Madeiras Alternativas para Construção de Instrumentos Musicais
Madeiras Alternativas para Construção de Instrumentos Musicais
Madeiras Alternativas para Construção de Instrumentos Musicais
Relatório Final
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O Brasil possui a segunda maior cobertura vegetal do mundo e a mais
importante floresta tropical do globo. Apesar dessa vasta diversidade, ele não se
caracteriza como um grande exportador de instrumentos musicais. Isso se deve a
utilização de espécies importadas, raras e bem conhecidas em todo o mundo,
principalmente pelas suas excelentes propriedades físicas, mecânicas e acústicas e
além de serem usadas a séculos por luthiers e fabricantes de instrumentos musicais.
No Brasil, espécies como o jacarandá-da-bahia (Dalbergia nigra) e o mogno
(Swietenia macrophylla) são utilizadas em diversos tipos de instrumentos de corda, o
pau-brasil (Caesalpinea echinata) utilizado em arcos de violinos apesar dessas
espécies se apresentarem ameaçadas de extinção (ANAFIM, 2003; SOUZA, 1983).
Hoje existe no mercado brasileiro de instrumentos musicais uma procura por
espécies alternativas às madeiras importadas, uma vez, que o avanço nos preços
dessas madeiras, cotadas em dólar, tem efeito imediato no valor final do produto.
Em estudos realizados por SOUZA (1983); SLOOTEN & SOUZA (1993);
2
FAGUNDES (2003); FERNADES (2004) e TELES (2004), ficou comprovado que as
espécies amazônicas são aptas para a utilização em instrumentos musicais de
qualidade.
Piano:
Clarineta a oboé:
Fagote a flauta:
Percussão:
3
PROPRIEDADES FÍSICAS, MECÂNICAS, CARACTERES GERAIS E
TRABALHABILIDADE DA MADEIRA PARA INSTRUMENTOS MUSICAIS
Fundo:
Boa estabilidade dimensional, textura fina, grã direita, bom peso, bom
acabamento, fácil de furar a tornear e, preferencialmente de cor negra.
Não muito pesada, textura fina, boa estabilidade dimensional, grã direita, bom
acabamento, fácil de furar e tornear.
PROPRIEDADES ACÚSTICAS
4
O método de vibração forçada é o mais utilizado para se determinar a
freqüência natural de vibração (fr) e o decaimento logarítmico (DL). Segundo
HEARMON (1968), ele funciona da seguinte maneira: a amostra é suportada por um
fio ou linha nos seus pontos nodais, e têm pequenas chapas de metal ferroso
fixadas nas suas extremidades. Próximos às chapas ficam dois transdutores, um
deles é alimentado com corrente alternada para excitar as vibrações, e o outro serve
como detector da resposta da amostra. A freqüência da corrente elétrica é variada
até que se atinja um ponto máximo de vibração; quando atingida esse ponto máximo
a freqüência natural de ressonância da amostra é obtida.
π * ∆f
De acordo com Hearmon: DL =
3 * fr
onde, fr é a freqüência de ressonância e ∆f é o diferencial da freqüência entre
os dois pontos diretamente opostos, acima e abaixo do ponto de ressonância, no
qual a amplitude de vibração cai para a metade do valor do ponto de pique de
ressonância com a freqüência de “meia amplitude” f’ e f’’.
Outros métodos foram utilizados por SOUZA (1983) que consistiam no
método acústico, método de comparação direta e o método estatístico. O método
acústico, destinado a instrumentos de cordas, foi proposto por KOLLMAN (1968) a
partir da seguinte observação: a madeira, apesar de possuir 1/10 a 1/20 da
densidade dos metais em geral, tem uma velocidade de propagação sonora
semelhante aos mesmos. Então se definiu um parâmetro que chamou de resistência
à onda sonora (W), e que, quanto menor, melhor será a qualidade acústica do
material.
E
W = ∂ *v = ∂ = ∂E
∂
5
MATERIAL E MÉTODOS
ESTUDO DE MERCADO
TESTE ACÚSTICO
Os testes acústicos foram realizados no Laboratório de Produtos Florestais
(LPF) e o método de vibração forçada, proposto por Heramon (1968), foi o utilizado
para se determinar a freqüência natural de vibração (fr) e o decaimento logarítmico
(DL) de 49 espécies madeireiras.
Para a realização do teste acústico foi utilizado um aparelho composto de um
sensor e um excitador, ambos eletromagnéticos, em cada uma de suas
extremidades. O excitador emitia uma onda sonora senoidal em forma de sinal
progressivo em um intervalo de 120 a 240 Hz durante um intervalo de 150
segundos, com amplitude constante e uma variação na freqüência de 0,01Hz, a qual
era gerada com o auxilio do software Cool Edito Pro II. O sensor recebia a vibração
transmitida através das amostras de madeiras (dimensões 30 x 2 x 0,3 cm – Figura
1). No software, a onda obtida pela ressonância da amostra com o sinal, era
6
registrada em um dos canais de gravação de áudio do programa. Utilizaram-se dois
suportes de fios de algodão que ficaram posicionados a 10 cm das extremidades de
forma que a harmônica fundamental da madeira fosse captada. Todo o sistema era
controlado por um microcomputador PC AMD Duron 1400 com 256 MB de memória
RAM. A Figura 2 ilustra o esquema do equipamento utilizado. O volume de captação
e altura do captador foi mantido constante para todas as amostras.
O teste possui um funcionamento simples: o excitador, ao emitir o sinal, faz
com que a amostra de madeira vibre a uma freqüência progressiva e, quando a
freqüência do sinal se iguala à freqüência de ressonância da madeira, a amostra
entra em ressonância. Com isso o detector capta a freqüência de ressonância da
amostra e gera um gráfico com o pico de ressonância característico de cada madeira
(Figuras 3 e 4).
30 cm
2,0 cm
0,3 cm
7
madeiras para clarinetas e oboés baseou-se na comparação com a “african
blackwood” (Dalbergia melanoxylon).
8
Figura 3. Pico de ressonância da amostra de macacaúba.
RESULTADO E DISCUSSÃO
ESTUDO DE MERCADO
Segundo a Abemusica (2005) o mercado de instrumentos musicais tem
participação inexpressiva no processo de exportação nacional. Entretanto, o setor
está em constate crescimento, uma vez que houve um aumento de 28% das
exportações com relação ao ano de 2003 a 2004. Na área de importação houve um
aumento de 25% de 2003 para o de 2004. Segundo a ANAFIM (2003) O
faturamento do setor música em 2002 é estimado em RS 318 milhões, com
crescimento de 6% em relação ao ano anterior. Este setor possuía cerca de quatro
mil postos de trabalho nos anos de 2001 e 2000.
A indústria de instrumentos musicais, áudio, iluminação e acessórios está
concentrada basicamente na região Sudeste. O interior do estado de São Paulo é o
principal centro produtor, seguido pelo Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo,
9
Bahia e Pernambuco. O Estado de São Paulo representa 58% do mercado da
música e a região Sul cerca de 19% (ANAFIM, 2003).
O Quadro 1 apresenta composição da indústria de instrumentos musicais,
equipamentos de som e acessórios do Brasil.
10
Tabela 1. Estabelecimentos e postos de trabalho da indústria de instrumentos
musicais.
Número de
Região Número de empregos
estabelecimentos
Centro-oeste 4 0,2% 1 1,1%
Nordeste 16 0,8% 3 3,3%
Sudeste 1886 90,9% 71 78,0%
Sul 168 8,1% 16 17,6%
Total 2074 100,0 91 100,0
Fonte: ANAFIM, 2003; RAID, 2000.
11
corda. Utiliza braúna, ipê-preto e gombeira e afirma ter obtido excelentes resultados,
principalmente com relação à trabalhabilidade das madeiras.
12
Gaitas diatônicas:
Baquetas:
Para baquetas o estudo foi feito por comparação com o hickory (Carya spp.).
A densidade deve variar em torno de 0,75 g/cm3, grã direita, resistência ao impacto
acima de 1.600 mm, madeira com aparência uniforme, fácil para secar e boa para
tornear.
13
Tabela 2. Espécies selecionadas para o projeto.
NOME COMUM NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA LOCALIZAÇÃO
1 Açoita-cavalo Lueheopsis duckeana Burret Tiliaceae Manaus
2 Amapá Chrysophyllum sp. Sapotaceae Tapajós
3 Amapá doce Brosimum parinarioides Ducke Moraceae Manaus
Leguminosae-
4 Amarelão / Garapa Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.Macbr. Tapajós
Caesalpinioideae
Leguminosae-
5 Amarelão / Garapa Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.Macbr. Tapajós
Caesalpinioideae
6 Amescla Trattinnickia burseraefolia (Mart.) Willd. Burseraceae Tapajós
7 Anani Symphonia globulifera L.f. Guttiferae Tapajós
8 Andiroba Carapa guianensis Aubl. Meliaceae Tapajós
9 Andiroba Carapa guianensis Aubl. Meliaceae Tapajós
Leguminosae-
10 Angelim-pedra Hymenolobium petraeum Ducke Tapajós
Papilionoideae
11 Cedrinho Erisma uncinatum Warm. Vochysiaceae Tapajós
12 Cedro Cedrela odorata L. Meliaceae Manaus
Leguminosae-
13 Cerejeira Amburana acreana (Ducke) A.C.Sm. Manaus
Papilionoideae
Leguminosae-
14 Copaíba Copaifera reticulata Ducke Manaus
Caesalpinioideae
15 Cuiarana / Mirindiba Buchenavia grandis Ducke Combretaceae Tapajós
Leguminosae-
16 Cumarú Dipteryx polyphylla Huber Tapajós
Papilionoideae
17 Envira preta Onychopetalum amazonicum R.E.Fr Annonaceae Manaus
18 Faeira Roupala montana Aubl. Proteaceae Tapajós
Leguminosae-
19 Fava-amargosa Vatairea cf. paraensis Tapajós
Papilionoideae
Leguminosae-
20 Fava-arara tucupi Parkia paraensis Ducke Tapajós
Mimosoideae
Leguminosae-
21 Faveira-de-folha-fina Piptadenia suaveolens Miq. Manaus
Mimosoideae
22 Freijó verdadeiro Cordia goeldiana Huber Boraginaceae Tapajós
Leguminosae-
23 Gombeira Swartzia leptopetala Benth. Tapajós
Papilionoideae
24 Grumixava Micropholis venulosa (Mart. & Eichler) Pierre Sapotaceae Manaus
Guariúba/ Oiticica
25 Clarisia racemosa Ruiz & Pav. Moraceae Tapajós
amarela
26 Ipê Tabebuia serratifolia (Vahl) Nichols. Bignoniaceae Tapajós
27 Itaúba-amarela Mezilaurus itauba (Meisn.) Taub. ex Mez Lauraceae Tapajós
Leguminosae-
28 Jacarandá Dalbergia spruceana Benth. Manaus
Papilionoideae
Leguminosae-
29 Jatobá Hymenaea courbaril L. Tapajós
Caesalpinioideae
30 Jequitibá-cedro (35) Allantoma lineata (Mart. ex O.Berg) Miers Lecythidaceae Manaus
31 Louro-vermelho Ocotea rubra Mez Lauraceae Tapajós
Leguminosae-
32 Macacaúba Platymiscium ulei Harms Manaus
Papilionoideae
33 Maçaranduba Manilkara huberi (Ducke) Chevalier Sapotaceae Tapajós
34 Mandioqueira Qualea paraensis Ducke Vochysiaceae Tapajós
35 Marupá Simarouba amara Aubl. Simaroubaceae Manaus
14
36 Mogno Swietenia macrophylla King Meliaceae Manaus
37 Morototó Schefflera morototoni (Aubl.) Decne. & Planch Araliaceae Manaus
38 Muiracatiara Astronium lecointei Ducke Anacardiaceae Tapajós
39 Muiracatiara Astronium lecointei Ducke Anacardiaceae Manaus
40 Munguba gr terra firme Eriotheca longipedicellata (Ducke) A.Robyns Bombacaceae Manaus
41 Mururé Brosimum acutifolium Huber Moraceae Manaus
42 Pará-Pará Jacaranda copaia (Aubl.) D.Don Bignoniaceae Manaus
43 Pequiarana Caryocar glabrum (Aubl.) Pers. Caryocaraceae Tapajós
44 Quaruba-rosa Vochysia maxima Ducke Vochysiaceae Tapajós
45 Tanibuca Terminalia amazonica (J.F.Gmel) Exell. Combretaceae Tapajós
46 Tatajuba Bagassa guianensis Aubl. Moraceae Tapajós
47 Tauari-amarelo Couratari oblongifolia Ducke & R.Knuth Lecythidaceae Manaus
48 Tauari-branco Couratari guianensis Aubl Lecythidaceae Manaus
49 Tauari-rosa Couratari stellata A.C.Sm. Lecythidaceae Manaus
Leguminosae-
50 Taxi preto folha grande Tachigali myrmecophila Ducke Manaus
Caesalpinioideae
51 Ucuúba-da-terra-firme Virola cf. michelli Myristicaceae Tapajós
52 Urucu da mata Bixa arborea Huber Bixaceae Manaus
53 Maple (átiro) Acer sp. Aceraceae Exterior
54 Pinho de riga Pinus sylvestris L. Pinaceae Exterior
Spruce/ abeto pinho
55 Picea abies (L.) Karst. Pinaceae Exterior
sueco
15
Envira-preta 0,64 3,9 8,7 12,7 2,23 1265 140000 822 695
Faeira 0,77 6,3 12,3 18,0 1,95 1614 173000 976 984
Fava-amargosa 0,78 4,8 9,8 14,0 2,04 1513 153000 934 986
Fava-arara tucupi 0,44 3,5 7,6 11,9 2,17 750 117000 399 337
Faveira-de-folha-
0,77 4,5 7,8 12,7 1,73 1285 134000 785 733
fina
Freijó-verdadeiro 0,48 4,1 6,6 10,6 1,61 932 104000 608 452
Gombeira 0,83 5,8 10,5 17,1 1,81
Grumixava 0,67 4,7 9,7 14,0 2,06 142000 1018 780
Guariúba/ Oiticica
0,60 3,1 6,2 10,0 2,00 1110 124000 799 624
amarela
Ipê 0,89 4,7 6,3 10,1 1,34 1726 131000 1480 1406
Itaúba-amarela 0,68 3,0 6,8 10,1 2,27 1113 108000 532 554
Jacarandá 0,92 4,2 8,1 12,7 1,93 1193**
Jatobá 0,76 3,4 7,7 11,4 2,26 1399 159000 1253 1116
Jequitibá-cedro 0,53 3,0 5,7 9,8 1,90 1171 130000 504 523
Louro-vermelho 0,55 3,2 7,9 11,2 2,47 794 109000 342 343
Macacaúba 0,74 2,6 4,6 6,6 1,77 1039 106000 911 914
Maçaranduba 0,89 6,7 9,4 15,0 1,40 1729 142000 1532 1464
Mandioqueira 0,66 6,0 11,4 18,1 1,89 1190 128000 830 709
Marupá 0,38 2,6 5,9 8,8 2,27 664 82000 439 267
Mogno 0,52 2,9 4,7 7,2 1,62 562 66000 435 517
Morototó 0,41 6,7 9,1 15,7 1,36 725 113000 489 358
Muiracatiara 0,79 4,6 7,6 11,9 1,65 1391 153000 891 978
Munguba-gr-terra-
0,45 4,5 9,8 14,9 2,18 895 106000 630 469
firme
Mururé 0,67 5,0 9,1 14,1 1,82 1402 145000 1463 1377
Pará-Pará 0,31 5,4 8,2 13,9 1,52 562 89000 336 192
Pequiarana 0,61 3,9 8,7 11,8 2,23 806 141000 817 745
Quaruba-rosa 0,49 4,0 8,8 12,1 2,20 930 114000 560 481
Tanibuca 0,80 5,2 7,8 12,8 1,50 1489 143000 1166 1014
Tatajuba 0,70 4,1 5,8 9,5 1,41 1269 118000 1007 753
Tauari-amarelo 0,50 4,2 6,6 10,9 1,57 847 111000 589 469
Tauari-branco 0,52 3,6 4,1 10,4 1,14 1061 117000 665 516
Tauari-rosa 0,65 5,8 7,8 13,4 1,34 1367 146000 895 710
Táxi-preto-folha-
0,56 4,1 7,3 11,1 1,78 1070 112000 762 562
grande
Ucuúba-da-terra-
0,50 4,6 8,3 13,7 1,80 972 121000 472 671
firme
Urucu-da-mata 0,32 2,6 6,0 9,1 2,31 555 77000 396 198
MOR - módulo de ruptura; MOE - módulo de elasticidade; PAR – paralela; TRANS -
transversal
16
Tabela 4. Resultados de tração, resistência ao impacto e trabalhabilidade das
espécies selecionadas.
Trabalhabilidade
Tração Resistência
Nome comum Testes
Perpend. ao Impacto
(kgf/cm2) (mm) Aplainamento Torno Broca Serra
Açoita-cavalo 47 1637,2 fácil/ruim fácil/excelente fácil/excelente difícil
Amapá - - - - - -
Amapá-doce 30 1415,3 regular fácil fácil regular
Amarelão /
98 2039,8 fácil fácil fácil fácil
Garapa
Amescla 37 906,6 médio - - fácil
fácil/muito
Anani 33 1552,5 fácil/ruim regular/ruim
ruim
Andiroba 41 1566,0 regular/bom bom bom regular
Angelim-pedra 48 1686,0 muito ruim/regular ruim/bom fácil/bom
Cedrinho 29 1103,0 fácil/ruim - - fácil
Cedro 29 813,5 /bom /bom /bom
Cerejeira 31 977,3 - - -
Copaíba 44 1507,7 regular/bom /bom bom regular
Cuiarana /
- 1980,1 excelente /excelente - -
Mirindiba
Cumarú - 3013,0 difícil - fácil -
Envira-preta 24 1773,8 fácil - - fácil
Faeira 63 2083,0 fácil/regular regular/bom regular/bom -
Fava-
42 2691,2 regular/regular regular/regular regular/regular -
amargosa
Fava-arara
35 784,8 fácil/ruim - regular/ruim -
tucupi
Faveira-de-
35 2339,3 difícil/regular excelente regular difícil
folha-fina
Freijó-
31 1264,7 fácil/bom - - fácil
verdadeiro
Gombeira excelente excelente excelente excelente
Grumixava 40 1603,0 - fácil/excelente fácil/excelente -
Guariúba/
Oiticica 29 1732,2 regular/muito ruim fácil/excelente fácil/regular -
amarela
Ipê 39 3430,6 fácil/bom fácil/excelente fácil/excelente -
Itaúba-amarela 47 - 56 1897,2 regular - - regular
Jacarandá - - excelente excelente excelente -
Jatobá 68 2330,7 regular/ruim fácil/excelente fácil/bom -
Jequitibá-cedro 31 1312,3 bom excelente bom -
Louro-
30 1233,6 fácil/bom fácil/bom fácil/bom regular
vermelho
Macacaúba - - excelente excelente excelente -
Maçaranduba 51 2819,9 fácil fácil/excelente fácil/excelente -
Mandioqueira 1833,1 regular - fácil -
Marupá 28 741,0 fácil/excelente ruim fácil/excelente fácil/excelente
Mogno 61 1186,2 fácil/regular fácil fácil/excelente fácil
17
Morototó 39 529,1 /excelente - /regular -
Muiracatiara 105,3 2273,2 regular/ruim fácil/excelente fácil/excelente fácil
Munguba-gr-
36 857,7 fácil/excelente - - fácil
terra-firme
Mururé 42 1531,4 regular/excelente bom excelente -
Pará-Pará 29 367,8 fácil - difícil fácil
Pequiarana 58 1544,5 /excelente bom bom -
Quaruba-rosa 35 1136,0 fácil/ruim fácil/bom fácil/bom fácil
Tanibuca 53 2400,6 difícil - - difícil
Tatajuba 74 2343,9 fácil fácil fácil fácil
Tauari-amarelo 38 1189,1 fácil/bom - fácil/excelente fácil
Tauari-branco 42 1341,8 fácil - - fácil
Tauari-rosa 46 2035,9 difícil difícil difícil regular
Táxi-preto-
- - difícil - fácil/bom regular
folha-grande
Ucuúba-da-
49 1019,6 fácil/bom fácil/bom fácil/bom fácil
terra-firme
Urucu-da-mata 24 701,4 /bom - - fácil
Fonte: http://www.ibama.gov.br/lpf/madeira; SLOOTEN & SOUZA, 1993; IBDF, 1988;
MAINIER & CHIMELO, 1989.
TESTE ACÚSTICO
18
Envira-preta 4677 193,2 0,024
Faeira 4740 188,5 0,024
Fava-amargosa 4429 190,1 0,016
Fava-arara tucupi 5157 179,6 0,027
Faveira-de-folha-fina 4172 167,3 0,026
Freijó-verdadeiro 4655 193,6 0,019
Gombeira - 200,0 0,016
Grumixava 4604 169,1 0,018
Guariúba/ Oiticica amarela 4546 181,1 0,023
Ipê 3837 175,0 0,017
Itaúba-amarela 3985 159,3 0,031
Jacarandá - 183,6 0,016
Jatobá 4574 155,4 0,030
Jequitibá-cedro 4953 - -
Louro-vermelho 4452 152,0 0,033
Macacaúba 3785 163,6 0,021
Maçaranduba 3994 169,8 0,025
Mandioqueira 4404 173,9 0,020
Marupá 4645 167,9 0,027
Mogno 3563 166,6 0,027
Morototó 5250 207,3 0,026
Muiracatiara 4401 172,6 0,016
Muiracatiara 4401 174,6 0,023
Munguba-gr-terra-firme 4853 175,1 0,026
Mururé 4652 194,3 0,024
Pará-Pará 5358 198,7 0,029
Pequiarana 4808 145,3 0,037
Quaruba-rosa 4823 152,6 0,031
Tanibuca 4228 160,8 0,024
Tatajuba 4106 161,6 0,027
Tauari-amarelo 4712 176,3 0,027
Tauari-branco 4743 206,0 0,024
Tauari-rosa 4739 182,7 0,026
Taxi-preto-folha-grande 4472 176,2 0,026
Ucuúba-da-terra-firme 4919 185,0 0,026
Urucu-da-mata 4905 173,2 0,027
O resultado encontrado foi satisfatório, com resultados bem próximos aos dos
obtidos por SOUZA (1983); SLOOTEN & SOUZA (1993). A freqüência natural de
vibração das amostras variaram de 145,3 a 207,3 Hz, com desvio padrão igual a
15,10. O decaimento logarítmico variou de 0,016 a 0,037 com desvio padrão igual a
0,005 e a velocidade de propagação sonora variou de 3553 a 5358 m/s com desvio
padrão igual a 352.
Foi possível observar que ocorrem variações acústicas dentro de uma mesma
espécie proveniente de regiões diferentes, como no caso das espécies
amarelão/garapa, andiroba e muiracatiara. O decaimento logarítmico foi a
característica que mais variou dentro de uma mesma espécie. Esse resultado pode
ter ocorrido devido a diferenças de posição de corte das tábuas e até mesmo devido
a características fenotípicas de cada indivíduo.
19
Na análise de freqüência e decaimento logarítmico para amostras com corte
tangencial foi possível observar que não há diferença significativa entre os valores
encontrados com os valores das amostras com corte radial. Entretanto, as amostra
com corte tangencial apresentaram defeitos de processamento, apresentando
empenamentos que dificultaram a realização dos testes acústicos.
Foi feito uma análise estatística visando conhecer o grau de correlação entre
as propriedades físicas e acústicas e entre as propriedades mecânicas e acústicas.
Segundo BARDUCCI & PASQUALINI (1948) e HAINES (1979) apud BUCUR (1995),
madeiras com altos valores de velocidade de propagação sonora paralela às fibras
geralmente são madeiras de baixa massa específica. Essa característica foi
comprovada com as madeiras tropicais estudadas, sendo significativa a correlação
entre massa específica e velocidade de propagação sonora, e massa específica e
decaimento logarítmico e decaimento logarítmico e freqüência, e não significativo
com massa específica e freqüência. (Quadro 2). O Anexo II apresenta os gráfico das
análises.
20
CLASSIFICAÇÃO PARA INSTRUMENTOS MUSICAIS
Madeiras para violão
21
Madeiras para guitarras elétricas e contrabaixos
22
Madeiras para instrumentos de sopro: Clarineta, oboés, flautas e fagotes
Instrumentos de sopro
Clarinetas e Oboés Flautas e Fagotes
Espécies
Faeira* Cedro
Gombeira Envira preta
Ipê Jequitibá-cedro
Jacarandá Tauari-amarelo
Macacaúba Mururé
Maçaranduba Pará-Pará
Muiracatiara* Copaíba
Tauari-branco
Ucuúba-da-terra-firme
Urucu-da-mata
Grumixava
Itaúba-amarela
Obs.: Os asteriscos referem-se a madeiras que foram ressalvas.
23
Tabela 10. Madeiras selecionadas e características analisadas para a confecção de
corpo de gaitas diatônicas.
Espécie
Açoita-cavalo Louro-vermelho
Amapá-doce Macacaúba*
Amarelão / Garapa Maçaranduba
Amescla Mandioqueira*
Andiroba Mogno
Angelim-pedra Morototó
Copaíba Muiracatiara
Cuiarana / Mirindiba* Munguba-gr-terra-firme
Cumarú* Mururé
Faeira Pequiarana
Fava-arara tucupi Quaruba-rosa
Faveira-de-folha-fina Tanibuca
Freijó-verdadeiro Tatajuba
Grumixava Tauari-amarelo
Ipê Tauari-branco
Itaúba-amarela Tauari-rosa
Jatobá Taxi-preto-folha-grande*
Jequitibá-cedro Ucuúba-da-terra-firme
Obs.: Os asteriscos referem-se a madeiras que foram ressalvas.
24
Tabela 12. Madeiras selecionadas para baquetas e suas principais características.
Espécie
Copaíba* Itaúba-amarela
Envira preta Jacarandá
Gombeira Maçaranduba
Grumixava Muiracatiara
Ipê Mururé*
Obs.: Os asteriscos referem-se a madeiras que foram ressalvas.
CONCLUSÃO
25
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
26
PEARSON, F. G. O.; WEBSTER, C. Timbers used in the musical instrument
industry. U.K: Forest Products Research Laboratory, 1956. 47p.
27
ANEXO I. Caracteres gerais e anatômicos das espécies selecionadas.
28
Continuação ANEXO I.
CARACTERÍSTICAS GERAIS E ANATÔMICAS
DISTINÇÃO RESISTÊNCIA
NOME COMUM CERNE E COR DO CERNE BRILHO GRÃ TEXTURA FIGURA RADIAL AO CORTE PRESENÇA DE
ALBURNO MANUAL INCLUSÕES MINERAIS
direita a
Fava-arara tucupi indistintos cinza-claro ausente média linhas vasculares destacadas macia sim, cristais
cruzada
marrom-amarelo- cruzada linhas longitudinais causadas
Faveira-de-folha-fina pouco distintos moderado média macia
pálido irregular pelos anéis
direita a faixas longitudinais causadas
Freijó verdadeiro distintos marrom-cinza claro fraco média macia sim, cristais
revessa pelos anéis
Gombeira distintos preta moderado direita fina ausente dura
direita a
Grumixava pouco distintos marrom-rosado moderado fina ausente macia
ondulada
Guariúba/ Oiticica cruzada faixas longitudinais irregulares moderadamente
distintos amarelo moderado média sim, cristais
amarela revessa causadas pela grã dura
Ipê distintos marrom-escuro fraco direita fina ausente dura
faixas longitudinais causadas
moderadamente
Itaúba-amarela distintos marrom-amarelado fraco ondulada média pelos anéis, grã, destaque das sim, sílica
dura
linhas vasculares
aspecto fibroso devido contraste
média a
Jacarandá moderado direita parênquima e fibras, destaque dura
fina
das linhas vasculares
linhas longitudinais causadas
Jatobá distintos marrom-avermelhado moderado cruzada média dura
pelos anéis
linhas longitudinais causadas moderadamente
Jequitibá-cedro (35) pouco distintos róseo-acastanhado moderado direita média sim (cristais)
pelos anéis dura
marrom-amarelo- direita a
Louro-vermelho indistintos fraco média ausente macia não
pálido cruzada
direita a linhas longitudinais causadas
Macacaúba pouco distintos marrom pálido forte fina macia
ondulada pelos anéis
marrom-vermelho pouco destacada causada pelas
Maçaranduba indistintos ausente direita fina dura
escuro linhas vasculares
aspecto fibroso devido contraste
Mandioqueira pouco distintos bege-amarelado claro ausente oblíquoa grossa parênquima e fibras, destaque dura
das linhas vasculares
pouco destacada, causada
Marupá indistintos branco-amarelado moderado direita média pelas linhas vasculares e macia
contraste de raios
direita a moderadamente
Mogno distintos marrom-avermelhado acentuado média ausente
irregular dura
Morototó indistintos branca moderado direita média raios contrastados macia
Muiracatiara distintos vermelho-amarelado ausente ondulada média linhas longitudinais causadas dura sim, cristais
29
Continuação ANEXO I.
pelos anéis
CARACTERÍSTICAS GERAIS E ANATÔMICAS
DISTINÇÃO RESISTÊNCIA
NOME COMUM PRESENÇA DE
CERNE E COR DO CERNE BRILHO GRÃ TEXTURA FIGURA RADIAL AO CORTE
INCLUSÕES MINERAIS
ALBURNO MANUAL
linhas longitudinais causadas
Muiracatiara distintos vermelho-amarelado ausente ondulada média dura
pelos anéis
Munguba gr terra direita a linhas longitudinais causadas
indistintos marrom-amarealdo fraco média macia
firme cruzada pelos anéis
faixas longitudinais de cores
Mururé distintos marrom-escuro ausente direita média dura
disitntas
Pará-Pará indistintos branco-amarelado fraco direita média ausente macia
pouco destacada causada pelas moderadamente
Pequiarana indistintos amarelo-pálido ausente revessa média sim, cristais
linhas vasculares dura
cruzada linhas longitudinais causadas
Quaruba-rosa pouco distintos rosa ausente média macia não
revessa pelos anéis
Tanibuca pouco distintos marrom moderado cruzada média ausente dura
Tatajuba distintos marrom-dourado acentuado entrecruzada média linhas vasculares destacadas dura sim, cristais
linhas longitudinais causadas
Tauari-amarelo indistintos branco ausente direita média macia sim, cristais
pelos anéis
Tauari-branco indistintos branco-amarelado fraco direita média ausente macia sim, cristais
marrom-amarelado- linhas longitudinais causadas
Tauari-rosa indistintos fraco direita média
claro pelos anéis
Taxi preto folha linhas longitudinais causadas
indistintos marrom-dourado acentuado cruzada média dura
grande pelos anéis
Ucuúba-da-terra- média a
indistintos marrom-amarelo-fraco moderado direita raios destacados macia
firme fina
linhas longitudinais causadas
Urucu da mata indistintos marrom-rosado-claro moderado direita média
pelos anéis
Fonte: Banco de dados LPF / IBAMA (http://www.ibama.gov.br/lpf/madeira); IBDF (1981); IBDF (1988); IBAMA (1997); MANIERI &
CHIMELO (1989).
30
ANEXO II – Gráficos de correlação entre propriedades físicas, mecânicas e
acústicas.
Freqüência (Hz)
210
200
190
180
170
Observed
160
Linear
150
Logarithmic
140 Quadratic
,3 ,4 ,5 ,6 ,7 ,8 ,9 1,0
Massa específica (g/cm3)
5200
5000
4800
4600
4400
Observed
4200
Linear
4000 Logarithmic
3800 Quadratic
,3 ,4 ,5 ,6 ,7 ,8 ,9 1,0
31
Continuação ANEXO II.
,03
,02 Observed
Linear
Logarithmic
,01 Quadratic
,3 ,4 ,5 ,6 ,7 ,8 ,9 1,0
Massa específica (g/cm3)
32