Este documento descreve três tipos principais de leucemia:
1) Leucemia linfoblástica aguda, o tipo mais comum na infância, caracterizada por proliferação de linfócitos imaturos. Tratamento envolve quimioterapia em fases para erradicar as células cancerosas.
2) Leucemia linfoide crônica, afecção crônica caracterizada pelo acúmulo de linfócitos maduros. Geralmente assintomática, pode causar linfoadenomegalia e fad
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1) Leucemia linfoblástica aguda, o tipo mais comum na infância, caracterizada por proliferação de linfócitos imaturos. Tratamento envolve quimioterapia em fases para erradicar as células cancerosas.
2) Leucemia linfoide crônica, afecção crônica caracterizada pelo acúmulo de linfócitos maduros. Geralmente assintomática, pode causar linfoadenomegalia e fad
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1) Leucemia linfoblástica aguda, o tipo mais comum na infância, caracterizada por proliferação de linfócitos imaturos. Tratamento envolve quimioterapia em fases para erradicar as células cancerosas.
2) Leucemia linfoide crônica, afecção crônica caracterizada pelo acúmulo de linfócitos maduros. Geralmente assintomática, pode causar linfoadenomegalia e fad
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1) Leucemia linfoblástica aguda, o tipo mais comum na infância, caracterizada por proliferação de linfócitos imaturos. Tratamento envolve quimioterapia em fases para erradicar as células cancerosas.
2) Leucemia linfoide crônica, afecção crônica caracterizada pelo acúmulo de linfócitos maduros. Geralmente assintomática, pode causar linfoadenomegalia e fad
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HAM 29/08 - Leucemias
Leucemia Linfoblástica Aguda: • Paralisia de pares cranianos, confusão
Proliferação maligna da série linfocítica com mental. acúmulo de formas imaturas de linfócitos Exames complementares →É a neoplasia mais comum na infância e • Hemograma: anemia, trombocitopenia, representa cerca de 30% das doenças malignas leucocitose blástica nesta faixa etária, predominando entre 2 e 5 • Desidrogenase láctica: aumentada anos, tendo uma incidência de 1,5/100.000 • Ácido úrico: aumentado habitantes/ano. • Ureia e creatinina: podem estar aumentadas Causas e fatores de risco • Imunofenotipagem dos linfoblastos • Etiologia desconhecida medulares/sanguíneos: linhagem B (CD19, • Infecção por vírus Epstein-Barr está CD20, CD24); linhagem T (CD2, CD5, CD7); implicada na leucemia/linfoma de Burkitt CALLA ([antígeno comum da LLA], CD10) • Síndrome de Down • Antígeno leucocitário humano (HLA)-DR • Exposição a agentes químicos (benzeno) ou a • Desoxinucleotidiltransferase terminal (TdT) radiação ionizante • Antígenos mieloides aberrantes • Anemia aplásica. • Estudo citoquímico: mieloperoxidase Manifestações clínicas negativa; Sudan Black B geralmente negativo; • Palidez, fadiga, dispneia, cefaleia, lipotimia TdT positiva; esterase inespecífica +/–; ácido • Petéquias, equimoses, epistaxe, hemorragia periódico de Schiff (PAS) +/– retiniana • Estudo citogenético: anormalidades • Febre, infecções cromossômicas recorrentes específicas têm • Linfadenomegalia, hepatomegalia, importância diagnóstica e prognóstica esplenomegalia independente (a hiperdiploidia > 50 • Dor óssea cromossomos é favorável; o cromossomo • Imunossupressão Philadelphia t[9;22], o t[4;11] e o t[8;14] são desfavoráveis) • Tipagem dos antígenos leucocitários • É importante ter acesso aos recursos de humanos (HLA) do paciente e irmãos para centro de oncologia-hematologia preparados transplante de medula óssea com esse objetivo. • Exame da medula óssea: imunofenotipagem, Tratamento medicamentoso estudo citoquímico e citogenético Esquemas de quimioterapia combinados em • Biopsia de linfonodo: raramente necessária fases sucessivas com o objetivo de erradicar o (mas pode ter valor diagnóstico) clone de células neoplásicas: • Punção lombar: repetir a punção lombar após • Indução da remissão: vincristina, prednisona, obtenção de remissão da medula óssea, a fim ciclofosfamida, daunorrubicina e de avaliar o acometimento oculto do SNC L-asparaginase • Radiografia do tórax: pesquisar massa • Consolidação: vincristina, citarabina, mediastínica, adenomegalia hilar ou infiltrados L-asparaginase e ciclofosfamida pulmonares • Profilaxia de invasão do SNC: metotrexato, • Ultrassonografia abdominal: avaliar citarabina esplenomegalia e rins. • Manutenção: 6-mercaptopurina, metotrexato. Diagnóstico diferencial Tratamento cirúrgico • Leucemia pró-linfocítica • Transplante de medula óssea: indicado para • Linfomas malignos pacientes com subtipos citogenéticos • Mieloma múltiplo desfavoráveis necessitam de transplante de • Metástases medulares de tumores sólidos medula óssea alogênica, durante a primeira (mama, próstata, pulmão, rim) remissão, se houver um doador • Síndrome mielodisplásica HLA-compatível. • Anemia aplásica, mielofibrose Evolução e prognóstico • Doenças autoimunes (síndrome de Felty, • Cerca de 80 a 95% com menos de 60 anos de lúpus eritematoso sistêmico) idade obtêm remissão completa; 35 a 60% • Mononucleose infecciosa permanecem livres da doença por 5 anos • Púrpura trombocitopênica autoimune • Potencialmente curável em 70% das crianças. • Reação leucemoide à infecção. Comprovação diagnóstica Leucemia Linfoide Crônica • Dados clínicos + exames hematológicos + Afecção crônica caracterizada pelo acúmulo imunofenotipagem. de linfócitos maduros no sangue periférico, Complicações medula óssea, linfonodos, baço, fígado e • Infecções (pneumonia ou sepse bacteriana, outros órgão pneumonia fúngica (principalmente aspergilus →Em geral, é diagnosticada após os 65 anos, e Pneumocystis jiroveci – anteriormente sendo rara em pessoas com menos de 40 anos. denominado P. carinii) Causas e fatores de risco • Hemorragia • Etiologia desconhecida • Esterilidade • História familiar de leucemia linfoide crônica • Recidiva da LLA na medula óssea ou em • Exposição prolongada a agentes químicos e locais extramedulares (SNC, testículos). derivados do petróleo. Tratamento Manifestações clínicas • Cuidados gerais A maioria dos pacientes é assintomática e o • Tratamento intensivo das infecções diagnóstico é feito casualmente pelo achado de • Hemoterapia de reposição com concentrados linfocitose em hemograma de rotina. de hemácias e plaquetas • Astenia, febre, sudorese, perda de peso • Linfoadenomegalia generalizada O tratamento deve ser iniciado quando • Linfadenopatia generalizada, astenia e perda existirem: de peso • Sinais e sintomas persistentes e progressivos • Esplenomegalia de pequeno volume (febre, perda de peso, sudorese) • Hepatomegalia em 50% dos casos • Linfadenopatia compressiva ou • Anemias e manifestações hemorrágicas comprometimento estético somente nas fases mais avançadas da doença. • Esplenomegalia progressiva Diagnóstico diferencial • Anemia hemolítica autoimune • Linfocitose benigna • Trombocitopenia imune. • Linfoma não Hodgkin Tratamento medicamentoso • Tricoleucemia • Clorambucila e ciclofosfamida: representam • Leucemia prolinfocítica. a primeira escolha no tratamento da leucemia Exames complementares linfoide crônica. A taxa de remissão completa • Hemograma: linfocitose absoluta > 5.000/μℓ. nos pacientes sem tratamento prévio é de 15% Anemia e trombocitopenia em 20% dos • Fludarabina: utilizada nos casos refratários pacientes aos agentes alquilantes (clorambucila e • Teste de Coombs direto: positivo em 30% ciclofosfamida). Resposta favorável em 50 a dos casos 70% dos pacientes, mas sem aumento da • Mielograma: medula óssea infiltrada por sobrevida global mais de 30% de linfócitos maduros (Figura • Cladribina (CdA): resposta favorável em 422.1) cerca de 70% dos pacientes com 30% de • Estudo citogenético: trissomia do 12 (30%), remissão completa. Existe resistência cruzada 13q- com deleção do gene supressor do entre a fludarabina e a cladribina. retinoblastoma (30%) e 14+ (15%) Evolução e prognóstico • Imunofenotipagem: expressão de antígenos • Evolução variável, dependendo da época em característicos de linfócitos B (CD5, CD19, que foi feito o diagnóstico CD20, CD21, CD23, CD24 e CD37). • Pacientes com diagnóstico precoce podem Comprovação diagnóstica sobreviver 10 anos ou mais • Dados clínicos (podem faltar) + exame • Cerca de 30% morrem de causas não hematológico + mielograma + relacionadas com a leucemia. imunofenotipagem. Complicações Leucemia Mieloide Aguda • Infecções devido à imunossupressão Proliferação maligna de mieloblastos em (herpes-zóster, infecções bacterianas e medula óssea, com prejuízo na hematopoese fúngicas) normal • Anemia hemolítica autoimune →Ocorre em qualquer idade, sendo mais • Trombocitopenia imune comum em homens adultos. • Síndrome de Richter (transformação em Causas e fatores de risco linfoma de grandes células) entre 5 e 15% dos • Radiação ionizante pacientes. • Benzeno Tratamento • Agentes citotóxicos Não há indicação de tratamento dos pacientes • Síndrome mielodisplásica assintomáticos e com doença estável. A • Aplasia de medula óssea linfocitose, por si só, não é parâmetro • Anemia de Fanconi confiável para o início de tratamento. • Síndromes mieloproliferativas • Hemoglobinúria paroxística noturna ■ Prognóstico intermediário: cariótipo normal; • Síndrome de Down. 18; 2Y; t(9;11); 16; del(12 p) Manifestações clínicas ■ Prognóstico desfavorável: inv(3q); abn • Febre 11q23; 20q; 21q; del(9q); t(6;9); t(9;22); • Fraqueza, cansaço fácil 25/del(5q); 27/del(7q); t(8;21) com del(9q) ou • Dispneia aos esforços cariótipo complexo; t(3;3)(q21;q26), mutação • Palidez cutânea, mucosas descoradas NPM1 associada à mutação de FLT3; trissomia • Epistaxe, gengivorragia do 8, trissomia do 13; cariótipos complexos • Petéquias e equimoses com mais de três anormalidades (excluindo-se • Hepatoesplenomegalia (30% dos casos) as de bom prognóstico); anormalidades do 12 • Linfoadenomegalia (incomum) p; mutação do gene kit • Infiltração gengival e de pele. • Tipagem dos antígenos leucocitários Diagnóstico diferencial humanos (HLA) classes I e II do paciente e • Leucemia linfoide aguda irmãos para transplante de medula óssea • Aplasia de medula óssea. • Punção lombar: subtipos M4 e M5, e nos Exames complementares restantes quando existirem sinais ou sintomas • Hemograma: anemia normocrômica, neurológicos. normocítica; trombocitopenia; neutropenia Comprovação diagnóstica com mieloblastos em circulação • Dados clínicos + exames hematológicos + • Coagulograma: tempo de protrombina e imunofenotipagem + estudo citogenético e tempo de tromboplastina parcial ativado molecular. podem estar aumentados Complicações • Desidrogenase láctica (DHL): elevada • Infecções (bacterianas, virais e fúngicas) • Ácido úrico: elevado • Hemorragias • Mielograma: mais de 20% de mieloblastos • Síndrome de lise tumoral durante em série branca. quimioterapia de indução Exames especiais • Síndrome do ácido transretinoico durante a → Medula óssea: utilização dessa medicação – subtipo M3 ■ Coloração citoquímica: mieloperoxidase • Sarcoma granulocítico: tumor composto de positiva em pelo menos 3% dos blastos; Sudan mieloblastos e/ou monoblastos, podendo black positivo; ácido periódico de Schiff (PAS) infiltrar órbitas, pele, seios paranasais, ossos, negativo; esterase inespecífica positiva nas sistema nervoso central, entre outros LMA com componente monocítico • Cardiotoxicidade, cerebelite, queratite, ■ Imunofenotipagem dos mieloblastos secundários à quimioterapia. medulares: positividade para linhagem Tratamento mieloide (anti-MPO, CD11, CD13, CD15, • Internar o paciente durante a quimioterapia CD33), antígeno leucocitário comum de indução (HLA)-DR positivo, glicoforina positiva no • Colocar cateter venoso central por via subtipo M6, CD41, CD42b, CD61 no subtipo percutânea: restrito a centros com experiência M7 e condições de cuidar adequadamente do → Estudo citogenético: essencial para definir cateter – risco de infecção prognóstico e tratamento: • Observar e monitorar continuamente, devido ■ Prognóstico favorável: t(8:21); t(15;17); ao alto risco de infecções e sangramentos inv(16)/t(16;16)/del(16q); mutação isolada do • Transfusão de concentrado de plaquetas se: NPM1, mutação em CEBPA ■ Contagem plaquetária ≤ 20.000/μℓ associada a febre, pequenos sangramentos, uso de antiagregantes ou anticoagulantes, trombopatia leucemia como resultado evolutivo de associada síndrome mielodisplásica ou doença ■ Contagem plaquetária < 10.000/μℓ mieloproliferativa; leucemia secundária a ■ Contagem plaquetária < 50.000/μℓ e subtipo quimioterapia ou radioterapia para outras M3 neoplasias malignas ■ Plaquetopenia (qualquer valor) e grandes • Pacientes tratados antes dos 55 anos: sangramentos. (Ver Apêndice 3, Transfusão de sobrevida média de 20 meses, com sobrevida Sangue e Hemoderivados.) de 5 anos de 37%; pacientes tratados acima de Tratamento medicamentoso 55 anos, sobrevida média de 8 meses, →Quimioterapia de indução da remissão sobrevida em 5 anos de 12% . ■ Daunoblastina 60 mg/m2/IV por 3 dias, com citarabina 100 mg/m2 em infusão de 24 h por Leucemia Mieloide Crônica 7 dias (1 a 2 ciclos). Daunoblastina pode ser Afecção crônica decorrente de proliferação substituída por idarrubicina ou mitoxantrona clonal das células progenitoras ■ Alopurinol 100 a 300 mg/dia/VO até início hematopoéticas, acompanhada de hiperplasia da recuperação medular. Prevenção da mieloide, leucocitose, neutrocitose, basocitose síndrome de lise tumoral e esplenomegalia. →Quimioterapia de consolidação da remissão →A idade mediana na época do diagnóstico ■ Citarabina 3 g/m2/IV em 3 h, de 12/12 h em oscila entre 45 e 60 anos. dias alternados; total de 6 aplicações por ciclo, Causas e fatores de risco 3 a 4 ciclos; aqueles com mais de 60 anos • Etiologia desconhecida na maioria dos reduzir a dose para 1,0 g/m2 pacientes ■ Colírio de dexametasona, uma gota em cada • História familiar de distúrbios olho de 6/6 h por 24 h após o término da mieloproliferativos quimioterapia • Radioterapia prévia em neoplasias ■ Ácido transretinoico: uso obrigatório no • Acidentes radioativos e radiológicos. subtipo M3. Manifestações clínicas Tratamento cirúrgico A maioria dos pacientes é assintomática e o • Transplante alogênico de medula óssea diagnóstico é feito casualmente pelo achado de ■ Decisão individualizada, considerando leucocitose em hemograma de rotina fatores de risco como idade, qualidade da • Sintomas gerais de pequena intensidade na resposta à quimioterapia de indução, fase inicial comorbidades e presença de alterações • Anemia progressiva citogenéticas ou moleculares de mau • Prurido prognóstico • Artrite gotosa aguda ■ Indicado em 1a remissão com prognóstico • Dor abdominal no quadrante superior intermediário e desfavorável, na 2a remissão esquerdo em consequência de esplenomegalia com prognóstico favorável e na doença volumosa (fase acelerada e blástica) refratária à quimioterapia • Hemorragias • Transplante autogênico (autólogo) de medula • Sepse. óssea Diagnóstico diferencial ■ Papel ainda não definido na leucemia • Reação leucemoide mieloide aguda. • Mielodisplasia Evolução e prognóstico • Metaplasia mieloide agnogênica • Pior prognóstico: aqueles com mais de 60 • Hemoglobinúria paroxística noturna. anos e crianças; doença extramedular; Exames complementares • Cariótipo: presença da translocação • Hemograma: leucocitose pronunciada BCR/ABL (t9;22 ou cromossomo constituída de neutrófilos polimorfonucleares Philadelphia) em 95% dos pacientes maduros e mielócitos ou metamielócitos. Na • FISH (fluorescence in situ hybridization): fase crônica menos de 5% de mieloblastos no detecta a translocação BCR/ABL com sonda sangue periférico molecular marcada com anticorpo fluorescente • A crise blástica é definida pela presença de Translocação do cromossomo filadélfia: é uma 30% ou mais de células blásticas no sangue translocação balanceada por isso não apresenta periférico e/ou na medula óssea sintomas • Mielograma: medula óssea hipercelular com • PCR (polymerase chain reaction): detecção e aumento da relação mieloide/eritroide (Figura quantificação do transcrito BCR/ABL. É útil 422.2) no diagnóstico e no monitoramento terapêutico • Fosfatase alcalina de neutrófilos: diminuída. Comprovação diagnóstica Ausente em 5 a 10% dos pacientes • Dados clínicos + exame hematológico + • Ácido úrico: aumentado mielograma + estudo citogenético. • Vitamina B12: aumentada Complicações • Transformação em leucemia aguda • Gota secundária a hiperuricemia tipo foliculite subcutânea, linfoma cutâneo de • Nefropatia por ácido úrico células NK/T, entre outros. • Infarto esplênico. Causas e fatores de risco Tratamento • Etiologia desconhecida O transplante de medula óssea é a única opção • Agentes infecciosos (?) curativa. Bons resultados em 50 a 70% dos • Mutações genéticas (?) tratados. Deve ser considerado nos mais jovens • Exposição ocupacional (?). com doador HLA-compatível. Manifestações clínicas Tratamento medicamentoso • Evolução lenta, progredindo em anos • Interferona alfa pode produzir remissões • Fase pré-micótica ou pré-maligna: erupções hematológicas eczematosas na pele que persistem por longo • Hidroxiureia, VO, 20 a 30 mg/kg/dia em período dose única, ou agente alquilante para controlar • Fase pré-placas: máculas e pápulas de vários a mielopoese excessiva na fase crônica da tamanhos, principalmente em áreas não doença expostas ao sol, eventualmente acompanhadas • Mesilato de imatinibe (Glivec®): resultados de prurido (pode preceder por meses ou anos a favoráveis em todas as fases da doença fase de placas) • Alopurinol: controle da hiperuricemia • Fase de placas: lesões cutâneas elevadas e • Fase acelerada e crise blástica: tratamento com bordas definidas com esquemas iguais aos da leucemia aguda. • Fase tumoral: nódulos vermelhos a violáceos Evolução e prognóstico que emergem de placas cutâneas preexistentes. • Nos dois primeiros anos após o diagnóstico, Podem ulcerar e infectar 10% dos pacientes evoluem para a fase • Eritrodermia generalizada: pode ser acelerada ou crise blástica apresentação inicial ou acompanhar outras • Sobrevida média de mais de 5 anos após o fases diagnóstico, de 12 a 18 meses após o início da • A síndrome de Sézary, variante leucêmica do fase acelerada e de 3 meses após o linfoma cutâneo de células T, caracteriza-se aparecimento da crise blástica por eritrodermia, linfadenopatia e • Fatores de pior prognóstico: idade avançada, esplenomegalia, células T tumorais (células de hepatomegalia, esplenomegalia volumosa, Sézary) no sangue periférico. hiperplaquetemia, hiperleucocitose, presença Exames complementares de blastos ou número elevado de eosinófilos ou • Hemograma (pesquisar células de Sézary), basófilos, aumento de células imaturas na VHS, ureia, creatinina, ácido úrico, medula óssea e evolução clonal bilirrubinas, fosfatase alcalina, DHL, • Cerca de 85% dos pacientes morrem durante albumina, TGO, TGP, cálcio e fósforo a crise blástica • TC de tórax e abdome • Biopsia de pele e de linfonodo regional
Linfomas • Biopsia de medula óssea.
Diagnóstico diferencial Linfoma Cutâneo de Células T • Fase pré-micótica: dermatite atópica crônica, Grupo heterogêneo de linfomas não Hodgkin, parapsoríase nos quais a pele é o órgão primariamente • Fase de placas: psoríase, eczema numular, comprometido, incluindo micose fungoide, tinea corporis síndrome de Sézary, linfomas cutâneos de • Fase tumoral: outros tumores de pele grandes células CD30+, linfoma de células T (primários ou metastáticos) • Eritrodermia por fármacos ou infecções. Comprovação diagnóstica →Distribuição por idade em curva bimodal • Dados clínicos + biopsia de pele + estudo (picos na terceira década e após os 50 anos). imuno-histoquímico. Mais frequente no sexo masculino. Estadiamento Causas • Estádio I: placas limitadas (IA) ou • Etiologia desconhecida. generalizadas (IB), sem comprometimento de • Associação com o vírus de Epstein-Barr linfonodos ou vísceras (EBV) • Estádio II: placas limitadas ou generalizadas Classificação histopatológica (OMS) com adenomegalia (IIA) ou tumor cutâneo →Linfoma de Hodgkin clássico com ou sem adenomegalia (IIB), sem ■ Esclerose nodular: mais comum em adultos comprometimento histológico de linfonodos jovens. Pode estar associada ao vírus EBV ou vísceras ■ Celularidade mista: mais comum em homens • Estádio III: eritrodermia generalizada com ou idosos. Associado ao vírus EBV em 70% dos sem adenomegalia, sem comprometimento casos histológico de linfonodos ou vísceras ■ Rico em linfócitos: forma incomum. Em • Estádio IV: comprometimento histológico de 40% dos casos está associado ao vírus EBV linfonodos (IVA) ou vísceras (IVB). ■ Depleção linfocitária: mais comum em Tratamento pacientes HIV-positivos. A maioria está • Tratamento tópico: quimioterapia, fototerapia associada ao vírus EBV (PUVA) ou radioterapia em feixe de elétrons →Linfoma de Hodgkin com predomínio (EBRT) linfocitário nodular: tipo incomum. Não está • Tratamento sistêmico: quimioterapia simples associado ao vírus EBV. ou combinada, interferona, terapia com Manifestações clínicas anticorpo monoclonal e radioterapia. • Manifestações sistêmicas (fadiga, anorexia, Evolução e prognóstico prurido, febre, sudorese noturna, • Dependem do estádio, do tipo e da extensão emagrecimento) das lesões • Linfadenomegalia indolor. Hepatomegalia. • Pacientes com micose fungoide em fase Esplenomegalia pré-micótica e de placas têm a mesma • Comprometimento extranodal: pulmões, expectativa de vida, quando comparados à fígado, osso e medula óssea (5 a 10% dos população controle pacientes). • Pacientes com doença extracutânea têm pior Diagnóstico diferencial prognóstico, com sobrevida média de 1,0 a 2,5 • Linfomas não Hodgkin anos. ■ Linfadenopatia infecciosa Linfoma de Hodgkin ■ Metástases de tumores sólidos ■ Sarcoidose Doença linfoproliferativa maligna, geralmente ■ Doenças autoimunes originada nos linfonodos, caracterizada pela ■ AIDS existência de células gigantes de ■ Reação medicamentosa. Reed-Sternberg. Exames complementares -Os principais achados histopatológicos são • Exames laboratoriais: hemograma, VHS, células grandes com citoplasma abundante, bi ureia, creatinina, ácido úrico, bilirrubinas, ou multinucleadas, cada núcleo com dois ou fosfatase alcalina, DHL, albumina, TGO, TGP mais nucléolos (célula de Reed-Sternberg), • Mielograma e biopsia de medula óssea circundadas por linfócitos, histiócitos, • Radiografia de tórax; TC e RM de tórax, neutrófilos, eosinófilos e plasmócitos. abdome e pelve. Estadiamento Linfoma Não Hodgkin • Estádio I: comprometimento de uma cadeia Neoplasias malignas do sistema linfoide, ganglionar ou órgão linfoide compreendendo diversos tipos celulares • Estádio II: comprometimento de duas ou conforme mostra a classificação da OMS para mais cadeias de linfonodos do mesmo lado do as neoplasias do tecido linfoide. Dividem-se diafragma em três categorias: linfoide B, linfoide T/NK e • Estádio III: comprometimento de linfonodos linfoma não Hodgkin em ambos os lados do diafragma →Mais frequente em adultos do sexo ■ III1: doença limitada ao andar superior do masculino. abdome Causas e fatores de risco ■ III2: cadeias para-aórticas, ilíacas ou • Tireoidite de Hashimoto. Síndrome de mesentéricas de linfonodos Sjögren • Estádio IV: comprometimento de órgãos • Lúpus eritematoso sistêmico. Artrite extralinfáticos (pulmão, fígado, medula óssea), reumatoide que não seja por extensão direta • Doença celíaca, colite ulcerativa, doença de ■ A: doença assintomática Crohn ■ B: doença sintomática (emagrecimento, • Imunodeficiência congênita ou adquirida sudorese noturna ou febre inexplicada) • Vírus: vírus Epstein-Barr, HTLV, HIV, HCV ■ X: massa mediastinal herpesvírus tipo 8 ■ E (subscrito): envolvimento extranodal por • Bactéria: Helicobacter pylori (?) contiguidade • Exposição a substâncias químicas: Comprovação diagnóstica agrotóxicos, inseticidas, tintas, agentes • Dados clínicos + biopsia de linfonodo ou quimioterápicos sítio extranodal para exame histopatológico e • História familiar de linfoma não Hodgkin imuno-histoquímico. • Radiação ionizante: terapêutica ou exposição Complicações acidental. Após quimioterapia e radioterapia. Manifestações clínicas • Complicações precoces: mielossupressão, • Linfomas indolentes infecções, mucosite, alopecia, neurotoxicidade ■ Linfoma linfocítico difuso (LLC): idosos, • Complicações tardias: recidiva da doença, geralmente com linfadenopatia assintomática. segunda neoplasia, complicações cardíacas e Curso indolente; incurável (sobrevida de 6 a pulmonares, hipotireoidismo, disfunção 10 anos) gonadal e esterilidade. ■ Linfomas foliculares (pequenas células e Tratamento misto): adultos/idosos, linfadenopatia • Poliquimioterapia + radioterapia (intensidade assintomática; 75% com infiltração de medula e número de ciclos de QT, extensão e grau da óssea. Curso indolente; sem tratamento radiação dependem do estádio da doença). curativo definido; 40% se transformam em Evolução e prognóstico linfoma difuso de grandes células • Prognóstico favorável: paciente jovem, • Linfomas agressivos estádios I e II, sem massa mediastinal, com ■ Linfoma difuso de grandes células B: menos de quatro sítios extranodais acometidos indivíduos de meia-idade. Linfadenopatia, e VHS < 50 mm/h sintomas B (50%), dor (abdominal ou óssea). • Prognóstico menos favorável: idade Doença geralmente disseminada, com avançada, doença mediastinal, estádios III e envolvimento do SNC em 10% dos casos. IV, quatro ou mais sítios extranodais Cura possível com tratamento adequado acometidos e VHS = 50 mm/h. • Linfomas altamente agressivos Tratamento ■ Linfoma linfoblástico (LLA/L2): crianças e • A: linfomas indolentes adultos jovens. Linfadenopatia, ■ A: estádio I – radioterapia esplenomegalia, massa mediastinal (50 a ■ A2: estádio II – envolvimento contíguo – 75%). Pode acometer SNC e medula óssea radioterapia. Envolvimento não contíguo – ■ Linfoma de Burkitt (LLA/L3): grandes quimioterapia tumores extranodais – mandíbula (África), ■ A3: estádios III e IV – conduta expectante abdome (EUA); 25% com acometimento de ou quimioterapia em situações determinadas medula óssea. Pode atingir SNC. ■ A4: imunoterapia – linfomas de células B Comprovação diagnóstica • B: linfomas agressivos • Dados clínicos + exame histopatológico + ■ B1: quimioterapia estudo imuno-histoquímico + estudo ■ B2: radioterapia – grandes massas tumorais citogenético. ■ B3: imunoterapia – linfomas de células B Exames complementares ■ B4 – TMO • Estudo laboratorial: hemograma, VHS, ureia, • C: Linfomas altamente agressivos creatinina, ácido úrico, bilirrubinas, fosfatase ■ C1: quimioterapia alcalina, DHL, albumina, TGO, TGP ■ C2: profilaxia do SNC • Mielograma e biopsia de medula óssea ■ C3: radioterapia – grandes massas tumorais • Estudo radiológico: radiografia de tórax; TC ■ C4: imunoterapia – linfomas de células B de tórax e abdome, RM ■ C5: TMO. • LCR e TCC (suspeita de envolvimento do Evolução e prognóstico SNC). • Pior prognóstico Estadiamento (sistema Ann Arbor) ■ Idade > 60 anos • Estádio I: comprometimento de uma cadeia ■ Estado geral comprometido ganglionar ou órgão linfoide ■ Grandes tumores (> 10 cm)/estadiamento • Estádio II: comprometimento de duas ou avançado (III e IV) mais cadeias de linfonodos do mesmo lado do ■ DHL elevada diafragma ■ Número de sítios extranodais (> 3) • Estádio III: comprometimento de linfonodos • Pacientes com 2 ou mais fatores têm menos em ambos os lados do diafragma de 50% de chance de sobrevida livre da doença ■ III1: doença limitada ao andar superior do em 5 anos abdome • Pacientes com comprometimento da medula ■ III2: cadeias ganglionares para-aórticas, óssea, SNC, fígado, pulmão e/ou baço têm ilíacas ou mesentéricas maior risco de recaída e devem receber • Estádio IV: comprometimento de órgãos tratamento de consolidação. extralinfáticos (pulmão, fígado, medula óssea), que não seja por extensão direta MIELOMA ■ A: doença assintomática ■ B: doença sintomática (emagrecimento, sudorese noturna ou febre inexplicada) ■ X: massa mediastinal ■ E: comprometimento extranodal por contiguidade. Take home message: 1. diferenciação células hematopoéticas 2. Epidemiologia: idade e quadro clínico 3. Diagnóstico: clínico e laboratorial 4. Tratamento: conhecer o que existe