Monografia Completa - Claudiane e Gabriel
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ÂNIMA EDUCAÇÃO
BACHARELADO EM PSICOLOGIA
Paripiranga-BA
2022
CLAUDIANE DOS SANTOS CARVALHO; GABRIEL JOSÉ
CARVALHO DE SOUZA
Paripiranga- BA
2022
CLAUDIANE DOS SANTOS CARVALHO; GABRIEL JOSÉ
CARVALHO DE SOUZA
BANCA EXAMINADORA
Paripiranga – BA
2022
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
Body dysmorphic disorder - also known as body dysmorphia - is not a much discussed
subject in society and in academia, the purpose of this theoretical work is to analyze
the effect that social media cause on individuals and as a society, what can we do in
the face of this influence. As social individuals, human beings are like sponges that
absorb information from the environment to form themselves as an active individual in
society, numerous characteristics are necessary, among them is self-esteem, valuing
oneself, however, these factors have been undermined by the external influence of
extremism on the body as an appreciation object, this dissertation aims to analyze the
relationship between body dysmorphic disorder and self-esteem along with the social
media effect on the experience of human beings.
LISTA DE FOTOS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE QUADROS
LISTA DE GRÁFICOS
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 11
2. METODOLOGIA DE PESQUISA ........................................................................ 14
3. MARCO TEÓRICO ............................................................................................. 15
3.1 A história do Transtorno Dismórfico Corporal ............................................................................ 15
3.1.1 Critérios de diagnóstico........................................................................................................ 15
3.1.2 O transtorno dismórfico corporal e onde ele aparece ......................................................... 17
3.1.3 As formas de tratamento do transtorno .............................................................................. 19
3.2 Autoestima e suas variáveis ...................................................................................................... 24
3.2.1 Relação da Autoestima, autoconceito e autoimagem ......................................................... 28
3.2.2 Os seis pilares da autoestima ............................................................................................... 30
3.2.3 A interferência da autoestima na adolescência ................................................................... 31
3.2.4 A importância da saúde mental ........................................................................................... 33
3.2.5 A interferência da autoestima na saúde mental .................................................................. 33
3.2.6 Comportamentos de riscos .................................................................................................. 34
3.2.7 Atuação do psicólogo na autoestima ................................................................................... 35
3.2.8 Redes sociais e sua interferência na autoestima dos adolescentes .................................... 36
3.2.9 Procedimentos estéticos ...................................................................................................... 37
3.2.10 Covid-19 e os agravos na autoestima ................................................................................ 38
3.3 Transtorno Dismórfico Corporal e a redes sociais ...................................................................... 39
3.3.1 Autoestima na formação do indivíduo ................................................................................. 41
3.3.2 O tratamento entre Transtorno Dismórfico Corporal e baixa autoestima ................... 44
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 47
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 49
1. INTRODUÇÃO
fase da adolescência, por ser o momento que esses jovens adultos começam a se
descobrir e conhecer melhor seus corpos, assim os indivíduos acabam tendo
pensamentos mais recorrentes a respeito do corpo e suas formas, atrapalhando seu
convívio em sociedade (MEDEIROS,2019).
O objetivo desta pesquisa é retratar sobre a dismorfia corporal com os jovens
adultos, é um tema pouco abordado e que precisa de um olhar mais direcionado a
essa temática, o DSM- 5 possui o transtorno dismórfico corporal, esse transtorno é
mais recorrente em jovens adultos, na fase de transição da adolescência para adultos.
O presente estudo busca revisão sistemática na literatura, contudo, a literatura é
bastante escassa sobre o tema e suas relações. Sendo um ponto primordial para a
elaboração dessa pesquisa, para que houvesse as junções de estudos sobre os
diversos temas e apresentar a relação entre eles. Fazendo o presente trabalho ser de
grande relevância e importância para os futuros pesquisadores, profissionais e os
jovens adultos, pois ao decorrer dos capítulos, será abordado o transtorno dismórfico
corporal e suas relações diante dos comportamentos, pensamentos, emoções e
atitudes, como também a vinculação com a sociedade e a família.
Dessa forma, será destrinchado nos capítulos posteriores as seguintes
temáticas e relações: no capítulo um, descrever tudo sobre a dismorfia corporal, suas
causas e efeitos que estão causando nos jovens; capítulo dois, mencionar o construto
da autoestima e suas variáveis, tornando mais didática essa dialética; e no terceiro
capítulo, a relação entre a autoestima e a dismorfia corporal, explorando todos os
pontos primordiais que esses dois temas possuem, enfim, dando ao tema Dismorfia
Corporal nos jovens adultos uma maior visibilidade.
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2. METODOLOGIA DE PESQUISA
3. MARCO TEÓRICO
O Transtorno Dismórfico Corporal (TDC) foi descrito pela primeira vez em 1886
por Enrico Morselli como “dismorfofobia”, entretanto o mesmo só foi inserido no
Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM) em 1980 (BRITO et al.,
2014). Anterior a sua inserção no DSM, o Transtorno Dismórfico Corporal ficou popular
por volta dos anos de 1960 em casos de cirurgias cosméticas com desejo inextinguível
e a insatisfação constante com os procedimentos, que por uma ótica objetiva tinham
sido um sucesso, ou seja, na bibliografia dermatológica, esses casos foram
identificados como dismorfofobia, dermatological nondisease, síndrome dismórfica ou
hipocondria dermatológica (BRITO et al., 2014).
Por volta dos anos 80, o TDC era associado a sintomas de outros transtornos,
tais como a esquizofrenia, transtornos de humor e transtornos da personalidade,
sendo inserido pela primeira vez no DSM III e no DSM III-R com especificações sobre
oscilações não delirante e delirante (BRITO et al., 2014). A análise de informações
utilizadas nos estudos sobre o TDC pode ser considerada irrelevante, visto a mudança
dos padrões sociais, regras e a própria cultura, dada que a sua influência na pesquisa
pode obstaculizar os resultados (BRITO et al., 2014).
pensamento, tendo foco em mais de uma área do corpo sendo os mais comuns a pele,
os pelos e o nariz, são pensamentos intrometidos de longa duração, difíceis de
rechaçar ou de administrar (APA, 2014).
O TDC apresentado pelo DSM-V tem quatro critérios de diagnósticos com duas
especificações. Os critérios se dividem em:
(a) aflição com um ou mais defeitos percebidos no físico do indivíduo, sendo
imperceptíveis para outras pessoas;
(b) apresentação de hábitos repetitivos (se olhar no espelho, agarrar a pele ou
se arrumar em demasia) ou de ações mentais em resposta a inquietação com a
aparência;
(c) a angústia causa sofrimento psíquico significativo afetando a vida social e
trabalho, entre outras áreas de interesse do sujeito;
(d) a inquietação com a aparência que não se restringe a gordura ou peso
corporal do indivíduo, eliminando a possibilidade de um transtorno alimentar; as
especificações se limitam a apresentação de dismorfia muscular (preocupação onde
o indivíduo se considera pequeno e fraco, sendo que o mesmo é grande e forte) e o
grau de insight (o grau do quanto o indivíduo acredita nos pensamentos providos pelo
transtorno) podendo ser de grau: pobre, bom/razoável e ausente a crenças delirantes
(APA, 2014).
O Transtorno Dismórfico Corporal pode aparecer durante a infância e a
adolescência, fases onde os seres humanos estão mais vulneráveis às mudanças da
aparência e após a menopausa, pode haver casos em pessoas mais idosas. Porém,
muitas vezes eles estão entrelaçados a traumas vividos pelo indivíduo, tornando
importante a avaliação do TDC em especialidades como Cirurgia Plástica e
dermatologia, conforme as condições podem afetar indivíduos em diferentes aspectos
(BRITO et al., 2014).
Os sintomas do TDC são amplos e atingem diferentes indivíduos, revelando
suas características clínicas em cada um e noções de gênero sendo parte do estudo
do TDC, visto que o maior número de pacientes são mulheres, o que exemplifica como
o meio social, individual e cultural afetam os indivíduos ou demarcam a predisposição
desses sujeitos para o aparecimento de outros transtornos relacionados a aparência,
a diferença entre os gêneros quando relacionados ao TDC vão desde as áreas de
preocupação até as comorbidades desenvolvidas (BRITO et al., 2014).
17
listado no quadro abaixo para observar o grau de insight que o paciente aponta
(BRITO et al., 2014).
informações são atribuídas às hipóteses do terapeuta, que por sua vez aplica novas
formas de tratamento;
2) A TCC precisa de uma forte ligação entre paciente e terapeuta. Como em qualquer
relação terapêutica, é necessário um rapport entre paciente e psicólogo para que haja
confiança entre ambos para a busca da melhor rota de tratamento;
3) A TCC encoraja a participação e colaboração ativa. Como a TCC resulta de uma
contínua evolução dos problemas, é necessária a inferência do paciente e do
psicólogo na busca de soluções confortáveis e efetivas;
4) A TCC é voltada para os objetivos e norteada pelos problemas. Numa sessão de
terapia ativa é preciso o entendimento mútuo dos problemas e objetivos que vão ser
tratados, para se obter um melhor entendimento e resultado;
5) A TCC é centrada no presente. As sessões são focadas nos problemas atuais e
nos desconfortos do paciente, muitas vezes resultados de seus pensamentos
disfuncionais;
6) A TCC tem como objetivo educar o paciente e o tornar autossuficiente, evitando
recaídas. O objetivo de cada sessão da TCC é psicoeducar o paciente, ao ponto de
que vir a terapia só em casos extremamente necessários;
7) A TCC tem um limite de tempo. O objetivo das sessões é promover o alívio dos
sintomas, dos pensamentos disfuncionais e dificultar a reaparição do transtorno;
8) As sessões da TCC têm uma estrutura pré-definida. A estrutura da sessão aumenta
a eficácia do tratamento, incluindo uma introdução, intermédio e um final;
9) A TCC auxilia os pacientes a reconhecer, qualificar e contestar seus pensamentos
disfuncionais. Os pensamentos disfuncionais podem aparecer uma, duas ou até cem
vezes durante o dia, cabe ao terapeuta auxiliar o paciente a identificar esses
pensamentos;
10) A TCC utiliza várias técnicas para alterar o comportamento, humor e pensamentos
do paciente. As técnicas auxiliam o paciente a verificar o seu progresso e as mesmas
podem ser feitas sem o terapeuta (BECK, 2014).
A Terapia Cognitivo-Comportamental funciona a partir da identificação dos
pensamentos funcionais e disfuncionais, os pensamentos funcionais são tidos como
os verdadeiro e que tem como ser comprovados a partir de evidências do mundo real,
para ajudar o paciente, o terapeuta faz uso da descoberta guiada onde o mesmo traz
as crenças, pensamentos automáticos entre outros dos assuntos relatados na terapia
23
elevada quando percebe o que o se tornou ou está próximo do que tem vontade de
ser (GIRALDO; HOLGUIN, 2017).
A autoestima tem seu desenvolvimento ao longo dos anos, mas tem o início na
infância do sujeito, no quadro abaixo podemos visualizar os três estágios da
autoestima, é possível diferenciar e descrever cada processo:
Estágio do eu primitivo:
Essa fase ocorre entre o nascimento e aproximadamente dois anos, a criança toma
como referência a pessoa que oferece seus cuidados, na maioria das vezes é a figura
materna, com o passar dos meses, o bebê identifica que o reflexo que está no espelho
é dele e não o da cuidadora, com isso, adquire a auto percepção dele e dos outros,
(GIRALDO; HOLGUIN, 2017).
Estágio do eu exterior
Esta é a fase que é de extrema importância para a autoestima, que está entre os dois
anos a aproximadamente doze anos de idade, nesta fase, as opiniões dos outros, os
fracassos e sucessos que irão definir se o sujeito será uma pessoa positiva ou
negativa sobre si mesmo, (GIRALDO; HOLGUIN, 2017).
Estágio do eu interior
Essa fase acontece após os doze anos, que é quando a pessoa começa a questionar
“quem eu sou?” É quando começa a ser crítico consigo mesmo e com o outro, muitas
vezes existe comparações, pois vê a sociedade como um espelho, (GIRALDO;
HOLGUIN, 2017).
É possível identificar dois tipos de autoestima: a elevada e a baixa, é
considerada a autoestima elevada quando o sujeito tem pensamentos, percepções e
atitudes positivas, fazendo com que se sinta mais disposto e motivado para elevar os
propósitos e finalidade de vida, o sujeito com a autoestima elevada, considera ser
mais importante, manifesta ser mais independente, criativo e responsável, tende a não
se comparar com os outros e confiar em si mesmo (GIRALDO; HOLGUIN, 2017).
É de grande valia a autoestima elevada, o desempenho do sujeito é nítido tanto
no âmbito social, quanto no pessoal, pessoas que possuem autoestima elevada são
vistas sempre sorrindo, o pensamento positivo é algo que se torna frequente e com a
autoconfiança, irá conseguir desenvolver e atingir metas, e após atingi-las é motivado
a criar e superar mais metas (VASCONCELOS, 2017). É evidente a importância da
autoestima elevada também na saúde mental, pois o sujeito que consegue superar os
27
Baixa autoestima
CICLO DA BAIXA
Auto culpa Pensamentos
AUTOESTIMA
negativos
A baixa autoestima modifica o dia a dia de quem a possui, podendo gerar vários
desconfortos e prejuízos no cotidiano, é algo que tem bastante estudos sobre e já
foram comprovados alguns fatores que influenciam na baixa autoestima, podendo ser
fatores clínicos e etiológicos, (tabela 2), (CASTRO; LOPES; MONTEIRO, 2018).
28
Tabela 3: Referente aos fatores Clínicos e Etiológicos que causam a baixa autoestima
A sociedade possui um grande peso na autoimagem por conta dos padrões que
foram impostos, fazendo com que a autoimagem seja mais importante que seu bem-
estar, a partir do momento que o sujeito não está conforme os critérios que a
sociedade condiz, é considerada “feia” ou “fora do padrão”, tornando o indivíduo um
escavo da sociedade, pois, quem segue à risca os padrões sofre por não está
agradando a si próprio e deixando suas vontades em segundo plano, por outro lado,
na maioria das vezes as pessoas que não seguem os padrões se sentem
desconfortáveis por não serem tão belos o quanto a sociedade gostaria, causando
desconforto, insegurança, prejuízos na saúde mental e baixa autoestima (SILVA;
QUEIROZ; MELO, 2017).
O autoconceito é formado por duas ideias, a autoestima que é a aprovação e
avalição negativa ou positiva e a autoimagem que é como o sujeito se vê (FONSECA
et., 2019). O autoconceito é a forma que o sujeito se percebe, diante dos sentimentos,
atitudes e autoconhecimento, que acarreta sua competência na execução das tarefas,
na própria capacidade, aceitação social e na aparência física, com isso, é o conjunto
de fatores do próprio sujeito, que forma o conceito sobre ele mesmo, a partir do
julgamento de seus próprios comportamentos, fazendo parte da identidade do
indivíduo (FONSECA et., 2019).
30
1.Atitude da autoaceitação
A auto aceitação é o fator primordial para a autoestima, sendo a valorização de si
próprio, acontece quando o sujeito respeita suas vontades e pensamentos, não
deixando que os outros ditem seus valores, é quando o indivíduo sabe que é capaz e
valoriza seus defeitos e qualidades, tornando-se o seu melhor amigo, mesmo com as
imperfeições (RUIZ et al, 2016).
2. Atitude da autorresponsabilidade
Refere-se ao momento que a pessoa assume seus erros, comportamentos,
atitudes, escolhas, fazendo seus objetivos e metas serem cumpridas, mas, caso não
sejam, assume o fracasso e seguem em frente, tentando acertar a cada tentativa
(RUIZ et al, 2016). Na autorresponsabilidade, não culpa o outro por atitudes e erros
cometidos do próprio sujeito, além disso, não cria mentiras para desculpar o erro que
foi cometido (RUIZ et al, 2016).
31
3. Atitude de autoafirmação
No pilar da autoafirmação é necessário ser protagonista na própria história, e não
coadjuvante, é nesse conceito que se deve respeitar os valores, necessidades,
desejos e vontades de si próprio, sem precisar esconder ou falsificar os defeitos e
qualidades, é preciso ter segurança, assertividade e saber se posicionar no momento
certo (RUIZ et al, 2016).
4. Atitude de integridade pessoal
É a junção das convicções, ideias, crenças, critérios e comportamentos, a
integridade pessoal é a coerência dos atos, compromissos, valores e prioridade do
sujeito, é a autoconsciência e auto responsabilidade, esse pilar é verdadeiro com a
própria pessoa, assumir os erros e reparar sem culpar o outro e tratar o outro como
gostaria de ser tratado (RUIZ et al, 2016).
5. Atitude da intencionalidade
É quando o sujeito escolhe objetivos ou projetos com responsabilidade e que tem
a consciência do término, é escolher de forma intencional. Para conseguir viver de
forma intencional e produtiva, é preciso ter autodisciplina, que é um atributo da
sobrevivência (RUIZ et al, 2016).
Nesse conceito é importante estar preocupado em quais atitudes são necessárias
para atingir os objetivos, preocupa-se com os comportamentos para que sejam
coerentes com os objetivos traçados e observar se os próprios atos condizem com o
presente, para que consiga ter um futuro assertivo (RUIZ et al, 2016).
6. Atitude de viver conscientemente
É saber tudo que está relacionado às ações do próprio sujeito e ter consciência do
que está por trás de cada atitude, a partir do momento que a consciência estiver
elevada, maior será a relação com a vida, (RUIZ et al, 2016). Neste pilar, é preciso
ter plena responsabilidade de saber tudo que faz, contemplando o contexto todo e
saber distinguir os fatos, a interpretação e as emoções, além disso, é preciso ter
coragem para realizar esse pilar (RUIZ et al, 2016).
A saúde mental é um termo que pode ser utilizado para descriminar o nível de
qualidade emocional ou cognitiva do sujeito, pode ser definida como o estado de bem-
estar em que o sujeito consegue desenvolver bem suas atividades diárias,
enfretamentos ou dificuldades, trabalhando de forma produtiva e estar ciente de suas
qualidades e habilidades (CANTELE; ARPINI; ROSO, 2012). A saúde mental impacta
diretamente nas emoções e comportamento, influenciando como a pessoa se
relaciona com os outros, afetando o convívio social; a saúde mental fragilizada pode
causar prejuízos na vida de qualquer indivíduo (CANTELE; ARPINI; ROSO, 2012).
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a saúde mental é o
conceito mais amplo e definido de saúde, integra um conjunto de profissionais que
podem participar indiretamente e diretamente, o conceito é definido não somente por
ausência de doença ou enfermidade, que não inseridos as deficiências e transtornos
mentais (WHO, 2018).
A saúde mental é o estado em que o indivíduo consegue lidar com suas
emoções positivas e negativas, com consciência e coerência, sabendo manejar os
sentimentos da forma que eles surgem, agir de maneira relevante a cada processo
que aconteça, com o bem-estar, só sujeito percebe todas as suas atitudes nos
enfreamentos e soluções durante o dia a dia (MATHEUS, 2013).
Muitos fatores podem acarretar a saúde mental das pessoas, um deles é o
trabalho exaustivo, ingressão no âmbito acadêmico, sendo um período sensível e de
adaptações, com isso acontece o afastamento dos familiares e afastamento social por
questões da rotina e demandas, fragilizando a saúde mental do sujeito (SAHÃO;
KIENEN, 2021).
et al, 2013). O sofrimento psíquico interfere na vida pessoal por não conseguir se
compreender e no âmbito social por se sentir inferior e incapaz de realizar qualquer
tarefa, por isso que o tema saúde mental e sofrimento psicológico é de importância
social e política e devem ser abordados por todos (NUNES et al, 2013).
A autoestima influencia nos comportamentos, emoções e atitude do sujeito
diante da sociedade, fazendo com que as pessoas se comportem a partir do estado
da autoestima (GIRALDO; HOLGUIN, 2017). A partir do momento que o sujeito
começa a ter a autoestima baixa, sua autoconfiança e segurança diminuem, perdendo
a vontade de sair e se expor em sociedade, reduzindo ainda mais a cada comentário
negativo feito, o sujeito perde essas características cruciais, acaba interferindo na vida
por completo, com isso, o indivíduo vai ficando mal a cada dia que passa, pois torna-
se triste, sem confiança e seu emocional abalado, causando interferência na saúde
mental (FLORIANI; MARCANTE; BRAGGIO, 2014).
É por essas questões que a autoestima está ligada à saúde mental, quando
possui a autoestima elevada, os comportamentos são mais sociáveis, o indivíduo
consegue se comunicar e se comportar diante de qualquer situação, se enxergando
com um ser sociável; a partir do momento que a autoestima está baixa, a pessoa não
consegue ter uma dicção boa, se sentindo inseguro e indisposto para atividades
diárias, tanto a autoestima, como a saúde mental estão interligadas, fazendo com que
se alguma sair do eixo, o sujeito fica instável, (GIRALDO, HOLGUIN, 2017).
O sujeito fica fragilizado por questões internas e externas, fazendo com que
não se sinta bem, com isso procura válvulas de escapes, para que os sentimentos de
frustação e negação desapareçam atrás de comportamentos que muitas vezes
provocam ainda mais prejuízos para a vida, podendo comprometer a saúde física ou
mental (ZAPPE; DELL’AGLIO, 2015). Comportamentos como: automutilação,
excesso de bebidas, má alimentação, tabagismo, consumo de drogas, consumo
abusivo de bebidas alcoólicas, sexo excessivo, submetendo-se a exposição de
doenças sexualmente transmissíveis, muitas vezes o sujeito está exposto a mais de
um desses comportamentos (COUTINHO, 2013).
35
opinião, que comentários e falas dos outros não são verdades absolutas e que não
deve se importar com a opinião dos outros, fazendo com que prevaleça a autoestima
elevada do sujeito (BROTTO, 2020).
As redes sociais a cada dia que passa ganha mais força por conta da gama de
informações e por ser de fácil acesso, existem vários benefícios nas redes sociais,
mas também é a causa de sofrimento para muito jovens, umas das causas são a
autocobrança e baixa autoestima, o padrão que é exigido nas redes sociais influencia
e rotula o sujeito, fazendo com quem não se encaixe no padrão, tendo um misto de
sentimentos, como frustração, tristeza, insegurança e etc. tornando um ciclo vicioso
em busca da beleza imposta nas redes, para possuir like e engajamento (SILVA,
2021).
Com isso, a busca incessante por likes é algo que deixa os jovens viciados em
redes sociais, fazer conteúdo para que tenham engajamento, falar sobre coisas
“relevantes”, causando polêmicas e até Fake News, (BRUNELLI, AMARRAL, SILVA,
2019). Os jovens vão em busca de mostrar beleza e conteúdo para seu público, na
maioria das vezes o que mostrado é somente por “status” e likes, causando o
sentimento de bem-estar e alegria momentânea, assim, quando os jovens saem das
redes e voltam para sua vida normal, sentem-se mal por não serem aquilo que
mostram no instagram, twitter, tiktok entre outros (SILVA, 2021).
A rede social é o lugar em que os jovens se cobram bastante, inclusive da
autoimagem, por quererem o corpo perfeito, o rosto perfeito e a vida perfeita, é nesse
mundo que só é exposto o lado bom de todas as coisas, causando autocobrança dos
jovens, por pensarem que seus “amigos” possuem uma vida perfeita, é por essas
inúmeras questões que causam prejuízos na autoestima dos jovens, deixando-os
cada dia mais inseguros e com a busca incessante para a vida perfeita e corpo perfeito
(COSTA; MELO; PINA, 2022).
Os jovens possuem redes sociais para agradar e obter a aprovação do outro, a
partir do momento que as pessoas criticam ou fazem algum comentário negativo,
causam prejuízos na saúde mental do jovem, forçando a entrar nos padrões exigidos,
37
sociedade são absorvidas pelo sujeito e o auxiliam a forma sua identidade, entretanto
as regras impostas são muitas vezes extremamente rígidas e podem causar o
sofrimento da população e ainda por cima as mesmas tornam-se antiquadas com o
passar dos anos. É possível observar na atualidade a importância do padrão de beleza
que circula pelo país: branca, alta, magra, entre outras características que estão
disponíveis, há uma parcela da sociedade nessas particularidades corporais que
assolam a população ao ponto de que mais e mais pessoas apresentam sintomas
similares ao Transtorno Dismórfico Corporal, que é definido pela preocupação
extrema do indivíduo com o corpo e falhas visíveis apenas para o próprio (SCHERER;
et. al., 2017).
A percepção do corpo é uma atividade diária, ao andar na rua o sujeito percebe
outros corpos convivendo em sociedade, posando em recursos midiáticos, esculpidos
e expostos nos museus, há uma variedade entre ambos, porém a linha temporal entre
esses é diversa, na atualidade onde as redes sociais ditam o mundo da moda, o corpo
escultural tem ganhado cada vez mais seguidores. Essa percepção é também
observada pelo próprio indivíduo, que enquanto um ser social transita por seu meio
absorvendo as informações necessárias para a sua vivência, então se todo um
agrupamento afirma que um corpo magro é o mais bonito, o sujeito absorve e propaga
tal informação, porque é dessa maneira que o mesmo continua a viver e ser relevante
para o meio (LAUS, 2012).
Como foi mencionado anteriormente, o TDC começou a ser estudado por volta
de 1886, sendo nomeado de dismorfofobia por Enrico Morselli, apenas sendo possível
porque o corpo tornou-se o novo objeto de estudo da psicologia e um fenômeno na
sociedade, o que se mostraria uma variável maior do que o esperado pela equipe de
Morselli, tornando difícil analisar e aplicar as devidas intervenções por conta dos
diferentes padrões sociais (BRITO; et. al., 2014). Tais conclusões sobre o corpo se
devem porque naturalmente a psicologia é entendida como o estudo da mente e como
muitas vezes os temas abordados são de natureza intátil, os psicólogos tendem a se
afastar do plano físico em que vive o indivíduo.
Por conta do TDC, a preocupação do indivíduo com certas partes de seu corpo
aumenta de maneira desproporcional, esse tipo de comportamento pode se tornar um
espaço fértil para que outros problemas venham a florescer, entre eles temos os
problemas com a autoestima do sujeito, problemas emocionais, problemas
comportamentais e alimentares; esse conjunto de problemas pode ocasionar no
41
observar uma mudança entre ambas as imagens citadas anteriormente e a busca por
uma igualdade.
Como um ser social, o ser humano é bombardeado por informações desde o
momento que nasce, em busca da sobrevivência, as pessoas tendem a se moldar
perante as regras daqueles que estão no comando, que representam a vontade de
uma maioria, com o avanço da internet e das mídias sociais, os processos de
globalização se tornaram mais acessíveis, entretanto com o grande acesso,
processos de cultura estética são propagados em quantidades descomunais, esse
avanço tende a ditar as regras sobre os corpos dos indivíduos, é possível observar
que discussões sobre o corpo vem aumentando e um padrão estético sobre a
constituição física do indivíduo afetando a psique do ser humano desde crianças à
octogenários, propagando gatilhos para que esses indivíduos tenham sentimentos de
angústia e ansiedade para procurar defeitos na sua constituição (BASTOS; et. al.,
2022).
O aumento das mídias sociais na vida do indivíduo tornou cada aspecto da vida
uma fonte de reforço positivo através das redes sociais, uma vez que quanto mais
likes, comentários, seguidores e engajamento em seus posts, maiores são os frutos
que o indivíduo colhe, entretanto, tanto reforçamento chega a ser tóxico para o
indivíduo que não está mentalmente preparado para as inúmeras situações que a vida
na internet proporciona, visto que mesmo com inúmeros comentários positivos,
existem também em quantidades proporcionais comentários negativos que magoam
o ego mal desenvolvido, forçando o indivíduo a estar sempre atento as características
do seu corpo e seguir o padrão estético definido pela mídia, tornando a procura por
procedimentos estéticos superior a décadas anteriores (BASTOS; et. al., 2022).
É possível observar a mudança da percepção dos indivíduos sobre sua
aparência a partir dos estudos realizados anteriormente, como é possível na pesquisa
de Laus onde foi feita uma enquete de satisfação corporal no Brasil, sendo possível
observar os níveis insatisfação corporal no gráfico abaixo:
44
74%
72%
70%
68%
66%
64%
62%
60%
58%
Crianças Adolescentes Adultos Idosos
A partir desses dados coletados entre os anos de 2007 a 2011 e com o aumento
de indivíduos com acesso à internet e as redes sociais, existe a possibilidade de que
os dados apresentados anteriormente tenha se alterado de maneira que crianças e
adolescentes estão mais preocupados com a aparência do que a dez anos atrás, dada
a influência do padrão estético em suas vidas, podendo até colocar seus corpos
expostos a hábitos perigosos, a fim de entrar e se manter no padrão, podendo ser
desde dietas extremas a atividade física extrema (MEDEIROS; et. al.,2022).
indivíduo não se derroga ao seu meio, ainda que esse seja um importante fator na
construção do self (SCHULTHEISZ; APRILE, 2013).
O tratamento apropriado para o Transtorno Dismórfico e para a ansiedade é de
certa forma similar, sendo que a partir do Terapia Cognitivo Comportamental (TCC)
serão estudados os processos cognitivos do indivíduo, observando a existência de
pensamentos funcionais e disfuncionais que eclipsam a visão do sujeito, não o
permitindo ser objetivo em relação as suas decisões e em certos casos, se necessário,
o auxílio de medicação mais especificamente medicamentos que trabalhem na
recaptação de serotonina podem funcionar tanto nos casos de TDC, quanto de
ansiedade (MEDEIROS; et. al, 2022).
A TCC criada por Aaron Beck não conseguia mais utilizar as práticas da
psicanálise, visto que havia certa exclusão dos pensamentos do paciente, além da
influência de psicanalistas pós-freudianos, focaram na distorção de imagens do
subconsciente, preconizando a formulação de aparatos cognitivos comportamentais
mais complexos que complementam as matrizes da personalidade, visto que Beck em
seus primeiros ensaios fala sobre o processo de como as informações são captadas
e interpretadas pelo indivíduo (WRIGHT; BASCO; THASE, 2008).
Após esses ensaios, o objetivo de Beck foi criar uma teoria fundada no cognitivo
com a função de reverter os processos cognitivos disfuncionais junto dos
comportamentos que os acompanhavam, tendo em vista a importância de estudos
sobre o comportamento definidos por Pavlov e Skinner que auxiliam no tratamento de
diversos problemas de ordem psíquica, desde técnicas de dessensibilização e
relaxamento e do condicionamento operante, desta forma Beck encontrou uma forma
de alinhar técnicas cognitivas e comportamentais, pois a partir de seu ponto de vista
ambas eram correspondentes (WRIGHT; BASCO; THASE, 2008).
A terapia sendo feito no início do tratamento deixa aberta maiores
possibilidades de sucesso, obviamente nem todos os casos necessitam de
medicamentos junto a terapia, a TCC trabalhará o cognitivo como dito anteriormente,
auxiliando o sujeito a monitorar seus pensamentos, comportamentos e a confrontar
os acontecimentos que por alguma razão o indivíduo se sente incapaz de competir e
dificulta a eliminação de comportamentos obsessivos (MENEZES; et. al., 2014).
Em relação ao uso de medicamentos, a recomendação está no uso dos
inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS), sendo um antidepressivo é
comprovado a sua efetividade em perturbações da ansiedade, através da aprovação
46
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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2030: More Active People for a Healthier World. Genebra
TERMO DE RESPONSABILIDADE
Eu, Lucas Nauan da Silva Andrade, declaro inteira responsabilidade pela tradução do Resumo
(Abstract/Resumen/Résumé) referente ao Trabalho de Conclusão de Curso (Monografia),
intitulada: DISMORFIA E AUTOESTIMA EM JOVENS ADULTOS: REVISÃO NARRATIVA, a ser
entregue por Gabriel José Carvalho de Souza e Claudiane dos Santos Carvalho,
acadêmicos (as) do curso de Psicologia.
Assinatura do tradutor
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TERMO DE RESPONSABILIDADE
Eu, Catiane dos Reis Santos, declaro inteira responsabilidade pela revisão da Língua Portuguesa
referente ao Trabalho de Conclusão de Curso (Monografia), intitulado: DISMORFIA E AUTOESTIMA
EM JOVENS ADULTOS: REVISÃO NARRATIVA a ser entregue por CLAUDIANE DOS SANTOS
CARVALHO e GABRIEL JOSÉ CARVALHO DE SOUZA, acadêmicos (as) do curso de Psicologia.
Assinatura do revisor
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