Meditação-e-Visão-Remota-no-Programa-Stargate - 1972-1995 - by-Daniel-Cardoso-Tavares - Jah Salvorg
Meditação-e-Visão-Remota-no-Programa-Stargate - 1972-1995 - by-Daniel-Cardoso-Tavares - Jah Salvorg
Meditação-e-Visão-Remota-no-Programa-Stargate - 1972-1995 - by-Daniel-Cardoso-Tavares - Jah Salvorg
1. Introdução
2. Introdução à Parapsicologia
2.1. História da Parapsicologia
2.1.1 Primórdios
2.1.2. Idade Média
2.1.3. Místicos na Idade Moderna
2.1.4. Período Pré-Científico da Parapsicologia
2.1.5. O Período Científico da Parapsicologia
2.1.6. A Parapsicologia na União Soviética
2.1.7. A Parapsicologia na América Latina
2.2. Definições e Panoramas da Parapsicologia no Mundo e no Brasil
2.2.1. Visão Internacional
2.2.2. Visão Brasileira
2.3. O Estado da arte da parapsicologia no Brasil
2.3.1. A Perspectiva da Evolução da Ciência em Defesa da Parapsicologia
2.3.2. A perspectiva “diplomática” entre Parapsicologia e Psicologia
3. A Área de Inteligência
3.1. Compreensão das Relações Internacionais
3.2. Conceitos em Inteligência
3.2.1. Definição de Inteligência
3.2.2. Atores de Inteligência
3.2.3. Princípios da Atividade de Inteligência
3.2.4. O Ciclo de Inteligência
3.2.5. Disciplinas da Área de Inteligência
3.3. História Geral das Atividades de Inteligência
3.3.1. Dos Primórdios Até a Guerra-Fria
3.3.2. A Guerra Fria: Compreensão Geral
3.3.3. O Mundo Pós-Guerra Fria
3.4. Agências de Inteligência nos EUA e na URSS
3.4.1. História Concisa da CIA e DIA
3.4.2. Cronologia dos Serviços de Inteligência Russos e Soviéticos
4. Visão Remota
4.1. Contexto Geral
4.2. Início da Visão Remota
4.2.1. Ingo Swann: Contextualização
4.2.2. Experimentos Fora do Corpo
4.2.3. O Nascimento da Visão Remota
4.2.4. As Pesquisas para a CIA por Meio da Stanford Research Institute
4.3. Dois centros: Militares e Civis
4.3.1. A Visão Remota pela SRI e Civis (1972 até 1995)
4.3.2. A Visão Remota Militar
4.4. O Fechamento do Programa
4.5. A Publicização do Programa de Visão Remota PELA CIA
4.6. Compreendendo as práticas de Visão Remota
4.6.1. Protocolo Double-Blind
4.6.2. Métodos utilizados ou criados por Ingo Swann
4.6.3. Modelo ARV
4.6.4. Modelo ERV
4.6.5. Modelo do Instituto Monroe
4.6.6. Outros Modelos de Visão Remota
4.8. Termos-Chave
4.9. Como a Visão Remota funciona?
4.10. Visão Remota no Brasil
5. Introdução à meditação
5.1. História da meditação
5.1.1. Práticas Primitivas
5.1.2. Redescoberta Moderna
5.2. Conceito de Meditação
5.3. Tipos de meditação
5.4. Classificação dos Tipos de Meditação
5.5. Hipnose x Meditação
6. Metodologia
6.1. Os Limites do Estudo
6.2. Dos Documentos Analisados
6.3. Método Quantitativo
6.4. Problemas de Pesquisa e Objetivos Gerais e Específicos
6.4.1. Qual a Importancia das Práticas Meditativas nos Protocolos de Visão Remota?
6.4.2. Quais os Elementos Comuns das Práticas Meditativas Encontradas e Em que Modelo
Podem ser Enquadrados?
6.4.3. Em que Momento da Sessão de Visão Remota são Indicadas as Práticas Meditativas?
7. Análise Documental
7.1. Contabilidade dos Dados
7.2. Análise dos Resultados
7.2.1. Primeiro Problema Específico de Pesquisa
7.2.2. Segundo Problema Específico de Pesquisa
7.2.3. Terceiro Problema Específico de Pesquisa
7.3. Resultado final
8. Conclusão
9. bibliografia
9.1. livros
9.2. Sitios de Internet
9.3. Filmes
1. INTRODUÇÃO
Em 2017, a CIA[1] (Agência Central de Inteligência, em tradução
livre) dos Estados Unidos da América (EUA) disponibilizou na internet
arquivos que comprovavam a existência de programa que utilizou, desde a
década de 1970 até meados da década de 1990, espiões que deveriam obter,
usando apenas a mente, informações secretas de alvos escolhidos pelo
governo dos EUA. Os documentos já eram públicos desde meados de 2001,
tendo alguns sido liberados ainda na década de 1990, mas acessíveis apenas
pessoalmente, diante de determinados computadores que continham os
dados. Notícia da BBC Brasil continha o título “CIA libera 13 milhões de
documentos secretos que incluem relatos sobre óvnis e experiências
psíquicas”[2] e a agência Sputnik perguntava: “Agentes secretos em Júpiter:
por que CIA contratou parapsicólogo lendário?”[3]. Tais notícias traziam à
tona comprovações documentais sobre relatos que já existiam em diversos
livros, incluindo aqueles que tinham como autores os citados em tais
notícias. Uma dessas pessoas citadas foi Ingo Swann: o parapsicólogo e
dotado (ou seja: pessoa com poderes extraordinários)[4] que criou a técnica
de Visão Remota e a disponibilizou para a CIA, inicialmente, e para os
militares dos EUA (sob responsabilidade da DIA[5] – Agência de
Inteligência de Defesa, em tradução livre) anos depois. Os documentos
foram liberados como pertencentes ao programa Stargate, mas, como será
demonstrado, esse foi apenas o último de uma série de outros programas,
que incorporavam os documentos de todos os anteriores.
Este livro tem por objetivo, assim, explorar esses documentos em
busca de possíveis referências à meditação, tanto como como base quanto
como catalizadora de tais capacidades extraordinárias. Em caso positivo,
também busca identificar quais as características das práticas meditativas
envolvidas. A meditação entra como fator relevante por estar ligada a
estados diferenciados de consciência, variando em intensidade, de acordo
com a prática meditativa envolvida, desde a dança, passando pela recitação
de frases, até a atenção plena em ponto fixo ou estados próximos ao
desligamento sensorial do próprio corpo e visualizações mentais.
Os documentos serão analisados por meio de estudo quantitativo,
buscando o menor nível de subjetividade possível já que, na percepção
deste autor, trata-se de estudo com certo grau de ineditismo e que permitirá
o descobrimento do tema por outros pesquisadores, sendo necessário
colocar os dados da forma mais clara possível. Não se pretende esgotar o
tema, mas abrir espaço para novos e mais profundos estudos. No mesmo
sentido, por tratarem-se de fontes em língua estrangeira, sem grande
número de livros em português, foi trazida a mais ampla base possível para
que o tema possa ser compreendido de forma adequada. Também se trata de
assunto exótico, pouco explorado e até mesmo discriminado em meio aos
estudos acadêmicos tradicionais, o que exige uma exploração mais ampla
de suas bases históricas, termos e noções.
O conteúdo inicia-se no capítulo dois, com exploração sobre a
Parapsicologia, que é o terreno onde os eventos extraordinários da Visão
Remota são tratados na ciência. Serão lançadas as bases históricas que
permitiram que eventos sem explicação científica (à época ou até os dias de
hoje) pudessem ser tratados por cientistas e dentro das universidades. Em
seguida, serão explorados os conceitos e termos-chave da área, tanto no
exterior quanto no Brasil. Tais termos são relevantes por permitirem o
enquadramento da Visão Remota como legítimo campo de estudo
parapsicológico. O capítulo termina com breve observação do
relacionamento, no Brasil, entre a Parapsicologia e a Psicologia, assim
como dos esforços de acadêmicos brasileiros que visam tornar o diálogo
mais amigável entre ambas. Tal esforço permite, também, a aceitação
crescente dos aspectos paranormais da própria meditação, auxiliando na
quebra de preconceitos.
O terceiro capítulo introduz os assuntos de Estado e coloca os
interesses de governos por informações. Tais informações são
tradicionalmente negadas e mantidas em segredo pela outra parte, o que
exige a atuação de espiões, que devem extraí-las, muitas vezes por meios
claramente criminosos (como: assassinato, extorsão, falsidade ideológica,
pagamento a informantes traidores de suas pátrias, chantagem e outros
meios de obtenção de informações pela força). A ciência que estuda essas
práticas subterrâneas de obtenção de informações é a Inteligência, um
eufemismo para substituir o termo espionagem. O capítulo passa da parte
histórica geral, passando pela conceitual, que separa os diferentes tipos de
espionagem (ou obtenção de Inteligência) e adentrando na história da CIA,
fonte principal dos documentos investigados. Como contextualização,
também traz breve observação sobre o serviço de Inteligência soviético e
sobre a contraparte da Visão Remota na União Soviética. O assunto
Inteligência é relevante para o estudo porque a Visão Remota foi executada
por civis (sob financiamento da CIA) e espiões militares (sob comando da
DIA) com o objetivo de coleta de Inteligência sobre os inimigos dos EUA,
especialmente contra o bloco de países soviéticos no contexto da Guerra
Fria.
O quarto capítulo trará, então, informações detalhadas sobre a Visão
Remota. Trata-se de trecho de relevante importância para os pesquisadores
do tema por condensar múltiplas fontes sobre o assunto, desde textos
escritos pelos cientistas responsáveis, passando pelos visualizadores
remotos, jornalistas e pesquisadores do assunto. Os nomes dos chamados
remote viewers[6] (visualizadores remotos ou simplesmente visualizadores,
em tradução livre) correspondem aos autores de boa parte dos livros
utilizados como fontes neste trecho e vieram à tona por meio dos
documentos liberados pela CIA (como no caso de Ingo Swann[7], Paul H.
Smith[8], Lyn Buchanan[9] e Joseph McMoneagle[10]) e pelos livros que eles
mesmos escreveram, seja como forma de divulgação, autopromoção ou
promoção das empresas de Visão Remota que criaram após terminado seu
período como funcionários do governo. O capítulo abarcará desde a história
inicial, com a criação da Visão Remota – como um misto de clarividência e
experiência fora do corpo- por Ingo Swann, até a parte conceitual, passando
pelas muitas variações das formas de execução da Visão Remota e seus
usos práticos de coleta de Inteligência em momentos de grande importância
para a história política internacional, como a crise dos reféns no Irã pós
revolucionário.
O quinto capítulo trará breve introdução à meditação e às práticas
meditativas. Serão observados os principais modelos de meditação que
emergiram dos mais diferentes grupos religiosos e sociais ao longo de
história que se estende aos primeiros momentos de agregação humana, em
frente às fogueiras. O objetivo não será o de determinar um modelo ideal de
meditação, ou mesmo o modelo principal, mas sim de observar quais as
características que definem a meditação de forma ampla, a fim de serem
encontrados os termos a serem pesquisados em meio aos documentos do
programa Stargate. Também serão apresentados os limites conceituais e
teóricos que permitirão descobrir as características das práticas meditativas
possivelmente encontradas nos documentos.
O capítulo seguinte delimita as regras a serem obedecidas durante a
pesquisa, colocando a metodologia dentro dos limites quantitativos e da
obtenção de dados por meio da análise do conteúdo, ou seja: a busca por
termos com significado esperado dentro de textos bem definidos, em
contraste com a análise do discurso, que tenta obter o significado
contextualizado e subjetivo das informações contidas em um texto. As
fontes a serem exploradas são todas primárias, vindas diretamente dos
arquivos da CIA. O problema central de pesquisa, que busca entender a
importância das práticas meditativas para a Visão Remota, dentro do âmbito
dos arquivos do Programa Stargate, e suas características, será dividido em
três problemas secundários, que buscarão explorar, por procedimentos
distintos: a) a importância da meditação para a Visão Remota; b) as
características das práticas meditativas encontradas; c) o momento (antes,
durante ou depois das sessões) em que tais práticas meditativas eram
adotadas. O principal delimitador do escopo dos documentos analisados
está no fato de serem verificados apenas protocolos e manuais. Dentre o
grande número de documentos disponíveis, apenas esses, vistos como
formadores de padrões para todos os outros, serão analisados. Contudo, tal
pesquisa é vista como apenas um esforço inicial para o entendimento do
tema. Há outros documentos que registram a prática da Visão Remota
sessão a sessão, mas, por serem muitos, não permitem análise deste
pesquisador com os recursos de tempo aqui disponíveis. Essa possível
futura pesquisa dará a outros pesquisadores a possibilidade de comparar o
que for registrado aqui, após a análise dos protocolos e manuais, com a real
aplicação da Visão Remota, registrada nos demais documentos. Por fim,
serão apresentadas as hipóteses a serem testadas após a análise dos dados.
O capítulo sete analisa todos os documentos selecionados e extrai
seus dados, categorizando-os e criando estatísticas que mostrem de forma
simples e clara as respostas para os questionamentos anteriormente
formulados. Aqui, as hipóteses do capítulo anterior serão testadas e será
possível chegar à solução final, que responde a todos os problemas de
pesquisa deste livro. O capítulo final trará revisão de todos os assuntos
abordados, congregando os dados em um único esforço de compreensão das
respostas obtidas e entendendo a importância das práticas meditativas para
a Visão Remota e suas características.
2. INTRODUÇÃO À PARAPSICOLOGIA
O estudo inicia-se pela apresentação do ambiente acadêmico que
permite a observação sistemática e a pesquisa científica dos eventos que
superam as explicações existentes no âmbito das ciências exatas e da
própria compreensão humana. O campo da Parapsicologia surge como
aquele especializado na observação e estudo de eventos como a Visão
Remota, como será a seguir demonstrado.
2.1. HISTÓRIA DA PARAPSICOLOGIA
Ao longo deste trabalho, o embasamento histórico será tido como
fonte importante de compreensão de todos os grandes temas estudados. O
escopo da pesquisa não permite a adequada extensão na apresentação, mas
tal deficiência será sanada por meio de apresentação resumida, porém
densa, dos principais eventos de cada área e as fundações conceituais para a
adequada compreensão dos temas tão controversos aqui apresentados.
Desse modo, a história da Parapsicologia será trazida com o objetivo
de demonstrar que existe um forte histórico de eventos e estudos metódicos
sobre os fenômenos que, com o nome moderno de Visão Remota, serão
analisados como tema central da pesquisa.
2.1.1 Primórdios
De acordo com Martin[11], o uso da Visão Remota não é novidade,
mas já possui precedente em práticas ancestrais shamânicas existentes na
África. Tais práticas permitiriam o uso de estados alterados de consciência
para observação de locais distantes. De acordo com ela, práticas como a da
dagara permitiriam a Visão Remota por meio da observação da água em
potes. Ela reage, assim, à percepção de que os estudos sobre Visão Remota
teriam surgido no ocidente, o que ocultaria suas heranças ancestrais.
Em uma perspectiva histórica mais ampla, é possível afirmar que
tais práticas surgiram em diferentes culturas ao longo da história, sendo
difícil definir qual foi a primeira ou uma linha sucessória bem definida
delas. Como tal estudo seria demasiado amplo e fora do escopo desta
pesquisa, a abordagem será apenas exemplificativa.
Assim, de acordo com Massimo Inardi[12] as práticas que se
assemelham às que seriam futuramente estudadas pela Parapsicologia têm
início com os povos mesopotâmicos antigos, em práticas descritas em
textos de escrita cuneiforme, que desenvolveram a crença na sobrevivência
da alma a despeito da morte do corpo. Sacerdotes designados pelo Estado
davam presságios, enquanto magos e bruxos realizavam práticas para
prevenção de danos por demônios ou espíritos. Os Caldeus, cujo terra era
considerada propícia para prática divinatória, elaboraram tabelas
astrológicas, criando o primeiro horóscopo. No Egito, onde até Jesus teria
sido iniciado em práticas místicas, de acordo com o Talmude, a alma teria
dois tipos: Bâ, compreendendo a noção de alma em si; e Kâ, um elemento
intermediário entre a alma e o corpo, “uma espécie de negativo do
‘corpo’”[13] que separava-se da matéria e poderia unir-se à alma, devendo
ser respeitado e podendo gerar efeitos negativos caso fosse ultrajado, como,
por exemplo, “o aniquilamento da personalidade do defunto”[14]. De acordo
com o mesmo autor, o espiritismo, por meio de Allan Kardec (ou Hippolyte
Léon Dénizard-Rivail, em seu nome de nascença)[15], criaria uma
concepção similar séculos depois, na forma de alma e períspirito.[16]
Na Grécia antiga, um dos mais marcantes exemplos da prática
divinatória é a atribuição ao Oráculo da capacidade de visualizar o futuro
ou o presente em locais distantes. As consultas a ele permitiam receber
informações diretamente dos deuses, em especial Apolo. A referência a tais
práticas aparece nos textos de Heródoto.[17] O oráculo grego seria uma
herança daquele que primeiro apareceu na civilização egípcia, relacionado
ao culto da deusa Wadjet, associada à maternidade.[18]
Em termos religiosos, também seria possível perceber o futuro ou o
presente desconhecido a partir dos rituais contidos no I Ching[19] (Livro das
Mutações). As práticas de consulta a oráculos também estariam presentes
na cultura da Índia e Tibet.[20] A Bíblia também traz referência à divinação,
como ocorre no Antigo Testamento quando o rei Saul procura uma
“médium”[21] a fim de prever o resultado da batalha do dia seguinte
(Batalha de Gilboath). Os hebreus, que também aceitam a noção ternária
(de três partes) do homem (“corpo ou nepesh; períspirito, ou mach; espírito,
ou neshamah”[22]) criaram um tipo de numerologia por meio da Qaballah
(ou Cabala), que interpreta números e letras em busca da alma da escritura
sagrada, com fins também divinatórios.[23]
2.1.2. Idade Média
O Império Romano, a despeito do período inicial que reunia
expressões místicas de diferentes partes do mundo de então, foi marcado
pelo comando de Constantino e a transformação da fé cristã em religião
oficial do Império. Tal atitude levou ao fechamento de templos dos
diferentes deuses pagãos e ao banimento do culto e práticas místicas
diferentes daquelas aceitas pela nascente Igreja Católica.[24] Contudo, como
a política romana era muito conturbada e instável[25], os Imperadores
seguintes, incluindo o Juliano, sobrinho de Constantino, restauraram o culto
aos Deuses antigos.[26]
Esse retorno a práticas não cristãs permitiu, ao longo do tempo, a
incorporação de diferentes crenças de muitas partes do mundo, incluindo
práticas místicas árabes. Porém, a Igreja Católica lidou de forma drástica
com a situação quando retomou o controle político/social. Essa reação deu-
se por meio da violência e da tortura durante a chamada Inquisição,
ordenada pelo Papa Gregório IX, que reinou de 1227 até 1241.[27]
Ainda nesse período, diversas correntes de pensamento
desenvolveram seus trabalhos intelectuais na Europa, variando da criação
das ordens religiosas como a dos franciscanos, beneditinos e dominicanos,
até ao aparecimento do satanismo e da demonologia. Dentre elas
encontrava-se a busca pela Pedra Filosofal, que advém de preceitos
herméticos (de Hermes Trismegistos, sábio do Egito antigo) e que
permitiria o trabalho alquímico dos metais (transformar metais não nobres
em ouro) e dos comportamentos.[28]
2.1.3. Místicos na Idade Moderna
Inardi passa em revista aos principais autores do início da Idade
Moderna, iniciada em 1492 (com a descoberta da América). A marca
principal desse período é a nova liberdade de atuação de místicos, em
especial no seio de organizações secretas.[29]
Cornélio Agripa de Nettesheim teria deixado sua semente dentre as
obras de cunho espiritual por meio da percepção de que a magia é a
comunicação que permite pedir auxílio um plano superior para dominar o
inferior. Suas obras eram místicas e orientavam que a pessoa mais dotada
para agir como mago era aquela que procurava a meditação e a
concentração, ou, em suas palavras “morrer para o mundo”[30].
Paracelso aparece nesse período como um alquimista que falava
sobre o magnetismo humano (“as vibrações provenientes das estrelas e dos
planetas”[31]), colocando as bases futuramente utilizadas por importante
figura da história da Parapsicologia: Mesmer.[32]
Jerônimo Cardano deixou sua contribuição como matemático (tendo
sido o descobridor da fórmula que resolvia as equações de terceiro grau) e
físico, mas em meio a seus mais de noventa livros, também falou sobre seus
sonhos premonitórios, intuições clarividentes sobre doenças, sua habilidade
de aprender línguas (latim, francês, grego e castelhano) durante seus
“esplendores”[33], que eram uma forma especial de suas faculdades de
vidência, diferente das que já possuía, ocorrendo apenas quando estava
doente.[34]
Nostradamus, um dos mais famosos videntes de todos os tempos, foi
médico e frequentava os mais elevados círculos sociais e políticos. Seu
livro (As Centúrias) ainda é utilizado como fonte de previsões do futuro. A
especulação é a de que ele teria tido acesso a documentos sacros secretos,
que exporiam técnicas cabalísticas de previsão por ele aprendidas e ocultas
em seu discurso “singular e obscuro”[35].[36] Ele seria o último representante
dos “antigos sacerdotes-profetas da ciência religiosa hebraica que no seu
tempo eram também chamados ‘Nabhis’”[37].
A sociedade Rosa Cruz surgiu nesse período com influência mística.
Seus membros, agindo em segredo, teriam sido um tipo de “mão
invisível”[38] agindo sobre a história e que teria ajudado a humanidade a
caminhar em direção ao iluminismo.[39] Cagliostro seria mais um exemplo
de místico pertencente a sociedades secretas (como a Maçonaria e a “Seita
dos Iluminados”[40], da qual teria sido um dos fundadores) respeitado por
grandes pensadores (como Kant e Goethe) em suas habilidades
paranormais.[41]
2.1.4. Período Pré-Científico da Parapsicologia
A Parapsicologia observa fenômenos não naturais e tenta verificar
se são ou não fraudes. Nesse processo, alguns fenômenos inicialmente
classificados como inválidos foram posteriormente validados.
O primeiro grande caso, que traz o primeiro possível charlatão
descoberto por um grupo de cientistas, foi o de Mesmer. Esse mesmo
sujeito teria, após averiguações mais detalhadas, confirmadas as suas
alegações e acabaria tornando-se um dos personagens mais importantes da
Parapsicologia.[42] [43]
2.1.4.1. Magnetismo de Mesmer
Franz Anton Mesmer era médico e começou, em 1778, a aplicar
uma forma diferente de medicina em Paris. Seu método de cura era baseado
no magnetismo, na mesma linha de Paracelso, e ele partia do entendimento
de que existia uma substância que interpenetrava todos os objetos
existentes, incluindo os seres humanos. Essa substância era afetada tanto
pelo magnetismo dos planetas, quanto aquele gerado pelas mãos. Mesmer
também acreditava na “bipolaridade dos corpos”[44], o que permitia que
energias fluíssem de uma das mãos até a outra.[45]
O paciente era curado por meio da reorganização de suas energias.
Isso se dava a partir do uso de ímãs, pela movimentação das mãos do
médico sobre as áreas doentes e pelo uso de utensílios metálicos ou
magnetizados (como água ou até uma árvore magnetizada). Mesmer fez
fortuna com esse tipo de tratamento, atendendo desde as mais altas Cortes
europeias, até os mais pobres, a quem tratava gratuitamente.[46]
O encontro entre Mesmer e os primórdios da Parapsicologia dá-se
quando passa a ter dificuldades de atuação devido às críticas dos demais
médicos. Ele procura o rei Luís XVI em busca de um documento oficial que
atestasse sua eficácia e lhe desse a credibilidade necessária para continuar
atuando. O rei, então, determina que duas comissões estudem a prática. A
primeira estava sob o comando da Faculdade de Medicina e da Academia
de Ciências da Paris (à qual pertenciam Benjamin Franklin e Lavoisier); a
segunda era responsabilidade da Academia de Medicina. Após seis anos de
análise, o veredicto (1784), levou à ruína financeira e social de Mesmer: a
imaginação dos pacientes era tida como a única causa de cura. Contudo, tal
verificação seria contestada e revertida futuramente, em trabalhos como o
do Dr. Husson, como será visto à frente. Mesmer seria, tardiamente, visto
como um dos personagens mais importantes da Parapsicologia.[47] Para
Inardi, ele “ocupará depois na história da ciência um lugar de relevo
plenamente merecido”[48].
2.1.4.2. Sonambulismo Artificial
Seguidor de Mesmer, o marquês Armand de Puységur acabou
descobrindo o hipnotismo em meio às práticas mesmerianas. Isso se deu
porque um de seus pacientes perdeu a consciência em algo como um sono
profundo e passou a fazer previsões, diagnósticos e outros fenômenos
especiais durante esse estado de consciência alterada. Esse estado de
“sonambulismo artificial”[49], assim denominado pelo marquês, podia ser
repetido seguidamente naquele sujeito. Após sua morte (1825), o português
abade Faria utilizaria a técnica para atuar sobre pessoas sensíveis e fazer
com que obedecessem quaisquer de suas ordens.[50]
2.1.4.3. Novo Embate Científico
Os trabalhos do marquês e de seus seguidores levaram à necessidade
de ser criada nova comissão encarregada de verificar se tais fenômenos
eram reais, incluindo os casos históricos de Mesmer. O relator de tal
comissão, Sr. Husson, reconheceu que o veredicto anterior estava
contaminado por preconceitos. Novos estudos demandaram cinco anos e
chegaram à conclusão de que existiam fenômenos reais que ocorriam
apenas durante o estado magnético. Essa foi considerada a primeira
confirmação de fenômenos paranormais.[51] Nas palavras do próprio
Husson para a Academia de Ciências: “A Academia deveria encorajar
pesquisas sobre o magnetismo, como ramo singular de psicologia e história
natural.”[52]
Seu relatório nunca foi publicado devido às críticas que sofreu,
mesmo tendo sido apoiado por outros estudos, como os de Berna e
Dubois[53]. Em 1844, a Academia das Ciências da França proibiu qualquer
estudo sobre magnetismo. Logo em seguida, a Santa Sé emitia encíclica
proibindo tais estudos.[54]
Em 1820 um novo trabalho sobre o tema (Memórias Sobre o
sonambulismo e Sobre o Magnetismo), elaborado pelo general Noizet,
esperou 46 anos para ser aceito para publicação pela Academia das Ciências
de Berlim. Em 1845, o cientista e industrial Karl von Reichenbach chamou
a energia geradora de tais fenômenos de “Força Ódica”[55], em referência ao
Deus Odin, da mitologia germânica. Em 1848, na Inglaterra, o médico John
Elliotson foi impedido de exercer sua profissão por sua defesa do estudo do
tema. Enquanto isso, o médico James Esdaile, que havia reduzido em 45% a
mortalidade pós-operatória por meio de tais técnicas, conseguia permissão
para abrir, na Inglaterra e na Índia, hospitais que usavam os métodos
mesméricos e de anestesia baseada no magnetismo.[56]
2.1.4.4. O Hipnotismo
O médico James Braid foi o responsável por chamar o estado
alterado de consciência “magnético”[57] de “hipnotismo”[58], como é
conhecido até hoje. Ele expunha os sujeitos sensíveis à observação de luz
fixa, intermitente ou a um objeto reflexivo, para que chegassem a um estado
psicofísico alterado. Outros estudiosos, como Azam Bordeus e Charles
Richet, confirmariam suas descobertas sobre hipnotismo infantil e de
animais, chancelando a existência de eventos paranormais em tais situações.
[59]
Assim como:
“Há um temor que no entanto permanece: o momento mágico
(...) poderia transformar-se em momento diabólico. Já se fala
de aplicações práticas dos factos (sic) paranormais. A
telepatia, a clarividência, a precognição, poderiam prestar
assinaláveis serviços aos Estados Maiores e aos Serviços
Secretos: poder-se-iam adestrar nesse sentido grupos de
sensitivos, e assim metapsíquica e parapsicologia tornar-se-
iam óptimas (sic) armas de guerra.(...)” [108]
1905 Rasputin assume posição de curandeiro na Corte do Tsar da Rússia e posteriormente como
conselheiro;[111]
1918 Fundado o “Instituto para o Estudo do Cérebro e da Atividade Mental” [Tradução livre]
[114];
1919 Estudos sobre “Rádio Cerebral”[115] por Bernard Khazinsky, a hipótese de ondas
eletromagnéticas serem a causa da telepatia humana;[116]
1921 Bhekhterev conduz 1.278 experimentos (com 678 sucessos) sobre sugestão mental sobre
animais e telepatia humana;[117]
1922 Criado, pelo biólogo Alexander Gurvich, o conceito de “biofield”[118], que fala sobre um
campo biológico que determina o crescimento dos seres vivos. O fenômeno da telepatia foi
assim explicado.[119]
1927 O “Ministério da Defesa” [120] [Tradução livre] russo designa o substituto do falecido
Bhekhterev, Leoniv Vasiliev, para estudos sobre a tese do eletromagnetismo como fonte de
telepatia humana.[121]
1939 Criada a câmera fotográfica “Kirlian” por casal de mesmo sobrenome.[123] Trata-se de
técnica que usa correntes elétricas especiais para criar uma descarga coronal, capturada
por câmera fotográficas, nos objetos observados.[124]
1962 Kuleshova torna-se célebre por ler com a ponta dos dedos. [126]
1968 Nelya Mikhailova move objetos sem contato; Novo Congresso Internacional de
Parapsicologia.[129]
Uruguai
1953 Fundada a Sociedade Uruguaya de Investigaciones
Parapsicológicas. [153]
1699 Pedro “O Grande”[415] [Tradução livre] cria a Preobrazhenskiy Prikaz que visava
perseguir subversivos;
1803 Aleksandr I cria organização para perseguir dissidentes conhecida como “Comitê Geral
de Segurança”[416] [Tradução livre].
1826 Nicholas I cria a “Terceira Sessão da Chancelaria Imperial”[417] [Tradução livre] para
combater atos subversivos;
1881 Após o assassinato do Tsar Aleksandr II, é criada a Okhrana (sob controle do “Ministério
do Interior”[418] [Tradução livre]) para a proteção do Tsar e combater subversivos;
1917 Em março, a Revolução leva à abdicação de Nicholas II, finalizando a dinastia Romanov;
em novembro, os Bolsheviks chegam ao poder; em dezembro é criada, por Vladimir
Lênin, a Cheka;
1921 Lênin busca maior controle sobre a Cheka após o Terror Vermelho;
1923 Cheka tem como novo nome: “Diretório Político Unificado[420] [Tradução livre] do
Estado” (OGPU);
1936 Primeiro dos “Julgamentos de Moscou”[423] [Tradução livre]; Nikolai Yezhov passa a
ser o novo chefe da NKVD, ex-chefe é posteriormente preso;
1936- Mais de 10 mil mortos na Espanha, durante período de guerra-civil, são atribuídos à
1939 ação da NKVD;
1937 Expurgo no exército russo é iniciada com morte do Marechal Mikhail Tukhachevskiy;
entre junho e julho ocorre ampla perseguição na sociedade e no próprio Partido
Comunista; [424]
1964 KGB ajuda em movimento que levou à substituição de Krushev por Leonid Brezhnev;
1967 Novo chefe da KGB é Yuri Andropov; Início da espionagem de John Walker em benefício
da União Soviética (até 1985); KGB cria grupo para espionagem política;
1979 Invasão do Afeganistão; KGB invade palácio presidencial e mata o presidente afegão e
sua família; [434]
1985 Aldrich Ames, espião da CIA passa a trabalhar para a KGB e entrega nome de espiões
dos Estados Unidos da América, que são presos; Vitaliy Yurchenko, espião da KGB, passa
a colaborar com a CIA (para desistir poucos meses depois); Robert Hanssen, agente do
FBI, passa a colaborar com a KGB em caso que será investigado pela CIA,
indiretamente, por “espiões psíquicos”[437]; [438]
1991 Chefes da KGB, Vladimir Kryuchkov, e MVD, Boris Pugo, começam a planejar golpe
contra Gorbachev. Tentativa fracassa, Pugo suicida-se e Kryuchkov é preso; KGB é
fechada em setembro; em dezembro é criada a SVR (“Serviço de Inteligência
Estrangeira”[439] [Tradução livre]), sob comando de Yevgeny Primakov; no dia 25 de
dezembro, a União Soviética deixa de existir;
1995 Criação da FSB (“Serviço de Segurança Federal”[440] [Tradução livre]).[441]
4.3.1.1.1. Debunkers
A fama de Geller levou o foco da mídia até a SRI, onde Puthoff teve
que defender sua pesquisa de jornalistas céticos e “debunkers”[511] (termo
inglês que designa caçadores de fraudes, éticos ou não). O primeiro ataque
veio por parte do jornalista Leon Jaroff da revista Time, que tomou forma
no artigo intitulado “The Magician and the Think Tank”[512].
O segundo veio por meio do mágico profissional James ‘O
Magnífico’ Randi no livro “Flim-Flam! Psychics, ESP, Unicorns, and Other
Delusions”[513] (1982), onde acusava de fraudulentos os experimentos da
SRI, inclusive o primeiro com o magnetômetro. Paul H. Smith[514], acusa o
último autor de agir com o objetivo de denegrir os experimentos da SRI.
Como prova, coloca a afirmação do próprio Randi de que jamais visitou a
SRI e fez suas análises com base em informações de terceiros
(posteriormente contraditas por outros analistas que estiveram no local).
Uma das alegações, por exemplo, dizia respeito a filmagens que teriam sido
feitas sem a presença do operador da câmera jornalística, afirmação mais
tarde negada pelo próprio operador.[515]
Um terceiro incidente teria importância crucial nos capítulos finais
oficiais da história da Visão Remota: no mesmo período, a DARPA
(Defense Advanced Research Projects Agency, a agência estadunidense que
lida com projetos secretos e pesquisas avançadas)[516] enviou o gerente de
projetos George Lawrence para avaliar Uri Geller. Ele estava acompanhado
de dois psicólogos: Ray Hyman e Robert Van de Castle. O grupo pediu
permissão de Puthoff e Targ para observar os experimentos oficiais que a
SRI aplicava em Geller, mas o pedido foi negado. Os cientistas da SRI
permitiram, contudo, que os visitantes realizassem os testes que quisessem
com Uri Geller. O grupo realizou testes criados na hora, gravados pelas
câmeras da SRI, e satisfizeram Van de Castle, mas não seus dois outros
companheiros. [517]
Um deles era um ferrenho opositor de qualquer noção ligada à
Parapsicologia e faria ataque aos experimentos (que seu próprio grupo
realizou) classificando-os como “incrivelmente negligentes”[518]
(comentário publicado na reportagem anteriormente citada para a Time).
Tratava-se de Ray Hyman, que participaria da organização cética Scientific
Investigation of Claims of the Paranormal (CSICOP). Hyman escreveria
sobre os perigos da crença em fenômenos paranormais em uma carta
pedindo recursos financeiros:
“(...) Crença em fenômenos paranormais continua crescendo,
e os perigos para a sociedade são reais (...) nos dias de hoje
com cortes de gastos pelo governo, o Departamento de
Defesa pode estar gastando milhões de dólares dos
contribuintes no desenvolvimento de ‘armas psíquicas (...)’”.
Por favor, ajude-nos nessa batalha contra o irracional. Sua
contribuição, em qualquer valor, nos ajudará a crescer e
combater melhor a enxurrada de crença no paranormal (...)”.
[519] [Tradução livre]
antes da sessão;
“Gestalt”[745]: percepção de informações mais
grosseiras e amplas sobre o alvo, sem detalhamento
de pequenas características. Serve de primeira
impressão para o visualizador, mas deve ser
aprofundada para uma determinação precisa das
características daquilo que é percebido;[746]
“Ideogram”[747]: ideograma (em tradução livre) é um
desenho feito no início da sessão (a partir de
movimentos livres e inconscientes da mão) com o
objetivo de obter a uma Gestalt do alvo;[748]
“Meditação”[749] [Tradução livre]: compreendida
por Joseph McMoneagle como: “contemplação
mental ou reflexão com propósito determinado ou
resultado esperado”[750];
“Protocolo”[751] [Tradução livre]: procedimento a
ser seguido e exposto em plano detalhado;[752]
“Ruído”[753] [Tradução livre]: diferentes formas de
interferência externa (barulhos e desconforto físico,
por exemplo) ou interna (pensamentos, preocupações
e memórias, por exemplo) que distorcem a percepção
do visualizador sobre o alvo. Os diferentes tipos e
técnicas de Visão Remota têm como principal desafio
a eliminação de tais ruídos;[754] [755]
“Signal line”[756] (linha de sinal, em tradução livre):
entendido como conexão mental entre o alvo e o
visualizador remoto. É termo utilizado para designar
se um remote viewer está ou não em contato com o
alvo e tendo acesso às informações sobre ele;
4.9. COMO A VISÃO REMOTA FUNCIONA?
O mecanismo de funcionamento da Visão Remota é desconhecido e
os envolvidos não chegam a uma conclusão final sobre esse tema. Apesar
disso, existe a constatação estatística de que funciona.[757] Puthoff afirma
que “por mais forçado que isso possa parecer, temos dados estatísticos
excelentes de que esse fenômeno funciona em todo o planeta (...)”[758]
[Tradução livre].
As teorias a respeito com maior embasamento científico firmam-se
em conceitos relacionados à física quântica (em algo conhecido como
“entrelaçamento quântico”[759] [Tradução livre]) e ao que Einstein
classificou como “spooky action at distance”[760] (ou, em português:
“fantasmagórica ação à distância”[761] ou “ação fantasmagórica à
distância”[762]). Essa perspectiva visa entender a comunicação instantânea,
já constatada, entre partículas atômicas separadas por distâncias superiores
àquelas que a velocidade da luz poderia superar no mesmo espaço de
tempo, de acordo com a leis físicas hoje conhecidas.[763]
4.10. VISÃO REMOTA NO BRASIL
Em pesquisas realizadas no dia 19 de março de 2018 nos sítios de
internet do Exército[764] [765] , Marinha[766] [767] e Aeronáutica[768] [769] do
Brasil, assim como no sítios da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN)
[770] [771], não há qualquer menção a “Visão Remota” ou “remote viewing”
Fonte: Formulário de pesquisa avançada em documentos FOIA no sítio da CIA. Advanced Search
| CIA FOIA. Disponível em: < https://www.cia.gov/library/readingroom/advanced-search-view>.
Acesso em: 01 de maio de 2018.
Fonte: Pesquisa pelo título “protocol” nos arquivos da coleção Stargate. Disponível em:
<https://www.cia.gov/library/readingroom/advanced-search-view?
keyword=&im_field_collection%5B%5D=50&label=protocol&sm_field_document_number=&sm_f
ield_original_classification=&ds_field_pub_date_op=%3D&ds_field_pub_date%5Bvalue%5D=&d
s_field_pub_date%5Bmin%5D=&ds_field_pub_date%5Bmax%5D=&sm_field_content_type=&sm_f
ield_case_number=>. Acesso em: 30 de maio de 2018.
Figura 3 – Pesquisa pelo título “manual” nos arquivos da coleção Stargate.
Fonte: Pesquisa pelo título “manual” nos arquivos da coleção Stargate. Disponível em: <
https://www.cia.gov/library/readingroom/advanced-search-view?
keyword=&im_field_collection%5B%5D=50&label=manual&sm_field_document_number=&sm_fi
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_field_pub_date%5Bmin%5D=&ds_field_pub_date%5Bmax%5D=&sm_field_content_type=&sm_fi
eld_case_number=>. Acesso em 01 de junho de 2018.
Fonte: Pesquisa pelo termo "The Coordinate Remote Viewing Manual" nos arquivos da coleção
Stargate. Disponível em: < https://www.cia.gov/library/readingroom/advanced-search-view?
keyword=%22The+Coordinate+Remote+Viewing+Manual%22&im_field_collection%5B%5D=50&
label=&sm_field_document_number=&sm_field_original_classification=&ds_field_pub_date_op=
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5Bmax%5D=&sm_field_content_type=&sm_field_case_number=>. Acesso em 05 de junho de 2018.
Figura 5 – Pesquisa pelo termo “Something within which something else originates” nos arquivos
da coleção Stargate.
Fonte: Pesquisa pelo termo “Something within which something else originates” nos arquivos da
coleção Stargate. Disponível em: <https://www.cia.gov/library/readingroom/advanced-search-view?
keyword=%22The+Coordinate+Remote+Viewing+Manual%22%E2%80%9CSomething+within+whic
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ontent_type=&sm_field_case_number=>. Acesso em 05 de junho de 2018.
CIA-RDP96-
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5[912]
CIA-RDP96-
00788R001100200008- Mensagem burocrática. --- --- --- 0
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CIA-RDP96-
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CIA-RDP96-
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CIA-RDP96-
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CIA-RDP96-
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CIA-RDP96-
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CIA-RDP96-
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CIA-RDP96-
00789R002900070001- Protocolo --- --- --- 0
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CIA-RDP96-
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contabilizado.
6[944]
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00789R001100020001-7[945] embellishment”
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Contabilidade final:
- 44 documentos totais.
- 8 documentos não considerados.
- 36 documentos válidos.
- 14 pontos (ocorrência positivas)