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Criatividade e Inovação – Guia do Aluno Formare

A. INTRODUÇÃO
O homem cria, não apenas porque quer, ou porque gosta, e sim
porque precisa; e ele só pode crescer, enquanto ser humano,
coerentemente, ordenando, dando forma, criando (Fayga Ostrower).

Caro aprendiz do Programa Formare, neste Guia vamos procurar contribuir para o
desenvolvimento de sua capacidade de gerar ou propor, individual e coletivamente,
ideias para soluções de problemas ou aproveitamento de oportunidades a partir de
diversificadas técnicas de estímulo à criatividade.

Em outro Guia, complementar a esse, o do Projeto Integrador, você terá a


oportunidade de aprender como concretizar um projeto de inovação, pondo em
prática uma ideia criativa formulada a partir da constatação de um problema ou da
identificação de uma oportunidade de inovação.

Tratar a criatividade como uma competência, significa que todos podem ser criativos e
que a criatividade pode ser desenvolvida. Ela não é um privilégio dos gênios ou de
cientistas malucos tais como o Prof. Pardal (https://www.youtube.com/watch?
v=mBy4fDwI4GE) .

Imagem capturada no vídeo acima citado

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Criatividade e Inovação – Guia do Aluno Formare

Embora a criatividade seja um termo com muitos sentidos (polissêmico), pode ser
definida como um processo de geração de novas ideias (SIQUEIRA, 2007). Uma nova
ideia pode dar origem a um novo processo, uma nova forma de organizar o trabalho
ou preservar o meio ambiente, um novo produto ou forma de produzi-lo, uma obra de
arte, novos métodos ou soluções de problemas... Inovação é o processo de
transformação da nova ideia em algo concreto. É transformar a ideia criativa em um
novo produto, processo de trabalho ou prática organizacional.

Neste primeiro Guia vamos privilegiar a criatividade. A inovação será abordada no


texto referente ao Projeto Integrador.

Como capacidade de conceber alguma coisa nova, a criatividade é uma característica


humana fundamental. Embora seja algo próprio de todo ser humano, nem sempre
somos individualmente e costumeiramente criativos. Eu, por exemplo, ao estudar o
processo criativo descobri, perto dos 40 anos, que nunca tinha praticado a criatividade,
a não ser na minha infância.

Quando menino, morando em um sítio, eu tinha um profundo interesse pelos insetos:


formigas, aranhas, escorpiões, piolhos de cobra e outros pequenos seres vivos que eu
encontrava quando brincava na terra. Desse interesse, surgiu a curiosidade de saber
como esses bichos se comportavam quando reunidos em pequenos espaços. Daí,
passei a criar cercados para insetos.

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Insetos reunidos por mim Atenção: imagem a ser verificada quanto aos direitos
autorais.

Um dos insetos reunidos por mim Imagem disponível em:


https://pixabay.com/pt/animais-arachnophobia-escuro-muitos-72138/ (alternativa à
anterior.

Criei diferentes formas de cercar e cobrir: com barbantes, linhas de costura, argila e
outros materiais que estivessem à mão. Desenvolvi engenhosas formas de acesso a
esses cercados. Em geral, eram porteiras similares àquelas que se abriam e se
fechavam em minhas andanças pelos “verdes prados” de minha feliz infância.
Construídas com finos ramos de plantas e cipós, revelavam uma intuitiva inteligência
mecânica que nunca mais aflorou.

Dessa intensa e apaixonante experiência de criação não resultou nenhuma


contribuição significativa para a humanidade, mas rendeu-me o meu primeiro apelido:
Zé dos Bichos.

Muito tempo depois, ao estudar o processo criativo, rendeu-me também um conjunto


de reflexões que compartilho com você a seguir.

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Criatividade e Inovação – Guia do Aluno Formare

Para começo de conversa


A partir de um filme de ficção, vamos fazer uma breve descrição de uma leitura do
processo criativo. A cena inicial do filme 2001 – uma odisseia no espaço servirá de
ilustração do especial entendimento do processo criativo que será adotado aqui. As
cenas do filme que interessam aqui estão disponíveis em:
https://www.youtube.com/watch?v=ypEaGQb6dJk.

Imagem capturada no vídeo acima citado

A sequência inicial do filme mostra as condições de vida de um grupo de primatas


(macacos). Eles comem plantas e disputam folhas e raízes com ruminantes parecidos
com a capivara. O primata é facilmente atacado e subjugado por carnívoros, contra os
quais não tem defesa. Vivem em bando e disputam o suprimento de água com bandos
rivais. Moram em cavernas e à noite, no escuro, seus olhos brilham de medo (KULLER,
1987).

Em uma manhã, uma estranha construção de pedra, um


Monólito = obra ou
monólito, aparece no território dos primatas. É uma longa pedra
monumento formado de
cubiforme e polida. Uma reação, também estranha, apodera-se uma só pedra, cujo
simbolismo se
desconhece
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Criatividade e Inovação – Guia do Aluno Formare

dos macacos. Eles são irresistivelmente atraídos para a pedra. Freneticamente,


cheiram-na e tocam-na. Como fundo musical da cena, ouve-se a música Lux aeternea
(luz eterna).

Corte rápido, um outro momento e uma outra cena. Um dos primatas está em frente
ao monólito, olhando para ele, e, distraidamente, mexe com um osso que é parte do
esqueleto de um dos ruminantes. De repente, ele se agita. Passa a bater o osso, em
ritmo e força crescentes, sobre o resto do esqueleto. O movimento culmina quando o
osso, agora pensado como arma (ideia criativa), esmaga o crânio descarnado da
capivara. Ele visualiza, na imaginação, o animal tombando sob o golpe desferido pela
arma recém concebida. Ao mesmo tempo, em que cria a arma, o primata se
transforma em homem, aquele que cria.

Da imagem ao ato (inovação). Na cena seguinte, o bando, agora projeto de tribo ou de


grupo, come a carne do animal abatido. Segue-se a conquista do bebedouro. O grupo
armado enfrenta os rivais. O chefe do bando inimigo é morto e o suprimento de água é
conquistado. Na euforia da vitória, um dos homens lança para cima o osso,
instrumento primeiro, que, lá no alto, se transforma em espaçonave. É uma cena
brilhante. Em um segundo, toda a epopeia da evolução tecnológica e humana é
insinuada.

O que o filme nos diz sobre o processo criativo? Em primeiro lugar, diz que todo o
processo criativo necessita de um foco. No caso do filme, a necessidade de obtenção
de suprimentos. No caso de minha infância, a curiosidade sobre o comportamento dos
insetos. Todo o processo criativo é focado e limitado
por um campo de aplicação que, por motivos internos, Carl Gustav Jung, psiquiatra
e psicanalista suíço, foi
seja problema, oportunidade, curiosidade, fundador da escola analítica
da psicologia. Ele viveu de
necessidade, desafio, paixão ou desejo, adquire muita 1875 a 1961. Alguns autores
consideram sua abordagem
importância para o homem que cria.
como uma psicologia da
criatividade.
No filme, a ideia criativa emerge associado ao
monólito. O monólito é um objeto estranho e inexplicável na distante e pré-histórica
origem do homem. Sua forma indica que a pedra foi intencionalmente recortada e
polida. A intensa atração que ele exerce sobre os primatas e a sua presença dominante
no ato da criação são outras facetas de seu mistério.

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O monólito pode ser visto como símbolo do próprio impulso criativo. O impulso e a sua
origem são misteriosos como o monólito. Está além da atual compreensão humana o
conhecimento da origem e natureza da criatividade. Jung denomina-a instinto. Como
tal, está além da consciência e além da psique. Brota e pertence ao inconsciente e
mistura-se com o mistério da vida. Para os religiosos, a criatividade está relacionada
com a divindade (Deus é criador). No filme, a música Luz eterna, que acompanha o
aparecimento do monólito, parece ser uma indicação nesse sentido.

Uma outra música parece referir-se ao mesmo tema. Trata-se de Se eu quiser falar
com Deus, de Gilberto Gil. Vamos ouvi-la, estando atentos à letra. A música, em vídeo,
está disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=MXOMZM73hY0

Imagem capturada no vídeo acima citado

A música é carregada de símbolos. O símbolo, diferente do conceito, não é preciso.


Pode ter múltiplos significados. Podemos, por exemplo, entender “Se eu quiser falar
com Deus” como “Se eu quiser criar”. Esse entendimento é possível se pensarmos o
Deus em mim e Deus como o criador de tudo. Ao criar, reafirmo a semelhança com
Deus. Na Bíblia, Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança”.

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Assim entendido o título da música, temos que para criar é preciso: ficar a sós, apagar
a luz, calar a voz, encontrar a paz, folgar os nós, esquecer a data, perder a conta, ter a
alma e o corpo nus... Ou seja, tenho que me colocar em um estado de espírito distinto
das preocupações do cotidiano e focar todo o meu interesse e atenção na solução do
problema, na busca da ideia criativa.

Mas tenho também que aceitar a dor, comer o pão que o diabo amassou. Há um
sofrimento envolvido no processo criativo. É um confronto comigo mesmo, com meus
defeitos, minhas inseguranças.... Tenho que me sentir medonho e, apesar disso,
alegrar meu coração. Tenho que superar os momentos difíceis em que tudo parece
inútil e que a solução jamais será encontrada. Continuar esperançoso. Alegrar o
coração.

Se eu quiser criar, é preciso me aventurar. Alçar voo e ir pela estrada que, ao final, vai
dar em nada, que, ao princípio, se esperava encontrar.

“O instinto criativo (…). Não é um dom ou uma graça especial, um talento ou


uma artimanha. É antes uma imensa energia originada além da psique humana
e que impulsiona a autodedicação via um ou outro meio específico (…). Por
isso, nossa relação com a criatividade favorece a atitude religiosa e nosso
modo de descrevê-la muitas vezes se serve desta linguagem” (HILLMAN, p.41).

No irromper do criativo, o inconsciente e o consciente se misturam. Em 2001, o filme,


uma agitação toma conta do macaco e ao gesto inconsciente da mão, que a anuncia,
soma-se o aparecimento da ideia, que brota na consciência como imagem: a arma
matando o animal. Insight é um substantivo com
origem no idioma inglês e que
As referências dos grandes criadores sobre a criação
significa compreensão súbita de
parecem reforçar a preferência do impulso criativo surgir alguma coisa ou determinada
situação.
inesperadamente na consciência como insight ou imagem
repentina. “De repente, surgiu uma luz…” “Quando não estava pensando mais no
assunto, a ideia toda veio de súbito. ” Muitas vezes, surge nos momentos em que o
indivíduo nem sequer está pensando no assunto. Aparece no banho, no sonho, ao
acordar…. Em processos coletivos de criação, muitas vezes brota em um participante
do grupo no meio de uma discussão banal ou no intervalo da atividade grupal.

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Não existe também uma explicação clara de como a ideia surge. Raramente, ela
decorre do pensamento lógico. Tem uma característica de compreensão global e
instantânea. Seja por meio de uma imagem significativa, de uma iluminação ou de um
sonho, o impulso criativo emerge à consciência e é acompanhado de uma emoção
especial.

O filme retrata todo o processo de acúmulo gradativo da tensão criativa na relação


entre o criador e o problema ou necessidade que ele enfrenta (fome). Mostra a
intensa emoção do primata durante a passagem do impulso pela barreira que separa o
inconsciente do consciente. Mostra as emoções que sucedem a passagem: euforia e
liberação.

Dessa discussão, podemos tirar duas primeiras conclusões sobre o processo criativo:

1. É preciso que aja um genuíno e profundo interesse em relação ao objeto da


criação. Eu não crio se não tiver uma necessidade muito grande ou um
profundo interesse ou desejo em relação ao objeto de minha criação. Se o
produto, obra de arte, processo, técnica ou qualquer outra coisa com que eu
esteja trabalhando me for indiferente, a criação não se dá.
2. É necessário que o consciente esteja relaxado (desatar os nós) para facilitar a
passagem do impulso criativo pela barreira do consciente.

A imaginação ativa

Consideremos a segunda conclusão. Para desatar os nós do rotineiro, do cotidiano e


das pequenas preocupações diárias e para “lamber o chão dos palácios, dos castelos
suntuosos do meu sonho” podem ser utilizadas algumas técnicas. Uma delas é a
imaginação ativa ou a viagem imaginária.

Para apresentar a técnica da imaginação ativa, vamos recorrer novamente a um filme.


Trata-se de um episódio do filme Sonhos, de Akira Kurosawa, disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=zUYc71qZvM8 .

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Imagem capturada no vídeo acima citado


Vincent Willem van Gogh foi um
pintor pós-impressionista holandês.
Sua produção inclui retratos,
O filme mostra um jovem artista visitando o museu Van
autorretratos, paisagens e
Gogh, em Amsterdã. A questão que está em sua mente é: naturezas-mortas de ciprestes,
campos de trigo e
como Van Gogh pintou seus quadros? Em frente a uma obra,
girassóis. Wikipédia
ele deixa sua imaginação ativa (fantasia ativa) funcionar e
entra no quadro. Para conhecer a obra original, veja em:
http://www.diariodaregiao.com.br/image/policy:1.365349/pag22a31_viagem_quadrov
angogh_PONTEDELANGLOIS.jpg?m=FIT&$m=02c6e67.

A obra retrata uma ponte. Ao entrar no quadro o jovem encontra mulheres lavando
roupas na margem do rio. Perguntando pelo pintor às mulheres do rio, ele inicia sua
busca. Encontrando o pintor, encontra também sua resposta. Depois volta, em uma
viagem incrível pelas obras de Van Gogh.

Podemos entender a imaginação ativa como uma viagem imaginária em busca de


alguma coisa. Para realizá-la, você deve começar colocando-se em uma posição
confortável, que deixe a respiração livre. Preste atenção em sua respiração,
procurando torná-la calma e profunda. Uma música tranquila pode ajudar na sua
concentração. Procure se livrar de seus pensamentos e focar no objeto de sua procura.
Deixe que sua imaginação capture a primeira imagem que aparecer. Contemple-a e
perceba como a figura começa a se desdobrar ou a se modificar. Nada faça além de

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observar suas mudanças. Ela se transformará, mais cedo ou mais tarde. Uma
associação espontânea produzirá uma pequena alteração da imagem.... Retenha na
memória todas as mudanças que acontecerão. Depois, entre na imagem. Fale com ela
e ouça o que ela tem a dizer. Obtenha a resposta para sua pergunta.

A promoção do amor, do bem, do belo e da sabedoria

Um tradicional livro chinês, o I Ching – O livro das mutações – concebe o mundo como
um estado de constante transformação. Nesse permanente processo de
transformação, o Criativo é uma força primordial. A transformação se dá a partir de
um impulso natural que constantemente gera o novo. “ Não há o que mude, não há
quem mude, pois só há o mudar” (CORRÊA PINTO, 1997, p. XII).

O texto do I Ching diz que o “ o começo de todas as coisas jaz, por assim dizer, no
além, na condição de ideias que ainda estão por se realizar” (WILHELM, 1984, p. 30).
No livro, o Criativo está relacionado às quatro virtudes cardeais da humanidade: o
amor, o belo, o bem e a sabedoria.

O I Ching ou Livro das Mutações, é um texto


clássico chinês composto de várias camadas
sobrepostas ao longo do tempo. É um dos mais
antigos textos chineses que chegaram até
nossos dias. Wikipédia

Capa do livro

No seu exercício de imaginação ativa, você poderia, por exemplo, buscar uma resposta
de como você pode promover o belo, o bem, a justiça e a sabedoria em sua casa,
escola ou comunidade de convívio. Escolha desses lugares e uma dessas virtudes e
procure a resposta usando a imaginação ativa. Vamos tentar?

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Criatividade e Inovação – Guia do Aluno Formare

Jogando e aprendendo a jogar


Neste tópico vamos continuar discutindo e experimentando o processo criativo, o que
já iniciamos no item anterior. Com a imaginação ativa, tratamos de uma das formas de
facilitar a passagem inconsciente/consciente do impulso criativo. Vamos retornar
àquela nossa primeira conclusão: o interesse, a curiosidade, a necessidade, a paixão
necessária ao processo criativo.

Para tratar desse tema, vamos nos apoiar em duas obras literárias. A primeira é um
poema de Fernando Pessoa, do Livro Mensagem, denominado Prece. O poema foi
musicado por um compositor baiano chamado André Luiz Oliveira. Vamos ouvi-lo na
voz de Gilberto Gil. O vídeo com a letra da mássica pode ser encontrado em:
https://www.cifraclub.com.br/gilberto-gil/364109/letra/.

Imagem capturada do vídeo acima citado

No Poema, Fernando Pessoa fala das conquistas marítimas portuguesas e da saudade de


um tempo de glórias que, para Portugal, já passou. Mas, diz que a vontade, a chama que
motivou as conquistas portuguesas ainda não terminou. Está apenas encoberta. Pede, então,

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ao Senhor, o sopro que remoça a chama da vontade, para que “outra vez conquistemos a
distância do mar ou outra, mas que seja nossa! ”

Ou seja, para conquistar a distância, para criar o novo a vontade é fundamental.

Outro texto trata do mesmo tema. Refiro-me a Querer que é o prefácio do livro “Cem
dias entre céu e mar”, de Almyr Klink. O livro é o relato de uma solitária travessia do
Oceano Atlântico, da África até o Brasil (6.500 Km) a bordo de um pequeno barco a
remo. O texto que introduz o livro chama-se Querer e é assim é concluído (KLINK,
1995, p.9)

"... Dias inteiros de calmaria, noites de


ardentia, dedos no leme e olhos no
horizonte, descobri a alegria de
transformar distâncias em tempo. Um
tempo em que aprendi a entender as
coisas do mar, a conversar com as
grandes ondas e não discutir com o
mau tempo. A transformar o medo em
respeito, o respeito em confiança.
Descobri como é bom chegar quando
se tem paciência. E para se chegar,
onde quer que seja, aprendi que não é
preciso dominar a força, mas a razão. É

Capa do livro preciso, antes de mais nada querer."

Então, para ultrapassar a barreira do consciente é preciso ter a chama da vontade. É


preciso querer.

A música como facilitadora do processo criativo

Dissemos anteriormente, tratando da imaginação ativa, que você usasse uma música
suave para facilitar o processo de afrouxar os nós do consciente. Qual é o papel da
música no processo criativo? CAMPBELL e DICKINSON (2000, p. 144 -145) afirmam:

A música pode servir como fonte de inspiração, estimulando imagens e


sentimentos e suscitando enredos. Quando as crianças estão escrevendo

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letras para músicas em sala de aula, as energias criativas parecem ser


liberadas de tal forma, que elas escrevem com
maior produtividade, prazer, facilidade e Música religiosa, ou música
litúrgica é a música executada ou
profundidade. [...] Além das atividades escritas, os
composta para fins religiosos. É
alunos também podem explorar outras maneiras de oposta à música profana ou
sair da letargia e despertar a criatividade com secular, e varia sua forma e seu
música. Pode-se executar música enquanto os propósito de acordo com a religião.
alunos estão preparando projetos em sala de aula, https://pt.wikipedia.org/wiki/M
realizando leitura silenciosa, trabalho em grupos %C3%BAsica_religiosa
cooperativos, fazendo provas, memorizando fatos
ou roteiros, ou trabalhos em computadores.

Em minhas experiências de criação ou de estimular o processo criativo em


outros, tenho notado que músicas que acompanham rituais religiosos
funcionam melhor para produzir o clima adequado ao processo de geração de
ideias.

Embora o termo música religiosa ou sacra não faça referência a um ritmo ou


tipo de música em especial, tenho notado que funciona melhor ouvir ou
promover a audição de músicas sacras já consagradas e clássicas do repertório
de qualquer religião.

Outra possibilidade é utilizar música profana instrumental, especialmente as


clássicas. Neste caso, é necessário escolher uma música que produza o estado
de espírito desejado para o momento ou atividade a ser proposta dentro do
processo criativo. Experimentando, você vai perceber o tipo de música que
funciona para você ou para seu grupo de trabalho.

Retornando à promoção do amor, do bem, do belo e da sabedoria

No exercício proposto no item anterior, utilizando uma viagem imaginária ou


imaginação ativa, você buscou uma forma de promover o bem, o belo, o amor
ou a sabedoria em sua casa, escola ou comunidade em que vive. Se você achou
uma forma de promoção de uma dessas virtudes humanas fundamentais, você
necessariamente partiu de um problema ou de uma carência não explicitada.

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Brainwriting é o nome da prática
Vamos retornar de um a forma mais sistemática. Tente
individual ou em grupo onde são
agora pensar em todos os problemas referentes ao realizados registros escritos de
ideias com o propósito de se
exercício dessas virtudes no local escolhido. Por
alcançar um objetivo específico.
exemplo: Também conhecida como Método
6-3-5, esta prática, desenvolvida
 Que carências de amor percebo em minha pelo professor alemão Bernd
escola? Rohrbach, tem como alvo gerar
108 ideias em apenas meia hora e,
 O que tem de feio em minha comunidade?
assim como o Brainstorming, a
 O que há de mau em minha escola? qualidade das ideias, pelo menos
no início do processo, não é o
 O que o pessoal de minha casa precisa saber?
mais importante.
Faça isso escrevendo sem crítica e sem nenhuma http://www.infoescola.com/admi
nistracao_/brainwriting/
preocupação de ser preciso ou correto. Observe que isso
é uma variação de mais uma técnica de criatividade: o brainstorming. Depois de
relacionados todos os problemas ou carências, faça uma crítica deles selecionado
aqueles que você tem certeza que existem e que podem ser constados diretamente.
Utilize essa relação final de problemas ou carências para criar uma Matriz GUT. A
Matriz GUT é uma técnica de priorização de problemas. É usada para definir qual o
problema é mais importante, qual problema devemos atacar primeiro. Para saber mais
sobre a matriz GUT acesse: https://www.youtube.com/watch?v=ZH2mAvxyPjo.

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Imagem capturada no vídeo acima citado

Se você preferir uma orientação por escrito, você pode obtê-la em


http://www.sgc.goias.gov.br/upload/links/arq_876_MatrizGUT.pdf.

Para facilitar a construção da Matriz GUT, você pode criar uma planilha no Excel.
Existem sites que permitem baixar planilhas editáveis que você pode utilizar como
ponto de partida. Ver um exemplo em:
http://www.dgrh.unicamp.br/documentos/oficios-circulares/anexos/ofcirc092009-
anexo2.xls

Muito bem! Agora você definiu um problema ou uma carência relevante com que
trabalhar. Mas considere as nossas conclusões anteriores. Verifique se esse problema
ou carência efetivamente desperta seu interesse e a motivação para resolvê-lo ou para
supri-la.

Achado um problema importante, vamos tentar criar soluções criativas para ele. Pode
ser que o problema em questão seja o mesmo que estava implícito em sua viagem
imaginária. Se for, você pode partir das imagens que surgiram no exercício anterior.
Mas, vamos apresentar um conjunto de outras técnicas de estimulo à criatividade que
poderão ajudá-lo a formular ideias criativas para o problema em questão.

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Criatividade e Inovação – Guia do Aluno Formare

Brainstorming / Tempestade de ideias

Já usamos uma variação dessa técnica: o brainwriting. Ambas procuram facilitar o


surgimento da ideia criativa através da suspensão do consciente crítico. O
brainstorming é uma técnica que funciona melhor com pequenos grupos de
participantes.

Cada grupo deve indicar um anotador / coordenador que terá a função exclusiva de
anotar as ideias levantadas e coordenar o grupo.

Durante um curto período de tempo (10 minutos, no máximo) todos os integrantes do


grupo devem unicamente dar ideias de estratégias (ações) para resolver o problema
ou suprir a carência priorizada. O ritmo desejável é ágil, sem espaço para comentários
e muito menos para crítica.

Comumente, as ideias mais óbvias e convencionais são as primeiras a ser levantadas.


Com a continuidade do exercício, entretanto, deverão surgir ideias mais originais,
extravagantes e absurdas. Isso não importa. O que importa é produzir o maior número
possível de ideias de como resolver o problema, no tempo considerado

O coordenador do grupo deve incentivar a continuidade da geração de ideias.


Qualquer outro assunto que não seja ideia de como resolver o problema deverá ser
evitado pelo coordenador.

Encerrado o tempo de geração de ideias, o grupo deverá analisar, uma a uma, todas as
sugestões produzidas, verificando sua viabilidade. Poderá juntar várias ideias numa só,
modificar ideias ou até chegar, através da discussão, a ideias que não foram
explicitamente levantadas. O coordenador nomeado inicialmente deverá continuar a
coordenar o grupo até o final do trabalho.

Veja mais sobre a importância do coordenador ou facilitador em:


https://www.youtube.com/watch?v=XFztzGi0Kkg

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Imagem capturada no vídeo acima citado

Listagem de atributos

Esta é uma técnica mais apropriada para melhorar ou transformar produtos, serviços,
estratégias ou procedimentos já existentes.

Considerado um produto, por exemplo, a técnica consiste em listar todos os atributos


do objeto, por exemplo: matéria primas, propriedades, qualidades, elementos de
design, processos de produção, utilidades, formas de comercialização e demais
características relevantes. A listagem desses atributos é organizada em uma tabela, em
que as classes de atributos relevantes são os títulos das colunas. Quando concluída a
tabela mostra todas as variações possíveis de cada atributo. Misturando-se um item de
cada coluna, chega-se a um novo produto.

Para saber mais sobre esta técnica, você pode consultar:

1. https://sites.google.com/site/guiadecriatividade/25---lista-de-atributos .
2. https://criatividade.files.wordpress.com/2007/02/listagem-de-atributos.pdf .

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Encaixe forçado

A técnica consiste em relacionar a busca da ideia para solução do problema com um


elemento não relacionado ao problema. Como exemplo, podemos usar:

1. Relacionar a solução do problema com a página de um livro de poesia aberto


ao acaso.
2. Buscar a solução do problema em uma imagem escolhida ao acaso ou que não
tenha nenhuma relação com o problema em questão.
3. Buscar uma solução par ao problema em um dos hexagramas do I Ching obtido
pelo jogo de moeda ou pelo sorteio proposto no site:
http://www1.uol.com.br/iching/.

Observe que a técnica busca um desvio do pensamento lógico, impedindo a proposta


de soluções convencionais. Para acompanhar o uso da técnica você pode usar como
fundo musical o UAKTI, disponível em: https://www.youtube.com/watch?
v=UZBI__pk6rQ

Imagem capturada no vídeo acima citado

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SCAMPER

SCAMPER é uma técnica de indução do pensamento criativo baseado em setes verbos


que possibilitam a exploração de diferentes formas de transformar um produto,
serviço, sistema ou processo. Não é uma técnica para pensar algo absolutamente
novo, mas para mudar ou criar a partir de Acrônimo: s.m. Palavra que se forma pela
junção das primeiras letras ou das sílabas
algo já existente.
iniciais de um grupo de palavras, de uma
O nome da técnica é um anacrônico expressão: a ANATEL, Agência Nacional de
Telecomunicações, é um exemplo de
composto a partir das primeiras letras dos acrônimo.
https://www.dicio.com.br/acronimo/
sete verbos: Substituir, Combinar,
Adaptar, Modificar, Procurar outros usos,
Eliminar e Rearrumar.  É uma lista questões para produzir coisas novas a partir das já
existentes. Alguns exemplos de perguntas que podem ser feitas em torno do objeto da
transformação:

Substituir

Que outro processo pode substituir o atual? Que outro material pode usado na
confecção do produto? Existe uma forma alternativa de fazer isso? Que regras a
empresa pode mudar para atingir o objetivo? Que mudanças podem ser feitas na
equipe para produzir melhores resultados? Que materiais ou recursos podem ser
substituídos para melhorar o produto? Podemos substituir procedimentos?

Combinar

Como podemos combinar os dois processos de produção? Podemos combinara as


matérias primas utilizadas nesses dois produtos? Podemos combinar as estratégias de
prospecção com as de pós-venda? É possível combinar o trabalho das duas equipes?
Podemos combinar os dois fluxos de documentos? Como combinar diferentes
produtos, tecnologias, recursos, talentos para criar algo novo?

Adaptar

Que adaptações podem ser feitas neste processo para que ele seja mais ágil? Como
adaptar esse produto para outro uso? Que características o produto não tem, mas
poderia ter? Que adaptações poderíamos fazer no horário de trabalho para facilitar o

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Criatividade e Inovação – Guia do Aluno Formare

trânsito na entrada da empresa? Como aproveitar o conhecimento da equipe e aplicá-


lo em outro contexto? O que podemos usar ou copiar de outras soluções?

Modificar

Como alterar a essência, o gosto, a cor, a forma ou o aroma de determinado produto?


O que poderia ser adicionado para melhorá-lo? O que deve ser intensificado? A
que mudanças pontuais a empresa precisa ser submetida?

Propor novos usos

É possível usar esse produto em outro lugar, com outro propósito? Quem mais poderia
se interessar pelo produto? O desperdício ao longo do processo produtivo não poderia
ser reciclado?

Eliminar

Que partes podem ser eliminadas para melhorar o produto? Como é


possível simplificar o projeto para melhorar os resultados? O que aconteceria se
determinado setor fosse extinto?

Rearrumar

Essa é a melhor ordem para esse processo? É impossível reordenar o conjunto para


melhorar os resultados? Qual o critério de arrumação?

Para saber mais sobre o SCAMPER você pode consultar:

3M. SCAMPER. Disponível em:


http://www.3minovacao.com.br/aprenda/cursos/scamper .

Ou então assistir o vídeo disponível em: https://www.youtube.com/watch?

v=qfUaJRqSDD4

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Imagem capturada no vídeo acima citado

Crowdsourcing

Crowdsourcing é a colaboração de um grande grupo de pessoas, especialmente, de


uma comunidade online, para a geração de ideias, solução de problemas ou
construção coletiva de um texto, software ou produto. Cria-se um ambiente
colaborativo, em geral virtual, em que cada participante contribui com a sua parte para
gerar um resultado maior.

Segundo seus defensores, o crowdsourcing, se utilizado


adequadamente, pode gerar ideias novas, reduzir o tempo de
investigação e de desenvolvimento dos projetos, diminuir nos custos,
para além de criar uma relação direta com os usuários de uma rede
colaborativa de ciência e inteligência. Geralmente, são citados, como
bons exemplos de produtos obtidos através do sistema, os sistema
operacional GNU/Linux e o navegador Firefox, que foram criados por
um exército de voluntários ao redor do mundo. A ideia central é a de
que o universo dos internautas possa fornecer informações mais exatas
do que peritos individuais, e que o todo seja capaz de se autocorrigir.

21
Criatividade e Inovação – Guia do Aluno Formare

Ou seja, se um grande número de pessoas é capaz de corrigir os erros


uns dos outros, os resultados serão, no global, mais fiáveis do que a
resposta de um indivíduo ou de um pequeno grupo (WIKPÉDIA).

A Wikipédia, acima citada é um exemplo concreto desta técnica ou estratégia de


criação. É uma enciclopédia construída virtual e coletivamente.

Com os recursos da Internet, as pessoas podem trocar conhecimentos e partilhar


recursos na criação de bens e serviços que qualquer um pode usar e modificar. Um
exemplo disso é o pequeno texto sobre o tema (escrito até aqui) que foi construído a
partir do uso e modificação de uma página da Wikipédia.

Para o desenvolvimento de projetos colaborativos de criação, é possível criar um wiki.


Wiki é um website que pode ser editado pelos usuários que por ele navegam.

Para saber mais sobre essa técnica de criação coletiva, veja Crowdsourcing ganha
adeptos no Brasil, em: https://www.youtube.com/watch?v=1MUdoto9QlU.

Imagem capturada no vídeo acima citado

Ou, então, veja Crowdsourcing explicado, em: https://www.youtube.com/watch?v=-


UgI7Lwy8xI.

22
Criatividade e Inovação – Guia do Aluno Formare

Imagem capturada no vídeo acima citado

Design thinking

O Design Thinking é um procedimento para gerar novos produtos ou serviços ou


soluções para problemas complexos. Sua principal proposta é utilizar os métodos e
processos que designers usam ao criar soluções, A característica central dessa
abordagem do processo criativo é a busca de repostas envolvendo todos os
interessados em uma determinada solução. O Design Thinking objetiva a satisfação das
pessoas que possam ser afetadas por um determinado processo, produto ou serviço.
Então, o processo é focado na percepção, nas necessidades, nos desejos e nas
expectativas dos interessados no processo, produto ou serviço. Utiliza intensamente o
trabalho em equipes multidisciplinares.

É um procedimento que combina muitas das técnicas de criatividade que estudamos


até esse momento. Viana (VIANA E OUTROS, 2012, p.8), por exemplo, afirma que:

No Design Thinking, a arte se junta à ciência e à tecnologia para


encontrar novas soluções de negócio. Usa-se vídeo, teatro,
representações visuais, metáforas e música junto com estatística,

23
Criatividade e Inovação – Guia do Aluno Formare

planilhas e métodos de gerência para abordar os mais difíceis


problemas de negócio e gerar inovação.

Os mesmos autores definem as etapas ou passos do procedimento. A primeira delas é


a Imersão, que pode ser dividida em duas: preliminar e em profundidade. A primeira
trata do entendimento e da redefinição do problema. A segunda objetiva identificar as
necessidades e expectativas dos envolvidos com o problema e as oportunidades de
inovação que emergem deste entendimento.

A massa de informações geradas pelo conjunto de técnicas cabíveis na fase de imersão


pode gerar a necessidade de uma fase opcional: a Análise e Síntese. Que procura
avaliar, sintetizar e reunir as informações similares para facilitar as oportunidades de
inovação e os desafios a serem vencidos.

Na terceira fase, a de Ideação, busca-se gerar ideias inovadoras através de estratégias


ou técnicas colaborativas de estímulo à criatividade. Em princípio, todas as técnicas
estudadas até aqui poderiam ser utilizadas neste momento. As ideias geradas na fase
de ideação são avaliadas e selecionadas tendo em vista critérios tais como: adequação
aos objetivos do negócio; necessidades humanas atendidas; e viabilidade econômica e
tecnológica, etc.
A noção de protótipo deriva da língua grega. Este termo é
A quarta etapa é de Prototipação. usado para mencionar o primeiro dispositivo que se
desenvolve/concebe de algo e que serve como modelo para
Um protótipo da ideia gerada é
fabricar outros do mesmo tipo.
construído. É uma passagem da
Por norma, um protótipo é usado como uma espécie de
ideação à produção concreta ou prova antes da produção em série do produto em questão.
A finalidade de um protótipo é que os seus desenvolvedores
concretização da ideia. É ainda uma
/idealizadores possam assinalar/registar problemas de
fase de desenvolvimento que serve funcionamento. Depois das provas e das análises
necessárias do protótipo, o fabricante contará com a
à experimentação ou validação da informação de que precisa para eventuais falhas no
solução. funcionamento e descobrir iniciar a produção.

O protótipo também pode ser usado como modelo a ser


Alguns autores ainda acrescentam
exibido/apresentado. Um fabricante de automóveis, por
uma última fase ao procedimento: a exemplo, pode produzir um protótipo de carro futurista
para mostrar numa exposição. Um protótipo também pode
de implementação da solução. ser desenvolvido pelo Departamento de Investigação de
Nesta fase, depois dos uma empresa com o objetivo de convencer os seus
responsáveis sobre a importância da sua fabricação.
aperfeiçoamentos efetuados no
http://conceito.de/prototipo

24
Criatividade e Inovação – Guia do Aluno Formare

protótipo, a solução é implementada ou o produto entra em produção ou o novo


serviço é oferecido ao seu público alvo.

Para conhecer as diferentes técnicas utilizadas em cada uma das fases do design
thinking e exemplos de sua aplicação a problemas complexos como a preparação das
Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, consulte o livro Design thinking, inovação em
negócios, disponível em: http://www.livrodesignthinking.com.br/ .

Outro material interessante de consulta, especialmente no desenvolvimento de


projetos sociais é o Guia de Design Thinking, da Fundação Telefônica, disponível em:
http://fundacaotelefonica.org.br/wp-content/uploads/pdfs/Guia-Design-Thinkng.pdf .

Utilizando métodos e processos designers, o design thinking é uma nova perspectiva


de abordar problemas complexos. É um ponto de vista empático, que coloca as
pessoas no centro do desenvolvimento de um projeto. Para saber mais sobre o tema,
assista ao vídeo do SEBRAE, Processo criativo - design thinking, disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=Bwjwb5aIcZ8.

Imagem capturada no vídeo acima citado

Ou você pode assistir uma aula do Prof. André Fleury, da USP, em


https://youtu.be/P7ZwawzZEsE.
25
Criatividade e Inovação – Guia do Aluno Formare

Imagem capturada no vídeo acima citado

Biomimetismo

O Biomimetismo (Biomimicry em inglês) é uma técnica de criatividade que se vale de


uma analogia entre estruturas e processos da natureza e problemas de design,
arquitetura, engenharia, artes, entre outros. Busca
Biomimetismo: Invenções
modelos na natureza para inspirar a solução de inspiradas na natureza. “Não
problemas de uma forma sustentável. Biomimetismo precisamos inventar uma forma
de mundo sustentável – ela já
é engenharia inspirada pela natureza. É a imitação da
existe: a natureza!”, disse Janine
natureza para resolver problemas humanos. Benyus. Benyus é uma grande
estudiosa sobre os fenômenos
A criação da célula fotovoltaica a partir da estrutura naturais que podemos “copiar”
da folha e o tratamento ecológico de resíduos com para desenvolver uma forma de
vida humana que seja mais
uso de microorganismos são exemplos do uso da
compatível com o planeta
técnica de biomimetismo (BIANCHI, 2008). terra ...8 de mai de 2012

O uso da técnica não é novo. Leonardo da Vinci Biomimetismo: Invenções


inspiradas na natureza | Coletivo
estudou a estrutura e o mecanismo de voo das aves e Verde
dos morcegos. Projetou o ornitóptero (em 1495), um www.coletivoverde.com.br/
biomimetismo/
precursor do helicóptero moderno. Atualmente, o

26
Criatividade e Inovação – Guia do Aluno Formare

biomimetismo continua sendo usado na aviação. PICARD (2010) detalha um exemplo


disso:

A estrutura da superfície das folhas de lótus é projetada para manter a


superfície limpa e seca em condições de umidade. A água da chuva é incapaz
de penetrar; ela foge, levando toda a sujeira consigo. Isso é conhecido como
super-hidrofobicidade, ou “efeito lótus”. Essas propriedades inspiraram
revestimentos de cabines de aeronaves. Os revestimentos reduzem a
quantidade de fluido de limpeza necessária para lavar os interiores da cabine,
removendo impressões digitais e derramamentos deixados por centenas de
passageiros. Os revestimentos são particularmente úteis para os lavatórios,
porque as substâncias não aderem às superfícies e podem simplesmente ser
lavadas, usando-se menos água do que seria necessário. Isso melhora a
higiene e reduz a quantidade de água que a aeronave tem de transportar;
diminui, por sua vez, o peso da aeronave e, portanto, a quantidade de
combustível queimado e as emissões geradas pelo voo.

 O autor desse exemplo, afirma que a natureza é uma biblioteca a partir da qual
podemos aprender. Para saber mais sobre biomimetismo veja:
https://www.youtube.com/watch?v=k_GFq12w5WU .

Imagem capturada no vídeo acima citado

27
Criatividade e Inovação – Guia do Aluno Formare

Elaborando um pré-projeto de solução

Definida a ideia de como promover o bem, o belo, o justo e o saber, o problema seguinte é
elaborar um esboço de projeto de como colocar essa ideia em prática. Para tanto, você pode
utilizar um modelo de elaboração de planos e projetos denominado 5W2H. Como este é um
modelo que já foi ou será discutido em outros momentos do curso, vamos apenas incluir um
link para o vídeo 5W2H – Plano de Ação: https://www.youtube.com/watch?v=OQ0hlUVrShM.
O vídeo apresenta a estrutura de um plano de ação para a implementação de uma ideia ou
solução e inclui o acesso a exemplos de planilhas que podem ser utilizadas na elaboração do
esboço de um projeto de ação.

Imagem capturada no vídeo acima citado

Para saber mais sobre elaboração de projetos, leia Manual para Elaboração, Administração e
Avaliação de Projetos Socioambientais, disponível em:
http://www.ecoar.org.br/web/files/files/manual_para_elaboracao_administracao_e_avaliacao
_de_projetos_socioambientais.pdf.

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Criatividade e Inovação – Guia do Aluno Formare

Pondo os pingos nos is


Depois da elaboração dos esboços de projeto, é preciso um olhar crítico sobre eles. É
preciso avaliá-los. Existem dois textos que, quando comparados, Friedrich Nietzsche
são estimulantes para refletirmos sobre a avaliação de qualquer (1844-1900) foi um
filósofo, escritor, poeta e
coisa. O primeiro deles é uma das parábolas de Assim Falava filólogo alemão, um dos
Zaratustra, OS mil objetos e o único objeto, de Friedrich W. mais importantes do
século XIX.
Nietzche (NIETZCHE, 1977, p 73 a 75). Um segmento da parábola
diz:

Valores às coisas conferiu o homem, primeiro, para conservar-se – criou, primeiro, o


sentido das coisas, um sentido humano! Por isso ele se chama “homem”, isto é: aquele
que avalia.

Avaliar é criar: escutai-o., ó criador! O próprio avaliar constitui o grande valor e a


preciosidade das coisas avaliadas.

Somente há valor graças à avaliação; e, sem a avaliação, seria vazia a noz da existência.
Escutai-o, ó criadores!

Existe uma grande ideia no texto: avaliar é uma característica humana fundamental.
Somente o homem avalia e isso o caracteriza. Avaliar é uma forma de darmos um
sentido humano ao mundo. É uma forma de humanizarmos o mundo. Construir o
mundo do nosso jeito. Um jeito humano de fazer mundos. Sendo uma característica
humana fundamental, estamos sempre avaliando.

Avaliar também é criar, esta é segunda grande ideia do texto. A avaliação cria o mundo
que habitamos. Aquilo que gosto ou desgosto, aquilo que acho feio ou bonito, aquilo
que acho justo ou injusto, aquilo que considero sábio ou ignorante, orientam aminha
ação no mundo e a minha participação na construção do mundo humano. Avaliar é
atribuir valores às coisas, pessoas, comportamentos, circunstâncias, acontecimentos...
A existência humana é feita por valores. Sem atribuir valor “seria vazia a noz da
existência”.

Um outro segmento da mesma parábola diz:

Homem amantes, foram sempre, e criadores, os que criaram o bem e o mal. O fogo do
amor e o fogo da cólera ardem em todos os nomes de virtudes.

29
Criatividade e Inovação – Guia do Aluno Formare

Muitas terras, viu Zaratustra, e muitos povos; nenhum poder maior encontrou
Zaratustra, na Terra, do que as obras dos homens amantes: “bem” e “mal” é o maior
nome.

Em verdade, um monstro é o poder desse louvar e censurar. Dizei, irmãos, quem o


dominará? Dizei, quem atirará o grilhão sobre as mil nucas desse animal?

Destaca-se do texto uma outra ideia poderosa. Não só construímos o nosso mundo
através de nossa avaliação, mas também somos construídos pela avaliação dos outros.
O louvor e a censura dos outros dirigem nossos comportamentos e atitudes. O poder
da avaliação dos outros pode forçar que façamos o que eles querem.

Assim, a avaliação é uma moeda de dupla face. Ela pode no tornar criativos e
autônomos. Pode nos tornar submissos e conformistas. Torna-nos livres ou nos prende
em suas teias de louvor e censura. A forma como avaliamos e somos avaliados define
uma possibilidade ou outra. Portanto. É preciso sermos cuidadosos com nossa
avaliação e com a avaliação dos outros. Avaliar é uma coisa muito séria.

O segundo texto é uma letra de música. Trata-se da letra de uma música de Edu Lobo e
Chico Buarque de Holanda, a Ciranda da Bailarina, da qual destacamos uma estrofe
(HOLANDA e LOBO, 1983):

“Procurando bem
Todo mundo tem pereba
Marca de bexiga ou vacina
E tem piriri, tem lombriga, tem ameba
Só a bailarina que não tem

Mas você pode ouvir a música toda em https://www.youtube.com/watch?


v=1yz7NLcC_mk.

30
Criatividade e Inovação – Guia do Aluno Formare

Imagem capturada no vídeo acima citado

A música ironiza o poder de censura e de louvor da avalição. Ninguém é uma bailarina,


tal como a que é retratada na música. Sob qualquer olhar, ninguém é perfeito. Todos
os homens são imperfeitos sob qualquer ponto de vista.

A avaliação parte de uma ideia de perfeição que não se alcança jamais. A busca do
bem e a fuga do mal são metas a buscar. Sob qualquer prisma de avaliação, ninguém é
absolutamente mau e ninguém é absolutamente bom. Estamos todos em uma busca
em um caminho.

Tendo em vista a importância da avaliação para estimular ou inibir a criatividade


vamos considerar o principal cuidado ao avaliar: a emissão do feedback.

O feedback deve incidir no esboço de projeto e não em quem o elaborou. O feedback,


quando afeta negativamente a autoestima e a autoimagem, não produz efeitos
positivos no desempenho.

Os comentários devem localizar-se Feedback  é uma palavra inglesa que


logo depois da apresentação do significa realimentar ou dar resposta a um
determinado pedido ou acontecimento. O termo
esboço de projeto e descriminar os
é utilizado em áreas como Administração de
acertos e as modificações Empresas, Psicologia ou Engenharia Elétrica.

Em alguns contextos a palavra feedback pode 31


significar resposta ou reação. Neste caso, o
feedback pode ser positivo ou
negativo. Ex:  Apresentei o meu relatório para os
Criatividade e Inovação – Guia do Aluno Formare

necessárias para melhorá-lo. Devem ser curtos e precisos. Os comentários longos são
mais difíceis de entender.

Os comentários devem ser focados no projeto desenvolvido para que haja maior
probabilidade de serem entendidos. Os comentários devem ser concretos,
contextualizados e relacionados com o trabalho desenvolvido.

A identificação do que foi feito corretamente é importante no feedback. Isso


aumentar a autoconfiança e motivação das equipes de projeto.

Por mais dolorosa que seja a mensagem de feedback, ela deve ser verdadeira. O
avaliador pode tentar evitar magoar e afetar negativamente a autoestima dos colegas.
Mas, a fala verdadeira é a única forma de ajudá-los a melhorar o projeto. Receber
feedback dá uma medida, um parâmetro sobre a qualidade do projeto de inovação. No
entanto, ele só é válido se a motivação de quem fornece e de quem recebe o feedback
estiver voltada para a melhoria do projeto e do desempenho do colega.

Para além dos aspectos já referidos, é importante definir o que é um bom projeto de
inovação. É preciso que todos os envolvidos na avaliação conheçam e entendam quais
são os critérios que estão sendo utilizados.

Critérios de avaliação de um projeto de inovação

A avaliação de um projeto antes de sua realização é chamada de avaliação ex ante.


Procura avaliar o projeto escrito, antes de ser posto em prática para verificar a sua
adequação. Envolve dois tipos de análise: coerência externa e coerência interna.

Na análise de coerência externa procura verificar a adequação do projeto ao problema,


oportunidade de inovação ou ideia criativa que o originou. Ou seja, se fizermos isso
resolvemos o problema, aproveitamos a oportunidade ou concretizamos a ideia
criativa? Também pode ser analisada sua viabilidade econômica (temos ou podemos
encontrar recursos para fazer isto?) ou a sua viabilidade tecnológica (podemos
desenvolver ou já existem conhecimentos e alternativas tecnológicas para fazer isso?)

32
Criatividade e Inovação – Guia do Aluno Formare

Na análise da coerência interna vamos verificar se os diferentes elementos do projeto


(o que, para quê, como, quem, quando) são correntes entre si e são adequados e
viáveis. Por exemplo, aquilo que foi definido como fazer é coerente com o que foi
definido como o que fazer? O tempo previsto é suficiente para desenvolver as
atividades previstas? Os recursos previstos estão adequados e suficientes?

O objetivo fundamental da avaliação ex ante é aprimorar o esboço de projeto antes de


colocá-lo em execução.

O Prêmio Nacional de Inovação define uma série de critérios para analisar um projeto
desse tipo. Acesse o site do Prêmio e confira os critérios ali definidos. Quem sabe eles
se aplicam ao seu esboço de projeto. Ver em: http://premiodeinovacao.com.br/anexo-
iii.pdf um exemplo para o caso de projetos de inovação tecnológica. Existem critérios
para outras categorias de inovação do prêmio.

Saiba mais
Para saber mais sobre processo criativo e WebQuest é uma metodologia de
aprimorar seu projeto você pode participar pesquisa onde quase todos os
recursos utilizados para a pesquisa são
de um grupo que vai realizar uma webquest provenientes da Internet. Consiste em
ou realizá-la individualmente, o que não é um conjunto atividades de
aprendizagem que utiliza a
tão rico.
abundância de informações do mundo
Caso seu grupo ou seu educador resolver virtual para gerar novos
conhecimentos. Existem dois tipos de
criar uma webquest diferente da que vamos webquest
propor a seguir, pode acessar o tutorial de

33
Criatividade e Inovação – Guia do Aluno Formare

criação e edição de webquest, clicando em:


http://rosangelamentapde.pbworks.com/f/tutorial_wq_escolabr1.pdf. Ou então

utilizar o tutorial do vídeo> Como Como criar uma Webquest usando o Google Sites,
disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=LyOhGsoBFng ,

Para conhecer a estrutura de uma webquest, veja o vídeo Webquest, o futuro é agora,
disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Zfsrwwy6H14 .

Imagem capturada no vídeo acima citado

Webquest sobre o processo criativo e técnicas de estímulo à criatividade.

Para aprofundamento sobre o processo criativo, com ênfase nas técnicas de estímulo à
criatividade, vamos desenvolver uma Webquest curta sobre este tema. O objetivo de uma
WebQuest curta é a aquisição e integração do conhecimento.

Webquest Curta (3 aulas)

INTRODUÇÃO

Estivemos, nas páginas anteriores debruçados sobre o entendimento do processo criativo,


sobre as técnicas de estímulo à criatividade e sobre projetos de inovação. Vamos, agora,

34
Criatividade e Inovação – Guia do Aluno Formare

aprofundar estes temas, especialmente os dois últimos.

Nesse aprofundamento vamos orientar sua busca na Web, para que você,
preferencialmente em conjunto com os demais integrantes do seu pequeno grupo,
aprofunde-se em uma técnica de estímulo à criatividade e no desenvolvimento de projetos
de inovação.

Comece ouvindo a música Padrão, que se originou da musicalização de um poema de


Fernando Pessoa, incluído no livro de poemas Mensagem. Saiba mais sobre este livro. Você
poderá gostar de ler os poemas que fala das grandes navegações portuguesa. Quem criou a
música foi o mesmo compositor baiano que musicou Prece, já apresentado neste Guia. A
música pode ser acessada em: www.youtube.com/watch?v=FehjTu0hO7U.

Imagem capturada no vídeo acima citado

Você já ouviu esta música em outro momento deste curso, mas agora a apresentamos com
outro objetivo. Que relação você faz da letra da música com a tarefa que vamos agora
iniciar?

TAREFAS

Na realização dessa Webquest, você terá duas tarefas principais:

35
Criatividade e Inovação – Guia do Aluno Formare

Tarefa 1: Transformar o contexto do projeto de inovação que você vinha desenvolvendo.


Em vez do projeto ser aplicado à família, escola ou comunidade, ele, agora, deve objetivar
promover o amor, a beleza, o bem e a sabedoria na empresa onde você cursa o Formare,
realiza a aprendizagem ou estagia.

Tarefa 2: Aprimorar o projeto segundo os dados da avaliação realizada anteriormente e um


específico método, técnica ou abordagem de estímulo da criatividade.

PROCESSO

Atividades para a Tarefa 1:

A seguir apresentamos a relação de atividades a serem desenvolvidas em relação à Tarefa


1, lembrando que, quando realizadas em grupo, elas podem ser distribuídas entre seus
membros:

 Retornar à Matriz GUT de problemas ou oportunidades de promoção do amor, da


beleza, do bem e da sabedoria, que você ou seu grupo já elaborou.
 Elaborar um questionário e fazer entrevistas com um ou mais educadores,
orientadores de estágio e/ou gerentes de setores ou áreas para verificar se os
problemas e oportunidades incluídas na Matrix também se aplicam à empresa.
 Fazer uma visita técnica de observação na empresa buscando constatar se os
mesmos problemas e oportunidades constatados na comunidade, na escola e na
residência podem ser observados lá.
 Refazer a matriz GUT, agora tendo como cenário de aplicação a empresa onde o
Formare acontece.
 Produzir uma nova geração de ideias de solução dos problemas utilizando os
seguintes métodos ou abordagens de estímulo à criatividade:
1. Design Thinking
2. Biomimetismo
3. SCAMPER
4. Crowdsourcing

Caso o trabalho esteja desenvolvido em grupos, cada grupo deve escolher uma dessas
abordagens. Todas as abordagens precisam ser experimentadas (uma para cada grupo). Essa
última atividade deve contar com todos os integrantes do grupo.

36
Criatividade e Inovação – Guia do Aluno Formare

Atividades para a Tarefa 2:

A seguir apresentamos a relação de atividades a serem desenvolvidas em relação à Tarefa


2, lembrando que, quando realizadas em grupo, devem contar com a participação de
todos os seus membros:

 Rever as avaliações do projeto de ação anterior feitas pelos colegas e


educador.
 Aperfeiçoar o projeto de ação tendo em vista as avaliações.
 Adaptar o projeto de inovação ao novo contexto (empresa) e às nova ideias
geradas.
 Elaborar uma apresentação em Power Point do projeto de inovação.

RECURSOS

Relacionamos a seguir os recursos da Internet que podem ser utilizados pelos grupos na
realização das tarefas:

Para a Tarefa 1

Para todos os grupos:

 Matriz GUT elaborada pelo grupo.


 Questionário de entrevista elaborado pelo grupo.

Grupo 1 (design thinking):

 Design thinking, inovação em negócios, disponível em:


http://www.livrodesignthinking.com.br/ .
 Guia de Design Thinking, da Fundação Telefônica, disponível em:
http://fundacaotelefonica.org.br/wp-content/uploads/pdfs/Guia-Design-
Thinkng.pdf .
 Entenda o Design Thinking, infográfico do SEBRAE, disponível em:
https://www.sebrae.com.br/.../entenda-o-design-
thinking,369d9cb730905410VgnVC...
 O Design Thinking põe em foco o ser humano, Fundação Vanzolini,
disponível em: http://vanzolini.org.br/wp-content/uploads/2016/03/revista-

37
Criatividade e Inovação – Guia do Aluno Formare

hsm-design-thinking.pdf.
 Que tal aplicar o design Thinking na Prática, da 3M, disponível em:
http://www.3minovacao.com.br/aprenda/cursos/que-tal-aplicar-o-design-
thinking-na-pratica.

Grupo 2 (Biomimetismo):

 5 exemplos de tecnologia biomimética, disponível em:


http://www.linkus.com.br/blog/5-exemplos-de-tecnologia-biomimetica/
 Produtos inspirados na natureza dobram todos os anos. FAPESP, disponível
em: http://revistapesquisa.fapesp.br/2013/04/16/produtos-inspirados-pela-
natureza-dobram-todos-os-anos/ .
 Janine Benyus mostra os designs da natureza. Disponível em:
https://www.ted.com/talks/janine_benyus_shares_nature_s_designs?
language=pt-br.
 Biomimetismo, quando a indústria aprende com a natureza, de PICARD, .
Disponível em: http://www.revistaplaneta.com.br/biomimetismo-quando-a-
industria-aprende-com-a-natureza/ .
 Biomimetismo: como imitar a natureza na Arquitetura, de Jaques Julião do
Patrocínio Santos, disponível em:
https://fenix.tecnico.ulisboa.pt/downloadFile/395138364721/Versao_final.pdf

Grupo 3 (SCAMPER):

 SCAMPER: uma ferramenta para ajudar a desenvolver grandes ideias.


Fundação 3 M. Disponível em:
http://www.3minovacao.com.br/aprenda/cursos/scamper.
 Ferramentas de criatividade: SCAMPER. Disponível em:
https://criatividade.files.wordpress.com/2007/02/scamper.pdf.
 SCAMPER: técnica de geração de ideias. Disponível em: http://cms-
empreenda.s3.amazonaws.com/empreenda/files_static/arquivos/
2012/04/23/ME_Layout_das_Ferramentas_SCAMPER.pdf .
 SCAMPER. Disponível em:

38
Criatividade e Inovação – Guia do Aluno Formare

http://www.cranberryabc.com/wp-content/uploads/2015/05/Cranberry-
CBT-SCAMPER.pdf.

Grupo 4 (Crowdsourcing):

 Colaboração em massa. Disponível em: www.bocc.ubi.pt/pag/bittencourt-


filho-colaboracao-em-massa-crowdsourcing.pdf.
 Crowdsourcing. SEBRAE. Disponível em:
http://www.sebraemercados.com.br/wp-content/uploads/2015/12/Maio_Ec
onomiaCriativa_Crowdsourcing.pdf.

 O crowdsourcing a frente da mídia colaborativa e democrática: uma


perspectiva cidadã para a Web 2.0. UFSC. Disponível em:
http://www.unicentro.br/redemc/2012/artigos/34.pdf .
 Crowdsourcing; uma forma de inovação aberta. Disponível em:
http://www.ipdeletron.org.br/wwwroot/pdf-publicacoes/28/crowdsourcing_uma_f
orma_de_inovacao_aberta.pdf

Para a Tarefa 2

 Projeto anteriormente desenvolvido.


 Avaliação do projeto original

 Resultados da Tarefa 1.

AVALIAÇÂO

Concluído o projeto de inovação, você deve transferi-lo para uma apresentação em


PowerPoint e apresenta-lo para pelo menos 1 gerente da empresa em que você é aprendiz
ou o Formare é desenvolvido. Se sua turma conseguir reunir um grupo de gerentes para
essa apresentação será muito interessante. Ao final da apresentação, peça uma avaliação do
seu projeto.

CONCLUSÃO

39
Criatividade e Inovação – Guia do Aluno Formare

A conclusão desta webquest será a elaboração e publicação de um protótipo do projeto,


conforme indicações constantes no próximo item deste Guia do Aluno Formare.

40
Criatividade e Inovação – Guia do Aluno Formare

Agora é com você


Uma forma de fazer um teste antes da implementação do projeto de inovação e de
continuar a desenvolvê-lo é a prototipação. De início, veja o vídeo em:
https://www.youtube.com/watch?v=IbTsdhUHNi4.

Imagem capturada no vídeo acima citado

Sobre prototipação

Já falamos de prototipação quando apresentamos o Design Thinking. Como no interior


daquele procedimento de estímulo à criatividade, o objetivo da construção de
protótipos é fazer um teste da solução imaginada antes de colocá-la em prática
definitivamente. Por conta desse objetivo, em geral se recomenda a prototipação
rápida.

Em resumo, prototipagem rápida emprega design virtuais, design computador-


auxiliado (CAD) ou de software modelação de animação que os transforma em
seções de cortes transversais, ainda virtual, e então cria cada seção transversal
no espaço físico, um depois do próximo até que o modelo é acabado. É um
processo de WYSIWYG onde o modelo virtual e o modelo físico correspondem
quase identicamente. Ver mais em:
http://www.factoryoffactories.com/fof_br/rapidprotot_br.htm .

41
Criatividade e Inovação – Guia do Aluno Formare

O vídeo acessível em https://youtu.be/kEGY76yKasA, mostra o funcionamento


da prototipagem rápida.

Imagem capturada no vídeo acima citado

Maquetes, modelos e simulações são outras formas de fazer uma prototipação,


embora o termo tenha sido muito usado para o teste de sites e de outras soluções na
área de informática. O uso de protótipos nessa área é tão comum que existem
ferramentas on line para realizar esse tipo de protótipo. Se sua solução for um site, um
aplicativo ou programa de computador, você encontrará 22 diferentes ferramentas
para design mobile e web em: http://www.siteparaempresas.com.br/blog/?p=3225.

Modelos físicos ou modelos reduzidos em escalas são ferramentas usadas em diversos


ramos da engenharia para elaborar protótipos de produtos ou soluções para problema
elétricos, arquitetônicos, cinéticos, hidráulicos etc. Temos como exemplos desse tipo
de protótipo, aviões, navios, plataformas de petróleo, automóveis, motores, bombas,
turbinas elétricas, barragens, eclusas... Servem para estudar em escala reduzida o
comportamento da solução em situações que imitam o funcionamento do produto
final. O protótipo serve para estudar as fragilidades da solução e indicar caminhos de
aprimoramento da solução imaginada.

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Criatividade e Inovação – Guia do Aluno Formare

Plantas e maquetes são espécies de modelos físicos muito utilizado na arquitetura e no


design de interiores Maquete é uma representação (completa ou parcial) em escala
menor de um edifício, objeto, sistema ou o esboço em barro ou cera de uma estátua
ou escultura.

Protótipos em papel são representações em pedaços de papel da solução imaginada.


Pode ser um protótipo de site representando, de forma esquemática, as telas de um
aplicativo de celular, por exemplo, ou uma embalagem de um produto com
representação dos textos, cores e imagens.

Encenações e dramatizações podem ser testadas para soluções que demandem


relações entre as pessoas ou de posturas e comportamentos específicos na relação
com o público, cliente ou usuário. Simulações de móveis, ambientes ou relações
interpessoais podem ser utilizadas para representar aspectos da prestação de um
serviço. Podem envolver o usuário real e suas reações podem ser gravadas para
posterior análise e desenvolvimento da solução proposta.

O vídeo disponível em https://youtu.be/qMJvfWeyiEA, apresenta a prototipagem com


recursos que provavelmente você não terá.

Imagem capturada no vídeo acima citado

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Criatividade e Inovação – Guia do Aluno Formare

Mas você tem sua criatividade, técnicas de estímulo à criatividade e outras


possibilidades de prototipagem. Que tal por a mão na massa e criar um protótipo para
seu projeto?

Referências Bibliográficas
BIANCHI, G. Métodos para estímulo à criatividade e sua aplicação em arquitetura.
Dissertação de mestrado, UNICAMP, 2008. Disponível em
http://www.dkowaltowski.net/924.pdf. Acesso em: 7 fev. 2017.
CAMPBELL, L; CAMPBELL, B; DICKINSON, D. Ensino e aprendizagem por meio das
inteligências múltiplas: inteligências múltiplas na sala de aula. 2.ed. Porto Alegre:
Artmed,2000.
CORRÊA PINTO, G.A. Sobre o conceito de mutações. In: WiLHELM, R. I Ching – O livro
das mutações, São Paulo, Editora Pensamento, 1997.
HILLMAN, J. O mito da análise: três ensaios sobre de psicologia arquetípica, Rio de
Janeiro, Paz e Terra, 1984.
KLINK. A. Cem dias entre céu e mar. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
KÜLLER, J.A. Ritos de passagem: gerenciando pessoas para a qualidade. São Paulo,
Editora Senac, 1987.
LOBO, E. e HOLANDA, F. B. Ciranda da Bailarina. O grande circo místico, 1983. Letra e
música disponível em: http://letras.mus.br/chico-buarque/85948/ .
NICHTZCHE, F.W. Assim falou Zaratustra. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1977.
Também disponível em http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/zara.pdf. Acesso
em: 2 mar. 2017.
PICARD, F. Biomimetismo, quando a indústria aprende com a natureza. São Paulo,
Editora Três, Rev. Planeta, Ed.459, 2010. Disponível em
http://www.revistaplaneta.com.br/biomimetismo-quando-a-industria-aprende-com-a-
natureza/ . Acesso em: 07 fev. 2017.
VIANA, M. e Outros. Design Thinking- Inovação em Negócios. Rio de Janeiro, MJV
Press, 2012.
WILHELM, R. I Ching – O livro das mutações, São Paulo, Editora Pensamento, 1997.

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