Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Economia

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 9

Economia

Aula 01 – 17/02/2023

Microeconomia: Agentes e Mercado

A Microeconomia

A microeconomia é a base teórica para o estudo da Economia. Nela,


estuda-se a formação de mercados ou de unidades econômicas.

Existem 02 (dois) agentes econômicos fundamentais que tomam as suas


decisões econômicas. Os agentes econômicos precisam tomar decisões
econômicas: os consumidores, trabalhadores, investidores, empresários, etc.
precisam decidir aspectos econômicos como quanto consumir, onde trabalhar,
onde investir, etc. São essas interações de decisões dos agentes econômicos
que irão formar os mercados. O mercado nada mais é do que o espaço onde
as interações econômicas acontecem, e a microeconomia irá estudar como se
dão essas interações.

Os agentes econômicos se deparam constantemente com limitações, e


é essa escassez que irá definir como os agentes farão a alocação de seus
recursos. Os dois agentes fundamentais são os compradores, que demandam
determinado bem/serviço, trabalho ou produto, e as empresas ou firmas, que
ofertam bens ou serviços. A organização do mercado pode ser resumida na
interação entre esses dois agentes. Tanto os consumidores quanto as
empresas precisam decidir quanto consumir ou quanto produzir dado o cenário
de escassez. Do ponto de vista do consumidor, ele tem uma infinidade de
produtos e serviços que desejaria adquirir, mas, devido à uma limitação de
renda, será́ necessário decidir como alocar seu recurso. Do ponto de vista das
empresas, elas têm uma decisão econômica similar, tendo que decidir que
ações econômicas tomar diante de uma restrição orçamentária. A teoria da
escolha estudará, então, essa alocação de recursos escassos feita tanto por
consumidores quanto por firmas.

O que rege a formação da teoria econômica é os agentes econômicos


lidarem com essa questão de possibilidades infinitas e recursos escassos.
Portanto, a decisão econômica nada mais é, do ponto de vista da teoria
neoclássica, do que uma alocação de recursos – Alocação de orçamento, do
ponto de vista dos consumidores, e Alocação de fatores de produção, do ponto
de vista das empresas.

O problema fundamental da teoria da escolha é que sempre temos


escolhas conflitantes. Se os recursos são escassos, tanto as decisões de
consumo, quanto as decisões de produção, se deparam com escolhas
conflitantes – chamadas de “trade off”.

Nesse contexto, os agentes econômicos precisam fazer “trade-offs” ou


escolhas conflitantes. Por exemplo, dispender maior parcela da renda na
compra de garrafas de vinho implica em menor parcela de renda disponível
para aquisição de porções de queijo, já́ que a renda é escassa. Acontece que,
se os recursos são escassos, o farol para a tomada de decisão econômica
passa pela consideração dos preços.

O preço dos bens/serviços é o sinalizador da escassez, sendo uma


variável fundamental na tomada de decisões, tanto do ponto de vista dos
consumidores/demandantes, quanto do ponto de vista das
empresas/ofertantes.

De forma a esquematizar o estudo da microeconomia, utilizam-se


teorias, que possuem um conjunto de premissas, e modelos para a análise das
interações econômicas dos consumidores e das firmas.

As decisões econômicas devem ser transformadas em estruturas


coerentes, relativamente simples de entendimento, mas que façam sentido
quanto se olha para a realidade. Busca-se explicar as decisões de consumo
dos consumidores e as decisões de produção das firmas, porque, com isso, é
possível explicar a formação dos mercados e, portanto, a interação entre
compradores/vendedores dentro de um ambiente econômico.

Teorias: Como se agrupam ideias e conceitos para explicar os


fenômenos econômicos? É preciso partir de algumas premissas, escolher as
variáveis mais relevantes e verificação empírica desses eventos econômicos
com base em observações.

Modelos: Os modelos são uma redução/simplificação da realidade para


que seja possível a análise econômica. Os modelos são partes das teorias.

O problema é que não é possível explicar as decisões econômicas


usando todas as variáveis e todos os fenômenos do mundo real, razão pela
qual se utiliza matemática, estatística e abordagens gráficas.

O Mercado

É no mercado onde as transações econômicas acontecem de fato. Ele


consiste na síntese da interação entre compradores (consumidores que
adquirem bens e serviços, empresas que adquirem insumos e mão de obra e
governos, por exemplo) e vendedores (como por exemplo empresas que
vendem bens e serviços e proprietários que vendem seus equipamentos e
terras). Ou seja, o mercado é onde interagem os demandantes e os ofertantes.
Assim, a demanda irá representar o comportamento dos compradores e a
oferta, o comportamento dos vendedores.

Os mercados estão no centro da atividade econômica. Compreender o


funcionamento dos mercados seria, em última instância, compreender o
funcionamento da economia. Compreender esse tal funcionamento seria
compreender o comportamento de seus agentes: compradores vs vendedores
ou demandantes vs ofertantes.
Para analisar determinado mercado, é essencial estabelecer as
fronteiras do mercado em análise. É preciso definir/delimitar o que é o
mercado.

Organizações de Mercados

O mercado é a materialidade das decisões econômicas. É onde as


decisões econômicas realmente acontecem – onde as pessoas compram e
onde as empresas vendam – ou seja, onde há a efetivação de uma transação
econômica.

Os mercados podem ser distintos em tipos de organização. Existem dois


tipos de mercados muito característicos presentes na economia: os mercados
competitivos e os mercados não competitivos.

Os mercados competitivos são compostos por muitos compradores e


muitos vendedores como é, por exemplo, o mercado de commodities agrícolas
– há muitos ofertantes e muitos demandantes. Ou seja, os compradores
querem gastar o mínimo de dinheiro possível, e os vendedores querem vender
a maior quantidade de bens/serviços possível. Logo, não há a possibilidade de
combinar os preços e esses acabam sendo formados pelas interações dos
agentes, ou seja, os preços são formados pelo mercado.

Já́ os mercados não competitivos, ou concentrados, são formados por


poucos compradores e/ou poucos vendedores. Um exemplo clássico de
mercado não competitivo é o mercado de petróleo, pois poucos são aqueles
que detém a produção da maior parte do petróleo mundial e a demanda por
esse produto é altíssima. Nesses mercados, há a possibilidade de arbitrar os
preços, ou seja, uma parcela concentrada do mercado tem “poder de mercado”
de determinar os preços. Uma grande parte dos mercados é não competitiva.

Os Preços
É no mercado que surgem os preços na economia. O preço advém da
interação entre compradores e vendedores, e não há um “ente supremo” que
determina os preços dos bens e serviços. Os preços não são apenas aqueles
relacionados à venda de produtos, mas também podem ser o preço do
dinheiro, que é a taxa de juros, ou o preço do trabalho, que é o salário, ou
ainda o preço de uma moeda estrangeira, que é a taxa de câmbio.

O preço de mercado é uma abstração para um preço de referência; um


valor em torno do qual esse mercado se equilibra.

Os preços nominais são aqueles que são medidos em moeda corrente, e


configuram o preço absoluto. Já́ os preços relativos são calculados na relação
de determinado bem com um outro bem (ou conjunto de bens). É o preço
ajustado pela inflação.

Representação dos Mercados: Preço e Quantidade

Uma forma bastante simples para representar um mercado é por meio


da relação entre preço e quantidade. Qualquer tipo de mercado pode ser bem
representado com essas duas variáveis. Em síntese, um mercado A = P x Q.

É possível reduzir o estudo do mercado em 02 (duas) variáveis


fundamentais: Preço e Quantidade.

Curva de Demanda e Curva de Oferta


A demanda configura o comportamento de quem compra bens e
serviços, e a oferta, o comportamento de quem produz e vende. As empresas,
geralmente, são as ofertantes e os compradores são os demandantes.

A curva de demanda, que irá representar o comportamento dos


compradores nos eixos de Preço x Quantidade, é caracterizada por uma
relação negativa entre preço e quantidade, ou seja, uma relação inversamente
proporcional. Por via de regra, quanto maior o preço, menor a demanda do
produto em questão e, quanto menor o preço, maior a demanda.

A curva de oferta representa o comportamento dos vendedores nos


eixos preço e quantidade, que se relacionam de forma positiva ou diretamente
proporcional: quanto maior o preço do produto, maior será́ a quantidade
ofertada desse bem.

A curva de demanda apresenta a quantidade que os produtores estão


dispostos a vender em função do preço do bem, mantendo tudo o mais
constante. Quando maior o P, maior a disposição das empresas em vender.
Preços maiores incentivam as empresas a contratar mais trabalhadores e a
expandir as fábricas ou levam à ingressão de novas empresas no mercado,
levando a um aumento na quantidade produzida.

Outras variáveis para a oferta, além do preço, são os custos de


produção, como os insumos, a mão de obra, impostos, taxas de juros, etc.
Qualquer alteração nas variáveis que não sejam o preço levará a um
deslocamento da curva de oferta. A curva de oferta, ou a curva S, de desloca
da seguinte forma.

O deslocamento da curva de oferta pode acontecer independentemente


do nível de preços. O aumento do preço dos insumos pode levar a uma
redução da oferta (deslocamento para a esquerda) e o avanço tecnológico, por
exemplo, pode levar a um aumento na oferta (deslocamento para a direita).

A curva de demanda representa o comportamento dos consumidores, ou


seja, demonstra o quanto os consumidores estão dispostos a comprar em
função do preço do bem, mantendo tudo o mais constante. Essa é uma relação
negativa, logo, quanto menor o P, maior a demanda dos consumidores por
aquele determinado bem ou serviço. A redução de preços também estimula o
surgimento de novos consumidores, o que aumentará ainda mais a demanda.

O deslocamento da curva de demanda acontece quando há uma


alteração além do preço. Logo, alterações no nível de renda afetam as
decisões dos consumidores: rendas maiores implicam em maior quantidade
consumida, e redução na renda leva a uma queda no consumo, isso sem
alteração dos preços.

Para o mesmo nível de renda, quanto menor o preço do produto, maior o


incentivo ao aumento da quantidade comprada. Mantendo-se o preço
constante, um aumento na renda leva a um deslocamento da curva de
demanda para a direita e uma redução na renda leva a um deslocamento da
curva para a esquerda.

Curva de Demanda: Bens Substitutos e Bens Complementares

Não apenas a variação do preço de um bem afeta a sua demanda. Em


alguns casos, há um efeito cruzado: o preço de um bem A pode afetar a
quantidade demandada do bem B.

Bens substitutos são aqueles em que a variação do preço de um bem A


leva a alteração da quantidade demandada do bem B em uma relação positiva.
Por exemplo, um aumento no preço da gasolina pode levar a um aumento no
consumo de etanol, já́ que o último funciona como substituto do primeiro. Assim
sendo: PA= QB

Os bens complementares são aqueles em que a variação no preço de um bem


A afeta a quantidade demandada por outro bem B em uma relação negativa.
Por exemplo, o aumento no preço da gasolina desestimula a compra de novos
automóveis, logo, há uma redução na demanda por automóveis. Assim sendo:
PA= Q B

Para além das alterações nos preços, outros fatores afetam a curva de
demanda do consumidor. São eles: o nível de renda, o preço dos bens
substitutos, o preço dos bens complementares, a preferência dos
consumidores, etc.

Equilíbrio de Mercado

A relação entre a demanda e a oferta resulta em um preço de equilíbrio,


que buscará acomodar e igualar a quantidade demandada à quantidade
ofertada. Do ponto de vista matemático, só́ há um ponto em que há o encontro
entra a curva de demanda e a curva de oferta, e esse é o ponto de equilíbrio do
mercado. Assim, há apenas um preço que equilibra (iguala) as quantidades
que os consumidores desejam comprar (QD) e as quantidades que as firmas
desejam produzir (QO), o preço de equilíbrio (P0). Assim: no P0, QD = QO. No
mundo real, o preço de equilíbrio acaba não sendo um valor exato, mas uma
referência para a precificação.

Dado o equilíbrio inicial, as alterações no ambiente econômico podem


alterar (deslocar) as curvas de oferta e/ou demanda constantemente. Os
deslocamentos alterarão o equilíbrio de mercado inicial, definindo um novo
preço de equilíbrio.

No gráfico abaixo, é possível identificar a mudança no ponto de


equilíbrio após uma greve em um determinado setor. Após uma contração da
oferta, ou seja, uma redução na quantidade ofertada, gerado por um fator
econômico externo, houve uma expansão no preço de equilíbrio do mercado,
mantendo-se a demanda a mesma. Essa é apenas uma das possibilidades de
mudança no ponto de equilíbrio do mercado.

A alteração no ponto de equilíbrio também pode se dar por


deslocamentos simultâneos da oferta e da demanda. Os movimentos da
economia podem, assim, ser sintetizados nos comportamentos das curvas de
oferta e demanda ao longo do tempo. Como o ambiente econômico está
sempre em constante modificação, as curvas estão sempre alterando sua
posição, o que gera mudanças nos preços e nas quantidades de equilíbrio.

Você também pode gostar