Projecto Stefania (EN 20-03-2024)
Projecto Stefania (EN 20-03-2024)
Projecto Stefania (EN 20-03-2024)
FACULDADE DE DIREITO
CURSO DE DIREITO
FACULDADE DE DIREITO
CURSO DE DIREITO
Supervisor.
RESUMO....................................................................................................................................i
ABSTRACT................................................................................................................................i
LISTA DE ABREVIATURAS..................................................................................................ii
I. INTRODUÇÃO..................................................................................................................1
1.2. Contextualização.........................................................................................................1
1.4. Objectivos....................................................................................................................3
1.5. Hipóteses.....................................................................................................................3
1.6. Justificativa..................................................................................................................4
1.8. Metodologia.................................................................................................................4
3.1. Método.......................................................................................................................10
3.3. Amostra.....................................................................................................................11
IV. CRONOGRAMA..........................................................................................................13
V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÀFICAS.............................................................................15
5.1. Legislação..................................................................................................................15
5.2. Doutrina.....................................................................................................................15
ABSTRACT
The present project has as its theme The Presumption of Paternity in the Mozambican Legal System,
where we set out to discuss the problem that allows us to try to understand whether the revival of the
presumption regarding the previous husband is unquestionable, taking into account the non-consecration of the
previous husband's legitimacy for the same contestation, and to this end, we established as a general objective to
discuss the legal regime of the presumption of paternity in the Mozambican legal system and having as specific,
to develop the crucial aspects of filiation; to analyze the principle of the presumption of paternity in the context
of the declaration of paternity; and, to discuss the double presumption in the context of safeguarding the
interests of the former husband. Thus, we have chosen to establish hypotheses that revolve around
understanding whether or not this presumption revives the guarantees that are granted to the husband and/or
whether the revival of the presumption implies the non-action of the previous husband. Once the theoretical
framework has exposed basic concepts, we establish the methodology and, finally, the schedule of activities.
Keywords: Presumption of paternity, filiation, double presumption of paternity, contestation of paternity, legal
standing to contest.
LISTA DE ABREVIATURAS
Art. – Artigo
Idbem – Mesmo autor, mesma obra.
LF – Lei da família
No – Número
Ss – Seguintes
UCM – Universidade Católica de Moçambique
I. INTRODUÇÃO
1.1. Apresentação do tema
1.2. Contextualização
Nestes termos ao falar-se da filiação devemos ter em consideração a essa ligação que
se estabelece entre quem procria e que foi gerado, ou seja, numa linguagem mais habitual
trata-se relações entre pais e filhos.
Da análise da lei da família, no caso, do art. 214 ss da LF, podemos compreender que
o legislador começa por determinar igualdade de direitos quanto aos filhos, o direito de uso
do nome em virtude de ser procriado, deveres, o período de concepção, etc.
A questão do período de concepção deve ser vista nos moldes estabelecidos, ou seja,
deve-se considerar como período de concepção os primeiros 180 (cento e oitenta) dias dos
300 (trezentos) que precedem o nascimento. Assim sendo, vai se melhor determinar a filiação
tendo em consideração o período de concepção destacando os 300 (trezentos) dias.
A regra acima descrita comporta desvios, dos quais, podemos encontrar o vertido no
art. 218 da LF, onde versa-se que, se dentro dos trezentos dias anteriores ao nascimento tiver
sido interrompido ou completada uma outra gravidez, para determinação não são contados
dos dias que tiverem decorrido até a interrupção da gravidez ou até ao parto. Além disso,
temos os casos de casamento putativo que a luz do disposto no art. 220 da LF são essenciais
para a determinação da filiação e não exclui a presunção da paternidade.
Note que a presunção da paternidade também se aplica a união de facto nos termos
dos artigos acima mencionados, tais como, o art. 244, art.245 e ss a LF.
Em face das situações que a dupla presunção gera na esfera jurídica do anterior
marido, nos permitiu o estabelecimento da seguinte pergunta jurídica de partida: será que a
renascença da presunção relativa ao anterior marido é inquestionável, tendo em conta a
não consagração da legitimidade do anterior marido para impugnação da mesma?
1.4. Objectivos
1.4.1. Objectivo geral
Discutir o regime jurídico da presunção da paternidade no ordenamento jurídico
moçambicano;
1.4.2. Objectivos específicos
Desenvolver aspectos cruciais da filiação;
Analisar o princípio da presunção da paternidade no contexto da declaração de
paternidade; e,
Buscar o sentido e alcance da dupla presunção de paternidade no contexto da
salvaguarda dos interesses do anterior marido.
1.5. Hipóteses
A escolha do tema deveu-se pelo facto de se constatar no art. 250 da LF, referente a
dupla presunção da paternidade uma situação em que a renascença da presunção da
paternidade do anterior marido da mãe parece ser inquestionável, devendo destacar que pode
haver possibilidade de o mesmo não ser o pai do filho/a do seu anterior cônjuge ou unida de
facto. Ademais, como ficam os direitos do anterior marido da mãe nos casos dessa renascença
de presunção sem que o mesmo tenha legitimidade para efeitos de impugnação.
Por conta disso, com este estudo buscaremos de forma clara desmistificar o
entendimento ora exposto, compreender o seu alcance com vista na determinação da
interpretação correcta, permitindo com os resultados da pesquisa revisão da lei ou
compreensão do alcance da renascença patente.
Além do exposto acima, o estudo poderá ser impactante como contributo para
doutrina nacional referente a filiação na vertente da presunção da paternidade, dando uma
abertura para futuros estudos sobre esta temática sensível e pertinente atendendo a
característica humana de ter família e necessidade de procriação.
No entanto, para este estudo nos focaremos numa primeira fase na exposição genérica
quanto a filiação, ao estabelecimento da maternidade e paternidade, por fim focaremos no
real ponto da pesquisa, mormente a dupla presunção da paternidade propriamente dito.
1.8. Metodologia
Para efeitos deste estudo foi necessário o método indutivo, tendo por base o método
exploratório juntamente com a pesquisa qualitativa, bem como a pesquisa bibliográfica,
documental e a entrevista não padronizada.
A monografia projectada no presente estudo, comportara cinco partes, das quais uma
será destinada a introdução, a segunda referente ao primeiro capítulo referente a metodologia
de pesquisa, a terceira o segundo capitulo relativo a revisão da literatura, quarta reservado
análise e interpretação de dados, a quinta parte referente a discussão dos resultados e por fim
as conclusões e sugestões.
Para efeitos deste estudo efectuamos uma revisão teórica com destaque a presunção
da paternidade (I), a dupla presunção da paternidade (II) e a impugnação da paternidade (III).
Fica claro que abordagem relativa a presunção da paternidade envolve o filho nascido
na constância do casamento e depois da cessação do mesmo. Nestes moldes, a presunção vai
refletindo consoante as circunstancias de casamento ou depois da cessação.
No entanto devemos notar que destaca que Guilherme Oliveira 4, refere que a lei não
presume que certo individuo é filho do marido da mãe, decide-o. Depois disso, as
considerações dos tópicos que permitiram ao legislador faze-lo só interessa por razões
teóricas, interpretativas, mas nunca tem efeito prático. Discordando totalmente com a ideia de
presunção imposta pelo legislador.
3
NEVES, José e MARTINS, Norberto (2007), Direito da Família e dos Menores, Edicção INA – Palácio dos
Importa referir que Jorge Pinheiro6, destaca que havendo bigamia ou casamento
sucessivo da mãe com desrespeito pelo prazo antenupcial, surge o conflito de presunções de
paternidade, que é resolvido (..), prevalece a presunção de que o pai é o segundo marido. Se
for impugnada com sucesso a paternidade do segundo, renasce a presunção relativa ao
anterior marido da mãe. O mesmo entendimento é exposto pelo Bianca Branca7, quando
destaca que tendo em consideração os casos em que o prazo antenupcial não fosse respeitado,
ou os casos de bigamia, o legislador viu necessidade de estabelecer um regime que desse
resposta a estas situações, onde poderiam existir duas presunções de paternidade, uma vez
que existiam “dois maridos” e respeitando a regra geral do estabelecimento da paternidade do
art.1826º do CC, elaborando então o art.1834º do CC, que consagra a solução dada nos casos
em que haja dúvida quanto à atribuição da paternidade, ou seja, quando haja conflito na sua
determinação. 47. Assim, no art.1834º, nº 1 é desde logo dada resposta ao problema, de modo
a presumir como pai um dos maridos, atribuindo a paternidade então ao segundo marido. Para
fazer valer esta presunção a lei divide em dois momentos fundamentais esta atribuição pelo
segundo marido: o primeiro “Se o filho nasceu depois de a mãe ter contraído novo casamento
sem que o primeiro se achasse dissolvido”; e o segundo “ou dentro dos trezentos dias após a
sua dissolução”.
Fica evidente a inexistência de muito material com uma abordagem directa sobre a
dupla presunção da paternidade, tornando o seu estudo mais ainda imperioso com o recurso a
hermenêutica jurídica para feitos da determinação do seu alcance e sentido em função da
previsão efetuada pelo legislado pátrio e as demais informações a serem colhidas atendendo a
6
PINHEIRO, Jorge Duarte, Direito da família contemporâneo, 2a Edição – reimpressão, p.164.
7
BRANCA, Bianca Sofia Conde da (2019), O Prazo Internupcial no nosso Ordenamento Jurídico: A Questão
da Atribuição da Paternidade Justa, Dissertação no âmbito do 2º Ciclo de Estudos em Direito- Mestrado em
Ciências Jurídico Forenses, Universidade de Coimbra, p.66 e 67.
metodologia de pesquisa adoptada juntamente com as técnicas de recolha de dados para
posterior discussão e apresentação de resultados.
A impugnação da paternidade deve ser vista como uma das garantias de salvaguarda
dos direitos e interesses do presumido pai atendendo a presunção vigorante.
8
NEVES, José e MARTINS, Norberto (2007), Op Cit, p.64.
9
CRUZ, Rossana Martingo, O estabelecimento da filiação e a Constituição da República Portuguesa – alguns
pontos de discussão, p.17.
Por fim, segundo Madalena Pinto De Abreu 10 distingue-se, em matéria de regime, a
ação de impugnação da paternidade presumida da ação de investigação da paternidade
estabelecida por perfilhação. Encontramos a primeira regulada nos artigos 1838.º a 1846.º do
CC e a segunda no artigo 1859.º do mesmo diploma. Destes preceitos ressaltam duas
diferenças manifestas. A primeira ao nível da legitimidade, na medida em que apenas na
segunda o pretenso progenitor tem legitimidade autónoma para intentar esta ação enquanto
titular de um interesse moral ou patrimonial na ação, já que na primeira terá que recorrer ao
Ministério Público que apenas intentará a ação se a viabilidade do pedido for pelo tribunal
reconhecida. A segunda ao nível dos prazos, dado que na primeira o direito a propor a ação
de impugnação está sujeito a prazo e na segunda a ação de impugnação pode ser intentada a
todo o tempo.
Existem vários métodos, mas os gerais nas ciências sociais conforme expõe António
Gil, são o hipotético-dedutivo, o dialético, fenomenológico, indutivo e dedutivo. No entanto,
o método hipotético-dedutivo que configura a tentativa de superação dos métodos dedutivos e
indutivos13.
10
ABREU, Madalena Pinto De (2021), O Direito ao Conhecimento Das Origens - O Direito ao
Conhecimento das Origens e a Legitimidade aas Restrições Previstas Na Lei, Dissertação de mestrado
apresentado na Faculdade da Universidade Católica Portuguesa, p.45.
11
GIL, António Carlos, Métodos e Técnicas de Pesquisa Social, 2a Edicção, Editora Atlas, SA, São Paulo, p.27
e 28.
12
MARCONI, Maria e LAKATOS, Eva, Fundamentos de Metodologia Científica, 8 a Edicção, Editora Atlas,
SA., São Paulo, p.96.
13
GIL, António Carlos, Op Cit, p.28.
Sendo que para este estudo empregaremos o método indutivo tendo em conta que este
método é o processo mental por intermédio do qua, partindo de dados particulares, suficientes
constatados, infere-se uma verdade geral e universal, não contida nas partes examinadas.
Portanto, o obejctivo dos argumentos é levar a conclusões cujo conteúdo é mais amplo do que
o das premissas nas quais se basearam conforme expõem Maria Marconi e Eva Lakatos 14.
Ademais, com este método, enquanto etapas efetuaremos a observação os fenómenos,
descobrir a relação entre eles e a generalização da relação.
Assim sendo, no presente estudo optamos por seguir a pesquisa qualitativa tendo em
conta que buscamos explorar uma variedade de técnicas que tendem a efectuar a exploração
na vertente investigativa para formulação de soluções ao problema levantado.
14
MARCONI, Maria e LAKATOS, Eva, Op Cit, p.96.
15
GIL, António Carlos, Op Cit, p.28.
16
CESÁRIO, Jonas Magno dos Santos. Et al. Metodologia científica: Principais tipos de pesquisas e suas
caraterísticas. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 11, Vol. 05, pp. 23-33.
Novembrode 2020.Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/tipos-de pesquisas.
Por fim, a pesquisa também será exploratória tendo em consideração que essa
pesquisa tem como finalidade desenvolver e modificar conceitos e ideias, com vistas na
formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores17.
III.3. Amostra
Nestes temos, para efeitos deste estudo, sabendo da existência de diversos tipos de
amostragem, optamos por uma amostragem estratificada tendo em conta que vamos focar
a pesquisa num grupo selecionado da população, no caso, as instituições de justiça e aos
cultores do direito da família.
Revisão bibliográfica;
Análise documental; e,
Entrevista não padronizada.
17
GIL, António Carlos, Op Cit, p.44.
18
Ibdem, p.92.
interagiremos com docentes, estudantes e demais pessoas que detém conhecimentos
aprofundados sobre o tema em estudo.
IV. CRONOGRAMA
Entrega do
1 projecto
Entrega do
2 contrato de
supervisão
Elaboração
da
3 introdução
da
Monografia
Efectuar a
4 revisão da
literatura e
busca
bibliográfica
A colecta de
5 dados através
da entrevista
6 Apresentação
, análise e
interpretação
de dados
7 Discussão
dos
resultados
8 Entrega ao
supervisor a
primeira
versão da
monografia
para revisão
Revisão em
9 função das
observações
10 Entrega da
Monografia
na UCM –
Delegação de
Maputo
11 Preparação e
aguardando a
data da
defesa
V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÀFICAS
V.1. Legislação
Lei n.o 22/2019, de 11 de Dezembro, Br, I Série, número 239, Quarta-feira, 11 de
Dezembro de 2019, que aprova a lei da família.
V.2. Doutrina
ABREU, Madalena Pinto De (2021), O Direito ao Conhecimento Das Origens - O
Direito ao Conhecimento das Origens e a Legitimidade aas Restrições Previstas Na
Lei, Dissertação de mestrado apresentado na Faculdade da Universidade Católica
Portuguesa.
BRANCA, Bianca Sofia Conde da (2019), O Prazo Internupcial no nosso Ordenamento
Jurídico: A Questão da Atribuição da Paternidade Justa, Dissertação no âmbito do 2º Ciclo
de Estudos em Direito- Mestrado em Ciências Jurídico Forenses, Universidade de Coimbra.
CAMPOS, Diogo Leite (1997), Lições de Direito da família e das Sucessões, 2a Edição revista e
actualizada, Editora Almedina.
CESÁRIO, Jonas Magno dos Santos. Et al. Metodologia científica: Principais tipos de pesquisas e suas
caraterísticas. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 11, Vol. 05,
pp. 23-33. Novembrode 2020.Link de acesso:
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/tipos-de pesquisas.
GIL, António Carlos, Métodos e Técnicas de Pesquisa Social, 2a Edicção, Editora Atlas, SA, São
Paulo.
MARCONI, Maria e LAKATOS, Eva, Fundamentos de Metodologia Científica, 8 a Edicção, Editora
Atlas, SA., São Paulo, p.96.
NEVES, José e MARTINS, Norberto (2007), Direito da Família e dos Menores, Edicção INA –
Cfr.https://diariodarepublica.pt/dr/lexionario/termo/presuncao-paternidade-19-03-
2024.