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Parada Cardiorespiratoria

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Primeiro Socorros e Biossegurança

Parada Cardiorrespiratória
INTRODUÇÃO
A Parada cardiorrespiratória (PCR) é a cessação abrupta da função mecânica
cardíaca, ocorrendo, consequentemente, a parada dos outros órgãos vitais devido
à falta de oxigenação, e, por conseguinte, da respiração, e é diagnosticada
através do reconhecimento da morte clínica, ou seja, falta de movimentos
respiratórios e batimentos cardíacos eficientes na ausência de consciência, com
viabilidade cerebral e biológica.
A parada Cardiorrespiratória é uma anormalidade grave, que resulta da cessação
de todos os sinais elétricos de controle no coração. Os sinais clássicos que
acompanham a PCR são: a perda da consciência devido à diminuição da
circulação cerebral; os pulsos carotídeos tornam-se ausentes, assim como os
movimentos respiratórios. A assistência de urgência, nos ambientes pré e intra-
hospitalar, exige dos profissionais de saúde uma ação imediata e eficaz para a
obtenção de sucesso nesse atendimento. Entende-se que um atendimento rápido,
coeso e multidisciplinar pode garantir uma maior sobrevida ao indivíduo.

Segundo o Consenso Nacional de Ressuscitação (1996), PCR pode ocorrer de


três formas:

 Morte Clínica – que é ausência de movimentos respiratórios e batimentos


cardíacos seguindo da não consciência com viabilidade cerebral e biológica;

 Morte Biológica Irreversível – irreversibilidade de órgãos, quando não


ocorrem as manobras de ressuscitação cardiopulmonar;

 Morte Encefálica – referida á morte cerebral, quando há lesão irreversível e


falta de oxigenação de igual ou superior a 5 minutos.

Causas da parada cardiorrespiratória (PCR)


RESPIRATÓRIAS: Quando ocorre obstrução das vias respiratórias, pneumonias,
pneumotórax hipertensivo, afogamento, aspiração (secreções ou conteúdo
gástrico etc.), Bronquiolite, asma brônquica, SARA (Síndrome da angustia
respiratória aguda, pode ser definida como insuficiência respiratória grave)
embolia pulmonar.

CARDIOVASCULARES: IAM (infarto agudo do miocárdio, também conhecido,


ataque cardíaco), arritmias (fibrilação ventricular, taquicardia ventricular, bloqueios)
tamponamento cardíaco, cardiopatias congênitas ou adquiridas, choque
cardiogênico e ICC (insuficiência cardíaca congestiva define-se como motivo ou
estado que o coração por alguma anormalidade em sua função não consegue
bombear sangue para atender as necessidades do organismo).

SNC: Fármacos de pressões do sistema nervoso central, TCE (Tronco da


Coronária Esquerda que leva ao paciente a recorrer a intervenção cirúrgica de
revascularização do miocárdio, hemorragias intracranianas, processos infecciosos
do sistema nervoso central, estado epilético, polineuropatia: uma disfunção
simultânea de vários nervos periféricos, em qualquer lugar do organismo, pode
ser definida: (aguda – iniciando-se repentinamente, crônica – desenvolvendo-se
gradualmente, frequentemente por meses ou anos.)

CAUSAS METABÓLICAS: acidose e alcalose metabólicas, hiper e


hipopotassemia, hiper e hipocalcemia, hiper e hipomagnesemia, hipoglicemia.

OUTRAS: Intoxicação digitálica, grandes queimados, inalação de gases (ex:


monóxido de carbono), choque, infusão rápida de antiarrítmicos, anafilaxia,
cateterismo cardíaco, angiografias, exame proctológico, politraumatismo, sepse,
intoxicações exógenas, eletrocussão, tétano, compressão do seio carotídeo,
curetagem uterina, síndrome da morte súbita da infância.

As causas reversíveis de PCR são citadas como:

6H

 Hipovolemia;

 Hipóxia;

 Hipercalemia e Hipocalemia;

 Hipotermia;

 Hipoglicemia;

 H+ acidose metabólica.
5T

 Tamponamento cardíaco;

 Tensão no tórax (pneumotórax);

 Tromboembolismo pulmonar;

 Tóxicas;

 Trauma.

Sinais e sintomas da parada cardiorrespiratória

 Inconsciência

 Ausência de respiração

 Ausência de pulso

 Pupila não dilatada

 Cianose, que é a coloração azul-arroxeada de pele e mucosas.

Os sintomas mais comuns de uma parada cardiorrespiratória incluem dor no peito,


falta de ar, suor frio, sensação de palpitação, tonturas, desmaios e vista turva ou
embaçada. Além desses sintomas, a ausência de pulso ou a falta de respiração
indicam que o coração parou de bater.

Primeiros socorros em casos de parada cardiorrespiratória

Antes de iniciar é importante verificar a segurança do local, ou seja, verificar se há


algum tipo de risco para sua segurança ou para a segurança de outras pessoas
que possam auxiliar, para evitar novas vítimas.

O socorrista deve imediatamente iniciar o suporte básico de vida:

Assim, o primeiro passo é identificar se a pessoa está mesmo em PCR.

 Chamar pela vítima, na tentativa de verificar se está consciente ou não:


Figura 1 – Checagem do nível de consciência da vítima

 Verificar se a vitima está respirando:

Erguer o queixo da vítima para deixar livre a passagem de ar. Aproxima-se o


ouvido da boca e do nariz da vítima inconsciente e observa-se o tórax em
busca de algum tipo de movimento respiratório. Caso ela não esteja respirando
ou esteja com a respiração agonizante, reconhece-se o segundo sinal de que a
vítima está em parada cardiorrespiratória.

Figura 2 – Avaliação das vias aéreas

 Chame a emergência:

Confirmando que a vítima realmente está desacordada e sem respirar, antes


de iniciar a manobra de reanimação é preciso entrar em contato com a
emergência, ligando para o SAMU no telefone 192.
Figura 3 – Chamando o SAMU 192

 Inicie a ressuscitação cardiopulmonar (RCP):

Ressuscitação cardiopulmonar é o conjunto de manobras realizadas para


restabelecer a ventilação pulmonar e a circulação sanguínea, tais como,
respiração artificial e massagem cardíaca externa, manobras essas
utilizadas nas vítimas em parada cardiopulmonar.

A ressuscitação cardiopulmonar requer uma sequência de procedimentos


parecido com o ABCD da avaliação inicial com a diferença que o D do RCP
se refere a desfibrilação:

A – Vias Aéreas: manter as vias aéreas permeáveis para a passagem do ar;

B – Respiração: ventilar os pulmões da vítima para garantir um mínimo de


troca de ar;

C – Circulação: comprimir o tórax de forma a realizar uma pressão


intratorácica que faça o coração bombear sangue para os órgãos vitais;

D – Desfibrilação: aplicação de um choque no coração para normalizar os


batimentos cardíacos que entram em movimentos descompassados como a
fibrilação ventricular e a taquicardia ventricular.

RCP em adolescentes e adultos

Estabelecida que a vítima apresente os sinais característicos de parada


cardiopulmonar você deve iniciar os procedimentos de RCP. Para tanto o
primeiro passo é garantir que a vítima esteja em decúbito dorsal (costas no
chão).

Estando a vítima em decúbito dorsal efetue a abertura das vias aéreas, o que
muitas vezes pode garantir o retorno da respiração se a vítima estava somente
em parada respiratória. Se ao verificar as VVAA você encontrar qualquer objeto
(chicletes, próteses), retire com uma pinça, ou os dedos. Não retire dentaduras
bem fixas da vitima, pois elas ajudam a manter os contornos da boca,
auxiliando em uma boa vedação para a ventilação.

Após a abertura das VVAA, analise a respiração da vítima usando o método do


Ver-Ouvir-Sentir. Este exame não deve demorar mais do que dez segundos, se
constatar que não há respiração, ou a respiração é inadequada (respirações
agônicas), ou ainda, você não tem certeza se a respiração é adequada; inicie
as ventilações artificiais.

A ventilação Boca-a-boca é realizada da seguinte forma:

Pince o nariz da vítima usando o polegar e dedo indicador da mão que está na
testa da vítima;

Respire normalmente e coloque seus lábios na boca da vítima, vedando-a


completamente, impedindo vazamento de ar;

Ventile 2 (duas) vezes (cerca de 1 segundo para cada ventilação) a cada 30


(trinta)compressões torácicas;

A ventilação deve provocar elevação visível do tórax;

Observar o tórax subindo e descendo, ouvir e sentir o fluxo de ar;

Manter as vias aéreas abertas para a expiração;

Não demore mais do que 10 (dez) segundos na aplicação das ventilações;

Se a ventilação não elevar o tórax após algumas tentativas, inicie a compressão


torácica;

Havendo pulso, efetue de 10 a 12 ventilações por minuto sem compressões


torácicas;

Evite a hiperventilação, pois isto pode causar uma distensão gástrica reduzindo o
débito cardíaco.
Figura 4 –
Ventilação boca-
a-boca

Após
realiza-se a
verificação
do pulso,
em vítimas

inconscientes sempre é realizada pela palpação da carótida. Para a


verificação do pulso carotídeo localize a traqueia com dois dedos e deslize-os
suavemente entre a traqueia e os músculos laterais do pescoço, exercendo
uma leve compressão sem obstruir a artéria. Esta operação não deve demorar
mais do que 10 (dez) segundos.

Figura 5 - Palpação da carótida

Verificado que a vítima não possui pulso, o socorrista deve iniciar as


compressões torácicas:

Certifique-se de que a vítima esteja em decúbito dorsal sobre uma superfície


rígida;

Ajoelhe-se ao lado do peito da vítima;

Exponha o peito da vítima e coloque uma das mãos no centro do peito na altura
da linha mamilar;
Coloque a outra mão sobre a primeira e entrelace os dedos com esta, não aplique
nenhuma pressão sobre as costelas, o término do esterno, ou o abdômen;

Figura 6 – Posição das mãos para compressão

Posicione-se verticalmente sobre a vítima com os braços retos e seus ombros


sobre o peito da vítima e comprima o tórax de forma que o peso de seu corpo
auxilie na compressão.

Figura 7 – Braços retos e ombros sobre a vítima

Para a realização comprima 30 (trinta) vezes o peito para cada 02 (duas)


ventilações na vítima adulta. A taxa de compressão deve ser de 100 (cem)
compressões por minuto;

Comprima rápido, comprima forte e permita o retorno completo do tórax;

Execute a compressão com uma profundidade de 4 (quatro) a 5 (cinco)


centímetros; O tempo de compressão e descompressão devem ser iguais;
Limite às interrupções, a compressão torácica é o procedimento mais importante
para garantir uma sobre vida a vítima; Após 2 (dois) minutos ou 5 (cinco) ciclos de
RCP reavalie a vítima, não demore mais do que dez segundos nesta avaliação. A
cada 2 (dois) minutos troque, se possível, o socorrista que comprime o tórax;
estudos comprovaram que mesmo sem referir cansaço o socorrista perde
eficiência em apenas dois minutos de compressão.

RCP em Crianças

O RCP em crianças é quase o mesmo para adultos com algumas diferenças


devido às diferenças anatômicas e fisiológicas. O procedimento de abertura de
Vias aéreas é o mesmo realizado para os adultos

Após a abertura das VVAA aplique 2 (duas) ventilações efetivas na criança.


Devido ao tamanho da caixa torácica da criança ser menor do que do adulto
menos ar é necessário na respiração, ao ventilar forneça apenas ar suficiente para
elevar o tórax da criança. Se houver pulso aplique de 12 (doze) a 20 (vinte)
ventilações por minuto, pois a criança normalmente possui uma frequência
respiratória mais elevada que o adulto. Com VVAA avançadas efetue de 8 (oito) a
10 (dez) ventilações por minuto sem interrupção nas compressões.

Figura 8 - Ventilação em criança

Para a compressão torácica em crianças siga os seguintes passos:

Apalpe o pulso carotídeo em no máximo 10 (dez) segundos, se não estiver


presente prepare-se para iniciar as compressões.

Certifique-se de que a vítima esteja em decúbito dorsal sobre uma superfície


rígida; Ajoelhe-se ao lado do peito da vítima;
Exponha o peito da vítima e coloque uma das mãos com o braço reto sobre o
centro do peito na altura da linha mamilar, se achar necessário é possível colocar
as duas mãos;

Se estiver sozinho, comprima 30 (trinta) vezes o peito para cada 02 (duas)


ventilações; Em 2 socorristas, comprima 15 (quinze) vezes para cada 02 (duas)
ventilações;

A taxa de compressão deve ser de 100 (cem) compressões por minuto; Comprima
rápido, comprima forte e permita o retorno completo do tórax;

Execute a compressão com uma profundidade de ½ a ⅓ do tamanho do tórax; O


tempo de compressão e descompressão deve ser igual;

Após 2 (dois) minutos ou 5 (cinco) ciclos de RCP reavalie a vítima, não demore
mais do que dez segundos nesta avaliação.

Figura 9 - Compressão com 1 mão

RCP em Bebês

Em bebês, menos de 1 (um) ano de idade, as causas mais comuns de parada


cardiorrespiratória são: síndrome da morte súbita em lactentes, doenças
respiratórias, OVACE, afogamento e doenças neurológicas. A ressuscitação
nestes casos é extremamente difícil e resultam muitas vezes em complicações
neurológicas.

O procedimento é praticamente idêntico ao do adulto com a diferença de que em


bebês é indicada a colocação de uma pequena toalha sobre os ombros da criança
para manter as VVAA abertas devido a relação da cabeça da criança com o tórax.
A ventilação recomendada para bebes sem o uso de equipamentos é a boca-boca
e nariz, devido às diferenças anatômicas entre adulto e o bebê. Assim como para
crianças a ventilação fornecida para bebês é menor do que a para adultos, ao
ventilar forneça apenas ar suficiente para elevar o tórax do bebê.

Figura 10 - ventilação boca-a-boca-nariz

Principais diferenças na aplicação de compressões torácicas em relação à


criança:

Apalpe o pulso braquial em bebês, se estiver ausente inicie o RCP; Se estiver


sozinho o socorrista pode executar o RCP sentado com o bebê em seu braço,
apoiado em uma das pernas, porém a superfície rígida é mais apropriada;

Figura 11 - Palpação braquial

A aplicação da compressão é realizada logo abaixo da linha mamilar; Comprima o


tórax com 2 (dois) dedos sobre o esterno, ou se possível, com os dois polegares,
abraçando o peito da vítima com as mãos.
Figura 12 - Compressão com 2 dedos

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