) Resfriamento (em gelo) 14 dias
+/- 2ºC
Legenda: (1) Recipientes:BE = Boca estreita; LE = Limpeza especial (ver Capitulo 3 do Guia Nacional de Coleta de Amostras); P = Frasco plástico descartável (de
polímero inerte); THM = Lavagem especial para uso em análise de THMFP (potencial de formação de THM); VA = Frasco de vidro de cor âmbar; V "Vial" = Frasco de
vidro de cor âmbar, de borosilicato, com capacidade de 40mL (tipo "Vial"), (2) A partir do momento da coleta das amostras; (3 )Com tampa rosqueável com septo de
teflon; (4) Os frascos devem estar totalmente preenchidos com a amostra, de maneira a evitar a presença de ar; (5) Com tampa de rosca com septo de teflon ou folha de
alumínio entre o frasco e a tampa; (6) Prazo máximo regulatório segundo o Standard Methods, 21° ed., 2005; (7) Analisar o mais breve possível; (8) Coletar 2 (dois)
frascos; (9) 50mg de Na2S203 para 1 L de amostra e 3mg em 60mL para análises deTHMFP.
14
Tabela 3 Armazenamento e preservação de amostras para ensaios de cianobactérias e cianotoxinas
Classe da Recipiente Quantidade Prazo de
Ensaio Preservação (2) Armazenamento
Amostra (1) de amostra Validade(3)
1 mês a 1 ano
Cianobactérias Formol/lugol ou Armazenar em
B VA 1L dependendo da
(qualitativa) Transeau temperatura ambiente
preservação
Armazenar em 1 mês a 1 ano
Cianobactérias Formol/lugol ou
B VA 1L temperatura ambiente, dependendo da
(quantitativa) Transeau
protegido da luz preservação
Refrigerar (4ºC a 8ºC)
Resfriamento (em
Microcistinas (4) A,B VA 1L e manter protegido da 24h (5)
gelo)
luz
Refrigerar (4ºC a 8ºC)
Cianotoxinas VA Boca Resfriamento (em
A,B 1L e manter protegido da 48h
(LC-MS/MS) (6) larga gelo)
luz
Legenda: (1) Recipiente: VA = Frasco de vidro de cor âmbar; (2) A preservação química necessária é adicionada no recipiente no
momento de sua preparação (ver capitulo 3 do Guia nacional de Coleta e Preservação de Amostras); (3) A partir do momento da coleta
das amostras; (4) Enzimelinkedimmunoassay; (5) A amostra pode ser mantida a -20ºC por tempo não definido na literatura, nesse caso
somente as microcistinas totais serão determinadas, devido a ruptura das células; (6) Cromatografia líquida de alta eficiência acoplada a
espectrometria de massa.
15
Tabela 4 Armazenamento e preservação de amostras para ensaios microbiológicos - Água e Sedimento
Classe da Volume de Prazo de
Ensaio Recipiente (1) Preservação (3) Armazenamento
Amostra amostra (2) Validade (4)
A, B (água de
Indicadores bacterianos 30h ( R ) 24h
consumo P, V, SP LE 100mL
(5) Coliformes totais, (AC)
humano)
Coliformes
Refrigeração entre 2ºC 8h ( R ) 24
termotolerantes, E.coli, B P, V, SP LE 100mL Resfriamento (em
e 8ºC e proteger da luz. (AC)
Enterococos, Clostridium gelo)
Não congelar.
perfringens e
Pseudomonasaeruginosa;
C P, V, SP LE 100mL 24 (R, AC)
bactérias heterotróficas -
16
Legenda: (1) Recipiente: LE = Limpeza e preparo especial (ver Capitulo 3 do Guia Nacional de Coleta de Amostras); P = Frasco plástico
descartável (de polímero inerte); V = Frasco de vidro neutro; SP = sacos plásticos estéreis; (2) Coletar volumes suficientes de amostra
para as análises a serem realizadas; (3) A preservação química necessária para as amostras das classes A, B e C é adicionada no
recipiente no momento de sua preparação (ver capitulo 3 do Guia Nacional de Coleta de Amostras); (4) A partir do momento da coleta das
amostras (R = prazo regulatório, AC = análise para controle); (5) Coliformes totais, Coliformes termotolerantes, E.coli, Enterococos,
Clostridium perfringens e Pseudomonasaeruginosa; bactérias heterotróficas - somente para água de consumo humano. (6) Em amostras de
água de classe B e C, pode-se realizar o ensaio de bactérias patogênicas com mecha (técnica de Moore), em meio de transporte Cary e
Blair (ver capitulo 3do Guia Nacional de Coleta de Amostras), sendo o prazo de validade a de 96 horas; (7) Coletar volumes compatíveis
com a contaminação da amostra, ou seja, quanto melhor a qualidade da matriz, maiores devem ser os volumes coletados; (8) Volumes
elevados devem ser concentrados em campo; (9) Para Giardiasp. eCryptosporidiumsp.;. O prazo de validade é de 72 horas; (10) Para os
microrganismos anaeróbios estritos os frascos devem estar totalmente preenchidos com a amostra, de maneira a evitar a presença de ar
(anaerobiose requerida)
17
Tabela 5 Armazenamento e preservação de amostras para ensaios clorofila a - Água Bruta
Classe da Quantidade de Prazo de
Ensaio Recipiente (1) Preservação Armazenamento
Amostra amostra Validade (2)
Resfriamento (em
Clorofila a (Filtrada gelo) e proteger da luz
B VA, BL 1L(3) (4) 28 dias
em campo) até o momento da
filtração
Legenda: (1) Recipientes: BL = Boca larga; VA = Frasco de vidro de cor âmbar; (2) A partir do momento da coleta das amostras; (3) O frasco não
deve ser totalmente preenchido e quando solicitado as amostras devem ser coletadas em réplicas; (4) Após a filtração, a membrana filtrante deve ser
colocada em um envelope de papel do tipo "kraft", devidamente identificado. O envelope deve ser acondicionado em frasco (ou dessecador) contendo
sílica gel, sendo o frasco envolvido em papel alumínio, para proteger da luz. O frasco deve ser, enviado ao laboratório sob refrigeração e protegido da
luz no prazo de 24 horas. Na impossibilidade de cumprimento desse prazo, o frasco contendo as amostras filtradas deve ser mantido no freezer e
encaminhado sob refrigeração ao laboratório.
18