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T4 - Metabolismo

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Metabolismo de Xenobióticos

Reacções de fase I e reacções de Fase II

Luís Constantino
Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa

FFUL 2024
Nefrónio
Sangue

RIM

• Filtração de células e compostos de PM elevado


• Excreção do restante
• Reabsorção de iões e moléculas endógenas – Transporte activo
• Reabsorção de compostos apolares – Difusão passiva

Urina
Velocidade
de
excreção

Lipofilia
Log P –molécula neutra
Log D- molécula ionizada a determinado pH (geralmente 7.4)
Reacções envolvidas no metabolismo de fármacos:

•Reacções de fase I
•Reacções de fase II.

As reacções de fase I levam na maioria dos casos à


introdução ou revelação de grupos funcionais polares,
como o hidroxilo, amina, carboxilo ou tiol.

As reacções de fase II consistem na conjugação de


grupos funcionais com pequenas moléculas endógenas,
como o ácido glucurónico, glicina, sulfatos ou
aminoácidos
Oxidação
Redução
Reacções de fase I
Hidrólise

Ácido glucurónico
Sulfato
Reacções de fase II Glicina, e outros AA
(conjugação com:) Glutationa e ácido mercaptúrico
Grupo acetilo
Grupo metilo
Vias metabólicas da anfetamina

CH3
HOOC O
HO NH2
O
HO
OH
Glucuronido da p-hidroxianfetamina

CH3 CH3

NH2 NH2
HO
Anfetamina p-Hidroxianfetamina

OH
CH3

NH2
HO
p-Hidroxinorefedrina
Muitos fármacos considerados activos não o
são, na realidade, “per se”.

Prontosil

1,3,4-triaminobenzeno Sulfanilamida
(p-aminofenilsulfonamida)

1909 - Síntese Paul Gelmo


1932 - Gerhard Domagk, Bayer - Descoberta da actividade- prémio Nobel da medicina 1939
1935 - Ernest Fourneau, Pasteur - Metabolismo
O elixir sulfanilamida surgiu devido ao impacto da descoberta da molécula mas foi
impropriamente formulado, causando mais de 100 Mortes nos EUA (o solvente era
o anticongelante dietilenoglicol). Foi este desastre que deu o poder à FDA para
supervisionar os medicamentos de forma mais eficiente.
Alguns xenobióticos são tóxicos depois de metabolizados

10
9

8
HO
7 O
OH
benzo[a]pireno 7,8-óxido 7,8-trans-dihidrodiol

O
N
NH

N N NH
O
desoxirribose HO

HO HO
OH OH
(+)-7,8-diol-9,10-óxido
aducto com o ADN
CIT P450

É uma monooxigenase. Estas enzimas utilizam um dos átomos de


uma molécula de dioxigénio numa reacção que resulta,
frequentemente, na inserção desse átomo numa molécula orgânica,
enquanto que o outro é reduzido a água.

A reacção requer oxigénio molecular e um dador de electrões.

R-H + NADPH + H+ + 02 R-OH + NADP+ + H2O


•Na maioria dos casos, o citocromo P 450 introduz um grupo
hidroxilo no produto, obtendo-se um composto estável.

•Em alguns casos, o produto é quimicamente instável e sofre


transformação espontânea.

CH3 CH OH H
2 decomposição
Cit P450
N N N
H H H
Reacções efectuadas pelos Cit P450

•Hidroxilações alifáticas
•Hidroxilações aromáticas
•N-, S-, O- e C- desalquilações
•Formação de N-óxidos,
•Sulfoxidação
•Epoxidação
• (….)
Composição do sistema Citocromo P450

• Cit P450
• Cit P450 reductase
• Componente fosfolipídico
• NADPH

R-H + 2e- + 2H+ + 02 R-OH + H 2O

As monooxigenases do Cit P450 para funcionarem necessitam de


dois electrões. Nos mamíferos estes são fornecidos pelo NADPH.
Citocromo P450 redutase contém dois grupos prostéticos:

•FAD
•FMN.

FAD serve como aceitador inicial de electrões do NADPH


FMN serve como dador desses electrões ao citocromo P450.
Citocromos P450 (isoenzimas)

· Cadeia polipeptídica de aprox. 50 000 Daltons

· Grupo prostético de FeIII protoporfirina IX

N N

FeIII

N N

HOOC COOH

· Um grupo tiolato está ligado a uma das posições axiais do Fe

· A outra está ocupada por uma molécula de água


Modelo do citocromo P50 com um substrato (varfarina) no cento
activo. O grupo Heme e o substrato ocupam uma cavidade hidrofóbica
Cit P450 extrahepáticos

CIT P 450
Hepático
Principal local do metabolismo de fármacos

Grande parte da actividade conhecida dos citocromos P450


está localizada no fígado
A actividade dos citocromos P450 pode ser aumentada ou
diminuída por pré-tratamento com uma grande variedade de
compostos genericamente designados por indutores e
inibidores.

• A administração de um fármaco indutor leva ao


aumento do metabolismo quer do fármaco quer de
outros tomados concomitantemente.

• O tratamento com um fármaco inibidor leva a uma


diminuição do metabolismo.
Efeito do Saquinavir na AUC do Midazolan. Ao inibir o metabolismo do
midazolan o Saquinavir aumenta a exposição dos doentes ao fármaco
Isoformas de Cit P450
• Em 1973 Lu verificou que o fenobarbital (PB) induzia a produção de
citocromo P450, no entanto a actividade oxidativa apenas aumentava para
alguns substratos.

Substrato Ratos tratados com PB Grupo de controle


Fenobarbital +++++ ++
benzopireno + ++
etilmorfina ++ ++
Testosterona (hidroxilação 7) ++ ++
benzfetamina +++++ ++

O citocromo isolado dos ratos tratados com fenobarbital tinha também um pico a 448 nm
em vez do pico típico a 450 nm.
Isoformas de Cit P450
• Verificou-se também que diferentes substâncias
(inibidores) tinham acção distinta sobre o
metabolismo de diferentes fármacos.

• O cetoconazole por exemplo inibe o metabolismo


da terfenadina mas não inibe o metabolismo da
fenacetina
Isoformas de Cit P450

Foi a observação de que diferentes substratos


induziam ou inibiam diferentes reacções
efectuadas pelos citocromos P450 que levou à
suspeita de que existiriam várias formas de
citocromo P450.
Cit P 450 e variabilidade genética
metabolismo da debrisoquina - I

• Um investigador (Robert Smith) que estava a participar


como voluntário num ensaio clínico da debrisoquina (um
agente anti-hipertensivo) verificou que ao contrário dos
outros voluntários sofria de uma hipotensão severa.

• A análise da sua urina mostrou que o metabolito da


debrisoquina não se encontrava presente (ao contrário do
que acontecia em todos os outros voluntários).

• Estudos mais extensivos mostraram que algumas pessoas


eram incapazes de metabolizar debrisoquina.
Cit P 450 e variabilidade genética
metabolismo da debrisoquina II

• Verificou-se também que o metabolismo era controlado por


um único gene e que os humanos poderiam ser agrupados
em metabolizadores rápidos e metabolizadores lentos em
relação a este fármaco

• Mais tarde verificou-se que existia uma isoforma de


citocromo P450 (CYP2D6) que era responsável pela
hidroxilação da debrisoquina e que esta isoforma estava
presente em quantidades diminutas em parte da população

• O CYP2D6 é responsável pelo metabolismo de muitos


fármacos dando origem a uma variabilidade farmacocinética
muito grande o que causa graves problemas em terapia.
Diversidade dos Citocromos P450

Estão caracterizados 57 citocromos P450 humanos, num total


de mais de vários milhares de citocromos sequenciados,

Muitos citocromos não humanos encontram-se por caracterizar


Nomenclatura actual das isoenzimas do citocromo P450:

•Famílias (1, 2, 3, 4,...)


•Subfamílias (A, B, C, D,...)
•Citocromos individuais (1, 2, 3, 4, ....).

A maioria das reacções envolvidas no metabolismo de fármacos é


atribuída a um pequeno número destas enzimas (1A2, 2C9, 2C19,
2D6 E 3A4)

O mesmo se passa com a activação de pró-tóxicos (1A1, 1A2,


1B1, 2A6, 2E1 e 3A4).
Importância relativa de alguns citocromos em
metabolismo de fármacos

CYP2D6
19% CYP3A4
36%

CYP2C19

CYP2C9

CYP1A2

CYP2E1 CYP2B6 CYP2A6


Diferentes citocromos são afectados de diferentes maneiras por factores estéreos e
electrónicos

CYP 3A4 – pouco impedimento estéreo: oxidação muito governada por factores electrónicos

CYP 2C9 e CYP 2D6 vários AA estabelecem ligações no centro activo,


Oxidação mediada por factores estéreos e electrónicos
Lista de substratos, indutores e
inibidores dos citocromos P450

Indiana University - Lista de substratos, indutores e inibidores

FDA - Lista de substratos inibidores e indutores de vários citocromos P 450


Example of a table of
substrates, inducers and
inhibitors of CYP

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