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Intervencao Do Psicologo No Hospital Unidade I

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INTERVENÇÃO DO

PSICÓLOGO NO HOSPITAL

UNIDADE I
EXPLANAÇÃO SOBRE
PSICOLOGIA
HOSPITALAR
Elaboração
Thércia Araujo Vila Nova

Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................................4

UNIDADE I
EXPLANAÇÃO SOBRE PSICOLOGIA HOSPITALAR.........................................................................7

CAPÍTULO 1
A PSICOLOGIA HOSPITALAR................................................................................................. 7
CAPÍTULO 2
CARACTERÍSTICAS SOBRE ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR.................................... 14
CAPÍTULO 3
A HUMANIZAÇÃO HOSPITALAR......................................................................................... 18
REFERÊNCIAS.........................................................................................................................21

ABREVIATURAS......................................................................................................................30
INTRODUÇÃO

A Psicologia Hospitalar é considerada uma vertente nova nos estudos psicológicos. No


Brasil, Matilde Neder é uma das precursoras da área quando iniciou sua atuação na
década de 1950, no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo (USP), na Clínica Ortopédica e Traumatológica, e em seguida na divisão de
Reabilitação. Em 2000, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) regulamentou a Resolução
n. 14, a especialização de Psicologia Hospitalar (ANGERAMI-CAMON, 2002).

Sair de dentro dos consultórios convencionais e encarar diferentes settings terapêuticos,


com possibilidades de inúmeras intercorrências durante os atendimentos, além de
trabalhar conjuntamente com diversos profissionais, são alguns dos grandes desafios
para o psicólogo. É necessária uma postura ativa, humanizada e acolhedora frente ao
indivíduo que traz demandas de cuidados físicos e psicológicos (ROMANO, 1990).

São muitas as possíveis áreas de atuação do psicólogo no hospital, por isso é preciso
compreender o contexto hospitalar que irá atuar e estudar os tipos de demandas
que ocorrem com mais frequência. Neste material, daremos enfoque principal nas
intervenções do psicólogo no Pronto-Socorro (PS), na Unidade de Terapia Intensiva
(UTI), na Enfermaria e no Ambulatório.

Ressalva-se a importância do acolhimento psicológico desde a entrada do paciente


no hospital até a sua preparação para alta hospitalar. Geralmente, a ansiedade, o
medo e a angústia frente às circunstâncias desconhecidas são os sintomas principais
identificados nos pacientes. O trabalho do psicólogo foca-se em reforçar as capacidades
preservadas do sujeito, para que este tenha recursos de enfrentar melhor o adoecimento
e a hospitalização (MEIRA; SPADONI, 2012).

Para Coppe e Miranda (1998), o suporte psicoemocional é também importante aos


familiares/acompanhantes, pois auxilia na adaptação da família ao momento de
crise, além de ampliar suas formas de ajustamento e enfrentamento no período da
hospitalização. Os atendimentos podem ser individuais ou em grupos, de acordo com
a demanda, tempo e espaço ofertados ao trabalho do psicólogo.

Alguns exemplos de intervenções são: grupos terapêuticos fechados, grupos de


orientações, grupos de suporte psicológico, aconselhamentos individuais, atendimento
de apoio emocional individual, encaminhamentos para outros serviços externos de
Psicologia, entre outros (Resolução Conselho Federal de Psicologia n. 13/2007).

De forma semelhante, são relevantes as intervenções do psicólogo junto aos


trabalhadores da saúde, os quais estão na linha de frente do cuidado. Pontua-se a

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Introdução

necessidade de cada vez mais os psicólogos buscarem novos conhecimentos e formas


de atuação para o contexto hospitalar, além de desenvolverem trabalhos e pesquisas
científicas da área (MEIRA; SPADONI, 2012).

Objetivos
» Compreender o contexto da Psicologia Hospitalar.

» Caracterizar as intervenções do psicólogo hospitalar.

» Descrever e contextualizar o acompanhamento psicológico paciente – familiar –


profissional.

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EXPLANAÇÃO
SOBRE PSICOLOGIA UNIDADE I
HOSPITALAR

Capítulo 1
A PSICOLOGIA HOSPITALAR

1.1. A psicologia hospitalar


A psicologia hospitalar passou a se desenvolver mais no final do século XX, quando a
medicina psicossomática abriu espaço à atuação dos psiquiatras e dos psicólogos nos
hospitais gerais, pois o olhar sobre a saúde começava a ser além do biológico ou físico,
propondo o exercício do modelo biopsicossocial. Por registros, aponta-se que em 1818,
o Hospital McLean, em Massachusetts, inseriu o trabalho do psicólogo em uma equipe
multiprofissional de fisiologistas, bioquímicos e patologistas (GORAYEB; GUERRELHAS,
2003; BRUSCATO, 2004).

No ano de 1954, no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de


São Paulo (USP), Mathilde Neder estrutura o primeiro Serviço de Psicologia Hospitalar
no Brasil sob o convite do Dr. Eurico de Toledo Carvalho. O trabalho foi desenvolvido
na Clínica Ortopédica e Traumatológica da USP, na preparação psicológica cirúrgica e
pós-cirúrgica de pacientes que perpassavam por cirurgia de coluna. Em 1957, Mathilde
iniciou seus trabalhos na divisão de Reabilitação do Hospital das Clínicas da USP
(ANGERAMI-CAMON, 1994; BRUSCATO, 2004).

Os psicólogos hospitalares obtiveram maior inserção em seu trabalho a partir das


décadas de 1950, 1960 e 1970 no Brasil, o que está associado ao contexto histórico
do país. Nos anos 1980, o Brasil passava por recente abertura política paralelamente
seguida de grandes manifestações de movimentos sociais. Com a retirada dos militares
do governo, novas junções políticas e administrativas foram surgindo em torno do
poder nacional, proporcionando inserção de profissionais das ciências humanas e
sociais e iniciou o reconhecimento do papel do psicólogo nas atuações da comunidade,
seja clínica ou não. A crise social e econômica desta época colaborou para que os
profissionais deixassem os consultórios e se inserissem nos órgãos públicos, pois a
solicitação por atendimentos privados estava bem reduzida (SUNDFELD, 2010).

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UNIDADE I | Explanação sobre Psicologia Hospitalar

Dessa forma, consideram-se recentes as ações da psicologia hospitalar, sendo que


esse termo foi regulamentado na Resolução n. 14 pelo Conselho Federal de Psicologia
(CFP) em dezembro de 2000, ao estabelecer a especialização desta área aos psicólogos
(TONETTO; GOMES, 2005).

Na Resolução do CFP n. 13/2007 (p. 21), definiram-se as atribuições do psicólogo


especialista em psicologia hospitalar, que seguem:

Atua em instituições de saúde, participando da prestação de serviços


de nível secundário ou terciário da atenção à saúde. Atua também em
instituições de ensino superior e/ou centros de estudo e de pesquisa,
visando o aperfeiçoamento ou a especialização de profissionais em sua
área de competência, ou a complementação da formação de outros
profissionais de saúde de nível médio ou superior, incluindo pós-
graduação lato e stricto sensu. Atende a pacientes, familiares e/ou
responsáveis pelo paciente; membros da comunidade dentro de sua
área de atuação; membros da equipe multiprofissional e eventualmente
administrativa, visando o bem-estar físico e emocional do paciente;
e, alunos e pesquisadores, quando estes estejam atuando em
pesquisa e assistência. Oferece e desenvolve atividades em diferentes
níveis de tratamento, tendo como sua principal tarefa a avaliação e
acompanhamento de intercorrências psíquicas dos pacientes que estão
ou serão submetidos a procedimentos médicos, visando basicamente
a promoção e/ou a recuperação da saúde física e mental. Promove
intervenções direcionadas à relação médico/paciente, paciente/
família, e paciente/paciente e do paciente em relação ao processo
do adoecer, hospitalização e repercussões emocionais que emergem
neste processo. O acompanhamento pode ser dirigido a pacientes
em atendimento clínico ou cirúrgico, nas diferentes especialidades
médicas. Podem ser desenvolvidas diferentes modalidades de
intervenção, dependendo da demanda e da formação do profissional
específico; dentre elas ressaltam-se: atendimento psicoterapêutico;
grupos psicoterapêuticos; grupos de psicoprofilaxia; atendimentos
em ambulatório e Unidade de Terapia Intensiva; pronto atendimento;
enfermarias em geral; psicomotricidade no contexto hospitalar;
avaliação diagnóstica; psicodiagnóstico; consultoria e interconsultoria.
No trabalho com a equipe multidisciplinar, preferencialmente
interdisciplinar, participa de decisões em relação à conduta a ser
adotada pela equipe, objetivando promover apoio e segurança ao
paciente e família, aportando informações pertinentes à sua área de
atuação, bem como na forma de grupo de reflexão, no qual o suporte
e manejo estão voltados para possíveis dificuldades operacionais e/
ou subjetivas dos membros da equipe.

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Explanação sobre Psicologia Hospitalar | UNIDADE I

Percebe-se a ampliação das demandas e locais de atuação do psicólogo hospitalar,


podendo estar inserido em hospitais gerais de grande porte, como também em
instituições hospitalares de médio e pequeno porte, nas Unidades de Pronto
Atendimento (UPA), nos Núcleos de Saúde Mental, entre outros, e com diversas
especialidades: traumatologia, neurologia, cardiologia, ginecologia, reabilitação, pediatria,
geriatria, infectologia etc.

A psicologia hospitalar visa essencialmente à diminuição do sofrimento do paciente


causado pelo processo da hospitalização que, em geral, determina o agravamento
da doença. É preciso disponibilizar escuta à subjetividade do paciente enfermo, que,
em muitos momentos, pode adquirir sequelas e/ou traumas do processo da doença.
Logo, o psicólogo tem a função de entender e tratar os aspectos psicológicos segundo
o processo de adoecimento, o qual é originado por diferentes causas: psicológicas,
biológicas, sociais/culturais (ANGERAMI-CAMON, 1995; SIMONETTI, 2011).

O objetivo do psicólogo hospitalar não se baseia na cura de doenças, em salvar/resgatar


vidas ou realizar diagnósticos de uma patologia física, e sim em fornecer suporte
emocional, proporcionar escuta e espaço de expressão para a subjetividade do ser, e
compreender o momento vivenciado e subjetivo do paciente frente ao seu adoecimento.
O espaço de escuta e fala é essencial no processo de hospitalização, pois é por meio
da palavra que se desenvolve o trabalho do psicólogo (ANGERAMI-CAMON, 1995;
SIMONETTI, 2011).

Ao atuar no hospital, o psicólogo terá que compartilhar objetivos e reconhecer o papel


e a importância das outras profissões (médico, enfermeiro, nutricionista, fisioterapeuta,
assistente social, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo etc.) para o cuidado em saúde,
centrado no paciente e/ou sua família.

Nessa perspectiva, cabe uma breve explanação sobre a evolução do conceito de saúde,
para que o profissional de psicologia compreenda como a modificação na terminologia
implica na construção de uma nova atuação, atenta às necessidades que emergem do
encontro singular com os diferentes pacientes e suas demandas. Em seguida, será feito
um breve histórico sobre o desenvolvimento dos hospitais.

1.2. Breve explanação sobre a evolução histórica


da saúde
Antes das pesquisas de Hipócrates, considerado o pai da medicina moderna, há
aproximadamente 6.000 anos no Ocidente, os responsáveis pela prática do cuidado com
a saúde eram os chamados xamãs, que eram os feiticeiros tribais, pajés ou sacerdotes.

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UNIDADE I | Explanação sobre Psicologia Hospitalar

Eles utilizavam rituais que interligavam crenças espirituais e saberes populares com o
intuito de curar as doenças (GUSMÃO, 2004).

Considera-se o princípio da evolução das ciências da saúde médicas em Roma e na


Grécia Antiga, nos séculos VI e V a.C., visto que neste período, além do uso de plantas,
métodos naturais e ritos religiosos para cura das doenças, houve a propagação dos
cuidados higiênicos e de saneamento. Em Roma, foram criados o sistema de drenagem
do pântano e o sistema de canalização de água e banheiros públicos, e iniciou-se a
fiscalização da limpeza de ordem pública (STRAUB, 2007).

Moreira, Romagnoli e Neves (2007) afirmam que, com o trabalho e estudos do filósofo
grego Hipócrates de Cós (460-377 a. C.), houve uma nova conceituação da atividade
médica clínica. Em textos de Platão, Aristóteles e Sócrates encontram-se referências
da vida de Hipócrates, cujos estudos propuseram uma visão racional da medicina sem
pressupostos mágico-religiosos e se preocupavam com a causa natural da doença e,
desse modo, deveria ser tratada e prevenida. Ele introduziu a observação clínica e a
anamnese como as etapas iniciais para determinar o diagnóstico e o prognóstico, aos
quais conceituaram uma vertente científica de estudos.

Segundo Straub (2007) no texto “Ares, águas, lugares”, Hipócrates definiu também a
influência que o meio ambiente tem sobre a saúde e doença do indivíduo, ou seja, as
observações deveriam ser feitas além do paciente em si, incluindo os fatores extrínsecos.

Oliveira e Egry (2000) afirmam que o desenvolvimento de maior intensidade das práticas
da clínica médica ocorreu nos séculos XVIII, XIX e XX, diante do aperfeiçoamento
dos aparelhos e procedimentos hospitalares, da descoberta dos fatores extrínsecos
da doença, como a influência dos vírus, bactérias e outros micro-organismos, do
desenvolvimento da anestesia, da farmacologia, da homeopatia, da cirurgia, do
microscópio e raios-X, das vacinas, e também por meio de novos tratamentos para
doenças, como a lepra, a peste bubônica, a pneumonia, a malária, entre outros.

Atenta-se, então, para o surgimento do chamado modelo biomédico de saúde, o


reconhecimento de que a doença é causada diante de um patógeno (bactéria, vírus ou
micro-organismo). O olhar biologicista ganha um status quo, em que a complexidade
do fenômeno saúde é reduzida à ausência de doença. Além disso, o modelo biomédico
se baseia na doutrina cartesiana de dualismo mente-corpo, isto é, tais processos são
distintos e autônomos, pois pertencem à natureza e causas diferentes. A mente/
pensamento não ascende sobre o corpo e vice-versa (BARROS, 2002).

O modelo biomédico foi essencial aos estudos das doenças físicas, porém não alcançou
explicações às enfermidades desprovidas de sinais e/ou sintomas físicos observáveis, por

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Explanação sobre Psicologia Hospitalar | UNIDADE I

exemplo, os transtornos de conversão desmistificados por Sigmund Freud (1856-1939).


Tais transtornos de conversão propunham que os conflitos emocionais inconscientes
eram comutados em sintomas físicos (FREUD, 1989). Este inaugura, portanto, o olhar à
subjetividade. Freud, através do arcabouço teórico-psicanalítico, aponta a não divisão
linear entre psiquismo e corpo.

Na década de 1940, outro psicanalista chamado Franz Alexander discriminou doenças,


como a artrite reumática, que não possuíam infecções ou outros motivos físicos diretos
para seu diagnóstico e indicou elementos psicológicos à causa patológica. Tal estudo
impulsionou o surgimento da medicina psicossomática, em que “psico” significa mente e
“soma” significa corpo. A medicina psicossomática alvitrou o trabalho em diagnosticar e tratar
doenças físicas que são consideradas provenientes de segmentos mentais (STRAUB, 2007).

Oliveira e Egry (2000) afirmam que, com o término da Segunda Guerra Mundial (1939-
1945), ocorreram modificações demográficas, como desenvolvimento da expectativa de
vida; a diminuição da mortalidade; e aumento da demanda de populações vulneráveis,
excluídas socialmente de assistências, atendimentos e tratamentos de saúde. Houve o
deslocamento da atuação dos médicos para as organizações hospitalares. Com esses
novos e diferentes contextos sociais, econômicos e culturais, percebeu-se a importância
de uma conceituação do termo saúde-doença.

Nesse período, formou-se a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização


Mundial de Saúde (OMS), a qual estabeleceu na carta de princípios de 7 de abril de
1948, o Dia Mundial de Saúde, que: saúde é o estado do mais completo bem-estar físico,
mental e social e não apenas a ausência de enfermidade (COUTO, 2009).

Em 1978, a OMS, na Conferência Internacional de Assistência Primária à Saúde, defendeu


que a saúde englobava outros parâmetros, por exemplo: o direito de todos os cidadãos
aos atendimentos à saúde na comunidade, com valores acessíveis e de acordo com a
economia do país (BRASIL, 2009).

Somente no fim da década de 1980, o Brasil decretou na sua Constituição Federal de


1988, no artigo 196, que “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantindo
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de
outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção,
proteção e recuperação”.

Atuar no contexto hospitalar exigirá do psicólogo construir um fazer imerso nessa


dimensão abrangente de saúde, em atuação conjunta com outros profissionais e, por
vezes, sendo o porta-voz dos atravessamentos socioeconômicos, culturais e subjetivos
do sujeito que estão para além ou descoladas do adoecimento físico do paciente.

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UNIDADE I | Explanação sobre Psicologia Hospitalar

1.3. Breve histórico sobre os hospitais


A terminologia hospital é procedente da palavra latina Hospitalis (ser hospitaleiro,
acolhedor) e originou-se pela expressão hospes. Os hospes eram locais em que pessoas
doentes, os peregrinos, os órfãos e pobres buscavam ajuda, assistência e hospedagem
(BRASIL, 1965).

Antes do século XVIII, o hospital era um espaço destinado à assistência de pobres e


moribundos, com uma lógica higienista social. Foucault (1984, p. 102) afirma “(...) e
o Hospital Geral, lugar de internamento, onde se justapõem e se misturam doentes,
loucos, devassos e prostitutas, etc., é ainda em meados do século XVIII, uma espécie de
instrumento misto de exclusão, assistência e transformação espiritual, em que a função
médica não aparece.” Construídos e comandados pela Igreja, essa Instituição tinha como
finalidade cuidar de quem estava morrendo, não existia uma interligação direta com
a cura de doenças. A “equipe”, portanto, era composta por leigos e religiosos que se
colocavam ali em ato de caridade.

É somente por volta de 1780 que a Medicina se apropria do espaço hospitalar e ele
passa a ser visto como instrumento terapêutico. Vão se constituindo pesquisas que
associam quadros clínicos a arquitetura hospitalar, divisão de leitos, taxa de mortalidade,
taxa de cura, tornando-se uma instituição de cura, mas também de produção de
saber. A codificação das patologias, os registros constantes acerca dos sintomas dos
pacientes, as intervenções realizadas e os resultados obtidos vão ofertar a construção
de conhecimento e tornarão o hospital um lugar de formação dos médicos (FOUCAULT,
1984).

Tem-se conhecimento de que o primeiro hospital brasileiro, a Santa Casa de Misericórdia,


foi fundado por Braz Cubas no ano de 1543, na cidade de Santos, São Paulo. Em 1920,
no Brasil, criou-se o Departamento Nacional de Saúde Pública, que transpôs os artefatos
da assistência da saúde ao Estado. Entretanto, nesse período, ainda havia a relação
imutável com as políticas da Previdência Social, o que dificultava o acesso da população
que não participava do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social
(INAMPS). Os hospitais filantrópicos, as Santas Casas e, posteriormente, os Hospitais
Escola tornavam-se responsáveis pelos atendimentos e tratamentos da demanda não
associada à previdência social (PORTELA; BARBOSA; UGÁ; LIMA; GERSCHMAN, 2002).

Ainda na década de 1940, foram propostas classificações das instituições de assistência


médico-social a fim de sistematizar e melhorar as estruturas organizativas hospitalares.
Determinaram-se dez divisões respectivamente: classificação clínica de assistência
médica e social; as instituições de assistência médico-social; classificação de acordo com
número de leitos; classificação segundo a quantidade e qualidade de assistência médica

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Explanação sobre Psicologia Hospitalar | UNIDADE I

e de assistência social que realizam; adesão ao internato de estudantes e médicos;


classificação quanto à prática profissional ou ao corpo clínico atuante; classificação
das instituições hospitalares ou para hospitalares; classificação das construções de
instituições em bloco, em relação à planta ou plano de construção e de acordo com a
arquitetura do edifício (BRASIL, 1965).

No ano de 1955, nas semanas de 26 de junho a 2 de julho, a Divisão de Organização


Hospitalar do Ministério da Saúde realizou o Primeiro Congresso Nacional de Hospitais.
Em 1957, a Organização Mundial de Saúde (OMS) dispôs o conceito de hospital
moderno, que prevê características da atual concepção hospitalar, isto é, determinou-se
ao hospital a responsabilidade de assistir e atender toda população local segundo
preceitos preventivos e curativos, tanto em âmbito individual ou familiar, além de
promover espaço de formação aos profissionais da área e estudos para pesquisas em
saúde (MORAES, 2005).

Ficou evidente, então, a caracterização de três vertentes hospitalares: a assistência


hospitalar, o hospital geral e o hospital especializado (MOTT, 1999).

O hospital geral tornou-se a instituição de tratamento de pessoas enfermas com diversas


doenças. O hospital especializado seria o espaço destinado ao cuidado de apenas
um tipo específico de doença ou de grupos restritos de doenças com especialidades
semelhantes. A assistência hospitalar seria os atendimentos nos hospitais gerais e nos
hospitais especializados, englobando pacientes internos e externos atendidos nos
ambulatórios (MOTT, 1999).

Moraes (2005) relata que o hospital moderno, a partir da década de 1960, apresenta cinco
pontos relacionados à sua formação: ofertas de especialidades, ofertas de procedimentos
cirúrgicos, uso de equipamentos em avanços tecnológicos, equipe em organização
administrativa hospitalar e incentivo ao ensino e pesquisa. Essas características são
consideradas essenciais na constituição dos hospitais.

Com a criação de políticas públicas, programas privados e a inserção das equipes


multiprofissionais nos hospitais, propõem-se a busca da atenção e a diligência
necessárias aos serviços da saúde, englobando tanto os trabalhadores quanto os usuários
das várias unidades hospitalares brasileiras.

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Capítulo 2
CARACTERÍSTICAS SOBRE ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO
HOSPITALAR

O olhar terapêutico do psicólogo hospitalar é voltado à tríade — paciente, família e


equipe —, conforme a realidade das unidades. Diversas técnicas psicoterápicas são
utilizadas, como gestalt-terapia, psicodrama, transpessoal, comportamental, psicanálise,
cognitivo-comportamental etc., e métodos próprios são aderidos dentro da atuação
hospitalar. O psicólogo deve observar seu campo de trabalho e adequar de maneira
ética sua forma de atuar. Independentemente de sua abordagem, o psicólogo não pode
deixar de auxiliar o paciente/familiar/equipe que necessita de apoio psicológico e o
favorecimento da melhora sintomática (CHIATTONE; SEBASTIANI, 1997).

A orientação teórica mais indicada para os atendimentos psicológicos no hospital é


a psicoterapia breve (PB), a qual se descreve por ter um tempo definido e objetivos
limitados, ou seja, há um foco principal a ser trabalhado, um possível tema-base para
interpretações. Lustosa (2010) corrobora ao expor que o objetivo da PB é a modificação,
o alívio ou a extração dos sintomas decorrentes do paciente.

Suas origens são psicanalíticas e as principais contribuições derivaram principalmente de


Alexander, Ferenczi, Davanloo, Malan e Sifneos. Contudo, atualmente, outras linhas teóricas
utilizam-se de seus preceitos, como a cognitiva, a comportamental e a psicodramatista.
Sua indicação é para tratamentos de curta duração (LEMGRUBER, 1997; CORDIOLI, 1998).

Estudiosos apontam características importantes e necessárias para o acompanhamento


na PB, que são: motivação do paciente, boa formação de aliança e interação terapêutica,
estabelecimento do foco pelo terapeuta, capacidade do paciente em tolerar frustrações
e/ou ansiedade durante o processo e com a alta, capacidade de insight do paciente e
delimitação do tempo (LEMGRUBER, 1997; CORDIOLI, 1998).

Lemgruber (1997) propõe conceitos específicos e relevantes da PB: a experiência


emocional corretiva (EEC), a aliança terapêutica, o foco, a atividade e o planejamento.

A EEC é descrita como fator curativo da psicoterapia e se desenvolve ao proporcionar


um espaço seguro e com condições favoráveis para que o paciente reviva concretamente
situações emocionais do passado consideradas intoleráveis e traumáticas, e que não
foram totalmente resolvidas. A intensidade da reexposição do paciente é diminuída ao
ser comparada com a vivência original, pois há manipulação do ambiente dentro de um
contexto de aceitação, além de ausência de cobranças e censura. A EEC é constituída por
elementos cognitivos, emocionais, motores e volitivos, os quais formam uma experiência
completa ao sujeito (LEMGRUBER, 1997; CORDIOLI, 1998).

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Explanação sobre Psicologia Hospitalar | UNIDADE I

A aliança terapêutica (AT) é importante em qualquer processo terapêutico. Ela se baseia


no processo do paciente de formar uma ligação de trabalho com o psicólogo e também
impulsiona a colaboração e progressão do tratamento. Algumas posturas do terapeuta
são essenciais para a constituição da AT, como: ter empatia, visualizar a terapia como
uma tarefa mútua entre profissional e paciente, reconhecer o desenvolvimento do
sujeito, ser receptivo às metas e problemáticas do indivíduo na terapia, corroborar
com as experiências positivas e na manutenção de ações e defesas úteis e construtivas
(LEMGRUBER, 1997; CORDIOLI, 1998).

A chamada focalização ocorre quando o psicólogo direciona sua intervenção, seja no


sintoma, seja no conflito a ser abordado. O foco delimita-se aos conflitos mais evidentes
e urgentes do paciente, tanto de material consciente quanto inconsciente, caracterizando
o problema psíquico mais emergente no momento. Em geral, o foco é definido através
de avaliação e planejamento anterior, e seu propósito é guiar e orientar o processo
terapêutico para que o sujeito supere seus conflitos (LEMGRUBER, 1997; CORDIOLI, 1998).

O psicólogo deve ter uma postura ativa no processo, e pode contar com o auxílio de
outros recursos, como relaxamentos, psicofármacos prescritos pela equipe médica,
intervenções no ambiente e técnicas psicoeducativas.

As principais indicações para a PB clínica são: situações ou problemáticas agudas


que predispõem transtornos crônicos, situações de emergência e crise, pessoas com
transtornos de ajustamento e de personalidade leve, reações ansiosas ou fóbicas.
As contraindicações se baseiam em: dependências de álcool ou outras drogas, transtorno
do pânico, transtorno do humor, psicoses, transtorno de caráter grave, pacientes
dependentes e imaturos, transtorno obsessivo-compulsivo ou fóbico incapacitante,
pacientes que sofreram tentativas de suicídio, problemáticas difusas com conflitos
múltiplos, necessidades de mudanças amplas ou profundas de caráter, situações
emergenciais que precisam de mudança ambiental (LEMGRUBER, 1997; CORDIOLI,
1998; LUSTOSA, 2010).

A PB pode ser empregada nos diferentes espaços do hospital (pronto-socorro, UTI,


enfermarias, ambulatório) e com os vários pacientes. O psicólogo deve estar atento ao
conteúdo verbal e não verbal que o sujeito trará, para, assim, determinar o foco a ser
trabalhado.

No ambiente hospitalar, não se tem a garantia de quantos atendimentos serão realizados


com determinado paciente, pois este último pode receber alta do hospital, ser transferido
de unidade ou setor e até mesmo vir a falecer, ou seja, não há frequência nas sessões.
Portanto, o psicólogo precisa iniciar e terminar o atendimento, evitando deixar conteúdo
para “depois”, pois o tempo é delimitado (LUSTOSA, 2010).

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UNIDADE I | Explanação sobre Psicologia Hospitalar

Considera-se essencial trabalhar o conceito do “aqui e agora”, isto é, dar enfoque


àquilo que o sujeito vive e traz para o momento da sessão, sem desprezar qualquer
informação, seja ela em forma de discurso ou comportamento, como jeito de respirar
e olhar e expressões faciais e corporais. A referência terapêutica será o conteúdo do
tempo presente (DACRI; LIMA; ORGLER, 2012).

Não existem restrições de tempo nos atendimentos, pois estes podem acontecer
rapidamente ou perdurar por algumas horas, considerando pausas por exercício de
outro profissional (procedimentos médicos, de enfermagem, de laboratório, exames
variados), ou por circunstâncias eventuais no ambiente ou com o paciente, dentre
outras situações. E não se estipula quantidade de sessões devido à incerteza do prazo
em que o enfermo permanecerá no hospital (CHIATTONE; SEBASTIANI, 1997; LUSTOSA
2010).

Explicita-se outra importante característica da atuação do psicólogo hospitalar: esse


profissional não possui o setting terapêutico semelhante ao consultório clínico, onde
há o uso de divãs, poltronas ou sofás, além de grandes probabilidades de ocorrerem
intervenções extrínsecas no momento do atendimento.

O setting terapêutico clínico possui um enquadramento formal com horários de duração


de cada sessão, prazo de aviso de faltas e reposições de atendimentos, se necessário.
Não pode haver interrupções ou solicitações exteriores, os assentos são mais confortáveis
para cliente e psicólogo. A terapia é conduzida pelo psicoterapeuta, o qual é responsável
por todo sigilo do conteúdo de seu paciente, salvo casos descritos no Código de Ética
do Psicólogo (CFP, 2005).

Comumente, os atendimentos psicológicos hospitalares acontecem no leito do paciente


independente de ele estar em enfermarias individuais ou coletivas, nos apartamentos,
na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), no Pronto-Socorro (PS), no centro cirúrgico, na
sala de estabilização e de classificação de risco, nos ambulatórios, nos corredores, no
chão, em cadeiras, em pé etc.

Em algumas situações, outros profissionais da saúde também podem participar do


atendimento. Tais situações são exemplificadas: comunicação de más notícias, preparação
para uma cirurgia, elucidação de um procedimento e/ou exame invasivo, entre outros.

O psicólogo precisa usar sua criatividade para moldar um setting terapêutico usando
biombos, cortinas, macas, seu próprio corpo, pedir auxílio de silêncio ou pedir licença aos
outros pacientes, familiares e profissionais que não estejam participando do atendimento,
ou, se possível, levar o paciente para outro local mais privativo, entre outras maneiras
que podem ser desenvolvidas de acordo com o momento e demanda do paciente.

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Explanação sobre Psicologia Hospitalar | UNIDADE I

Portanto, observa-se que a atuação do psicólogo hospitalar é diferente dos princípios


da psicologia clínica, pois seu trabalho precisa acontecer dentro dos parâmetros
institucionais, isto é, existem rotinas, regras, condutas particulares e dinâmicas a serem
acompanhadas pelos profissionais hospitalares. Além disso, o psicólogo não trabalha
sozinho, ele faz parte de uma equipe de saúde que busca um objetivo de trabalho
coletivo (CHIATTONE; SEBASTIANI, 1997).

Os horários de entrada e saída, horários para alimentação e descanso, postura


profissional, uso adequado das vestimentas, respeito e cordialidade com todos os
trabalhadores do hospital, respeito à hierarquia e desenvolvimento das normas descritas
no regimento interno são exemplos de atitudes que o psicólogo hospitalar deve
apresentar.

É de relevância a leitura e seguimento da Norma Regulamentadora – NR n. 32, a qual


“estabelece as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à
segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que
exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral” (BRASIL, 2005, p. 1).

17
Capítulo 3
A HUMANIZAÇÃO HOSPITALAR

Considera-se a definição de humanização polissêmica, e por isso ainda é debatida.


Oliveira, Collet e Viera (2006) apontam a humanização como o processo ético de diálogo,
de comunicação entre os sujeitos que, de maneira digna, busquem o bem-estar de
ambos.

Deslandes (2004) propõe significados relacionados ao conceito de humanização referente


ao cuidado com a saúde, sendo proposta pela junção desse atendimento qualitativo
com a obtenção e uso dos recursos tecnológicos. Tais recursos oferecem agilidade,
organização e suporte, porém, se usados sozinhos ou se não forem bem-administrados
pelo profissional, perderão seu significado maior, o de auxiliar o desenvolvimento do
cuidado. As intervenções estruturais são relevantes, pois garantem melhores condições
de hospitalização ao paciente e familiar (DESLANDES, 2004; MOTA; MARTINS; VÉRAS,
2006). Pondera-se aqui que se humaniza a prática e não os sujeitos.

O processo de humanização nos serviços de saúde é um tema tão relevante, que em


2003 regulamentou-se a Política Nacional de Humanização da Atenção e da Gestão da
Saúde (PNH) no Sistema Único de Saúde (SUS), também denominada HumanizaSUS, a
qual propôs vieses de mudança de gestão e cuidado com a inclusão de trabalhadores,
usuários e gestores. Os princípios que norteiam a HumanizaSUS são: transversalidade;
indissociabilidade entre atenção e gestão; protagonismo, corresponsabilidade e
autonomia dos sujeitos e coletivos. Já as diretrizes da política se baseiam no acolhimento,
na gestão participativa e cogestão, na ambiência, na clínica ampliada e compartilhada,
na valorização do trabalhador e na defesa dos direitos dos usuários (PEDROSO; VIEIRA,
2009; BRASIL, 2015).

O Ministério da Saúde (2004, p. 6) afirma que “humanizar é, então, ofertar atendimento


de qualidade articulando os avanços tecnológicos com acolhimento, com melhoria dos
ambientes de cuidado e das condições de trabalho dos profissionais”.

Outra perspectiva importante pontuada pela Política Nacional de Humanização é o


olhar sobre o trabalhador de saúde. Estes são cotidianamente expostos a temáticas de
adoecimento, conflitos, morte e luto, frustrações, perdas, entre tantas sensações, que,
acumuladas, podem determinar mecanismos de defesa no profissional. Esse olhar de
desvelo é sine qua non à progressão da humanização (CODO; VASQUES-MENEZES, 1999;
DAMAS; MUNARI; SIQUEIRA, 2004; TIRONI, 2005).

Os profissionais que atuam dentro dos hospitais possuem rotinas de alto grau de
tensão, jornadas extensas de trabalho, expostos a estressores auditivos, intermitentes e

18
Explanação sobre Psicologia Hospitalar | UNIDADE I

variados, contato constante com sujeitos em sofrimento etc. Evidencia-se também, por
vezes, as precárias condições de trabalho, baixos salários e a exigência exacerbada de
produtividade (CODO; VASQUES-MENEZES, 1999; DAMAS; MUNARI; SIQUEIRA, 2004;
TIRONI, 2005).

Rees e Cooper (1992) e Sobrinho et al. (2010) corroboram ao dizer que os profissionais de
saúde pontuam como os principais fatores de causam elevado estresse: responsabilidades
clínicas, fatores organizacionais e interpessoais, rotinas exigentes com carga horária
excessiva de trabalho e imprevisibilidades em ambientes fechados. Observa-se que esses
pontos podem provocar repercussões emocionais intensas nos profissionais, como:
ansiedade, aflição, medo, rancor, dor, tristeza, fadiga, mudanças na autoestima e na
imagem corporal, alteração no autodomínio e autonomia, sentimentos de incertezas e
estranhezas, antipatia e irritabilidade (COPPE; MIRANDA, 1998).

Visualiza-se uma tendência dos profissionais da saúde em desenvolver estratégias


individuais e coletivas como mecanismos de defesa frente às diversas vertentes que lhes
provocam sofrimento e, consequentemente, levam ao seu adoecimento, englobando
níveis pessoais, familiares, sociais e organizacionais (MENDES, 2007).

Faz-se notório a Portaria n. 1.823 de 2012, que instituiu a Política Nacional de Saúde do
Trabalhador e da Trabalhadora, objetivando

» o fortalecimento da Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT) e a integração


com os demais componentes da Vigilância em Saúde;

» a garantia da integralidade na atenção à saúde do trabalhador;

» a ampliação do atendimento de que a saúde do trabalhador deve ser concebida


como uma ação transversal;

» a incorporação do trabalho como determinante do processo saúde-doença dos


sujeitos e da coletividade;

» asseguração de que a identificação da situação do trabalho dos usuários seja


considerada nas ações e serviços de saúde;

» e asseguração da qualidade da atenção à saúde do trabalhador usuário do SUS.

A humanização compreende-se também na progressão das condições laborais dos


profissionais da área da saúde, desde a parte da infraestrutura, de equipamentos e no
desenvolvimento pessoal do trabalhador (BRASIL, 2012).

Em resumo, desempenhar os objetivos da humanização é tecer sua rede com os


diferentes trabalhadores da saúde, com os familiares, com os pacientes, com os gestores,

19
UNIDADE I | Explanação sobre Psicologia Hospitalar

adquirindo trabalho cooperativo e coletivo. É produzir mecanismos que auxiliem na


busca de qualidade de vida, diminuindo a pobreza financeira e social; é conquistar
meios de reconhecimento e de gratificação aos vários profissionais que trabalham; é
conseguir espaços físicos com equipamentos adequados ao tratamento da saúde; é
traçar a corresponsabilidade entre os profissionais (SANTOS FILHO; BARROS; GOMES,
2009).

Cabe aqui ressaltar que não é responsabilidade do psicólogo hospitalar ser a referência
de cuidado à equipe de saúde. Ele pode realizar intervenções pontuais e sinalizar para a
gestão o sofrimento psíquico da equipe, enquanto a gestão, na representação do setor
de Saúde do Trabalhador, deverá lançar mão de estratégias de cuidado a essa equipe
adoecida. O psicólogo também é parte dessa equipe e pode estar em sofrimento.

Destaca-se também, dentro desta temática, a diretriz da HumanizaSUS chamada


ambiência. Meira e Spadoni (2012) sinalizam os principais eixos interligados e formadores
da concepção de ambiência na HumanizaSUS, os quais se descrevem em: espaço
físico confortável que evidencie a privacidade e a individualidade dos usuários e dos
profissionais; o ambiente propenso à produção de subjetividades nos encontros das
pessoas em seus processos de trabalho e local que possibilite um contato empático entre
trabalhador e usuário, com uso de recursos que otimizem atendimentos e tratamentos
humanizados. O Ministério da Saúde (2010) completa dizendo que a ambiência é junção
destes eixos a favor da humanização dos “territórios” de encontros do Sistema Único
de Saúde.

As cores usadas no ambiente são recursos importantes, pois estimulam os órgãos


sensoriais e, assim, podem direcionar alguns comportamentos, como o relaxamento.
Destaque também o olhar para áreas como a porta de entrada, jardins, áreas com bancos,
locais de vivência, descanso, de interação entre as pessoas (BRASIL, 2010b).

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ABREVIATURAS

AMIB – Associação de Medicina Intensiva Brasileira

AT – Aliança Terapêutica

AVE – Acidente Vascular Encefálico

CFP – Conselho Federal de Psicologia

CTI – Centro de Terapia Intensivo.

EEC – Experiência Emocional Corretiva.

INAMPS – Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social

INSS – Instituto Nacional do Seguro Social

OMS – Organização Mundial de Saúde

PB – Psicoterapia Breve Focal.

PEP – Prontuário Eletrônico do Paciente

PS – Pronto-Socorro.

RUE – Rede de Atenção às Urgências e Emergências no SUS

STI – Serviço de Terapia Intensiva

SUS – Sistema Único de Saúde

TMS – Transtornos Mentais Comuns

TRM – Trauma Raquimedular

USP – Universidade de São Paulo

UCI – Unidade de Cuidado Intensivo

UTI – Unidade de Terapia Intensiva

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