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RESUMO: O artigo apresenta os resultados de uma pesquisa de natureza teórica, que
teve como objetivo identificar e analisar as contribuições de Paulo Freire e Loris
Malaguzzi sobre a temática da escuta na Educação Infantil. Para a análise, recorreu-
se à obras de Paulo Freire, em especial Pedagogia da Autonomia e Pedagogia do
Oprimido, e à entrevista concedida por Loris Malaguzzi à Lella Gandini em diálogo
com estudiosos(as) de sua obra. Os resultados evidenciam convergências no
legado desses dois educadores em que a escuta ocupa um lugar central em suas
obras e em suas vidas infantilmente educadoras. Conclui-se que a escuta está na
base de suas concepções não apenas como ferramenta pedagógica mas,
sobretudo, como uma postura de respeito e compromisso ético, estético e político
com todos(as) os(as) envolvidos(as) no processo educacional das crianças.
INTRODUÇÃO
Inter-Ação, Goiânia, ISSN eletrônico: 1981-8416, v.48, n.2, p. 488-503, maio/ago. 2023. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.5216/ia.v48i2.75007>.
A escuta na educação infantil: um diálogo com Paulo Freire e... Artigo 489
a temática da escuta na educação das crianças. A pesquisa parte da seguinte pergunta
norteadora: Quais as contribuições de Paulo Freire e Loris Malaguzzi para a construção
de uma escuta sensível na Educação Infantil? A investigação insere-se no Grupo de
Estudos e Pesquisa Paulo Freire, do Mestrado em Educação da Universidade Municipal
de São Caetano do Sul, fazendo parte da pesquisa Paulo Freire e a educação das
crianças.
Cabe ressaltar que, tanto o educador pernambucano quanto o italiano,
preocuparam-se não apenas em denunciar a educação autoritária e antidialógica que
predominava em sua época, mas anunciaram propostas para uma educação
emancipatória e libertadora, em que todos e todas têm direito à palavra, exercendo seus
direitos como cidadãos e cidadãs autônomos(as), conscientes e responsáveis.
Revisitar a obra de dois dos maiores educadores do século XX é uma grande
responsabilidade, especialmente levando em conta o centenário do nascimento de
ambos – Malaguzzi em 2020, Freire em 2021. Tais datas comemorativas convocam à
reflexão acerca do legado deixado por esses pensadores para os quais a educação
ocupou papel central; no entanto, isso não significa deixá-los de lado quando passadas
as festividades, pelo contrário, suas obras se mantêm atuais e convidam a uma avaliação
crítica constante, sempre em diálogo com a experiência da prática pedagógica
cotidiana.
Destarte, apresentamos neste artigo, em um primeiro momento, as concepções
de criança, infância, educação e escuta presentes nas obras dos referidos autores para,
em um segundo momento, refletirmos sobre suas contribuições no que concerne à
importância da escuta na Educação Infantil, não como mera ferramenta pedagógica,
mas como atitude de compromisso ético e amoroso para com as crianças.
Inter-Ação, Goiânia, ISSN eletrônico: 1981-8416, v.48, n.2, p. 488-503, maio/ago. 2023. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.5216/ia.v48i2.75007>.
SILVA, M. R. P. da; DONATO, T. B.; LACERDA, F. D.; PINTO, A. P.
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A escuta na educação infantil: um diálogo com Paulo Freire e... Artigo 491
com o processo de humanização de todos e todas, é marcada pela horizontalidade das
relações humanas, reconhecendo a escuta e o diálogo como fundante no processo de
ensino e aprendizagem. Para esse pensador, a educação “não se faz de ‘A’ para ‘B’ ou de
‘A’ sobre ‘B’, mas de ‘A’ com ‘B’, mediatizados pelo mundo. Mundo que impressiona e
desafia a uns e a outros, originando visões ou pontos de vista sobre ele” (FREIRE, 2019b,
p.116). Logo, para Paulo Freire, o(a) professor(a) não é o(a) único(a) detentor(a) do saber:
o conhecimento é construído com os(as) educandos(as), no coletivo.
Conceber tal proposta educacional no trabalho com as crianças requer
“descolonizar discursos e práticas que veem as crianças tão somente como seres da falta
[...] cuja infância se caracteriza como uma etapa passageira do desenvolvimento
humano, que tem como objetivo a preparação para a vida adulta” (SILVA, 2017, p. 86), o
que exige dos(as) educadores(as) um movimento constante de reflexão sobre sua
própria prática pedagógica, reconhecendo-se como parceiros(as) das crianças na
construção do conhecimento. Tal prática está, portanto, baseada na dialogicidade, ou
seja, na compreensão de que o diálogo é um ato de profundo amor ao mundo e às
crianças, e que estas, como seres humanos, possuem o direito de dizer a sua palavra e
assim participar das decisões que dizem respeito à sua vida.
Com isso, Freire (2000) defende que as instituições de Educação Infantil se
transformem em “centros de criatividade, em que se ensine e se aprenda com alegria”
(FREIRE, 2000, p. 33). Espaços dialógicos, participativos e democráticos, que partindo das
experiências concretas das crianças estimulem a pergunta, a curiosidade, a criatividade e
a criticidade.
Nesta perspectiva, o(a) educador(a) reconhece a alegria e a esperança como
combustíveis na luta pela humanização, o que não significa viver alienado(a) e
resignado(a) em um universo paralelo, acreditando que nada pode ser feito. Ao
contrário, deve continuar desenvolvendo seu trabalho com a esperança de que a
realidade é passível de mudança e não uma “adaptação a situações negadoras da
humanização” (FREIRE, 2019a, p. 74). Desse modo, o(a) educador(a) que acredita na
educação como prática de libertação (FREIRE, 2002) está convicto(a) de que mudar é
possível e necessário; entretanto, reconhece que só a educação não é capaz de mudar a
realidade, sendo necessária também uma mudança política (FREIRE, 1993).
Sustentada pelo diálogo, pela amorosidade e pelo respeito às diferenças, a
educação freiriana acontece em um espaço democrático, no qual a curiosidade encontra
caminho para aflorar epistemologicamente e o(a) aprendiz assume o protagonismo do
seu processo educativo (MARAFON, 2012) - vivências garantidas também por uma
escuta ativa do(a) docente.
Escutar, para Freire, é um dos saberes necessários à prática educativa, “significa
a disponibilidade permanente por parte do sujeito que escuta para a abertura à fala do
outro, ao gesto do outro, às diferenças do outro” (FREIRE, 2019a, p. 117). À vista disso,
para esse educador a escuta não se caracteriza como mera possibilidade auditiva, mas
como uma atitude de profundo respeito ao(à) outro(a), reconhecendo-o(a) em sua
alteridade e em seu direito de dizer a sua palavra, o que torna a escuta uma condição
fundamental na construção de uma prática pedagógica democrática.
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A escuta na educação infantil: um diálogo com Paulo Freire e... Artigo 493
CRIANÇAS, INFÂNCIA, EDUCAÇÃO E ESCUTA EM LORIS MALAGUZZI
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A escuta na educação infantil: um diálogo com Paulo Freire e... Artigo 495
agrupamento. Permitem, ainda, que o(a) professor(a) compreenda o tipo de
relacionamento que está sendo construído em sua turma. Dessa maneira, por meio dos
relacionamentos entre as crianças, o pensamento individual e coletivo é enriquecido
pelos saberes recém construídos e compartilhados por todos e todas (RINALDI, 2019).
Assim como em Freire, no pensamento malaguzzinao, o escutar transcende o
ato neurofisiológico de ouvir. Trata-se, antes de mais nada, de uma metáfora que
representa uma abertura relacional, uma disponibilidade existencial diante de um(a)
outro(a) – outro(a) esse(a) legitimado(a) em sua autonomia, respeitado(a) em seu pleno
potencial de crescimento (CIVAROLO, 2020). Escutar ativamente passa a ser um requisito
indispensável no cotidiano escolar.
Mas o que se escuta quando se escuta de fato uma criança? Por certo não
apenas o que ela exprime verbalmente. Malaguzzi diria que se escuta as cem linguagens
da criança. Essa é uma conhecida metáfora de sua obra, segundo a qual as crianças
possuem diversas formas de se expressarem. Como aponta Fochi (2014), Malaguzzi quis
exaltar a complexidade da infância, momento em que as múltiplas experiências se fazem
marcantes e não são reduzidas a uma única forma de expressão.
Contrariando a unilateralidade usual do olhar dos(as) adultos(as) frente às
crianças, o educador italiano põe em evidência a pluralidade criativa e inesgotável
dos(as) pequenos(as), sempre surpreendentes, pois cada uma de suas linguagens
carrega consigo tantas outras – nenhuma melhor ou pior que as demais (FOCHI, 2014).
Em tal abundância expressiva reside a essência da cultura da infância, uma vez que
todas as crianças são singulares e construtoras de seu mundo e história (CIVAROLO,
2020).
Tais considerações são condizentes com a vocação relacional da pedagogia
malaguzziana. Nessa abordagem, o conhecimento se constrói no coletivo e passa
necessariamente pela escuta, pois depende do compartilhamento de teorias e
experiências – tanto de crianças quanto de adultos(as) (RINALDI, 2001). A partir da livre
expressão dessas narrativas provisórias que tecem sobre o mundo e seu lugar dentro
dele, a partir, pois, de uma escuta atenta aos significados por elas construídos
incessantemente, as crianças buscam encontrar “uma resposta à incerteza. Esta é a razão
pela qual qualquer teoria, para existir, precisa ser expressa, comunicada e escutada por
outrem.” (RINALDI, 2001, p. 02, tradução nossa). No entanto, não se deve passar a
imagem de que a escuta é um ato unidirecional do(a) adulto(a) frente à criança: antes,
escutar na prática de Reggio Emilia é um princípio que envolve a comunidade como um
todo, ocorrendo entre os diversos agentes e instâncias a todo tempo.
Nessa escuta devem estar implicados(as) os(as) professores(as), os(as)
funcionários(as), a gestão e as próprias crianças: sem tal participação coletiva não se
pode falar em um meio de fato propício à descoberta do mundo. Afinal, não só a criança
perde ao não ser escutada, mas também o(a) adulto(a), que deixa de se desenvolver em
uma fecunda relação de comunhão com seres que pensam de forma sempre criativa e
potente sobre o mundo.
A partir dos elementos apresentados, é possível tecer um retrato mais
abrangente do lugar e do papel ocupados pela escuta no pensamento de Loris
Malaguzzi. Primeiramente, é importante destacar o caráter afetivo do ato de escutar, o
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qual envolve todos os sentidos (visão, paladar, olfato, tato, audição) e compreende uma
temporalidade própria, cheia de curiosidade, descobertas e surpresas (RINALDI, 2019).
Na escuta impera a abertura ao diferente, um reconhecimento que dá
visibilidade e legitima o(a) outro(a), imprimindo-lhe, com isso, um senso ético de
respeito: “Escuta e respeito, na pedagogia de Malaguzzi, constituem dois conceitos
complementares que se fecundam mutuamente, uma vez que não é possível escutar
sem respeitar, ou respeitar sem escutar” (OLIVEIRA, 2011, p. 41). Trata-se de uma atitude
difícil e que exige abertura ao desconhecido e às incertezas – isso significa que escutar
não cumpre a função de produzir respostas prontas, ao contrário, faz emergir questões.
Apesar disso, pode-se dizer que escutar, nessa acepção forte do termo, é uma
capacidade dos seres humanos desde pequenos(as).
Em suma, seguindo com Malaguzzi, escutar é um verbo ativo que pressupõe a
capacidade para o diálogo e interpretação sem julgamentos, necessária a toda relação
de aprendizagem, conferindo sentido à voz do(a) outro(a).
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A escuta na educação infantil: um diálogo com Paulo Freire e... Artigo 497
para uma criança que “emerge como co-construtor, desde o início da vida, do
conhecimento, da cultura, da sua própria identidade [...] entendida como sujeito único,
complexo e individual” (DAHLBERG; MOSS; PENCE, 2019, p. 71, grifo dos autores),
afastando a imagem de uma criança passiva e receptora em um mundo adultocêntrico.
Analogamente, para Freire, somos seres de intervenção no mundo e não de adaptação,
assim como a criança – um ser que desde o seu nascimento lê e comunica o mundo.
A valorização da escuta no contexto educacional é consequência incontornável
de ambas concepções de criança apresentadas no presente texto: tanto Freire quanto
Malaguzzi trabalham com a ideia de uma potência curiosa e criativa a ser reconhecida na
infância, potência essa que só poderá ser realizada de forma plena se as condições
ambientais forem suficientemente acolhedoras (MALAGUZZI, 1999). Dito de outro
modo, se os(as) pequenos(as) têm papel ativo no seu processo de aprendizagem e não
são meros receptáculos inertes de conhecimento, cabe ao corpo docente e a toda a
comunidade educativa oferecer uma escuta compreensiva de suas demandas, interesses
e capacidades expressas de múltiplas formas.
Trata-se, então, de um reconhecimento da criança como uma alteridade
merecedora de atenção e respeito, tanto quanto qualquer adulto(a) (FREIRE, 2019a). Tal
postura ética diante do ser infantil encontra amplo respaldo nos documentos
norteadores da educação brasileira, como as os Parâmetros Nacionais de Qualidade para
a Educação Infantil (BRASIL, 2006) e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Infantil (BRASIL, 2010), que reconhecem a criança como sujeito histórico e de direitos; ser
singular, competente, produtor de cultura, cidadão.
Há uma evidente consonância da concepção de criança presente nas
normativas citadas com as obras de Loris Malaguzzi e Paulo Freire. Não obstante,
cumpre lembrar que nem sempre a prática pedagógica cotidiana age de acordo com
esses princípios. Conforme ressaltado pelo próprio Freire, deve-se evitar um
descompasso entre teoria e prática, isto é, buscar uma coerência educativa: “Dizer uma
coisa e fazer outra, não levando a palavra a sério, não pode ser estímulo à confiança.
Falar, por exemplo, em democracia e silenciar o povo é uma farsa. Falar em humanismo
e negar os homens é uma mentira” (FREIRE, 2019b, p. 113). Assim, defender a ideia de
uma criança rica e competente, por um lado, e se negar a escutá-la, de outro, não condiz
com a postura de um(a) educador(a) consciente e democrático.
De fato, a coerência entre pensar e fazer parece estar no cerne das vidas e obras
tanto de Freire quanto de Malaguzzi. Ambos não somente defendem a importância da
escuta na educação mas, também, eles próprios se dispõem a escutar: escutar ao(à)
outro(a), e à própria essência de meninos ao beber das fontes de suas infâncias para
pensar suas obras na maturidade. Cabe aos(às) docentes, por sua vez, escutarem sua
própria experiência e encontrar inspiração nas obras de autores como Freire e
Malaguzzi, a fim de realizar o projeto de uma educação verdadeiramente
transformadora.
Vale lembrar que os valores defendidos tanto por Paulo Freire quanto por Loris
Malaguzzi – democracia, diálogo, participação, amorosidade, liberdade – estão
ancorados em uma prática de escuta que atravesse toda a instituição educacional. Em
outras palavras, na base das concepções de educação dos autores, está a escuta: uma
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A escuta na educação infantil: um diálogo com Paulo Freire e... Artigo 499
exploradora, perguntadeira e curiosa da criança nunca é negada, mas sim potencializada
no ato de escutar. Como adverte Paulo Freire:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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LISTENING IN EARLY CHILDHOOD EDUCATION: A DIALOGUE WITH PAULO FREIRE AND LORIS
MALAGUZZI
ABSTRACT: The article presents the results of research, of a theoretical nature, which aimed to
identify and analyze the contributions of Paulo Freire and Loris Malaguzzi on the issue of listening
in early childhood education. For the analysis, works by Paulo Freire were used, especially
Pedagogy of Autonomy and Pedagogy of the Oppressed, and the interview given by Loris
Malaguzzi to Lella Gandini in dialogue with scholars of his work. The results show resonances in
the legacy of these two educators in which listening occupies a central place in their works and in
their childishly educative lives. It concludes that listening is at the base of its conceptions, not only
as a pedagogical tool, but, above all, as a posture of respect and ethical, aesthetic and political
commitment with everyone involved in the educational process of children.
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RESUMEN: El artículo presenta los resultados de una investigación, de carácter teórico, que tuvo
como objetivo identificar y analizar las contribuciones de Paulo Freire y Loris Malaguzzi sobre la
cuestión de la escucha en la educación infantil. Para el análisis se utilizaron obras de Paulo Freire,
en especial Pedagogía de la Autonomía y Pedagogía del Oprimido, y la entrevista concedida por
Loris Malaguzzi a Lella Gandini en diálogo con estudiosos de su obra. Los resultados muestran
resonancias en el legado de estas dos educadoras en las que la escucha ocupa un lugar central en
sus obras y en sus vidas educativas infantiles. Concluye que la escucha está en la base de sus
concepciones, no sólo como herramienta pedagógica, sino, sobre todo, como una postura de
respeto y compromiso ético, estético y político con todos los involucrados en el proceso educativo
de los niños.
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A escuta na educação infantil: um diálogo com Paulo Freire e... Artigo 501
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NOTA
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Inter-Ação, Goiânia, ISSN eletrônico: 1981-8416, v.48, n.2, p. 488-503, maio/ago. 2023. Disponível em:
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A escuta na educação infantil: um diálogo com Paulo Freire e... Artigo 503
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MARTA REGINA PAULO DA SILVA: Doutora em Educação pela UNICAMP. Docente do
Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Municipal de São Caetano
do Sul. Líder do Grupo de Estudos e Pesquisa Infâncias, Diversidade e Educação –
GEPIDE (PPGE/USCS) e do Grupo de Estudos e Pesquisa Paulo Freire
(PPGE/USCS).
Orcid: https://orcid.org/0000-0002-8574-760X
E-mail: martarps@uol.com.br
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TATIANA BAPTISTA DONATO: Pedagoga pela Universidade Municipal de São Caetano do
Sul. Bacharel em História pela USP.
Orcid: https://orcid.org/0000-001-9430-5515
E-mail: tatiana.donato@uscsonline.com.br
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FERNANDA DANTAS LACERDA: Pedagoga pela Universidade Municipal de São Caetano do
Sul.
Orcid: https://orcid.org/0000-0002-6186-8634
E-mail: fernanda.lacerda@uscsonline.com.br
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ANDRÉIA PRISCILA PINTO: Pedagoga pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul.
Agente de Organização Escolar.
Orcid: https://orcid.org/0000-0002-7093-9668.
E-mail:andreia.pinto@uscsonline.com.br
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