Trabalho - O Homem e A Sociedade - Estoicismo e Valores Sociais - Prof Eduardo Pimenta - 1o Semestre
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Sumário
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 3
2. EXPLICAÇÃO DO TEMA .......................................................................................................................... 3
3. DEFINIÇÕES ........................................................................................................................................... 3
4. A INFLUÊNCIA DA FILOSOFIA ESTÓICA NOS VALORES SOCIAIS ............................................................ 6
5. CITAÇÕES / REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 8
6. BIBLIOGRAFIA........................................................................................................................................ 8
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1. INTRODUÇÃO
Discorrer sobre a influência a filosofia estoica, ou estoicismo, na definição e atualização dos valores
sociais.
2. EXPLICAÇÃO DO TEMA
Para que se possa evoluir sobre o tema cabe aqui, identificar os elementos tratados, notadamente:
- de que forma os valores de um influenciam nossas ações e percepções nos dias de hoje?
3. DEFINIÇÕES
3.1. Estoicismo
De acordo com a “Wikipédia, a enciclopédia livre”, estoicismo (do grego Στωικισμός) é uma escola
de filosofia helenística fundada em Atenas por Zenão de Cítio no início do século III a.C. Os estoicos
ensinavam que as emoções destrutivas resultam de erros de julgamento, e que um sábio, ou
pessoa com "perfeição moral e intelectual", não sofreria dessas emoções.1
O estoicismo afirma que todo o universo é corpóreo e governado por um Logos divino (noção que os
estoicos tomam de Heráclito e desenvolvem). A alma está identificada com este princípio divino
como parte de um todo ao qual pertence. Este logos (ou razão universal) ordena todas as coisas:
tudo surge a partir dele e de acordo com ele, graças a ele o mundo é um kosmos (termo grego que
significa "harmonia").
O estoicismo propõe se viver de acordo com a lei racional da natureza e aconselha a indiferença
(apathea) em relação a tudo que é externo ao ser. O homem sábio obedece à lei natural,
reconhecendo-se como uma peça na grande ordem e propósito do universo, devendo, assim,
manter a serenidade perante tanto as tragédias quanto as coisas boas. A partir disso, surgem duas
consequências éticas: deve-se "viver conforme a natureza"; e sendo a natureza essencialmente o
logos, essa máxima é prescrição para se viver de acordo com a razão. Sendo a razão aquilo por meio
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do que o homem torna-se livre e feliz, o homem sábio não apreende o seu verdadeiro bem nos
objetos externos, mas usando estes objetos através de uma sabedoria pela qual não se deixa
escravizar pelas paixões e pelas coisas externas.
Estoicos mais tardios, como Séneca e Epicteto, enfatizaram que porque a "virtude é suficiente para
a felicidade", um sábio era imune aos infortúnios. Esta crença é semelhante ao significado de calma
estoica, apesar de essa expressão não incluir as visões "éticas radicais" estoicas de que apenas um
sábio pode ser verdadeiramente considerado livre, e que todas as corrupções morais são todas
igualmente viciosas.1
O estoicismo foi uma doutrina que sobreviveu todo o período da Grécia Antiga, até o Império
Romano, incluindo a época do imperador Marco Aurélio, até que todas as escolas filosóficas foram
encerradas em 529 por ordem do imperador Justiniano I, que percepcionou as suas características
pagãs, contrária à fé cristã.2 3
A escola estoica preconizava a indiferença à dor de ânimo causada pelos males e agruras da vida.
Reunia seus discípulos sob pórticos ("stoa", em grego) situados em templos, mercados e ginásios.
Foi bastante influenciada pelas doutrinas cínica e epicurista, além da influência de Sócrates.
Os valores morais e sociais representam as aspirações e aquilo em que a comunidade acredita como
um todo. Incluem-se aqui as preocupações com equidade, excelência e promoção de uma sociedade
caritativa, cívica e justa. Estes valores humanos são comuns a uma série de instituições seculares e
religiosas universais e encontram-se na maioria das culturas.
A escola ensina valores morais, sociais e educativos, incluindo aqueles que são ponto central da
aprendizagem, e também fornece aos estudantes oportunidade de explorar valores que são a base
de atitudes tomadas por diversas comunidades, desde assuntos políticos a preocupações sociais.
Cabe ressaltar que a escola divide a responsabilidade pelo ensino de valores morais e sociais com a
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família e com a comunidade onde se vive. Os primeiros valores se aprendem predominantemente
em casa e são modificados através de relacionamentos sociais e ao longo de experiências de vida.
A lista de valores morais é extensa, mas os principais valores morais e sociais são:
AMOR AO PRÓXIMO: Preocupar-se com o seu bem-estar e o dos outros, demonstrando empatia e
agindo com compaixão.
RESPEITO: Ter respeito por si e pelos outros, por uma autoridade legal e justa e pela diversidade da
sociedade, aceitando o direito dos outros a terem opiniões diferentes.
A depender do autor ou do estudioso, podemos ter outros valores na lista como a lista a seguir com
dez valores que podem ser desenvolvidos para melhorar a vida em sociedade:
Dignidade da pessoa humana: Valor absoluto que cada ser humano tem. A pessoa é fim, não meio.
A pessoa tem valor, não preço.
Respeito mútuo: Valor que leva uma pessoa a tratar outra com grande atenção, profunda
deferência, consideração e reverência. A reação da outra será no mesmo nível: o respeito mútuo.
Igualdade de direitos: Valor inspirado no princípio segundo o qual todos os homens são submetidos
à lei e gozam dos mesmos direitos e obrigações.
Tolerância: Valor que se manifesta na tendência a admitir, nos outros, maneiras de pensar, de agir e
de sentir diferentes ou mesmo diametralmente opostas às nossas.
Autonomia: Refere-se ao valor que reconhece o direito de um indivíduo tomar decisões livremente,
ter sua liberdade, independência moral ou intelectual. É a capacidade apresentada pela vontade
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humana de se autodeterminar segundo uma norma moral por ela mesma estabelecida, livre de
qualquer fator estranho ou externo.
Diálogo: Valor que reconhece na conversa um momento da interação entre dois ou mais indivíduos,
em busca de um acordo.
Justiça: É o valor mais forte. Manifesta-se quando a pessoa é capaz de perceber ou avaliar aquilo
que é direito, que é justo. É o princípio moral em nome do qual o direito deve ser respeitado.
Participação social: Valor que se desenvolve à medida que nos tornamos parte da vida em
sociedade e leva-nos a compartilhar com os demais membros da comunidade conflitos, aflições e
aspirações comuns.
Solidariedade: Valor que se manifesta no compromisso pelo qual as pessoas se obrigam umas às
outras e cada uma delas a todas, particularmente, diante dos pobres, dos desprotegidos, dos que
sofrem, dos injustiçados, com o intuito de confortar, consolar e oferecer ajuda.
No estoicismo vemos alguns princípios que foram trazidos de outras correntes de pensamento mais
antigas, e que ainda assim serão usados em linhas filosóficas e religiosas posteriores, estndo
presentes até hoje em nossa cultura.
O estoicismo pede que o homem domine suas más paixões, tornando-se senhor de suas ações e
assim permitir uma vida em harmonia com os demais, pautada no respeito, tolerância, e equilíbrio.
Por outro lado, também admite que o homem pode conviver harmoniosamente com os demais e
com a natureza se dominar seus instintos e não prejudicar aos demais.
O pensamento de que a cada ação corresponde uma reação não é novo, mas faz com que o homem
tenha consciência de seus atos e possa avaliar melhor seu comportamento.
Ao analisarmos as listas de valores morais citadas em 3.2, vemos que não são excludentes, mas sim
complementares. Ao analisarmos valores como tolerância, respeito mútuo, amor ao próximo,
notamos que todos dependem do individuo não olhar apenas para si mesmo, mas ver que faz parte
de um todo e que cada elemento é um ser humano que é igualmente importante na obtenção do
todo.
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Ao vermos de forma mais atenta este preceito, vemos que ele está na direção total dos
ensinamentos de Jesus e mais especificamente na máxima: "Assim, em tudo, façam aos outros o que
vocês querem que eles lhes façam.”
A frase "Não faça aos outros o que você não quer que seja feito a você" (também chamada de
“regra do ouro”), muito conhecida no mundo todo, é utilizada desde a antiguidade, por diferentes
povos. Sua origem é discutível (alguns atribuem ao sábio chinês Confúcio), mas o fato é que
praticamente todas as religiões baseiam-se nessa idéia, inclusive o judaísmo e o cristianismo.
Em Mateus 7:12, o Mestre usa esse conceito em um de seus ensinos, mas com uma importante
modificação: "Assim, em tudo, façam aos outros o que vocês querem que eles lhes façam; pois esta
é a Lei e os Profetas".
Para muitos, o que Ele fez foi apenas uma reprodução de um pensamento já conhecido por todos,
mas se analisarmos a fundo veremos que Ele mudou totalmente o foco. Enquanto o provérbio
“original” ensina a não realizar algo ruim (“não faça”), Jesus ensina algo mais profundo, pois em vez
de colocar uma proibição e de ensinar a deixar de fazer o mal, ele mostra que devemos fazer o bem
ao nosso semelhante! Com um olhar superficial pode não transparecer a diferença, mas é como na
história atribuída a Albert Einsten: "O mal não existe; é, na verdade, a ausência do bem". Portanto,
se não quero o mal para mim, não tenho que deixar de fazer o mal, e sim, fazer o bem.
É possível perceber também que Jesus foi muito mais exigente do que os sábios antigos. Quando Ele
troca a forma negativa pela positiva, passa a exigir de nós uma atitude e não mais um simples
“cruzar de braços”. Não quer que deixemos de fazer isso ou aquilo, mas que assumamos
responsabilidades e façamos algo, segundo a Sua vontade. Dessa forma, o foco que era o indivíduo
(que não deveria fazer alguma coisa) passa a ser a ação praticada por ele.
“E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo
o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo mandamento é: “Amarás
o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas”
Mateus 22:37-40.
Fica claro que “amar o próximo como a si mesmo” é uma expansão da famosa regra do ouro,
defendida por inúmeros povos. Porém isso não significa que este mandamento existe devido à
adoção universal desse conceito. Alguém, em um passado distante refletiu sobre a grandeza da vida
e percebeu que o amor e a compaixão são essenciais para uma vida de paz e de harmonia e isso
deveria estar no coração de todos nós, independente da religião.
O que vemos hoje é que cada vez mais a sociedade se mobiliza no sentido de dar a todos condições
iguais, respeitando suas desigualdades para que cada um possa ter respeitadas suas necessidades,
opiniões, e acima de tudo seus direitos. É função de cada um de nós identificar ações de intolerância
e desrespeito com o próximo e ver nelas algo que poderia ser feito contra nós mesmos. E se não
queremos ter nossos direitos e respeito tolhidos, por que devemos aceitar que isto ocorra com os
outros?
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5. CITAÇÕES / REFERÊNCIAS
ab
1. Stoicism (em inglês). Stanford Encyclopedia of Philosophy. Página visitada em 15 de janeiro
de 2012.
2. Agathias. Histories, 2.31.
3. David, Sedley (1998). "Ancient philosophy". Routledge Encyclopedia of Philosophy. Ed. E. Craig.
Consultado em 18 de outubro de 2008.
6. BIBLIOGRAFIA
• AMOS, H. These Were the Greeks (em inglês). Chester Springs: Dufour Editions, 1982. ISBN
9780802312754 (OCLC 9048254)
• BECKER, Lawrence. A History of Western Ethics (em inglês). Nova Iorque: Routledge, 2003. ISBN
978-0-415-96825-6
• MURRAY, Gilbert. The Stoic Philosophy. In Russell, Bertrand. A History of Western Philosophy
(1946) (em inglês). [S.l.: s.n.], 1915.
• SELLARS, John. Stoicism (em inglês). Berkeley/Los Angeles: University of California Press,
2006. 219 p. ISBN 978-0-520-24908-0
• RUSSELL, Bertrand. A History of Western Philosophy (em inglês). 2 ed. [S.l.]: Routledge, 2004. 778
p. ISBN 9780415325059 Página visitada em 15 de janeiro de 2012.
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