TESE
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TESE
RECIFE
2017
NEIRIVALDO CAVALCANTE DA SILVA
Orientadora:
Maria Fernanda Pimentel (Universidade
Federal de Pernambuco, Brasil)
Coorientadores:
Fernanda Araújo Honorato (Universidade
Federal de Pernambuco, Brasil)
Jose Manuel Amigo Rubio (Universidade de
Copenhague, Dinamarca)
RECIFE
2017
Catalogação na fonte
Bibliotecária Joana D’Arc Leão Salvador CRB 4-572
BANCA EXAMINADORA
____________________________________
Profa. Maria Fernanda Pimentel Avelar (Orientador)
Departamento de Engenharia Química
Universidade Federal de Pernambuco
____________________________________
Profa. Claudete Fernandes Pereira
Departamento de Química Fundamental
Universidade Federal de Pernambuco
____________________________________
Prof. Luiz Stragevitch
Departamento de Engenharia Química
Universidade Federal de Pernambuco
____________________________________
Profa. Liliana Fátima Bezerra Lira
Departamento de Química
Universidade Federal da Paraíba
____________________________________
Profa. Simone da Silva Simões
Departamento de Química
Universidade Estadual da Paraíba
Aos meus pais, os maiores
responsáveis pela minha formação, e
à minha esposa e melhor amiga.
Com carinho dedico.
AGRADECIMENTOS
Tendo a consciência de que eu sozinho não poderia ter realizado tudo isso,
Eu agradeço a Deus, por todos os momentos de inspiração, e à minha família, meus pais,
Erivaldo e Neide, e ao meu irmão Fagner, pela dedicação, cuidado e apoio que recebi durante
todo o caminho percorrido até aqui, e pela compreensão do convívio algumas vezes
sacrificado para a realização deste trabalho.
Agradeço de maneira muito especial à minha esposa Josiane por todo o companheirismo,
compreensão, carinho, e constantes apoio e incentivo.
Agradeço à Profa. Dra. Maria Fernanda Pimentel, antes de tudo, por ter me dado a
oportunidade de receber sua orientação, e por todas as discussões, conselhos e incentivo que
foram essenciais para o meu desenvolvimento acadêmico e pessoal.
Agradeço à minha co-orientadora Profa. Dra. Fernanda Honorato por todas as contribuições,
pelas discussões e apoio, que foram fundamentais.
Agradeço ao Prof. Dr. Jose Manuel Amigo pela valiosa co-orientação que recebi durante o
período sanduíche na Universidade de Copenhague, Dinamarca.
Agradeço ao Dr. Márcio Rebouças que foi fundamental para a inicialização deste trabalho.
Agradeço à M.ª Ana Rosa, à Dra. Daniela Domingos e ao M.e Márcio Borges, por todo o
suporte dado pelo laboratório de controle de qualidade da empresa parceira em um dos
projetos.
This thesis describes two works in which the NIR spectroscopy and chemometrics were
employed in the development of methodologies for analyzing fuel. The first addresses the
calibration transfer from a benchtop NIR spectrometer to a handheld NIR. Virtual standards
were created by mathematically mixing spectra of pure components present in gasoline and
diesel/biodiesel blends. The virtual standards were used as transfer samples for the reverse
standardization (RS) method. Partial least squares regression (PLS) models were built for
five quality parameters of gasoline and one of D/B blends. The RMSEP values obtained after
the standardization approaches were equivalent to the reproducibility of the reference
methods for most parameters. The methodology demonstrated the feasibility of transferring
gasoline or D/B blend spectra acquired with a high-resolution benchtop instrument to a
handheld NIR using virtual standards as transfer samples. The second work addresses the
compounding process of automotive gasoline from hydrocarbon streams derived from the
cracking process of naphtha. The main purpose of the work was to develop a NIR-based off-
line simulator of octane number in automotive gasoline employing chemometrics in order to
optimize the compounding process. Spectra were recorded using two instruments, a
benchtop FT-NIR and a handheld NIR. PLS regression models were developed and validated
to estimate the octane number from the simulated NIR spectra for potential formulations of
gasolines. The comparison between the octane number predictions from the simulated
spectra, the experimental spectra and, also, the reference values, at different times over 2
years of production, showed that the simulations were able to provide reliable predicted
values. This work found out that the NIR spectra obtained both spectrometers provided
similar results, confirming the potential for using portable instruments as a supplementary
optimization tool. The developed octane simulator (NIRSIM) has an excellent potential for
use in the automotive gasoline compounding processes.
Figura 1. (A) Bandas sobrepostas, (B) primeira derivada e (C) segunda derivada.
(Fonte: BRERETON, 2003 [56]) ................................................................................. 37
Figura 2. Esquema do procedimento matemático para criação dos padrões virtuais
(acima) e transformação da matriz de componentes químicos puros por SVD
(abaixo)......................................................................................................................... 54
Figura 3. Espectros brutos das amostras de gasolina adquiridos nos instrumentos
primário e secundário para as amostras de gasolina (a.) e misturas diesel/biodiesel
(b.)................................................................................................................................. 58
Figura 4. Espectros brutos dos componentes químicos puros presentes na
composição da gasolina e misturas diesel/biodiesel, adquiridos nos instrumentos
primário (a.) e secundário (b.)...................................................................................... 59
Figura 5. Espectros brutos para todas as amotras de gasolina (a.) e de misturas
diesel/biodiesel (b.) adquiridos nos instrumentos primário e secundário na faixa de
11000 a 6000 cm-1......................................................................................................... 60
Figura 6. Coeficientes de regressão dos modelos PLS do teor de biodiesel
desenvolvidos no instrumento primário (a.) e secundário (b.) para a região espectral
completa........................................................................................................................ 61
Figura 7. Espectros brutos para os 12 componentes químicos puros adquiridos com
os instrumento primário (a.) e secundário (b.)............................................................... 62
Figura 8. Região de segundo sobretom de ligações C-H para os espectros pré-
processados com SNV para todas as amostras de gasolina (a.) e diesel/biodiesel (b.).
A região de segundo sobretom nos espectros dos componentes puros é mostrada em
(c.) e (d.)........................................................................................................................ 63
Figura 9. Gráficos de valores preditos vs. referência para os modelos PLS
construídos no instrumento primário e secundário na região de segundo sobretom de
estiramentos de ligações C-H. As amostras de calibração estão em preto e de
validação em vermelho.................................................................................................. 65
Figura 10. Padrões virtuais (verde) sobrepostos aos respectivos espectros
experimentais de gasolina (a,b) e misturas diesel/biodiesel (c,d) para o instrumento
primário (laranja) e secundário (azul)............................................................................ 70
Figura 11. Comportamento dos valores de RMSEP em relação ao número de padrões
após realizar o método de padronização reversa (RS) utilizando padrões
experimentais. VL = Variável Latente; Repro: Reprodutibilidade do método de
referência; RMSEPP e RMSEPS = Valores de RMSEP atingidos pelos modelos PLS
construídos no instrumento primário (linha laranja) e secundário (linha azul),
71
respectivamente.............................................................................................................
Figura 12. Valores preditos para os espectros de validação (vermelho) adquiridos no
instrumento secundário, pelos modelos PLS construídos com os espectros do
instrumento primário (preto)......................................................................................... 73
Figura 13. Gráfico de referência vs. valores preditos antes (esquerda) e após (direita)
a correção SBC para os parâmetros T10, T50 e densidade. As 5 amostras utilizadas
para realizar a correção estão circuladas nos gráficos. As amostras de calibração estão
em preto e de valiração em vermelho............................................................................ 75
Figura 14. Espectros NIR das repetições em triplicata para a gasolina formulada em
laboratório pelos analistas A e B. (a.) Espectros brutos e (b.) derivativos (1ª derivada
com polinômio de 2º grau e janela de suavização de 3 pontos).................................... 77
Figura 15. Análise de componentes principais das repetições da gasolina M1
formulada em laboratório.............................................................................................. 78
Figura 16. Comparação entre os espectros das amostras de gasolina formuladas em
laboratório (M1-M4) e os espectros simulados (S1-S4) a partir dos espectros de três
correntes de hidrocarbonetos (T1-T3)........................................................................... 80
Figura 17. Análise de componentes principais dos espectros experimentais (M) e
simulados (S) de quatro gasolinas formuladas em laboratório..................................... 81
Figura 18. Espectros brutos das gasolinas e das correntes de hidrocarbonetos
coletadas de 2015 a 2017 e analisadas no espectrometro de bancada e no
ultracompacto................................................................................................................ 82
Figura 19. Espectros pré-processados das gasolinas coletados no espectrômetro de
bancada (a.) e ultracompacto (b.). As cores azul e vermelho representam
respectivamente as gasolinas do tipo 1 e 2..................................................................... 83
Figura 20. Análise de componentes principais dos espectros de gasolina automotiva
adquiridos no espectrômetro de bancada. As cores azul e vermelho representam
respectivamente as gasolinas do tipo 1 e 2..................................................................... 84
Figura 21. Análise de componentes principais dos espectros de gasolina automotiva
adquiridos no espectrômetro ultracompacto. As cores azul e vermelho representam
respectivamente as gasolinas do tipo 1 e 2.................................................................... 85
Figura 22. Comparação entre os espectros experimentais (vermelho) e as estimativas
geradas pelos modelos CLS (sobrepostas em azul) no espectrômetro de bancada........ 87
Figura 23. Comparação entre os espectros experimentais (vermelho) e as estimativas
geradas pelos modelos CLS (sobrepostas em azul) no espectrômetro ultracompacto.... 88
Figura 24. Espectros do NIR de bancada de gasolinas Tipo 1 adquiridos do histórico
de dados da companhia (preto) e coletados no período de 2015 a 2017 (azul)............. 90
Figura 25. Modelo de regressão PLS para o parâmetro de octanagem MON, após
atualização do modelo. (a.) Conjunto de calibração atual (azul) e do histórico (preto).
(b.) Conjunto de calibração (preto) e previsão (vermelho) após atualização do
modelo. (c.) Gráfico dos resíduos para amostras de calibração (preto) e previsão
(vermelho). (d.) Gráfico dos escores para a importância das variáveis na projeção...... 92
Figura 26. Modelo de regressão PLS para o parâmetro de octanagem RON, após
atualização do modelo. (a.) Conjunto de calibração atual (azul) e do histórico (preto).
(b.) Conjunto de calibração (preto) e previsão (vermelho) após atualização do
modelo. (c.) Gráfico dos resíduos para amostras de calibração (preto) e previsão
(vermelho). (d.) Gráfico dos escores para a importância das variáveis na
projeção......................................................................................................................... 92
Figura 27. Modelo de regressão PLS para o parâmetro de octanagem IAD, após
atualização do modelo. (a.) Conjunto de calibração atual (azul) e do histórico (preto).
(b.) Conjunto de calibração (preto) e previsão (vermelho) após atualização do
modelo. (c.) Gráfico dos resíduos para amostras de calibração (preto) e previsão
(vermelho). (d.) Gráfico dos escores para a importância das variáveis na projeção....... 93
Figura 28. Modelos de regressão PLS desenvolvidos no NIR de bancada para os
parâmetros de octanagem MON, RON e IAD. (a., b. e c.) Gráfico dos resíduos; (d.,
e. e f.) Gráfico dos valores preditos vs. referência; (g., h. e i.) Gráfico dos escores
para a importância das variáveis na projeção; para MON, RON e IAD,
respectivamente. Amostras de calibração (preto) e previsão (vermelho)....................... 95
Figura 29. Modelos de regressão PLS desenvolvidos no NIR ultracompacto para
parâmetros de octanagem MON (esquerda) e RON (direita). (a., b. e c.) Gráfico dos
resíduos; (d., e. e f.) Gráfico dos valores preditos vs. referência; (g., h. e i.) Gráfico
dos escores para a importância das variáveis na projeção; para MON, RON e IAD,
respectivamente. Amostras de calibração (preto) e previsão (vermelho)....................... 96
Figura 30. Diagrama de fluxo para o funcionamento do simulador de octanagem
NIRSIM......................................................................................................................... 102
Figura 31. Interface gráfica do simulador de octanagem NIRSIM para gasolina
automotiva..................................................................................................................... 103
Figura 32. Simulação de octanagem para gasolinas do Tipo 1 utilizando espectros de
correntes de hidrocarbonetos adquiridos no NIR de bancada........................................ 104
Figura 33. Simulação de octanagem para gasolinas do Tipo 2 utilizando espectros de
correntes de hidrocarbonetos adquiridos no NIR de bancada. (--- Limite máximo para
a faixa de calibração do modelo PLS para o parâmetro de octanagem MON).............. 105
Figura 34. Simulação de octanagem para gasolinas do Tipo 2 utilizando espectros de
correntes de hidrocarbonetos adquiridos no NIR ultracompacto. (--- Limite máximo
para a faixa de calibração do modelo PLS para o parâmetro de octanagem RON)....... 106
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Figuras de mérito para os modelos PLS construídos com a faixa espectral
completa e com a região de segundo sobretom............................................................ 63
Tabela 2. Figuras de mérito para os modelos PLS construídos na região de segundo
sobretom após seleção de variáveis.............................................................................. 66
Tabela 3. Reprodutibilidades dos métodos de referência............................................ 67
Tabela 4. Figuras de mérito após realizar a padronização reversa utilizando padrões
experimentais ou padrões reais.................................................................................... 72
Tabela 5. Comparação entre os modelos PLS para prever octanagem em gasolinas
do Tipo 1, antes e depois da atualização....................................................................... 91
Tabela 6. Comparação entre os modelos PLS para prever parâmetros de octanagem
em gasolinas do Tipo 2................................................................................................ 93
Tabela 7. Comparação entre os valores de octanagem do método de referencia e
previsões PLS a partir de espectros experimentais e simulados................................... 97
Tabela 8. Previsões PLS (NIR de bancada) dos valores de octanagem nos espectros
simulados para as variações nas proporções das correntes de hidrocarbonetos .......... 100
Tabela 9. Previsões PLS (NIR ultracompacto) dos valores de octanagem nos
espectros simulados para as variações nas proporções das correntes de
hidrocarbonetos............................................................................................................ 101
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Brasil ....................................................................................................... 21
(PMQC) .................................................................................................. 46
ultracompacto .......................................................................................... 66
laboratório ................................................................................................ 76
4.2.1.1 VARIABILIDADE ESPECTRAL PARA REPETIÇÕES DE UMA
1 INTRODUÇÃO
para uma série de parâmetros físico-químicos que têm impacto direto nas propriedades
desses combustíveis. Dessa forma, os limites de especificação destes parâmetros garantem a
qualidade adequada para promover o desempenho desejado nos motores automotivos e
atingir os níveis estabelecidos de emissão de poluentes.
De acordo com a ANP, as análises dos parâmetros de qualidade da gasolina e do óleo
diesel combustível devem seguir métodos normalizados estabelecidos pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e pela American Society for Testing and Materials
(ASTM) [7]. Esses métodos envolvem várias técnicas analíticas que, apesar de serem
métodos bem estabelecidos e com desempenhos comprovados, em sua maioria são
demorados, consomem quantidades consideráveis de reagentes e exigem que a amostra seja
transportada até o laboratório. Esses fatores, entre outros, estimulam o interesse pelo
desenvolvimento de métodos analíticos alternativos potencialmente viáveis para
determinação destes parâmetros.
A aplicação de espectrômetros de infravermelho próximo (NIR) de bancada para
determinar parâmetros de qualidade da gasolina e misturas diesel/biodiesel (d/b) já é muito
bem estabelecida e está descrita em diversos trabalhos na literatura [3,8-18]. Por outro lado,
a utilização dos espectrômetros NIR portáteis de baixo custo para desempenhar essa tarefa
em campo é pouco frequente.
um pouco mais complexa e alguns desafios precisam ser alcançados durante a utilização dos
padrões virtuais.
Dessa forma, tornar este procedimento viável significa evitar questões
inconvenientes relacionadas ao transporte e armazenamento de amostras reais de
combustíveis. Até o presente momento, não foram encontrados na literatura trabalhos
envolvendo a aplicação de técnicas de transferência de calibração, seja utilizando amostras
de transferência reais ou virtuais, para transferir modelos de calibração multivariada, de
parâmetros de gasolina e misturas diesel/biodiesel, de equipamentos NIR de bancada para
NIR portáteis.
1.2 Objetivos
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Correlation Analysis – CCA) e realizaram uma comparação com o método PDS para
transferir modelos de calibração PLS do teor de nitrogênio total em tabaco entre dois
espectrômetros FT-NIR de marcas diferentes.
Os trabalhos envolvendo aplicação em combustíveis também são publicados com
bastante frequência. Em um trabalho abordando a determinação de parâmetros de qualidade
da gasolina (nafitênicos e RON), Pereira et al. [26] realizou uma comparação do desempenho
de sete diferentes métodos (DS, PDS, OSC, Reverse Standardization - RS, Piecewise
Reverse Standardization - PRS, SBC e Model Update - MU) na transferência de calibração
entre três espectrômetros FT-NIR, de duas marcas diferentes. Amat-Tosello et al. [23]
utilizaram outro método de padronização, External Parameter Orthogonalisation - EPO,
para transferir calibração entre quatro analisadores portáteis de combustíveis na região do
NIR em um trabalho abordando a determinação dos indicadores de desempenho da gasolina
RON e MON por regressão PLS.
O trabalho de Galvão et al. [36] propõe um método de transferência de calibração
envolvendo variáveis individuais e compara-o com a técnica PDS, para uso em
equipamentos de infravermelho próximo dedicados para determinação de massa específica,
RON e naftênicos em gasolina. Lira et al. [37] empregaram a técnica DS em espectros de
infravermelho próximo e médio para prever parâmetros de qualidade em misturas
diesel/biodiesel por regressão PLS, com resultados comparáveis com a calibração completa
do equipamento. A técnica de correção multiplicativa de sinal foi utilizada por Kramer et al.
[38] para padronizar espectros NIR de dois espectrômetros, sem utilizar amostras de
transferência, na determinação de densidade em combustíveis de aviação.
Em contrapartida, poucos trabalhos relataram métodos de transferência de calibração
de equipamentos de bancada para equipamentos portáteis. As metodologias descritas nesses
trabalhos são aplicadas nos campos agroalimentar, monitoramento on-line industrial,
bioenergia e fármacos, em que o método de padronização direta por partes é o mais utilizado.
Este método é utilizado no trabalho de Krapf et al. [39] para transferir a calibração entre um
instrumento de laboratório e um analisador on-line de processo no monitoramento in situ da
digestão anaeróbica de culturas energéticas e resíduos pecuários, utilizando a espectroscopia
NIR e regressão PLS.
Os métodos SBC, Transferência por Projeções Ortogonais (TOP) e o PDS, foram
utilizados por Salguero-Chaparro et al. [40] em um trabalho que aborda a utilização de
dispositivos portáteis na região do NIR para o monitoramento on-line industrial. Foram
31
(SBCP) para corrigir valores preditos por modelos PLS entre instrumentos NIR. Uma vez
que os padrões virtuais são obtidos a partir de um determinado instrumento, seus
equivalentes também podem ser reconstruídos em um segundo equipamento com base
apenas em uma matriz de composição e nos espectros dos solventes adquiridos no novo
equipamento. Esse procedimento é descrito em detalhes no tópico 3.1.5.1. Porém, todos os
instrumentos envolvidos nos trabalhos de Cooper e colaboradores são idênticos, analisadores
portáteis de combustível (FUELex NIR, Bruker Optics, The Woodlands, TX, USA) com
detector de arranjo de diodo de InGaAs de 512 elementos e resolução de 3 nm. A técnica de
padronização dos valores preditos utilizada geralmente funciona com sucesso em casos em
que as medidas no novo equipamento apresentam pequenas diferenças [16].
No caso do FT-NIR de bancada e do NIR ultracompacto, empregados neste trabalho
de tese, que apresentam configurações instrumentais e características espectrais bastante
diferentes, é necessário realizar uma padronização das respostas espectrais e a padronização
direta (DS) é a técnica mais utilizada.
Ef = hν (2.1)
c
ν= (2.2)
λ
𝒄 = 𝑹𝒃 (2.3)
𝒓 = 𝒓̃ + 𝜶 (2.5)
𝒓 = 𝒓̃ + 𝜶 + 𝜷𝒙 (2.6)
(𝒓𝒊 −𝒓̅𝒊 )
𝑺𝒊 = (2.7)
𝝈𝒊
𝒓𝒐𝒓𝒊𝒈 −𝒃𝟎 𝒆
𝒓𝒄𝒐𝒓𝒓 = = 𝒓𝒓𝒆𝒇 + 𝒃 (2.9)
𝒃𝒓𝒆𝒇,𝟏 𝒓𝒆𝒇,𝟏
37
onde, 𝒓𝒐𝒓𝒊𝒈 é o espectro original, 𝒓𝒓𝒆𝒇 é o espectro utilizado como referência para todos os
espectros originais, 𝒆 é o resíduo da modelagem de 𝒓𝒐𝒓𝒊𝒈 , 𝒓𝒄𝒐𝒓𝒓 é o espectro corrigido, e, 𝒃𝟎
e 𝒃𝒓𝒆𝒇,𝟏 são os coeficientes linear e angular, respectivamente, calculados para cada 𝒓𝒐𝒓𝒊𝒈 .
As funções derivativas [56], por sua vez, geralmente são utilizadas para remover
variações de linha de base e aumentar a resolução de dados espectrais, melhorando a
distinção entre bandas sobrepostas, como mostra o exemplo da Figura 1.
A B C
Figura 1. (A) Bandas sobrepostas, (B) primeira derivada e (C) segunda derivada. (Fonte:
BRERETON, 2003 [56]).
variância dos coeficientes de regressão (𝒃) do modelo PLS para cada variável, é calculada
da seguinte forma:
𝒋 𝑵−𝟏
𝒔𝟐 𝒃 = [∑𝒋=𝟏(𝒃 − 𝒃𝒋 )𝟐 ] [ ] (2.10)
𝑵
amostras é selecionado toda vez que a distância calculada, 𝒅𝒓𝒚 (𝒑, 𝒒), é maior que todas as
que foram calculadas nas interações anteriores, garantindo que as amostras do conjunto de
calibração descrevem de forma representativa todo o conjunto de dados.
A distância 𝒅𝒓𝒚 (𝒑, 𝒒) é a soma das distâncias Euclidianas em 𝑹 e 𝒚 divididas pelo
máximo valor, como mostra a Equação 2.11.
𝒅𝒓 (𝒑,𝒒) 𝒅𝒚 (𝒑,𝒒)
𝒅𝒓𝒚 (𝒑, 𝒒) = 𝒎𝒂𝒙 + 𝒎𝒂𝒙 ; 𝒑, 𝒒 ∊ [𝟏, 𝑵] (2.11)
𝒑,𝒒∊[𝟏,𝑵] 𝒅𝒓 (𝒑,𝒒) 𝒑,𝒒∊[𝟏,𝑵] 𝒅𝒚 (𝒑,𝒒)
O método dos mínimos quadrados clássicos (Classical Least Squares) [52] pode ser
utilizado quando o sistema estudado obedece uma relação linear entre os vetores de medidas
e a concentração, como por exemplo a relação estabelecida pela Lei de Beer, em que a
absorbância espectral em um determinado comprimento de onda é proporcional à
concentração do componente químico. Além disso, o método CLS considera que a resposta
de um instrumento para uma mistura de componentes é igual à soma das respostas deste
instrumento para os componentes puros da mistura. Assim, a notação matricial para os
métodos clássicos de calibração multivariada (CLS) tem a forma da Equação 2.12:
𝑹 = 𝑪𝑺 (2.12)
Então, a Equação 2.15 pode ser utilizada para prever as concentrações dos
componentes em novas amostras (espectros) desconhecidas que contém os mesmos
̂
componentes. Também é possível reconstruir a estimativa dos espectros das misturas 𝑹
̂ , calculada na Equação 2.15, pela matriz dos
multiplicando a matriz de concentrações 𝑪
espectros dos componentes puros S:
𝑹 ̂𝑺
̂=𝑪 (2.16)
𝒚 = 𝑼𝒃 (2.17)
As colunas que compõem a matriz 𝑼 são combinações lineares das colunas da matriz
𝑹. A matriz 𝑼 é calculada com base em ambas as matrizes, 𝑹 e 𝒚, da seguinte forma:
𝑹 = 𝑼𝑺𝑽𝑻 (2.18)
𝑼 = 𝑹𝑽𝑺−𝟏 (2.19)
41
A Equação 2.17 pode, então, ser resolvida para o vetor 𝒃 (utilizando-se também a
propriedade ortonormal de 𝑼), estabelecendo-se a regressão, como mostra a Equação 2.20:
̂ = 𝑼𝑻 𝒚
𝒃 (2.20)
Um novo vetor de escores (𝒖𝒅𝒆𝒔𝒄 ) pode ser calculado a partir de um vetor de medidas
de amostras desconhecidas (𝒓𝒅𝒆𝒔𝒄 ) e das matrizes 𝑽 e 𝑺, estabelecidas pela regressão:
𝒚 ̂
̂ = 𝒖𝒅𝒆𝒔𝒄 𝒃 (2.22)
𝑵𝒄𝒂𝒍 (𝒚
∑𝒊=𝟏 ̂𝒊 −𝒚𝒊 )𝟐
𝑹𝑴𝑺𝑬𝑪 = √ (2.24)
(𝑵𝒄𝒂𝒍 −𝐴−𝟏)
onde, 𝑦̂ é o valor predito para o seu respectivo valor de referência (𝑦), 𝑵𝒄𝒂𝒍 é o número de
amostras de calibração, e 𝐴 o número de variáveis latentes.
Na etapa de validação interna, utilizando a técnica de validação cruzada Venetian
Blinds para calcular o número ideal de variáveis latentes, o conjunto de dados com n
amostras é dividido em s subconjuntos e o número de subconjuntos deve ser menor que n/2.
Cada conjunto de teste é determinado começando da amostra 1 e selecionando as próximas
a cada s amostras no conjunto de dados de calibração. Inicialmente, o primeiro conjunto de
amostras é retirado do conjunto e um modelo é construído com as restantes. O modelo é
̂)
aplicado às amostras que foram deixadas de fora e os valores de referência (𝒚) e preditos (𝒚
são comparados. O primeiro subconjunto retorna ao conjunto de calibração e o novo
conjunto é selecionado iniciando da amostra 2. Dessa forma, o procedimento se repete até
que s subconjuntos tenham sido deixados de fora do conjunto de calibração. Com isso, o
̂) para esta etapa é a raiz quadrada do erro médio quadrático de Cross-validation
𝑹𝑴𝑺𝑬(𝒚
[55]. O 𝑹𝑴𝑺𝑬𝑪𝑽 é obtido pela Equação 2.25:
𝑵
𝒄𝒂𝒍 (𝒚
∑𝒊=𝟏 ̂𝑪𝑽,𝒊 −𝒚𝒊 )𝟐
𝑹𝑴𝑺𝑬𝑪𝑽 = √ (2.25)
𝑵𝒄𝒂𝒍
𝑵𝒑𝒓𝒆𝒅
∑𝒊=𝟏 ̂𝒊 −𝒚𝒊 )𝟐
(𝒚
𝑹𝑴𝑺𝑬𝑷 = √ (2.26)
𝑵𝒑𝒓𝒆𝒅
O teste estatístico de Fischer (Teste F) [60,61] pode ser utilizado para testar hipóteses
sobre a relação entre variâncias populacionais, utilizando a Equação 2.27:
𝒔𝟐𝑨 𝝈𝟐𝑨
𝑭𝒄𝒂𝒍𝒄 (2.27)
𝒔𝟐𝑩 𝝈𝟐𝑩
onde, 𝒔𝟐𝑨 e 𝒔𝟐𝑨 são as variâncias amostrais e 𝝈𝟐𝑨 e 𝝈𝟐𝑨 as variâncias populaciconais.
Em um caso particular, pode ser testada a possibilidade de as duas variâncias
𝝈𝟐𝑨
populacionais serem idênticas, ou seja, no caso em que a razão é igual a 1. Nesse caso, é
𝝈𝟐𝑩
necessário testar a hipótese nula em que as variâncias amostrais 𝒔𝟐𝑨 e 𝒔𝟐𝑩 são estimativas da
mesma variância populacional. Assim o teste F pode ser realizado obtendo-se o valor de F
calculado de acordo com a Equação 2.28:
𝒔𝟐
𝑭𝒄𝒂𝒍𝒄 = 𝒔𝟐𝑨 (2.28)
𝑩
𝑵𝒑
∑𝒊=𝟏(𝒚
̂𝒊 −𝒚𝒊 )
𝒃𝒊𝒂𝒔 = (2.29)
𝑵𝒑𝒓𝒆𝒅
A avaliação da significância estatística do bias dos modelos PLS pode ser realizada
utilizando o teste t de student, de acordo com a norma ASTM E 1655-05 [62]. Nesse caso o
cálculo do 𝒕 envolve o desvio padrão dos erros de validação (SDV - standard deviation of
validation). O SDV e o valor de 𝒕 são calculados pelas equações 2.30 e 2.31:
44
𝐵𝑖𝑎𝑠1 −𝐵𝑖𝑎𝑠2
𝑡𝑐𝑎𝑙𝑐 = 1 1
(2.33)
𝑆𝑐 √ +
𝑁𝑝𝑟𝑒𝑑 1 𝑁𝑝𝑟𝑒𝑑 2
e comparado com o valor de 𝒕 crítico com 𝑁𝑝𝑟𝑒𝑑 1 + 𝑁𝑝𝑟𝑒𝑑 2 − 2 graus de liberdade. Porém,
caso as variâncias sejam significativamente diferentes, ou seja, os dois conjuntos de amostras
possuam desvios padrões diferentes, a utilização de uma estimativa conjunta do desvio
padrão não é adequada. Nesse caso, o teste é realizado utilizando as equações 2.34 e 2.35,
para o cálculo do 𝒕 e do número de graus de liberdade, 𝑣:
𝐵𝑖𝑎𝑠1 −𝐵𝑖𝑎𝑠2
𝑡𝑐𝑎𝑙𝑐 = (2.34)
𝑆𝐷𝑉2
1 + 𝑆𝐷𝑉2
2
√
𝑁𝑝𝑟𝑒𝑑 1 𝑁𝑝𝑟𝑒𝑑 2
45
𝑆𝐷𝑉2 2 2
( 1 + 𝑆𝐷𝑉2 )
𝑁𝑝𝑟𝑒𝑑 1 𝑁𝑝𝑟𝑒𝑑 2
𝑣= 2 2 (2.35)
𝑆𝐷𝑉2
1 ) 𝑆𝐷𝑉2
2 )
( (
𝑁𝑝𝑟𝑒𝑑 1 𝑁𝑝𝑟𝑒𝑑 2
+
𝑁𝑝𝑟𝑒𝑑 1 +1 𝑁𝑝𝑟𝑒𝑑 2 +1
são usados na padronização ao invés dos valores originais. Uma vez que a matriz F foi
calculada, basta multiplicá-la pelo espectro de uma nova amostra adquirido no instrumento
secundário para corrigi-lo.
O método de Padronização Reversa (Reverse Standardization - RS) envolve os
mesmos procedimentos matemáticos usados no DS, porém, corrige os espectros do
equipamento primário, 𝑹𝒑 , de forma que eles se tornem semelhantes aos espectros do
equipamento secundário, 𝑹𝒔 . Então, um novo modelo é desenvolvido com os espectros
corrigidos e aplicado diretamente aos espectros secundários originais. Este procedimento é
bastante flexível uma vez que permite a detecção de outliers e seleção de variáveis nos novos
modelos construídos após a padronização [26,66].
De acordo com o histórico fornecido pela ANP [6], a redução no número de não
conformidades entre as amostras de gasolina coletadas pelo PMQC caiu de 7.098 em 2001
(três anos após o início do programa) para 1.094 em 2010. E isso ocorreu ao mesmo tempo
em que aumentou o número de amostras coletadas pelo programa. Em 2010, as principais
não conformidades encontradas nas amostras de gasolina estavam relacionadas ao teor de
etanol e a destilação. Nas amostras de óleo diesel o percentual de não conformidade caiu de
6,5% em 2001 para 3,6% em 2010. Neste último ano (2010) o teor de biodiesel ainda foi
responsável por 1,1% das amostras. Em 2016, o índice de conformidade no mês de dezembro
atingiu 98,6% nas amostras de gasolina, com o teor de etanol e a destilação sendo
responsáveis respectivamente por 46% e 35% das não conformidades. Este índice para o
mesmo mês foi de 95,7% nas amostras de óleo diesel, com o teor de biodiesel sendo de longe
o maior responsável, com 40% das não conformidades [67].
Os parâmetros físico-químicos da qualidade para a gasolina comum (ANEXO 1) e
óleo diesel (ANEXO 2), monitorados pelo PMQC, são atualmente especificados pelas
resoluções ANP Nº 30 de 29/06/2015 e ANP Nº 30 de 23/06/2016, respectivamente.
No presente trabalho, foram modelados oito parâmetros de qualidade da gasolina, as
temperaturas de destilação a 10%, 50%, 90% de evaporado e no ponto final de ebulição
(TPF), a massa específica a 20ºC, Índice Antidetonante (IAD), MON (Motor Octane
Number) e RON (Research Octane Number). Para as misturas diesel/biodiesel, apenas o teor
de biodiesel foi modelado.
47
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1.1 Instrumentação
O conjunto de dados foi composto por 103 amostras de gasolina automotiva tipo C e
130 misturas diesel/biodiesel, coletadas nos estados de Pernambuco, Sergipe e Alagoas. As
103 amostras de gasolina e 49 misturas diesel/biodiesel (óleo diesel B7) foram fornecidas
pelo Programa de Monitoramento da Qualidade de Combustíveis, regulamentado pela
Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Além disso, diesel e biodiesel
puros foram fornecidos pela distribuidora Dislub Combustíveis LTDA. As 81 amostras de
diesel/biodiesel restantes foram obtidas adicionando diferentes volumes de biodiesel ao
diesel puro e às amostras de diesel/biodiesel B7, a fim de produzir misturas com teor de
biodiesel menor e maior que 7% v/v, respectivamente. Portanto, a faixa do teor de biodiesel
observada nas 130 misturas diesel/biodiesel foi de 1% a 9,9% v/v.
50
𝐅𝒋 = 𝐗 𝒋 𝛃𝒋 + 𝛆 (3.3)
53
Uma vez que a matriz 𝛃𝒋 foi determinada com base nos espectros do instrumento
primário, o segmento 𝒋 dos padrões virtuais para o instrumento secundário podem ser obtidos
da mesma forma multiplicando a matriz 𝐂𝒋,𝒔 obtida a partir dos espectros dos componentes
puros do instrumento secundário pela mesma matriz 𝛃𝒋 obtida na Equação 3.6, como
mostrado abaixo:
𝐒𝒋,𝒔 = 𝐂𝒋,𝒔 𝛃𝒋 (3.6)
Então, os padrões virtuais para o instrumento primário e secundário são obtidos pela
concatenação de todos os segmentos, 𝐒𝒋 e 𝐒𝒋,𝒔 , obtidos nas Equações 3.7 e 3.8,
respectivamente:
𝐒 = [𝐒𝟏 … 𝐒𝒋 ] (3.7)
𝐒𝒔 = [𝐒𝟏,𝐬 … 𝐒𝒋,𝒔 ] (3.8)
Em que, 𝐒 e 𝐒𝒔 são matrizes cujo número de colunas é igual ao número de padrões virtuais.
54
Figura 2. Esquema do procedimento matemático para criação dos padrões virtuais (acima)
e transformação da matriz de componentes químicos puros por SVD (abaixo).
55
3.2.1 Instrumentação
3.2.2 Amostras
3.2.2.1 GASOLINAS
O banco de dados históricos foi composto por 804 espectros NIR de gasolina (todos
adquiridos no NIR de bancada entre os anos de 2001 e 2014). Após o início do projeto, foram
analisadas 259 amostras de gasolina automotiva tipo A (206 do Tipo 1 e 53 do Tipo 2) no
NIR de bancada e 170 amostras de gasolina automotiva tipo A (111 do Tipo 1 e 59 do Tipo
2) no NIR ultracompacto. Além disso, no instrumento ultracompacto, também foram
adquiridos 18 espectros de gasolinas que foram formuladas em laboratório utilizando
correntes de hidrocarbonetos coletadas na linha de produção. Para realizar essas formulações
foram utilizadas proporções das correntes com base no histórico de produção.
Entre os anos de 2015 e 2017, foram coletadas amostras das diferentes correntes de
hidrocarbonetos normalmente utilizadas na formulação da gasolina. No NIR de bancada
foram analisadas no total 57 amostras de correntes de hidrocarbonetos (16 - corrente de
hidrocarbonetos pesados; 21 - corrente de hidrocarbonetos intermediários; 14 - corrente de
hidrocarbonetos leves e 6 - corrente de hidrocarbonetos aromáticos) e no NIR ultracompacto
42 amostras foram analisadas (12 - corrente de hidrocarbonetos pesados; 14 - corrente de
hidrocarbonetos intermediários; 10 - corrente de hidrocarbonetos leves e 6 - corrente de
hidrocarbonetos aromáticos). Na discussão dos resultados, essas correntes são
respectivamente chamadas de T1, T2, T3 e T4.
3.3 Softwares
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Primário
Secundário
Figura 3. Espectros brutos das amostras de gasolina adquiridos nos instrumentos primário e
secundário para as amostras de gasolina (a.) e misturas diesel/biodiesel (b.).
59
Nos espectros de gasolina (Figura 5a), a banda de formato alargado na região de 7000
a 6100 cm-1, que corresponde ao primeiro sobretom do grupamento O-H do etanol presente
na gasolina brasileira, aparece sobreposta com as bandas de primeiro sobretom das
combinações de estiramento C-H (em torno de 7150 cm-1). Além disso, as bandas de segundo
sobretom de estiramento C-H nos grupamentos CH, CH2 e CH3 podem ser observadas entre
9000 e 7800 cm-1. Esses grupamentos estão essencialmente presentes nas cadeias de carbono
das substâncias que compõem a gasolina. Nos espectros das misturas diesel/biodiesel,
também mostrados na Figura 5, os primeiros sobretons das bandas de combinação (7500 a
6500 cm-1) e os segundos sobretons (9000 a 7600 cm-1) das ligações C-H são também
observados. A absorção devido ao quarto sobretom de estiramento do grupo C=O ocorre
60
Primário
Secundário
Primário Secundário
Figura 8. Região de segundo sobretom de ligações C-H para os espectros pré-processados
com SNV para todas as amostras de gasolina (a.) e diesel/biodiesel (b.). A região de segundo
sobretom nos espectros dos componentes puros é mostrada em (c.) e (d.).
Tabela 1. Figuras de mérito para os modelos PLS construídos com a faixa espectral completa
e com a região de segundo sobretom.
Região de Segundo sobretom de
Faixa espectral completa
ligações C-H
Parâmetro* VL R2 RMSEP bias VL R 2
RMSEP bias
T10 (ºC) 4 0,80 0,4 -0,22** 4 0,80 0,4 -0,20**
T50 (ºC) 4 0,96 0,5 0,062 4 0,96 0,4 0,024
Bancada
Figura 9. Gráficos de valores preditos vs. referência para os modelos PLS construídos no
instrumento primário e secundário na região de segundo sobretom de estiramentos de
ligações C-H. As amostras de calibração estão em preto e de validação em vermelho.
66
4.1.2 Avaliação do efeito da seleção de variáveis no desempenho dos modelos PLS na região
de segundo sobretom, para os instrumentos de bancada e ultracompacto.
4.1.3 Comparação dos modelos PLS entre os dois instrumentos e com os métodos de
referência.
Figura 10. Padrões virtuais (verde) sobrepostos aos respectivos espectros experimentais de
gasolina (a,b) e misturas diesel/biodiesel (c,d) para o instrumento primário (laranja) e
secundário (azul).
Repro: 4,1ºC
Figura 11. Comportamento dos valores de RMSEP em relação ao número de padrões após
realizar o método de padronização reversa (RS) utilizando padrões experimentais. VL =
Variável Latente; Repro: Reprodutibilidade do método de referência; RMSEPP e RMSEPS
= Valores de RMSEP atingidos pelos modelos PLS construídos no instrumento primário
(linha laranja) e secundário (linha azul), respectivamente.
No caso dos padrões virtuais, o número de espectros selecionados foi sempre igual
ao número de amostras do conjunto de calibração de cada modelo. Pois, nesse caso, quanto
maior o número de padrões virtuais menor é o RMSEP. Esse número maior de padrões
virtuais, que representa pelo menos 3 vezes o número de padrões experimentais, não
representa uma desvantagem para realizar RS utilizando padrões virtuais. Na verdade, uma
vez que os espectros dos solventes foram adquiridos, o procedimento para calcular os
padrões virtuais é baseado apenas em procedimentos matemáticos, como explica o tópico
3.1.5.1.
As amostras que compõem os conjuntos de calibração e validação externa no método
RS utilizando padrões experimentais são as mesmas no método RS utilizando padrões
virtuais. A Tabela 4 apresenta as figuras de mérito para os valores preditos para os espectros
72
Figura 13. Gráfico de referência vs. valores preditos antes (esquerda) e após (direita) a
correção SBC para os parâmetros T10, T50 e densidade. As 5 amostras utilizadas para
realizar a correção estão circuladas nos gráficos. As amostras de calibração estão em preto e
de validação em vermelho.
76
Figura 14. Espectros NIR das repetições em triplicata para a gasolina formulada em
laboratório pelos analistas A e B. (a.) Espectros brutos e (b.) derivativos (1ª derivada com
polinômio de 2º grau e janela de suavização de 3 pontos).
78
Figura 17. Análise de componentes principais dos espectros experimentais (M) e simulados
(S) de quatro gasolinas formuladas em laboratório.
Figura 18. Espectros brutos das gasolinas e das correntes de hidrocarbonetos coletadas de
2015 a 2017 e analisadas no espectrometro de bancada e no ultracompacto.
comprimentos de onda 9400 e 11300 cm-1 como referência para a linha de base. Para os
espectros do NIR ultracompacto a primeira derivada com polinômio de segunda ordem e
janela de 3 pontos foi a técnica mais adequada. Os espectros pré-processados das gasolinas
para ambos os instrumentos estão apresentados na Figura 19. Além disso, os espectros estão
coloridos de acordo com as gasolinas Tipo 1 e Tipo 2. Para entender um pouco melhor como
esses dois tipos de gasolinas se comportam e o que caracteriza a diferença entre elas, foi
realizada uma análise de componentes principais com os espectros de cada um dos
equipamentos.
a.
b.
Apesar de o NIR ultracompacto possuir uma faixa espectral mais estreita em relação
ao de bancada, as diferenças entre os dois tipos de gasolina também podem ser facilmente
notadas em toda a região de primeiro sobretom das combinações e segundo sobretom dos
estiramentos C-H. Elas são mais pronunciadas na região entre 9000 e 8000 cm-1, como
85
também mostram os loadings de PC1 para a análise de componentes principais realizada nos
espectros do NIR ultracompacto na Figura 21. Portanto, devido a essas diferentes
características espectrais observadas entre os dois tipos de gasolina assim como às diferentes
faixas de octanagem, os modelos PLS discutidos mais adiante foram desenvolvidos
separadamente para cada tipo de gasolina.
4.2.3 Prevendo a formulação a partir dos espectros de gasolinas e das respectivas correntes
de hidrocarbonetos
No caso dos espectros do NIR de bancada, as estimativas dos modelos CLS para as
proporções das correntes de hidrocarbonetos foram bastante semelhantes aos valores reais
no caso das gasolinas que foram formuladas com apenas três correntes. No caso em que
foram utilizadas quatro correntes na formulação, as estimativas foram satisfatórias para
apenas uma das correntes; para as outras 3 os valores estimados apresentaram uma
discrepância alta em relação aos reais. Em relação aos modelos CLS realizados com os
espectros do NIR ultracompacto, para apenas duas das correntes de hidrocarbonetos, as
proporções estimadas foram semelhantes aos valores reais. Para as outras duas correntes e,
principalmente no caso em que foram utilizadas quatro correntes na formulação, as
estimativas foram bastante imprecisas. Tanto as estimativas como os valores reais para as
proporções das correntes utilizadas na produção da gasolina formulada não estão explícitos
aqui devido a questões de confidencialidade.
88
4.2.4 Desenvolvimento dos modelos PLS para prever os valores de octanagem, MON e
RON.
Com a atualização do modelo PLS para gasolinas Tipo 1, a faixa dos valores de
referência para octanagem passou a ser de aproximadamente 7 unidades para MON e 10
unidades para RON. Os espectros pré-processados (de acordo com o que foi descrito
anteriormente), que foram adquiridos do histórico de dados da empresa estão apresentados
na Figura 24.
Tabela 5. Comparação entre os modelos PLS para prever octanagem em gasolinas do Tipo
1, antes e depois da atualização.
Validação cruzada Validação externa
nº nº
VL R2 RMSECV bias R2 RMSEP bias
amostras amostras
MON 171 3 0,14 0,48 -0,00093 - - - -
Antes da
RON 171 2 0,16 0,73 -0,0010 - - - -
atualização
IAD 167 2 0,11 0,33 0,0033 - - - -
MON 568 6 0,81 0,66 -0,0015 256 0,83 0,62 0,014
Após a
RON 567 4 0,85 0,70 0,0021 194 0,85 0,78 0,11
atualização
IAD 568 6 0,88 0,51 3,8x10-6 256 0,86 0,56 0,55
* VL = Variáveis Latentes
Após a atualização, os modelos PLS foram capazes de prever os valores de
octanagem em gasolinas do Tipo 1 com coeficientes de determinação acima de 0,80 e erros
de previsão de no máximo 0,8% em relação às faixas de octanagem modeladas. Com exceção
do bias para a etapa de validação externa do modelo PLS para IAD, com base em um teste t
(de acordo com o recomendado pela norma ASTM E1655-05 [62]), nenhum dos valores de
bias difere significativamente de zero, em um nível de confiança de 95%. A previsão das
amostras de validação externa é apresentada nas Figuras 25b, 26b e 27b, para os modelos
PLS dos parâmetros MON e RON e IAD, respectivamente. Os gráficos de T2 de Hotelling
vs. Q Residual (Figuras 25c, 26c e 27c) não detectaram nenhuma amostra com
comportamento anômalo para esses modelos. As variáveis mais importantes nos modelos
desenvolvidos estão mostradas nos gráficos das Figuras 25d, 26d e 27d. Como já foi
observado durante a análise exploratória dos espectros do NIR de bancada, as regiões
espectrais de primeiro sobretom de ligações C-H (~6000 cm-1) e de combinações de ligações
C-H (5800-4000 cm-1) são as mais importantes para esses modelos. Com isso, a atualização
atingiu uma confiabilidade bastante razoável para que seja possível provar o funcionamento
do simulador para amostras de gasolina do Tipo 1. Porém, esta atualização foi realizada
utilizando espectros adquiridos ao longo de 10 anos, em condições que não são exatamente
as mesmas em que as amostras atuais foram analisadas. Portanto, para poder atribuir a
confiabilidade adequada a nível de implementação em processo, é necessário que o modelo
seja alimentado com amostras atuais que possuam uma faixa de octanagem mais ampla.
92
Figura 25. Modelo de regressão PLS para o parâmetro de octanagem MON, após atualização
do modelo. (a.) Conjunto de calibração atual (azul) e do histórico (preto). (b.) Conjunto de
calibração (preto) e previsão (vermelho) após atualização do modelo. (c.) Gráfico dos
resíduos para amostras de calibração (preto) e previsão (vermelho). (d.) Gráfico dos escores
para a importância das variáveis na projeção.
Figura 26. Modelo de regressão PLS para o parâmetro de octanagem RON, após atualização
do modelo. (a.) Conjunto de calibração atual (azul) e do histórico (preto). (b.) Conjunto de
calibração (preto) e previsão (vermelho) após atualização do modelo. (c.) Gráfico dos
resíduos para amostras de calibração (preto) e previsão (vermelho). (d.) Gráfico dos escores
para a importância das variáveis na projeção.
93
Figura 27. Modelo de regressão PLS para o parâmetro de octanagem IAD, após atualização
do modelo. (a.) Conjunto de calibração atual (azul) e do histórico (preto). (b.) Conjunto de
calibração (preto) e previsão (vermelho) após atualização do modelo. (c.) Gráfico dos
resíduos para amostras de calibração (preto) e previsão (vermelho). (d.) Gráfico dos escores
para a importância das variáveis na projeção.
Figura 28. Modelos de regressão PLS desenvolvidos no NIR de bancada para os parâmetros
de octanagem MON, RON e IAD. (a., b. e c.) Gráfico dos resíduos; (d., e. e f.) Gráfico dos
valores preditos vs. referência; (g., h. e i.) Gráfico dos escores para a importância das
variáveis na projeção; para MON, RON e IAD, respectivamente. Amostras de calibração
(preto) e previsão (vermelho).
96
Figura 29. Modelos de regressão PLS desenvolvidos no NIR ultracompacto para parâmetros
de octanagem MON (esquerda) e RON (direita). (a., b. e c.) Gráfico dos resíduos; (d., e. e
f.) Gráfico dos valores preditos vs. referência; (g., h. e i.) Gráfico dos escores para a
importância das variáveis na projeção; para MON, RON e IAD, respectivamente. Amostras
de calibração (preto) e previsão (vermelho).
No tempo 5, foi observado que as previsões dos modelos PLS no NIR de bancada e
ultracompacto para a mesma gasolina do Tipo 2 foram praticamente idênticas. Isso mostra
que âmbos os modelos estão processando as informações nos espectros NIR de forma
coerente. Com estes resultados foi estabelecido que as simulações espectrais são capazes de
fornecer previsões confiáveis tanto em relação aos espectros experimentais como aos valores
de referência. Portanto, o procedimento seguinte consistiu em realizar algumas mudanças
nas proporções das correntes de hidrocarbonetos dessas simulações para produzir diferentes
gasolinas, atribuindo-as variações nos valores de octanagem. Levando em consideração o
conhecimento sobre as características da composição das correntes e o seu efeito na
octanagem, as variações causadas nos valores de octanagem devem manter uma coerência.
Esse conhecimento, por sua vez, é útil para interpretar as previsões dos modelos PLS, uma
vez que não há valores de referência nesse caso.
As mudanças realizadas foram conduzidas de forma sistemática e os valores previstos
para as novas simulações, assim como a descrição das variações realizadas, são apresentados
nas Tabelas 8 e 9. Nas simulações de gasolinas formuladas com 3 correntes de
hidrocarbonetos, como nos tempos 3, 4, 5, 12 e 15 na Tabela 8, e os tempos 1, 5, 6 e 8 na
Tabela 9, os valores de octanagem variaram de maneira diretamente proporcional com o
aumento e diminuição na quantidade de hidrocarbonetos pesados, principalmente. O mesmo
comportamento também acontece de maneira menos intensa com os hidrocarbonetos leves,
nesse caso de forma inversamente proporcional. No caso das simulações para formulações
com 4 correntes de hidrocarbonetos (isto é, nos tempos 7, 11, 13 e 14, na Tabela 8 e nos
tempos 2, 9 e 10, na Tabela 9), é interessante notar que nos casos em que foram feitas
mudanças de proporção com o aumento ou diminuição de hidrocarbonetos aromáticos sendo
diretamente compensados com hidrocarbonetos pesados, as variações nos valores de
octanagem foram mínimas ou nenhuma. Mas, por outro lado, foram observadas mudanças
significativas quando as alterações na quantidade de hidrocarbonetos aromáticos foram
compensadas com hidrocarbonetos leves ou intermediários.
As variações causadas nos valores de octanagem preditos pelos modelos PLS
desenvolvidos tanto no NIR de bancada como no ultracompacto mostraram que os
hidrocarbonetos pesados, de cadeias longas, assim como os hidrocarbonetos aromáticos
exercem uma influência importante nos parâmetros de octanagem da gasolina automotiva.
Adicionalmente, é importante ressaltar que algumas mudanças resultaram em valores de
octanagem previstos fora da faixa de calibração nos modelos e, nesse caso, as extrapolações
100
não são confiáveis. Entretanto, esse padrão de comportamento observado ocorreu na grande
maioria dos casos mostrados nas Tabelas 8 e 9. Os testes realizados até este ponto são
bastante favoráveis para o desenvolvimento do simulador de octanagem para gasolina
automotiva que será apresentado no próximo tópico.
Tabela 8. Previsões PLS (NIR de bancada) dos valores de octanagem nos espectros
simulados para as variações nas proporções das correntes de hidrocarbonetos.
MON RON IAD Descrição da mudança realizada na composição
Gasolinas do Tipo 1
84,7 99,2 91,7 Proporção original
83,4 95,2 89,3 Dinimuição de hidrocarbonetos pesados e aumento de intermediários
Tempo
86,5 104,8 94,9 Aumento de hidrocarbonetos pesados
3
83,9 96,5 90,1 Aumento de hidrocarbonetos leves
85,2 100,8 92,6 Diminuição de hidrocarbonetos leves
84,6 96,5 90,5 Proporção original
83,2 92,5 88,0 Dinimuição de hidrocarbonetos pesados e aumento de intermediários
Tempo
86,7 102,2 94,0 Aumento de hidrocarbonetos pesados
4
83,6 94,3 89,1 Aumento de hidrocarbonetos leves
85,3 98,0 91,5 Diminuição de hidrocarbonetos leves
84,1 98,1 91,0 Proporção original
84,2 98,1 91,0 Aumento de hidrocarbonetos aromáticos e diminuição de pesados
84,1 98,0 90,9 Diminuição de hidrocarbonetos aromáticos e aumento de pesados
Tempo
84,9 99,8 92,1 Aumento de hidrocarbonetos aromáticos e diminuição de leves
11
83,7 97,2 90,4 Diminuição de hidrocarbonetos aromáticos e aumento de leves
84,9 100,0 92,2 Aumento de hidrocarbonetos aromáticos e diminuição de intermediários
83,7 97,1 90,4 Diminuição de hidrocarbonetos aromáticos e aumento de intermediários
84,1 99,3 91,5 Proporção original
83,0 95,7 89,4 Dinimuição de hidrocarbonetos pesados e aumento de intermediários
Tempo
86,0 104,3 94,4 Aumento de hidrocarbonetos pesados
12
83,0 97,6 90,3 Aumento de hidrocarbonetos leves
84,9 100,5 92,3 Diminuição de hidrocarbonetos leves
84,2 97,7 90,8 Proporção original
84,2 97,7 90,8 Aumento de hidrocarbonetos aromáticos e diminuição de pesados
84,2 97,7 90,8 Diminuição de hidrocarbonetos aromáticos e aumento de pesados
Tempo
84,8 99,3 91,8 Aumento de hidrocarbonetos aromáticos e diminuição de leves
13
83,8 96,4 90,0 Diminuição de hidrocarbonetos aromáticos e aumento de leves
84,8 99,6 92,0 Aumento de hidrocarbonetos aromáticos e diminuição de intermediários
83,8 96,1 89,9 Diminuição de hidrocarbonetos aromáticos e aumento de intermediários
84,0 97,3 90,6 Proporção original
84,0 97,2 90,6 Aumento de hidrocarbonetos aromáticos e diminuição de pesados
84,1 97,4 90,7 Diminuição de hidrocarbonetos aromáticos e aumento de pesados
Tempo
84,8 98,9 91,6 Aumento de hidrocarbonetos aromáticos e diminuição de leves
14
83,3 95,7 89,6 Diminuição de hidrocarbonetos aromáticos e aumento de leves
84,7 99,4 91,8 Aumento de hidrocarbonetos aromáticos e diminuição de intermediários
83,4 95,2 89,4 Diminuição de hidrocarbonetos aromáticos e aumento de intermediários
85,2 98,1 91,6 Proporção original
83,4 93,6 88,7 Dinimuição de hidrocarbonetos pesados e aumento de intermediários
Tempo
87,8 104,3 95,6 Aumento de hidrocarbonetos pesados
15
83,9 95,9 90,1 Aumento de hidrocarbonetos leves
86,0 99,6 92,6 Diminuição de hidrocarbonetos leves
101
Tabela 8. Continuação
MON RON IAD Descrição da mudança realizada na composição
Gasolinas do Tipo 2
81,4 93,7 87,6 Proporção original
80,1 88,7 84,7 Dinimuição de hidrocarbonetos pesados e aumento de intermediários
Tempo
83,8 102,1 92,7 Aumento de hidrocarbonetos pesados
5
82,1 94,7 88,7 Aumento de hidrocarbonetos leves
81,7 95,1 88,4 Diminuição de hidrocarbonetos leves
81,2 94,1 87,7 Proporção original
83,9 99,2 91,1 Aumento de hidrocarbonetos aromáticos e diminuição de pesados
82,7 97,8 90,2 Diminuição de hidrocarbonetos aromáticos e aumento de pesados
Tempo
84,2 100,1 91,6 Aumento de hidrocarbonetos aromáticos e diminuição de leves
7
82,4 96,9 89,7 Diminuição de hidrocarbonetos aromáticos e aumento de leves
84,8 102,3 93,0 Aumento de hidrocarbonetos aromáticos e diminuição de intermediários
81,8 94,8 88,4 Diminuição de hidrocarbonetos aromáticos e aumento de intermediários
Tabela 9. Previsões PLS (NIR ultracompacto) dos valores de octanagem nos espectros
simulados para as variações nas proporções das correntes de hidrocarbonetos.
MON RON IAD Descrição da mudança realizada na composição
Gasolinas do Tipo 2
80,3 91,8 85,1 Proporção original
79,8 87,2 83,7 Dinimuição de hidrocarbonetos pesados e aumento de intermediários
Tempo
80,3 95,4 86,1 Aumento de hidrocarbonetos pesados
1
81,0 91,9 85,8 Aumento de hidrocarbonetos leves
79,9 91,7 84,8 Diminuição de hidrocarbonetos leves
81,3 94,3 87,0 Proporção original
81,6 95,0 87,5 Aumento de hidrocarbonetos aromáticos e diminuição de pesados
80,9 93,4 86,4 Diminuição de hidrocarbonetos aromáticos e aumento de pesados
Tempo
81,5 95,6 87,6 Aumento de hidrocarbonetos aromáticos e diminuição de leves
2
81,2 93,1 86,5 Diminuição de hidrocarbonetos aromáticos e aumento de leves
81,8 97,2 88,3 Aumento de hidrocarbonetos aromáticos e diminuição de intermediários
80,8 91,4 85,8 Diminuição de hidrocarbonetos aromáticos e aumento de intermediários
81,6 95,0 87,9 Proporção original
80,4 87,8 85,1 Dinimuição de hidrocarbonetos pesados e aumento de intermediários
Tempo
82,3 100,0 89,9 Aumento de hidrocarbonetos pesados
5
82,0 96,0 88,3 Aumento de hidrocarbonetos leves
81,3 94,4 87,7 Diminuição de hidrocarbonetos leves
81,9 96,8 88,1 Proporção original
80,6 89,5 85,0 Dinimuição de hidrocarbonetos pesados e aumento de intermediários
Tempo
82,6 101,0 90,0 Aumento de hidrocarbonetos pesados
6
82,4 99,3 88,8 Aumento de hidrocarbonetos leves
81,6 95,1 87,6 Diminuição de hidrocarbonetos leves
82,0 97,4 88,5 Proporção original
80,6 89,3 85,3 Dinimuição de hidrocarbonetos pesados e aumento de intermediários
Tempo
82,6 101,0 90,3 Aumento de hidrocarbonetos pesados
8
82,5 100,4 89,1 Aumento de hidrocarbonetos leves
81,5 94,6 87,9 Diminuição de hidrocarbonetos leves
81,1 95,0 87,3 Proporção original
81,1 95,0 87,2 Aumento de hidrocarbonetos aromáticos e diminuição de pesados
81,1 94,9 87,3 Diminuição de hidrocarbonetos aromáticos e aumento de pesados
Tempo
81,0 95,3 87,3 Aumento de hidrocarbonetos aromáticos e diminuição de leves
9
81,2 94,7 87,2 Diminuição de hidrocarbonetos aromáticos e aumento de leves
81,4 97,3 88,1 Aumento de hidrocarbonetos aromáticos e diminuição de intermediários
80,8 92,6 86,4 Diminuição de hidrocarbonetos aromáticos e aumento de intermediários
102
Tabela 9. Continuação
MON RON IAD Descrição da mudança realizada na composição
81,2 95,0 87,3 Proporção original
81,2 95,1 87,4 Aumento de hidrocarbonetos aromáticos e diminuição de pesados
81,1 94,8 87,3 Diminuição de hidrocarbonetos aromáticos e aumento de pesados
Tempo
81,1 95,4 87,4 Aumento de hidrocarbonetos aromáticos e diminuição de leves
10
81,2 94,5 87,2 Diminuição de hidrocarbonetos aromáticos e aumento de leves
81,5 97,4 88,3 Aumento de hidrocarbonetos aromáticos e diminuição de intermediários
80,9 92,5 86,4 Diminuição de hidrocarbonetos aromáticos e aumento de intermediários
1 2 5
Figura 31. Interface gráfica do simulador de octanagem NIRSIM para gasolina automotiva.
importante uma vez que a composição das correntes de hidrocarbonetos não é constante e,
portanto, a formulação ideal para fornecer a gasolina com a octanagem desejada não deve
ser sempre a mesma.
Por fim, os valores de octanagem (MON vs. RON) para esses espectros são previstos
pelos modelos PLS previamente validados, como mostraram os tópicos anteriores, e
incorporados à interface gráfica e, em seguida, são apresentados na janela 5. A seguir serão
mostradas algumas simulações utilizando a interface para 3 diferentes tempos da Tabela 7,
dois deles para gasolinas do Tipo 1 e Tipo 2, com espectros de correntes adquiridos no NIR
de bancada, e do Tipo 2, para espectros adquiridos no NIR ultracompacto.
Na Figura 32 foram utilizados os espectros do Tempo 3 (Tabela 7) para realizar uma
simulação de octanagem de gasolinas automotivas do Tipo 1 utilizando espectros de 3
correntes de hidrocarbonetos adquiridos do espectrometro de bancada. Este é um caso em
que a proporção entre as correntes não é fornecida.
[T1;T2;T3]
No gráfico de MON vs. RON, os valores para estes parâmetros são apresentados para
cada uma dos 11 espectros simulados calculados e cada ponto é identificado com a sua
respectiva formulação.
105
[T1;T2;T3]
25,10,15
[T1;T2;T3;T4]
5 CONCLUSÕES
6 PERSPECTIVAS
REFERÊNCIAS
[7] RESOLUÇÃO ANP Nº 40, de 28.10.2013 - Dispõe sobre as especificações das gasolinas
de uso automotivo. ANP - Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis,
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2007.
APÊNDICE A –
Rotina em Matlab da função “simugas” do simulador NIRSIM.
if isempty(Formulacao)
if isempty(T4)
sets3c = {40:5:60, 10:5:25, 25:5:35};
[x,y,z] = ndgrid(sets3c{:});
cartProd = [x(:) y(:) z(:)];
for i = 1:size(cartProd,1);
if (x(i) + y(i) + z(i)) == 100;
form(i,:) = [x(i) y(i) z(i)]/100;
end
end
form(all(form==0,2),:)=[];
Simulacoes = zeros(length(form),4148);
for i = 1:size(form,1)
Simulacoes(i,:)=(T1pre*form(i,1)+T2pre*form(i,2)+T3pre*form(i,3));
end
form(all(form==0,2),:)=[];
Simulacoes = zeros(length(form),4148);
for i = 1:size(form,1)
Simulacoes(i,:)=(T1pre*form(i,1)+T2pre*form(i,2)+T3pre*form(i,
3)+T4pre*form(i,4));
end
else
error('As dimensões de FB963B estão incorretas')
end
end
else if length(Formulacao) == 3;
if (Formulacao(1,1) + Formulacao(1,2) + Formulacao(1,3)) == 100;
Simulacoes = (T1pre*Formulacao(1)/100 + T2pre*Formulacao(2)/100 +
T3pre*Formulacao(3)/100);
120
APÊNDICE A – Continuação.
form = Formulacao;
else
warningMessage = sprintf('As percentagens não somam 100%');
uiwait(warndlg(warningMessage));
return;
end
else if length(Formulacao) == 4;
if (Formulacao(1,1) + Formulacao(1,2) + Formulacao(1,3) +
Formulacao(1,4)) == 100;
Simulacoes = (T1pre*Formulacao(1)/100 +
T2pre*Formulacao(2)/100 + T3pre*Formulacao(3)/100 +
T4pre*Formulacao(4)/100);
form = Formulacao;
else
warningMessage = sprintf('As percentagens não somam 100%');
uiwait(warndlg(warningMessage));
return;
end
end
end
end
coefreg_RON = PLS_Model_ME_RON.content.reg;
meanspec_RON = PLS_Model_ME_RON.content.detail.preprocessing{1, 1}.out{1,
1}(1,1:2700);
mean_RON = PLS_Model_ME_RON.content.detail.preprocessing{1, 2}.out{1,1};
std_RON = PLS_Model_ME_RON.content.detail.preprocessing{1, 2}.out{1,2};
ANEXO A –
Tabela dos parâmetros de qualidade da gasolina automotiva comum.
Especificação
Característica Unidade Método de Referência
Tipo A Tipo C
límpido e isento
Aspecto - NBR14954 / D4176
de impurezas
NBR7148, NBR14065 /
Massa Específica a 20ºC kg/m3 Anotar
D1298, D4052
Infravermelho (MON,
RON, IAD,
- D6277 - -
e composição - olefinas,
saturados e aromáticos)
Conforme metodologia de
Marcador de solvente - identificação do - -
fornecedor do marcador
(1) De incolor a amarelada, isenta de solvente. (2) De incolor a amarelada, se isenta de corante - teor
máximo 50ppm, exceto cor azul. (3) Proibida a adição. (4) Teor de EAC conforme legislação vigente [6].
122
ANEXO B –
Tabela dos parâmetros de qualidade do óleo diesel BX a B30.
Especificação
Característica Unidade Método de Referência
S10 S500
límpido e isento de
Aspecto - Visual
impurezas
Vermelho
Cor - visual (1)
(2)
NBR7148, NBR14065,
Massa Específica 817,8 a 817,8 a
kg/m3 NBR15983 / D1298, D4052,
a 20ºC 865,0 875,5
D7042
Viscosidade a 1,9 a
2
mm /s NBR10441 / D445 2,0 a 5,0
40ºC 4,1
10% evaporado,
ºC NBR9619 / D86, D1160 180 Anotar
máx.
85% evaporado,
ºC NBR9619 / D86, D1160 Anotar
máx.
90% evaporado,
ºC NBR9619 / D86, D1160 Anotar
máx.
123
ANEXO 2 – Continuação.
Especificação
Característica Unidade Método de Referência
S10 S500
NBR7974, NBR14598 /
Ponto de fulgor, ºC, mín. ºC 38
D56, D93, D3828
Estabilidade á oxidação,
h EN15751 20
mín.
mg
Número de Acidez, máx. NBR14248 / D664 0,3
KOH/g
Condutividade elétrica,
pS/m D2624, D4308 25
mín.
Número de cetano ou
D613, D6890, D7170,
número de cetano derivado - 48 42
D7668
(NCD), mín.
(1) De incolor a amarelada. (3) Corante vermelho especificado pela Resolução ANP n. 50/2013, ou outra
que venha substituí-la. (3) Admitida variação de ±0,5% vol. para óleo diesel abaixo de B20 e ±1,0% vol.
de B20 a B30.