A Arte de Tocar Saxofone PDF
A Arte de Tocar Saxofone PDF
A Arte de Tocar Saxofone PDF
Larry Teal
INTRODUÇÃO.....................................................................................................
O INSTRUMENTO...............................................................................................
A FAMÍLIA DO SAX...............................................................................................
ESCOLHA DO INSTRUMENTO................................................................................
1 - ESTRUTURA DO INSTRUMENTO............................................................
a) O metal........................................................................................................
b) A sapatilha...................................................................................................
c) Ruídos..........................................................................................................
d) O funcionamento..........................................................................................
e) Pressão das molas........................................................................................
f) Roliços..........................................................................................................
g) Dobradiça das chaves..................................................................................
2 - O TESTE AO TOCAR.................................................................................
Teste.................................................................................................................
Entonação........................................................................................................
Expressão.........................................................................................................
Controle do volume..........................................................................................
O local.............................................................................................................
Afinação...........................................................................................................
Instrumentos usados ou reformados.................................................................
O sax perfeito...................................................................................................
CUIDADOS COM O INSTRUMENTO.........................................................................
A BOQUILHA.......................................................................................................
O MATERIAL........................................................................................................
O DESENHO.........................................................................................................
1) A face...........................................................................................................
2) Defletor........................................................................................................
3) A grade da ponta..........................................................................................
4) A câmara......................................................................................................
MISCELÂNEA.......................................................................................................
A PALHETA..........................................................................................................
ESCOLHA DA PALHETA.........................................................................................
A CANA DA PALHETA...........................................................................................
AJUSTANDO A PALHETA.......................................................................................
PALHETA MUITO MOLE (MACIA)...........................................................................
PALHETA MUITO RÍGIDA (DURA)..........................................................................
TABELA DE AJUSTE DA PALHETA................................................................
POSIÇÃO DE TOCAR.........................................................................................
TÉCNICA DE RESPIRAÇÃO.............................................................................
O MECANISMO DA RESPIRAÇÃO...........................................................................
DESENVOLVENDO A TÉCNICA DE RESPIRAÇÃO.....................................................
EXALAÇÃO..........................................................................................................
Larry Teal - 2
A INALAÇÃO........................................................................................................
O CORTE NO SOM................................................................................................
RESUMO..............................................................................................................
QUALIDADE DO SOM.......................................................................................
A NATUREZA DO SOM NOS INSTRUMENTOS DE SOPRO...........................................
O CONCEITO DA SONORIDADE.............................................................................
O CORPO COMO PARTE DO INSTRUMENTO............................................................
FATORES INFLUENTES NA PRODUÇÃO DO SOM NO SAXOFONE...............................
TERMINOLOGIA SONORA.....................................................................................
A RELAÇÃO COM A VOZ.......................................................................................
O PROBLEMA FÍSICO............................................................................................
CONCENTRANDO O SOM......................................................................................
COMBINAÇÃO SONORA.......................................................................................
RESUMO..............................................................................................................
A SURDINA NO SAX.............................................................................................
O VIBRATO...........................................................................................................
A NATUREZA DO BOM VIBRATO............................................................................
AS VARIAÇÕES DO VIBRATO.................................................................................
ADQUIRINDO O CONCEITO CORRETO....................................................................
TIPOS DE VIBRATO NO SAX..................................................................................
PASSOS PRELIMINARES........................................................................................
TRANSFERÊNCIA DO MOVIMENTO........................................................................
EXERCÍCIOS MODELO..........................................................................................
DEZ PONTOS IMPORTANTES..................................................................................
ENTONAÇÃO.......................................................................................................
ESCUTANDO O TOM CORRETAMENTE....................................................................
TENSÃO NA EMBOCADURA..................................................................................
POSIÇÃO DO QUEIXO...........................................................................................
POSICIONAMENTO DA BOQUILHA.........................................................................
BOQUILHA APROPRIADA......................................................................................
AJUSTE CORRETO DAS CHAVES............................................................................
EFEITOS POR MUDANÇA DE TEMPERATURA..........................................................
ESCALA TEMPERADA E NÃO TEMPERADA.............................................................
AJUSTE TONAL (AFINAÇÃO) POR DEDILHADO ESPECIAL........................................
DESENVOLVENDO A TÉCNICA.......................................................................
RITMO E TÉCNICA...............................................................................................
AUMENTANDO A VELOCIDADE.............................................................................
VARIEDADE DE POSIÇÃO NO DEDILHADO.............................................................
O DEDILHADO ALTERNATIVO...............................................................................
OPÇÕES DE DEDILHADO......................................................................................
RESUMO..............................................................................................................
ATAQUE E CORTE DO SOM.............................................................................
POSIÇÃO DA LÍNGUA...........................................................................................
O CORTE DO SOM...............................................................................................
ESTACATO...........................................................................................................
A arte de tocar saxofone - 3
SILABAS NO GOLPE DE LÍNGUA............................................................................
DESENVOLVENDO A VELOCIDADE........................................................................
O DUPLO GOLPE DE LÍNGUA................................................................................
ARTICULAÇÃO...................................................................................................
RITMO NA ARTICULAÇÃO.....................................................................................
LEGATO...............................................................................................................
SINAIS DE ARTICULAÇÃO.....................................................................................
ADAPTANDO-SE AO CONJUNTO............................................................................
FRASEADO E INTERPRETAÇÃO....................................................................
NOTAÇÃO MUSICAL.............................................................................................
EXPRESSÃO.........................................................................................................
AS FERRAMENTAS DO FRASEADO.........................................................................
DINÂMICA...........................................................................................................
MOVIMENTO E RESPIRAÇÃO................................................................................
COLORIDO SONORO.............................................................................................
ARTICULAÇÃO.....................................................................................................
VIBRATO.............................................................................................................
VERSATILIDADE................................................................................................
ADAPTAÇÃO AOS VÁRIOS SAXOFONES.................................................................
SAX E CLARINETA................................................................................................
SAX E FLAUTA.....................................................................................................
SAX E OBOÉ........................................................................................................
FAGOTE..............................................................................................................
ESCOLHA DOS INSTRUMENTOS.............................................................................
COMPARAÇÃO DAS INFORMAÇÕES TÉCNICAS.......................................................
REGISTRO AGUDÍSSIMO.................................................................................
LITERATURA SELECIONADA.........................................................................
Larry Teal - 4
INTRODUÇÃO
O saxofone tem sido, por muitos anos, vítima de uma popular
concepção errônea de que é “fácil de tocar”. Esta concepção poderia ser
corrigida com o acréscimo de uma única palavra - “fácil de tocar mal”. A
produção de um som pseudo-musical mais o controle dos problemas de
técnica, envolvendo a execução de uma simples melodia, pode ser realizado
no sax com menor esforço do que se feito com a maioria dos instrumentos
de sopro. O amador curioso, disposto com uma tabela de dedilhado e um
livro de instrução elementar, pode num período relativamente curto de
tempo, obter um rápido progresso. O avanço desse tipo é decepcionante,
porque cria a impressão que estudo sério é desnecessário e que o esforço de
concentração não é requerido. Um relacionamento de desprezo ao segurar o
instrumento, muitos dos quais é justificado, pode ser atribuído diretamente à
falta de esforço de aprendizagem dos saxofonistas em tratar seus
instrumentos com a mesma escolaridade necessária para com os
instrumentos relativos.
Embora a estrutura do saxofone tenha sido aperfeiçoada
constantemente, existe campo abundante para avanços, antes que ele se
torne estandarte da família instrumental. Crédito deve ser dado aos
dedicados e talentosos solistas, os quais, pela devoção de suas vidas na
exploração de suas possibilidades, tem convencido o informado público, que
quando se toca artisticamente, não é simplesmente ter o sax pendido sob seu
pescoço. Através da performance desses artistas, muitos compositores tem
se interessado em escrever para este instrumento e a literatura do saxofone,
quando não abundante, é estimulada numa corrida corajosa por livros em
qualidade e quantidade.
Estudantes, freqüentemente, perguntam porque o sax não é incluído
na orquestra sinfônica. Há várias razões:
Larry Teal - 6
O INSTRUMENTO
O saxofone é um dos poucos instrumentos dos quais foi “inventado”.
Ao passo que, muitos dos instrumentos de hoje têm uma longa história de
evolução gradual e seus começos são difíceis de tratar. Historiadores estão
de acordo que Adolph Sax, um fabricante de instrumentos, projetou e
construiu o saxofone por volta de 1840. Este homem famoso pela
construção de instrumentos de metais tão bem quanto os instrumentos de
madeira, decidiu cruzar as duas famílias adaptando uma palheta no orifício
de um cone de metal. O esboço básico deste instrumento nunca mudou,
embora muitos aperfeiçoamentos têm sido feitos. Algumas mudanças têm
dado ao sax mais flexibilidade e potência e, o aperfeiçoamento no
mecanismo das chaves, introduziu-se a chave automática de oitava, a
articulação do G# e outras vantagens técnicas. O registro normal do sax tem
se expandido ligeiramente, do B abaixo do bordão ao F, quarto acima. O sax
moderno expandiu-se para Bb e F acima e com a adição de chaves alcançou
o F# (no alto) e o A (no barítono). Adolph Sax considerou sua invenção
completa em 1846, então ele foi para Paris e obteve uma patente para ela.
Concebido como um instrumento que combinaria os instrumentos de
madeira com os de metal pela produção de um som que descreveria
propriedade de ambos. Seu primeiro teste em conjunto foi submete-lo às
bandas militares francesas. A aceitação foi imediata. Um ano após a patente
ser registrada, autoridades tiveram permissão para sua adaptação na
instrumentação de bandas militares. Embora a aceitação do sax seja pouca
na orquestra sinfônica, seu uso na banda como instrumento solista está agora
bem estável e seu horizonte parece estar expandindo para o uso em todas as
formas dos tão falados “conjuntos legítimos”. A recente tendência de incluir
o sax no currículo de muitas escolas de música e conservatórios é uma
excelente porta de entrada. Isto proporciona a oportunidade para um estudo
formal e rigoroso no nível de outros instrumentos e elimina o “faz-se como
pode”, tipo de estudo que tem sido o destino de muitos estudantes sérios. A
estrutura do sax será definitivamente determinada tendo por base sua
performance.
A família do sax
Bb Eb Bb Eb Bb
soprano alto tenor barítono baixo
TESSITURA:
Escolha do instrumento
1 - ESTRUTURA DO INSTRUMENTO
a) O metal
b) A sapatilha
c) Ruídos
d) O funcionamento
Cada chave tem a mesma pressão? No geral, esta pressão está forte
ou fraca? Estão as chaves na mesma distância sobre os orifícios? Estão elas
muito abertas ou fechadas? A medida exata varia de acordo com a marca do
sax, mas uma boa observação pode aconselhá-lo a respeito disto. A distância
da sapatilha até o orifício tem uma relação direta com a entonação e a
qualidade sonora. Um som abafado, indica que as chaves estão muito
fechadas, enquanto um som aberto, indica que as chaves estão altas.
e) Pressão das molas
Algumas chaves tendem a segurar? Isto pode ser devido a uma fraca
pressão ou a um problema na dobradiça. Algumas chaves se enroscam
f) Roliços
haste das
chaves
2 - O TESTE AO TOCAR
Teste
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Entonação
Expressão
Controle do volume
O local
Afinação
deve ser seguido. Ele pode parecer novo, mas um exame completo revelaria
defeitos atrás do aparente conserto.
O sax perfeito
A BOQUILHA
A procura por uma boquilha ideal continuará enquanto os
instrumentos de sopro forem usados, e isto subentende-se, que a cura para
todos os problemas pode não ser encontrada. Nosso objetivo é começar na
direção certa. Por outro lado, nós temos a “boquilha sofrimento”, na qual se
gasta mais tempo trocando do que praticando. No outro extremo, nós temos
a pessoa medrosa que tem medo de tentar qualquer coisa nova ou diferente.
Entre estes dois extremos, está a raiz do problema.
Apenas alguns fatores, os quais previnem o uso de boquilhas idênticas
por saxofonistas, são diferentes:
O desenho
1) A face
3) A grade da ponta
4) A câmara
Miscelânea
***
***
***
Lembre-se: uma boquilha fará muito por você mas ela não
compensará com uma embocadura pobre ou insuficiente suporte de ar.
A PALHETA
A principal função da palheta é como válvula de ar que abre e fecha
na boquilha com variada rapidez. O índice de velocidade ou freqüência
desta operação controla a entonação do som e é governado pelo tipo e forma
da coluna de ar da pessoa posto em vibração. Uma câmara de ar larga irá
vibrar menos que uma câmara mais estreita, visto que cria um peso maior na
palheta. Uma pressão constante da coluna de ar sobre a palheta se converte
numa série de jatos curtos de ar que passam através da boquilha da seguinte
maneira:
Escolha da palheta
A cana da palheta
Ajustando a palheta
Se uma palheta toca razoavelmente seu ajuste deve ser adiado, até
que a cana passe por um período de amadurecimento. A cana muda suas
características rapidamente quando usada pela primeira vez e, num ajuste
feito antes disso, ela está propensa a quebrar e pode ser difícil corrigir
depois. A sugestão é usá-la só um pouco pela primeira vez e ser posta de
lado por um dia. Tente tocar mais um pouco no segundo dia e, assim
sucessivamente até que a cana afirme suas características. Habitualmente a
palheta vai se tornando macia após as primeiras tocadas, mas nem sempre
isso se segue (algumas vezes ela fica rígida). É de se presumir a direção a
ser tomada nos problemas da palheta, visto que é uma questão de erros e
experiências por cada indivíduo. Muito pode ser aprendido num período
longo de tempo, todavia se alguém considerar seus primeiros esforços como
parte de aprendizagem será recompensado.
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Um teste preliminar de flexibilidade e equilíbrio pode ser feito
pressionando levemente com o polegar a palheta e apalpando a sua
extremidade. Cheque o equilíbrio dos dois lados com o dedo.
Uma palheta aparentemente rígida (dura) pode ser mais rígida de um lado
que do outro, de modo que é possível ter uma palheta com a resistência
apropriada somente de um lado. Isto pode ser demonstrado virando-se a
boquilha na embocadura, de tal maneira que um lado da cana vibre, então
alterne com o outro lado. Quando ambos os lados são aproximadamente o
mesmo, mas rígidos, um ajuste geral deve ser dado. Se um lado da palheta
sopra mas, com muita POSIÇÃO
resistência,DEisto
USOdeve
DO ser
PINOequilibrado antes de um
novo ajuste. Uma olhada debaixo de uma luz forte mostrará o problema. O
pino é o melhor para equilibrar (balancear) a extremidade e lados da
palheta..
Antes de usar ensaboe (lave) as partes extremas do pino. Use a parte
plana do pino sobre o dedo indicador, certificando-se que as fibras estejam
num ângulo reto com a palheta, como na seguinte ilustração:
Área de raspar
polegar indicador
Dedo indicador
Obs.: Números que aparecem na área - vide figura ilustrativa da página 100.
POSIÇÃO DE TOCAR
Postura e posição do instrumento sempre são aspectos ignorados e
desempenham um papel importante. O sax deve ser considerado como uma
parte do músico e, uma associação íntima com o instrumento cria um
sentimento descontraído ao tocar. Quando uma pessoa assume uma atitude
tensa ao tocar o resultado é um atraso nos aspectos físico e mental do
progresso musical. Um relaxamento e uma posição eficiente deixam o
saxofonista livre para se concentrar nos problemas técnicos e artísticos.
Peso e equilíbrio ditam a maneira de segurar o instrumento, o qual é
determinado por :
1- tipo de instrumento;
2- o tipo do executante.
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encorajará a concentração e um aspecto psicológico contribuirá para o
desenvolvimento do estudante.
TÉCNICA DE RESPIRAÇÃO
A respiração é uma função tão natural que é propensa a dar-se por
esquecida. Sob circunstâncias normais os órgãos respiratórios ajustam suas
atividades de acordo com as necessidades da pessoa, de uma maneira
simples e eficiente. O uso consciente dos aparatos da respiração é uma
situação não comum. Se não repararmos o ano em que a criança tenta
apagar a vela no seu primeiro bolo de aniversario, notaremos que não há um
conceito (consciência) de sopro e ela deveria ser ensinada sobre essa sua
habilidade, assim como ser ensinada a andar e falar. Qualquer uso dos
aparatos (mecanismos) de respiração para atividades, como prover a coluna
de ar com o volume correto de oxigênio, requer um esforço consciente. Isto
é o elemento mais importante no domínio dos instrumentos de sopro.
A natureza de um som musical envolve ondas de vibração de ar
uniformes, as quais exercem pressão no ouvido humano. Criar essas ondas
requer uma técnica a qual, de alguma maneira, porá o ar em movimento no
grau de velocidade desejado. No caso do piano a vibração média na corda é
produzida por um martelo. Instrumentos de corda são dedilhados ou
friccionados. O uso do arco permite a nota ser sustentada, desde que
mantida a vibração da corda numa amplitude uniforme, assim como a corda
que é percutida terá seu máximo volume no impacto inicial, seguido por um
gradual diminuindo. Os instrumentistas dos instrumentos de metal
conseguem uma vibração dos lábios, tocando a coluna de ar através de uma
pequena abertura nos lábios. Instrumentos de palheta são divididos em duas
categorias: de palheta dupla, como o oboé, tem duas palhetas pequenas
vibrando uma contra a outra. Os de palheta simples: clarineta e sax, têm
somente uma palheta vibrando contra a face da boquilha. A coluna de ar que
põe a palheta em movimento é tão essencial para se tocar correto quanto um
carburador de automóvel para o motor.
Ninguém que tenha observado os métodos dos estudantes de violino
está bem informado quanto à ênfase e tempo gasto na aquisição
(desenvolvimento) de suas próprias técnicas do golpe de arco. A importância
dessa fase de se tocar violino continua através de toda a vida do violinista
sério. Um violinista talentoso passa o arco lentamente com a tensão
apropriada e produz um belíssimo som, enquanto um novato usa mais tensão
obtendo um resultado não musical. Isto aplica-se diretamente ao saxofone,
com a coluna de ar sendo o arco do saxofonista. Freqüentemente jovens
músicos que vão tocar por muitos anos, sem dar atenção ao método de
controle da coluna de ar e esta lacuna no seu aprendizado pode ser a causa
de muitas frustrações musicais. O saxofonista critica a boquilha, a palheta e
O mecanismo da respiração
Exalação
Ar residual
Pressão do ar
Exalação
uniforme
Ponto de equilíbrio
Suporte muscular
O corte no som
Uma boa demonstração que faz uso dessa interrupção na coluna de ar,
consiste em colocar as mãos dos lados do abdome e contar até 10. Comece
com um murmúrio e termine com um grito. Você descobrirá que a maioria
do ar é usada no murmúrio, pois não há resistência nas cordas vocais. Pode-
se contar com mais números, num tom normal de voz, depois repetir o
mesmo murmurando.
Resumo
QUALIDADE DO SOM
O belo numa arte é mais fácil descobrir por si próprio do que
descrevê-la e, isto é uma realidade no tocante ao som musical. Webster
define o som musical como “um som de vibrações regulares que
impressiona o ouvido com características peculiares, especialmente em
relação ao tom e produz relações harmônicas.” Embora esta definição
satisfaça os aspectos científicos e literários, ela omite a qualidade do som
que é a característica que marca a maioria dos grandes músicos. Afim de
fazer e desenvolver uma ótima sonoridade, um esclarecimento dos fatores
físicos que influenciam a qualidade sonora é essencial.
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A natureza do som nos instrumentos de sopro
1 - fundamental
2 - segmentos
O conceito da sonoridade
1. conceito de sonoridade;
2. palheta e boquilha;
3. órgãos respiratórios;
4. embocadura.
O vibração
Áreas de corpo como parte do instrumento
O som que tem uma velocidade de 1080 pés por segundo terá a
mesma velocidade tanto contra como a favor de uma corrente de ar. Isto
pode ser facilmente demonstrado, produzindo um som com as cordas vocais
enquanto estiver inalando, pois o único caminho para o som sair é para cima
contra a coluna de ar. Quando o som no sax é produzido, a vibração sonora
é ativada atrás e na frente da palheta.
A cavidade oral, a garganta e os pulmões são contribuições vitais para
a qualidade sonora. Prover a palheta com a pressão necessária para fazê-la
vibrar proporcionará uma ótima ressonância. Também a garganta é um local
de ressonância. Se alguém observar o tráfego numa estrada movimentada,
quando de repente ela se estreita para uma única via, é fácil observar que
enquanto existe muita pressão de um lado, somente um feixe de carros
deixam o ponto de obstrução. O mesmo acontece com o som num
instrumento de sopro quando é estorvado por uma garganta estreita. Ambas,
a pressão da coluna de ar e a vibração dos locais de ressonância são
sufocadas.
O normal é a garganta aberta e relaxada, mas esta posição é
facilmente influenciada por situações incomuns, como o nervosismo (o qual
se tem a expressão: “sufocado com emoções ou tensão”).
Posições da garganta
Agora coloquefechada
a boquilha e a palheta por aberta
cima do pescoço e repita
este procedimento produzindo um som. Você notará que o papel não ficará
suspenso e que é impossível soprá-lo para cima. A energia criada pela onda
sonora não somente segura o papel, mas mantém seu equilíbrio que não o
deixa escorregar. Se o mesmo papel é colocado na campana do sax quando
se toca um Bb grave ele permanecerá em equilíbrio dentro do sax. Tentar
soprar o para fora , só conseguirá dar mais estabilidade ao mesmo.
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papel
Terminologia sonora
O problema físico
Tchaikovsky
Doce
etc.
pp p m m f ff ff f mf m p pp
p f p
1 A arte
2 3de tocar
4 5 saxofone
6 6 -5 434 3 2 1
A velocidade do crescendo e do diminuindo deve ser a mesma, de
maneira que a intensidade em cada etapa no crescendo corresponde
igualmente a do diminuindo. O topo do crescendo não deve ser no formato
de pico. A tendência é fazer ambos muito rápido , começar lento e terminar
mais rápido. Graficamente assumiria esta forma:
correto errado
A mudança de intensidade deveria somente envolver uma alteração na
velocidade da coluna de ar. Qualquer mudança de embocadura afetará o
tom e a qualidade sonora. Os seguintes exercícios de nota longa servirão
como prática:
1 2 3 4 5 6 6 5 4 3 2 1
Concentrando o som
Combinação Sonora
Posições da surdina
O VIBRATO
Nenhum elemento no campo musical é mais controvertido que o
vibrato. A natureza, o uso, o valor artístico de uma nota com vibrato em
oposição a um som puro, liso, gera argumentos em qualquer discussão
musical. Embora os cantores tenham usado o vibrato por muito tempo, sua
aceitação na esfera musical é pequena. Os instrumentos de corda
desenvolveram o uso do vibrato mais que os instrumentos de sopro. Foi
somente neste século que os instrumentistas tomaram consciência do estudo
Larry Teal - 46
do vibrato. No livro “A Busca da Beleza na Música” do Dr. Carl E.
Seashore, uma das autoridades mais conhecidas nos aspectos da ciência
musical define sua diferença de um bom vibrato: um bom vibrato é a
pulsação sonora, costumeiramente acompanhada de pulsações sincrônicas
de intensidade e timbre, de tal extensão e velocidade para dar uma
flexibilidade agradável, delicadeza e riqueza à sonoridade.
No canto profissional o vibrato está sempre presente, mas alguns
hesitam em usá-lo. Muitos músicos acreditam que o vibrato é uma
conseqüência natural de emoção ou expressão, como um riso ou fraseado.
Elas sentem que o vibrato é a verdadeira manifestação artística, mas
condenam a tendência em estudar e aprender o vibrato (escolarizá-lo).
Todavia, violinistas que gastam várias horas estudando-o e aperfeiçoando-o,
admitem que a aquisição de um vibrato somente se consegue depois de
muito trabalho e reflexão.
O sax é essencialmente um instrumento lírico, cuja sonoridade é
semelhante à voz humana. Visto que o vibrato é universalmente aceito como
um embelezamento natural da voz, é lógico que o sax deveria ser tratado de
igual maneira. O problema então não é justificar o uso do vibrato, mas
conseguir um bom vibrato que possa ser usado nos melhores testes musicais.
As variações do vibrato
Larry Teal - 48
reconhecer e identificar também o desvio tonal. Embora isto leve tempo e
requeira experiências, é surpreendente a sua identificação. Observe também
a variação de intensidade e como ela afeta a sonoridade geral ou sonância.
A imitação sozinha não é somente o caminho de aproximação do
vibrato, mas servirá para se adquirir habilidade. É errado se pressupor que
uma combinação de qualidades é o nosso objetivo. Dificilmente uma existe
sem a outra, todas devem ser combinadas e adicionadas para termos uma
boa sonoridade.
Passos preliminares
Dobradiça do
movimento
(junta)
Transferência do movimento
importante que o músico saiba variar a velocidade entre estes dois extremos.
A velocidade do vibrato, numa execução musical, deve ser ditada,
preferencialmente pelo músico, do que pela agilidade da velocidade do
instrumentista. A velocidade do vibrato varia de um músico para outro.
Testes foram feitos, ouvindo a gravação de solistas de sax, então diminui-se
a rotação para a medida do vibrato. Descobriu-se que a velocidade do
vibrato dos diferentes solistas varia de 6,5 a 5,2 ciclos por segundo. Além de
cada solista possuir sua velocidade de vibrato, tem no vibrato sua
sonoridade particular. Em termos de metrônomo o resultado foi da mais
rápida pulsação - 4 pulsações ( = 96) até a mais lenta: 4 pulsações para ( =
U U
78). A média foi de 4 para 82. A tendência do vibrato, nesses vários anos, no
concerto e na música popular, têm sido em direção a um vibrato curto e
lento. Assim a tendência atual é um vibrato de 4 pulsações para ( = 80 a 84)
U
ou 3 pulsações ( = 120-126).
U
Exercícios modelo
Larry Teal - 52
Dez pontos importantes
ENTONAÇÃO
Tensão na embocadura
Posição do queixo
Posicionamento da boquilha
Boquilha apropriada
Larry Teal - 58
Problemas de afinação sempre acontecem numa execução, pois as
temperaturas do instrumento, do tempo (clima) sempre estão propensas a
mudar. Visto que a afinação geral de um conjunto sobe durante um concerto,
ajustes constantes são necessários para afinar o tom dos instrumentos.
1- Preservação da embocadura.
2- Grande controle da qualidade sonora.
3- Estabilidade do som.
A arte de tocar saxofone - 59
Embora a mudança de embocadura seja, às vezes necessária, o
conhecimento deste dedilhado tem distintas vantagens. A tabela aqui
mostrada indica a posição dos dedos. O resultado não pode ser o mesmo
para todos os instrumentos, assim alguns testes são necessários para obter-
se melhores resultados de um sax em particular (vide página 8).
DESENVOLVENDO A TÉCNICA
O desenvolvimento de uma técnica apurada depende basicamente de:
Larry Teal - 60
O B para C# requer ação de um dedo, o C# para D# alto oito, etc...
Em adição a isso algumas das chaves devem ser fechadas, enquanto outras
abertas, requerendo perfeita maestria se é almejada a produção de um som
claro e limpo.
Uns poucos exercícios modelos ilustrarão a necessidade de ter um
bom dedilhado e perfeita coordenação. Isto deve ser praticado num ritmo
lento, mas estável.
Exercício 1
Evite:
Exercício 2
Exercício 3
Exercício 4
Exercício 5
Exercício 7
Larry Teal - 62
Tenha cuidado com o D# intermediário, quando ligar as notas.
Observe a posição da mão direita no acionamento da chave do E agudo.
Exercício 8
Exercício 9
Exercício 10
Exercício 11
Exercício 12
A arte de tocar saxofone - 63
Mantenha o dedinho levemente curvado e corrediço sobre a chave,
preferencialmente do que levantado. A curvatura é necessária para fechar
completamente a chave Db durante a mudança.
Muitas mudanças de intervalo podem ser praticadas desta maneira.
Estes exercícios expostos anteriormente foram escolhidos para mostrar os
princípios da posição dos dedos e da coordenação.
Ritmo e técnica
Larry Teal - 64
A prática eficiente deste método irá estabelecer na mente estas 69
pulsações que dão uma base da estabilidade técnica e rítmica.
Aumentando a velocidade
O dedilhado alternativo
Larry Teal - 66
Dedilhado F# (Gb ) - deve ser usado com cautela, visto que ao mover o
3o dedo da mão direita fora de seu alinhamento, torna-se difícil retorná-lo
à sua posição normal. Assim , ele não deve ser usado se há uma mudança
do F# para D, ou F# - Eb. Ele é usado com vantagens na escala
cromática e como um leve legato (ligadura) nas passagens melódicas:
Evite:
Dedilhado Bb (A#)
Evite:
Evite:
Larry Teal - 68
4- O dedilhado “1-5”- esta posição tem um uso similar ao “1-4”,
exceto que é usado na passagem F#-A# (Gb-Bb). Aqui também o
instrumento deve estar bem equilibrado.
Use 2 e 3 mais a
chave D e E (agudo)
1- inale;
2- tome a posição dos dentes na boquilha;
3- pressione a embocadura;
4- toque a ponta da palheta com a língua e segure-a nessa posição;
5- traga a coluna de ar para a ponta da palheta;
6- liberte a língua.
Posição da língua
Larry Teal - 72
O método usado deveria ser determinado pelo tipo e formato da
língua e cavidade bucal do instrumentista. A consideração mais importante
no uso da língua é o ponto de contato com a palheta, indiferentemente à
parte da língua usada. Pessoas com uma larga cavidade bucal e uma língua
pequena, acharão que, no relacionamento de língua - palheta (ponta da
língua - ponta da palheta), é vantajoso. Enquanto pessoas com uma cavidade
bucal pequena e língua comprida, acharão o 3o método melhor.
A grande maioria das pessoas acham que os melhores resultados
serão obtidos no 2o método. A posição será determinada com base em
experiências, em quais a língua fica mais relaxada e pode ser manipulada
confortavelmente. O efeito de uma posição que não seja natural, tem relação
com a abertura da garganta. Se a língua é recolhida para traz fechará a
garganta e se é forçada para a frente, ela forçará os músculos da garganta e
os tornarão rígidos.
Muito ênfase deve ser dado ao fato de que a remoção da língua da
palheta libera o som e a pressão do ar está na ponta da palheta. Quando não
usada a língua deve permanecer na base da cavidade bucal, fechando a
palheta, de tal modo que o golpe de língua dá-se num pequeno arco de
aproximadamente 1/8 de polegada.
Ao liberar a coluna de ar da ponta da palheta, deve-se determinar a
intensidade do apoio de ar necessário para produzir o volume desejado. Este
é um problema de acertos e erros e deve ser aperfeiçoado para produzir um
som claro de início. Embora não se consiga nas primeiras tentativas o
desejado, evite um apoio insuficiente de ar. O estudo do ataque inicial pode
ser praticado nas seguintes séries de contagem lenta:
1 2 3 4 5 6
inale posicione embocadura língua na pressão remova a
os dentes palheta do ar na língua
ponta da
palheta
O corte do som
Larry Teal - 74
Existem vários tipos na interrupção do som, alguns dos quais incluem
o uso da língua e do ar. A mudança de um tipo particular depende da
situação musical.
Ataque e corte no som devem ser praticados no mesmo exercício. A
seguinte exposição serve como modelo de estudo:
Desenvolvendo a velocidade
O tenuto sobre as notas indica que a nota deve ser mantida no tempo
indicado completo. O sucesso de um estacato eficiente depende de produzir
um bom som curto, sem características diferentes, tanto no ataque quanto no
corte. Isto é melhor adquirido através de uma prática regular e lenta. 10 ou
15 minutos de prática é o suficiente, desde que a língua não se torne pesada
e cansada. Recomenda-se a prática diária do estacato. Podemos começar
com um simples exercício, como por exemplo:
Larry Teal - 76
O exercício anterior pode ser feito no alcance total do instrumento,
alternando-se cada intervalo de 2a, 3a, 4a, etc.
Somente depois do golpe de língua estar sob controle, podemos
aumentar gradualmente a velocidade. Pratique com um metrônomo para
checar o ritmo e os tempos. Um avanço nesses exercícios só pode ser feito
quando passos anteriores forem conseguidos (maciez e relaxamento).
Estudos de escala são um passo normal nesses exercícios, alternando-se o
estacato com o legato. A produção do som deve ser a mesma em ambas
articulações e, o ritmo da frase do legato deve ser precisa, antes da língua e
dedos se sincronizarem (golpe de língua). Freqüentemente a língua é a causa
de uma técnica instável. Sincronismo de língua e dedos também é um
exercício mental e, é necessário criar o hábito de ouvir a si mesmo, para
corrigir os elementos que precisam de correção. Uma escala simples, a qual
exemplifique esta situação, pode ser inventada e memorizada:
Larry Teal - 78
Este é um exercício tedioso e, pelo que me consta, nenhum outro
corte deste tipo foi descoberto. Concentre-se para conseguir um som sólido
e um ataque claro. Tome cuidado em dar um ataque com uma afinação
Tu
baixa, corrigindo depois.Ku
A articulação KUTudeve ser desenvolvida
Ku a ponto de
diferenciar-se do ataque comum antes de prosseguir com o seguinte
exercício:
Ku Ku Ku Ku
1- tu tu ku tu tu ku tu tu ku tu tu ku
2- tu ku tu tu ku tu tu ku tu tu ku tu
3- tu ku tu ku tu ku tu ku tu ku tu ku
ARTICULAÇÃO
A articulação poderia ser definida como a arte do agrupamento de
notas, pelo uso do legato ou estacato. O desenvolvimento desta habilidade é
vital para a expressão artística, visto que é uma característica do fraseado.
Na velocidade a articulação é caracterizada por notas claras e
distintas. O orador, em público, deve aprender a articular claramente para
sua mensagem ser entendida. Uma vez li um artigo escrito por um senador
dos E.U.A. que nunca tinha ouvido o presidente Roosevelt falar. Ele disse:
“Se eu o tivesse ouvido ele teria me convencido. Eu lia o jornal do próximo
dia para saber o que ele havia dito”. Correta articulação na música é
igualmente importante para uma execução convincente, desde que ela
proporciona um sentido de clareza e coerência para o ouvinte.
Ritmo na articulação
Torna-se:
Legato
Sinais de articulação
Larry Teal - 82
1- legato
linha sonora
2 legato estacato
linha sonora
3- portato
linha sonora
4- estacato
linha sonora
5- estacatíssimo
linha sonora
Adaptando-se ao conjunto
Expressão
As ferramentas do fraseado
Dinâmica
Larry Teal - 86
devem merecer igual consideração, afim de serem notadas e para
caracterizarem a linha melódica.
Movimento e respiração
Articulação
Larry Teal - 88
peça.
Vibrato
VERSATILIDADE
Nenhum método sobre sax estaria completo se a inclusão do
problema da versatilidade em tocar-se mais de um instrumento. As
exigências, hoje em dia, para o educador musical ou artista profissional,
requer que ele toque 3 ou 4 e algumas vezes mais instrumentos. As tarefas
de um educador musical moderno é esmagadora e muito crédito deve ser
dado a pessoa que adquire um conhecimento de todos os instrumentos
inclusive os de metal, percussão e cordas.
Aparentemente o saxofonista tem sido o mais vulnerável no campo da
versatilidade e o sucesso nesse campo requer competência em outros
instrumentos, corriqueiramente àquelas da famílias das madeiras. O estudo
de outros instrumentos traz ao saxofonista outras vantagens além da
econômica. Traz um rico conhecimento dos instrumentos de madeira, o qual
pode ser transferido ao sax. Devemos compreender que a performance do
sax ainda não atingiu o nível de outros instrumentos pelo fato de ser
relativamente jovem e ainda não ser incluído totalmente em orquestras
sinfônicas. Nós temos muito que aprender das performances tradicionais dos
instrumentos das madeiras e o estudo de outros instrumentos desenvolve a
musicalidade.
As desvantagens de tocar-se mais de um instrumento são: dividir o
tempo de estudo, embocadura flexível; outros instrumentos são caros de se
manter e o sistema de dedilhado pode tornar-se confuso. Todavia os limites
da versatilidade tem se expandido e existe um alto nível artístico em vários
A arte de tocar saxofone - 89
instrumentos. Uma visão realista do cenário musical irá mostrar as
vantagens e desvantagens. Do ponto de vista prático é imperativo que o
saxofonista explore esse campo.
Alguns dos primeiros requisitos para a música versátil são:
Sax e clarineta
Larry Teal - 90
A maioria dos saxofonistas deseja tocar clarineta e, do ponto de vista
comercial isto é uma necessidade. Uma das frustrações desta combinação é
que, embora os dois instrumentos sejam similares, os aspectos de produção
divergem bastante. A clarineta com seu corpo cilíndrico e o sax com seu
corpo cônico são feitos diferentes no tocante à resistência do instrumento.
Essa resistência é mais uniforme na clarineta e, em suas notas graves
podemos tocar o pianíssimo (pp) com mais facilidade, já que no sax é de
extrema dificuldade. As boquilhas de clarineta e do sax são construídas com
princípios acústicos diferentes, os quais afetam a resistência e a sonoridade,
durante uma atuação musical. os saxofonistas que também tocam clarineta
devem ter um conceito real da sonoridade da mesma e cuidado para evitar
tocar os dois instrumentos da mesma maneira. Isto evidencia-se
principalmente no vibrato, o qual é pouco usado na clarineta. Quando
ocasionalmente usa-se o vibrato na clarinete é feito com certas restrições
pela maioria dos concertistas. A embocadura da clarineta requer uma
posição de maior sorriso e apoia-se na frente dos dentes inferiores. Não é
nosso objetivo dar uma explanação completa da embocadura da clarineta,
mas o músico deve cuidar-se nesse aspecto e à adaptação à embocadura da
clarineta. Deve ser direcionado por um professor de clarineta competente. A
embocadura não é a mesma e o saxofonista deve ser sempre cauteloso com
isso. É comum a seguinte observação: “minha embocadura padece quando
toco clarineta”. Se a embocadura é imóvel numa posição esta situação
evidencia-se. O músico deve ter uma embocadura correta para cada
instrumento e, ser capaz de mudar instantaneamente quando necessário. Isso
requer uma flexibilidade nos músculos da embocadura, de modo que ela
possa ser alterada.
Há problemas de ajuste do golpe de língua nos dois instrumentos,
devido a diferenças no tipo de boquilha, o ângulo no qual a palheta é
colocada na cavidade bucal e a distância da boquilha aos lábios. Ao adaptar-
se a um tipo particular de palheta e boquilha uma consideração importante é
a parte da palheta a ser tocada, preferencialmente à parte da língua usada.
Sax e flauta
Sax e oboé
Fagote
REGISTRO AGUDÍSSIMO
Expandir o alcance do saxofone tem sido uma controvérsia, mas uma
tendência gradual para o registro alto tem ganho consistência. Esforços
pioneiros por uns poucos solistas são responsáveis por este
desenvolvimento. Com o aumento do número de jovens estudantes, que
estão estudando seriamente o instrumento, não há dúvida que o saxofonista
do futuro tocará num alcance de duas oitavas e 5/8. A adição de algumas
notas no alcance do sax contribuirá bastante para seu alcance e habilidades.
O uso desse alcance deve ser determinado pelo valor musical e nunca como
proeza. Se estas notas agudas podem ser tocadas com uma boa afinação e
sonoridade e controle preciso, isto será benéfico para o instrumento. Todavia
se o resultado é um som desafinado ou anti-musical, isto afetará
(comprometerá) a performance do saxofonista. Requer-se muito estudo e
preparação neste aspecto para obter-se um bom nível de performance
(atuação musical).
O uso dessas notas altas só deve ser feito por saxofonistas
experientes, que têm uma embocadura bem desenvolvida e um senso de
afinação, sendo o último da maior importância. O dedilhado nesse registro
tem as possibilidades acústicas de produzir a nota desejada, mas não é
100% garantido. O som é mantido por uma posição resistente dos lábios, o
qual deve ser levemente alterado para cada nota. Os esforços prematuros
neste sentido, antes de desenvolver-se os músculos da embocadura, não
somente retardarão o progresso, mas prejudicarão os nervos, músculos
delicados dos lábios ao ponto de um dano permanente.
Visto que os sons acima do registro normal requerem uma
manipulação da nota fundamental para seus harmônicos, exercícios
preliminares que mostram as séries harmônicas devem ser estudadas
primeiramente. Os primeiros oito sons da série harmônica são adequados
para que se acostume a produzir este tipo de som e se assimilados servirão
como base para aprofundar-se neste estudo. No exercício que se segue,
mantenha a posição do dedilhado na nota fundamental e toque a série
harmônica, mas adicionando a chave de oitava quando começar o primeiro
harmônico.
Larry Teal - 94
Os erros e acertos devem ser o fator dominante para corrigir-se a
pressão da embocadura, apoio de ar e posição da garganta. Aumento na
pressão da embocadura não deve ser confundido com morder mais a
palheta, visto que isso acompanha o processo, mas muito pouco, a não ser
para produzir uma ferida nos lábios. Um maior apoio na embocadura vem
dos músculos que circundam os lábios, especialmente aqueles do canto da
boca. Abra
Um aaumento
chave dedeoitava,
pressão fecha um pouco a palheta e uma maior
velocidade
mantendodo ar é necessário
a posição de Bbpara vibrar a palheta na velocidade desejada.
Devemos praticar exercícios, envolvendo a produção de harmônicos com a
mesma posição de dedilhado. A área do 3o ao 6o harmônico é importante
para ter-se a sensação de como é a embocadura no registro harmônico.
Somente depois dessas notas serem tocadas com confiança, devemos usar
esses dedilhados na música. A escolha do dedilhado harmônico dependerá
da boquilha, palheta e marca do instrumento.
A habilidade de tocar-se no registro harmônico é um esforço de longo
tempo e requer paciência e determinação aliado com um senso
discriminativo de valores musicais e um ouvido musical sensível. Dois
métodos excelentes são valiosos no desenvolvimento do registro harmônico:
“Notas Extremas para o Saxofone” por Sigurd Rascher (New York) e
“Estudos em Harmônicos” por Ted Nash (New York, Leeds Music Corp.).
Este método de Ted Nash adapta-se para os saxofonistas do sax tenor.
LITERATURA SELECIONADA
(Indicação de livros)
Larry Teal - 96
TABELA DE AJUSTE DA PALHETA
DEFEITOS ÁREA FERRAMENTA REPAROS
Muito macio Ponta Aparador Apoie um pouco. Teste depois
de cada aparo.
Zumbido Ponta Aparador Idêntico acima
Falta de ressonância 1e2 Pino Equilibrar (balancear).
Sonoridade apagada quando 1e2 Pino Afine ambos os lados se ainda
se toca “piano” estiverem duros. Balanceie
Resistência (dureza) ao tocar 2 Pino Afine ambos lados e balanceie
Registro agudo, perdendo 2 Pino Balanceie e afine o necessário
ressonância
Ponta muito espessa depois Debaixo Lixa Lixe livremente sobre a
do aparo da ponta “mesa” da palheta cerca de 3/8
de pol. abaixo da ponta
Assobios na palheta 2 Pino Balancear
Som forte e alto quando toca 2e1 Pino Afine gradualmente
“piano” com um risco leve
Registro agudo fraco 3 Pino Teste após uns poucos riscos
Mesa não lisa (áspera) Mesa Lixa Friccione levemente para trás e
para frente, sempre na direção
do veio da madeira (cana)