Manual Da Psicologia Evolucionista-449-464
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Por que brincar? Brincar
para quê? A perspectiva
Evolucionista sobre
a Brincadeira
Ilka Dias Bichara
Eulina Da Rocha Lordelo
Celina Maria Colino Magalhães
Conclusões
Mas, será que esse brincar adulto, do ponto de vista evolutivo, tem as
mesmas características e funções que o brincar infantil? Pesquisadores
têm procurado responder a essa questão através da investigação em espé-
cies variadas: cães e gatos domésticos (Bradshaw, Pullen & Rooney, 2015);
ratos silvestres e em cativeiro (Himmle et al, 2013); cavalos em cativeiro
Uma das principais questões levantadas por esses autores é sobre até
que ponto a domesticação altera em forma e frequência a brincadeira
nas espécies estudadas e se a domesticação e/ou o cativeiro imporiam
funções adaptativas específicas ao brincar. Para responder a essas
questões alguns pesquisadores realizaram estudos comparativos com
animais silvestres (na natureza ou em laboratório) e animais domesti-
cados e/ou cativos. Himmle et al (2013), por exemplo, compararam ratos
domesticados com ratos silvestres e concluíram que a brincadeira de
luta, que é muito comum em ratos domesticados, é rara em ratos silves-
tres. As brincadeiras de rolar deitado que em filhotes teriam função de
desenvolvimento da sociabilidade, com repercussão no desenvolvimento
da amígdala e hipotálamo (semelhantes ao constatado em chimpanzés
por Lewis & Barton, 2006), não foram observadas em animais silvestres.