TRPL - 1T24 - Agf Análise
TRPL - 1T24 - Agf Análise
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[TRPL3, TRPL4]
Resultados 1ºT/2024
1º Trimestre de 2024
O resultado foi POSITIVO. Tivemos 3 importantes fatores que ajudaram os resultados de TRPL quando comparamos
com o mesmo período do ano passado: “reajuste” da RBSE + entrada em operação dos projetos Itaúnas e Triângulo
Mineiro + atualização da RAP pela inflação. Além disso, o período foi marcado pelo recorde histórico em
investimentos num único trimestre, chegando a R$ 835 milhões. Por fim, e não menos importante, a alavancagem da
empresa reduziu até 2,29× - o que não deve permanecer por muito tempo nesse patamar baixo devido aos quase R$
15 bilhões em investimentos até 2028 [conforme exploramos bastante no nosso último relatório da empresa].
Sobre os proventos [apenas juros sobre capital próprio], não temos ainda nenhuma mudança na frequência de
pagamentos. Por isso, acreditamos que boas notícias sobre isso deverão aparecer apenas no 4º trimestre de 2024.
80,9% 2,29×
[-1,9 p.p.] [-0,45×]
25,5% 6,33%
[+10,2 p.p.] [-0,94 p.p.]
O AGF Análise fez um questionamento aos executivos presentes na teleconferência abordando a temática do
próximo leilão de transmissão que está previsto para acontecer em setembro de 2024. Serão poucos lotes - apenas
cinco - contemplando algo próximo a R$ 4 bilhões de investimentos, de acordo com os estudos da ANEEL.
Foram claros ao dizer que há um pequeno interesse numa determinada concessão que atualmente está com a ISA
CTEEP, mas que representa apenas algo em torno de 1% da RAP total da companhia. Logo, não é representativo
diante do contexto atual, que terá R$ 2,8 bilhões em reforços e R$ 2,2 bilhões em melhorias até o final de 2028 - além
dos R$ 10 bilhões em 7 projetos em construção, que trarão uma RAP adicionar de R$ 972 milhões.
Para aproveitar esse assunto, vamos avançar um pouco mais sobre a expressão que é dita em toda teleconferência,
mas que nem todos os investidores dominam bem: os tais “reforços e melhorias”.
Reforços podem ser representados pela “instalação, substituição e reforma de equipamentos em ativos existentes
ou adequação de instalações para aumento de capacidade, confiabilidade, vida útil ou conexão de usuários”. Ao
mesmo tempo, as melhorias nada mais são do que “obras para instalação, substituição ou reforma de equipamentos
em ativos existentes ou adequação de instalações para manter a prestação de serviços adequados”. Percebeu como
é sutil a diferença?
Reforços estão relacionados à ampliação do serviço prestado; enquanto que as melhorias, à manutenção. Por mais
trivial que isso possa parecer, o investidor de TRPL sabe da importância dessas fontes de receita - até porque
nenhuma empresa se prepara para desembolsar R$ 5 bilhões em algo que seja pouca rentável.
R$ 1,36 - Pessimista
R$ 2,50 - Otimista
Se existe uma conta que não faz sentido quando lemos notícias abordando o resultado dos leilões de transmissão é a
famosa “relação RAP/CapEx ANEEL”. Sem muito esforço, é possível compreender o motivo de trazer esse exercício
matemático mas o ponto crucial é que ele não se aproxima em nada da realidade. Porém, como bons eternos
estudantes, esse tema já foi abordado nas edições anteriores do AGF Análise e não seremos repetitivos nisso.
Vamos, portanto, um pouco além. Como que nós podemos fazer pequenas projeções de resultados, considerando
que a eficiência na execução dos projetos vencidos pela ISA CTEEP será mantida? Ou seja, a partir dos resultados
públicos dos leilões, qual o racional que deve refletir o que realmente acontece no mundo real?
Sugiro alguns cálculos apenas para materializar esse conteúdo. Para isso, utilizaremos dados do lote 1 do leilão de
transmissão 01/2023, vencido pela ISA CTEEP. Porém, um aviso: vamos ignorar a antecipação dos projetos, os
benefícios fiscais, a estrutura de capital entre outras estratégias usadas pela companhia nessa simulação.
O CapEx previsto pela ANEEL - ou seja, o valor total do investimento para esse lote 1 - é de R$ 3,1 bilhões. A empresa
ISA CTEEP consegue uma economia média de 35%; portanto, podemos considerar [bem a grosso modo] algo em
torno de R$ 2 bilhões de investimentos. Além disso, sabemos que a RAP para esse projeto será de R$ 284 milhões. Só
por esse pequeno ajuste, a relação RAP/”CapEX ISA CTEEP” já sobe para 13,8%. Nada mal para um projeto
reajustado pela inflação, por 30 anos, não é verdade?
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