Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Slides - Aula 2

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 25

UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA – UNOESC

CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

Profª Drª Sirlei Favero Cetolin


sirleicetolin@gmail.com

1
Retomando...
PSICOLOGIA DA SAÚDE PSICOLOGIA HOSPITALAR
Psicologia de Saúde Psicologia Hospitalar (Brasil)

Atenção primária, secundária e terciária Atenção secundária e terciária

Atuação em centros de saúde, hospitais, Atuação em hospitais


ONGs etc.
Prática profissional na área da saúde exige Prática profissional no hospital não exige
especialização obrigatória em alguns especialização obrigatória
países
Pratica interdisciplinar (em UBS, alguns Pratica interdisciplinar (em alguns
hospitais e outras instituições de saúde) hospitais)

Distintas teorias psicológicas utilizadas Distintas teorias psicológicas utilizadas


PSICOLOGIA HOSPITALAR
Os primeiros registros de inserção da(o) psicóloga(o) no contexto hospitalar
remontam a 1818 quando, no Hospital McLean, em Massachussets, formou-
se a primeira equipe multiprofissional que incluía a(o) psicóloga(o).

E em 1904 foi fundado, neste mesmo hospital, um laboratório de Psicologia


onde foram desenvolvidas as primeiras pesquisas sobre Psicologia Hospitalar
(ISMAEL, 2005).
PSICOLOGIA HOSPITALAR
Marco importante para o campo da Psicologia Hospitalar foi a fundação da
Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar (SBPH) em 1997, em uma assembleia
com 45 psicólogas(os) que atuavam em hospitais por todo o Brasil, sob a
responsabilidade das psicólogas Romano e Moura.

A SBPH tem como compromisso agregar os profissionais da área, fortalecendo e


desenvolvendo a classe profissional.
PSICOLOGIA HOSPITALAR
Psicologia hospitalar, em 2000, passou a ser reconhecida e regulamentada
pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) como uma especialidade, por
meio da resolução 014/2000 (CFP, 2000).

A participação da SBPH junto ao CFP foi fundamental e decisiva nesse


processo.
PSICOLOGIA HOSPITALAR
A atividade da(o) psicóloga(o) hospitalar foi regulamentada pelo CFP como
uma especialidade e esta estabelece que este profissional atua em instituições
de saúde na prestação de serviços nos pontos secundário ou terciário da
atenção à saúde.
A psicologia hospitalar se propõe em ser uma área de conhecimento que visa
fornecer suporte ao sujeito em adoecimento, a fim de que este possa atravessar
essa fase com maior resiliência.

Nesse sentido, é um campo de entendimento e tratamento dos aspectos


biológicos em torno do adoecimento, não somente doenças psicossomáticas,
mas todo e qualquer tipo de enfermidade.
PSICOLOGIA HOSPITALAR
O processo de adoecimento traz em seu bojo uma desorganização da vida, de
modo que provoca várias transformações na subjetividade, ou seja, o sujeito sai
do conforto de seu lar e se depara com a hospitalização, muda seus hábitos,
perde sua identidade e, muitas vezes, acaba virando um número de prontuário.
PSICOLOGIA HOSPITALAR
❖ A figura do psicólogo, junto a toda equipe multidisciplinar, tem o intuito de
escutar e acolher o sofrimento do indivíduo frente as suas principais
dificuldades na fase de hospitalização.

❖ Enquanto a medicina visa curar a patologia, a psicologia hospitalar buscar


ressignificar a posição do sujeito frente à doença.
PSICOLOGIA HOSPITALAR
O trabalho da psicologia hospitalar é de possibilitar voz a esse sujeito, fazer
surgir a palavra.

O instrumento de trabalho desse profissional é a escuta e a palavra, a partir


desse enfoque o psicólogo visa minimizar o sofrimento psíquico do paciente em
adoecimento.
PSICOLOGIA HOSPITALAR
As atividades do psicólogo no hospital situam-se em atendimentos
psicoterapêuticos, psicoterapia de grupo, profilaxia e psicoeducação,
atendimentos em ambulatórios, enfermarias e UTI, avaliação diagnóstica,
psicodiagnóstico, consultoria e interconsulta e atuação em equipe
multidisciplinar.
O objetivo principal do psicólogo hospitalar é auxiliar o paciente em seu
processo de adoecimento, visando à minimização do sofrimento provocado pela
hospitalização.

O profissional deve prestar assistência ao paciente, bem como seus familiares


e a equipe de serviço, sendo que este deve levar em consideração um leque
amplo de atuações, tendo em vista a pluralidade das demandas.
PSICOLOGIA HOSPITALAR
De acordo com a definição do órgão que rege o exercício profissional do
psicólogo no Brasil, o CFP (2003), o psicólogo especialista em Psicologia
Hospitalar tem sua função centrada nos âmbitos secundário e terciário de
atenção à saúde, atuando em instituições de saúde e realizando atividades como:

❖ atendimento psicoterapêutico;
❖ grupos psicoterapêuticos;
❖ grupos de psicoprofilaxia;
❖ atendimentos em ambulatório e unidade de terapia intensiva;
❖ pronto atendimento;
❖ enfermarias em geral;
❖ psicomotricidade no contexto hospitalar;
❖ avaliação diagnóstica;
❖ psicodiagnóstico;
❖ consultoria e interconsultoria.
PSICOLOGIA HOSPITALAR
Chiattone (2000) ressalta, contudo, que, muitas vezes, o próprio psicólogo não tem consciência de
quais sejam suas tarefas e papel dentro da instituição, ao mesmo tempo em que o hospital
também tem dúvidas quanto ao que esperar desse profissional.

Se o psicólogo simplesmente transpõe o modelo clínico tradicional para o hospital e verifica que
este não funciona como o esperado (situação bastante frequente), isso pode gerar dúvidas quanto
à cientificidade e efetividade de seu papel.

Desse modo, segundo a autora, o distanciamento da realidade institucional e a inadequação da


assistência mascarada por um falso saber pode gerar experiências malsucedidas em Psicologia
Hospitalar.
PSICOLOGIA HOSPITALAR
O psicólogo deve estar consciente de seu papel na instituição hospitalar, visto que sua atuação
não abrange somente a hospitalização em si, a respeito da patologia, mas, sobretudo, as
sequelas e consequências emocionais decorrentes do adoecimento.

Nessa perspectiva o psicólogo deve atuar de modo preventivo, evitando o agravamento do


problema.
PSICOLOGIA HOSPITALAR

Podemos conceituar Psicologia hospitalar como o


ramo da Psicologia destinado ao atendimento de
pacientes portadores de alguma alteração orgânico-
física, que seja responsável pelo desequilíbrio em
uma das instâncias bio-psico-social, bem como
uma Psicologia dirigida a pacientes internados em
hospitais gerais sem deixar de se estender aos
ambulatórios e consultórios, com sua atenção
voltada para as questões emergenciais advindas da
doença e/ou hospitalização, do processo do adoecer
e do sofrimento causado por estas, visando o
minimizar da dor emocional do paciente e de sua
família (Alamy, 1991) .
PSICOLOGIA HOSPITALAR
Como o fato da psicologia hospitalar ser uma área que lida diretamente com a
subjetividade e sofrimento do outro, é essencial que o psicólogo entenda os limites
de sua atuação para não se tornar um dos elementos invasivos provenientes da
hospitalização.

Embora o paciente esteja necessitando de atendimento é necessário balizar a


vontade ou não paciente de receber assistência, a vontade do sujeito deve ser
respeitada. Assim, pode-se pensar em uma atuação que respeita a condição
humana e caminhe dentro dos princípios morais e éticos.
PSICOLOGIA HOSPITALAR
De outra parte, é também muito importante observar-se o fato de que, ao atuar em
uma instituição, o psicólogo, ao contrário da prática isolada de consultório, tem que
ter bastante claros os limites institucionais de sua atuação. Na instituição o
atendimento deverá ser norteado a partir dos princípios institucionais (ANGERAMI,
1984).
PSICOLOGIA HOSPITALAR
A psicologia hospitalar não deve se colocar no contexto hospitalar como uma força
solitária. Deve, acima de tudo, colaborar com seus objetivos para promover a
humanização e a transformação social no ambiente hospitalar, sem ficar preso
somente as teorizações que isolam os conflitos mais amplos.
PSICOLOGIA HOSPITALAR
❖ É um desafio para o profissional
adentrar em um contexto onde quem
predomina é a área médica, onde há
limites institucionais regidos por regras,
condutas e normas.

❖ Além do que o serviço muitas vezes é


muito deficiente e deve-se considerar
que o atendimento psicológico afasta-se
do modelo clínico tradicional, e muitas
vezes, leva o profissional a fazer os
atendimentos em macas, nos
corredores, exigindo a construção de
uma nova postura profissional.
PSICOLOGIA HOSPITALAR
A inserção do psicólogo no contexto hospitalar tem a possibilidade de atuar no
contexto de trabalho nas equipes inter e multidisciplinares, promovendo a
humanização, qualidade de vida e assistência psicológica ao sujeito
hospitalizado, a família e a equipe de saúde.
PSICOLOGIA HOSPITALAR
Angerami-Camon (1988) reflete sobre o trabalho do psicólogo junto ao paciente, à família, à equipe de
saúde diante de situações específicas dentro do hospital. Ele defende a importância da trajetória
hospitalar do paciente (diagnóstico e prognóstico), pois isto revela o tipo de trabalho a ser
desenvolvido pelo psicólogo.

As intervenções precisam observar que a estruturação do atendimento considera questões específicas


da sintomatologia abordada em sua totalidade.

Outra atuação seria a prestação de esclarecimentos aos profissionais sobre as questões emocionais do
indivíduo internado. Além disso, junto à família, o psicólogo hospitalar precisa perceber que a mesma
vive um momento de ansiedade, o qual envolve o restabelecimento físico do paciente.
A psicologia hospitalar é uma área que se propõe a trabalhar com o sofrimento da pessoa em face a
sua hospitalização, não objetiva curar a patologia em si, mas dar mecanismos para que esse sujeito
ressignifique seu adoecimento e aprenda a lidar melhor com essa transição.

Assim, temos uma psicologia hospitalar que se constrói a cada dia em sua prática, e que tem como
técnica, possibilitar o surgimento da palavra naquele que sofre, isto é, amenizar o sofrimento e
auxiliar no campo preventivo para que o caso não evolua.

Nesse sentido, é um trabalho que lida diretamente com a subjetividade do outro e que necessita
largamente de um compromisso ético com a condição humana.
Referencia/Fonte de consulta

Alex Barbosa Sobreira de Miranda - Departamento de Psicologia. Faculdade de


Ciências Médicas. Universidade Estadual do Piauí (UESPI). Teresina, PI, Brasil.

https://pisicosophia.webnode.page/vertentes-pisicologicas/psicologia-hospitalar/
REFERÊNCIAS:

Conselho Federal de Psicologia (2005). Código de Ética Profissional dos Psicólogos. Brasília,
2005.Conselho Federal de Psicologia (2007). Resolução CFP N.º 013/2007 -Consolidação das
resoluções relativas ao título profissional de especialista em psicologia. Brasília: CFP.

Conselho Federal de Psicologia (2019). Resolução CFP Nº 06/2019 - Institui regras para a elaboração de
documentos escritos produzidos pela(o) psicóloga(o) no exercício profissional e revoga a Resolução CFP nº
15/1996, a Resolução CFP nº 07/2003 e a Resolução CFP nº 04/2019. Brasília: CFP

FOSSI, Luciana Barcellos, & GUARESCHI, Neuza Maria de Fátima. (2004). A psicologia hospitalar e as
equipes multidisciplinares. Revista da SBPH, 7(1), 29-43.

SIMONETTI, A. (2004). Manual de Psicologia Hospitalar. São Paulo: Casa do Psicólogo.

Você também pode gostar