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Fund. Teorica 4

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5 REFERENCIAL TEÓRICO

No ano de 1962 no mês de agosto a profissão de psicólogo é


regulamentado no Brasil. Seus trabalhos inicias se limitavam para a área da clínica
privada e para a interface com as áreas educacional e organizacional. E por muitos
anos foram as principais áreas de trabalho nos anos iniciais da Psicologia.
Cabe destacar a atuação inicial da Psicologia no nosso país:
Em território nacional, a atuação de psicólogos em instituições hospitalares
vem sendo denominada como Psicologia Hospitalar. Tal terminologia reflete
uma especificidade do contexto brasileiro, uma vez que não há indicativos
de sua ocorrência em outros países (Almeida & Malagris, 2011; Tonetto &
Gomes, 2005). Internacionalmente, quando se trata da inserção da
Psicologia no hospital, constata-se a delimitação de uma área cujo foco de
interesse se refere a aspectos psicológicos e comportamentais da saúde
física e mental, designada como Psicologia da Saúde, a qual é reconhecida
tanto do ponto de vista da prática quanto da pesquisa (American
Psychological Association – APA, n.d.) (RUPNICKI e SCHMIDT,2009).

Neste sentido o trabalho do psicólogo da saúde pode ocorrer em variados


locais, tais como organizações não governamentais, unidades básicas de saúde,
centros de atenção psicossocial, ambulatórios e hospitais. Assim a Psicologia da
Saúde tem sua abrangência em várias áreas de atuação em dispositivos e contextos
de saúde com variados níveis de atenção e o trabalho nas instituições hospitalares
apenas uma das possibilidades (RUPNICKI e SCHMIDT,2009).
Desta forma se faz necessário a conceituação do termo Psicologia
Hospitalar:
Psicologia hospitalar é o campo de entendimento & tratamento dos
aspectos psicológicos em torno do adoecimento. 0
adoecimento se cia quando 0 sujeito humano, carregado de subjetividade,
esbarra em um "real''', de natureza patológica, denominado
"doença", presente em seu próprio corpo, produzindo urna infinidade
de aspectos psicol6gicos que podem se evidenciar no paciente, na família,
ou de uma equipe de profissionais. Trata-se de um conceito de psicologia
hospitalar bastante amplo e que merece alguns comentários
(SIMONETTI,2016).

A Resolução CFP nº 013/2007, traz o conceito de Psicologia Hospitalar


como “uma especialidade na qual o psicólogo atua em centros de ensino e/ou
pesquisa, bem como em organizações de saúde, na prestação de serviços nos
níveis secundário ou terciário de atenção”. Destacado que nessas instituições, umas
das principais tarefas do psicólogo hospitalar é avaliar e acompanhar intercorrências
psíquicas dos usuários envolvidos em procedimentos médicos, com vistas à
promoção e à recuperação da saúde. Desta forma o hospital é estabelecido como
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um local de realização de intervenções psicológicas foi estabelecido antes mesmo


da regulamentação da profissão, o que confere um caráter pioneiro ao referido
contexto de atuação do psicólogo na área da saúde. (RUPNICKI e SCHMIDT,2009).
De acordo com SIMONETTI (2016) “o objetivo da psicologia hospitalar é a
subjetividade” a doença entra no corpo a partir desse fenômeno o homem tem sua
subjetividade balançada, daí se faz necessário a presença do psicólogo hospitalar
conferindo ao ser humano seu lugar de sujeito:

A doença é um real do corpo no qual 0 homem esbarra, e qual·


do isso acontece toda a sua subjetividade sacudida. E então que encontra
em cena o psicólogo hospitalar, que se oferece para escutar
esse sujeito adoentado falar de si, da doença, da vida ou da morte, do
que pensa, do que sente, do que leme, do que deseja, do que quiser falar. A
psicologia está interessada mesmo em dar voz a subjetividade· de do
paciente, restituindo-lhe 0 lugar de sujeito que a medicina Ihe
afasta .

Uma característica importante da psicologia hospitalar é a de


que ela não estabelece uma meta ideal para o paciente alcançar, mas
simplesmente aciona um processo de elaboração simbólica do
adoecimento. Ela se propõe a ajudar o paciente a fazer a travessia da
experiencia do adoecimento, mas não diz onde vai dar essas traves·
sia, e não o diz porque não pode, não o diz porque não sabe. 0 de stino do sintoma e
do adoecimento depende de muitas variáveis; do
real biológico, do inconsciente, das circunstâncias, etc. 0 psicólogo
hospitalar participa dessa travessia como ouvinte privilegiado, não
como guia.
Sendo assim o objetivo da Psicologia Hospitalar fundamenta-se:

o objetivo da psicologia hospitalar fundamenta-se em uma posição filosófica


muito particular, que pode ser melhor compreendida se
colocada em perspectiva com a posição filosófica que fundamenta a
medicina. E quando se faz isso, a primeira coisa que salta aos olhos e
o falo de a psicologia não ser medicina. É certo que, na cena hospitalar,
medicina e psicologia se aproximam bastante, articulam-se, coexistem.
tratam do mesmo paciente, mas não se confundem, já que
possuem objetos, métodos, e propósitos bem distintos: a filosofia da
medicina é curar doenças e salvar vidas, enquanto a filosofia da psicologia
hospitalar e reposicionar o sujeito em relação a sua doença (SIMONETTI
(2016).

Sendo assim através das palavras que o psicólogo faz o seu trabalho de
tratar os aspectos psicológicos em torno do adoecimento. Neste sentido a aplicação
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e a prática da Psicologia da Saúde incluem a avaliação dos comportamentos de


saúde – que compreende educação para a saúde, promoção de saúde e
intervenções que visam reduzir a conduta de risco à doença –, bem como reduzir os
efeitos da doença e incrementar condições para enfrentamento da doença e dos
procedimentos médicos; avaliação das intervenções de cuidado de saúde;
treinamento de outros profissionais de saúde em Psicologia da Saúde; consultoria a
outros profissionais de saúde.
Podendo ainda os psicólogos da saúde trabalham em vários pontos de
aplicação e prática, incluindo uma variedade de marcos de cuidados de saúde.
Atuam em níveis diferentes, como na comunidade, nas organizações, junto a grupos
de usuários de serviços de saúde acometidos por patologias ou em variados
tratamentos, grupos de profissionais da saúde, tais como agentes comunitários de
saúde, dentre outros.
Para GUIRADO(2009) a Psicologia da Saúde no Brasil ainda está se
estruturando como uma nova área de conhecimento. A abertura recente de novos
locais de trabalho, sobretudo após a vigência do SUS, está cada vez mais tornando
premente mudanças na atuação dos psicólogos, o que requer, portanto, a
formulação de novas perspectivas teóricas e práticas para a Psicologia nos
contextos de saúde.
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REFERÊNCIAS

GUIRADO, Marlene. Psicologia Institucional Exercício da Psicologia Como


Instituição. Interação em Psicologia, 2009, 13(2), p. 323-333 323 Disponível em:
https://www.google.com/search?q=Psicologia+Institucional%3A+O+Exerc%C3%ADc
io+da+Psicologia+Como+Institui%C3%A7%C3%A3&oq=Psicologia+Institucional%3
A+O+Exerc%C3%ADcio+da+Psicologia+Como+Institui%C3%A7%C3%A3&aqs=chr
ome.69i57.1238j0j15&sourceid=chrome&ie=UTF-8#. Acesso 14 de setembro. 2021.

RUDNICKI, Tânia e SCHMIDT, Beatriz. Psicologia da Saúde e Psicologia


Hospitalar: aspectos conceituais e práticos. Revista Horizontes da Psicologia
Hospitalar: Saberes e Fazeres (pp.3-10). Publisher: Editora Atheneu Editors: Valéria
Elias, Glória Perez, Maria Moretto, Leopoldo Barbosa Disponível
em:https://www.researchgate.net/publication/290998357_Psicologia_da_Saude_e_P
sicologia_Hospitalar_aspectos_conceituais_e_praticos.Acesso em 14 de setembro.
2021.

SIMONETTI, Alfredo Manual da Psicologia hospitalar:0 mapa da doença. Alfredo


Simonetti.8. edição. São Paulo. Editora: Casa do Psicólogo, ano 2016. 200 p.

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