Manual Do Coroinha
Manual Do Coroinha
Manual Do Coroinha
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I. Coroinha
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1- Como surgiram os coroinhas
Hoje, um rapaz que busca cumprir a vocação sacerdotal deve, em primeiro lugar,
discernir sua vocação. Se será um sacerdote secular ou regular, isto é, se será diocesano ou
religioso.
O sacerdote regular, por outro lado, segue uma regra de alguma ordem religiosa,
como os carmelitas, beneditinos, franciscanos, vicentinos, etc. Esta regra inclui viver uma
vida em comunidade, isto é, viver em um convento ou mosteiro com os outros religiosos
da mesma ordem, atender a algumas regras e, sobretudo, viver uma vida de pobreza,
castidade e obediência. O sacerdote religioso é antes religioso que sacerdote, ou seja, sua
primeira vocação é seguir a regra da ordem a qual professou os votos, e então ser
sacerdote. A palavra regular vem da palavra latina regula, que quer dizer regra, indicando
que este sacerdote segue uma regra.
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A formação dos sacerdotes e a origem do Coroinha
Até o Sacrossanto Concílio de Trento (Sec. XVI), não existiam seminários como
hoje conhecemos. Um jovem que desejava ser sacerdote teria que escolher entre ser
clérigo secular ou regular, como vimos acima. Caso escolhesse se tornar regular, ele
deveria se apresentar ao superior da Ordem escolhida, e seguir os passos indicados pela
Regra de Vida daquela Ordem.
Caso desejasse, por outro lado, ser sacerdote secular, ele deveria se apresentar ao
seu pároco, e uma vez admitido era formado pessoalmente por ele, passando a viver nas
dependências da paróquia, “aprendendo a ser padre” na teoria e na prática. Ele ajudava o
sacerdote nas suas funções, sobretudo litúrgicas, e quando o pároco julgava que o
vocacionado estava pronto, pedia ao bispo que o desse as ordens, e assim prosseguia seu
estudo até ser ordenado sacerdote.
A caminhada sacerdotal: Iniciava-se com a tonsura e seguia nos sete degraus do sacerdócio: Hostiário, Leitor, Exorcista, Acólito,
Subdiácono, Diácono e Sacerdote.
Este sistema era muito efetivo durante a Cristandade, pois dava ao vocacionado
uma vivência da realidade paroquial desde o primeiro dia e o “avanço” na sua formação
cobria todas as funções clericais. Veremos isto em um artigo futuro. O problema é que,
com a Revolução Protestante e a verdadeira multidão de heresias que atacaram a
Igreja após o pérfido Lutero, este modo de formação começou a passar por alguns
problemas, por exemplo:
Em alguns casos, o sacerdote não era muito bem formado, o que o tornaria
mais fraco na luta contra as heresias e na instrução do povo.
Não havia uma supervisão do bispo, que poderia ordenar um vocacionado sem
bem conhecê-lo.
Sacerdotes ocultamente hereges poderiam facilmente destruir várias paróquias,
simplesmente passando a heresia aos novos vocacionados, que acreditavam estar sendo
bem formados.
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Faltava uma “unidade” no ensino de uma diocese, e o estudo da Filosofia
Escolástica, a Teologia, a Gramática, Liturgia e das Sagradas Escrituras era feito sem uma
metodologia e supervisão únicas.
Sem dúvida, a criação dos seminários foi uma das coisas mais importantes do
Concílio de Trento, mas isto teve um efeito interessante.
Como acabamos de ver, os vocacionados ao sacerdócio moravam na paróquia e
participavam ativamente da vida paroquial, em diversas funções, entre as quais se destaca
a função de servir o altar e ajudar na liturgia. Aqui já vemos o papel do coroinha, desde
o início da Igreja. O coroinha sempre foi um menino que ajudava nos serviços Litúrgicos na
Igreja, normalmente com a intenção de discernir sua vocação ao sacerdócio.
Isto nos deve reanimar a busca pela nossa vocação. Sempre foi próprio dos grupos
de coroinhas o discernimento da vocação sacerdotal. De um grupo de coroinhas deve sair
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ou bons padres ou bons pais, que, entretanto usarão do grupo para crescerem na fé e
encontrarem sua vocação.
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Por isto, parece-nos evidente que o nome “ministrante“, por ser tradução direta
do latim,é o nome mais adequado para tratar os servidores do altar. Mas nisso
também entram questões culturais e práticas, que vamos abordar abaixo.
O termo “Coroinha”
Não há certeza sobre a origem do termo coroinha. Uns dizem que se deve ao fato de
crianças do coro serem chamadas para servir o altar. Outras, que às crianças que serviam
ao altar era aplicada uma tonsura similar a dos franciscanos, que deixava na cabeça uma
espécie de coroa. Esta segunda hipótese, no entanto, me parece profundamente
improvável.
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O termo “Acólito”
O termo acólito, por outro lado, ainda não é ideal, porque remete ao ministério do
acolitado instituído pelo bispo, antiga ordem menor. Embora não seja em si errado usar o
nome “acólito”, isto deve ser feito com cuidado para não confundir entre o acólito não
instituído (nós) e o acólito instituído pelo bispo, que tem muitos papeis que nós não
podemos fazer, como distribuir a Sagrada Comunhão, purificar os vasos sagrados,
desnudar o altar, etc.
Frei Luis Carlos, OSST, recebe um símbolo de seu ministério de acólito em sua instituição: A patena. Crédito: “A Vida
Sacerdotal”
Qual termo usar, então? Se é possível mudar, mudem para ministrante ou servidor
do altar. Se já se chama “coroinhas“, está ótimo, mantenha-se assim. Se se chama “acólito“,
garanta que não há confusão na cabeça dos membros.
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Os outros termos
São reprováveis, por outro lado, o uso de alguns outros termos para diferenciar as
crianças e os mais velhos. Em algumas paróquias, há o nome cerimoniário para os mais
velhos. Isto é um grande erro. O cerimoniário é uma função completamente
diferente durante a liturgia, e não deveria ser usada para retratar os servidores do altar.
Por fim, é importante dizer: Esta questão dos nomes toca no orgulho de muitos.
Uns querem se chamar “acólitos” ou ainda “cerimoniários” pois isto os engrandece e afaga
seu ego. Ou ainda mesmo os faz sentir superiores aos mais novos ou aos mais
inexperientes. Tomemos muito cuidado com isso, não deixemos que isto aconteça em
nossos grupos. Nós existimos para servir! Quando começamos a querer aparecer já
perdemos o nosso motivo de serviço.
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3- Motivos inusitados para ser coroinha
Não tem coisa melhor que servir a Nosso Senhor no altar. Motivos para isso não
faltam, e já escrevemos vários artigos sobre isso. (Por exemplo este, este, este, este, este,
etc.) Sempre destacando como é sublime servir a Deus e um privilégio participar na coisa
mais santa e mais importante que acontece na face da Terra, o Santo Sacrifício da Missa.
Mas… Tem gente que ainda está precisando de um empurrãozinho. Então seguem
alguns motivos que você ainda não tinha pensado para ingressar nas fileiras dos
servidores do altar:
Vamos combinar que nada cai melhor num menino que batina e sobrepeliz.
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4- “Você vai poder aprender palavras incríveis da Liturgia,
como “cíngulo”, turíbulo”, “doxologia”, “hierofante” ou
“triregnum”.
O dicionário litúrgico é belíssimo. E ainda tem o latim!
7. Você vai aprender muita, muita coisa nova que vai lhe ajudar a
ser cada vez melhor em tudo na sua vida.
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Ter S. Domingos Sávio, S. João Berchmans, S. Tarcísio, Beato Francisco Marto, B. José Sanchez del Rio, B. Francisco Marto e
praticamente todos os santos que foram padres como seus padroeiros é coisa para poucos!
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15. Segurar os livros litúrgicos é um belo exercício para os
músculos
Se você quer ser mais forte, nem precisa fazer exercícios em casa. Basta segurar os
livros litúrgicos, sobretudo durante longas leituras.
16. Você vai poder ouvir as orações que o padre sussurra coisa que
quase ninguém sabe
Antigamente era muito mais profundo, mas ainda hoje o padre reza muitas orações
sussurrando, que a assembleia nem imagina. E você vai poder ouvir. Isso vai lhe tornar o
menino mais “maneiro” da escola. Pode crer.
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Não existe aventura como a nossa!
Conhece outros motivos inusitados? Comente no artigo e vamos aumentando essa lista!
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Nas vezes em que estiver escalado para servir:
Ou santidade, ou nada.
No dia
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Após suas orações da manhã, pensar em quais pecados mais cai durante o dia e fazer
o firme propósito de não cair nele.
Entregar-se ao estudo ou trabalho com toda diligência e honestidade, recomendando
todas as ações a Deus.
Fazer o sinal da cruz antes e depois das refeições
Evitar todas as ocasiões de pecado, mesmo venial, e recomendar-se constantemente
a Deus.
Se estiver escalado, comparecer com prontidão – ou avisar, caso impossibilitado.
Rezar ao menos um terço do Rosário em honra de Nossa Senhora
Antes de deitar, fazer as orações da noite, principalmente o exame de consciência.
Na semana
No mês
Tem verdadeiro amor por Nosso Senhor Jesus Cristo. Verdadeira Devoção a Nossa
Senhora.
Tem verdadeiro zelo pela Liturgia!
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Tem verdadeira intenção de ser santo!
Está disposto a defender com sua vida a Sã Doutrina!
Respeita a Hierarquia!
É contrarrevolucionário!
Esforça-se sempre para, seja na vida privada, seja na vida pública, comportar-se
como verdadeiro filho da Igreja Católica
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os melhores cerimoniais, as melhores vestes, os melhores membros… “Vaidade das
vaidades”, Tudo isto é vaidade.
Você não merece ser coroinha. Por melhor que você seja. Você não tem o direito
de servir o altar. Nenhum de nós tem. Isto é um privilégio especial, que não merecemos,
foi-nos dado por Graça. Enquanto não tivermos essa mentalidade, não entenderemos bem
o nosso papel, iteremos muitas visões erradas a respeito do nosso serviço. Poderemos
começar a pensar que a Igreja nos deve algo por sermos coroinhas, ou que merecemos
alguma honra ou recompensa pelo que fazemos. Nada mais absurdo.
Ser coroinha é uma grande honra e uma grande responsabilidade, da qual nenhum
de nós é digno. É algo belo, sublime, mas aqui não entram nossos méritos, mas a Graça. E
para bem viver nosso serviço, devemos corresponder a esta graça, vivendo uma vida
direita, sendo fiéis à Igreja e aos mandamentos, tendo uma vida interior verdadeira e sem
sentimentalismos e, sobretudo, sendo humildes.
Existe uma frase, tirada dos Evangelhos, que deve estar gravada em nosso coração,
a cada vez que pensamos em nosso serviço:
“Importa que ele cresça, e eu diminua”. Foi o que disse S. João Batista quando
Nosso Senhor iniciou sua vida pública. S. João Batista, reconhecendo-se um simples servo
de Nosso Senhor, decidiu diminuir-se, colocar-se como sem importância, e exaltar a
importância de Deus. Eis aqui um grande ensinamento para nós, quase uma
jaculatória: Que através do meu serviço, que eu diminua e que cresça Cristo.
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6- A grande honra de ser coroinha
1º Conselho de Ouro para ser um bom servidor do altar: Considerar grande honra ser acólito
Cada vez que você subir ao altar, lembre-se de uma coisa. Lembre-se que você está
servindo a Deus. Não são meras palavras. Pense na responsabilidade que isso envolve. O
coroinha serve continuamente o Rei dos Reis, o Senhor dos Senhores, tanto na Igreja
quanto fora dela. E isto não é uma coisa “ordinária”.
Servir o altar de Deus é uma grande honra. Mesmo o menor e mais simples acólito
de todos ainda este possui uma honra maior que a dos homens mais poderosos: Servir a
Deus em seu santo altar. Isto bem compreendeu a Guilda de Santo Estevão, uma confraria
de acólitos, que tomou como lema a frase latina “Cui servire Regnare est”, isto é, “Servir é
Reinar”.
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7- 10 coisas que todo coroinha deve saber
Existem dez coisas simples que todo servidor do altar deve saber, seja ele criança
ou adulto, inteligente ou não, experiente ou novato. Às vezes, nos focamos demais no
serviço e esquecemos, na verdade, o que estamos fazendo. Essa lista pode lhe ajudar a
relembrar o motivo que deveria fazer você tremer quando coloca sua túnica e sobe ao
altar…
Que grande responsabilidade. Veja só. Se você chegar à igreja pelo menos 20
minutos antes, colocar suas vestes e começar a preparar as coisas para a Missa com
seriedade e solenidade, você está dizendo para todo mundo com suas ações: “Veja, isso é
importante. É algo sério, se prepare adequadamente!”. Jamais se esqueça: Tudo o que você
faz no altar as pessoas lhe observam! Faça tudo com amor e reverência, ou estará traindo
as vestes que veste.
Ser coroinha é uma grande honra, mas também é uma grande responsabilidade.
Não basta você ser um “santinho” só dentro da Igreja, mas é preciso levar isso para fora
dela. Um coroinha que não vive sua fé, que não reza, que quando tira a túnica vira
um garoto como qualquer outro do mundo é, na verdade, um palhaço. Um farsante. Um
mentiroso. No poema de S. João Berchmans ao servidor do altar, ele
pede que rezemos pedindo graças para sermos fiéis ao nosso estado. Se você tem algum
amor pela Igreja, saiba disso: Não adianta apenas querer parecer santo. Você precisa
buscar ser santo, realizando seus deveres com muito amor a Deus e para que ele seja
glorificado por meio de você.
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4. Não adianta apenas ser, você precisa parecer ser
Alguns dizem “o hábito não faz o monge”. É verdade, mas um bom monge não irá
abandonar o hábito. É uma grande falácia moderna contrapor a lei e o espírito, contrapor o
interior e o exterior. Nós somos feitos de corpo e alma, por isso devemos adorar a Deus
com ambos. Não adianta só ser, você precisa parecer ser. Enquanto você prepara as coisas
para a Missa, faça devagar, com um passo sereno. Em silêncio. Tenha uma boa
postura sempre, e faça tudo para a maior glória de Deus. Tome um bom banho antes de ir
servir, veja se suas unhas estão curtas e limpas, use sempre sapatos sociais (no caso dos
garotos, pelo menos), e nunca vá de sandálias ou tênis de caminhada, que chamam a
atenção. Penteie o cabelo e, por Deus, escove os dentes. Seja em seu interior e em seu
exterior um verdadeiro servo.
Como vimos em nosso artigo sobre a procissão de entrada, ela é muito mais
do que simplesmente “entrar na Igreja”. É entrar no Calvário. E é você que está guiando
todos nesse caminho. Isso relembra o Antigo Testamento, quando iam em procissão ao
Templo, mas é uma renovação sobretudo de Nosso Senhor, entrando triunfante em
Jerusalém, e também entrando em meio a ignomínias em direção ao patíbulo onde se
realizaria a redenção da humanidade. Solenidade e dignidade sempre! Quando você
carrega a cruz à frente da assembleia, você carrega o estandarte da Igreja. Não é uma mera
cerimônia, sem importância.
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Muitos santos aspiraram e veneraram a honra de serem o que você hoje, talvez por não saber de sua dignidade,
Cuidar das velas e do livro é normalmente algo que muitos não gostam de fazer,
por ser algo muito “simples” e que até as crianças mais inexperientes sabem
fazer. Cuidado com esse pensamento. Cuidar das velas é algo fantástico. Você está
carregando a luz de Cristo! Com você, brilha a luz de Cristo que recebemos em nosso
batismo. Você é, como disse Nosso Senhor, a luz do Mundo! As velas acompanham a Cruz e
o Livro porque foi pela Cruz de Nosso Senhor e pelo seu Evangelho que o mundo viu a
verdadeira Luz. Não é um ofício qualquer, mas um dos mais simbólicos.
Se você ainda não leu a carta de um padre aos seus coroinhas, leia. Agora.
Nela você vai compreender. Uma vez que compreenda, saiba que enquanto se recita o
“Santo! Santo! Santo!” você não só representa os anjos, mas se une a eles. Durante a
consagração, você representa os anjos que constantemente adoram a Deus no Céu. Meu
amigo, isso não é pouca coisa. E você deveria se tremer ao se aproximar do altar só de
pensar nisso. Por isso, nunca se esqueça de fazer isso com o coração limpo, em estado de
graça, buscando a confissão se precisar. E mantenha-se sempre focado. Sua concentração
ajuda a assembleia a também se concentrar. E sua humilde oração é semente de muitas
graças.
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litúrgica da Igreja, como quer ser adorado. Jamais despreze esses elementos tradicionais.
Sua linguagem visual ajuda a elevar as mentes dos fiéis a Deus.
Lembra quando eu disse que você não era necessário? Pois é. A verdade é que você
é EXTREMAMENTE necessário, porque a sua função não é simplesmente prática como os
ministros, que apenas distribuem a comunhão, ou como os leitores, que apenas… Bom…
Leem. A sua função é muito mais profunda que isso. Seu papel é simbólico, e o simbolismo
é a linguagem da adoração. Você tem uma importância para a Igreja muito mais
importante do que pensa. E é necessário, meu amigo, começar a viver como tal.
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8- Coroinha pode acompanhar a Missa pelo “Boletim”?
Linguagem da Missa
Como o leitor bem sabe, até a reforma litúrgica que ocorreu na década de 1960, a
Missa ordinária, isso é, o rito que se celebrava cotidianamente pelos Padres ocidentais era
o que hoje conhecemos como Missa Tridentina, ou Missa de São Pio V, ou ainda Forma
Extraordinária do Rito Romano (antiga forma ordinária).
Bem, os frutos espirituais podem ser alcançados em uma Missa de muitas maneiras,
como por exemplo, meditando nos gestos da Sagrada Liturgia, meditando o Santo
Rosário, preparando a alma do começo ao fim da Missa para a Santa Comunhão, etc.
Podemos acrescentar mais um item a essa lista, que não é essencial, já que pode ser
substituído por algum dos outros, mas dele também algumas pessoas podem extrair
muitos frutos, sobretudo aquelas pessoas de Missa diária: trata-se de meditar nos textos
da Santa Missa (as leituras, o Evangelho e as orações).
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Nessa situação facilmente percebemos que acompanhar a Missa Tridentina
pelo pequeno Missal Cotidiano é algo bom se dentro da devida ordem e guiado por
um espírito verdadeiramente católico. Contudo, esse uso é dispensável e de maneira
alguma podemos dizer que ele seja necessário. Antes de sua invenção vieram muitos
Santos que certamente entendiam bem o significado profundo da Missa e deixava-se
a si mesmos conhecer os textos sagrados em seus estudos e na escuta dos sermões.
Missa de Paulo VI
Contudo, a atual forma ordinária do Rito Romano, a chamada Missa Nova ou Missa
de Paulo VI, usualmente se celebra na língua popular (por exemplo no Brasil, o Português).
Sendo evidente que todas as pessoas compreendem o que está sendo lido (ainda que seja
desnecessário como já foi dito).
Tendo se tornado obsoleto o uso do Missal Cotiano para esse novo rito, as
paróquias deixaram-no de lado e adotaram a distribuição do conhecido “Boletim de Missa”
ou “Folheto de Missa”, que consiste simplesmente em uma espécie de folheto com as
leituras e orações da Missa, feito individualmente para cada Missa e geralmente só para os
Domingos e algumas festas.
Sabemos que para retirar frutos espirituais da Santa Missa não é necessário o
conhecimento dos textos, mas também sabemos que na Missa Nova, querendo ou não
escutaremos as leituras na língua do país onde estamos. Sendo assim, parece um tanto fora
de contexto seguir o rito lendo exatamente o que se ouve (É patente que
existem exceções).
O folheto possui ainda a desvantagem da desordem, que se justifica pelo fato de ele
não possuir qualquer valor materialmente importante e por isso é deixado de lado pelas
pessoas nos bancos das Igrejas, sempre dando trabalho a alguém.
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Para o Coroinha
Até aqui, falamos das desvantagens e vantagens da leitura dos textos por parte dos
leigos durante o rito da Missa, mas falando agora especificamente aos coroinhas (já que
muitos orgulhosos não toleram ser chamados de Coroinhas, o mesmo se aplica aos
Acólitos e “Cerimoniários”), é conveniente e exemplar que ao menos os servidores do
altar NÃO utilizem o folheto.
Dois clérigos lendo jornal na Praça de São Pedro aparentemente sobre algo do pontificado de João XXIII
1. A desordem
A postura exigida para o serviço no altar não comporta uma folha de papel entre as
mãos quando de pé, nem em momento algum. Visualmente fica feio e vergonhoso quando
todos os coroinhas estão segurando o tal folheto. É feio de ver e não favorece nem a
simetria e nem a sincronia.
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2. A desatenção
Talvez um dos maiores problemas seja o fato de que o papel tira o foco da infinita
importância da Missa, que é deveras o Sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo atualizado
de forma incruenta. Imagine o quanto daquele Sangue Preciosismo de nosso Deus
escorreu de suas mãos, pelos seus braços e caíram no chão do Monte Calvário. Ah se
tivesse estado lá naquele dia, para vê-Lo ao menos na sua humanidade. Mas ele perpetuou
o mesmo sacrifício na Eucaristia, agora esconde sua divindade e sua humanidade no pão,
que é consagrado na Santa Missa e se torna verdadeiramente Corpo. E você ignora isso
para ficar olhando para um papel. Contemple o infinitamente admirável sofrimento de
Cristo que aconteceu só por você e tenha atenção ao que é realmente importante.
3. A oração
Se o leitor teve uma boa formação sabe que a principal função do coroinha é ser
turiferário nas solenidades, não é mesmo? Certamente não. A função primordial do
coroinha é a oração, reparando a Deus durante a Missa pelos seus pecados e os pecados
dos outros. Como fazer isso lendo algo que não é necessário e pode ser simplesmente
ouvido?
Além disso, é falsa a afirmação de que todos devem ler a Oração Eucarística, pelo
fato de que “até o padre é obrigado a ler”. Não podemos confundir as coisas, as funções do
Sacerdote são exclusivas dele, e é ele quem celebra a Missa da qual o povo só possui a
capacidade de assistir.
Nesse prisma, parece razoável que ao menos o Coroinha não utilize o boletim
NUNCA. Todos podem conferir antes da Missa algum detalhe que possa haver de diferente,
como qual será a oração Eucarística ou qual o Prefácio, ou qualquer coisa do gênero, mas
nunca entrar na Igreja com o folheto, para assim manter a maior beleza e concentração no
Culto Divino.
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9- Distração na Missa
Todos já nos distraímos alguma vez durante a Missa. Seja numa homilia mais longa,
numa música ou mesmo num momento importante da Missa no qual percebemos que
nossa mente estava em outro lugar. A distração é um dos motivos pelos quais a oração é
chamada de batalha. Batalha espiritual, contra quatro inimigos: O escrúpulo, a secura, a
desolação e a distração.
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interessante para nos ocupar. Muitas vezes, a oração pode parecer tediosa para muitos de
nós, mas mesmo nesses casos temos que lembrar o que está de fato acontecendo ali para
podermos revigorar as forças.
Imagine aquela pessoa que nunca reza sendo colocada para rezar do nada. É
extremamente provável que ela não preste atenção em nada do que está falando ou sendo
estimulada a pensar. Ela vai, provavelmente, só ficar ali viajando enquanto durar a oração,
e dela não tirar nenhum proveito. Precisamos manter uma vida de oração para podermos
rezar bem. Como muitas outras coisas, a oração fica cada vez melhor com a prática.
É por isso que não adianta esperar ser um bom servidor do altar sem uma vida de
oração fora da Igreja. O coroinha que só reza quando está na
Missa provavelmente viaja durante todo o rito e dele aproveita pouco.
É por isso também que é importante manter a ordem nas reuniões e na Missa,
manter os gestos e posições e a disposição interior. É por isso que, quando vamos rezar,
normalmente usamos velas, imagens, nos pomos de pé, usamos livros de auxílio… Tudo
isto nos prepara para a oração e para bem vivê-la.
Na Missa é o mesmo caso. Não podemos ir para a Missa sem nos preparar bem. Por
isso que nos precisamos preparar desde casa, chegar um pouco mais cedo, rezar logo que
chegamos e manter o silêncio durante nossa preparação. O silêncio: Eis a melhor arma
para combater a distração.
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São Bento, em sua Regra, coloca entre os princípios das boas obras para a vida de oração: “Multum loqui non amare”,
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Ao chegar à Igreja, vá rezar um pouquinho diante do sacrário antes de ir começar
a trabalhar.
Durante a preparação das coisas, não corra, brinque ou mesmo fale com seus
amigos.
Pouco antes de começar a missa, reze junto com os outros servidores.
Evite se sentar muito próximo dos seus melhores amigos na Missa, caso
contrário certamente em algum momento um de vocês irá querer conversar com
o outro – ainda que apenas um comentário.
Durante os momentos de silêncio ou quando uma homilia ou aviso lhe
entediar,pense em Deus. Se isso for difícil, repita em sua cabeça pequenas
jaculatórias como “Senhor Jesus Cristo, filho de Deus, tende piedade de mim,
pecador” ou “Ó Jesus, eu vos amo de todo o meu coração, arrependo-
me sinceramente de vos ter ofendido e prometo com a vossa graça esforçar-me
para nunca mais vos tornar a ofender“
Ao fim da Missa, reze em ação de graças junto com seus amigos.
S. Bernardo de Claraval estava em viagem para visitar o papa. No caminho, pensava a respeito da distração na
oração. Instigado por um camponês, que disse que rezar era algo fácil de se fazer, disse a ele para rezar um simples Pai Nosso
sem se distrair, e se conseguisse ganharia o cavalo que S. Bernardo montava. O camponês, então, começou: “Pai nosso que estais
nos Céus, santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso reino... Eu ganho a cela junto com o cavalo também?”. E S.
Bernardo, entendendo naquilo a resposta de sua dúvida, agradeceu a Deus por tê-lo mostrado que não é possível rezar sequer
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10- Vida de um Coroinha
Vida de um Coroinha#1
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Os Mandamentos da Lei de Deus são peças importantíssimas na economia da
Salvação e cada vez mais ignoradas por todos e em todo lugar, mas em especial na atual
juventude, consequência da arrogância implantada nos jovens pela revolução. Esse
espírito de revolta e de desobediência foi fomentado de muitos modos, mas
principalmente através das tendências e das modas e também as músicas satânicas, como
o rock por exemplo. As influências infernais foram pouco a pouco tomando conta da
mentalidade moderna até o ponto de todas as pessoas se esquecerem de que a
desobediência dos mandamentos de Deus, isto é, os pecados, são como uma armadilha
posta aos pés dos homens para capturá-los. É como se o próprio satanás lhe apanhasse
pelo pescoço e lhe pendurasse na porta de entrada do inferno, quando você comete um
pecado grave. Reflita sobre isso, é preferível ser feliz nas leis de Deus e alcançar uma
felicidade que nunca acaba, ou pecar, ser atormentado pela culpa do pecado enquanto vive
e depois da morte sofre eternamente a pena cruel da escravidão ao Inimigo.
Mas os seus pais quiseram que você fosse um coroinha, eles quiseram que você
ficasse bem longe do perigo, então aceite essa graça e seja um bom filho e um bom
coroinha. Ou ainda se seus pais não quiseram, mas você quis ser assim mesmo, você tem a
obrigação de ser o maior de todos os exemplos, de se pôr frente a frente com São Luiz
Gonzaga todos os dias em oração, de modo que alcance de Nossa Senhora a mesma
plenitude de virtudes dele.
Jamais permita que o mundo lhe estrague, acredite não encontrará nada no mundo
mais sublime que a Sagrada Eucaristia. Se puder viver somente por Nosso Senhor Jesus
Cristo, assim faça, não encontrará maior conforto para sua alma. Ainda que a tentação
terrena seja grande, ainda que a humilhação seja terrível e a dor maior, aguente tudo como
um verdadeiro cruzado, reze o tempo todo como um monge e quando possível sofra ainda
mais por amor a Deus, fazendo jejum e penitência como fizeram os grandes santos. Pois
todos os sofrimentos que podemos passar são infinitamente menores que a dor de ser
Deus Crucificado.
“Para conservar essa bela virtude, aconselho que evite a companhia do sexo oposto
em ambientes perigosos, como por exemplo, só os dois em uma casa. Tenha muito
respeitos nas conversas. A guarda dos sentidos contribui muito para a conservação dessa
bela virtude, portanto, evite o excesso na comida e na bebida, muito cuidado na escolha
dos programas de divertimento, que, atualmente em sua grande maioria, são a ruína dos
bons costumes.”
“Guarde principalmente os olhos, que são as janelas pelas quais o pecado entra no
coração e o demônio vem tomar posse da alma. Nunca se detenha em olhar para algo que
seja contrário ao pudor”.
Desse modo, seja um coroinha como mandaram seus pais (ou como não
mandaram), por amor a Santa Igreja que é palácio de bondade e de santidade e por amor
indestrutível a Deus. Seja confiante em Nossa Senhora e não deixe de rezar a Ela em
nenhum dia da sua vida, para que não lhe falte coragem para dizer: “Eu sou Católico
Apostólico Romano, e cavaleiro servidor do altar de meu Senhor”. Quando verdes um
amigo teu distante de Deus, arraste ele para a graça com teu bom exemplo e com tuas
orações e chegará o dia que se chamará bem-aventurado. Mas cuidado, na tentativa de
aproximar alguém da Igreja, não se afaste de Deus nenhum só momento, quando estiver
em perigo de pecar fuja. Isso é ser Coroinha, um espelho de santidade, no qual como dizia
São Luiz, pode ser embaçado com um simples sopro.
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Vida de um Coroinha #2
O rapaz, que ainda bem pequeno havia sido posto no grupo, cresce. E cresce sendo
coroinha, assim toma gosto pelas coisas da Igreja. Esses alguns anos que passou recebendo
a comunhão constantemente, confessando-se devotamente, e recebendo as graças do
serviço lhe servirão no dia de seu juízo.
Contudo, devemos avaliar as condições atuais verdadeiras dos grupos Brasil a fora.
Em milhares de paróquias, os grupos são sociedades de jovens com uma profunda
deficiência na fé e na decência. É muitas vezes lugar de indecência e descumprimento das
leis de Deus. Há todo tipo de mazelas espirituais, e o que é, sobretudo mais assustador: os
pecados absurdos contra o sexto mandamento e até relacionados com a homossexualidade
de forma escandalosa.
Quanto a essas deficiências devemos nos opor totalmente. Pois o rapaz que busca o
grupo, deve ter nele ambiente de santidade.
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reunião. E no momento importantíssimo da Missa, contar com a seriedade de todos e
recíproca preocupação com a Sagrada Liturgia.
“Meu Jesus boníssimo, dai a mim e a meu grupo a graça de Lhe servir bem e com o coração puro. Minha Mãe Maria Santíssima e
O grupo que não se preocupa com a salvação de seus membros ou os membros que
não buscam instruir-se da responsabilidade para com Deus, está em total desacordo com o
título que carregam pelo seu serviço.
É possível que saia um bom rapaz desses grupos desordeiros, mas isso só é
possível com o auxilio de Nossa Senhora. Então, para mais agradar a Ela, que conosco é tão
bondosa, façamos todos os esforços pela salvação das almas e o bem da Santa Igreja.
Dicas:
-Devemos implantar em nossos grupos muitos momentos de oração;
-Criar estatutos para auxiliar a organização e o comportamento, assim como as roupas;
-O coordenador deve ser profundo conhecedor da fé e da moral Católica;
-Na solução dos problemas, o pulso deve ser firme como o de santo Elias e apostólico como
o de são Felipe;
-Brincadeiras são permitidas e recomendadas, desde que sejam saudáveis e nos momentos
certos;
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Vida de um Coroinha #3
Já se passaram muitos anos dentro do grupo, e como a vida espiritual melhorou!
Agora, depois de tantas coisas aprendidas e tantas experiências vividas, de tantas
amizades feitas e tantos e tantos rosários rezados, o Acólito terá que pensar em seu
caminho na vocação que escolher.
Quem sabe essas Missas todas e as tantas procissões que andaram de batina não o
façam querer usar uma para sempre? Quem sabe não queira despertar vocação em outros,
como despertou nele o seu pároco ao ser um grande sacerdote? Quem sabe o amor que
sentiu por Deus em todas aquelas comunhões não o façam querer trazer Nosso Senhor ao
mundo com suas próprias mãos, em que in persona Christi são emprestadas ao Divino
Redentor?
Ou talvez ele queira ter filhos, e por a cada um deles em um grupo de coroinhas, e
quem sabe um deles não seja padre. Talvez ele encontre a pessoa certa com quem quer
passar o resto dos seus dias, para que juntos santifiquem um ao outro. Quem sabe?
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O que sabemos é que depois de passados tantos anos o rapaz sabe da vida de
vários santos, sabe como reagir nas mais diversas situações dentro da liturgia, tem uma
visão histórica e filosófica maior que a das demais pessoas.
Ah! E a Missa, ele não vê ela como vira um dia – uma longa cerimônia repetitiva e
obrigatória. Hoje ele vê como o Santo Sacrifício que ela é. Por isso, se prepara para ela com
jejum e constantemente faz penitencias para se unir aos sofrimentos de Cristo.
Esse é um ideal de vida para um cristão que se ufana das coisas da Igreja, que se
anima com a vida dos bem aventurados e se entusiasma com seus apostolados e com a
maior gloria de Deus. Bendito seja o acólito que completa em si as dores de Cristo e se
apraz em continuar o que fizeram os Apóstolos. Bem unido a São Pedro na pessoa do Santo
Padre, esse jovem alcançará a gloria celeste.
Tudo isso não seria possível, não fosse o anjo da guarda. Todas aquelas noites em
que antes de dormir fizera oração a ele, garantiram que ele fosse amigo de sua alma e lhe
protegesse e guardasse.
Angele Dei,
qui custos es mei,
me, tibi commissum pietate supern
a,
hodie illúmina, custódi,
rege et gubérna.
Amen.
11- Cartas
Carta #1 – Sempre
alerta!
Meu filho,
Eu escrevo essa carta para você, mas quero me endereçar também aos José’s,
João’s, Pedro’s e Francisco’s, e todos os outros garotos que, como você, estão
nobilíssima fileira dos servidores do altar.
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Eu estou escrevendo essas cartas para você, meu filho, com esperança de que você
encontre encorajamento para ser leal e fiel no seu serviço ao Nosso Senhor. E todas as
vezes que escrever, vou dar algumas dicas para lhe ajudar a ser melhor em seu serviço. Eu
rezo e espero que com essas cartas você encontre alguma inspiração para continuar como
um Cavaleiro Leal no serviço do Seu Senhor. Você é o Garoto dEle, de uma maneira muito
especial.
O Santo Evangelho nos conta como Nosso Senhor amou seu primeiro coroinha. São
João, o primeiro coroinha, estava muito próximo ao Nosso Senhor na Última Ceia. De fato,
São João estava tão próximo ao Nosso Senhor que as Sagradas Escrituras dizem que ele se
encostou ao peito de Nosso Senhor. São João foi o único apóstolo que se manteve até o fim
do Sacrifício de Jesus. Sim, ele permaneceu junto à Cruz até que Nosso Senhor morresse.
O primeiro coroinha de Nosso Senhor era chamado “o discípulo que Jesus amava”.
Certamente, o mesmo pode ser dito sobre você e todos os seus amigos coroinhas: “Os
meninos que Jesus ama”. A Santíssima Virgem Maria teve um grande amor por São João
também. Ele era devotado a Ela e cuidou dela depois da morte e ascensão de Nosso Senhor
aos Céus. Nossa Senhora amava São João porque ele era fiel no serviço do seu divino Filho.
Nossa Senhora também tem um lugar especial em seu coração para os coroinhas, por
causa de sua generosidade e devoção para seu Filho.
Você sabia que como coroinha você é uma das pessoas mais importantes de toda a
paróquia? Na Missa, você é mais importante que o sacristão ou os ministros. Sim, você é
mesmo mais importante até mesmo que o coral.
“Por que eu sou tão importante“, você pode se perguntar. Para responder, vamos
voltar um pouco na História para a época de São José e Nossa Senhora. Na plenitude dos
tempos, Deus mandou o Anjo Gabriel perguntar a Maria se ela aceitaria ser a Mãe do
Salvador. Essa foi à maneira como Jesus quis vir ao Mundo.
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segundo a sua palavra”. Pelo consentimento de Maria, Nosso Senhor entrou no mundo e
fez tudo por nós.
Hoje, Nosso Senhor quer vir novamente a nós. Todos os dias, ele quer vir aos
nossos corações na Sagrada Comunhão, para assim nos ajudar a ser fiéis e dignos, a
sermos bons e vivermos como devemos. A maneira como Deus vem ao mundo é através
do Santo Sacrifício da Missa. Por isso, a Missa é a coisa mais importante que acontece no
mundo inteiro.
A missa é muito mais importante que aquele jogo de futebol que vai decidir o
campeonato. É muito mais importante que o pênalti que pode determinar quem vai ganhar
e quem vai perder. Infelizmente, hoje é difícil para muitos de nós percebermos isso,
porque hoje as pessoas não tem mais a devoção que deveriam ter na Missa. Mas aqui que
você entra também. Você precisa compreender o que é a Missa e amá-la mais que todos os
outros. Assim, por meio de você, as pessoas vão começar a amar do mesmo modo.
Você é tão importante porque você ajuda o padre a rezar a Missa. Na verdade, a
Igreja considera você tão importante, que é necessário uma razão especial ou uma
permissão do bispo para que um padre possa rezar a Missa sem coroinha. É essa a
importância que a Igreja lhe dá. Você é mais importante do que você mesmo imaginava.
Nosso Senhor depende, de certo modo, de você para ajudá-lo a vir ao Mundo no Santo
Sacrifício da Missa. Isso não é inesperado e maravilhoso? Que honra! Nosso Senhor, que é
o Senhor do Céu e da Terra, com a sua ajuda no serviço da Missa, através do Sacerdote se
faz presente na Sagrada Eucaristia entre os homens.
Todos os dias quando você serve a Missa, você pode olhar para a Sagrada Hóstia na
hora da elevação e dizer:
Meu Bom Deus. Vós me destes a graça de ajudar-vos, ainda que da minha pequena
maneira, a vir ao mundo nessa Missa. Eu espero que meu serviço na Missa tenha sido
agradável a Vós. Ajudai-me a ser cada dia melhor, mais fiel e santo. Obrigado, meu bom
Jesus, por me dar este incrível privilégio!
O olhar de uma pessoa pode fazer coisas estranhas. Os olhos são chamados “As
janelas da alma”. Uma prova disso é que sua mãe sempre sabe quando você fez algo
errado: Seus olhos dizem isto a ela. E você também sempre sabe quando ela está triste com
você. Os olhos dela dizem isso a você.
Do mesmo modo, você pode perceber se uma pessoa está interessada no que está
falando ou fazendo simplesmente observando seus olhos. Os olhos de um coroinha podem
ensinar valiosas lições aos outros. Se um coroinha mantém seus olhos reverentemente
baixos enquanto anda próximo ao altar, ele está mostrando a todos que aquilo é algo sério
e grave, e que ele é consciente sobre o que é servir no Santo Sacrifício da Missa: Ele está
dizendo a todos os fiéis que ele sabe que está muito próximo de Nosso Senhor.
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“Por que os olhos baixos?“, alguém pode perguntar. A modéstia nos olhos é algo
esquecido hoje em dia, mas é algo caríssimo a Igreja. Vários santos a praticaram em toda a
sua vida. São Bernardo, por exemplo, depois de um ano no Noviciado em sua ordem, ainda
não sabia como era o teto da Igreja, nem que ela possuía três janelas, pois conservava os
olhos sempre baixos. Nosso Senhor mesmo, em várias passagens da Sagrada Escritura, é
visto “erguendo os olhos”. Guardar sempre a modéstia do olhar é importante, mas
quando falamos do seu serviço como coroinha, isso é essencial!
Você já ouviu falar do “coroinha coruja“? Ele é o coroinha que vira sua cabeça para
tudo o que acontece na igreja. Ele não perde nada – exceto o que está acontecendo no altar.
É triste. Ele está tão preocupado com as pessoas na igreja que se esquece de prestar
atenção na Missa. Ele é, infelizmente, uma ameaça: Ele distrai o padre, distrai o povo,
distrai os outros coroinhas. Ele perturba toda a assembleia. E quantos desses acólitos
corujas existem por aí!
O “coroinha coruja” é um dos mais nocivos, porque ele distrai a todos com seus olhares para tudo, menos para Nosso Senhor. Não seja um desses!
Como um coroinha, você sempre deve guardar seus olhos. A regra geral é esta:
Nunca deixe seu olhar sair do presbitério. Nunca olhe para o povo, mesmo se algum bebê
começar a chorar, alguém tossir a Missa inteira ou aquelas senhoras que gostam de
apertar as suas bochechas não conseguirem parar de falar durante a Missa. Aqui estamos
falando de você. Mesmo que todos desprezem o que está acontecendo no altar, você não
pode desprezar.
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Padre Manuel Gomez.
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Seu nome é Eugenio Pacelli, o papa Pio XII. Que viveu sob a época da grande
perseguição do regime Nazista. Naquela época, as coisas estavam até piores do que hoje,
pois o mundo vivia sob o horror da Segunda Guerra Mundial. Mas talvez uma coisa que
você não sabe sobre ele é que ele é chamado, junto com S. Pio X, o papa dos coroinhas.
Como quase todos os outros papas, Pio XII foi um coroinha quando
criança. Antigamente, era um costume muito bom – que lhe recomendo que faça em sua
igreja – que todas as igrejas tivessem um livro no qual os coroinhas escreviam seu nome
toda vez que serviam. Na Sacristia de uma igreja chamada Chiesa Nuova di Santa Maria,
em Roma, tem um antigo arquivo contendo centenas de assinaturas de coroinhas que
serviram à Missa. Se você for ver as últimas páginas dos anos 1800 você vai encontrar o
nome de Pio XII, Eugenio Pacelli, escrito várias vezes… Mas não é por isso que Pio XII é o
papa dos coroinhas.
Chiesa Nuova di Santa Maria, em Roma. A Igreja onde serviu incontáveis vezes o coroinha que viria a ser o grande papa Pio XII
Em 1947, o papa Pio XII escreveu uma encíclica para todos os padres e bispos no
Mundo chamada Mediator Dei, que quer dizer “O Mediador entre Deus e os homens”, e
trata da Sagrada Liturgia, sobretudo do Santo Sacrifício da Missa. O papa trata de muitos
assuntos importantíssimos nessa encíclica e eu lhe recomendo que a leia, mas ele fala de
um modo todo especial sobre os coroinhas, como você.
Pense nisso, meu filho. O papa, que é tão ocupado no seu sacrossanto encargo de
guiar a Igreja, tomou um longo tempo para pensar e falar sobre você. E disse coisas
maravilhosas:
Em primeiro lugar, o papa nos fala que os coroinhas devem receber uma
atenção muito grande de seus padres, que deve cuidar para que cresçam em santidade e
em moral. Depois, o papa diz que devem ser escolhidos com muito cuidado. Eles devem ser
os melhores garotos da paróquia, pois apenas os garotos que são generosos e piedosos o
bastante, e se esforçam para buscarem a santidade em sua vida, são dignos de serem
chamados servidores do altar. Sabemos que nem sempre isso é verdade, em muitas
paróquias os párocos nem ligam para seus filhos, e em outras os coroinhas não são dignos
do seu nome. Mas precisamos atender ao pedido do papa. O ofício do coroinha não é algo
qualquer. Devemos rezar pelos padres e por nós, e é de suma importância que vivamos de
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acordo com a alta medida da Santidade. E se um coroinha não é capaz de ser fiel, que saia e
deixe de trair a pureza da sobrepeliz que usa.
O papa Pio XII foi um dia um garoto como você. Ele sabe como os meninos podem
ser distraídos e negligentes, como podem, às vezes, tratar sem o zelo necessário o grande
ofício que têm. Um dia, visitando a sua antiga igreja, ele viu uma mesinha no canto da
sacristia, sorriu e disse: “Algumas vezes, quando eu era pequeno, era aqui que
eu jogava minha batina e sobrepeliz depois da Missa para ir brincar”. Mas olhe o que ele se
tornou! Isso é uma esperança e uma alegria. Siga o passo dele, amadureça. E quem sabe
você não estará um dia no Trono de S. Pedro também?!
É por isso tudo que Pio XII é o papa dos Coroinhas. Ele quis que todos os coroinhas
forem viessem com perfeição e com o maior zelo possível. Ele quer que você, meu filho, se
comporte bem não apenas no altar, mas na sacristia, na rua e onde quer que esteja. Tendo
sido um coroinha como você, ele sabia que isso não era fácil, mas sabia também que tendo
como melhores amigos Jesus e Maria, ao exemplo de S. Domingos Sávio, a santidade é algo
possível: Antes morrer que pecar!
Que alegria poder chamar um papa de nosso! Pio XII! O papa dos coroinhas! Que
seu exemplo nos ajude sempre. Siga o exemplo dele, meu filho. Eu sei que você ainda tem
muito a melhorar, mas um passo de cada vez, de baixo para cima, e chegaremos ao Céu.
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Todo mundo quer ser craque em alguma coisa. Seja na escola, nos estudos, no
futebol, no trabalho… Todos querem chegar a um nível em que possam ser considerados
“os caras” naquilo que fazem. Por que você não se esforçaria em ser um “craque” no
serviço do altar? Em minha opinião, é tão importante quanto ir bem à escola.
Para ser um craque, é necessário muito trabalho duro: Muitas horas de treino e
anos de prática. Além disso, um craque precisa possuir algumas qualidades mínimas. E
para ser um coroinha craque? Eu acredito que as quatro qualidades mínimas podem ser
descritas da seguinte maneira:
Sim. O coroinha craque deve ser autenticamente católico. Mais do que isso, ele
precisa ser melhor em seu caráter que qualquer garoto do mundo. Não que ele deva se
sentir superior aos outros, ser arrogante e autossuficiente… Não. Mas ele deve se esforçar
para ser melhor. Cristo pediu que fossassem perfeitos como o Pai é perfeito. Não é um
pedido qualquer; e você não pode esperar que atendesse a esse pedido sendo igual aos
outros meninos.
Por isso que você não pode falar palavrão, mesmo os mais leves. Por isso que você
não pode ser preguiçoso ou mentiroso. Por isso você não pode ter conversas
imorais com os amigos. Por isso que você não pode viver para jogar videogame e brincar,
como se fosse ser uma criança para sempre. Você precisa ser um garoto de caráter! Ser
dedicado, estudioso, verdadeiro, humilde!
Sobretudo, para ser autenticamente católico, o coroinha craque deve ter duas
qualidades que o distinguem de todos os outros: Ele deve ter um amor infinito por Nosso
Senhor no Santíssimo Sacramento, e ele deve mostrar este amor constantemente
recebendo-o em Estado de Graça e pureza na Santa Comunhão e visitando-o no Sacrário.
2. Ser piedoso
Um grande risco que você pode sofrer é viver pelas aparências, viver apenas o
exterior. Apenas as vestes, os objetos, as cerimônias, as luzes e cheiros da Liturgia… Você
não pode viver de aparências. O trabalho que você faz no seu serviço deve ser verdadeiro,
deve vir de dentro para fora, senão é apenas teatro.
Para ser um coroinha craque, você deve ser confiável e responsável. Quando
escalado para servir, você deve ir mesmo que esteja com preguiça, mesmo que esteja
brincando ou que esteja cansado. Em alguns dias, você terá que fazer um grande sacrifício
para ir cumprir seu compromisso, mas um coroinha craque faz isso com alegria, pois une
este sacrifício ao Sacrifício de Cristo.
Esta última qualidade pode parecer menos importante, mas não é. Para exercer
suas funções bem no altar, o coroinha precisa ser atento e limpo. Nunca pode entrar no
presbitério com sapatos sujos. Suas vestes devem estar bem passadas e limpas. Suas
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mãos, unhas e rosto devem estar limpos. Seu cabelo deve estar limpo e penteado – sem
aqueles penteados malucos da moda. Ele também não pode exalar mau cheiro, mas deve
estar ali de maneira apropriada, para viver algo muito importante.
Ele deve também prestar atenções no que faz e como faz atentar para as posições
e gestos, atentar para seus olhos e para a sua piedade interior e fazer tudo da melhor
maneira, em sincronia e simetria com os demais. Deve pensar no que está fazendo e
entender porque está fazendo.
Meu filho, esse são alguns dos padrões mínimos que você deve atender para ser
um coroinha craque. Veja quanto você se encaixa nessas qualidades, filho, e se esforce
mais para cumprir com honradez a grande graça que Deus lhe deu de servi-lo no lugar
mais sagrado do mundo.
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II. Missa
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12- O que é a Santa Missa?
1. O que é Santa Missa?
A Santa Missa é a renovação incruenta do Sacrifício do Calvário, e constitui “a fonte
e o ápice de toda a vida cristã” É o mesmo e único sacrifício infinito de Cristo na Cruz, que
foi solenemente instituído na Última Ceia. Nesta cerimônia ímpar, Cristo são ao mesmo
tempo vítima e sacerdote, se oferecendo a Deus para pagamento dos pecados, e aplicando
a cada fiel seus méritos infinitos.
Ainda que bastasse Nosso Senhor se oferecer uma só vez ao seu Pai, unindo-se no altar da Cruz
para realizar a redenção eterna, Ele quis deixar à sua Igreja um sacrifício visível, tal como requer
a natureza dos homens, pelo qual se aplicasse, de geração em geração, para a remissão dos
pecados, a virtude deste sangrento sacrifício, que devia cumprir-se somente uma vez na Cruz; na
última ceia, na mesma noite em que foi entregue, declarando-se sacerdote eterno, conforme a
ordem de Melquisedeque, Ele ofereceu, a Deus Pai, seu corpo e seu sangue, sob as espécies de pão
e de vinho, os deu aos seus apóstolos, a quem os tornaram, então, sacerdotes do Novo Testamento,
com estas palavras: Fazei isto em memória de mim, investindo-os, assim, e aos seus sucessores, no
sacerdócio, para que oferecessem a mesma hóstia” (Sessão XXII, I).
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5. Por que a Santa Missa é um Sacrifício?
Todo o sacrifício é um dom oferecido a Deus, a fim de reconhecer a Sua soberania e
prestar a Ele um ato de adoração e submissão. Quando Cristo morre no Calvário, a Sua
morte realizou um verdadeiro Sacrifício, puro e perfeito, no qual Jesus prestou ao Pai um
ato de adoração, louvor e entrega total, a fim de que essa Oferta santíssima servisse para o
perdão dos nossos pecados, e assim recuperássemos a vida da graça e a felicidade eterna.
A morte de Jesus na cruz é única e suficiente, pois o Seu Sacrifício possui mérito
infinito, capaz de salvar toda a humanidade. Entretanto, é necessário não só que Cristo
morra pelos pecadores, mas também que os frutos da Sua Paixão sejam aplicados nas
almas, para que a salvação se realize em todos os homens. Por esta razão, a morte de
Cristo se torna o Sacrifício da Nova e Eterna Aliança, porque participando dela que os
homens usufruem da Redenção.
Se o Sacrifício do Calvário possui mérito infinito, bastaria que Jesus morresse uma
única vez para salvar todos os homens. No entanto, ainda resta à necessidade de se aplicar
pessoalmente os frutos da Sua Paixão, e para isso Cristo institui a Santa Missa, que é a
atualização mística e incruenta do Seu Sacrifício. Na Santa Missa, Jesus torna presente no
tempo e no espaço o mesmo Sacrifício do Calvário, sem que Ele venha a morrer
novamente. É o mesmo e único Sacrifício, tornado presente e atual a cada Missa celebrada.
A Missa também é idêntica ao Calvário porque é Jesus mesmo que Se oferece, mas
usando do sacerdote celebrante, através da sua voz e de seus atos. Quando o sacerdote
reza a Missa, é o próprio Jesus a agir através do Padre, para que o Seu divino Sacrifício
torne-se presente misticamente no altar, e assim todos aqueles que dele participam
possam se unir ao próprio Jesus em imolação à glória da Trindade Santíssima.
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13- Santa Missa #1 – Antes de chegar à Igreja
Meu antigo pároco dizia que a Santa Missa começa em casa, quando a pessoa
começa a se preparar para ir à igreja. Embora não seja liturgicamente correta, esta noção é
indispensável para participarmos bem da Missa. Hoje, infelizmente, a maioria das pessoas
vai à Missa como se fosse a um evento social qualquer, como um shopping ou uma praça. E
ao chegar, ainda se comporta como se estivessem num lugar qualquer destes. Conosco
não pode ser assim.
São Domingos Sávio, um grande modelo para nós, preparava-se para a Santa Missa
de uma maneira impressionante:
Para preparar-se melhor para a comunhão, no dia anterior punha-se de joelhos ao pé da
cama. Pedia demoradamente a Nosso Senhor a graça de fazer uma boa comunhão. Na
manhã seguinte, conservava-se em perfeito silêncio e continuava a sua preparação,
rezando. Para agradar a Jesus, marcava em seu caderno uma intenção para cada dia:
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Preparação Remota: O exterior
O ser humano é constituído de corpo e alma. Desta maneira, deve prestar culto a
Deus com seu corpo e com sua alma. Já vimos como nos prepararmos interiormente, mas…
Como fazer para esta preparação exterior? Esta preparação se dá de três maneiras: O
comportamento, a higiene e a veste.
O comportamento
Não é possível se concentrar e participar bem da Missa logo após sair de uma festa
do arromba. É necessário manter-se em um estado de calma, silêncio, piedade. Se nosso
corpo está perturbado, nossa alma também estará.
A higiene
Quantas vezes já não encontramos coroinhas indo servir com aquele cheiro de
macaco? Quantas vezes aquelas unhas gigantes e sujas? Quantas vezes aquele cabelo ou
barba que implora cuidados? Quantas vezes aquele bafo de onça? Antes de irmos para a
Igreja, precisamos cuidar da higiene do nosso corpo – assim como temos que cuidar como
a da nossa alma.
A veste
Sempre ouvimos dos mais velhos sobre a roupa de missa. Esta seria a melhor roupa
do armário de cada católico, reservada para ir à Santa Missa. Para muitos isto pode
parecer estranho. Pensam: “Por que os católicos do passado reservavam suas melhores
roupas para a Missa?”. A resposta é simples: Porque eles tinham plena consciência que a
Missa é à coisa mais importante da Terra, o melhor momento da vida de cada católico. Por
isto guardavam sua melhor roupa.
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Placa na entrada da Basílica de S. Pedro
Nos nossos tempos, temos visto cada vez mais católicos se vestindo de maneira
completamente inadequada para a Santa Missa, como se aquele fosse um momento
qualquer. Pelo contrário, é nosso dever nos prepararmos para a Missa considerando sua
importância e nos vestindo como se fossemos encontrar a pessoa mais importante do
mundo, porque de fato vamos encontrar.
Meninos
Nada de bermudas ou camisas sem manga. Nada de chinelos nem tênis “da moda”
que brilham ou chamam a atenção de gerações. Lembre-se que você está no altar. Sua
aparência chama a atenção. Use sempre uma calça comprida, camisa de manga,
preferencialmente social e bons sapatos. Isto é suficiente e vai lhe ajudar a se comportar
com a seriedade necessária para a Santa Missa. Não só vai lhe ajudar como também vai
ajudar a assembleia!
Meninas
A modéstia feminina é mais delicada. Não iremos entrar neste assunto
detalhadamente agora, mas algumas máximas devem ser claras: Nada de roupas curtas,
decotadas ou apertadas. Saias e vestidos ao menos na altura do joelho, nunca menos que
isso. Camisas fechadas, com manga, sem decotes escandalosos. Cuidado com a maquiagem
e nunca, absolutamente nunca, salto alto.
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14- Palmas na Missa
Constantemente este tópico vem às conversas sobre liturgia. Palmas na Missa:
Pode ou não?
Se estivermos falando destas palmas, pode sim! No Domingo que inicia a Semana Santa, tá tudo certo!
Para responder esta pergunta, temos que ir a fundo. Não esperem uma resposta
fácil como um trecho em um documento Litúrgico dizendo algo como “Se alguém bater
palmas na Missa, seja anátema“. Isto não existe. Nenhum documento litúrgico oficial
trata das palmas nas celebrações, e este gesto simplesmente não está previsto – o que já é
um bom indício que não se deve fazer. Mas tem gente que insiste em fazer e defender…
Muitos dos defensores das palmas afirmam que não existe proibição explícita às
palmas na Missa e por isso não é proibido. De fato, não existe mesmo. Mas eu peço a estes
defensores das palminhas que me encontrem algum documento que proíba
qualquer uma das imagens abaixo:
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Um padre palhaço. Procurei por “palhaço” nos livros litúrgicos e não encontrei nada. Então pode fazer?
Um baita churrascão bonito e um chimarrão, tchê! Duvido encontrarem uma frase proibindo isso na Liturgia
Também não tem nada sobre arminha de brinquedo. Mas convenhamos que seja melhor que jogar balde de água
benta no povo.
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Quem não gosta de corujas? Sinto dizer, mas não tem nada nos livros litúrgicos proibindo. E agora, José?
E agora? Não temos textos proibindo estas coisas, mas mesmo assim sabemos
que são erradas. Por quê?
A verdade é que os livros litúrgicos são uma parcela do que rege a Sagrada Liturgia.
E uma parcela até bem pequena. Muitas coisas que vivemos na Liturgia e em nosso serviço
não estão nos livros oficiais, mas é fruto da venerável Tradição Litúrgica do Rito
Romano. A segunda regra de ouro para a Liturgia é esta: Para algo ser litúrgico, deve ao
mesmo tempo estar de acordo com as regras dos Livros Litúrgicos e com a Tradição
Litúrgica do Rito Romano. Simples assim. E aqui as palmas já morrem, pois não estão nos
livros. Mas… E na Tradição Litúrgica?
Em nosso artigo sobre a Santa Missa, demos a visão católica sobre o que é, de fato,
a Santa Missa: É a renovação do Sacrifício do Calvário. É, sobretudo, o culto perfeito de
adoração a Deus. Então eu lhes pergunto: Para que bater palmas na Missa? Se a Missa é a
Renovação do Sacrifício da Cruz e o banquete, ligado ao sacrifício no mais estreito vínculo
[1], então por que colocar um elemento festivo e profano em algo sagrado?
56 | P á g i n a
Diz-nos S. Leonardo de Porto-Maurício: Eis o meio mais adequado para assistir com fruto a Santa Missa: consiste em
irdes à igreja como se fôsseis ao Calvário, e de vos comportardes diante do altar como o faríeis diante do Trono de Deus, em
companhia dos santos anjos. Vede, por conseguinte, que modéstia, que respeito, que recolhimento é necessário para receber o
fruto e as graças que Deus costuma conceder àqueles que honram, com sua piedosa atitude, mistérios tão santos.
Mas ainda assim tem gente que defende subjulgar à natureza sacrificial, diminuí-la,
para exaltar a “celebração”, a “festa”, a alegria, e para isto fazem todo tipo de absurdos
dentro da Missa. Isto é absolutamente contrário ao Espírito da Liturgia, e nós devemos
resistir – embora caridosamente – a isso.
João Paulo II fez três duras críticas a esta postura. As primeiras encontraram em
sua carta apostólica Domenicae Caena, de 1980:
Isto é forte. Tirar da Missa a sua natureza sacrificial é simplesmente fazê-la deixar
de ser Missa. É torná-la outra coisa qualquer, uma reunião de fiéis, um simples banquete,
um simples grupo de oração – ou mesmo algo próximo a um culto protestante.
57 | P á g i n a
A segunda crítica veio na Redemptionis Sacramentum, que aliás todo católico
deveria ler:
De forma muito especial, todos procurem, de acordo com seus meios, que o santíssimo
sacramento da Eucaristia seja defendido de toda irreverência e deformação, e todos os
abusos sejam completamente corrigidos. Isto, portanto, é uma tarefa gravíssima para todos
e cada um, excluída toda acepção de pessoas, todos estão obrigados a cumprir este trabalho.
(Número 183)
Palmas são absolutamente irreverentes. Seja em aplausos – que são ainda piores –
seja em palmas ritmadas com a música. Sobre isto, escreveu magistralmente Bento XVI
quando ainda cardeal no fantástico “Introdução ao Espírito da Liturgia“:
Sempre que haja palmas pelos atos humanos na Liturgia, é sinal de que a natureza
[da liturgia] se perdeu inteiramente, tendo sido substituída por diversão de gênero religioso.
(Pag 167)
Quando vamos à Missa, não vamos para bater palmas, para admirar as pessoas,
felicitá-las ou observá-las. Vamos para adorar a Deus, pedi-lo perdão pelos nossos pecados
e pedirmos as graças que precisamos. [3]
58 | P á g i n a
Precisamos ser fiéis ao que recebemos da Igreja. Recebemos de Nosso Senhor que
a Missa é a maneira como ele quer ser adorado. Que a Liturgia é sagrada e ninguém tem o
direito de modificá-la. É necessário humildade e resolução. Sim. Bater palmas na Missa é
errado, e não importa quantos liturgistas digam o contrário, isto está gravado em pedra na
tradição litúrgica da Igreja, de saber que a Missa é, mais do que celebração, mais do que
ceia ou banquete, a renovação incruenta do Sacrifício da Cruz, onde se cale toda língua e se
humilhe toda alma diante da grandeza do amor de Deus.
Sendo completamente sincero… A questão das palmas nem precisaria chegar aos
livros ou na Tradição, mas é facilmente respondida pelo simples bom senso, algo que está
em falta no mundo hodierno.
Muitas vezes passamos por situações onde nos constrangem a bater palmas. E é
necessário saber resistir para não gerar conflitos, afinal não adianta defender a liturgia se
for comprando briga com todo mundo.
A primeira coisa que você deve saber sobre isso é que você não deve obediência
a ninguém quanto a cometer abusos na Liturgia. Mesmo o padre, agindo in Persona
Christi, não tem o poder de lhe obrigar a bater palmas, dançar na Missa ou fazer qualquer
outra coisa contrária às leis da Igreja.
É claro que você não vai comprar briga. Humildade sempre! Somos servos, não
senhores da Liturgia. Se o padre ou qualquer outra pessoa desobedecer a Liturgia, isso não
lhe dá motivos para desobedecer também. Se não bater palmas for causar inconvenientes,
converse com respeito e humildade com o padre ou quem quer que seja e lhe esclareça sua
posição. Ele provavelmente vai respeitar sua decisão. Caso, no entanto, a pessoa queira
arrumar confusão por causa disso, reze e siga em frente, evitando o escândalo e
sobrevivendo com calma e fortaleza às perseguições.
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15- Cores Litúrgicas
A Igreja se utiliza de símbolos, cores e cerimônias para reforçar e conduzir os fiéis
a uma correta meditação e vivência dos Santos Mistérios. As cores, por serem visíveis e
sensíveis e estarem nos paramentos são um ótimo elemento para instigar os fiéis a
entrarem no Espírito da Liturgia.
Inocêncio III definiu no século XII a “Canon” das cores litúrgicas quase como já o temos hoje. Apenas eram diferentes
São Pio V, em sua grande reforma litúrgica após o Sacrossanto Concílio de Trento,
confirmou as cores apontadas pelo papa Inocêncio III, adicionando a cor rósea, para
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apenas dois dias no ano: Domingos Gaudete e Laetare. A reforma de Paulo VI manteve as
mesmas cores.
O que pode mudar com a cor litúrgica?
A Liturgia propõe mudanças de acordo com a cor do dia para alguns itens. Caso
tenha dúvida do que algum significa, confira nosso artigo Objetos Litúrgicos. São eles: O
conopeu, o frontal, o véu umeral, as cortinas do presbitério, o manípulo, a estola, a
dalmática, a casula, a capa pluvial, o véu do cálice, a bolsa do corporal. Não se deve mudar
a cor jamais dos seguintes objetos: A toalha do altar, a toalha da credencia, as velas, as
vestes dos ministros leigos. Dizemos isto em particular para um grande abuso que anda se
espalhando, de túnicas verdes, roxas, brancas, usadas por baixo da sobrepeliz para
acompanhar a cor do dia. Isso está errado.
São permitidas várias tonalidades de uma cor. A cor vermelha, por exemplo, não se
refere apenas ao vermelho puro, mas também às suas variações. Abaixo vemos duas
casulas brancas, ambas corretas, mas com tonalidades bem diferentes.
Papa Bento XVI usando duas casulas brancas, de tonalidades bem diferentes.
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Ornamentos e outras cores
Galões, frisos e ornamentos, como flores e tiras são permitidos, desde que não
descaracterizem toda a veste. Também são permitidos detalhes em outras cores, desde
que não se tornem a cor principal do paramento. Exemplos abaixo. Duas casulas brancas,
uma com muitos detalhes em flores e outra com um grande galão azul. Ambas continuam
brancas e litúrgicas.
Ao lado esquerdo, casula e estola brancas, mas ornadas em flores. Ao lado direito, uma casula “de Nossa Senhora”
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Os limites da inculturação
Embora haja certa flexibilidade para os tons das vestes, tem gente que abusa. Em
particular em nome da “inculturação” – ou melhor dizendo, sincretismo. Um exemplo são
as casulas “afro” (que de afro não tem nada), que utilizam cores e arranjos completamente
anti-litúrgicos em nome de uma falsa “inclusão pastoral”.
Não se pode querer subverter a liturgia em nome da inculturação. Isso se chama sincretismo.
O Branco
Ao contrário do que muito se diz, não existe nos livros litúrgicos (nem na tradição)
a indicação que o branco é a cor “neutra”, sendo usada quando não se possuem os
paramentos de cor correta. Diz-se isso apenas das Missas Rituais (Com sacramentos).
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Paramentos brancos. Na foto, sagração episcopal de quatro bispos em 2012, entre eles Mons. George Gänswein,
O vermelho
O vermelho simboliza o fogo, o sangue, por consequência, o amor divino, o
martírio. É usado nas festas da Paixão do Senhor, nas festas da Cruz, do Preciosismo
Sangue, dos Apóstolos, dos mártires, na festa de Pentecostes e nas exéquias de cardeais e
papas.
Para a igreja do Oriente, o vermelho também significa a realeza. Para nós, no entanto, esse significado é do dourado
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O Verde
O verde simboliza a esperança e a vida, a germinação das Palavras do Divino
Redentor em nossos corações. Representa nossa peregrinação ao céu. É usado durante o
Tempo Comum.
O Roxo
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Cardeal Burke e diáconos com paramentos roxos.
O Preto
Sacerdote celebrando missa de fiéis defuntos durante a guerra. Por necessidade, o capô do caminhão se tornou um
altar e o sacerdote, embora vestido com simplicidade, celebra com grande piedade. Que diferença de nossas missas campais!
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O Róseo
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Outras cores aprovadas
Nenhuma outra cor é aprovada para a igreja de um modo universal além destas
sete: Branco, roxo, vermelho, preto, verde, dourado, prateado
Mas e o azul?
O azul é uma daquelas novidades que todo mundo quer usar, às vezes até alegando
uma devoção maior a Nossa Senhora, mas desobedecendo a uma regra litúrgica.
O azul não é uma cor aprovada de um modo geral. É de uso exclusivo do Sumo
Pontífice, que pode dar o privilégio do uso do azul para outros. Atualmente, possuem o
privilégio do uso do azul alguns institutos religiosos e as dioceses da Espanha e dos
antigos domínios espanhóis (O que não inclui o Brasil), apenas na oitava da solenidade
da Imaculada. Isso em reconhecimento à grande importância que teve a Espanha na
defesa da Imaculada Conceição.
E tem padre por aí que usa até em memórias de Nossa Senhora. Por melhor que
seja a intenção, é abuso litúrgico.
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III. Formação
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16- Posturas e ritos do coroinha na Missa
Para poder aproveitar este artigo, leia o artigo sobre posturas e posições litúrgicas.
Na série Santa Missa, vemos com detalhes cada momento da Santa Missa. Este
artigo irá dar uma visão geral para auxiliar o treinamento imediato dos servidores do
altar, mas é útil e necessário estudar parte por parte para poder participar dignamente da
Missa não só exteriormente, nos gestos e posições, mas também nas disposições
interiores, compreendendo o que acontece e cada momento da Missa.
Neste artigo não trataremos das funções específicas como librífero ou turiferário,
mas apenas da postura do servidor durante a Missa simples. É necessário dizer que
não existem “rubricas” para o coroinha, mas sim uma longa tradição que diz como ele deve
se comportar.
Regras Gerais
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Ao chegar à Igreja
Faça genuflexão ao sacrário, ou vênia profunda para o altar – caso o sacrário não
esteja no Centro.
Faça o sinal da Cruz, com água benta, se houver.
Reze um pouco antes de ir para a sacristia.
Vá para a sacristia e se vista.
Ajude a arrumar as coisas para a Missa.
Reze antes da Missa começar, preferencialmente com o grupo.
Ritos Iniciais
Participe da procissão de entrada com devoção. Olhos baixos, mãos juntas – exceto
se estiver segurando algo – passo ordenado. Sem olhar para o povo.
Ao chegar ao altar, faça genuflexão ou vênia profunda.
Suba e vá para o seu lugar.
Faça o sinal da Cruz junto com o padre, apenas uma vez, dizendo apenas “Amém”
após. Depois volte a juntar as mãos.
Quando iniciar o Ato Penitencial, curve um pouco a sua cabeça e fique desta maneira
durante até o “Deus todo poderoso, tenha compaixão de nós […]” e responda “Amém”
após.
Se for o Confiteor rezado, bata no peito três vezes ao “Por minha culpa, minha
tão grande culpa“.
Se houver aspersão, fazer o sinal da cruz ao ser aspergido.
No Glória, fazer inclinação de cabeça às palavras “Jesus Cristo“.
Participar do demais momentos dos ritos iniciais de pé, com as mãos juntas.
Sem palmas. Sem levantar folhetos os as mãos.
Liturgia da Palavra
Liturgia Eucarística
Se você não for servir na Credência, sente imediatamente após a Oração dos Fiéis
Se for servir, dirija-se à Credência e, de maneira ordenada, execute seu serviço:
Leve o cálice segurando abaixo do “nó” (a separação que tem na base do
cálice) com a mão direita, e apoie sua mão sobre a pala – sem fazer muita
força. Após entregar, faça uma vênia média ao padre ou diácono.
Se houver âmbulas, leve imediatamente após levar o cálice, destampadas. Após
entregar, faça uma vênia média ao padre ou diácono.
Leve as galhetas quando o padre colocar a patena sobre o corporal. Vinho na
mão direita, água na esquerda. (Pode-se beijar pouco antes de as entregar ao
padre, mas se for beijar não deixe para beijar na hora de entregar). Após
finalizar, faça uma vênia média.
Se a Missa tiver incenso, leve após o padre colocar o cálice sobre o corporal.
Ofereça para colocar incenso antes, depois o acompanhe nas incensações. Se
houver algum coroinha sentado, levanta-se quando o turiferário for incensar o
povo.
Leve o lavabo. Após finalizar, faça uma vênia média ao padre ou diácono.
Retorne os objetos à credência e depois volte ao seu lugar, permanecendo de
pé.
Se houver algum coroinha sentado, levantar-se às palavras “Orai, irmãos” e assim
permanecer, em pé e de mãos juntas.
No prefácio, responder as invocações iniciais de mãos juntas. Nada de fazer “gestos
teatrais” nas respostas “Ele está no meio de nós” ou “o nosso coração etc.“. Na frase
“Demos graças ao Senhor etc.“, não fazer vênia, mas permanecer em normalmente.
Quando o padre realizar a Epítese (Impor as mãos), toca-se o sino e todos ajoelham.
No momento da elevação, adorar o Senhor em silêncio.
Quando o padre fizer genuflexão, não há a necessidade de fazer vênia. Permaneça
ereto, com olhar baixo e mãos postas, de joelhos.
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Levantar-se na hora acertada:
Ou logo após o sacerdote dizer “Eis o Mistério da Fé“.
Ou logo após o “Amém” do “Por Cristo, com Cristo, etc.“.
Continuar de pé em postura recolhida durante o resto da Oração Eucarística.
Na hora do Pai Nosso, não dar as mãos nem levantá-las em postura de oração, mas
mantê-las juntas.
Se houver o sinal da paz, saudar as pessoas ao lado dizendo “A paz esteja contigo” ou
“Paz de Cristo“. Não se movimentar muito para saudar ninguém.
Acompanhar o sacerdote ou ministros para na distribuição da comunhão.
Comungar na boca, em pé ou de joelhos.
Ao retornar para o altar, manter-se de pé. Não se deve sentar.
Ritos Finais
Após a Missa
Ajudar a arrumar tudo.
Rezar em grupo após o serviço.
Tirar as vestes e guardá-las com cuidado.
Voltar aos bancos para breve oração de Ação de Graças.
Fazer genuflexão antes de sair da Igreja. Fazer também o sinal da Cruz.
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17- Objetos Litúrgicos – Visão Geral
Este artigo trata de uma visão geral dos objetos litúrgicos: Paramentos, Livros,
Vasos Sagrados, Alfaias, Insígnias Episcopais e demais objetos litúrgicos. Posteriormente,
faremos artigos sobre cada objeto, e linkaremos com este artigo.
Paramentos
Paramentos Sacerdotais
Amito
Alva
Túnica branca que o padre coloca sobre a batina. Representa a pureza da alma.
Simboliza a “couraça da justiça” e recorda o vestido branco “dos loucos” com o qual
escarneceram de Nosso Senhor.
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Cíngulo
Paramentos Sacerdotais
Manípulo
É uma espécie de faixa que o padre usa no braço esquerdo. Representa a contrição
e lembra a corda que atou as mãos do Senhor. Está em desuso.
Estola
É uma longa faixa de pano que o sacerdote coloca sobre os ombros para a Missa e
para os sacramentos. Representa as três virtudes teologais, simboliza o poder sacerdotal
Casula
É o paramento que o padre põe sobre a alva e estola para a Missa. Representa a
caridade, simboliza o jugo do Senhor e lembra a Cruz que Nosso Senhor foi obrigado a
carregar para nossa salvação.
Batina
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Sobrepeliz
A sobrepeliz é uma túnica talar, comprida de uso clerical, com mangas longas,
usada sobre a batina.
Barrete
Seminaristas da Administração Apostólica de São João Maria Vianney, trajados de batina e sobrepeliz, tendo o
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Livros Litúrgicos
Missal Romano
livro que contém as orações próprias da Missa e assinala os ritos que se devem
seguir para celebrar. Este livro é usado pelo sacerdote que preside e também pelos
concelebrastes na Oração Eucarística (a grande oração de ação de graças da Eucaristia).
Primeiro, coloca-se próximo da presidência e, depois, no altar;
Lecionário
Livro que contém as leituras proferidas nas missas durante o ano litúrgico.
Dividem-se em:
1. Dominical, ano A B e C – Contendo as leituras de Domingos e festas de acordo com o
ano litúrgico
2. Ferial ou Semanal – Contendo as leituras das semanas, classificadas em anos pares e
ímpares, sendo o Evangelho sempre o mesmo.
3. Santoral – Para as festas dos santos e para a administração dos sacramentos
Evangeliário
Contém a oração pública da Igreja, chamada liturgia das horas, para as diversas
horas do dia, a fim de alcançar a santificação do cristão à glorificação de Deus. A edição é
normalmente dividida em quatro volumes.
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Pontifical Romano
Contém as cerimônias episcopais. No Brasil, foi publicado em vários livros, que são
ordenados conforme apresentação: Rito de Confirmação, Rito das ordenações, Rito da
Consagração das virgens, Benção dos óleos e o Ritual da dedicação da Igreja e altar;
Ritual Romano
Compreende os seguintes ritos e celebrações: Rito para batismo das crianças, Rito
da iniciação cristã dos adultos, Rito da penitência, a Sagrada Comunhão e o culto do
mistério eucarístico fora da Missa, Rito do Matrimônio, Rito da unção dos enfermos, Rito
da profissão religiosa, Rito de exéquias
Um Missal Romano
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Alfaias
Alfaias são pequenos panos usados para a liturgia. São eles:
Corporal
Corporal
Sanguíneo
Sanguíneo
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É uma peça de linho que o padre usa depois da comunhão para purificar o cálice, a
patena, os lábios e os dedos. Representa os panos sepulcrais de Nosso Senhor.
Pala
Cálice e Pala
É um cartão quadrado, revestido de pano, que o padre usa para cobrir o cálice na
Missa. Simboliza a pedra sobre a qual Nosso Senhor repousou a cabeça no sepulcro.
Manustérgio
O manustérgio, na prática, não é uma alfaia, mas um pano litúrgico. É uma pequena
toalha que o padre utiliza para enxugar a mão após o lavabo.
Conopeu
Toalha de altar
Não é uma alfaia, mas um pano litúrgico. Deve ser obrigatoriamente branca e deve
cobrir todo o altar – não se poder ter altar desnudado.
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Vasos sagrados
Os vasos sagrados são vasos de metal usados na Liturgia. São os seguintes:
Cálice
É o mais sagrado e mais antigo dos vasos. É o usado para a consagração do vinho
que se torna o sangue de Cristo. Deve ser de metal, ou material idôneo, e possuir ao menos
a parte de dentro dourada. Seu significado reside na sabedoria escondida em Nosso
Senhor. A abertura do cálice representa a chaga aberta no Divino Coração de Nosso
Senhor, da qual sai o sangue que se bebe para a vida eterna.
Patena
Ostensório
Teca
É um pequeno estojo usado para se depositar as hóstias que serão levadas aos
doentes.
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Vasos Sagrados
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Outros objetos litúrgicos
Há vários objetos, mas por questão prática iremos falar apenas dos principais.
Credência
Galhetas
Incenso
Turíbulo
Naveta
Lavabo
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Carrilhão / Sineta
Sacrário
Caldeirinha
Hissopo / aspersório
Castiçal
Bursa
Círio Pascal
É uma grande vela de cera, símbolo de Cristo Ressuscitado, onde se pode ler ALFA
e ÔMEGA (Cristo: começo e fim) e o ano em curso. Tem grãos de incenso que representam
as cinco chagas de Cristo. Usado na Vigília Pascal, durante o Tempo Pascal, e durante o ano
nos batizados. Simboliza o Cristo, luz do mundo.
Cruz de altar
Uma cruz que fica sobre o altar ou próximo a ele, trazendo sempre à memória o
sacrifício, normalmente voltada para o celebrante.
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Cruz Processional
Serve para acomodar o Missal; é colocado sobre o Altar para que o sacerdote
acompanhe os ritos das celebrações litúrgicas.
Genuflexório
Lamparina do Santíssimo
Relicário
Pálio
Cobertura com franja, apoiada em quatro varas, que cobre o ministro que leva o
ostensório com a hóstia consagrada. Existe também a Umbella, que é como um pálio, mas
em forma de guarda-chuva, para ser usado em interiores.
Também possui esse nome uma insígnia episcopal feita de lã, usada ao redor do
pescoço por arcebispos dentro de celebrações litúrgicos de sua arquidiocese.
Tocha / Lanterna
Patena de Comunhão
Patena utilizada pelos acólitos durante a comunhão para evitar que caia algum
fragmento da Eucaristia no chão.
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Objetos Pontificais
Báculo
É uma espécie de cajado com um arco no topo,utilizado pelos bispos, como sinal de
pastoreio. O báculo do papa é em forma de cruz e é chamado de Férula.
Mitra
Anel episcopal
Cruz peitoral
D. Athanasius Schneider, portando as insígnias episcopais: Mitra, Báculo, Cruz peitoral, Quiroteca e Anel episcopal.
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18- O Turíbulo, a naveta e o incenso
O turíbulo! Ah… O preferido de todo coroinha. O que tem o turíbulo que tanto nos
encanta? Nesse artigo estudaremos sobre o turíbulo, a naveta o incenso: sua história,
características e significado. Num artigo posterior veremos exclusivamente o trabalho do
turiferário.
O incenso, por sua vez, é uma resina que quando queimada solta uma fumaça de
odor agradável que possui uma densidade peculiar . Essa resina é tirada da seiva das
plantas da família das terebintáceas.
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A naveta é objeto que porta o incenso. Normalmente em forma de barca, de onde
vem seu nome. Sempre é acompanhada por uma colherinha, com a qual se deita o incenso
no turíbulo.
Um pouco de história…
O uso do incenso é antiquíssimo, anterior à própria vinda de Cristo. As primeiras
menções ao seu uso provavelmente vem dos egípcios, no III milênio a.C.. Seu uso sempre
foi relacionado à aromatização e purificação do ambiente e a uma oferta “de odor
agradável” à divindade. Os hebreus, por exemplo, utilizavam amplamente o incenso no
Templo de Jerusalém, onde havia o “altar do Incenso”, no qual era queimado
continuamente o incenso em tributo a Deus. (Cf. Ex 30; Lv 16,12)
Talvez por ser amplamente utilizado entre os pagãos, a Igreja nos seus primeiros
anos evitava o seu uso dentro da Liturgia, para fazer uma distinção clara entre a liturgia
pagã e a liturgia cristã, em particular porque o incenso oferecido aos deuses pagãos era
uma grande traição à fé, e vários santos foram torturados e martirizados por se recusarem
a fazê-lo. (Como S. Cassiano, S. Policarpo, S. Dinis, S. Cristina, S. Jorge e muitos outros).
Vemos, no entanto, o incenso sendo usado como sinal de honra e oração por um defunto,
como podemos ver no Testamento de Santo Efrén, no ano 373.
Uma vez que foi destruído o paganismo, a partir do século IV o incenso começou a
ganhar um espaço maior na Liturgia, sobretudo nas dedicações do altar. A primeira igreja
a receber o incenso foi a igreja do Santo Sepulcro, e então o uso foi se espalhando. A
primeira aparição formal do incenso em Roma é do século VII, como gesto de honra ao
papa e ao Evangeliário. Dentro da Missa, o incenso começou a ser utilizado por volta do
século IX, no início da Missa, de modo similar como é hoje: Altar, clero, oblatas. Isto se fazia
se passando o incensário (Uma espécie de vaso onde se queimava o incenso) à frente dos
objetos e das pessoas. Isso foi se desenvolvendo até chegar ao modo como temos hoje. A
naveta também foi ganhando sua forma de “navio” a partir desta época.
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O incenso começou a ter maior espaço na liturgia após o triunfo da Igreja sobre o paganismo. Começou-se a usar, por
exemplo, para a consagração dos altares, queimando o incenso sobre ele. A forma tradicional (Anterior à reforma litúrgica de
Paulo VI) da consagração de altares ainda prevê este rito, queimando o incenso sobre as cinco cruzes cravadas no altar-mor em
Significado do Incenso
Vemos o incenso nas Sagradas Escrituras aparecerem várias vezes. Além dos já
conhecidos significados de aromatização e de purificação contra os demônios, sendo o
incenso um sacramental, destacam-se três, que demonstram os outros três
significados: Adoração, Honra e Oração.
Adoração
Na oferta do incenso pelos Magos ao Menino Jesus (Mt 2,11) vemos o significado
de culto. Com aquele incenso, os magos ao mesmo tempo honravam e adoravam o
Menino Jesus, utilizando-se do incenso como instrumento de culto lautrêutico, isto é, de
adoração.
Honra
Sempre se diz que os três presentes dos Magos a Nosso Senhor exaltam suas três
características: O ouro, como Rei. O incenso, como Sacerdote, e a mirra, como profeta, o
Cristo. Aqui vemos, portanto, o uso do incenso como uma honra a alguém sagrado. Por isso
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a Igreja utiliza o incenso para honrar os sacerdotes, as relíquias, as imagens e mesmo o
povo.
Oração e Sacrifício
Aqui está o significado mais belo do incenso. Vemos no salmo 141 e na aparição
dos 24 anciãos no Apocalipse. Vamos ver estes dois textos.
Salmo 141:
Suba até vós, Senhor, a minha oração como o incenso à vossa presença. Elevem-se
minhas mãos como sacrifício vespertino.
E veio outro anjo, e pôs-se junto ao altar, tendo um incensário de ouro; e foi-lhe dado
muito incenso, para o pôr com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro, que está
diante do trono.
E a fumaça do incenso subiu com as orações dos santos desde a mão do anjo até diante de
Deus.
Nessas duas passagens vemos a associação do Incenso com a oração dos santos.
Por que esta relação? A fumaça que sai do incenso é perfumada, isto é, pura e agradável a
Deus. Mas o simbolismo por trás do uso do incenso se revela sobretudo em como a fumaça
sobe aos Céus. É de uma maneira lenta, graciosa, fazendo várias curvas enquanto
sobe. Não é uma subida arrogante como a fumaça produzia por outros materiais, mas de
uma maneira humilde. Aqui está o significado do incenso como a oração dos santos: Nossa
oração deve subir a Deus como o incenso, de maneira humilde, mas confiante.
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A fumaça do incenso representa a oração dos santos, e como a nossa oração deve ser. Humilde, calma, nunca
arrogante e prepotente, como muitos hoje tem rezado a Deus, como que cobrando ou dando ordens a Ele.
Significado da Naveta
A naveta começou a ganhar uma forma de navio durante a Idade Média. Isto ao
mesmo tempo significada duas coisas: A primeira é a lembrança da Igreja como a “Barca
de Pedro”. A segunda é que nossa vida espiritual deve ser sempre um “caminho”, daqui às
Mansões Eternas. O navio simboliza esta mobilidade.
A naveta é a imagem da Igreja, que porta o incenso, isto é, o culto devido a Deus.
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Significado do Turíbulo
O turíbulo, por sua vez, representa o coração do homem ardendo no fervor a Deus.
Vemos isso já com Durandus, um teólogo dominicano da Idade Média (sec. XIII).
Ele transcreve em um escrito seu uma oração usada em sua diocese para quando o
sacerdote colocava incenso no turíbulo antes do Evangelho:
Que Deus acenda nossos corações junto à fragrância de inspiração celestial para
ouvir e cumprir os preceitos do seu Evangelho
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19- Patena de Comunhão
A Eucaristia, o mais excelso bem do mundo, é o próprio Corpo de Nosso Senhor
Jesus Cristo. Em cada partícula da branca hóstia está presente Ele todo e inteiro, Corpo,
Sangue, Alma e Divindade. Pensem bem, se cada pequeno fragmento, por menor que seja
está Deus, é muito importante que estejamos atentos.
É para isso que contamos com a patena de comunhão, para evitar que Nosso
Senhor seja jogado ao chão e pisoteado como acontece tantas vezes.
Como fazer
Consiste em usar uma patena (disco de metal onde durante a Missa o padre apoia a
Sagrada hóstia), que poderá ser tanto a mesma patena que está sendo usada na Missa,
como também uma segunda. De todo modo o acólito deverá segurar nela com um
Sanguíneo dobrado e acompanhar o padre no momento da comunhão aproximando-se dos
fiéis. Esse é um momento perigoso e causa distrações, pois o acólito é posto frente a frente
com o povo, contudo, deve-se evitar olhar nos olhos das pessoas, observando unicamente
a Sagrada Eucaristia ser dada a cada um, e se necessário intervir em algo.
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Comunhão na mão
A comunhão na mão é muitas vezes um sinal externo de ignorância ou de
ingratidão a Deus, trataremos disso em um outro artigo. O que nos cabe para o momento é
o serviço do acólito com a patena no momento que alguém deseja tomar a comunhão nas
mãos. A verdade é que a única coisa que podemos fazer é por a patena abaixo das mãos do
comungante e esperar que ele comungue, se ele se afastar e não tiver posto a Eucaristia na
boca, você deve chama-lo com muita caridade e da maneira mais apostólica que conseguir,
e dizer: “o senhor(a) deve comungar na frente do Sacerdote”.
A eficácia da patena de comunhão reduz muito nesses casos, visto que nas mãos do
individuo a matéria do pão se desfaz e se espalha. E ainda temos que lembrar que logo
depois de comungar assim, as pessoas despreocupadas coçam a cabeça ou passam a mão
na roupa, uma terrível profanação a Deus que ali fica esquecido e abandonado em
minúsculos “farelos” de pão. Antes de terminar esse artigo, reze uma Ave Maria em
reparação a Deus por essas faltas.
A maneira de comungar que mais agrada a Deus é esta, de joelhos para lhe prestar
adoração e recebendo Seu corpo na boca, para que se evite ao máximo as profanações.
Terminada a comunhão
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20- O Cerimoniário
Muita confusão se faz com o título cerimoniário entre os servidores do altar.
Muitos veem este nome como um simples cargo de honra. Em alguns grupos, um
cerimoniário é simplesmente um coroinha mais velho ou mais experiente. Em outros, nem
experiente precisa ser… Esta confusão vem principalmente pela falta de conhecimento
acerca das instruções litúrgicas sobre o tema ou da vaidade de alguns acólitos. Este artigo
busca esclarecer quem verdadeiramente é o cerimoniário e qual o seu papel.
Equipe de cerimoniários pontifícios, ao centro Mons. Guido Marini, mestre das celebrações pontifícias
O que é o cerimoniário
O cerimoniário deve ser perfeito conhecedor da sagrada liturgia, sua histó ria e
natureza, suas leis e preceitos. Mas deve ao mesmo tempo ser versado em maté ria pastoral,
para saber como devem ser organizadas as celebraç ões, quer no sentido de fomentar a
participaç ão frutuosa do povo, quer no de promover o decoro das mesmas.
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Procure que se observem as leis das celebraç ões sagradas, de acordo com o seu
verdadeiro espírito, bem como as legítimas tradiç ões da Igreja particular que forem de
utilidade pastoral.
É claro que a pessoa que serve como cerimoniário pode, em outras Missas, servir
como simples acólito. No entanto, numa celebração ou se serve como cerimoniário, ou se
serve como acólito.
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A maioria das paróquias não precisa de um cerimoniário
O Cerimonial dos Bispos usa uma palavra muito forte para descrever o
conhecimento necessário para um cerimoniário: “Perfeito conhecedor da Liturgia, sua
história e natureza, suas leis e preceitos”. Isto, claramente, não é algo fácil de se possuir.
Muitos querem ser cerimoniários, pois o título e a batina preta são realmente
encantadores, mas esta postura normalmente é pura vaidade, e devemos ter muito
cuidado com este desejo.
No vídeo abaixo vemos bem isto acontecendo. Diante de uma situação inesperada,
Mons. Guido Marini age de uma maneira pronta, quase sobre-humana, mas ainda assim
discreta e calma. Aqui, tudo já foi preparado para a Santa Missa. Mons. Guido Marini não
conseguiu pegar a Férula de Bento XVI simplesmente porque tem rápidas reações, mas
porque estava em estado de alerta, prevendo cada próxima ação e estando precavido para
não permitir erros possíveis.
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Podemos comparar o cerimoniário a um maestro de uma orquestra. Não é ele
quem executa a peça, mas é por meio de seu cuidado que a obra sai de uma maneira
perfeita. Sem o auxílio de um maestro, uma orquestra pode facilmente se perder. Do
mesmo modo, sem a presença de um cerimoniário, uma liturgia complexa pode ter muitas
falhas.
Tal como um maestro para uma orquestra, assim é o cerimoniário para uma liturgia complexa. Ele é o responsável
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Com grandes poderes…
Dicas:
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